Date post: | 16-Jul-2015 |
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CET DO HOSPITAL FEDERAL DA LAGOA
SILVIA KANGUSSU RIOS ME3
CARLOS DARCY BERSOT RESP CET
PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA EM
POSIÇÃO PRONA
CASO CLÍNICO
C. S.C.A., Feminina, Católica, Aposentada, 77 anos, Peso= 53kg, IMC= 22kg/m2
Encaminhada ao serviço de Neurocirurgia do Hospital Federal da Lagoa.
HDA: Há 1 ano com hemiparesia e hemianopsia à esquerda + crise convulsiva.
CASO CLÍNICO
TC de crânio(11/04/2011): Volumosa lesão expansiva, ovalada, de limites definidos e contorno regular, medindo 5.9 x 5.0 x 4.4cm em região parieto-occipital direita, com desvio de linha média a esquerda(0.6 cm).
Hipótese Diagnóstica: Meningioma
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE CRÂNIO
CASO CLÍNICO
HPP: Depressão
Medicações em uso: Paroxetina 20mg 1 x ao dia e Clonazepam 0,5mg 1 x ao dia.
Fenitoína 100mg VO 8/8h.
Nega tabagismo, etilismo e alergias.
Cirurgia prévia: hemorroidectomia há 10 anos.
Capacidade funcional : > 4Mets
CASO CLÍNICO
Proposta: EMBOLIZAÇÃO
Artéria carótida externa à direita tortuosa e ateromatosa, impedindo ancoragem segura de um cateter no óstio deste vaso impossibilitando a embolização.
CIRURGIA PROPOSTA: Excisão de tumor parieto-occipital a direita.
EXAMES LABORATORIAIS
HB= 13,6 g/dL TAP=15s
HTO= 40% PTT= 28.9s
Leucometria= 8210 INR= 1.06
Sódio= 143 mEq/L Uréia= 33mg/dL
Potássio= 4.3 mEq/L Creatinina= 0.6mg/dL
Cálcio= 9.3mg/dL
Clearence de creatinina= 65mL/min
ECO TRANSTORÁCICO
VE com dimensão, espessura e contratilidade preservada.
Função sistólica global de VE preservada
Valva mitral com leve refluxo
Pericárdio e VCI normais.
FE=79%
FICHA PRÉ ANESTÉSICA
SCCANEAR
NO CENTRO CIRÚRICO..
MONITORIZAÇÃO BÁSICA
Venóclise Jelco 14G MSE + Revisão de venóclise Jelco 18G MSD.
Midazolam 2mg + Fentanil 50 mcg IV.
Puncão de Artéria radial à direita.
Punção de veia subclávia à direita.
TOF, PAI, CVD (diurese horária), GSA seriadas, Delta PP e PVC.
NO CENTRO CIRÚRGICO..
INDUÇÃO: Xilocaína 60mg + Propofol 110mg + Vecurônio 40mg + Fentanil 250mcg IV
IOT com tubo aramado 7,5 com cuff, filtro bacteriano, fixação e proteção ocular.
Manutenção: Remifentanil BI + Sevoflurane.
Kefazol 2g + dexametasona 4mg 12/12h + hidantal 100mg IV 8/8h.
Manitol 25g IV
NO CENTRO CIRÚRGICO
Paciente foi colocada em posição prona, coxins foram colocados no tronco e a cabeça foi fixada no mayfield.
Após 5 horas de cirurgia houve lesão focal acidental do seio sagital Hemorragia aguda .
Sangramento estimado = 3000ml
CIRURGIA
Bradicardia severa + queda da PetCO2 PAI não detectada e ausência de pulso central.
Massagem cardíaca foi prontamente iniciada em posição prona.
Reposição volêmica vigorosa + adrenalina 1mg.
CIRURGIA
Parâmetros: Frequência > 100 por min.,
PetCO2 acima de 10mmHg
Pressão arterial diastólica acima de 25 mmHg.
Após 2 minutos de massagem houve retorno da circulação espontânea e melhora dos parâmetros hemodinâmicos.
Total: 7000ml de cristalóide + 3 concentrados de hemácia.
Início de noradrenalina baixas doses.
CIRURGIA
A Cirurgia foi completada após 3h30min sem outras complicações.
Tempo cirúrgico total: 510 min(8h 30min).
Paciente foi transferida para o CTI intubada, sedada e com baixa dose de noradrenalina.
Recebeu alta do CTI no terceiro dia de pós operatório, sem sequelas.
O QUE DIZ A LITERATURA??
PARADA CARDÍACA EM POSIÇÃO PRONA
REFERÊNCIAS
2010 American Heart Association
Guidelines for Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency Cardiovascular Care
“When the patient cannot be placed in the supine position, it may be reasonable for rescuers to provide CPR with the patient in the prone position, particularly in hospitalized patients with an advanced airway in place .”
REFERÊNCIAS
2010 European Resuscitation
Council Guidelines for Resuscitation
Não há nada descrito sobre parada cardíaca
em posição prona.
REFERÊNCIAS
MEDLINE and SCIENCE DIRECT
18 artigos – 22 casos
Primeiro relato de casos em humanos:
•Craniotomia de fossa posterior – lesão de seio transverso.•Laminectomia cervical – obstrução do TOT por coágulo.
Força direta X Força IndiretaImportância do mecanismo de contrapressão
1994
Fusão espinhal para tratamento de escoliose
TÉCNICAS
Dequin P-F, Hazouard E, Legras A, Lanotte R, Perrotin D.Cardiopulmonary resuscitation in the prone position: kouwenhovenrevisited. Intensive Care Med 1996;22:1272.
Descompresão torácica por tumor invasivo T11-L1
• Embolia aérea – Taquicardia ventricular • Desfibrilação
FATORES DE RISCO
PRÉ OPERATÓRIOS
Cardiopatias em pacientes submetidos à cirurgia de grande porte
PER OPERATÓRIOS
Hipovolemia
Arritmias cardíacas
Tração dural
Embolia aérea
Mal posicionamento e obstrução do retorno venoso.
MANEJO
Identificação de pacientes de alto risco
Posicionamento cuidadoso do paciente
Uso de monitorização invasiva
Colocação de pás do desfibrilador
VANTAGENS
Início imediato da massagem cardíaca;
Evita contaminação e/ou trauma do sítio cirúrgico;
Permite ao cirurgião reparar lesões
MONITORIZAÇÃO DURANTE CPR
ECG
PETCO2 > 10 mmHg
Pressão diastólica > 20mmHg
Scvo2 > 30%
Ecocardiograma
N= 6 (CTI e UC)
- 30 MIN de RCP standard + 15 MINPCR
- 15 MIN DE RCP REVERSA
DESFECHO PRIMÁRIO : PASDESFECHOS SECUNDÁRIOS: PAM E PAD
Duas hipóteses:
• Maior força de compressão
• Movimento de estruturas abdominais
2 casos – PCR em posição lateral e tentativas fracassadas de reanimaçao após reposicionamento em posição supina.
• Tumor de base de crânio – lesão do seio sigmóide.
• Corpectomia lombar e fusão – sangramento difuso
Homem, 69 anosCardiomiopatia dilatadaCraniotomia posteriorTaquicardia ventricular Desfibrilação.
“Prone resuscitation should always be considered as a first response in the event of cardiac arrest during prone surgery.”
CONCLUSÃO
Frequência de PCR em prona é desconhecida.
Tempo de PCR é o principal determinante no resultado final.
Estudos a respeito desse assunto é de difícil realização.
BIBLIOGRAFIA
W. B. Kuowenhoven, J. R. Jude and G. G. Knickerbocker, “Closed Chest Cardiac Massage”, Journal of the Ameri-can Medical Association, Vol. 173, No. 10, 1960, pp. 1064-1067. doi:10.1001/jama.1960.03020280004002
J. A. Stewart, “Resuscitating an Idea: Prone PCR”, Re-suscitation, Vol. 54, No. 3, 2002, pp. 231-234. doi:10.1016/S0300-9572(02)00145-4
S. P. Mazer et al., “Reverse CPR: A Pilot Study of CPR in the Prone Position”, Resuscitation, Vol. 57, No. 3, 2003, pp. 279-285. doi:10.1016/S0300-9572(03)00037-6
J. Wei, “Cardiopulmonary Resuscitation in the Prone Position: A Simplified Method of Outpatients”, Resusci- tation, Vol. 62, No. 1, 2004, pp. 120-121. doi:10.1016/j.resuscitation.2004.03.007
D. Gomes and C. Bersot, "Cardiopulmonary Resuscitation in the Prone Position," Open Journal of Anesthesiology, Vol. 2 No. 5, 2012, pp. 199-201. doi: 10.4236/ojanes.2012.25045.
BIBLIOGRAFIA
W. Z. Sun et al., “Successful Cardiopulmonary Resusci- tation of Two Patients in the Prone Position Using Re- versed Precordial Compression”, Anesthesiology, Vol. 77, No. 1, 1992, pp. 202-204. doi:10.1097/00000542-199207000-00027
J. Brown, J. Rogers and J. Soar, “Cardiac Arrest during Surgery and Ventilation in the Prone Position: A Case Report and Systematic Review”, Resuscitation, Vol. 50, No. 2, 2001, pp. 233-238. doi:10.1016/S0300-9572(01)00362-8
N. M. Dooney, “Prone CPR for Transient Asystole during Lumbosacral Spinal Surgery”, Anaesthesia and Intensive Care, Vol. 38, No. 1, 2010, pp. 212-213.
E. Haffner, A. M. Sostarich and T. Fösel, “Successful Cardiopulmonary Resuscitation in Prone Position”, Der Anaesthesist, Vol. 59, No. 12, 2010, pp. 1099-1101.
BIBLIOGRAFIA
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C. C. Miranda and D. C. Newton, “Successful Defibrilla- tion in the Prone Position”, British Journal of Anaesthesia, Vol. 87, No. 6, 2000, pp. 937-938. doi:10.1093/bja/87.6.937
ECC Committee, Subcommittees and Task Forces of the American Heart Association, “2005 American Heart As- sociation Guidelines for Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency Cardiovascular Care,” Circulation, Vol. 112, No. 24, 2005, p. 27.
American Heart Association, “2010 American Heart As-sociation Guidelines for Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency Cardiovascular Care,” Circulation, Vol. 122, No. 18, 2010, p. 721.