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1 CURSO DE APOLOGÉTICA Nível 1 ADVENTISMO DO SÉTIMO DIA Centro Apologético Cristão de Pesquisas - Apologética Cristã São José do Rio Preto SP. Curso de Apologética ON-LINE. 1) Cultura 2) Teologia; 3) Estudo de Religiões Comparadas I. Título II. Série
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CURSO DE APOLOGÉTICA

Nível 1

ADVENTISMO DO SÉTIMO DIA

Centro Apologético Cristão de Pesquisas

- Apologética Cristã – São José do Rio Preto – SP. Curso de Apologética ON-LINE.

1) – Cultura

2) – Teologia;

3) – Estudo de Religiões Comparadas

I. Título

II. Série

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Dedicatória:

Dedicamos o Curso de Apologética a todos aqueles que amam

a verdade.

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Copyright 2008 – Edições CACP

1º Edição: 2008

Publicado no Brasil com a devida autorização e com todos os direitos reservados pelo Centro

Apologético Cristão de Pesquisas.

São José do Rio Preto – SP. Site: www.cacp.org.br

Telefone: (17) 3014-4875

Proibida a reprodução por quaisquer meios (mecânico, eletrônico, xerográficos, fotográficos,

gravação, estocagem em bancos de dados, etc.) sem a autorização do CACP, a não ser em

citações breves com indicação da fonte.

SUPERVISÃO EDITORIAL E TEOLÓGICA:

Paulo Cristiano da Silva

João Flávio Martinez

REVISÃO:

Dalton Gerth

CAPA

Euclides Cunha

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ÍNDICE

Introdução .............................................................................................................................. 02

1. HISTÓRICO ........................................................................................................................ 03

- Antecedentes históricos ................................................................................................ 03

- Breve histórico .................................................................................................................. 04

- Chegada ao Brasil ............................................................................................................. 04

2. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL............................................................................... 07

3. DOUTRINAS........................................................................................................................ 07

- As Escrituras........................................................................................................................ 08

- O ministério de Cristo no santuário celestial......................................................... 19

- Jesus Cristo na teologia adventista............................................................................. 22

- A natureza humana........................................................................................................... 25

- O aniquilamento................................................................................................................. 28

- A lei de Deus......................................................................................................................... 30

- O sábado................................................................................................................................. 32

- O domingo............................................................................................................................. 43

- Objeções Refutadas............................................................................................................ 53

- CONCLUSÃO ......................................................................................................................... 26

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Quem são os adventistas do sétimo dia? O que fazem e o que pretendem?

Os adventistas podem ser considerados cristãos genuínos?

Quais são suas doutrinas e porque se diferem das doutrinas evangélicas?

Qual a importância de Ellen Gould White para esta igreja? Ela pode ser considerada o Espírito

de Profecia? E seus escritos, possuem de fato a mesma inspiração que a Bíblia?

O sábado seria a única doutrina que separa os adventistas dos evangélicos?

Neste módulo o aluno irá aprender as principais doutrinas desta seita e como respondê-la à luz

da Bíblia.

Entretanto, este módulo básico não tem a pretensão de responder todas as questões

envolvendo os adventistas do sétimo dia, haja vista, o campo de estudo ser muito amplo, o

que demandaria um estudo mais prolongado.

Portanto, o objetivo deste módulo é proporcionar ao aluno noções gerais deste grupo

religioso: suas crenças, suas práticas e o perigo que elas representam à fé cristã.

Esperamos que após concluir este módulo, você possa adquirir conhecimento suficiente para

poder empreender um diálogo seguro, com finalidades evangelísticas com os adeptos desta

seita.

Após terminar este módulo o aluno deverá estar apto a:

Destacar as principais doutrinas adventistas e sua importância para a identidade dessa igreja.

Reconhecer os principais argumentos usados pelos adventistas para defender suas doutrinas.

Contestar as reivindicações de inspiração dos escritos de EGW.

Citar os principais versículos bíblicos que combatem o aniquilacionismo adventista.

Apontar os principais erros adventistas em relação ao domingo

Responder aos argumentos adventistas quanto ao sábado.

PONTO DE CONTATO

OBJETIVOS

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INTRODUÇÃO

Como definir essa denominação? Poderíamos classificá-la como igreja evangélica?

Alguns de seus hábitos podem até confundir aqueles que estão menos atentos. Os adventistas

falam muito de Jesus, pregam muitas verdades a respeito do cristianismo, possuem bons

hospitais, uma rede educacional excelente e um serviço social de boa qualidade. Possuem

empresas e arrecadam milhões todos os anos com seus produtos e procuram viver uma vida

piedosa, digna de qualquer cristão. Por outro lado, possuem muitas doutrinas heterodoxas.

Consideram-se a ―Igreja Remanescente‖, isto é, a última igreja da profecia bíblica e acreditam

que sua fundadora e profetisa, possui de modo particular, o ―espírito de profecia‖ sobre o qual

fala Apocalipse 19:10. Estas e outras crenças como analisaremos mais adiante neste módulo

os colocam à margem do verdadeiro cristianismo. Por causa deste perfil exclusivista não

conseguem viver em harmonia com as demais igrejas, a não ser, que a comunhão vise também

o proselitismo. Para isso trabalham ativamente para conseguir adeptos até mesmo dentro das

demais denominações evangélicas. O proselitismo em relação aos evangélicos não parece ser

algo que os embaraça, pelo contrário, faz parte da ―mensagem adventista‖. Por isso certo

adventista afirmou: ―O nosso ministério é apregoar a reforma adventista aos evangélicos‖.

Isso é corroborado de modo mais preocupante no livro Sonhos e Visões de Jeanine Sautron,

(líder de uma facção dos Adventistas do Sétimo Dia) quando afirma:

Assim como Cristo falou – ‗a salvação vem dos Judeus‘ (Jo. 4:27), assim hoje podemos

dizer com certeza que a salvação vem dos adventistas (p. 4).

1 – HISTÓRICO

1.1 Antecedentes Histórico

Ficaria incompleta uma abordagem histórica sobre a origem dos Adventistas do

Sétimo Dia se não levássemos em consideração a importância de um acontecimento religioso

que abalou o século XIX nos Estados Unidos – o movimento milenista.

Esse movimento alcançou seu auge em torno da figura carismática do fazendeiro

William Miller. Miller marcou duas datas para o retorno de Cristo (1843 e 1844). Após ter

passado por várias expectativas frustrantes devido ao não cumprimento da profecia – episódio

que ficou conhecido como ―Grande Desapontamento‖ - o movimento se subdividiu em várias

seitas menores.

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Willian Miller nasceu em Massachussets, EUA, em 1782. Das 13 colônias

americanas, Massachussets, foi a primeira e mais importante das 4 colônias do norte,

chamadas de Nova Inglaterra. Essas colônias foram povoadas por pregadores religiosos e

especialmente Massachussets, fora ocupada por colonos puritanos (calvinistas) que fugiam da

perseguição religiosa na Inglaterra. Os puritanos que povoaram Massachussets instalaram

uma verdadeira teocracia. Embora separasse Estado e religião, na prática, quebrar as leis

religiosas, implicava em crime civil.

Os puritanos encontraram na América o lugar ideal para disseminar suas idéias

escatológicas. Num conjunto de dezoito comunidades messiânicas, fundadas a partir de 1694,

dessas doze, nove eram propriamente americanas.

Portanto, quando Miller, começou sua missão em 1831, como ―arauto do

messias‖, o imaginário messiânico-milenarista coletivo já estava formado naquela região.

A partir de 1793 a 1840, inicia-se uma expansão missionária causada por um

fenômeno religioso alcunhado de Grande Avivamento. É nesse meio social conturbado que

explode o clamor messiânico-milenarista. Surge então o profeta William Miller.

1. 2- Breve Histórico

O site oficial da Igreja Adventista no Brasil resume sua história da seguinte maneira:

A Igreja Adventista do Sétimo Dia (o nome adventista é uma referência à sua

crença no advento, segunda vinda de Jesus), surgiu entre as décadas de 1850 e

1860 concomitantemente nos Estados Unidos e na Europa. Um livro intitulado

La Venida Del Mesias em Gloria y Majestad, foi impresso em 1812. Esta

publicação agitou os meios religiosos e foi precursora da idéia de que Jesus

voltaria uma segunda vez. No início do século passado, no seio das igrejas

evangélicas, o movimento alastrou-se, tendo como foco o advento, ou o retorno

pessoal de Jesus. Daí surgiu a palavra Adventista, caracterizando uma das

crenças fundamentais da Igreja [...] Dentro deste movimento, uma atenção

especial foi dada ao estudo da Bíblia, tanto do Novo como do Velho Testamento.

Surgiu também a compreensão do dia do repouso bíblico de acordo com Êxodo

20, bem como o relato do Velho Testamento, confirmado por nosso Senhor Jesus

Cristo no Novo Testamento. A observância do quarto mandamento da Lei de

Deus como uma homenagem semanal ao Criador e ao Salvador que vai voltar a

terra, caracterizou também a nova igreja que surgia na metade do século

passado tomando forma legal em 1863, nos Estados Unidos.

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1.3 Chegada ao Brasil

O adventismo entrou em terras brasileiras em 1884 através de publicações que

chegaram pelo porto de Itajaí com destino a cidade de Brusque, no interior de Santa Catarina.

Em maio de 1893 desembarcou o primeiro missionário adventista, Alberto B. Stauffer que

introduziu formalmente através da colportagem os primeiros contatos com a população. Em

abril de 1895 foi realizado o primeiro batismo em Piracicaba, SP, sendo Guilherme Stein Jr. o

primeiro converso. Inicialmente os estados brasileiros com maior presença germânica foram

atingidos pela literatura adventista. Conforme informações repassadas pelo pastor F Westphal,

a primeira Igreja Adventista do Sétimo Dia em solo nacional foi estabelecida na região de

Gaspar, em Santa Catarina, em 1895, seguida por congregações no Rio de Janeiro e em Santa

Maria do Jetibá, no Espírito Santo, todas no mesmo ano.

Com a fundação da gráfica adventista em 1905 em Taquari, RS (atual Casa

Publicadora Brasileira localizada em Tatuí-SP), o trabalho se estabeleceu entre os brasileiros e

se expandiu em todos os estados. A primeira Escola Adventista no Brasil surgiu em 1896 na

cidade de Curitiba. Em 2005 somam-se 393 escolas de ensino fundamental e 118 do ensino

médio com o total de 111.453 alunos e seis instituições de Ensino Superior (IES) com mais de

cinco mil alunos que tem no Centro Universitário Adventista de São Paulo, sua matriz

educacional. O UNASP como é conhecida esta IES, surgiu em 1915, em Capão Redondo, SP

e hoje conta com três campi: na cidade de São Paulo, em Engenheiro Coelho e Hortolândia.

Em 1960, surge o primeiro Clube de Desbravadores (departamento juvenil da IASD) na

cidade de Ribeirão Preto.

No Brasil são 1.600.000 membros da IASD em 2008 sob a coordenação de seis

Uniões que administram as Associações e Missões. As instituições da IASD do Brasil e de

sete países latino-americanos formam a Divisão Sul Americana, com sede em Brasília, DF.

O aluno pode estar perguntando, porque optamos por colher a história da IASD

do site oficial ao invés de ter colhido de livros impressos. Essa opção pelos textos virtuais foi

proposital. Com isso queremos explicar algo que passa muitas vezes despercebido. É que com

o acesso à internet os textos vinculados podem ser mais facilmente acessados pelas pessoas do

que se fosse em um livro. A tendência desta ―facilidade‖ proporcionada pela internet levou

muitas dessas religiões a amenizar os fatos da história, tornando-os mais suaves, selecionando

aqueles que melhor representariam a imagem do grupo religioso ao público externo.

Exemplo disso foi a IASD, pois analisando o texto percebemos que ele não apresenta em

nenhum momento a ligação da IASD com o nome de Guilherme Miller. Por qual razão?

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Encontramos no livro, ―Administração da Igreja‖ p. 26 - CPB, a seguinte

afirmação:

Somos Adventistas do Sétimo Dia. Envergonhamo-nos, acaso, de nosso nome?

Respondemos: Não!Não!Não nos envergonhamos.

Por que os Adventistas do Sétimo Dia (ASD) se envergonhariam de seu nome adotado em

assembléia realizada em Battle Creek, a 28 de setembro de 1860? Eles mesmos dão a

resposta, declarando:

O movimento do advento na América foi originado por homens que estavam desejosos de

receber a verdade, quando esta a eles chegasse. Aceitaram-na sinceramente e ‗segundo a

mesma‘ vieram, esperando ser dentro em breve transladados. Depois do grande

desapontamento, todos caíram em trevas (Fundadores da Mensagem, p. 9 -

Everett Dick, CPB ).

Entre esses homens que deram origem ao movimento adventista estava William

(Guilherme) Miller. Em 1816, estudando o livro de Daniel, ele interpretou que Daniel 8.14

tinha ligação com a segunda vinda de Jesus e a fixou para 1843. Depois mudou para 22 de

outubro de 1844 e ainda dessa vez a segunda vinda de Jesus não se consumou.

Os Adventistas costumam questionar: Como admitir que William Miller fosse

adventista, se a Igreja Adventista do Sétimo Dia só foi organizada no dia 28 de setembro de

1860, portanto, alguns anos depois de Miller ter fixado a volta de Jesus para 22 de outubro de

1844? Não admitem, pois, qualquer ligação com William (Guilherme) Miller, declarando que

isso é uma grande inverdade e que não passa de informações grosseiramente deturpadas sobre

a origem denominacional adventista (―Carta da Escola Bíblica‖, de Nova Friburgo, RJ, de 12-

12-00). Chegam a ponto de afirmar que:

Os Adventistas nunca marcaram uma data para a Volta de Jesus. Foram os Mileritas

(seguidores de Guilherme Miller, um pregador batista) que fizeram isto. Eles

anunciaram que Jesus viria no ano de 1843; depois, deduziram que seria em 1844; como

os Adventistas do Sétimo Dia iriam marcar uma data, se eles ainda não existiam?

Surgimos como movimento organizado no ano de 1863 (declaração constante da carta em

apreço).

Da mesma forma como as Testemunhas de Jeová anunciam a data de 1914 como

centro de sua doutrina, quando Cristo supostamente voltou invisivelmente e passou a reinar

no céu, a data de 22 de outubro de 1844, fixada por William Miller para a segunda vinda de

Cristo, é parte importante do sistema doutrinário dos Adventistas. Afirmamos: estão

umbilicalmente ligados a Miller que deu origem aos adventistas na outra América. No livro,

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―Fundadores da Mensagem‖, no capítulo que aborda a biografia de William Miller, ele é

tratado como Pai do Movimento Adventista.

Logo, a razão pela qual os Adventistas do Sétimo Dia não se

envergonham do seu nome é porque para eles havia razão para isso. Embora a

palavra Advento signifique vinda, e todos os cristãos evangélicos de um modo

geral aceitem a doutrina da segunda vinda de Cristo, os Adventistas do Sétimo

Dia foram além do que está escrito (I Co 4.6) e por intermédio de Miller

marcaram data para esse acontecimento.

2 – Estrutura Organizacional

A organização da IASD é altamente burocrática. Sua hierarquia é bem definida

e se estrutura da seguinte maneira:

No nível mais alto da administração está a ―Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo

Dia‖. É composta por um presidente (atualmente é o pastor Jan Paulsen) e sete vice-

presidentes, subsistindo em 13 divisões. Estas divisões representam a organização por regiões

do continente, tais como: Divisão Sul-americana, Divisão Norte-americana, Divisão Euro-

africana etc...

Divisão é o conjunto de várias Uniões.

União é uma organização de várias Associações de uma área geográfica.

Associação é uma organização de igrejas em um Estado.

A igreja Local se concentra no nível inferior desta pirâmide.

3 – Doutrinas

As doutrinas adventistas foram resumidas no que eles chamam de as ―28

Crenças Fundamentais‖ apresentadas na obra ―Nisto Cremos‖. Essas doutrinas foram se

formando ao longo dos anos dentro desta igreja e por fim finalizadas dentro de 24 meses

compreendendo as seguintes questões:

1) As Escrituras, 2) A Trindade, 3) Deus Pai, 4) Deus Filho, 5) Deus Espírito Santo, 6) A

criação, 7) A natureza do homem, 8) O Grande Conflito, 9) Vida, morte e ressurreição de

Cristo, 10) A experiência da salvação, 11) Crescimento em Cristo, 12) A Igreja, 13) O

Remanescente e sua missão, 14) Unidade no Corpo de Cristo, 15) O Batismo, 16) A Ceia do

Senhor, 17) Dons e Ministérios Espirituais, 18) Dom de Profecia, 19) A Lei de Deus, 20) O

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Sábado, 21) Mordomia, 22) Conduta Cristã, 23) Matrimônio e família, 24) O Ministério de

Cristo no Santuário Celestial, 25) A Segunda Vinda de Cristo, 26) Morte e Ressurreição, 27)

O Milênio e o fim do Pecado, 28) A Nova Terra.

Em um artigo da revista Adventist World de 01 março de 2009, cujo título era

―Contribuição de Ellen White para a doutrina adventista‖, Kwabena Donkor dá a seguinte

explicação:

As doutrinas adventistas do sétimo dia foram resumidas em 28 crenças fundamentais.

Algumas dessas crenças são comuns a outras denominações cristãs: a doutrina de Deus,

da criação, pecado, salvação. No entanto, temos algumas crenças que nos distinguem de

todas as principais denominações do mundo. Essas crenças são o milênio pós-advento, o

sábado do sétimo dia, o ministério de Cristo no santuário celestial, o julgamento pré-

advento, as três mensagens angélicas de Apocalipse 14 e a imortalidade condicional da

alma.

(http://portuguese.adventistworld.org/index.php?option=com_content&view=article&id=

43)

Mas, como veremos no decorrer deste módulo, isto é só meia verdade, pois há

ainda outras doutrinas, tais como: o bode emissário prefigurando satanás, o dom de profecia

na pessoa de Ellen White, a crença de que a IASD é a Igreja Remanescente que separa a igreja

adventista das demais igrejas cristãs. Mesmo nas doutrinas onde parece haver consenso com

os demais evangélicos, há divergências sérias como, por exemplo, na questão quanto à

natureza de Cristo.

Nas páginas seguintes o aluno tomará conhecimento da maioria destas doutrinas e

como refutá-las à luz da Bíblia.

4. As Escrituras

As Escrituras Sagradas, o Antigo e Novo Testamento, são a Palavra de Deus

escrita, dada por inspiração divina por intermédio de santos homens de Deus

que falaram e escreveram ao serem movidos pelo Espírito Santo. Nesta Palavra,

Deus transmitiu ao homem o conhecimento necessário para salvação. As

Escrituras Santas são a infalível revelação de Sua vontade. Constituem o padrão

de caráter, o prova de experiência, o autorizado revelador de doutrinas e o

registro fidedigno dos atos de Deus em História. (Resumo da 1ª crença

adventista – As Escrituras Sagradas)

Como observamos, a IASD afirma levantar a mesma bandeira que os evangélicos com

relação à doutrina da Sola Scriptura. Apregoam que todas as suas doutrinas partem

exclusivamente da autoridade das Escrituras Sagradas e que a Bíblia é sua única regra de fé e

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prática. Mas, como verificaremos, os adventistas na prática possuem outra autoridade religiosa

além da Bíblia.

4.1 A fonte de autoridade religiosa da IASD

Existem três teorias sobre fonte de autoridade religiosa: a primeira afirma que o

princípio de autoridade está na organização ou na Igreja (catolicismo); a segunda admite que a

fonte de autoridade está no homem (racionalismo ou misticismo); a terceira é que Deus falou

através de seu Filho Jesus Cristo, cujo registro infalível está na Bíblia (O Caos das Seitas, p. 288,

1ª edição, 1970).

Em qual situação se coloca o adventismo? O adventismo vale-se da Bíblia, mas

atribuem aos escritos de Ellen Gould White o mesmo grau de inspiração dos escritores bíblicos.

Acerca da Bíblia lemos, ―Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum,

mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo‖ (2 Pe 1.21).

No módulo I vimos que uma das características das seitas é basear sua autoridade religiosa em

um líder humano cujos escritos são vistos como sendo de valor igual ou superior a Bíblia e cujos

ensinos estão em oposição às doutrinas bíblicas do cristianismo histórico. O cerne dessa

definição de seita é que o líder ―possui autoridade igual ou superior à Bíblia‖. O líder ou a líder é

visto como ―profeta‖ ou ―profetiza‖. Desde que esse profeta ou profetiza é visto como canal de

comunicação de Deus para com os homens, os seus ensinos são tidos de autoridade

inquestionável – são dogmas. Uma das coisas que devemos estar atento ao se tratar com adeptos

de seitas é descobrir quem é o porta-voz deles. Enquanto os filhos de Deus têm a Bíblia como

seu padrão exclusivo de fé e conduta, por meio da qual se decide todas as questões religiosas, o

sectário olha para os escritos do seu profeta ou profetiza.

A autoridade religiosa do adventismo do sétimo dia repousa sobre os escritos de

Ellen Gould White, tida como a ―Mensageira do Senhor‖ ou ―O Espírito de Profecia‖. Ela é a

base da autoridade religiosa dos adventistas, observe:

Nos tempos antigos, Deus falou aos homens pela boca de seus servos e

apóstolos. Nestes dias Ele lhes fala por meio dos TESTEMUNHOS DO SEU

ESPÍRITO. Não houve ainda um tempo em que mais seriamente falasse ao seu

povo a respeito de sua vontade e da conduta que este deve ter (Testemunhos

Seletos. vol. II. pág. 276, 2ª edição, 1956). O destaque é nosso.

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Os adventistas apresentam as seguintes características para o reconhecimento da sua

condição de profetisa:

1. Sempre falou de acordo com a Bíblia;

2. Suas profecias foram cumpridas;

3. Viveu o que pregou.

(Segue-me, p. 16)

No livro ―Subtilezas do Erro‖ , o escritor adventista A. B. Christianini declara:

O espírito de profecia é o que, segundo as Escrituras, a par com a guarda dos

mandamentos de Deus, seria o característico da igreja remanescente. Compare-

se Apoc. 12:17 e 19:10, última parte. Este dom consiste precisamente em dar ao

Povo de Deus mensagens diretas e específicas, traçando-lhe normas e diretrizes,

dando-lhe orientação e instruções especiais... Os testemunhos orais ou escritos

da Sra. White preenchem plenamente este requisito, no fundo e na forma. Tudo

quanto disse e escreve foi puro, elevado, cientificamente correto e

profeticamente exato ( 2.ª ed., 1981, p. 35).

4.2 Autoridade de Profetiza

Vejamos algumas declarações de Ellen White sobre seus escritos:

Minha missão abrange a obra de um profeta, mas não termina aí.(Apostila -

Orientação Profética no Movimento Adventista, p. 106).

Os livros do ‗Espírito de Profecia‘ e também os ‗Testemunhos‘, devem ser

introduzidos em tôda família observadora do sábado; e os irmãos devem

conhecer-lhes o valor e ser impelidos a lê-los. (Testemunhos Seletos, vol. II, p.

291) (Conf. http://www.ellenwhitebooks.com/?l=24&p=519 ).

Não são só os que abertamente rejeitam os Testemunhos ou que alimentam

dúvidas a seu respeito, que se encontram em terreno perigoso. Desconsiderar a

luz equivale a rejeitá-la (Idem, p. 290).

Disse o meu anjo assistente. ‗ Ai de quem mover um bloco ou mexer num alfinete

dessas mensagens. A verdadeira compreensão dessas mensagens é de vital

importância. O destino das almas depende da maneira em que forem elas

recebidas.(Primeiros Escritos, p. 258) (Conferir citação on-line no site

http://www.ellenwhitebooks.com/?l=24&p=519)

Quanto mais o eu fôr exaltado, tanto mais diminuirá a fé nos Testemunhos do

Espírito de Deus... Os que tem confiança posta em si mesmos, hão de reconhecer

sempre menos a Deus nos Testemunhos dados pelo Seu Espírito (Ibidem 292).

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Nos tempos antigos, Deus falou aos homens pela boca de Seus Profetas e

apóstolos. Nestes dias Ele lhes fala por meio dos Testemunhos do Seu Espírito.

Não houve ainda um tempo em que mais seriamente falasse ao Seu povo a

respeito de Sua vontade e da conduta que êste deve ter (Testemunhos Seletos,

vol. II, p. 276, 2ª edição, 1956).

4.3 Autoridade Reconhecida

Observe agora como os adventistas consideram seus escritos:

―CREMOS QUE: ... ―Ellen White foi inspirada pelo Espírito Santo, e seus

escritos, o produto dessa inspiração, têm aplicação para os adventistas do

sétimo dia.‖...

NEGAMOS QUE: ―A qualidade ou grau de inspiração dos escritos de Ellen

White sejam diferentes dos encontrados nas Escrituras Sagradas.‖ (Revista

Adventista, fev. 1984, p. 37)

O que está dito pela IASD é muito grave. A autoridade dos escritos de EGW, quanto

à inspiração, é igual a dos escritores da Bíblia. Podemos escolher entre ler os escritos, por

exemplo, de Paulo, através de suas epístolas numa das quais ele afirma: ―Se alguém cuida ser

profeta, ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor.‖(1

Co 14.37) ou ler os escritos de EGW, acerca dos quais está escrito:

Embora os profetas da antigüidade fôssem humanos, a mente divina e a vontade

de um Deus infalível, estão suficientemente representadas na Bíblia. E o mesmo

Deus fala por meio dos escritos do espírito de profecia. Êstes livros inspirados,

tais como O Desejado de Tôdas as Nações, O Conflito dos Séculos e Patriarcas e

Profetas, são certamente revelações divinas da verdade sobre as quais

deveríamos depender completamente (Apostila - Orientação profética no

movimento adventista, p. 45) (o grifo é nosso).

Por outro lado a própria EGW procura diminuir o impacto de suas declarações:

Pouca atenção tem sido dada à Bíblia, e o Senhor nos deu uma luz menor, para guiar os

homens e mulheres a uma luz maior (Adventist Review and Sabbath Herald, 20 de

Janeiro de 1903).

Mas contraditoriamente ela mesma ensina que não carecemos de uma luz menor que

nos conduza a uma luz maior.

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Diz ela:

Não carecemos da pálida luz da verdade para tornar compreensíveis as Escrituras.

Semelhantemente poderíamos supor que o Sol do meio-dia necessitasse da bruxoleante

candeia da Terra para aumentar-lhe o fulgor (Testemunhos seletos, vol. III, p. 236).

Criticando os que pretendem juntar à Bíblia outra fonte de autoridade religiosa,

afirma:

A verdade divina é encontrada em Sua palavra. Os que pensam deverem buscar

noutra parte a verdade presente precisam converter-se. Têm hábitos errôneos

para emendar, caminhos maus que abandonar (Testemunhos seletos, vol. II,

236).

Quem precisa de uma luz menor, quando tem uma luz maior? Se como dizem os

adventistas, EGW nada escreveu que não se encontra na Bíblia, então fiquemos com a Bíblia. Se,

porém, escreveu algo fora da Bíblia, como realmente escreveu, então rejeitemos seus ensinos.

Tenhamos presente Ap 22.18 que proíbe acréscimos à Bíblia.

Refutação Apologética:

―Sola Scriptura‖ foi à bandeira dos reformadores contra os acréscimos que o

catolicismo fez à teologia cristã. Esse tem sido o lema de todos os cristãos verdadeiros. As

afirmativas acima, sobre a pessoa da Sra. White, é deveras comprometedora para a IASD.

Mesmo que a Sra. White não tivesse escrito nada contraditório ou antibíblico, seus escritos

jamais poderiam ser colocados em pé de igualdade com a Bíblia. O apóstolo Pedro diz que as

Escrituras foram inspiradas e vieram da parte de Deus. Os apóstolos deixaram as orientações

básicas, que formam o fundamento apostólico, ou seja, a Bíblia Sagrada, para que a Igreja se

direcione somente por essa bússola. ―... Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além

do que já está posto, o qual é Jesus Cristo‖. (I Co. 3.10-11). ―... por amor de vós; para que em

nós aprendais a não ir além do que está escrito...‖ (I Co. 4:6).

4.4 O Espírito de Profecia na pessoa de Ellen White

Eles não sentem qualquer constrangimento em afirmar taxativamente:

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Ao passo que, apesar de não desprezarmos o pensamento dos pioneiros, nós aceitamos

como regra de fé a Revelação – Velho Testamento; Novo Testamento e Espírito de

Profecia ( A Sacudidura e os 144.000, p. 117).

Refutação Apologética:

Os teólogos adventistas pretendem encontrar na passagem de Apocalipse 19.10 apoio

para a interpretação de que em EGW se cumpre a parte final do texto, ―porque o testemunho de

Jesus é o espírito de profecia‖ e que sua igreja como portadora do ―espírito de profecia‖ é a

única que guarda os mandamentos de Deus (Ap 12.17). Com base nos dois textos interpretam

que a IASD seja a ‗igreja remanescente‘.

Em I Coríntios 12.7-11 a Bíblia diz que o Espírito Santo é a fonte dos dons espirituais.

Um daqueles dons é a profecia (I Cor. 12.10). Portanto, a frase "Espírito de Profecia" parece

aplicar-se ao doador dos dons - o Espírito Santo e não ao recipiente humano que o recebe. O

Espírito de Deus é chamado por muitos nomes na Bíblia. Seria até blasfêmia alguém querer

atribuir esses nomes a um mero ser humano. Os profetas que falaram dele, inspirados pelo

Espírito Santo é que tinham o espírito de profecia. Diz o texto de 1 Pe 1.10, ―Indagando que

tempo ou que ocasião de tempo o Espírito de Cristo, que estava neles, indicava anteriormente

testificando os sofrimentos que a Cristo haviam de vir, e a glória que se lhes havia de seguir.‖ Os

profetas anunciaram os sofrimentos pelos quais Jesus iria passar e a glória que lhe seguiria. Isso

lemos, em Lc 24.44-46, ―Que convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei

de Moisés, nos profetas, e nos salmos. E disse-lhes: Assim está escrito, e assim convinha que o

Cristo padecesse. E ao terceiro dia ressuscitasse dos mortos.‖ Mais claramente Dn 7.13,14 fala

da glorificação de Cristo na sua segunda vinda.

Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha nas nuvens do céu um

como o filho do homem; e dirigiu-se ao ancião de dias, e o fizeram chegar até ele. E foi

dado o domínio e a hora, e o reino, para que todos os povos, nações e línguas o

servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino o único

que não será destruído.

Aí está uma interpretação dada pela própria Bíblia sobre o sentido de Ap 19.10 e

reiterada pelo Senhor Jesus em Jo 5.39, recomendando que examinássemos as Escrituras porque

elas falavam dele.

O peso da evidência Bíblica nos mostra sem sombra de dúvida que o ―Espírito de

Profecia‖ é a Pessoa do Espírito Santo e o "testemunho de Jesus" é o testemunho pessoal do

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crente e, sobretudo, o testemunho sobre Cristo Jesus. Os escritores do Novo Testamento

preenche plenamente este requisito no fundo e na forma, pois só o Novo testamento está repleto

sobre o verdadeiro ―testemunho de Jesus‖. Além Disso, João acrescenta que o testemunho de

Jesus é encontrado no coração de todo aquele que aceita e crê em Jesus como o Filho de Deus:

Quem crê no Filho de Deus, em si mesmo tem o testemunho; quem a Deus não crê, mentiroso o

faz, porque não crê no testemunho que Deus de seu Filho dá (I Jo 5.10).

4.5 Testando a Profetisa

Afirmam os adventistas que é pela Bíblia que os escritos de EGW devem ser testados.

A Bíblia é a grande medida, ou regra, pela qual todos os outros escritos devem ser

provados (O testemunho de Jesus, p. 68).

Para que não paire dúvidas se EGW é mulher falível ou falsa profetisa, devemos

pesquisar a Bíblia que nos dá meios de saber se uma profecia é de Deus, dos homens ou dos

demônios. Encontramos então dois requisitos para por à prova alguém que se intitula profeta:

1) falar em nome de Deus;

2) que suas profecias venham cumprir-se.

Isto é visto em Dt 18.20-22: Porém o profeta que presumir soberbamente de falar alguma

palavra em meu nome, que eu não tenho mandado falar, ou o que falar em nome de outros

deuses, o tal profeta morrerá. E, se disseres no teu coração: como conheceremos a palavra que

o Senhor não falou? Quando o tal profeta falar em nome do Senhor, e tal palavra se não

cumprir, nem suceder assim, esta é palavra que o Senhor não falou; com soberba a falou o tal

profeta, não tenhas temor dele.

A Bíblia cita dois exemplos:

O primeiro é o de um profeta verdadeiro: é o caso de Samuel. Dele se diz em 1 Sm 3.19, E

crescia Samuel, e o Senhor era com ele; nenhuma de todas as suas palavras deixou cair em terra. Foi

Samuel aprovado por Deus como profeta verdadeiro.

O outro exemplo é de um falso profeta por nome Hananias. Ele é mencionado em Jr 28.1-3.15-

17:

E disse Jeremias, o profeta, a Hananias, o profeta: Ouve agora, Hananias: Não te enviou o Senhor,

mas tu fizeste que este povo confiasse em mentiras. Pelo que assim diz o Senhor: Eis que te lançarei

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de sobre a face da terra; este ano morrerás, porque falaste em rebeldia contra o Senhor. E morreu

Hananias, o profeta, no mesmo ano no sétimo mês.

Hananias foi, comprovadamente, um falso profeta, pois sua profecia não se cumpriu.

Ele veio a falecer por causa de sua falsa profecia.

4.6 Analisando suas visões e escritos

Verifique a seguir algumas declarações de EGW confrontadas com a Bíblia:

4.6.1 A Porta da Graça Fechada

Diz ela:

Por algum tempo depois da decepção de 1844, mantive, juntamente com o corpo

do advento, que a porta da graça estava para sempre fechada para o mundo.

Este ponto de vista foi adotado antes de minha primeira visão. Foi a luz a mim

concedida por Deus que corrigiu o nosso erro, e habilitou-nos a ver a verdadeira

atitude (Mensagens escolhidas, vol I, p. 63).

Esta falsa profecia de EGW tem dado forte dor de cabeça aos adventistas. Esse ensino

perdurou de 1844 a 1851. Eles acreditavam que a chance de salvação não estava mais em vigor.

Assim sendo, todas as pessoas que pediam a Jesus perdão de seus pecados, não eram mais

ouvidas (The Present Truth, p. 22). EGW procurou desculpar-se ao dizer que isso ocorreu antes

da sua primeira visão. Os adventistas costumam referir-se a essa profecia como a Teoria da

porta fechada.

4.6.2 A Segunda Vinda de Jesus

O que EGW escreve sobre a segunda vinda de Jesus é francamente confuso e Deus

não é Deus de confusão (1 Co 14.33). A um tempo declara que ouviu a voz de Deus que lhe

anunciou o dia e a hora da vinda de Jesus. Depois, afirma que se esqueceu do dia e da hora.

Adverte contra os que se aventuram marcar datas para esse acontecimento profético. Qualquer

leitor da Bíblia sabe que não é possível sabermos o dia e a hora da vinda de Jesus. ―Porém

daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, mas unicamente meu

Pai.‖(Mt 24.36) ―Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo

seu próprio poder.‖(At 1.7)

Vejamos o que EGW escreveu sobre a segunda vinda de Jesus:

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Foi-me mostrado o grupo presente à assembléia. Disse o anjo: ‗Alguns, pasto

para os vermes, alguns sujeitos às sete últimas pragas, alguns estarão vivos e

permanecerão na Terra para serem trasladados por ocasião da vinda de Jesus

(O testemunho de Jesus, p. 108).

Essa profecia foi feita numa reunião de manhã cedo, em Battle Greek, Michigan, em

1856. Se diminuirmos 1856 de 2010, teremos, como resultado, 154 anos. Porventura existe

alguém vivo daquela reunião aguardando a volta de Cristo? Para justificar o erro profético dela,

seus defensores saem pela tangente com a seguinte explicação:

É-nos dito pela mensageira do Senhor que se a igreja remanescente houvesse

seguido o plano de Deus em fazer a obra que lhe indicara, o dia do Senhor teria

vindo antes disto, e os fiéis teriam sido recolhidos ao reino (idem, p. 110).

4.6.3 Outra Profecia

Diz ela:

Logo ouvimos a voz de Deus, semelhante a muitas águas, a qual nos anunciou o

dia e a hora da vinda de Jesus. Os santos vivos, em número de 144.000,

reconheceram e entenderam a voz, ao passo que os ímpios julgaram fôsse um

trovão ou terremoto. Ao declarar Deus a hora, verteu sobre nós o Espírito Santo,

e nosso rosto brilhou com esplendor da glória de Deus, como aconteceu com

Moisés, na descida do monte Sinal (Primeiros Escritos, p. 15).

Diz EGW que não só ela, mas ainda mais 144.000 reconheceram e entenderam a voz

que indicava o dia e a hora da vinda de Jesus. Admitimos que todos concordaram que ela deveria

indicar o dia e a hora da vinda de Jesus. O que disse, no entanto? Simplesmente ela descarta essa

informação com a seguinte alegação:

Ouvi a hora proclamada, mas não tinha lembrança alguma daquela hora depois

que saí da visão (Mensagens escolhidas, vol, I p. 76).

É preocupante alguém afirmar que Deus lhe deu uma visão com dados tão importantes

indicando o dia e a hora da vinda de Jesus e em seguida tal pessoa simplesmente esquecer tais

dados. Cento e quarenta e quatro mil presentes ouviram a mesma informação, por que não a

ajudaram a relembrar esse pormenor sobre a vinda de Jesus? Estaria EGW realmente falando a

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verdade quando afirmava que Deus lhe deu indicação sobre o dia e a hora da vinda de Jesus? É

para duvidar! Entretanto, Jesus afirmou que do dia e hora da sua vinda ninguém saberá (Mt

24.36) Mas não param aí as afirmações dela.

Afirma que devemos ter cuidado com qualquer pessoa que se aventure a indicar o dia e

a hora para a vinda de Jesus.

Precavenham-se todos os nossos irmãos e irmãs de qualquer que marque tempo

para o Senhor cumprir Sua Palavra a respeito de Sua vinda, ou acêrca de

qualquer outra promessa de especial importância, por ele feita. ‗Não vos

pertence saber os tempos ou estações queo o pai estabeleceu pelo Seu próprio

poder.‘ Falsos mestres podem parecer muito zelosos da obra de Deus, e podem

despender meios para apresentar ao mundo e à igreja as suas teorias; mas como

misturam o erro com a verdade, sua mensagem é de engano, e levara almas para

veredas falsas. Deve-se-lhe fazer oposição, não porque são homens maus, mas

porque são mestres de falsidades e procuram colocar sôbre a falsidade o sinête

da verdade (Testemunhos seletos, vol. II, p. 359).

O julgamento que EGW faz de pessoas que misturam o erro com a verdade, levando

almas para veredas falsas é correto. É o seu caso específico. Não lhe fazemos oposição por ter

sido má pessoa, mas porque é provada falsa profetiza à luz da Bíblia: tem desencaminhado

milhões de pessoas com suas falsas profecias.

4.6.4 Guerra Civil Americana

Profetizou ela sobre a guerra:

Quando a Inglaterra declarar guerra, tôdas as nações terão seu próprio

interesse em acudir, e haverá guerra geral e confusão geral.‖ (Testemony for

the church, vol. I, apud Subtilezas do erro, p. 42).

É interessante observar as palavras ―Quando‖ e ―haverá‖, pois elas deixam claro que

num futuro a Inglaterra declararia guerra e com ela outras nações se envolveriam. No entanto, a

história americana sobre a guerra civil não registra o envolvimento da Inglaterra e muito menos

de outras nações. Taxativamente outra falsa profecia. Sobre a Guerra Civil americana não foi ela

a única que errou. Joseph Smith Jr. - Profeta da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos

dias, caiu no mesmo erro. Disse ele:

Pois que os Estados do Sul se dividirão contra os Estados do Norte, e aquêles

pedirão auxílio a outras nações, mesmo à Grã-Bretanha, como o é chamada, e

pedirão auxílio de outras nações, a fim de se defenderem contra outras nações, e

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então as guerras se esparramarão sobre todas as nações (Doutrina e Convênios,

seção 87.3).

EGW e Joseph Smith são profetas do mesmo nível: suas profecias não se cumpriram. A fonte da

profecia era de Deus, dos homens ou dos demônios? Fica com o aluno a resposta. (1 Tm 4.1; 1

Jo 4.1-3)

Tudo quanto ela escreveu foi ―profeticamente exato‖? Claro que não!

4.6.5 Contagem dos 2.300 dias a partir de 457 A C.

Uma data importantíssima para os adventistas é 22 de outubro de 1844: Segundo eles,

nesse dia Jesus passou para o segundo compartimento do santuário celestial para levar à cabo a

conclusão da sua obra de redenção iniciada na cruz. Para chegar a essa data – 22 de outubro de

1844 – contaram 2.300 dias proféticos de Dn 8.14 (2.300 anos segundo os adventistas), partindo

de 457 A C. Por que exatamente 457 A.C.? Informa ela que nessa data se deu início à

reconstrução dos muros de Jerusalém, ponto de partida para a contagem das 70 semanas de Dn

9.25 ―Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao

Messias...‖ Diz ela:

O ponto de partida para o período de 2.300 dias, entrou em vigor no outono do

ano 457 antes de Cristo, e não no começo do ano, conforme anteriormente se

havia crido. Contando o outono de 457, os 2.300 anos terminam no outono de

1844 (O Conflito dos séculos, p. 398, 1980).

Qualquer pessoa um pouco cautelosa no estudo da Bíblia descobriria que o decreto de

Artaxerxes de 457 A C. não foi expedido para a reconstrução da cidade de Jerusalém (Dn 9. 25)

Foi o decreto de Artaxerxes editado para a ornamentação do templo de Jerusalém. Os adventistas

indicam a passagem de Ed 7.12 como apoio bíblico (Apocalipse Revelado, p. 120). Entretanto,

lendo-se as passagens de Ed 1.1,2; 4.1-5, 11-14; 6.1-5, 14,15; 7.11, 20,27 é de notar-se que as

referências tratam do decreto de ornamentação da casa de Deus. Nada se lê sobre a reconstrução

da cidade de Jerusalém. O decreto de reconstrução da cidade se deu em 445 A C. como lemos

em Ne 2.1-6:

Sucedeu pois, no mês de Nisã, no ano vigésimo do rei Artaxerxes, que estava posto vinho

diante dele, e eu tomei o vinho, e o dei ao rei; porém nunca antes estivera triste diante

dele. E o rei me disse: Por que está triste o teu rosto, pois não estás doente? Não é isto

senão tristeza de coração. Então temi muito em grande maneira. E disse ao rei: Viva o rei

para sempre! Como não estaria triste o meu rosto, estando a cidade, o lugar dos sepulcros

de meus pais, assolada, e tendo sido consumidas as suas portas a fogo? E o rei me disse:

Que me pedes agora? Então orei ao Deus dos céus, e disse ao rei: Se é do agrado do rei, e

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se o teu servo é aceito em tua presença, peço-te que me envies a Judá, à cidade dos

sepulcros de meus pais, para que eu a edifique.

Os próprios adventistas reconhecem a improcedência da data de 457 A C. como a data do

início da reconstrução dos muros de Jerusalém. A reconstrução dos muros de Jerusalém se

deu sob a direção de Neemias e isso ocorreu em 445 A C. Dizem os adventistas:

Neemias Reconstrói Jerusalém – Neemias tinha um emprego lucrativo fácil e seguro

como copeiro do rei persa. Mas, um dia ouviu o chamado do dever. Visitou-o seu irmão

de Jerusalém e lhe disse como os muros estavam derribados e as portas queimadas. Em

resultado dessa visita, Neemias pediu que fosse encarregado da obra de reconstruir a

cidade (Meditações matinais, p. 165, 1970).

Considerando que Artaxerxes subiu ao trono no ano 465 no vigésimo ano do seu

governo se deu a ordem para a reconstrução dos muros e da cidade de Jerusalém.

Diz o Dicionário da Bíblia, de John Davis na página 55

No sétimo ano de seu reinado, 458 A C. Artaxerxes permitiu que Esdras levasse para

Jerusalém uma grande multidão de cativos, Ed 7.11,12,21; 8.1, e no ano 20, também de

seu reinado 445 A C. concedeu a Neemias licença para fazer sua primeira viagem a

capital judaica e reconstruir os muros da cidade

Embora os fatos são gritantes em apontar a forte influencia de EGW nas doutrinas adventistas,

o escritor adventista Arnaldo B. Christianini assim se manifesta:

A bem da verdade deve-se dizer que desconhecemos o que seja ‗doutrinas da Sra. White‘,

de vez que ela não apresentou nenhuma doutrina nova (Subtilezas do erro, p. 42)

5. O MINISTÉRIO DE CRISTO NO SANTUÁRIO CELESTIAL

Após o chamado ―Grande Desapontamento‖, o movimento adventista se esfacelou em

vários grupos, cada um com destinos distintos uns dos outros. Alguns destes voltaram para suas

antigas igrejas de onde haviam saído, outros abandonaram a fé e outros ainda formaram grupos

independentes para estudarem a Bíblia a procura de explicações para o fracasso profético.

Em um destes grupos se encontrava o senhor Hiram Edson. Edson alegou ter tido uma

visão (em um milharal) onde teria visto Cristo em um santuário no céu. Interpretando a visão,

Edson e os demais membros do grupo, afirmaram que Miller estava correto quanto à data,

porém, o santuário não seria a terra e sim, o céu. A ―volta de Jesus‖ teria sido nada mais que uma

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passagem de um compartimento para outro. Em outras palavras, Jesus teria saído do santo lugar

e entrado no santíssimo e está agora fazendo um ―juízo investigativo‖.

No livro ―O Grande Conflito‖ se lê:

... antes que se complete a obra de Cristo para a redenção do homem, há também uma

expiação para tirar também o pecado do santuário. Este é o serviço iniciado quando

terminaram os 2300 dias. Naquela ocasião, conforme fora predito, pelo profeta Daniel,

nosso Sumo Sacerdote entrou no lugar santíssimo para efetuar a última parte de sua

solene obra - purficar o santuário (―O Grande Conflito.‖ Ellen Gould White. CPB, 1971,

p. 420).

Destarte, os que seguiram a luz da palavra profética, viram que em vez de vir Cristo à

terra, ao terminarem em 1844 os 2300 dias, entrou ele então no lugar santíssimo do

santuário celeste, a fim de levar a efeito a obra final da expiação, preparatória à sua

vinda (Ibdem p. 421).

Refutação:

Os Adventistas do Sétimo Dia estão errados quanto ao tempo, ao lugar e ao trabalho de Cristo.

1. Tempo: A data indicada para começar a contagem dos 2300 anos de Daniel 8.13-14 deveria

ser contada a partir da ordem para reedificar Jerusalém (Dn 9.25). Essa ordem é contada a partir

de 445 a.C. (Ne 2.1-8) e não 457 a.C. (―Meditações Matinais‖, 1970, p. 165, CPB; ―Dicionário

da Bíblia‖, John Davis, p. 65). Em 457 a.C. Esdras foi enviado a Jerusalém, conforme Ed 7.11,

com a missão de providenciar a ornamentação do templo (7.15-17, 19-24). A ordem para

reedificar Jerusalém — repetimos — ocorreu em 445 a.C. (20º ano do reinado de Artaxerxes)

quando Neemias foi enviado à cidade para restaurá-la.

2. Lugar: Jesus entrou no santo dos santos do santuário celestial 40 dias depois da sua

ressurreição (At 1.3, 9-11) e não em 22 de outubro de 1844. O livro de Hebreus foi escrito em 64

a.D. e o escritor declara que Cristo já entrara no santo dos santos quando o livro foi escrito —

(Hb 6.19-20 c.c. Lv 16.2; Nm 7.89; 1 Sm 4.4; 2 Rs 19.15; Êx 26.33); Hb 9.23-24; 10.19-20; 8.1;

Ap 3.21; Ef 1.20-22;

3. Trabalho de Cristo: Cristo concluiu sua obra de redenção na cruz (Cl 2.14-17) e, ao subir ao

céu, esta obra já estava terminada definitivamente — Hb 1.3; 9.12-14,24;10.10-12.

A Palavra de Deus é claríssima quanto à obra que foi completada na cruz do Calvário

por Jesus. A frase ―salvar perfeitamente‖ tem o significado pleno, ou seja, quando o Senhor

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bradou que ―estava consumado‖ lá na cruz, Ele estava dizendo que Deus já havia feito tudo,

cabendo ao homem agora, aceitar ou recusar essa salvação.

5.1 Explicando as 2.300 Tardes e Manhãs de Daniel 8:14

Calculando que cada um dos 2.300 dias representava um ano, Miller tomou o regresso

de Esdras do Cativeiro, no ano 457 antes de Cristo, como ponto de partida para o cálculo onde

supostamente demonstraria que Cristo voltaria a terra, em pessoa, no ano de 1.843. Mas como no

dia determinado não ocorreu nada, a data foi alterada para 1.844.

Antes de explicarmos o que são as 2.300 ―Tardes e Manhãs‖ é bom deixar claro o que

elas não são. A primeira coisa que devemos ter em mente é que elas não são bases de cálculos

para a volta de Cristo. A Bíblia é clara quanto a previsões sobre a volta de Cristo: Daquele dia e

hora, porém, ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, senão só o Pai (Mt 24.36).

Sempre é bom lembrar uma regra básica de hermenêutica (regras de interpretação bíblica), que

afirma ser preciso, o quanto seja possível, tomar as palavras em seu sentido usual e comum. Ou

seja: o texto deve ser sempre interpretado literalmente, caso não tenha sentido, então se deve

analisar outras hipóteses. A Bíblia afirma categoricamente que eram dias e não anos. Isto é

confirmado no versículo vinte e seis deste capítulo: E a visão da tarde e da manhã, que foi dita,

é verdadeira. Tu, porém, cerra a visão, porque se refere a dias (dias normais) mui distantes (o

parêntese é nosso). Deve-se considerar que para uma análise mais precisa deste livro profético é

imprescindível o conhecimento da história secular que correu paralelamente à história sagrada.

Observe a explicação do renomado escritor Abraão de Almeida (ex-adventista), sobre

os acontecimentos da história secular paralelos ao livro de Daniel:

Entre esta e aquela data, a Judéia passou por muitas vicissitudes, destacando-se a

opressão sob Antíoco Epifânio (ou Epífanes)...Ele governou a Síria de 175 a.C. a 164

a.C. Sua crueldade e intolerância religiosa fizeram dele um tipo do futuro Anticristo. O

relato Bíblico que trata desse rei está em Daniel, capítulos 8 e 11. No capítulo 11, o

mesmo Antíoco Epifânio é descrito como ‗homem vil‘ que não tinha quaisquer direitos à

dignidade real, por ser filho menor de Antíoco, o grande, mas obteve a coroa usando-se

de lisonjas. É viva, no primeiro capítulo apócrifo dos Macabeus, a descrição que se faz

dos males ocasionados na Judéia pelos judeus infiéis, do saque de Jerusalém e da

introdução do culto pagão em toda a Palestina: ‗O seu santuário ficou desolado como

um ermo, os seus dias de festa se mudaram em pranto, os seus sábados em opróbrio, as

suas honras em nada. À proporção da sua glória se multiplicou a sua ignomínia: E a sua

alta elevação foi mudada em luto... E o rei (Antíoco Epifânio) dirigiu cartas suas, por

mãos de mensageiros , a Jerusalém, e a todas as cidades de Judá: Mandando-lhes que

seguissem as leis das nações da terra. E proibisse que o Templo de Deus se fizessem

holocaustos, sacrifícios, e oferta em expiação pelo pecado. E proibissem os lugares

santos, e o santo povo de Israel. Outrossim, mandou que se edificassem altares, e

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templos, e que se levantassem ídolos, e sacrificassem carne de porco. E reses

imundas...‘(Cap.1, vrs.41,41,46-50 de 1Macabeus). Os registros históricos confirmam as

sombrias características de Antíoco Epifânio. Ele foi considerado um louco sanguinário

pelos historiadores gregos e um fomentador de intrigas entre o seu reino e o do Egito.

Sua vida em relação ao judaísmo foi uma blasfêmia contra o próprio Deus( levantar-se-á

contra o Príncipe dos príncipes – Dn.8:25) e sua morte por desgosto, em razão do

fracasso contra os romanos, mostra que ele foi ‗quebrado sem esforço de mãos

humanas‘. Scofield e outros estudiosos do assunto entendem que a ponta pequena do

capítulo 8 é Antíoco Epifânio (Dn.8:9), oitavo governador da casa dos Selêucidas, que

reinou de 175 a 164 a.C. Intolerante em religião, intentou destruir a religião dos judeus

pela força. Ordenou que os judeus demonstrassem publicamente seu repúdio à religião

de seus pais, violando as leis e as práticas legadas a ela: que profanasse o Sábado, as

festividades e o santuário, construindo altares e templos aos ídolos pagãos; que

sacrificassem carne de porco nos altares do templo e não circuncidassem seus filhos. O

judeu que desobedece à palavra do rei seria morto. A pressão de Antíoco sobre os

Judeus, cada vez mais cruel, culminou no décimo quinto mês de quisleu (dezembro), do

ano 168 a.C., quando uma gigantesca estátua de Zeus Olímpio foi colocada atrás do

altar de sacrifício, e os pátios do Templo transformados em lugares de lúbricos bacanais

(festas de orgias). Os que se recusaram a obedecer aos decretos reais fugiram ou

morreram, Milhares foram sacrificados, e nessa conjuntura irrompeu a revolta dos

Macabeus, repleta de atos heróicos. Os atos de bravura doa Macabeus acabaram por

vencer, no final de 165 a.C., definitivamente, as bem equipadas e esplendidamente

treinadas tropas Selêucidas. Antíoco, logo ao receber a notícia de que seus exércitos

haviam sido irremediavelmente batidos, morreu de desgosto entre Elimaís e Babilônia.

No vigésimo quinto dia de quisleu, de 165 a.C., Judas, o Macabeu, depois de purificar o

templo (ou santuário), reconsagrou-o acendendo as lâmpadas do candelabro sagrado,

oferecendo incenso no altar de ouro, levou oferendas ao altar dos sacrifícios e decretou

que todos os anos o evento fosse comemorado, nascendo assim a ‗CHANUKAH‘, festa da

Dedicação – João 10:22 (As visões proféticas de Daniel, pp. 58-63, 1982)

Quanto à festa da Dedicação observe o que afirma o dicionário Bíblico de J. Davis,

Nome de uma festa anual, instituída por Judas Macabeu no ano 165 a.C. para

comemorar a purificação e restauração do templo, três anos depois que havia sido

profanado (aproximadamente 1150 dias, Dn.8:14) pela idolatria grega introduzida por

Antíoco Epifanes, (1Macabeus 4:52-59)... Jesus compareceu a esta solenidade, pelo

menos uma vez, quando pronunciou um discurso ao povo que concorria a Jerusalém,

João 10:22. Os Judeus ainda celebram a festa da dedicação.

Como podemos observar o texto de Daniel, sobre as 2.300 tardes e manhãs, que

correspondem a 2.300 sacrifícios (Ed.3:3) ou 1.150 dias, se cumpriram literalmente na

restauração do templo no ano de 165 a.C.

6. JESUS CRISTO NA TEOLOGIA ADVENTISTA

Os adventistas costumam afirmar que sua cristologia é igual a das demais confissões

evangélicas. Mas quando vamos estudar de fato a teologia adventista percebemos que sua

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cristologia não é ortodoxa no mínimo em dois pontos: na natureza e na personalidade de Jesus

Cristo.

6.1 Jesus e o Arcanjo Miguel

Para os adventistas, Miguel é um dos nomes pelos quais Jesus é reconhecido na

Bíblia. Acreditam, portanto, que não existe um ser angelical chamado Miguel, mas que o

Arcanjo é o mesmo Jesus. Este ensino é o mesmo das Testemunhas de Jeová e reflete a

influência ariana de alguns pioneiros no começo do movimento.

Para sustentar esse ensino alegam os seguintes pontos:

1. O nome Miguel (Quem é como Deus?) se refere a Cristo.

2. A semelhança da liderança dos exércitos angelicais de Miguel e Jesus (Conf. Ap 12.7 com Mt

24.30-31 e Ap 19.11-14)

3. O fato de haver um só Arcanjo na Bíblia e este ser identificado apenas com Miguel.

Refutação Apologética:

A propósito do nome Miguel significar ―Quem é como Deus?‖, não é prova conclusiva que ele

seja Jesus. Ora, Gabriel significa ―Força de Deus‖ ou ―Deus é forte‖, mas nem por isso

poderemos retirar daí alguma semelhança com a divindade. Essa interpretação é oriunda dos

rabinos que a tiraram de uma lenda. Diz a lenda que Lúcifer queria ser como Deus conforme a

passagem de Isaías 14.13,14. Então Miguel se pôs na frente dele e disse "Quem é Como Deus?".

Quanto à liderança dos exércitos de anjos entre Miguel e Jesus são apenas

lideranças semelhantes já que Miguel lidera uma guerra contra Satanás e seus anjos, mas Jesus

não guerreará com Satanás, mas destruirá o inimigo sem nenhuma batalha.

Será que Miguel é o único Arcanjo na Bíblia? Tudo indica que não. Em Daniel 10.13 Miguel é

chamado de ―um dos primeiros príncipes‖, dando a entender que há outros à sua semelhança. De

fato a mentalidade judaica interpretava desta maneira a questão, já que no livro apócrifo de Enoc,

Gabriel é considerado um dos sete Arcanjos. Tudo indica que nos exércitos celestiais há vários

arcanjos e Miguel é um deles.

Analisaremos outro erro crasso nas palavras da Sra. White:

Moisés passou pela morte, mas Cristo desceu e lhe deu vida antes que seu corpo visse a

corrupção. Satanás procurou reter o corpo, pretendendo-o como seu; mas Miguel

ressuscitou Moisés e levou-o ao Céu. ...Satanás maldisse amargamente a Deus,

acusando-o de injusto por permitir que sua presa lhe fosse tirada; Cristo, porém, não

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repreendeu a Seu adversário, embora fosse por sua tentação que o servo de Deus

houvesse caído. Mansamente remeteu-o a Seu Pai, dizendo: ‗O Senhor te repreenda‘

(Primeiros Escritos, p. 164, 1995).

Refutação Apologética:

Dois erros doutrinários se encontram nessa declaração de EGW:

1) Miguel ressuscitou Moisés, quando de fato é Jesus quem ressuscitará os mortos por ocasião da

sua vinda, o que ainda não se deu (1 Ts 4.16-17; 1 Co 15.51-54). Se Moisés não provasse a

corrupção no seu corpo e já tivesse sido ressuscitado, seria ele as primícias dos mortos: quando,

de fato, Jesus foi as primícias dos mortos, Mas agora Cristo ressuscitou dos mortos, e foi feito as

primícias dos que dormem (1 Co 15.20).

2) A passagem citada por EGW, para afirmar que Jesus não repreendeu seu adversário, o diabo, é

Judas 1.9, que diz: Mas o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo, e disputava a respeito

do corpo de Moisés, não ousou pronunciar juízo de maldição contra ele; mas disse: O Senhor te

repreenda. Este texto, como lemos, trata de Miguel, o arcanjo, e não de Jesus. É a Jesus que

Miguel, o arcanjo, recorre para repreender a Satanás e não a Deus, o Pai. EGW confunde Miguel

com Jesus como se ambos fossem a mesma pessoa. Jesus, em sua vida terrena, por várias vezes,

repreendeu Satanás e ao passo que Judas afirma que Miguel não pode fazê-lo, invocando a

autoridade de Jesus para isso. Em diversas passagens Jesus repreendeu Satanás (Conf. Mt 4.10-

11 - 16.23). Por fim, Jesus é Criador (Jo 1.3; Cl 1.15-16) e Miguel é criatura celestial, criada pelo

próprio Jesus. Os anjos não podem ser adorados (Cl 2.18; Ap 22.8-9) ao passo que Jesus é

adorado pelos próprios anjos (Hb 1.6; Ap 5.11-13). Miguel é um dos primeiros príncipes (Dn

10.13) indicando com isso que existem outros iguais a ele; entretanto, Jesus é o Unigênito do Pai,

mostrando que não existe outro igual a Ele (Jo 1.14).

6.2 Jesus possuía uma natureza pecaminosa

Apesar de este ensino ser ainda motivo de debates entre os teólogos adventistas, ele não

foi de todo abolido. Veja o que diz o livro adventista Estudos Bíblicos, (CPB. Edição 1979, pp.

140/41) sobre esse ensino da natureza pecaminosa de Jesus:

Em sua humanidade, Cristo participou de nossa natureza pecaminosa, caída. De

sua parte humana, Cristo herdou exatamente o que herda todo o filho de Adão —

uma natureza pecaminosa.

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Refutação Apologética:

Pode Jesus realmente salvar-nos com uma natureza humana pecaminosa? A Bíblia

afirma que Jesus foi concebido sem pecado, como lemos em Mt 1.18-23. José tencionava

abandonar Maria, secretamente, quando a viu grávida, mas foi informado, em sonhos, para não

fazê-lo, pois o que nela estava gerado era do Espírito Santo. O mesmo se lê em Lc 1.30-35

quando o anjo Gabriel informou que ela conceberia virginalmente. O Jesus da Bíblia era santo,

inocente, imaculado (Hb 7.26). Não se pode negar a real natureza humana de Jesus: sentia fome,

sede, cansaço, sono, derramou sangue e suor. Era um homem completo no sentido físico e negar

a natureza humana de Jesus é estar mancomunado com o anticristo (1 Jo 4.1-3; 2 Jo 7). Todavia,

há uma grande diferença entre ter uma natureza humana e uma natureza humana caída. Esse não

é o Jesus da Bíblia, mas outro Jesus (2 Co 11.4).

7. A NATUREZA HUMANA

Os adventistas acreditam que o homem é um ser holístico e inseparável. Acreditam

também que o homem é uma alma ao invés de possuir uma. Invocam para sustentar tal alegação

o seguinte texto bíblico: E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou-lhe nas

narinas o fôlego da vida; e o homem tornou-se alma vivente (Gn 2.7). Afirmam que depois da

morte somos reduzidos à inconsciência. Ao morrer o homem deixa realmente de existir. Para

eles a metáfora do ―sono‖ em relação à morte prova a inconsciência humana no além.

No livro ―Subtilezas do Erro‖, página 217 CPB, lemos:

O que o homem possui é o fôlego da vida ou vida (o que dá animação ao corpo),

que lhe é retirado por Deus, quando expira. E o fôlego é reintegrado ao ar, por

Deus. Mas não é entidade consciente ou o homem real como querem os

imortalistas.

Refutação Apologética

É importante que o aluno saiba que a teologia do Velho Testamento quanto à natureza

humana é progressiva, assim como a da natureza divina (Trindade). Ambas são apresentadas de

maneira incompletas no Velho Testamento só vindo a ser plenamente reveladas no Novo

Testamento.

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Embora o homem seja um ser holístico, pois sua constituição se dá com o espírito, a

alma e o corpo juntos e nunca separados, não obstante, o Novo Testamento revela-nos que neste

ser único há duas partes diferentes.

A maioria dos cristãos acredita que o homem é formado por duas partes. Para tentar

explicar essa constituição dual a teologia desenvolveu duas teorias: a tricotomia que afirma que o

homem é composto por três elementos: espírito, alma e corpo e a dicotomia que afirma que a

composição humana é apenas entre espírito e corpo. Os defensores deste último ponto de vista

acreditam que os termos alma e espírito se referem na verdade à mesma essência imaterial, mas

ambos sustentam haver duas partes: uma material e outra imaterial.

7.1 Analisando Gênesis 2.7

Os adventistas fazem uma pergunta retórica nos seguintes moldes: O homem se tornou

uma alma ou possui uma dentro dele? Para depois responderem: é claro que o homem é uma

alma como são os animais.

Concordamos plenamente com eles neste ponto, haja vista, o texto em lide ser bastante

claro: o homem veio a ser uma alma vivente. Porém, devemos levar em consideração que a

palavra alma deve ser vista dentro de seu respectivo contexto. Entendemos que a nossa vida está

na alma, sendo assim, naquele momento em que Adão recebeu o sopro divino, veio a ser uma

alma, ou seja, veio a se tornar uma vida como os animais. A palavra alma não é uma palavra

unívoca, dependendo do contexto ela pode assumir diversos significados, vejamos:

a) Alma como a pessoa em si mesma - Dt. 24.7,

b) Alma como sangue - Gn. 9.4; Lv. 17.14,

c) Alma como expressão psíquica - Sl 86.4,

d) Alma como vida - Gn. 2.7,

e) Alma como entidade espiritual separada do corpo – Mt. 10.28.

Portanto, o texto de Genesis 2.7 não contraria em nada a doutrina da imortalidade da

alma. Aliás, por este prisma joga mais luz na questão. Deus disse que o homem era pó e ao pó

voltaria.

Raciocinemos: O que volta ao pó é a alma ou o corpo? Observe o aluno que a Bíblia

em lugar algum menciona a alma voltando ao pó, somente o corpo. Eclesiastes 12.7 diz que o pó

vai a terra e o espírito volta a Deus. É por isso que quem ressuscita é sempre o corpo e nunca a

alma. Portanto, a alma em si mesma não morre, a não ser espiritualmente (Ef. 2.1).

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Os adventistas estão errados pelo menos em três pontos básicos, vejamos:

1. O ―sono da alma‖ - A Bíblia realmente fala muito em dormir, (Lc 8.52; 8.49-56), mas o

dormir bíblico em relação às pessoas mortas é um recurso metafórico para dizer que a pessoa

está descansando (Ap 14.13).

Quando a Bíblia se refere à palavra dormir, o que os escritores têm em mente: O corpo ou a

alma/espírito? Vejamos um texto que irá jogar mais luz nesta questão:

"os sepulcros se abriram, e muitos corpos de santos que tinham dormido foram ressuscitados"

(Mt. 27.52).

Quem o texto diz que haviam dormido os santos ou seus corpos? O verso deixa claro

que eram os corpos deles que dormiam. Portanto, o espírito não morre nem dorme na morte do

homem. Dormir se refere ao corpo – Mt 27.52 e não à alma. Compare Dt 34.5-6 com Mt 17.1-3.

Ademais, mesmo uma pessoa que está dormindo não está totalmente inconsciente,

pois seu cérebro está trabalhando intensamente, criando sonhos onde ela se projeta como

protagonista. A mente traz as lembranças do dia-a-dia (Eclesiastes 5.3) possibilitando sonhar e

criar ―realidades‖ em seu mundo interior. É certo que fica inconsciente sobre tudo o que acontece

do ―lado de fora‖, mas isto não significa inconsciência total. O mesmo se pode dizer do sono

enquanto metáfora da morte.

2. A morte da alma - Os adventistas costumam citar Ezequiel 18.4 que diz: a alma que pecar,

essa morrerá com o intuito de provar a morte da alma. No entanto, omitem textos que se

analisados iriam contrariar seus argumentos.

Em Dt 31.16, Deus predisse que Moisés, em breve, estaria "dormindo" com seus pais.

Na interpretação adventista, sua alma estaria dormente no sepulcro. No entanto, esse mesmo

Moisés aparece com Elias, no Monte da Transfiguração, conversando com Jesus: Apareceu-lhes

Elias e Moisés, e estavam falando com Jesus (Mc 9.4).

Se Moisés "dormia", com seus pais, isto é, estava morto, como então apareceu falando com Jesus

milhares de anos depois?

Para responder esse dilema, os adventistas se valem da interpretação que EGW faz da passagem

de Judas 9. Nessa passagem ela afirma que Deus ressuscitou Moisés. No entanto é um argumento

especulativo. Não há provas bíblicas para esta interpretação.

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A verdade é que o espírito se separa do corpo na hora da morte e continua a viver

consciente de si mesmo e com todas as suas faculdades depois da morte, seja ímpio ou justo.

Quando é cristão vai estar com Cristo no céu: 2 Co 5.6-8; Fp 1.21-23; Lc 23.43; At 7.59; 2 Co

12.2-4 c.c. At 14.19; Hb 12.23; Ap 6.9-11. Se é ímpio vai para o Hades estar em tormentos – Lc

16.22-25; 2 Pe 2.17.

3. O espírito como fôlego de vida – Para os adventistas, o espírito humano é apenas o fôlego que

sustenta a vida e não uma entidade pessoal e consciente dentro deste corpo. Para provar que não

procede afirmar que o espírito do homem é o seu fôlego de vida ou o ar que respiramos e que é

reintegrado à atmosfera por ocasião da morte física, basta substituir a palavra espírito nas

referências bíblicas a seguir, pela palavra fôlego ou sopro e ver o resultado: os textos ficam sem

sentido — Mc 2.8; 8.12; At 17.16; Jo 13.21; 2 Co 7.1; 1 Pe 3.4; Mt 26.41.

7.2 Análise de duas passagens bíblicas constantemente citadas pelos adventistas

1) Eclesiastes 9:5,6 - Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa

nenhuma... Não têm eles parte em cousa alguma do que se faz debaixo do sol.

Refutação Apologética:

Observe que nesse verso Salomão não diz que a alma fica inconsciente. Ele apenas diz que os

mortos "não sabem coisa nenhuma", mas onde eles não sabem coisa nenhuma? Em si mesmos?

Eles ficam em um estado dormente? Claro que não. O texto afirma que os mortos não sabem de

nada que se faz ―debaixo do sol‖. Quando a pessoa morre, ela não tem mais acesso a este mundo,

por isso é improvável a comunicação com os mortos. Jesus mesmo disse na história do rico e

Lázaro que os mortos não podem sair de seus lugares, vide Lucas 16.26. Portanto, o texto de

Eclesiastes não ensina o chamado, sono da alma, como querem os adventistas.

Sem ciência (das coisas desta vida) sim, sem consciência (em si mesmo) nunca!

2) Salmos 88:10-12 - Mostrarás tu maravilhas aos mortos? ou levantam-se os mortos para te

louvar? Será anunciada a tua benignidade na sepultura, ou a tua fidelidade no Abadom

(abismo)? Serão conhecidas nas trevas as tuas maravilhas, e a tua justiça na terra do

esquecimento?

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Refutação Apologética:

Este texto apenas diz que os mortos não podem louvar a Deus, pois os mortos,

segundo Davi, não se levantarão mais. Encontram-se agora no ―mundo do esquecimento‖. A

revelação parcial deste assunto, no Velho Testamento, nutria os judeus com idéias negativas

quanto a vida após a morte.

Davi, neste trecho clama a Deus para que o livre de seus inimigos, pois está á beira da

morte (v. 3-5). Ele então passa a argumentar com Deus se sua morte traria alguma honra ou

benefício para a glória divina. É claro que não. Do que adianta um rei morto? Porventura tinha

alguma valia Davi morto para Deus? Somente ele vivo é que poderia trazer glória e honra ao

nome de Deus. Este parece ser o sentido mais óbvio do texto. Longe está de se tratar da não

consciência após a morte.

8. O aniquilamento dos ímpios e de Satanás

Outra doutrina escatológica que não possui base bíblica é a da destruição dos ímpios.

A teologia adventista postula que no final os pecadores serão exterminados para sempre. Esse

será um processo com que fará que o universo fique literalmente purificado do pecado.

É certo que um dia a controvérsia entre Cristo e Satanás acabará, mas os ímpios não

serão exterminados e sim condenados a sofrer eternamente.

Refutação Apologética:

De fato algumas passagens das Escrituras, como por exemplo, II Ts. 1.9, dão a

entender que o ímpio será ―destruído‖ por Deus, sofrendo ―a segunda morte‖ (Ap 20.14) ou indo

para a ―perdição‖ (II Pe 3.7). Por outro lado há outras passagens que indicam que os ímpios

sofrerão um consciente tormento (Lc 16.22-28). Surge então o questionamento: Os que não

forem salvos serão aniquilados, ou terão um consciente sofrimento para sempre?

A palavra ―destruição‖ não significa aniquilação, pois, caso contrário, não seria uma

destruição ―eterna‖. A aniquilação se dá num instante, e pronto, terminou. Se alguém sofre uma

destruição eterna, então tem de ter uma existência eterna também.

Além disso, a ―morte‖ não significa aniquilação, mas separação. Adão e Eva morreram

espiritualmente no momento em que pecaram, contudo eles ainda permaneceram existindo e

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podiam ouvir a voz de Deus (Gn 2.17; cf. 3.10). De igual modo, antes de alguém ser salvo, ele

está ―morto em seus delitos e pecados‖ (Ef 2.1), contudo ainda é a imagem de Deus (Gn 1.27; cf.

9.6; Tg 3.9), e é convidado a crer (At 16.31), a arrepender-se (At 17.30) e a ser salvo.

Assim também, quando é dito que o ímpio vai para a ―perdição‖ (II Pe 3.7) ou quando

Judas é chamado de ―filho da perdição‖ (Jo 17.12), isso não significa que eles sejam aniquilados.

A palavra ―perdição‖ (apõleia) significa apenas perecer ou ir à ruína. Jesus falou do

inferno como sendo um cemitério de sucatas ou um campo de lixo, onde o fogo não cessará

jamais, e onde o corpo da pessoa ressuscitada não será consumido.

Considere mais estes pontos como evidências da condição dos ímpios na eternidade:

Primeiro, o rico que morreu e foi para o inferno tinha plena consciência de seu tormento (Lc

16.22-28), e não há indicação alguma no texto de que esse tormento um dia iria terminar.

Segundo, Jesus falou repetidamente que, para as pessoas no inferno, ―haverá choro e ranger de

dentes‖ (Mt 8.12; 22.13; 24.51; 25.30), o que indica que elas estarão lá conscientes.

Terceiro, a Bíblia diz que o inferno tem a mesma duração que o céu, ou seja, é ―eterno‖ (Mt

25.41).

Quarto, o fato de o castigo ser eterno indica que as pessoas também são eternas. Não se pode

sofrer o castigo, a menos que a pessoa exista, para ser punida (II Ts 1.9).

Quinto, a besta e o falso profeta serão lançados vivos dentro do lago de fogo quando começar o

milênio (Ap 19:20), e ainda estarão lá, conscientes e vivos, depois de mil anos (Ap 20.10).

Sexto, as Escrituras afirmam que o diabo, a besta e o falso profeta ―serão atormentados de dia e

de noite, pelos séculos dos séculos‖ (Ap 20.10). Mas não há como ser atormentado pelos séculos

dos séculos sem estar consciente pelos séculos dos séculos.

Sétimo - Jesus repetidamente referiu-se ao inferno como um lugar onde o fogo não se apaga (Mc

9.48), onde os próprios corpos dos ímpios nunca morrerão (cf. Lc 12.4-5). Mas não faria sentido

algum haver chamas eternas, se os corpos não tivessem alma, que é necessária para a pessoa

sofrer o tormento.

Oitavo, a mesma palavra usada para o verbo ―perecer‖, a respeito do ímpio, no AT (abad) é

empregada também a respeito da morte do justo (veja Is 57.1; Mq 7.2). A mesma palavra é usada

para descrever coisas que simplesmente tenham sido perdidas, mas depois encontradas (Dt 22.3),

o que prova que ―perdido‖ no texto em questão não significa deixar de existir. Assim, se

―perecer‖ significasse ―sofrer uma aniquilação total‖, então o salvo seria aniquilado também.

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Nono, seria contra a própria natureza dos seres humanos a sua aniquilação, já que eles são feitos

à imagem e semelhança de Deus, o qual é eterno (Gn 1.27). Para Deus, aniquilar a sua imagem

no homem Ele teria de destruir parte dele mesmo.

9. A LEI DE DEUS

A teologia adventista sustenta que a lei mosaica ou como chamam, Lei de Deus, ainda

está em vigência hoje em dia para todos os cristãos. Mas como há mandamentos desta lei que

foram claramente abolidos por Cristo, os adventistas dividiram a lei de Deus em duas leis: ―Lei

Moral‖ e ―Lei Cerimonial‖. Ensinam que uma parte da lei foi abolida na cruz – a Lei

Cerimonial. Mas, a outra parte da lei, a Lei Moral, restrita aos dez mandamentos, essa está em

vigor.

Refutação Apologética:

O grande problema com que se deparam os ASD quando pretendem guardar a lei de

Deus, é que a lei não implica só em guardar os dez mandamentos. A lei é um todo e abrange os

cinco livros de Moisés ou o Pentateuco com 613 mandamentos, como lemos em Gl 3.10. O texto

em apreço não afirma que é maldito quem não guardar os dez mandamentos, mas que é maldito

quem não guardar tudo o que está escrito no livro da lei. Isso se tornou uma impossibilidade, É

evidente que, pela lei, ninguém é justificado diante de Deus... (Gl 3.11). Dada a impossibilidade

de se guardar todos os 613 mandamentos, a Bíblia declara que a lei nos serviu de aio para nos

conduzir a Cristo e que depois que a fé veio já não estamos mais debaixo do aio (lei) (Gl 3.23-

25).

OS ASD estabelecem as seguintes diferenças entre uma e outra lei: Afirmam que a Lei

Cerimonial foi abolida e que a Lei Moral permanece em vigor e obrigatória. A divisão que fazem

é a seguinte:

LEI MORAL

Foi proferida por Deus

Foi escrita pelo dedo Deus em tábuas de pedra

Foi colocada dentro da arca

Deverá permanecer firme para sempre

Não foi destruída por Cristo

Devia ser engrandecida por Cristo

LEI CERIMONIAL

Foi ditada por Moisés

Foi escrita por Moisés num livro

Nenhuma coisa aperfeiçoou

Foi posta ao lado da arca

Foi cravada na cruz

Foi ab-rogada por Cristo

Foi tirada por Cristo

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Refutação Apologética:

Essa divisão da lei em duas leis é artificial como o reconhecem os próprios ASD.

Dizem eles:

Seria útil classificarmos as leis do Velho testamento em várias categorias: 1. Lei

moral; 2. Lei Cerimonial; 3. Lei Civil, 4. Estatutos e Juízos; 5. Leis de saúde.

Esta classificação é em parte artificial (Lições da Escola Sabatina, Lição n. 2, p.

18, de 8-1-1980).

Dizem mais os ASD,

Note que ‗A Lei de Moisés‘(Atos 15.5 nas Escrituras, refere-se a todas as leis

dadas por meio de Moisés - cerimonial, moral e civil.... A Lei de Moisés (Hb

10.28) incluía os dez mandamentos (Revista da Escola Sabatina, abril-junho

1990, p. 11-CPB).

A expressão ―cravada na cruz‖ é tirada de Cl 2.14-17 e no v. 16 está explícito, e sem

contestação, que se incluía nessa lei cravada na cruz o sábado semanal. Com isso os próprios

adventistas reconhecem que o sábado semanal foi cravado na cruz.

Ora se a Lei de Moisés refere-se a todas as leis dadas por Moisés incluindo os 10

mandamentos como sustentar biblicamente essa divisão da mesma lei em Lei Moral e Lei

Cerimonial como se fossem duas leis distintas?

A expressão Lei de Deus e Lei de Moisés são expressões sinônimas e não se trata de

leis distintas como afirmam os Adventistas do Sétimo Dia. Em Is 33.2 se lê de ―um só

Legislador‖ e assim tanto os dez mandamentos como os livros de Moisés foram dados por um só

Legislador – Deus, por meio de Moisés. É de Deus, pois foi dado por Ele e é de Moisés, pois foi

dada por intermédio de Moisés.

9.1 O emprego da palavra Lei

1. Basta ler Ne 8.1,3, 8, 14,18 onde a mesma Lei é chamada de Lei de Deus e Lei de Moisés,

indistintamente.

(Ne 8.1)...e disseram a Esdras, o escriba, que trouxesse o livro da lei de Moisés.

(v. 3) ... todo o povo estavam atentos ao livro da lei.

(v. 8) E leram no livro, na lei de Deus... (v.14) E acharam escrito na lei que o SENHOR

ordenara, pelo ministério de Moisés

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2. Em Gl 3.10 lemos: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão

escritas no livro da lei para fazê-las. Esse texto é uma citação de Dt 27.26. Lendo esse capítulo a

partir do v. 15 vamos encontrar preceitos morais dentro da lei chamada cerimonial.

Maldito o homem que fizer imagem de escultura, ou de fundição, abominação ao Senhor, obra

da mão do artífice, e a puser em um lugar escondido. E todo o povo responderá, e dirá: Amem.

(v. 15)

Seria este um preceito cerimonial só pelo fato de ter sido escrito por Moisés em um livro e posto

ao lado da arca e não dentro dela?

3. Lendo Mc 7.10 que declara: Porque Moisés disse: Honra a teu pai e a tua mãe. Esse

mandamento está incluído nos dez mandamentos, pois é citado em Ex 20.12. Um preceito

cerimonial considerando que foi Moisés que o disse, mas que faz parte da lei moral dos

adventistas, pois se trata do 5º mandamento do decálogo;

4. Lendo Jo 7.19 que declara: Não vos deu Moisés a lei? E nenhum de vós observa a lei. Por que

procurais matar-me? Onde a lei proíbe matar? Encontramos esse mandamento dentro dos dez

mandamentos – o sexto mandamento em Ex 20.13. Como foi Moisés que disse, deveria tratar-se

de um preceito cerimonial. Entretanto, os adventistas reconhecem que isso está dentro da lei

moral.

5. Jesus ensinou em Mt 22.37-39 que os dois maiores mandamentos são: amar a Deus e amar ao

próximo.

E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de

todo o teu pensamento.‖(Mt 22.37) Esse mandamento é encontrado em Dt 6.5, como se lê:

―Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas

forças.

E o segundo, semelhante a este, é: ―Amarás o teu próximo como a ti mesmo. (Mt 22.39) Este

mandamento se encontra em. Levíticos 19.18,:‖ Não te vingarás nem guardarás ira contra os

filhos do teu povo: mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor.

Ambos fazem parte do livro da Lei de Moisés colocado ao lado da Arca. Tomai este livro da lei,

e ponde-o ao lado da arca da aliança do SENHOR vosso Deus, para que ali esteja por

testemunha contra ti. (Dt 31.26). Esses dois mandamentos acham-se em Dt 6.5 e Lv 19.18.

(Dt 6:5) Amarás, pois, o SENHOR teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de

todas as tuas forças.

(Lv 19:18) Não te vingarás nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu

próximo como a ti mesmo. Eu sou o SENHOR.

10 – O SÁBADO

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O sábado possui proeminência entre as doutrinas defendida pelos ASD. Ela os

distingue até pelo nome – Igreja Adventista do Sétimo Dia.

Eles não escondem o ufanismo em se auto-intitularem como os verdadeiros

―restauradores do sábado‖, aplicando a si mesmos uma série de profecias bíblicas para

fundamentar esta alegação.

10.1 A origem do sábado na Igreja Adventista

Muitos ficariam surpresos ao descobrirem que os pioneiros dessa igreja nem sempre

guardaram o sábado. Isto porque 99% dos mileristas, que segundo alguns escritores, havia

chegado a cifra de 1 milhão, eram fiéis guardadores do domingo.

A respeito de Miller, A. B. Christianini afirma:

Miller jamais se tornou um adventista do sétimo dia. Rejeitou doutrinas básicas dos

adventistas do sétimo dia – como o sábado...Finalmente morreu como membro da igreja

batista, e irredutível observador do domingo (Subtilezas do Erro, pág. 40).

Como vimos, Miller, o líder deste movimento era observador do domingo, assim como

Tiago White e sua esposa Ellen G. White.

Muitos adventistas acreditam que a doutrina do sábado foi divinamente inculcada

através da chamada ―luz progressiva‖, ―verdade presente‖ e termos afins. É exatamente isso que

Ellen White tenta explicar:

O Espírito de Deus tocou o coração dos que estudavam a sua palavra. Impressionava-os

a convicção de que haviam ignorantemente transgredido este preceito... (O Grande

Conflito pág. 433).

Mas a verdade é bem diferente. O caso é que o sábado foi introduzido no movimento

adventista por influencia de pessoas que já guardavam-no.

Falando daqueles primeiros tempos de formação do movimento, certo escritor

adventista comenta:

Este grupinho de fiéis testemunhas, desapontadas, mas não desiludidas; foram

aos poucos recebendo novas luzes. E assim, aceitaram o sábado como em vigor

na dispensação cristã. Este mandamento da imutável lei de Deus foi introduzido

no movimento pela senhora Raquel Preston, egressa da igreja Batista do Sétimo

Dia, aceito e pregado veementemente por José Bates, e mais tarde ratificado

através de visões celestiais, por Ellen G. White. Porém foi T.M Preble, o

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primeiro a comunicar esta grande verdade por meio da imprensa aos mileritas

do advento (‗Assim Diz o Senhor‘, Lourenço Gonzalez – ed. ADOS pág. 415).

Em agosto de 1844, Thomas Preble, antes ministro batista, por si mesmo ou por

influência de Rachel Oakes ou Frederick Wheeler, também aceitou a

observância do sábado do sétimo dia. A Sra. Raquel Preston, batista do sétimo

dia chegou a visitar a igreja de New Hampshire em Washingtom, conseguindo

persuadir seus membros á observância do sábado. Tempos depois em meados de

1845, o sr. Joseph Bates visitou aquele grupo e foi influenciado por eles e pela

leitura do artigo de T.M. Preble sobre a questão do sábado (Le Roy Edwin

Froom – The Prophetic Faith of our Fathers, vol. IV, páginas 920 a 936 e 941).

Bates começou a guardar o sábado em março de 1845, sendo assim o primeiro

dos preeminentes guias pioneiros do povo adventista do sétimo dia a aceitar o

sábado ( Fundadores da Mensagem, p. 98).

Bates, posteriormente, publicou um folheto intitulado ―The Seventh-day Sabbath‖, que

foi lido por Tiago e Ellen White. Assim ambos uniram-se em torno desta doutrina. Mais tarde a

sra. White viria confirmar com suas visões a doutrina sabatista. Apesar de a idéia do sábado ter

sido introduzida por outros sabatistas, quem maior labutou para sua propaganda no meio

adventista foi o ex-marinheiro Joseph Bates.

É interessante acompanhar este pormenor, pois revela algo curioso

10.2 Doutrinas de concessão

Um fato importante a ser observado é o seguinte: Quando Bates veio fazer parte do

movimento adventista ele não cria nas visões e profecias de Ellen White. Observe as queixas que

Ellen White fazia a este respeito:

A primeira vez que me ouviu falar manifestou profundo interesse, Depois que eu

acabara de falar, levantou-se e disse: ‗Eu duvido como Tomé. Não creio em

visões...(Vida e Ensinos pág. 84).

Ele não cria então inteiramente que minhas visões provinham de Deus. (Ibdem,

p. 87)

Por sua vez a senhorita Harmon não aceitava a doutrina do sábado, dizia ela:

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O pastor Bates guardava o sábado, sétimo Dia da semana, e para esse dia nos

chamava a atenção como sendo o verdadeiro sábado. Eu não compreendia sua

importância e achava que ele errava em ocupar-se com o quarto mandamento

mais do que com os outros nove (Ibdem)

É preciso ressaltar que ela veio atestar com suas "revelações" a doutrina do sábado,

somente depois que ele (Bates) aprovou suas visões como sendo de procedência divina. Logo

após esta concessão feita por Bates ela teve uma visão da arca, do propiciatório e do 4º

mandamento. Assim ela recebia a luz concernente ao sábado:

O Senhor, porém, me deu uma visão do santuário celestial...Jesus levantou a

cobertura da arca e contemplei as tábuas de pedra...Fiquei aterrada quando vi o

quarto mandamento mesmo no centro dos dez preceitos, com uma suave auréola

de luz rodeando-o (Ibdem p.92).

Depois deste ―acordo‖ ela começou a pregar a doutrina sabatista.

Nos primeiros anos de seu trabalho, numa ocasião em que ela, seu esposo e o

pastor Bates eram quase os únicos que pregavam a verdade do sábado... (Vida e

Ensinos p. 249)

10.3 Como Ellen White guardava o sábado

O que muitos ignoram, inclusive adventistas, é que EGW não guardava o sábado como

o fazem atualmente a IASD. Vejamos:

Na assembléia realizada em 1855, três pessoas em especial se manifestaram

contra a guarda do sábado de pôr a pôr do sol: José Bates, Tiago e Ellen White:

―As conclusões então apresentadas por Andrews convenceram a maioria dos

presentes. Entretanto, o casal White, José Bates e outros mostraram-se

recalcitrantes em aceitar a nova luz.‖ (A Mão de Deus ao Leme, pag. 57)

Por fim, para não perder a direção do movimento, Ellen White teve outra visão. E é

por isso que os adventistas batem nesta tecla do pôr do sol até hoje. Não por que seja normativo,

mas por que a sra. White teve uma visão!

O curioso de tudo isso é que em 1847 a Sra. White tem uma visão na qual lhe é revelada a

importância do sábado. Aí em 1855, quase 10 anos depois, os adventistas descobrem que estão

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guardando o sábado de maneira errada, e então a Sra. White tem outra visão, na qual o tempo

correto para se observar o sábado lhe é mostrado. Isso não é algo no mínimo curioso? Porque o

anjo que lhe deu a primeira visão do sábado não lhe disse também o modo como guardá-lo? Por

que somente depois de 10 anos, foi que o anjo voltou e completou o serviço?

Isso mostra que a autoridade profética que conferia o carimbo de validade nas doutrinas

adventistas era realmente a palavra de Ellen White!

10.4 O sábado como obrigação legal

A partir de então, já confirmada como profetisa do movimento adventista, passa a

escrever sobre a obrigatoriedade de guardar o sábado como meio de salvação nos seguintes

termos:

Santificar o Sábado ao Senhor importa em salvação eterna (Testemunhos Seletos, vol.

III, p. 22 – 2ª edição, 1956).

Foi-me mostrada então uma multidão que ululava em agonia. Em suas vestes estava

escrito em grandes letras: Pesado foste na balança, e foste achado em falta. Perguntei (ao

anjo) quem era aquela multidão. O Anjo disse: Estes são os que já guardaram o sábado e

o abandonaram. Vi que eles haviam ... enlameado o resto com os pés – pisando o sábado

a pés; e por isso foram pesados na balança e achados em falta (Primeiros Escritos, p. 37,

1995).

A Sra. White ainda disse que teve uma visão, onde havia uma arca no céu e nela

estavam os dez mandamentos. Dos mandamentos se destacava o quarto, porque se apresentava

dentro de um círculo de luz. Ela entendeu que este quarto mandamento precisava receber maior

atenção do que os demais, por ser o mais negligenciado pelos cristãos (Ibidem, p. 32/33). Os

Adventistas, com isso estão preocupados em guardar um dia determinado pela lei de Moisés.

Afirmam que o sábado é anterior à Lei, que foi guardado por Adão e Eva e que por

isso mesmo não pertence à Lei mosaica. Algumas considerações aqui se tornam necessárias:

Refutação Apologética:

1ª) A moral sabática não se refere a um dia específico da semana. Diz que devemos trabalhar seis

dias e descansar no sétimo, ou seja, um dia de descanso semanal. No calendário romano cristão o

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dia de descanso é o Domingo, descansando nele estamos de acordo com a moral sabática – Seis

dias trabalharás, e farás todo o teu trabalho (Ex. 20:9).

2º) Se partirmos do princípio da criação, para construir o calendário, a história se complica. Deus

criou o homem no sexto dia (Gn. 1.26, 27), o sétimo dia da criação foi, portanto, o primeiro dia

da semana do homem. Não se justificaria o homem ser criado em um dia e já descansar no

próximo. Assim, o sétimo dia de Deus é o primeiro do homem. De acordo com essa lógica da

semana da criação, o dia de descanso do homem seria a sexta-feira e não o sábado.

3º) Perguntamos ainda: Em qual fuso horário deve-se guardar o sábado? Pois quando é sábado

em um país é domingo em outro, como resolver essa problemática para que todos no planeta

guardem o mesmo shabath de Deus?

4º) O sábado deveria ser guardado do pôr-do-sol ao pôr-do-sol (Lv. 23.32). Então, como fazem

os sabatistas do extremo norte para obedecer a esse mandamento, visto que o sol pode demorar

meses para se pôr?

A obrigatoriedade de guardar o sábado é exposta da seguinte maneira:

O Pr. Bates, o apóstolo da verdade sobre o sábado, tomou a liderança em

advogar a obrigatoriedade da guarda desse dia (Primeiros Escritos, prefácio

Histórico XXII).

Refutação Apologética:

Muito embora os ASD não aceitem ouvir falar em abolição do sábado, a profecia

concernente à abolição do sábado semanal é indicada em Os 2.11 da seguinte maneira:

E farei cessar todo o seu gozo, as suas festas, as suas luas novas e os seus sábados; e todas as

suas festividades (o grifo é nosso).

O cumprimento da profecia de Os 2.11 se deu quando Jesus bradou na cruz, Está

consumado (Jo 19.30). Lê-se que, nesse momento, houve o rompimento do véu do santuário, Eis

que o véu do santuário se rasgou em duas partes de alto a baixo.(Mt 27.51) dando fim a todo o

cerimonialismo da lei. Entre as coisas que foram abolidas a partir de então, a Bíblia torna claro

que se incluía a guarda do sábado semanal.

É o que lemos em Cl 2.14-17:

Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma

maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz. E, despojando

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os principados e potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em si mesmo.

Portanto ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa,

ou da luz nova, ou dos sábados, Que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de

Cristo.

10.5 Explicação adventista de Colossenses 2.14-17

Se os ASD aceitassem que a palavra sábados do texto em tela se aplica corretamente

ao sábado semanal, então não haveria prova bíblica para sustentar a guarda do sábado no Novo

Testamento. E eles sabem disso. Por isso, quando em polêmicas, querendo sustentar a

obrigatoriedade da guarda do sábado, explicam que a palavra sábados de Cl 2.16 se aplica aos

por eles intitulados sábados cerimoniais ou anuais de Levítico 23. É a resposta óbvia que dão

quando alguém aponta Cl 2.14-17 como prova da abolição do sábado semanal. Dizem, ―Então

você não sabe que existem dois sábados nas Escrituras? O sábado semanal, que é de caráter

moral e o sábado cerimonial ou anual? Este – sim - foi abolido na cruz mas o sábado semanal

continua obrigatório‖. Vejamos se os ASD têm razão no seu raciocínio:

Resposta Apologética:

Daremos três razões para explicar que a defesa feita pelos adventistas com relação à

guarda do sábado é sem base bíblica:

1. A expressão de Cl 2.16 ―dias de festa’ se relaciona com os feriados anuais ou sábados

cerimoniais que eram denominados dias de festa, São estas as festas fixas do Senhor, que

proclamareis para santas convocações, para oferecer ao SENHOR... (Lv 23.37). Logo os

sábados cerimoniais ou anuais já estão incluídos nessa frase, restando à palavra sábados o

sentido diferente de sábados semanais, Além dos sábados do SENHOR...(Lv 23.38).

Eram sete as festas anuais judaicas mencionadas em Lv 23:

1.Festa dos Asmos - v. 6

2.Festa da Páscoa – v. 5

3.Festa de Pentecostes – v. 15, 16

4.Festa das Trombetas – v. 24

5.Festa da Expiação – v. 27, 28

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6.Festa dos Tabernáculos (primeiro dia da festa) - v. 34

7.Festa dos Tabernáculos (último dia da festa) – v. 36

2. A fórmula ‗dias de festa, luas novas e sábados‘ é a fórmula consagrada para indicar os dias

sagrados anuais, mensais e semanais ou inversamente, semanais, mensais e anuais.

Exemplos bíblicos da fórmula:

Exemplo nº 1:

Em Números 28 encontramos os holocaustos para os dias de sábados (semanais), para as luas

novas (mensais) e dias de festa (anuais) nos seguintes versículos: ... no dia de sábado dois

cordeiros de um ano, sem mancha... Holocausto é do sábado em cada semana... (v. 9,10)

E as suas libações serão a metade dum him de vinho para um bezerro... este é o holocausto da

lua nova de cada mês, segundo os meses do ano (v. 14).

Porém no mês primeiro, aos catorze dias do mês, é a páscoa do Senhor; E aos quinze dias do

mesmo mês haverá festa; sete dias se comerão pães asmos (v. 16,17).

Exemplo nº 2:

1 Cr 23.31: E para cada oferecimento dos holocaustos do Senhor, nos sábados (cada semana),

nas luas novas (cada mês) e nas solenidades (cada ano) por conta, segundo o seu costume,

continuamente (o parêntese é nosso).

Exemplo nº 3:

2 Cr 2.4: Eis que estou para edificar uma casa ao nome do Senhor meu Deus, para lhe

consagrar, para queimar perante ele incenso aromático, e para o pão contínuo da proposição, e

para os holocaustos da manhã e da tarde (cada dia), nos sábados (cada semana) e nas luas

novas (cada mês) e nas festividades do Senhor nosso Deus... (cada ano). (o grifo e o parêntese é

nosso)

Exemplo nº 4:

2 Cr 8.13: E isto segundo o dever de cada dia, oferecendo segundo o preceito de Moisés, nos

sábados (cada semana) e nas luas novas (cada mês), e nas solenidades (cada ano), três vezes no

ano... (o grifo e o parêntese é nosso)

Exemplo nº 5:

2 Cr 31.3: Também estabeleceu a parte da fazenda do rei para os holocaustos, para os

holocaustos da manhã e da tarde, e para os holocaustos dos sábados (cada semana), e das luas

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novas (cada mês), e das solenidades (cada ano), como está escrito na lei do Senhor (o grifo e o

parêntese é nosso)

Exemplo nº 6

Ez 45.17: E estarão a cargo do príncipe os holocaustos, e as ofertas de manjares, e as libações,

nas festas (cada ano), e nas luas novas (cada mês), e nos sábados (cada semana), em todas as

solenidades da casa de Israel. (o grifo e o parêntese é nosso)

3. Dizem os ASD que:

Os termos sábado, sábados e dia de Sábado ocorrem sessenta vezes no Novo

testamento, e em cada caso exceto um, refere-se ao sétimo dia. Em Col. 2.16 e 17

faz-se referência aos sábados anuais relacionados com as três festas anuais

observadas por Israel antes do primeiro advento de Cristo ( Estudos Bíblicos p.

378, 1984).

Perguntamos: Em qual caso fazem exceção? Justamente o de Cl 2.16. Então os termos

―sábado, sábados e dia de sábado‖ aparecem 60 vezes e sempre se referem ao sétimo dia com

exceção de um - o de Cl 2.16. Se dermos à palavra ‗sábados‘ o sentido de sábado semanal

teremos em apoio da nossa interpretação 59 casos, reconhecidos pelos próprios ASD como

sábados semanais. Se os ASD derem o sentido de sábado anual ou cerimonial à palavra

‗sábados‖ de Cl 2.16 só terão em apoio de sua interpretação um único caso. Logo, a nossa

interpretação é a correta. E por quê? Porque é regra de hermenêutica que a Bíblia com a própria

Bíblia se interpreta. Se duas pessoas se candidatam a um cargo eletivo e um deles alcançar 59

votos e outro só um. Quem é o vencedor?

Assim os dias sagrados anuais são conhecidos pela expressão ‗dias de festa’; dias

sagrados mensais, indicados pela expressão ‗lua nova’; dias sagrados semanais pela expressão,

‗sábados‘. Se conservarmos o verdadeiro sentido de ‗dias de festa‘ para os chamados sábados

anuais, teremos dentro da palavra ‗sábados‘, mencionada em seguida, o sentido de sábado

semanal. Logo, todo ciclo de dias sagrados do judaísmo: anuais, mensais e semanais, são

indicados pela expressão ‗dias de festa, lua nova e sábados' e terminaram na cruz e não devem

ser motivo de críticas como fazem os ASD e muito menos que seja necessária a guarda do

sábado para salvação, como erroneamente ensina a Sra. White.

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10.6 Opinião do teólogo adventista Samuelle Bacchiochi sobre Colossenses 2.16-17

Observe como uma das maiores autoridades adventistas sobre essa temática, explica o texto em

apreço:

O sábado em Colossenses 2.16: O tempo sagrado prescrito por falsos mestres

referem-se como sendo ‗um sábado festival‘ ou a lua nova ou um sábado. –

‗eortes e neomnia o sabbaton.‘ (2.16). O consenso unânime de comentaristas é

que estas três expressões representam uma lógica e progressiva seqüência

(anual, mensal e semanal). Este ponto de vista é válido pela ocorrência desses

termos... Um outro significativo argumento contra os sábados cerimoniais ou

anuais é o fato de que estes já estão incluídos nas palavras ‗dias de festa...‘Esta

indicação positivamente mostra que a palavra SABBATON como é usada em Cl

2.16 não pode se referir aos sábados festivais, anuais ou cerimoniais [...]

Determinar o sentido de uma palavra baseando-se exclusivamente em conceitos

teológicos em prejuízo de evidências línguísticas e contextuais é estar contra as

regras de hermenêuticas bíblicas. Ademais, a interpretação que o Comentário

Adventista dá à palavra ‗sábados‘ de Cl 2.16 é difícil de ser sustentada, desde

que temos visto que o sábado pode legitimamente ser tido como ‗sombra‘ ou

símbolos preparatórios de bênçãos da salvação presente e futura. (From Sabbath

to Sunday, p. 358-360).

10.7 Os mandamentos de Jesus

Reiteradamente encontramos na Bíblia a recomendação de Jesus para guardarmos seus

mandamentos. As seguintes passagens assim indicam:

Se me amardes guardareis os meus mandamentos (Jo 14.15).

Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama ( Jo 14.21).

Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; do mesmo modo que guardo

os mandamentos de meu Pai, e permaneço no seu amor (Jo 15.10).

E nisto sabemos que o conhecemos se guardarmos os seus mandamentos (1 Jo 2.3).

Nisto conhecemos que amamos os filhos de Deus, quando amamos a Deus e guardamos os seus

mandamentos (1 Jo 5.3).

10.8 A natureza dos mandamentos de Jesus

A que Jesus se referia quando falava de seus mandamentos? Os ASD logo que

encontram a palavra ―mandamentos‖ no Novo Testamento associam a palavra ao decálogo. Não

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é, porém, correto esse modo de pensar. Jesus foi bem específico quando falou de ―seus

mandamentos‖.

Vejamos a que Jesus se referia quando falava de mandamentos:

Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que

também vós uns aos outros vos ameis ( Jo 13.34).

O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei (15.12).

O seu mandamento é este: que creiamos no nome de seu Filho Jesus Cristo, e nos amemos uns

aos outros, segundo seu mandamento ( 1 Jo 3.23).

E dele temos este mandamento: que quem ama a Deus, ame também seu irmão (1 Jo 4.21).

E agora, senhora, rogo-te, não como escrevendo-te um novo mandamento, mas aquele mesmo

que desde o princípio tivemos: que nos amemos uns aos outros (2 Jo 5).

Notou o aluno que nada se fala de guardar o sábado?

10.9 O Novo Testamento não repete o quarto mandamento

Não há dúvida de que o Novo Testamento cita mandamentos do Velho Testamento.

Cita mandamentos indistintamente de toda a Lei de Moisés, mas não repete o quarto

mandamento em nenhum lugar. Observe o quadro a seguir e compare:

VELHO TESTAMENTO

1. 1º mandamento - Ex 20.2,3

2. 2º mandamento - Ex 20.4-6

3. 3º mandamento - Ex 20.7

4. 4º mandamento - Ex 20.8-11

5. 5º mandamento - Ex 20.12

6. 6º mandamento - Ex 20.13

M7º mandamento - Ex 20.14

M8º mandamento - Ex 20.15

M9º mandamento - Ex 20.16

M10 mandamento - Ex 20.17

NOVO TESTAMENTO

1. At 14. 11, 14, 15

2. 1 Jo 5.21

3. Tg 5.12

NÃO EXISTE

5. Ef 6.1-3

6. Rm 13.9

7. 1 Co 6.9,10

8. Ef 4.28

9. Cl 3.9

10. Ef 5.3

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10.10 Será que os adventistas guardam o sábado como o Velho Testamento ordenava?

Os cristãos, segundo o testemunho claro do Novo Testamento, estão livres da

observância do sábado (Cl 2.16,17). De fato, a tentativa de reconciliar-se com Deus por meio de

obras, implica a nulidade da obra de Cristo e a obrigatoriedade de se guardar toda a lei (Gl

5.2,3). Assim, os que apontam a necessidade de guardar o sábado, devem julgar se o guardam

conforme a lei no Antigo Testamento prescrevia: não sair de casa no sábado (Êx 16.29); não

ferver ou assar alimentos (Êx 16.23); guardar o sábado dentro de casa (Êx 16.29); não acender

fogo (Êx 35.3); não fazer viagens (Ne 10.31); não carregar peso (Jr 17.21); não fazer transações

comerciais (Am 8.5). Os que afirmam ser a observância do sábado necessária, ignoram o claro

ensino do Novo Testamento a respeito do sábado (Mt 12.1-13; At 15.1,10; Cl 2.16,17); colocam

sua esperança em suas próprias obras, e não na obra redentora de Cristo (Rm 3.28; Gl 2.16; Gl

3.10,11); ensinam a outros o que eles mesmos não praticam (Mt 23.15; At 15.1,10; Rm 2.21); e

tornam-se culpados da própria lei a que se submetem sem a cumprirem, atraindo sobre si

mesmos a maldição da lei (Dt 27.11–28.1-68; Js 24.19,20; Gl 5.1-5; Tg 1.23; 2.10-11).

11. O DOMINGO

A IASD acredita que o papado seja o anticristo e o domingo a marca da besta.

Algumas vezes atribui ao Imperador Constantino a autoria para guardá-lo e outras vezes dizem

que foi o Papa quem criou sua instituição. Asseveram que em um futuro próximo uma lei

dominical papal será promulgada pelos EUA, então todos aqueles que aderirem conscientemente

a essa lei, observando o domingo, receberão a marca da besta.

Mediante esta interpretação denigrem o primeiro dia da semana como dia espúrio,

proveniente do paganismo e que deve ser totalmente rejeitado pelos verdadeiros adoradores de

Deus. Mas tal interpretação está correta? A IASD teria bases bíblicas e históricas para

fundamentar essa acusação? Acreditamos que não.

11.1 O domingo da ressurreição foi o cumprimento de duas profecias

1º) Cumpriu-se Levítico 23.9-17

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O domingo foi profetizado na Bíblia como um dia diferente feito pelo próprio Deus,

conforme indica o Salmo 118.24 – o Dia que o Senhor fez.

Esse dia estava na contagem cronológica de Jesus como o último dos três, período este

apontado apologeticamente como prova de sua ressurreição. O domingo é o terceiro dia da

profecia.

Jesus ao ressuscitar no primeiro dia da semana mostrou que Nele se cumpria a profecia

das primícias tipificada em Levítico 23.9-17. Ela era feita no ―dia seguinte ao sábado‖. Paulo

entendeu perfeitamente isso ao dizer que Cristo ―foi feito as primícias‖ pela sua ressurreição (I

Coríntios 15.20). Essa cerimônia era seguida por outra, a dos manjares em outro domingo, num

espaço de cinqüenta dias chamada de pentecostes. A descida do Espírito Santo para inaugurar a

Igreja cristã se deu em um domingo tipificando as festas do AT (Atos 2) em cumprimento à

profecia de Joel (Jl 2.28; At 2.1- 4. 16, 17).

2º) Cumpriu-se Salmos 118. 22-24

Quem será o responsável pela instituição do Dia do Senhor? Quem fez o primeiro dia

da semana? Assim diz o texto de Apocalipse 1.10, Eu fui arrebatado em espírito no Dia do

Senhor... A própria Bíblia responde a isto: A pedra que os edificadores rejeitaram tornou-se

cabeça da esquina. Foi o Senhor que fez isto, e é coisa maravilhosa aos nossos olhos. Este é o

dia que fez o Senhor; regozijem-nos e alegremo-nos nele (Sl.118.22-24, compare At.4.11;

Mc.16.9).

Todos nós sabemos que a pedra rejeitada é Jesus, isso é fato consumado! Quando

começou seu ministério declarou-se filho de Deus, mas os judeus recusaram-no. No término do

seu ministério, diante da corte de Pilatos, declararam: "Seja crucificado" (Mt. 27.22). Cumpriu-

se assim a primeira parte da profecia; a pedra que os edificadores rejeitaram.... A outra parte,

tornou-se cabeça de esquina cumpriu-se no dia da sua ressurreição, quando Jesus declarou: "é

me dado todo o poder do céu e na terra" (Mt.28:18). Assim, cumpriu-se o resto do salmo

profético, quando Jesus ressuscitou no primeiro dia da semana – tornando-se o "dia que fez o

Senhor" (vrs.24). Acerca dessa dia "que fez o Senhor" – disse o escritor profeticamente:

Regozijem-nos e alegremo-nos nele. Esta parte final da profecia se cumpriu exatamente no

primeiro dia da semana: Chegada, pois, a tarde daquele dia, o primeiro da semana (O

Domingo), e cerradas as portas onde os discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado,

chegou Jesus... De sorte que os discípulos se alegraram vendo o Senhor (Jo.20.19-20).

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11.2 A expressão ‘dia do senhor’ de Apocalipse 1.10

O teólogo adventista Alberto R. Timm em seu livro ―O Sábado nas Escrituras‖,

declara:

Parece mais provável que João tenha escolhido a expressão Kyriake hemera para

designar o sábado... (p.76).

Cita como base textos como o de Isaias 58:13; Êxodo 16:23 e Mateus 12:8. Diz ainda:

Além disso, se João realmente tencionasse designar o domingo como sendo o ―dia do

Senhor‖ com certeza ele também teria feito em seu evangelho, que foi escrito

aproximadamente na mesma época do apocalipse (na década de 90 AD). Mas em todas

as oito alusões ao domingo no Novo Testamento, ele é simplesmente chamado de

―primeiro dia da semana‖...sem qualquer distinção especial (Ibdem p.74).

Refutação Apologética:

O escritor Aníbal P. Reis explica que a locução grega no caso dativo Kyriake Hemera

é traduzida literalmente em nosso vernáculo por Senhorial Dia ou Dia do Senhor. Diz ele:

O nosso vocábulo DOMINGO procede do latim DOMINICUS (=Senhorial), (como

Dominga vem de Dominica), que por sua vez é a tradução latina do grego KYRIAKE.‖

(A Guarda do Sábado, p. 154).

O apologista Gleason Archer é concorde e afirma que:

‗Dia do Senhor‘ está expresso no caso dativo: ‗té kyriaké hémerà‘. Não existe base

válida para que se questione se se trata de fato do Domingo. até hoje essa é a expressão

regular para ‗domingo‘ no grego moderno (Enciclopédia de Dificuldades Bíblicas,p.

127, 1997).

O termo Kyriake, é uma palavra neotestamentaria que só aparece novamente em I Co.

11.20 em seu caso genitivo Kyriakon para designar a Ceia do Senhor.

O dicionário Internacional de Teológica comentando esta palavra assim se expressa:

Embora alguns tenham alegado que se refere ao último dia, ou até mesmo á páscoa,

parece certo que a expressão é o nome que veio a ser dado ao primeiro dia da semana.

Desde Inácio (Mag. 9:1) este é o seu significado nos escritos patrísticos (Dicionário

Internacional de Teologia do Novo Testamento, p. 2164).

Outra obra teológica explica que o ―Dia do Senhor‖,

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Era uma frase que se usava já no segundo século referindo-se ao domingo (O Novo

Comentário da Bíblia, p. 1452).

Diante do exposto deve o aluno refletir no seguinte ponto: Por que o apóstolo iria

formar uma palavra nova para expressar coisas de uma instituição sagrada antiga? Urge

rememorar que o evangelho era uma instituição nova, por isso necessitou do uso de termos

novos.

O Novo Testamento nos dá alguns exemplos destes termos:

a) cristãos - como um nome novo para o povo de Deus;

b) apóstolos, evangelistas, e diáconos - como os novos líderes da Igreja;

c) batismo - como o rito iniciatório na Igreja,

d) Ceia do Senhor - como símbolo desta nova instituição e;

e) Dia do Senhor - como um novo dia da nova dispensação.

As novas normas originadas pelo evangelho não puderam ser expressas pela

terminologia da velha lei; conseqüentemente palavras novas precisaram ser cunhadas.

No Novo Testamento nós temos: o sangue do Senhor, o cálice do Senhor, os

discípulos do Senhor, a mesa do Senhor, a morte do Senhor, o corpo do Senhor, a ceia do

Senhor, e também o Dia do Senhor. Todas estas expressões recorrem a algo que pertence

exclusivamente a Cristo debaixo da Nova Aliança.

Eu fui arrebatado em espírito no dia do Senhor (Apocalipse 1.10). Este é o primeiro

lugar na Bíblia que nós temos a expressão o ―Dia do Senhor‖. João escreveu neste idioma

sessenta seis anos depois que o sábado judeu fora abolido; conseqüentemente ele deve ter

recorrido a algum dia comemorativo peculiar para a nova dispensação. Não existe um único

exemplo na Bíblia ou na história onde o termo ―o Dia do Senhor‖ é aplicado ao sábado judaico.

Os adventistas nunca chamam o sétimo dia de o ―Dia do Senhor‖ exceto quando eles

tentam explicar o Dia do Senhor em Apocalipse 1.10 como se fosse o sábado; mas em seus

ensinos, escritos, e conversações, eles se referem a este dia simplesmente como sábado. O termo

sabbath não é usado em Apocalipse e nenhum léxico abalizado traduz esta expressão como se

referisse ao sábado. O sábado judaico foi abolido na cruz (Cl 2.14 16; Gl 4.10; Rm 14.5) mais de

sessenta anos antes de João escrever; então, ele não poderia ter recorrido àquele dia.

Outro fato a ser mencionado é que depois de João, todos os demais escritores pós-

apostólicos sempre usaram este termo para designar o domingo e nunca o sábado. Deve-se levar

em consideração ainda o contexto do livro do Apocalipse que de forma precisa nos informa que

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a mensagem do livro era destinada às sete Igrejas da Ásia (v. 11). E junto a estas cartas que se

encontra a expressão ―o Dia do Senhor‖. Ora, o título ―Senhor‖ é um título dado a Jesus

especialmente depois da sua ressurreição que aconteceu no primeiro dia da semana.

No Apocalipse ele é o Senhor Todo Poderoso do verso 8, e Senhor dos senhores 17.14.

Portanto, este dia forçosamente tem de ser o dia no qual Jesus foi feito Senhor dos vivos e dos

mortos, ou seja, o primeiro da semana. Este foi o dia que fez o senhor, Salmo 118.24. Mas o que

dizer então dos versículos citados onde o sábado aparece como ―meu santo dia‖ Isaias 58.13, ―o

santo sábado do senhor‖ Êxodo 16.23, pois o Filho do homem é senhor do sábado Mateus 12.8 ?

Não é isto prova de que o dia do Senhor seja realmente o sábado? Não, pois estes três textos

foram ditos ou escritos antes da cruz sob a lei, mas Apocalipse 1.10 depois da cruz e sob o

evangelho, por conseguinte num novo contexto de uma nova aliança. Demais disso, se fosse este

o caso certamente o apóstolo teria repetido a designação usual (sábado) como aparece nos

versículos acima referidos.

Mas é contestado pelos ASD que João e todos os outros evangelistas chamam o

domingo simplesmente, ―o primeiro dia da semana‖, e não de ―o Dia do Senhor‖.

Conseqüentemente se João, em Apocalipse 1.10, tivesse se referindo ao domingo ele teria dito ―o

primeiro dia da semana‖, como fez no evangelho.

A resposta não é tão embaraçosa quanto parece. Jesus predisse que ele seria morto e

ressuscitaria no terceiro dia. Cada evangelista teve cuidado em demonstrar que a predição fora

fielmente cumprida. Conseqüentemente eles foram coerentes em dar os nomes desses três dias

como eram conhecidos pelos judeus; qual seja: dia da ―preparação‖, (sexta-feira) dia de

―Sábado‖ e ―primeiro dia da semana‖. Temos de levar em consideração também que o estilo

gramatical tal como foi escrito o livro do apocalipse difere grandemente do de seu Evangelho e

epístola. O estilo literário de Apocalipse é um tanto diferente em relação ao do seu evangelho.

Outra questão em especial a considerar é quanto à autoria do livro. Em seu evangelho João não

menciona seu nome, mas tão somente diz Este e o discípulo que testifica destas coisas e as

escreveu João 21.24. Já nas epístolas ele se identifica não mais como ―o discípulo‖, mas

anonimamente como ―o presbítero‖. No apocalipse pelo menos três vezes ele se identifica como

―João‖. Foi por detalhes como este que Dionísio colocou em dúvida a autoria do Apocalipse (Cf.

Historia Eclesiástica livro 7, cap. XXV). Apesar destas supostas diferenças nós acreditamos que

o verdadeiro autor do Apocalipse foi o apóstolo amado João. Além disso, o modo como João

usou a expressão ―o Dia do Senhor‖ para designar o primeiro dia da semana quiçá pode muito

bem se encaixar nestas diferenças literárias do livro.

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Isto posto, fica patente que a expressão ―Dia do Senhor‖, longe de ser uma expressão

que aponta para o sétimo dia, ela identifica o domingo cristão – o primeiro dia da semana.

Um dia de adoração, comemoração e regozijo para o povo de Deus.

11.3 Traduções espúrias?

O significado da expressão ‗dia do Senhor‘ de Apocalipse 1.10 é encontrada em

algumas traduções da Bíblia como domingo:

Eu fui arrebatado em espírito num dia de Domingo... (Tradução de Antônio Pereira de

Figueiredo)

Num Domingo, caindo em êxtase, ouvi atrás de mim uma voz... (Edições Paulinas)

Um dia de Domingo, fui arrebatado em espírito. (tradução de Mattos Soares)

No dia do Senhor: No Domingo. (anotação no rodapé da TLH)

Referindo-se a Apocalipse 1.10 os adventistas afirmam que é impróprio traduzir ― dia

do Senhor‖ por domingo e que, só conseguimos tal tradução porque usamos traduções católicas

espúrias. Dizem que estamos buscando amparo na Igreja Católica Apostólica Romana para

provar nosso ponto de vista.

Refutação Apologética:

Ora, ao assim afirmarem estão não só se contradizendo, como usando de hipocrisia,

haja vista eles usarem igualmente tais traduções ―espúrias‖ para sustentar seus pontos de vistas.

Para quem já leu o livro Subtilezas do Erro - de Arnaldo Christianini - estranha tais afirmações.

Esse livro é considerado um dos melhores livros de apologia adventista já escrito. Observe,

porém, como esse escritor se apóia nas mesmas traduções católicas consideradas espúrias pelos

adventistas. Abaixo citações do livro Subtilezas do Erro.

Página 53 - Era figura do verdadeiro santuário (ou como diz a tradução de Rohden)

Página 74 - E de mês em mês, e de sábado em sábado toda a carne (toda a humanidade) virá

prostrar-se diante de Mim e Me adorará, diz o Senhor. Isa 66.23 (trad. De P. Matos Soares).

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Página 109 - Leiamos ainda, com cuidado, Lev. 23.24, 27, 32 e 39. Neste particular, as

traduções de Matos Soares e Figueiredo são mais claras, e seguem melhor o original. Valhamo-

nos da versão Matos Soares...

Página 110 - Exceptio sabbatis Domino...‖ diz a versão de Jerônimo...

Página 122 - O padre Matos Soares traduz melhor: ‗A lei, pois, foi o nosso pedagogo...

Página 252 – O Novo Testamento do P. Basílio Pereira assim verte: ‗ Nestes dois mandamentos

SE ENCERRA TODA A LEI E OS PROFETAS.‘ Para que sofismar

11.4 O primeiro dia da semana e a ressurreição

Qual seria o dia no calendário cristão atual de comemoração pela vitória da

ressurreição de Cristo? Seria a sexta feira, o sábado ou o domingo? É bom lembrar que nos dois

primeiros dias o Senhor jazia morto em uma tumba fria. Naqueles dias os discípulos não tinham

esperança. Com muito sofrimento, eles lamentavam atrás de portas fechadas. Eles pensavam que

era Ele quem iria redimir Israel (Lc. 24.21). Somente o dia da ressurreição mudaria essa triste

situação.

Jesus escolheu o primeiro dia da semana para realizar sua maior obra, a ressurreição (Mc 16.9).

Foi pela ressurreição que ele levou a cabo nossa regeneração espiritual (I Pe 1.3)

Considerando que Jesus surgiu dos mortos no primeiro dia da semana, esta

regeneração foi completada naquele dia. Jesus foi reconhecido e proclamado o Filho de Deus

pela ressurreição no primeiro dia da semana. Em Salmos temos a seguinte profecia: ―Tu és meu

Filho, hoje te gerei.‖ (Sl 2.7). Em Atos 13.32,33, Pedro fala que isto foi cumprido na ressurreição

de Jesus – em um domingo.

Cristo foi coroado como Rei em seu trono naquele dia (Zc 6.13; At 2.29-36); e a nova lei de

Cristo entrou em vigor com o Evangelho em Jerusalém naquele dia (Is 2.3; Lc 24.47,49; At 2).

Diante de todos estes fatores proféticos importantes, Jesus determinou abençoar seus discípulos

sempre no primeiro dia da semana:

Este dia ocorreu na manhã do primeiro dia da semana, o nosso domingo e a nossa redenção foi

completa nele. Leiamos:

Ora, havendo Jesus ressurgido cedo no primeiro dia da semana (Mc 16:9).

a) No domingo, Ele os encontrou em diferentes lugares e em repetidas vezes (Mc 16.1-11; Mt

28.8-10; Lc 24.34; Mc 16.12-13; Jo 20.19-23).

b) No domingo Jesus os abençoou (Jo 20.19).

c) No domingo Jesus repartiu sobre eles o Espírito Santo (Jo 20.22)

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d) No domingo comissionou-os para pregarem o evangelho a todo o mundo (Jo 20.21 e Mc 16.9-

15).

e) O domingo tornou-se o dia de alegria e regozijo para os discípulos (Jo 20:20).

f) Os discípulos passaram a se reunir no domingo (At 20.6-7).

g) As coletas eram feitas no domingo (I Co 16.1-2).

11.5 Provas históricas sobre a observância dominical

- Justino, o Mártir: 100-167d.C. Eis aqui como Justino, o Mártir, descreveu o culto primitivo

dos cristãos:

No dia chamado do sol (Domingo) há uma reunião de todos que moram nas cidades e

vilas, lê-se um trecho das memórias dos Apóstolos e dos escritos dos profetas, tanto

quanto o tempo permita. Termina a leitura, o presidente, num discurso, admoesta e

exorta à obediência dessas nobres palavras. Depois disso, todos nos levantamos e

fazemos uma oração comum. Finda a oração, como descrevemos antes, pão e vinho

(suco de uva) e ação de graças por eles de acordo com a sua capacidade, e a

congregação responde, Amém. Depois os elementos consagrados são distribuídos a cada

um e todos participam deles, e são levados pelos diáconos às casas dos ausentes. Os

ricos e os de boa vontade contribuem conforme seu livre arbítrio; esta coleta é entregue

ao presidente (pastor) que, com ela, atende a órfãos, viúvas, prisioneiros, estrangeiros e

todos quantos estão em necessidade (Manual Bíblico, Halley – grifo nosso ).

- Inácio, 100 d.C., disse:

Aqueles que estavam presos às velhas coisas vieram a uma novidade de confiança, não

mais guardando o Sábado, porém vivendo de acordo com o dia do Senhor.

- Tertuliano: 160-220. No início do século III, Tertuliano chegou a afirmar que:

Nós (os cristãos) nada temos com o Sábado, nem com outras festas judaicas, e menos

ainda com as celebrações dos pagãos. Temos nossas próprias solenidades: O Dia do

Senhor... (On indolatry 14).

Em ―De Oratione‖, Tertuliano insiste na cessação do trabalho no domingo como dia de

culto para o povo de Deus.

- O ensino dos Apóstolos, obra siríaca: Encontramos um testemunho muito interessante na

obra citada, que data da segunda metade do século III, segundo a qual os apóstolos de Cristo

foram os primeiros a designar o primeiro dia da semana como dia do culto cristão:

Os apóstolos determinaram, ainda: no primeiro dia da semana deve haver culto, com

leitura das Escrituras Sagradas, e a oblação. Isso porque mo primeiro dia da semana o

Senhor nosso ressuscitou dentre os mortos, no primeiro dia da semana o Senhor subiu

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aos céus, e no primeiro dia da semana vai aparecer, finalmente com os anjos celestes

(Ante-necene fathers, 8668).

- Eusébio de Cesaréia: 264-340 d.C., bispo de Cesaréia, historiador da Igreja, viveu e foi

preso durante a perseguição de Diocleciano contra os cristãos, a qual foi o último e desesperado

esforço de Roma por varrer da terra o cristianismo. Vejamos o que Eusébio declarava sobre o

costume dos cristãos de sua época:

Eles, portanto, não consideravam a circuncisão, nem observavam o Sábado, como

também nós; nem nos abstemos de certos alimentos, nem consideramos outras

imposições que Moisés subseqüentemente entregou para serem observadas em tipos e

símbolos, porque tais coisas não dizem respeito aos cristãos...‖; ―Também celebravam

os dias do Senhor como nós, para comemorar a sua ressurreição (6, Pág. 27, 106).

11.6 O domingo foi instituído pela Igreja Católica?

No livro O Grande Conflito, EGW dedica algumas páginas citando escritores

protestantes e católicos a fim de provar que foi a Igreja Católica quem impôs a guarda do

domingo.

Os católicos romanos reconhecem que a mudança do sábado foi feita pela sua igreja, e

declaram que os protestantes, observando o domingo, estão reconhecendo o poder desta

(O Grande Conflito, p. 446, 1985).

Uma antiga revista adventista asseverava o seguinte:

O domingo é o primeiro dia da semana e sua observância pertence à Igreja

Católica (Sinais dos Tempos, Outubro, 1914)

Refutação Apologética:

Os adventistas ensinam que a Igreja Católica começou se não 300 anos d.C. Assim, se

a Igreja Católica mudou o sábado para o domingo não poderia ter feito antes dessa data. Também

omitem que esta mesma igreja reclama a sua fundação em 33 d.C. Ela reivindica que sua

fundação começou na época dos apóstolos e que a mudança foi feita por eles. Se os adventistas

aceitam sem restrição essa declaração dos católicos, para ser coerentes deveriam, do mesmo

modo, aceitar ambas as coisas. As bases das reivindicações da igreja Católica romana de que ela

mudou o sábado é tão falsa quanto a sua afirmação de que ela foi fundada pelos apóstolos.

Aliás, é aos apóstolos que os católicos atribuem esta mudança, já que acreditam que

sua igreja fora fundada por eles. Falando sobre o sábado, que na divisão católica do decálogo é o

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terceiro mandamento, o catecismo Católico sob o subtítulo ―Instituição do Dia do Senhor‖

declara explicitamente:

Por este motivo resolveram os apóstolos consagrar ao culto divino o primeiro dia dos

sete dias da semana (grifo nosso).

A Igreja de Deus, porém, achou conveniente transferir para o domingo a solene

celebração do sábado...Por isso, quiseram os apóstolos fosse ele chamado domingo

(Catecismo Romano pág. 437-440) (grifo nosso).

Devido a tradição apostólica que tem a sua origem no dia mesmo da ressurreição de

Cristo, a Igreja celebra cada oitavo dia o mistério Pascal.(Concílio Vaticano II:

Constituição ‗Sacrosanctum Concilium‘sobre a liturgia)

O domingo que por tradição apostólica se celebra o mistério pascal, deve ser guardado

em toda a igreja como o dia de festa por excelência... (Código de Direito Canônico –

Cân.1246 – 1983) (grifo nosso).

O aluno deve ter percebido a falácia do argumento adventista perante tais declarações.

11.7 O papa mudou o sábado para o domingo?

Vi que Deus não havia mudado o sábado, pois Ele nunca muda. Mas o papa o mudara,

do sétimo dia para o primeiro dia da semana... (Primeiros Escritos, p. 92, 1979).

Refutação Apologética:

Este argumento é gratuito, pois carece de provas concretas. Ocorre que os ASD nunca

conseguiram dar o nome do papa que mudou o sábado para o domingo. Não há indícios

históricos a favor dessa asseveração.

11.8 Sunday & Saturday

Os ASD constroem seu argumento contra o domingo da seguinte maneira:

Domingo = Sunday = dia do sol. Logo raciocinam que o primeiro dia da semana é um dia pagão.

É argumentado ainda que Constantino foi o primeiro a promulgar um descanso

dominical e que o mesmo era adorador do deus Sol. A idéia do argumento é causar a impressão

de que o domingo é de origem pagã.

Refutação Apologética:

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Eles omitem, no entanto, que tão pagã quanto a palavra Sunday é Saturday, que

significa dia de Saturno, ou sábado em inglês. O dia de Saturday era dedicado ao deus Saturno e

prestava-se culto com orgias e muita bebida. É bom frisar que todos os dias da semana levavam

nomes pagãos e não apenas o domingo.

Cada dia da semana foi nomeado em honra a algum deus e, em certo sentido, foi

dedicado à adoração daquele deus, A semana planetária egípcia indicava os dias através das

designações dos astros: Saturno, Júpiter, Marte, Sol, Vênus, Mercúrio e Lua. Na semana romana

Saturnus, ainda com a imitação da semana egípcia, seria o sábado; Sol seria o domingo; Luna, a

segunda-feira; Mars, a terça-feira; Mercurius, a quarta-feira; Juppiter, a quinta-feira; Vênus, a

sexta-feira.

Dá-se, então, a influência judaica, cuja semana começava pelo dia sagrado sabbâtt,

oriundo do babilônio sabattum, composto de sag, que significava "coração", e bat, "chegar ao

fim"; a idéia era do "repouso do coração". Na semana romana, o Saturnus dies passou a

sabbatum pela influência judaica. O calendário hebraico apresentava os dias, o Sabbatum, que

era o mais importante, o dia sagrado, o sábado, o prima sabbati, secunda sabbati, tertia sabbati,

quarta sabbati, quinta sabbati, sexta sabbati.

Com a chegada do Cristianismo, o primeiro dia foi dedicado ao Senhor, o dia do

descanso, dies Domenicus. O sabbatum judaico, ironizado pelos romanos, que zombavam da

circuncisão e do jejum, e já tendo perdido o valor religioso, passou ao último dia da semana.

Assim ficou a semana no calendário romano: dies Domenicus / dies Lunae / dies Martis / dies

Mercurii/ dies Jovis / dies Veneris / e o Sabbatum, o último dia.

Como vimos, é verdade que em alguns idiomas o domingo é chamado de ―dia do sol‖,

mas é também verdade que em outros ele é chamado de ―dia da ressurreição‖, assim temos em

língua grega bizantina ―anastasimós‖, na língua russa ―vosskresenije‖ na basca ―igandea‖. São

todos nomes que significam a mesma coisa: ―ressurreição‖. Já em outras, o primeiro dia da

semana – o domingo, é chamado de ―dia do Senhor‖ como em grego ―te kyriake hemera‖, em

irlandês ―Dia domhnaigh‖ ou ―na Domhnach‖, em latim ―dies dominica‖, em italiano virou

―domenica‖, em francês ―dimanche‖, e em português ―domingo‖.

12. OBJEÇÕES REFUTADAS

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Abaixo selecionamos alguns textos (em ordem cronológica) que são constantemente

usados pelos adventistas para defenderem a guarda do sábado. Cada um deles será analisado com

uma resposta apologética em seguida.

Gênesis 2:1-3: ―Assim os céus e a terra e todo o seu exército foram acabados. E havendo Deus

acabado no dia Sétimo a sua obra, que tinha feito, descansou no sétimo dia de toda a sua obra,

que tinha feito. E abençoou Deus o dia sétimo, e o santificou; porque nele descansou de toda a

sua obra, que Deus criara e fizera‖.

Argumento: ―Deus concluiu a obra da criação em seis dias e descansou no sétimo. Abençoou o

7o dia e o santificou. Assim como, desde Adão guardava-se o Sábado, devemos também observá-

lo‖.

Refutação Apologética:

1) - O sábado da criação não é o sábado atual. Se crermos nos milagres bíblicos, devemos ter em

mente que a semana da criação foi alterada em um dia, retardando assim, possivelmente a

semana original. Foram dois os seguintes milagres: 1) Josué parou o sol por ―quase um dia

inteiro‖ (Jo.10.12-13), 2) O restante, para completar um dia inteiro é encontrado em Is.38.1-8,

quando a sombra do relógio de Acaz atrasou por dez graus. Assim, o sábado de hoje não é o

sábado da criação, passando o sábado da criação a ser o domingo de hoje. Aqui vemos o poder

de Deus para mudar dias e estabelecer os tempos (Dn.2.21).

2) – Se Adão foi criado na sexta-feira (Gn.1.27-31) e descansou no sábado, então ele violou o

princípio sabático principal estabelecido em Êx.20.8-11. Se, por outro lado, Adão primeiro

trabalhou seis dias, antes de descansar um, então esse dia sétimo caiu na sexta-feira e não no

sábado.

3) – Se devemos guardar o mesmo tempo que Deus guardou, faz-se a pergunta: Em que lugar

descansou? Se forem 14horas no Brasil no Japão será 2horas; em S. Francisco – California

(USA) serão 9hs; serão 17hs em Londres – Inglaterra e 19hs. em Moscou – Rússia. Quem guarda

o sábado no mesmo tempo que Deus guardou ou descansou?

Gênesis 26:5: ―Abraão obedeceu à minha voz e guardou o meu mandado, os meus preceitos, os

meus estatutos e as minhas leis‖.

Argumento: ―esse preceitos, estatutos e leis se referem aos 10 mandamentos‖.

Refutação Apologética:

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O texto não diz que esses preceitos, estatutos e leis fossem os 10 mandamentos, pela

seguintes razão: A Lei foi dada 430 anos depois de Abraão (Gl.3.7). Logo, Abraão não poderia

guardar o que desconhecia no seu tempo ( Dt.5.1-3: ―Ouve o Israel, as leis e os preceitos que

hoje proclamo...‖. Na continuação dessa proclamação, entre outros estatutos, Moisés cita os 10

mandamentos, ainda desconhecido do povo como estatuto de uma aliança.

Os preceitos, alguns deles, dados a Abraão foram:

a) Que saísse da sua Terra (Gn 12.1),

b) Que andasse em sua presença e fosse perfeito (Gn.17.1),

c) Que guardasse o concerto da circuncisão (Gn17.9-11),

d) Que ouvisse sua esposa Sara para deitar fora sua serva Agar (Gn 21.22),

e) Que sacrificasse seu filho Isaque (Gn 22.2),

f) Que permanecesse na terra que Deus lhe dissesse (Gn 26.2-3).

Esses foram os preceitos, mandamentos e leis que Deus deu à Abraão.

Êxodo 16:29: ―Vede, isto que o Senhor vos deu o Sábado, por isso ele no sexto dia vos dá pão

para dois dias; cada um fique no seu lugar, que ninguém saía do seu lugar no sétimo dia‖.

Argumento: Afirmam os ASD: ―O sábado foi dado antes do Sinai, logo o sábado foi guardado

desde a criação e deve ser observado‖.

Refutação Apologética:

Aqui é a primeira vez que aparece a ordem de se guardar o sábado. Tal mandamento

era uma observância nova para os Israelitas. A saída dos israelitas do Egito marcou uma nova

época na vida deles. Deus lhes deu um novo ano e um novo princípio de meses (Êx.12.2). O

vrs.30 é digno de nota, pois diz: ―Assim repousou o povo no sétimo dia‖(o texto dá a entender

que o povo nunca o tinha feito antes). Por essa razão, Israel a partir daquele momento passou a

descansar no sétimo dia, e não desde a época de Adão como querem os ASD. Outras passagens

confirmam essa idéia: ―E sobre o monte de Sinai desceste... E o teu sábado lhes mandaste pelo

ministério de Moisés, teu servo‖ (Ne.9.13-14). ―E os tirei da terra do Egito, e os levei ao

deserto. E dei-lhes os meus estatutos, e lhes mostrei os meus juízos, os quais, cumprindo-os o

homem viverá por eles. E também lhes dei os meus sábados, para que servissem de sinal entre

mim e eles...‖ (Ez.20.10-12). Quando Deus lhes deu o sábado? Quando os tirou da terra do Egito.

Onde Deus lhes deu o sábado? No deserto. Para quem Deus deu o sábado? Aos Israelitas

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(Dt.5.15), como um memorial. Fomos tirados da terra do Egito? Se não fomos, o texto não nos

diz respeito.

Êxodo 20:1-17: ―Então falou Deus estas palavras, dizendo...‖

Argumento: Afirmam os ASD: ―Os 10 mandamentos saíram da boca de Deus e, por terem sido

escritos em tábuas de pedra pelo dedo de Deus, isto significa que eram superiores aos demais‖.

Refutação Apologética:

Os 10 mandamentos não foram escritos em pedras por serem superiores aos outros, mas

para servirem de testemunho visível do concerto que Deus fez com Israel. Por isso, as duas

tábuas de pedras são chamadas de:

a) ―Tábuas do testemunho‖(Êx.31.18).

b) A arca na qual foram postas as pedras é chamada de ―arca do testemunho‖ (Êx.40.5).

c) O Tabernáculo onde a arca foi posta é chamado de ―tabernáculo do testemunho‖

(Êx.38.21).

Indagado sobre os maiores mandamentos (Mt 22.37-40) Jesus apontou dois fora do

decálogo:

1) – Amar a Deus sobre todas as coisas (Dt,6.5) e,

2) – Amar o próximo como a nós mesmos (Lv 19.18).

Jesus se reportando sobre esses dois mandamentos, que estão fora do decálogo, disse o

seguinte: “destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas” (Mt. 22.40).

Sem contar o fato de o apóstolo Paulo ter chamado as tábuas da lei de ministério da

morte (II Co 3.7).

Êxodo 31.16-17: ―Guardarão, pois, o sábado os filhos de Israel, celebrando o sábado nas

suas gerações por concerto perpétuo. Entre mim e os filhos de Israel será um sinal para

sempre‖.

Argumento: ―O sábado é um concerto perpétuo, logo deve ser observado ainda hoje; e, é um

sinal entre Deus e o seu povo nos dias atuais‖.

Refutação Apologética:

a) O adjetivo qualificado ―perpétuo‖ tem o sentido de perpetuidade quanto à duração do

judaísmo. É nesse sentido que foram declarados perpétuos; As festas anuais: a páscoa (Lv

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23.41); o dia da Expiação (Lv 16.29,31,34), a duração do sacerdócio aarônico (Nm 25.13), o

ministério dos Levitas (Nm 28.13), o toque das trombetas pelos sacerdotes (Nm.10.8), a

presença das lâmpadas de azeite (Lv 24.3). Os próprios ASD admitem que tais preceitos

foram abolidos, embora declarados perpétuos.

b) Um sinal (no caso o sábado) não pode ser geral. Se fosse geral não seria sinal. Para o Israel

natural o sábado e a circuncisão eram sinais perpétuos, enquanto durasse o judaísmo. Para o

povo de Deus de hoje foi dado outro sinal ou selo: O Espírito Santo (Ef 1.13). Como é o

Espírito Santo que promove a santificação do cristão, este deve possuir o Espírito Santo – o

selo de Deus, pois sem santificação não se pode ver a Deus (Hb 12:14). É este o selo

distintivo do povo de Deus atualmente e não o sábado (II Tm 2.19).

I Crônicas 16:15: ―Lembrai-vos perpetuamente do seu concerto, e da palavra que

prescreveu para mil gerações‖.

Argumento: Afirmam os ASD: ―Esse pacto de mil gerações é o pacto da Lei e que foi dado

aos patriarcas e deve ser observado‖.

Refutação Apologética:

O pacto aqui mencionado se refere às promessas que Deus fez a Abraão de lhe dar a

terra de Canaã (veja o vrs.18 e compare com Gn.15.18; 26.3; 28.13). Não se refere ao pacto

da lei feito no Sinai, pois os patriarcas não o conheciam (Gl 3.17). O próprio Moisés declarou

que o pacto da Lei não foi feito com os pais (leia Dt 5.2-3).

Salmos 19:7: ―A lei do Senhor é perfeita, e refrigera a alma, o testemunho do Senhor é fiel, e

dá sabedoria ao simples‖.

Argumento: Dizem os ASD: ―Os 10 mandamentos constitui a Lei perfeita e que não pode

ser mudada‖.

Refutação Apologética:

Como já temos demonstrado, a palavra Lei, Lei do Senhor, Lei de Deus ou Lei de

Moisés são expressões sinônimas. Aplica-se tanto aos dez mandamentos como a outros

preceitos fora deles. Como prova apresentamos Dt 17.15-19, onde se declara que o rei devia

ter uma cópia do Livro da Lei, lê-la diariamente, meditar nela (Sl 1.1-3) e não especialmente o

decálogo, como pretendem os adventistas. A Lei compreendia 613 preceitos e não apenas 10.

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Salmos 40:7: ―Deleito-me em fazer a tua vontade, ó Deus meu; sim , a tua lei está dentro do

meu coração‖.

Argumento: Afirmam os ASD: ―Considerando que o texto se aplica, profeticamente a Jesus,

e como Jesus guardou a lei, os dez mandamentos, nós também precisamos guardá-los‖.

Refutação Apologética:

Jesus, não há dúvida, guardou a lei, pois nasceu sob a sua jurisdição (Gl 4.4-6). Os ASD se

esquecem de que Jesus, ao guardar a Lei, ele a guardou integralmente:

foi circuncidado (Lc 2.21 compare c/ Gn 17.12; Lv 12.3);

foi levado ao templo de Jerusalém (Lc 2.22 compare c/ Lv 12.2-6, Ex 13.2, Ex 22.19-

34, Nm.8.17, Nm.18.15);

ofereceu sacrifícios de um par de rolas (Lc 2.24; compare c/ Lv 12.3-8);

guardou a festa da páscoa (Lc 2.39).

Salmos 89:34: ―não quebrarei o meu concerto, não alterarei o que saiu dos meus lábios‖.

Argumento: ―Deus não mudará o que saiu dos seus lábios. Logo os 10 mandamentos

permanecem em vigor, inclusive o Sábado‖.

Refutação Apologética:

Os ASD ignoram, porém, que o pacto a que se refere o texto não é o pacto da Lei, mas

sim o concerto que Deus fez com Davi, de dar-lhe um filho que se assentasse sobre seu trono

(vejam os vrs.3,4, 19-33,35). Os ASD conseguem enxergar os 10 mandamentos onde eles não

existem!

Eclesiastes 12.13-14: ―De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda os seus

mandamentos; porque este é o dever de todo o homem. Porque Deus há de trazer a juízo toda

obra, e até tudo o que está encoberto, quer seja bom quer seja mau‖.

Argumento: Afirmam os ASD: ―Os mandamentos aqui mencionados são os 10

mandamentos e por eles seremos julgados‖.

Refutação Apologética: É incrível a capacidade de lerem no texto o que o texto não diz! Não

seremos julgados pelos 10 mandamentos, pois formam parte do Antigo Concerto que foi por

Cristo abolido na Cruz (Ef 2.15-17; Cl 2.14-17; II Co 3.5-14). Onde encontramos no decálogo

mandamentos para visitar as viúvas, enfermos, órfãos (Tg 1.26,27) ? Onde encontramos no

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decálogo mandamentos para sermos sóbrios, pacientes e amorosos? Onde se combate, no

decálogo, pecados, tais como: ciúme, ansiedade, temor, bebedice, impaciência e tanto outros?

Se o decálogo fosse perfeito, por que se incluir preceitos morais fora do mesmo na lei de

Moisés (Ex 22.16-31; 23.1-5) ? A verdade é que o mundo será julgado, não pelo decálogo,

mas pelas Palavras de Jesus por seu evangelho (Jo 12.48 ; Rm 2.16).

Isaías 56.6: ―E aos filhos dos estrangeiros, que se chegarem ao Senhor, para o servirem, e

para amarem o nome do Senhor, sendo deste modo servos seus, todos os que guardarem o

Sábado, não o profanando, e os que abraçarem o meu concerto‖.

Argumento: Afirmam os ASD: ―não devemos profanar o sábado, mandamento esse não

restrito apenas aos judeus, mas também aos gentios‖.

Refutação Apologética:

Se o texto ensina que não devemos profanar o sábado e que isso inclui os gentios,

também prova a mesma passagem que os gentios devem oferecer holocaustos e sacrifícios

(vrs.7) sobre o altar de Deus, no templo, sobre o monte Sião, em Jerusalém. Tudo isso está

incluído com o sábado aqui citado. Naturalmente que o texto se aplica aos gentios prosélitos

que abraçaram o judaísmo e foram circuncidados (Êx 12.48).

Isaías 66.23: ―E será que desde uma lua nova à outra, e desde um Sábado até ao outro, virá

toda a carne a adorar perante mim, diz o Senhor‖.

Argumento: ―O Sábado vai ser observado na nova ordem, pois se lê de ―um sábado a

outro‖.

Refutação Apologética:

Se o sábado estará em vigor na nova terra, também estará em vigor a lua nova. Se

alguém dissesse que iria visitar sua noiva de sábado a sábado isto implicaria que esse noivo

iria visitá-la diariamente - de sábado a sábado – e não apenas no dia de sábado. Logo a

interpretação correta é que, no futuro, não iremos adorar a Deus em épocas especiais – de

sábado ou de lua nova, mas que, permanentemente, sem interrupção, estaremos adorando a

Deus. Prova disso é Apocalipse 21.1-4, 23-24, mostra que no novo céu e na nova terra não

haverá necessidade de sol, pois as nações andarão à luz do Cordeiro. Entretanto, a guarda

sabática é de pôr do sol a pôr do sol, mas na nova terra e no novo céu não haverá sol, nem

noite.

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Ezequiel 22.26: ―Os seus sacerdotes transgridem a minha lei, e profanam as minhas coisas

santas; entre o santo e o profano não fazem diferença, nem discernem o impuro do puro; e de

meus sábados escondem os seus olhos, e assim sou profanado no meio deles‖.

Argumento: Afirmam os ASD: ―Assim são todos os que não guardam o sábado‖.

Resposta Apologética:

A acusação que fazem, sem prova alguma, se limita à questão do sábado e nada mais.

Entretanto, essa passagem é dirigida aos sacerdotes e todo o capítulo mostra que é dirigida aos

israelitas, pelas expressões: ―cidade sanguinária‖ (vrs.2 – que é Jerusalém); ―Príncipes de

Israel‖(vrs.6,18). Diante disso, fica claro que nada tem que ver com os gentios cristãos (Rm

6.14).

Daniel 7:25: ―E proferirá palavras contra o altíssimo, e destruirá os santos do Altíssimo; e

cuidará em mudar os tempos e a lei; e eles serão entregues na sua mão por um tempo, e

tempos, e metade de um tempo‖.

Argumento: Afirmam os ASD: ―O Papa mudou o dia de guarda do sábado para o

domingo‖.

Refutação Apologética:

O texto não se refere ao sábado quando menciona ―lei‖. Só na mente dos ASD. Não

sabem nem ao menos indicar o papa que supostamente fez essa mudança. Na verdade se o

texto prova essa suposta mudança, ou seja, que a mudança se refere ao decálogo, ou melhor,

dizendo, ao dia de sábado para o domingo, então, teríamos de concluir que a mudança foi feita

pelo próprio Deus (Dn 2.20-21). Deve-se ter presente que a lei foi mudada por Cristo (Hb

7.12) e não pelo Papa. Muitas passagens apontam que Cristo cumpriu a Lei e que ela findou

na Cruz (II Co 3.6-14; Gl 3.19-15; Rm 10.4; Cl 2.14-17). O texto de Dn 7.25 se refere e

aponta para Antíoco Epifânio, que em sua época mudou as leis e, como afirma alguns

historiadores, chegou a sacrificar um porco no altar e profanou o santuário (Dn 8.14). Esse foi

o aspecto maligno da mudança da lei, pois tirou o povo da direção do Senhor. Diferente do

que o nosso Senhor fez com a lei (Dn 2.20-21) mudando-a em um aspecto mais elevado e

espiritual.

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Oséias 2:11: ―E farei cessar todos o seu gozo, as suas festas, as suas luas novas, e os seus

sábados, e todas as suas festividades‖.

Argumento: Dizem os ASD: ―os ‗seus sábados‘ se referem aos sábados anuais e logo, no

texto, não há referências aos sábados semanais‖.

Resposta Apologética:

Existe contradição entre os próprios ASD, pois dizem:

Deus descansou no Sábado do sétimo dia, porém não fez o mesmo nos sábados anuais.

Ao primeiro, Deus chama ‗os meus sábados‘ (Ez.20:20); aos últimos, chama-os de ‗seus

sábados‘ (Os.2:11; Is.1:13), etc. (Subtilezas do Erro, p.126, ed.1981).

Todavia, se contradizem ao dizerem:

Em Oséias 2:11 está profeticamente o fim de todos os tipos de sábados por parte do povo

judeu (livro Adventista: Consultoria Doutrinária, p.147, Ed.1979).

Como se vê na ―declaração‖ se ensina que Oséias 2.11 se refere aos sábados anuais;

enquanto que, ―na contradição‖ se declara que Oséias se refere a todos os sábados, incluindo

os semanais. Ainda dizem os ASD com relação à expressão de Oséias 2.11 ―seus sábados‖ se

refere aos sábados cerimoniais ou anuais e que a expressão ―meus sábados‖ se refere aos

sábados semanais. Tal argumento não prevalece. Se Sábado é prescrição moral da lei por ser

chamado ―meus sábados‖, então os ASD têm que admitir situação de igual valor para os

sábados dos 7 anos e 50 anos, o Jubileu (Lv. 25.10). O sábado anual era um sábado do

Senhor (Lv 25.1-4,10-12). Para serem coerentes deveriam guardá-lo por haver sido chamado

por Deus de ―meus sábados‖ (Compare Lv 26.2,43,35; Jo 20.17) - Aquele Pai, mencionado

por Jesus como ―meu Pai‖ é diferente do Pai também chamado por Jesus de ―vosso Pai‖ ? Só

por que mudou o pronome possessivo também mudou o Pai ? Vejam outro exemplo: Is 56.7

comparado com Mt 23.38, onde os sacrifícios são chamados ―meus sacrifícios‖ e ―vossos

sacrifícios‖. Em Is 43.23,24 aparece o possessivo ―teus holocausto‖, ―teus sacrifícios‖.

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Mateus 5.17,18: ―Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim ab-rogar, mas

cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um

til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido‖.

Argumento: Afirma os ASD: ―Enquanto durar o céu e a terra não se omitirá um jota ou til

da lei. Logo, os 10 mandamentos estão em vigor. Assim, o Sábado deve ser observado‖.

Resposta Apologética:

A correta interpretação da passagem é a seguinte:

a) Não há nenhuma insinuação que diz que cada jota ou til da lei vão permanecer até que o

céu e a terra passem, mas que não passarão ―sem que tudo seja cumprido‖. É o que se lê

em Lc 16.16,17. Ora, tanto esta passagem como Mt 5.17-19 ensinam que em algum tempo

a lei passará, isto é, logo que for cumprida. E Jesus disse que veio cumpri-la e ele a

cumpriu integralmente (Ef 4.10). Se já cumpriu, a lei já passou. O que Jesus asseverou não

é o tempo que a lei havia de durar, mas a certeza do seu cumprimento (Lc 24.44; At 13.39;

Ef 2.14).

b) A lei a que se refere Jesus não se restringe só ao decálogo, mas a toda lei, como segue:

1) – Jesus fala de três mandamentos do decálogo; do 6o no vrs.21; do 7

o no vrs.27; e do

3o no vrs.33.

2) – Jesus fala de mandamentos fora do Decálogo: vrs.38 – ―Olho por olho‖, que se

encontra em Lv.24:20, que por sua vez fazia parte de normas jurídicas de antigas

civilizações conhecidas como ―Lei de Talião‖ incorporada na Torá. 2) vrs.43 fala do

amor ao próximo, que se encontra em Lv 19.18.

c) Quando Jesus fala da lei ele a aplica a todo Pentateuco ou a toda Lei (Mt 7.12; 11.13;

22.13; Lc 16.16,29,31).

d) Jesus falou que veio cumprir a Lei (Gl 4.4,5; Rm 10.4), inclusive o Decálogo. Assim,

tendo-a cumprido deixa de ser obrigatória a sua observância para o cristão.

Mateus 19.16-22: ―Se queres, porém entrar na vida, guarda os mandamentos‖(vrs.17).

Argumento: Afirma os ASD: ―Jesus mandou guardar os mandamentos e os mandamentos

são dez, logo se torna obrigatório a guarda do sábado, que é o 4o mandamento‖.

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Resposta Apologética: É notável que Jesus omita propositadamente o sábado. É digno de

nota também que dentre os mandamentos citados na passagem paralela de Mc 10.19, Jesus

citou ―amarás o teu próximo...‖ (Lv 19.13) que se acha fora do decálogo. Se uma parte do

decálogo abrange o decálogo, por que a citação de mandamento fora do decálogo, não

abrangeria igualmente todo o livro da lei ? Daí, por coerência, deveríamos guardar toda a Lei

(Gl 3.10).

Mateus 24.20 : ―E orai para que a vossa fuga não aconteça no inverno, nem no Sábado‖.

Argumento: Afirmam os ASD: ―O Sábado seria guardado depois da ressurreição, pois

Jesus se refere à destruição de Jerusalém e que nessa ocasião não deveriam transgredir o

Sábado‖.

Resposta Apologética:

Se os Judeus procurassem fugir da cidade de Jerusalém no dia de sábado, para escapar com

suas vidas, estariam transgredindo o sábado? (O texto de Lc 6.9 diz que não). Certamente que

os ASD não admitem tal raciocínio, mas ao citar esse texto para defender sua doutrina estão

afirmando justamente isto. Jesus não estava falando da eventual santidade do dia. Deve-se

observar que o assunto principal da mensagem profética de Cristo não tem nada que ver com

a santidade do sábado e sim com os perigos e tribulações desse tempo futuro que se deu 40

anos após a destruição de Jerusalém. Jesus aponta quatro perigos: 1) – as grávidas; 2) – as que

tinham crianças pequenas; 3) fuga no inverno; 4) fuga no sábado. Jesus se refere aos perigos

da fuga da cidade. Ademais, se por afirmar que deveriam orar para que sua fuga não ocorresse

no sábado isto implicaria na santidade desse dia, então, quando se refere a fuga no inverno,

significaria santificar esse tempo de inverno? Concordam os ASD com esse raciocínio? A

fuga no sábado, logo, implicaria em incompreensão pelos próprios judeus de dentro da cidade

(Jo 5.16-18) e o inverno traria dificuldades de locomoção e abrigo.

Mateus 28.1: ―E, no fim do Sábado, quando já despontava o primeiro dia da semana, Maria

Madalena e a outra Maria fora ver o sepulcro‖.

Argumento: Afirmam os ASD: ―O texto menciona o Sábado depois da Cruz, logo é para o

cristão‖.

Refutação Apologética: É digno de nota que embora o sábado fosse mencionado depois da

cruz, foi, no entanto, anterior à ressurreição de Jesus que deu motivo a ter-se o primeiro dia da

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semana – o domingo – o Dia do Senhor (Ap 1.10). Lembrando que até aquele momento os

discípulos guardavam não só o sábado, mas toda a lei!

Marcos 2.27,28: ―E disse-lhes: O Sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por

causa do Sábado. Assim o Filho do homem até do Sábado é Senhor‖.

Argumento: Afirmam os ASD: ―O Sábado foi feito por causa do homem e não só do Judeu.

Isto significa que qualquer nacionalidade pode guardá-lo‖.

Refutação Apologética: Jesus não estava afirmando que o Sábado era o dia do Senhor, mas

dizia que ele era Senhor do dia. Logo, como Senhor do dia, isto é, superior ao dia, podia

determinar qual o tipo de pecado que estavam cometendo seus discípulos por colherem

espigas (ou trabalhar para comer) no sábado. E, nessa ocasião, lançou o veredicto de

―inocentes‖ por trabalharem para seu sustento (compare com Mt12).

Lucas 4.16: ―E, chegando a Nazaré, onde fora criado entrou num Sábado, segundo o seu

costume, na sinagoga, e levantou-se para ler‖.

Argumento: Afirmam os ASD: ―Jesus ia habitualmente à sinagoga no sábado, logo

devemos imitá-lo, guardando o Sábado‖.

Refutação Apologética:

É certo que Jesus guardou o sábado, pois se encontrava sob o regime da lei, pois nascera sob

ela (Gl 4.4-6; Lc 2.21-24;41). Como tal, observou todos os preceitos da lei, cumprindo-os

para nos libertar dos mesmos (Mt 5.17-18, Rm 10.4). Os adventistas para serem coerentes

com seu argumento deveriam, como Jesus, guardar toda a lei.

Lucas 23.56: ―E, voltando elas, prepararam especiarias, e ungüentos; e no Sábado

repousaram, conforme o mandamento‖.

Argumento: Afirmam os ASD: ―As mulheres santas guardaram o Sábado. Lucas, o escritor,

escreveu seu livro alguns anos depois da ressurreição e assim apontou que o Sábado ainda

estava sendo guardado‖.

Refutação Apologética:

Deve-se ter presente que o sábado em que as mulheres descansaram foi antes da

ressurreição de Jesus. Se o fato de tiver Lucas relatado o evento alguns anos mais tarde, não

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invalida o argumento, pois, estas mesmas mulheres judias estavam observando a Festa de

Pentecostes (At 1.14; 2.1). Uma festa judaica, que nem mesmo os ASD observam. Um

exemplo: Quando Pedro voltou da casa de Cornélio foi repreendido pelos seus colegas por ter

entrado em casa de incircuncisos e ter comido com eles (At 11.3). Se os apóstolos ainda não

percebiam que a circuncisão não tinha nenhum valor (Gl 5.2), como esperar que as mulheres

viessem entender mais cedo que o sábado era parte integrante do Antigo Concerto anulado na

Cruz? (Cl 2.14; II Co 3.6-14). A propósito, a revista da Escola Sabatina, do 1o trimestre de

1980, p.19, afirma:

O NT não dá nenhuma indicação que se tenha pedido aos judeus que abandonassem

imediatamente a prática da circuncisão ou que ignorassem as festividades judaicas.

Atos 20.7: ―E no primeiro dia da semana, ajuntando-se os discípulos para partir o pão,

Paulo, que havia de partir no dia seguinte, falava com eles; e alargou a prática até à meia

noite‖.

Argumento: Afirmam os ASD: ―A reunião no primeiro dia da semana tomou lugar sábado à

tarde, porque os judeus sempre começavam a guarda do sábado na sexta-feira à tarde‖.

Refutação Apologética:

O que os adventistas se omitem em dizer é que o acontecimento se deu na Ásia Menor

e o costume de contar o dia era bem diferente – de meia noite à meia noite – pois se tratando

de território romano a forma de contar o dia era diferente dos judeus. Troas era uma possessão

Romana possuindo o denominado ―Jus Italicum‖ (estava isenta de taxas como se fosse

território italiano – F. F. Bruce, The Book of The Acts, p.408). Assim, a reunião se realizou

no domingo à noite e não no sábado, como pretende os ASD.

Romanos 3.31: ―Anulamos, pois, a lei pela fé? De maneira nenhuma, antes estabelecemos a

lei‖.

Argumento: Afirmam os ASD: ―A lei se refere aos 10 mandamentos. Logo, Paulo declara

que ela permanece, que está em vigor‖.

Refutação Apologética:

Nada há no texto que sugira estar Paulo se referindo ao decálogo. Paulo, no capítulo

3 de Romanos está afirmando que o homem não pode ser justificado pela guarda da lei das

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obras, mas que podemos ser justificados pela lei da fé (Rm 3.27). Logo, conclui que o

homem é justificado pela fé sem as obras da lei (Concluímos, pois que o homem é justificado

pela fé sem as obras da lei – vrs.28). São tratadas, no capítulo 3, duas leis: a da fé e a das

obras e que somos justificados pela lei da fé (prova ser isso verdade Romana 10.4).

Romanos 6.14,15: ―Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da

lei, mas debaixo da graça‖.

Argumento: Perguntam os ASD: ― Se não estamos debaixo da lei, logo ficamos livres para

pecar: matar, roubar, adulterar... etc?‖.

Resposta Apologética:

É certo que Paulo afirma que os cristãos não estão debaixo da lei (Gl 3.23-25, Gl 4.21

e 5.18). Não quer dizer isso que podemos viver como anarquistas, pois estamos sob a Lei de

Cristo, ou Lei do Espírito ou sob os mandamentos de Cristo (I Cor 9.21,22; Gl 6.2, Rm 8.2,

At 1.2), assim sendo sevos de Cristo (Rm 6.17; II Co 3.6-11).

Romanos 7.12: ―E assim a lei é santa, e o mandamento santo, justo e bom‖.

Argumento: Afirmam os AD: ―A Lei é santa, justa e boa, por que então não guardá-la?

Desde que o Sábado está incluído nos dez mandamentos, deve ser observado‖.

Resposta Apologética:

Deve-se ter presente que Paulo havia dito que não estamos debaixo da lei (Rm 6.14)

e ilustra que uma mulher está ligada pela lei ao marido, enquanto ele vive. Se morrer, está

livre da lei do marido (Rm 7.1-3). Muito embora tivesse o marido sido bom esposo para essa

mulher, ela não está mais sujeita à lei do marido, porque ele está morto. Da mesma forma, o

cristão morreu para o mundo e vive para a lei de Cristo ( I Cor 9.21-22), isto é, para aquele

que por ele morreu e ressuscitou dentre os mortos (vrs.4) e não mais na caducidade da letra,

que mata ( II Co 3.6-14).

I Coríntios 7.19: ―A circuncisão é nada e a incircuncisão nada é, mas sim a observância dos

mandamentos de Deus‖.

Argumento: ―Paulo declara que o importante é a guarda dos dez mandamentos‖.

Refutação Apologética:

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Os adventistas sempre vêem o que não existe nos textos bíblicos. Que prova podem

oferecer de que Paulo esteja se referindo ao decálogo? Nenhuma! Paulo mesmo se encarrega

de desmenti-los, pois em I Co 14.37 ele declara que o que escrevia eram mandamentos de

Deus, dados pelo próprio Senhor Jesus (I Ts 4.2). Quando a Bíblia, no NT, fala de

mandamentos, temos que ter em mente a nova dispensação, pois por ela vivemos. Nessa

dispensação temos: 1) A Lei de Cristo (I Co 9.21); 2) Os Mandamentos do Senhor (At 1.2); 3)

A Lei do Espírito de Vida (Rm 8.2); 4) O Ministério do Espírito (II Co 3.6-14); 5) Os

Mandamentos de Deus dado a Paulo (I Co 14.37, 7.25) – Tudo isso pode ser entendido como

Lei de Cristo, Lei de Deus, Lei do Espírito, mas nunca ser confundido com a Velha

dispensação.

Efésios 2.14,15: ―Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derribando a

parede de separação que estava no meio, na sua carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos

mandamentos, que consistia em ordenanças...‖

Argumento: Afirmam os ASD: ―O texto se refere à Lei cerimonial, pois ordenanças se

encontram nessa lei‖.

Refutação Apologética:

É preciso ter presente que o texto em apreço fala de ―A Lei dos Mandamentos‖, que

consistia em ordenanças. Ordenanças são leis e estatutos ou como diz o texto ―Lei dos

Mandamentos‖ especialmente no que concerne aos dias de festa, luas novas e sábados

(semanal), com suas solenidades específicas de comemoração.

I João 2.3,4: ―E nisto sabemos que o conhecemos: se guardamos os seus mandamentos.

Aquele que diz: Eu conheço-o, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não

está a verdade‖.

Argumento: ―quem não guarda o sábado, que está entre os mandamentos, é mentiroso‖.

Refutação Apologética:

Nada diz que na guarda dos mandamentos, no texto em apreço, esteja incluído o

decálogo. É apenas especulação dos adventistas. Ponderemos no seguinte: a) nos vrs.1,2 João

fala de Jesus e usa o pronome possessivo ―seus‖ o que revela tratar-se dos mandamentos de

Jesus (At 1.2) e não do Decálogo; b) Jesus deu mandamentos aos seus seguidores, mas nunca

mandou guardar o Sábado (Jo 14.15,21; 15.10; I Jo 2.3; 5.3); c) O caráter dos mandamentos

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de Jesus é revelado nas seguintes passagens (I Jo 3.23; 4.21; II Jo 5; Mt 28.18-20); d) Paulo

declarou todo o conselho de Deus (At 20.20,27) e disse que o que escrevia eram

mandamentos de Deus (I Co 14.37), mas nunca mandou ninguém guardar o sábado, pelo

contrário, afirmou que o sábado fazia parte das coisas temporárias da lei, que constituíam de

sombras das coisas futuras (Cl 2.14-17; Gl 4.21-31) . Afirmou também que, guardar o sábado

ou dias religiosos era decair da graça (Gl 4.10,11; 5.4); e) Os mandamentos de Jesus não eram

pesados (I Jo 5.3), ao passo que os mandamentos da lei do Antigo Concerto o eram (At

15.10); f) Além disso os dez mandamentos falham em prescrever os princípios morais de

caráter e atitude humanos: 1) mansidão (Sf.2.3; Sl 37.9-11); 2) Bondade e misericórdia (Mq

6.8); 3) pureza de coração (Sl 24.3); 4) Coração contrito (Sl 51.17).

Os adventistas estão errados em admitir que sempre que se fala de mandamentos no NT o

entendimento que se deva ter é que se refiram aos 10 mandamentos.

I João 3.4: ―Qualquer que comete pecado, também comete iniqüidade; porque o pecado é

iniqüidade‖.

Argumento: ―O pecado é a transgressão dos dez mandamentos e é isso que constitui o

pecado‖.

Refutação Apologética:

Onde o texto diz que pecar é transgredir os dez mandamentos? O decálogo não foi dado a

Adão, senão 2.500 anos depois no Monte Sinai (Dt 5.2-6). Pode-se afirmar que o pecado

havia existido antes de ter sido dado o decálogo? Sim! Adão pecou (Rm 5.12); os anjos

pecaram (II Pe 2.4); os sodomitas pecaram (Gn 19.13), a negligência em fazer o bem já é

pecado (Tg 4.7); mas isso não seria violação do decálogo, pois disse Paulo: ―Porque onde não

há lei (ou seja houve um período sem Lei) não há transgressão (da Lei)‖(Rm 4.15).

Apocalipse 12.17: ―E o dragão irou-se contra a mulher, e foi fazer guerra ao resto da sua

semente, os que guardam os mandamentos de Deus, e têm o testemunho de Jesus‖.

Argumento: ―O dragão é Roma Papal que vai fazer guerra à semente da mulher(A Igreja

Adventista). Esta é a Igreja remanescente porque guarda os mandamentos de Deus, no caso

específico o sábado (o selo de Deus) e tem o Espírito da Profecia na pessoa de E. G. White‖.

Refutação Apologética:

Diz o texto que são os dez mandamentos da lei? Não. Encontramos através de todo o

NT outras citações de mandamentos, mas que não se referem aos dez mandamentos. Na nova

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dispensação os mandamentos de Deus são os Mandamentos de Cristo (At 1.2) que estão na

Lei de Cristo (I Co 9.21), Lei do Espírito (Rm 8.2), no ministério do Espírito (II Co 3.6-14),

Nos ensinamentos de Paulo e dos demais apóstolos (I Co 14.31; Ef 2.20).

CONCLUSÃO

Este módulo possibilitou verificar as várias doutrinas da Igreja Adventista do Sétimo

Dia e como refutá-las à luz da Palavra de Deus.

O adventismo pretende se projetar na história do cristianismo como movimento

profético cuja causa se encontra em uma profecia bíblica a respeito do tempo do fim. Ele

reivindica para si mais do que um nome entre as demais denominações, pretende ser a Igreja

Remanescente.

Sua origem se baseia em um erro profético sobre o retorno de Cristo que culminou no

chamado Grande Desapontamento. A interpretação posterior deste fracasso deu origem à

doutrina do Santuário Celestial.

As doutrinas distintivas adventistas nasceram de crassas distorções bíblicas e de má

exegese por parte dos pioneiros adventistas legitimadas pelas visões da sra. Ellen G. White

que se tornou bem cedo profetisa do movimento.

A IASD está tentando atualmente limpar o estigma de seita aproximando-se cada vez

mais das igrejas evangélicas. Todavia, apesar desta abertura eles continuam obedecendo aos

ensinos e visões de sua fundadora e profetiza que apregoava que era preciso levar a

mensagem adventista aos ministros de outras denominações.

Todo esse exclusivismo juntamente com seus vários erros doutrinários faz da IASD

uma das seitas pseudocrístãs mais perigosas para as igrejas evangélicas.

Sendo assim, o aluno deve refletir no perigo doutrinário que essa pseudo-igreja

representa para o verdadeiro cristianismo.

BIBLIOGRAFIA

ARCHER, Gleison. Enciclopédia de dificuldades bíblicas. São Paulo: Ed. Vida, 1997.

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White E.G. O desejado de todas as nações. 37a Ed. Tatuí – SP: Ed. Casa Publicadora.

Versões Bíblicas

A Bíblia em CD ROM, 2000.

Bíblia Pentecostal, CPAD, 1995.

Bíblia Anotada, Ed. Mundo Cristão, 1995.

Bíblia Vida Nova, 1990;

Bíblia de Scofield, Publicações Espanhola, 1986;

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