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Documentos ISSN 0104-866X 183 Dezembro, 2008 Programa de Cultivo de Moluscos Bivalves da Embrapa Meio-Norte
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DocumentosISSN 0104-866X 183Dezembro, 2008

Programa de Cultivo de MoluscosBivalves da Embrapa Meio-Norte

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ISSN 0104-866X

Dezembro, 2008

Empresa Brasileira de Pesquisa AgropecuariaEmbrapa Meio-NorteMinisterio da Agricultura, Pecuaria e Abastecimento

Documentos 183

Programa de Cultivo de MoluscosBivalves da Embrapa Meio-Norte

Jefferson Francisco Alves LegalAlitiene Moura Lemos PereiraAngela Puchnick LegalFabfola Helena dos Santos Fogat;a

Embrapa Meio-NorteTeresina, PI2008

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Embrapa Meio-NorteAv. Duque de Caxias, 5.650, Bairro Buenos Aires,Caixa Postal 01CEP 64006-220 Teresina, PIFone: (86) 3089-9100Fax: (86) 3089-9130Home page: www.cpamn.embrapa.Email: [email protected]

Presidente: Flavio Favaro Blanco,SecreUiria executiva: Luisa Maria Resende Gom;alvesMembros: Paulo Sarmanho da Costa Lima, Fabio Mendom;a Diniz, CristinaArzabe, Eugenio Celso Emerito Araujo, Danielle Maria Machado RibeiroAzevedo, Carlos Antonio Ferreira de Sousa, Jose Almeida Pereira e MariaTeresa do Rego Lopes

Supervisao editorial: Lfgia Maria Rolim BandeiraRevisor de texto: Jovita Maria Gomes OlieiraNormalizac;:ao bibliogratica: Orlane da Silva MaiaEditorac;:ao eletrOnica: Jorima Marques FerreiraFoto da capa: Jefferson Francisco Alves Legast

," edi9ao1" impressao (2008): 300 exemplares

Todos os direitos reservados.A reproduc;:ao nao-.autorizada desta publicac;:ao, no todo ou em parte, consti-

tui violac;:aodos direitos autorais (Lei nO9.610).

Dados Internacionais de Cataloga9ao na Publica9ao (CIP)Embrapa Meio-Norte

Programa de cultivo de moluscos bivalves da Embrapa Meio-Norte /Jefferson Francisco Alves Legat ... let aLl - Teresina : Embrapa Meio-Norte, 2008.20 p. ; 21 cm. - (Documentos / Embrapa Meio-Norte, ISSN 01 04-866X ;

183).

1. Molusco. 2. Manejo. 3. Sistema de ProdUl;ao. I. Legat, JeffersonFrancisco Alves. II. Embrapa Meio-Norte. III. Serie.

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Jefferson Francisco Alves legatOceanografo, M.Sc. em Oceanografia Biologica,pesquisador da Embrapa Meio-NorteUEP/Parnalba, Parnaiba, [email protected]

Alitiene Moura Lemos PereiraAquicultora, D.Sc. em Aquicultura, pesquisadora daEmbrapa Meio-Norte, UEP/Parnalba, Parnaiba, [email protected]

Angela Puchnick legatOceanografa, M.Sc. em Oceonografia Biologica,pesquisadora da Embrapa Meio-Norte,UEP/Parnalba, Parnaiba, [email protected]

Fabfola Helena dos Santos Foga~aZootecnista, M.Sc. em Aquicultura, pesquisadora daEmbrapa Meio-Norte, UEP/Parnalba, Parnaiba, [email protected]

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Apresenta~ao

o Delta do Rio Parnaiba, localizado na regiao Meio-Norte do Brasil, na divisaentre os Estados do Maranhao e do PiauI, caracteriza-se por formar 0 unicodelta em mar aberto das Americas, com mais de 75 ilhas, constituindo umaimportante zona costeira que engloba os ecossistemas de mangues, dunas,matas, campos e alagados de agua salgada. A abundancia de recursospesqueiros nessa regiao faz com que grande parte da populac;ao dosmuniclpios de Tut6ia (MAl, Agua Doce (MAl, Araioses (MAl, IIha Grande(PI), LUISCorreia (PI) e Cajueiro da Praia (PI) vivam da pesca ou de atividadescorrelacionadas.

A ocorrencia de diversas especies de moluscos bivalves no Delta e nas areasadjacentes, 0 elevado potencial da regiao para a aquicultura e a pre-disposic;ao das comunidades em cultivar ou efetuar 0 manejo dos moluscoscapturados levou a Embrapa Meio-Norte, atraves do seu Nucleo de Pesquisaem AqUicultura e Pesca, a desenvolver um programa de cultivo de moluscosbivalves, apresentado neste documento.

Hoston Tomas Santos do NascimentoChefe-Geral da Embrapa Meio-Norte

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Programa de Cultivo de Moluscos Bivalves da

Embrapa Meio-Norte......................................... 9

Introdugao 9

Programa de cultivo de moluscos bivalves daEmbrapa Meio-Norte. 11

Ostreicultura familiar para comunidades depescadores artesanais... 12

Ostreicultura como alternativa para 0 tratamento deefluentes da carcinicultura.... 14

Programa de sele~ao e melhoramento genetico deostras do mangue....................... 15

Caracteriza~ao de especies nativas e avalia~ao dopotencial para domestica~ao................................... 17

Referencias 20

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Programa de Cultivo deMoluscos Bivalves daEmbrapa Meio-Norte

Jefferson Francisco Alves LegatAlitiene Moura Lemos PereiraAngela Puchnick LegatFabfola Helena dos Santos Foga9a

as moluscos saDanimais invertebrados que pertencem ao filo Mollusca, 0

qual inclui os bivalves, como ostras e mexilh6es, gastr6podos como oscaramujos, os cefal6podes, como polvos e lulas, alem de outras especies

de classes menos conhecidas. Ocorrem no mar, na agua doce e na terra,

compreendendo um dos maiores filos dos invertebrados, com mais de100.000 especies viventes, alem de 35.000 especies f6sseis.

as moluscos bivalves possuem uma concha com duas valvas e um "pe"que permite escavar na areia ou no lodo (Fig. 1). No entanto, algumas

especies vivem aderidas a substratos duros, sendo a ancoragem feita poT

filamentos ou cimentavao de uma das valvas ao substrato.

A grande maioria dos bivalves alimenta-se por filtravao, retendomicroorganismos existentes na agua, atraves dos cmos das branquias. Nogeral, saDdi6icos (possuem os sexos separados) e a fertilizavao eusualmente externa, sendo 0 desenvolvimento planct6nico. Possuem

elevada importancia ecol6gica devido a posivao que ocupam na cadeiatr6fica, servindo de fonte de alimento para outros moluscos, crustaceos,

peixes eaves.

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Fig. 1. Exemplar de tarioba(lphigenia brasiliana) escavando 0

substrato.

A pesca de moluscos e ancestral, praticada no Brasil pelos nativos desde

antes da chegada dos colonizadores. Na regiao Meio-Norte, os fndios

tremembes, primeiros habitantes da regiao costeira do Ceara, Piauf eMaranhao, ja coletavam moluscos.

Atualmente, a captura de mariscos, sururus e outras especies serve comofonte de alimento e renda para milhares,de famnias que habitam as regioes

costeiras. No entanto, a sobrepesca, isto e, a pesca em excesso, que

impede que os indivfduos adultos das populac;:oesnaturais sejam repostospor novas gerac;:oes,acaba colocando em risco esta atividade econ6mica.

Nesse sentido, 0 cultivo destaca-se como alternativa para a produc;:aodepescado.

Alem da importancia ambiental, econ6mica e social, as populac;:oesde

moluscos bivalves podem ser utilizadas como ferramenta na avaliac;:aode

impactos ambientais, uma vez que sofrem influencia direta das variac;:oes

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da qualidade da agua e do sedimento, sendo utilizados em programas de

monitoramento de contaminantes.

Dentro desse contexto, a Embrapa Meio-Norte vem, desde 2002,realizando estudos voltados ao cultivo e a caracterizayao dos moluscos

bivalves na APA do Delta do Rio Parnaiba.

Programa de cultivo de moluscosbivalves da Embrapa Meio-Norte

As ayoes do Nucleo de Pesquisa em Aquicultura e Pesca (NUPAq) voltadas

para a sustentabilidade do cultivo e da pesca de moluscos dividem-se em

duas linhas:

2. Caracterizayao de especies nativas e avaliayao do potencial paradomesticayao.

o cultivo de ostras e uma atividade rentavel, mas pouco explorada noBrasil. Apenas as regioes Sudeste e Sui aproveitam seu potencial, sendoresponsaveis pelas maiores taxas da produyao nacional de moluscos. ARegiao Nordeste possui condiyoes favoraveis ao cultivo de ostras domangue, Crassostrea rhizophorae e Crassostrea brasiliana, no entanto aproduyao de moluscos Iimita-se a projetos-pilotos com Crassostrearhizophorae e com a sururu, Mytella falcata.

A Embrapa desenvolve tres principais linhas de pesquisa relacionadas aostreicultura na regiao Meio-Norte:

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- Ostreicultura como alternativa para 0 tratamento de efluentes da

carcinicultura;

Ostreicultura familiar para comunidades de pescadoresartesanais

Por se tratar de uma atividade com baixo custo inicial e reduzido impactoambiental, a ostreicultura e uma prcHicaviavel para comunidades depescadores, os quais podem conciliar as atividades de rotina com amanuten(,':aodo cultivo. Dessa forma, a atividade pode elevar a rendafamiliar, alem de gerar emprego e alimentos.

Foram instaladas quatro unidades de observa(,':aode cultivo de ostras emsistema de cama ou mesa fixa (Fig. 2), sendo uma no Municipio deCajueiro da Praia, PI e tres no Municfpio de Araioses, MA. As Unidadestem como finalidade capacitar pescadores e familiares para 0 cultivo, bem

como avaliar as condi(,':oeslocais e propor tecnicas adequadas para a

realidade local, a fim de gerar a sustentabilidade do sistema de produ(,':ao.

Fig. 2. Unidadede Observac;aode ostreicultura em sistemade mesa-fixainstaladano Municfpiode Cajueiroda Praia,PI.

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o sistema de cultivo utilizado e 0 "frances", tambem conhecido por mesa

fixa ou camas, caracterizado por adequar-se a aguas rasas e apresentar

baixo custo inicial, baixa manutenc;ao e tecnologia simples. A obtenc;ao desementes e realizada por pescadores das comunidades, utilizando coletores

de plastico confeccionados com garrafas plasticas de refrigerantesreaproveitadas. Os coletores sac colocados nas margens dos rios, junto as

rafzes do mangue, onde permanecem ate 30 dias, prazo para a fixac;ao dassementes de C. rhizophorae. Ap6s este perfodo, as sementes com

aproximadamente 2 cm sac retiradas e transferidas para os "travesseiros",que consistem em retangulos parcial mente fechados, confeccionados em telacom diferentes aberturas de malha, variando de 4 mm a 23 mm. A cada 30dias e realizada a biometria das ostras e, caso 0 crescimento tenha side

suficiente, serao transferidas para um travesseiro com maior abertura demalha. 0 tempo de permanencia nessa fase e de aproximadamente 5 meses,quando se espera que os exemplares ten ham atingido aproximadamente 6 cmde comprimento.

Visando avaliar a qualidade da agua para 0 cultivo, mensalmente sacrealizadas coletas de agua para determinac;ao das variaveis ffsicas, qufmicas e

biol6gicas (temperatura, turbidez, s61idosem suspensao, condutividade, pH,oxigenio, salinidade, am6nia, nitrito, nitrato, ortofosfato, c1orifila-a efitoplancton). Paralelamente, sac desenvolvidas pesquisas referentes as taxasde sobrevivencia e ocorrencia de predadores.

Alem da instalac;ao das Unidades de Observac;ao, foram realizados seminarios,palestras e cursos de capacitac;ao para pescadores e familia res (Fig. 3).

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Fig. 3. I Seminariode Ostreiculturado Baixo Parnaibarealizado nacidade deParnaiba, PI,(22/08/05).

Ostreicultura como alternativa para 0 tratamento deefluentes da carcinicultura

A utilizac;:ao de ostras cultivadas para 0 tratamento de efluentes da

carcinicultura justifica-se por seu habito alimentar de filtrar a agua para

se alimentarem com microalgas e materia organica. As ostras chegam a

filtrar ate 10 litros de agua por hora e saD indicadas para canais deescoamento e bacias de decantac;:ao em cultivo de camarao, parareduzir 0 impacto ambiental da descarga de agua dos viveiros noecossistema (Fig. 4). Um cultivo com 1.000 travesseiros contendo200.000 ostras ocupa uma area aproximada de 2.000 m2, os indivrduos

filtram ate dois milh6es de litros de agua por hora. Experimentos

desenvolvidos pela Embrapa indicam que a captac;:aode sementes podeser realizada no canal de abastecimento das fazendas. 0 gargalo para

essa pratica reside na necessidade de manutenc;:ao constante paralimpeza dos travesseiros, sendo necessaria a contratac;:ao ou realocac;:aoda mao de obra da fazenda.

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Fig. 4. Cultivo de ostras em canais de drenagem de fazenda decarcinicultura

Programa de sele~ao e melhoramento genetico de ostrasdo mangue

Embora a ostreicultura seja uma alternativa socioecon6mica importante

para muitas comunidades litoraneas, a caracterizac;:aogenetica das ostras

nativas cultivadas constitui um fator limitante para a consolidac;:aodaatividade no Brasil. Atualmente existem duas especies cultivadas(Crassostrea rhizophorae e Crassostrea brasiliana) que possuemcaracterrsticas morfol6gicas semelhantes, taxas de crescimento distintas e

diferenc;:asecol6gicas e fisiol6gicas ainda nao bem estabelecidas.

Dentro desse contexto, vem sendo desenvolvido 0 projeto "Caracterizac;:aogenetica e melhoramento de ostras nativas do genero Cassostrea" que

visando otimizar a produc;:aode ostras no litoral brasileiro. Amostras depopulac;:oesnaturais de ostras estao sendo coletadas em oito estadosbrasileiros onde ha atividades de cultivo (SC, PR, SP, BA, PE, PI, MA ePAl, em locais com caracterrsticas distintas de salinidade, de substrato

(lama, rocha, rarzes de mangue) e de profundidade (expostos entre mares

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e submersos), seguindo 0 protocolo do Laborat6rio de Maricultura

Sustentavel da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Para cadaostra coletada, as conchas sac Iimpas, fotografadas e enviadas para aanalise morfol6gica no Laborat6rio de Moluscos Marinhos da UniversidadeFederal de Santa Catarina (UFSC). Amostras de musculo adutor sac

acondicionadas em tubos de 2,0 mL contendo etanol absoluto e enviadas

para a analise genetica no Laborat6rio de Biotecnologia Aquatica daEmbrapa Meio-Norte (Fig. 5). Ate 0 momento, foram realizadas coletas no

Iitoral do Parana, Pernambuco, Piauf e Maranhao, com um total de 200indivfduos adultos por estado. A caracteriza<;ao genetica das especies foirealizada atraves da analise de Polimorfismo no Comprimento de

Fragmentos de Restri<;ao (RFLP) da regiao 16S do DNA mitocondrial,

amplificada por meio da Rea<;ao em Cadeia da Polimerase (PCR), segundoos procedimentos do Laborat6rio de Biodiversidade Molecular da

Universidade Federal do Rio de Janeiro. Do total de 325 amostrasanalisadas, C. brasiliana foi predominante nas amostras do Parana (54,3%) e Maranhao (94,4 %), e C. rhizophorae, nas amostras do Piauf (100

%) e de Pernambuco (73,8 %). Considerando os dad os coletados quantaao tipo de substrato e a salinidade, observou-se uma maior ocorrencia de

C. rhizophorae associada a rafzes e galhos de mangue (83,2 %), em aguas

acima de 20 %, nas regi6es entre mares, enquanto que a distribui<;ao deC. brasiliana foi maior em fundos rochosos (70%) e lamosos (73,7 %), em

aguas mais profundas e menos salinas. A tecnica de RFLP de DNAmitocondrial foi suficientemente uti! para diferenciar as duas especies de

ostras nativas e servira de apoio para os estudos subseqQentes de

diferencia<;ao populacional com marcadores nucleares. A identifica<;ao dasespecies pelo fen6tipo das conchas apresentou 86,5 % de acerto, quandocomparada a identifica<;ao genetica, 0 que significa que poderc~serutilizada na sele<;ao dos reprodutores para 0 melhoramento genetico.

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Fig. 5. ExemplardeCrassostrea brasilianautilizado em estudos deanalisegenetica.

Caracteriza~ao de especies nativase avalia~ao do potencial paradomestica~ao

A caracteriza<;ao de parametros biol6gicos de bivalves, a rela<;aodessesaspectos com 0 meio ambiente e a atividade pesqueira associadapermitem avaliar 0 potencial de cultivo de especie's nativas, bem comosubsidiar pianos de manejo e gerenciamento do recurso.

o extrativismo de bivalves para venda e consumo pr6prio e comum em

comunidades tradicionais do litoral brasileiro. Em geral, a coleta de ostras

e feita por pescadores, enquanto as mulheres extraem mariscos dediversas especies. As marisqueiras, como saD chamadas, trabalhamdurante a mare baixa, coletando 0 maior numero possfvel de indivfduosdurante 0 perfodo (Fig. 6).

No Baixo Parnaiba nao existem estudos caracterizando as especies e sua

bioecologia, 0 esfor<;ode pesca, nem 0 rendimento e a qualidade da carne.

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Fig. 6. Marisqueiras deBarra Grande-PI, coletan-do bivalves no complexoestuarino Cardoso-Camurupim.

A partir de 2008, a Embrapa iniciou a caracteriza<;:<3odas especies

capturadas pelas marisqueiras no Baixo Parnaiba, identificando asprincipais especies coletadas (Fig. 7,8 e 9), 0 sururu (Mytella sp.l e os

mariscos (Anomalocardia brasiliana, Iphigenia brasiliana e Tagelus

plebeiusl.

Fig. 7. Exemplares de Mytella sp.coletado no complexo estuarinoCardoso-Camurupim, municfpio deCajueiro da Praia, Piauf.

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Fig. 8. Exemplares de Anomalocardiabrasiliana coletado no complexoestuarino Cardoso-Camurupim,municipio de Cajueiro da Praia, Piauf.

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Fig. 9. Exemplares deTagelus plebeius coletado nocomplexo estuarino Cardoso-Camurupim. municipio deCajueiro da Praia, Piauf.

1) Distribuilfao e abundancia das especies. Serao calculados os fndices de

abundancia das especies e a sua distribuilfao no ambiente, relacionados asalinidade, tipo de sedimento e perfodo do ana;

2) Caracterizalfao de estagios reprodutivos atraves da avalialfao do

desenvolvimento gonadal;

4) Determinalfao da Captura Por Unidade de Esforlfo (CPUEl, fndicecomumente utilizado para determinar 0 esforlfo de pesca sobre populalf6es

de organismos aquaticos;

5) Captalfao de sementes atraves de coletores dispostos no ambientenatural e avalialfao das taxas de crescimento e de sobrevivencia dos

indivfduos em sistemas de cultivo;

6) Avalialfao do rendimento, da qualidade da carne e de formas de

agregar valor ao produto atraves do beneficiamento.

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