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DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · 2013. 6. 14. · 2008 e 2009, onde as consequências ainda...

Date post: 24-Sep-2020
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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I
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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃOPROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

C. E. GELVIRA CORRÊA PACHÊCO

CADERNO PEDAGÓGICO

Tema: Crises Capitalistas

Título: “1929 - 2008/2009 Como entender as crises capitalistas”

LUIZ ANTONIO VITAL

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃOPROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

C. E. GELVIRA CORRÊA PACHÊCO

CADERNO PEDAGÓGICO

Tema: Crises Capitalistas

Título: “1929 - 2008/2009 Como entender as crises capitalistas”

CONTEÚDO ESTRUTURANTE:

Os processos econômicos, culturais demográficos naconstituição do espaço geográfico

Caderno Pedagógico apresentado ao PDE/2009 e UFPR, sob orientação do Prof. DR. Luis Lopes Diniz Filho ….

CURITIBA 2010

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“1929 - 2008/2009 Como entender as crises capitalistas”

Entender economia

O desenvolvimento do tema: Crises Capitalistas, está ligado as questões

econômicas, nos leva a um entendimento da sociedade contemporânea, onde

os meios de comunicação são fontes inesgotáveis de subsídios e trazem a tona

os pontos chaves para os interlocutores tirarem conclusões, através de

pesquisas em livros, sítios da internet, periódicos e jornais. Traçando uma linha

do tempo onde os acontecimentos que desencadearam a Crise de 1929, com

graves consequências mundiais no período chamado Liberalismo. Na década

de 1980 o surgimento do Neoliberalismo, chegando ao momento atual, anos

2008 e 2009, onde as consequências ainda são uma incógnita, pretende-se

dar um norte aos interessados, através de indicações de textos e atividades

práticas, uma forma de trabalhar esse conteúdo que aguça a curiosidade.

Consultando na internet temos Conceitos Básicos de economia no site:

WWW. fontedosaber.com/administração/conceitos-basicos-da-ciencia-economica. Que dão uma ideia em suas entrelinhas dos tratamentos e

vocabulários próprios da ciência econômica para que possamos ter um bom

entendimento desse assunto. Existem muitas maneiras de conceber a

economia como um ramo do conhecimento. Para os economistas clássicos,

como Adam Smith, David Ricardo e John Stuart Mill, “a economia é o estudo do

processo de produção, distribuição, circulação e consumo dos bens e serviços

(riqueza)”.

Por outro lado, para os autores ligados ao pensamento econômico

neoclássico, a economia pode ser definida como a ciência das trocas ou das

escolhas. Neste caso, para seguir a definição proposta por Lionel Robbins, a

economia lidaria com o comportamento humano enquanto condicionado pela

escassez dos recursos: a economia trata da relação entre fins e meios

(escassos) disponíveis para atingi-los. Deste modo, o foco da ciência

econômica consistiria em estudar os fluxos e meios da alocação de recursos

para atingir determinado fim, qualquer que seja a natureza deste último.

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Segundo os economistas austríacos, especialmente Mises, a economia

seria a ciência da ação humana proposital para a obtenção de certos fins em

um mundo condicionado pela escassez, a falta dos recursos pode gerar

dificuldades.

A palavra economia deriva do grego oikonomía: oikos - casa, moradia; e

nomos - administração, organização, distribuição. Deriva também do latim o

economia: disposição, ordem, arranjo.

Somente a atividade econômica exercida dentro de uma sociedade, e

com sua ajuda direta ou indireta, interessa à economia como ciência.

O objeto do estudo da ciência econômica é a questão da escassez, ou seja,

tendo a necessidade de geração de empregos para manter a população.

Todas as sociedades, independente da organização econômica e do

regime político, são obrigadas a fazer opções, escolhas entre alternativas para

controlar sua economia, essas escolhas podem ser determinantes com relação

ao padrão de vida e a evolução tecnológica de sua sociedade e fazem surgir

novas necessidades.

PAUSA PARA ATIVIDADE

1) Antes de entender as crises capitalistas devemos entender o que

é a economia. Qual a sua ideia sobre economia?

2) Após a explicação do(a) professor(a) e a leitura do Entender economia, qual a sua opinião sobre ela?

3) Exercício de cartografia: Reproduzir um mapa econômico do

seu Estado.

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Montagem de imagens do Centro de Curitiba produção do próprio Autor

Debatendo a imagem, na foto o Centro de Curitiba, grandes bancos e

pequenas instituições financeiras proliferam. Qual a razão para existirem tantos

estabelecimentos financeiros no grandes centros urbanos?

O Período Pré-Crise de 1929

O Período histórico-geográfico (segundo Carson-1992) que antecedeu a

Crise de 1929, também chamada Grande Depressão, ocorreu da década de

1870, quando se acentua na economia de mercado capitalista, uma

transformação da fase denominada de concorrencial para o capitalismo

monopolista. No momento concorrencial há uma disputa entre as empresas

para conseguirem uma hegemonia (liderança de mercado) para os seus

produtos e serviços em relação as outras empresas do mesmo ramo. Quanto

maior a concorrência tanto maior será agressividade dessa disputa. Para

Carson:

Tentar especificar exatamente quando começa a época

econômica moderna é uma tarefa arbitrária e cansativa. Alguns talvez

resolvam voltar até o ano da Revolução Americana, 1776, que

assinalou também a publicação de A riqueza das nações, de Adam

Smith, o primeiro enunciado totalmente desenvolvido dos princípios

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econômicos e éticos de uma sociedade democrática capitalista.

Outros podem enfatizar os alicerces institucionais da economia,

escolhendo, quem sabe, no caso dos Estados Unidos, o início do

sistema fabril nas primeiras décadas do século XIX ou, possivelmente,

a maturidade, após a Guerra Civil, da forma empresarial de

sociedades anônimas.

Não é tão simples estabelecer um período básico para se projetar os

estudos econômicos, pensando-se nas crises capitalistas, essa problemática

citado por Carson, não é o maior interesse em questão, procura-se ter uma

ideia de consequências a partir dos momentos mais marcantes em termos

históricos, como foi o caso da Crise de 1929..

No capitalismo chamado concorrencial, leis básicas procuram dar

entendimento ao mecanismo de existência do sistema, destacam-se a Lei da

oferta e da procura onde, tanto o volume de produção de um dado produto ou

serviço depende da necessidade que o produto possa ter, também o seu valor

monetário tem haver com sua escassez ou necessidade que tenhamos pelo

produto. Sendo formas de entender o sistema, como a Lei da oferta e da

procura, não fornecem subsídios para entender as crises existentes. Como

ocorreu em 1870 nos Estados Unidos da América, onde se teve a noção do

movimento de transformação que estava em andamento, a transformação do

capitalismo concorrencial para o capitalismo monopolista.

A depressão da década de 1870, foi dura para todos os países

industrializados, Europa Ocidental e Estados Unidos principalmente, foram

marcadas por um constante declínio de preços, estagnação de lucros e

falências bancárias. Como formas de superação surgem os cartéis, um acordo

entre empresas com o fim de limitar a produção, áreas de vendas, com

valorização dos produtos. Essas alternativas tinham por finalidade eliminar a

concorrência, gerando prejuízos as empresas que não participavam do cartel,

houve uma redução do número de empresas e em contrapartida grandes

empresas monopolizantes ou oligopólios surgiram.

Em economia, monopólio (do grego monos, um + polein, vender) é

como se denomina uma situação de concorrência imperfeita, em que uma

empresa detém o mercado de um determinado produto ou serviço, impondo

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seus preços aos que comercializam visando uma obtenção de vantagens. No

site: http://pt.wikipedia.org/wiki/Monopolio.

O espaço econômico capitalista sofreu uma grande re-estruturação com

a consolidação do capitalismo monopolista. Os grandes grupos econômicos

tornaram-se mundiais, os países que acolheram as chamadas transnacionais

tiveram que promover uma infra-estrutura básica, levando-as a um

endividamento com países já industrializados, surgindo aí uma nova disputa

imperialista em países não europeus. Ocorria a grande concorrência por novos

mercados, mas principalmente sem a intervenção dos governos na economia,

que se auto-regulava.

Este cenário internacional tanto contribuiu aos conflitos denominados

Guerras Mundiais. Boron (2006), descreve assim esse período:

“O pensamento econômico anterior a 1929 como ingenuamente desligado de

preocupações econômicas práticas, eram grosseiros os instrumentos práticos

dos economistas, medíocre a coleta de dados e bem primitivo o nível das

técnicas quantitativas. Havia um defeito fatal, entenderem com pragmatismo

os problemas específicos, esposando uma filosofia privada essencialmente do

tipo laissez faire, intervenções no mercado poderiam ser necessárias de

tempos em tempos, mas elas eram “exceções”. O laissez faire ("Laissez-faire",

que significa como o mercado resolve os problemas econômicos

fundamentais, o que e quanto, como e para quem produzir, como guiados

por uma mão invisível, sem a intervenção do governo. Promove o equilíbrio

dos mercados e o mecanismo de preço promove o equilíbrio dos mercados.

ainda era a regra”.

Na prática vivia-se um período de crescimento econômico com a busca

pelo monopólio e disputa entre as empresas, destacando-se como grande

produtor industrial os Estados Unidos da América, em função da denominada

Primeira Guerra Mundial (foi um conflito mundial ocorrido entre 28 de Julho de

1914 e 11 de Novembro de 1918). No site a seguir tudo sobre o assunto :

http://pt.wikipedia.org/wiki/Primeira_Guerra_Mundial.

O período citado, da Primeira Guerra Mundial, onde os países

europeus, que eram os grandes países industrializados antes do conflito,

possuindo a liderança mundial, estavam se destruindo, pois suas

infraestruturas estavam abaladas, os Estados Unidos passou a ser o

fornecedor de suas necessidades industriais.

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O sinal da crise foi o colapso do mercado de ações, com a Queda da

Bolsa de Valores dos Estados Unidos, período conhecido também por “Grande

Depressão” que revelou em outubro de 1929, de forma abrupta atingindo

totalmente a economia, o que deveria ter sido antecipado a meses antes,

quando a Europa voltava a sua produção industrial. O mercado em alta e as

políticas de crédito fácil do Fed (Banco Central dos Estados Unidos), que

haviam contribuído tanto para impulsionar o mercado e sua concorrência, o

injustificado otimismo público, que não conseguia absorver toda a produção

nacional, como o retorno da atividade econômica na maioria dos países

europeus depois do final da Primeira Guerra Mundial, não haviam tantas

exportações dos Estados Unidos para lá.

Como consequências dessa crise houveram muitas falências,

desemprego em massa, uma crise mundial em função das relações

econômicas do Estados Unidos com os países do mundo. Para se ter uma

ideia, no Brasil foi o fim da cafeicultura, pois o nosso maior comprador de café

sem condições de continuar a importar o produto, não havia mais mercado

para a agricultura cafeeira. Assim como a pecuária argentina, que tinha nos

Estados Unidos seu grande parceiro de importação.

PAUSA PARA ATIVIDADE

1) Quais os motivos que levaram a Crise de 1929?

2) Socializando suas ideias:

a) Formando grupos de 04 alunos (ou conforme orientação do

professor), debata suas anotações com os colegas do grupo.

Produzam um texto único sobre o assunto.

b) Para concluir: anotem no texto qual a visão da atividade

industrial que vocês observam hoje? Existe concorrência? A

fusão de grande empresas continua? A busca do monopólio ainda

ocorre?

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3) Para fazer em casa (ou no laboratório de informática): entrar

no site http://www.google.com (em imagens da Crise de 1929).

Descreva qual a impressão que se tem dos efeitos da chamada

“Grande Depressão”.

Calçadão da Rua XV d Novembro (Curitiba – PR) do Próprio autor

Debatendo a imagem, na foto do Calçadão da Rua XV de Novembro em

Curitiba, nossos centros urbanos estão cada vez mais populosos. Em que a

economia interfere nesse processo de urbanização?

A Crise de 2008/2009

As raízes desta crise ficaram conhecidas, devido a noticias veiculadas

pelos meios de comunicação. Elas baseiam-se na desintegração do mercado

imobiliário nos EUA, particularmente do setor subprime (crédito de alto risco)

que empresta a pessoas na maioria pobres que não têm perspectivas de pagar

as suas hipotecas inflacionadas (pagar por empréstimos bancários com altos

juros). Contudo, isso não é apenas um problema financeiro, mas agora é uma

cadeia de crises derivadas desta fato, bombas estouraram, e ainda poderão ser

detonadas, como um enorme castelo de carta a cair da “arquitetura financeira”

do capitalismo norte-americano e mundial.

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Uma interrogação se deve fazer com relação ao fato da Reserva Federal

dos EUA que interveio com grandes somos de dinheiro na Bear Stearns, e no

Freddie Mac e Fannie Mae, e não no Lehman Brothers. Mesmo sendo

empresas do mesmo ramo financeiro? A simples resposta é que Hank Paulson,

Secretário do Tesouro dos EUA e os estrategistas econômicos do capitalismo

norte-americano acreditavam que a não ser que aqueles fossem salvos, um

novo “crash” financeiro, como o de 1929, seria possível. Nouriel Roubini, um

economista capitalista que tem consistentemente concordado conosco,

marxistas na seriedade e na escala desta crise, chamou à ação de Paulson de

“socialismo para os ricos”. Outros bancos e empresas estão por isso em linha,

com a sua tigela de esmolas, pedindo por intervenções do Estado, o qual eles

antes defendiam que não devia ter intervenção nos trabalhos do chamado

mercado livre capitalista.

Realmente os fatos mostram algumas similaridades entre as crises de

1929 e a de 2008/2009, no sentido da não presença do Estado na economia,

ambas tendo seu início nos Estados Unidos, em grande expansão econômica,

com consequências desastrosas em todo mundo. Mas se comparando em

termos de Brasil, quando em 1929, rompeu-se com a economia agro

exportadora cafeeira. Hoje nossa economia suportou melhor a crise, devido a

presença do Estado, onde o governo brasileiro determina os rumos da

economia colocando limites para seu desenvolvimento, como não ocorreu com

os Estados Unidos.

O Lehman Brothers não era, aparentemente, crucial para a economia

dos EUA ao passo que Fannie, Freddie e mesmo o Bear Stearns são parceiros

principais nas finanças do governo. Metade dos 9.000 bancos dos EUA

poderiam colapsar se não fossem ajudados. Mas, as consequências que

advêm do colapso do Lehman podem ainda assim ser muito severas, com

grandes repercussões internacionais; dividas a investidores japoneses no

Lehman são consideráveis, por exemplo.

Instabilidade capitalista

O capitalismo americano – e particularmente o setor financeiro – ainda

não está, fora dos problemas. Com a globalização econômica vários setores

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foram afetados em cadeia, a indústria dos “derivados” está altamente instável,

os preços comerciais do setor imobiliário continua caindo e, e isto é crucial. As

instituições de “seguros” (como salvaguarda contra o colapso financeiro das

firmas) pode também colapsar. Há a ameaça de um efeito dominó financeiro, o

que significa que esta crise não é um fenômeno passageiro.

A crise se expandiu – de fato – para a “economia real”, quer na Grã-

Bretanha que entrou em recessão, quer nos EUA. Isso afetou, inevitavelmente,

arrastando-se para a Europa, Japão, o resto da Ásia e, por último, afetou a

China. Foram os trabalhadores do setor financeiro – e na sua maioria

administrativos – que sentiram os primeiros efeitos. Sessenta e três mil

trabalhadores já perderam os seus empregos, na maioria em Londres e Nova

York. Mais 20.000 postos de trabalho nos serviços financeiros da Grã-Bretanha

desapareceram no ano de 2009.

Muitos trabalhadores ficaram sem emprego, enquanto a atitude dos

governos foi socorrer a instituições financeiras, que não sofreram realmente. O

desemprego irá agora aumentar substancialmente, estimando-se que meio

milhão de pessoas se juntarão às fileiras de desempregados que já existem na

Grã-Bretanha. Estes eventos atuais lembram bem os ocorridos na “Grande

Depressão” de 1929.

Observe como ocorrem as notícias da época da crise em 2009:

21 de janeiro de 2010, às 09h27min

Capitalismo crise em novembro de 2009

Por Edson Pereira Bueno Leal (No site:

www.administradores.com.br/informe-se/artigos/capitalismo-crise-em-

novembro-de-2009/37887/print/

BOLHA EM FORMAÇÃO

Para Nouriel Roubini, “desde março vem ocorrendo um aumento maciço

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em ativos (investimentos econômicos) de alto risco de todo tipo – participações,

preços do petróleo, energia e commodities (é um termo de língua inglesa que,

significa mercadoria, é utilizado nas transações comerciais de produtos de

origem primária nas bolsas de mercadorias). Os investidores que estão

vendendo o dólar a descoberto para comprar ativos de rentabilidade maior e

outros ativos globais em base altamente alavancada não estão só contraindo

empréstimos a juro zero em termos do dólar – estão contraindo empréstimos a

juros muito negativos que podem chegar a 10% ou 20% negativos ao ano - ,

Dinheiro fácil , facilitação do crédito e fluxo maciço de capitais para os EUA por

meio do acúmulo de reservas em dividas estrangeiras em outros países tornam

os déficits fiscais dos EUA mais fáceis de financiar e alimentam a bolha

americana de participações e crédito.

Mas essa bolha ira estourar um dia, à medida que os investidores

cobrem suas transações a descoberto com dólar, o que significa, cobrar as

dividas que foram contraídas pelas pessoas sem condição de pagá-las. Haverá

um estouro da boiada, com o fechamento de posições de alto risco e

alavancagem longa em todas as classes de ativos financiadas por transações

em dólar a descoberto gerando colapso coordenado de todos esses ativos de

alto risco -, ações, commodities, ativos de emergentes e instrumentos de

crédito. Mas quanto mais se prolongarem e quanto mais crescer a bolha, maior

o crash, a explosão. O Fed (Banco Central Norte-americano) e outros

responsáveis pela política econômica parecem não ter consciência da bolha

monstro que criam. Quanto mais tempo permanecerem cegos mais dolorosa

será a queda”. ( F S P, 3.11.2009, p. B-5).

A reunião de ministros da Fazenda e presidentes dos bancos centrais

do G20 em Saint Andrews na Escócia está marcada pela queda do dólar . A

delegação do Brasil foi procurada por pelo menos outras duas ( África do Sul e

França) , em busca de informações sobre a taxação de 2% imposta em outubro

aos capitais estrangeiros que entram no Brasil. Há uma torrente de capitais

vagando pelo mundo em busca de resultados que sejam melhores do que na

aplicação em dólares , que está beirando o zero . É o temor de uma nova bolha

causada justamente pelo dólar desvalorizado ( F s P , 7.11.2009, p. B-5).

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PAUSA PARA ATIVIDADES

Os textos A Crise de 2008/2009 e Bolha em formação dão a ideia de

como os analistas observaram a crise econômica capitalista do final do ano de

2008 e 2009, momentos de grande tensão e de perspectivas sombrias. Para

que iniciemos nossas atividades anote em seu caderno, o que motivou a crise

econômica e quais as principais preocupações que surgiram nos textos?

Socializando suas ideias: Após estarem anotados os motivos da crise

e as preocupações dos autores, vamos nos reunir em grupos de 04 alunos (no

máximo) para debater e observar as similaridades das anotações do grupo.

Vamos produzir um único texto do grupo com essas ideias, podem dar um título

próprio e colocar a visão pessoal de cada um.

Trabalho de campo: O grupo formado fará uma pesquisa sobre os

efeitos da crise econômica recente, trazendo informações de suas próprias

famílias e conhecidos sobre os reflexos dessa crise (desemprego,

marginalização etc.). Complementem o texto iniciado em sala de aula com

essas anotações. Fazendo um análise do que foi essa crise.

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REFERÊNCIAS

CARSON, R.B. “O que os economistas sabem: um manual de política

econômica para a década de 90 e depois. RJ: Jorge Zahar, 1992;

BORON, A. A.; CHAUÍ, M. : e outros “A teoria Marxista hoje : problemas e

perspecticas. Buenos Aires: Consejo Latinoamericano de Ciências Sociais

- CLACSO, 2006


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