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esperança a - Agência ECCLESIA

Date post: 05-Oct-2021
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04 - Editorial: Paulo Rocha06 - Foto da semana07 - Citações08 - Nacional14 - Internacional20 - Opinião: DNPJ22 - Semana de.. Luis Filipe Santos24 - Dossier 1.º de Maio26 - Entrevista Lisandra Rodrigues

50 - Multimédia52 - Estante54 - Concílio Vaticano II56 - Agenda58 - Por estes dias60 - Programação Religiosa61 - Minuto Positivo62 - Liturgia66 - Jubileu da Misericórdia68 - Fundação AIS70 - LusoFonias

Foto da capa: D.R.Foto da contracapa: Agência ECCLESIA

AGÊNCIA ECCLESIA Diretor: Paulo Rocha | Chefe de Redação: Octávio CarmoRedação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira,Luís Filipe Santos, Sónia NevesGrafismo: Manuel Costa | Secretariado: Ana GomesPropriedade: Secretariado Nacional das Comunicações Sociais Diretor: Padre Américo AguiarPessoa Coletiva nº 500966575, NIB: 0018 0000 10124457001 82.Redação e Administração: Quinta do Cabeço, Porta D1885-076 MOSCAVIDE.Tel.: 218855472; Fax: [email protected]; www.agencia.ecclesia.pt;

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Opinião

Imagem levaesperança adoentes [ver+]

Os conselhos doPapa aos jovens[ver+]

Igreja e dignidadedo Trabalho[ver+]

Paulo Rocha | DNPJ | Luis FilipeSantos| Manuel Barbosa | Paulo Aido

| Tony Neves | Fernando CassolaMarques

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Comunicar é escutar

Paulo Rocha Agência ECCLESIA

A mensagem do Papa Francisco para o 50.º DiaMundial das Comunicações Sociais tem umapalavra central: escuta. O texto relacionacomunicação e misericórdia, porque se insere nacelebração do Ano Jubilar em curso, e tem umasecção nuclear para expressar o parecer doPapa para o setor dos media, sobre este tema damisericórdia. Sintetiza-se em dois parágrafosonde, em menos de dez linhas, Francisco serefere dez vezes à escuta.Na primeira mensagem que Francisco escreveupara o Dia Mundial das Comunicações Sociais,em 2014, o Papa disse que os media podem terum papel fundamental na promoção de uma“autêntica cultura do encontro”. E em queconsiste essa cultura? A resposta surge a partirda parábola bíblica do Filho Pródigo e tambémpelo exemplo do próprio Papa. De facto, a atitudede ir ao encontro do outro, a decisão de oatender, a disponibilidade cuidar e dar carinho etempo a todos, nomeadamente os mais frágeis, éuma marca deste pontificado. E é também omaior poder de comunicação do Papa Argentino.Na Praça de São Pedro ou em Lesbos, na sededas Nações Unidas ou nas Favelas do Rio deJaneiro, no Parlamento Europeu ou emLampedusa, na Casa Branca ou na prisãomexicana do Estado de Chihuahua, Franciscotorna relevante a sua presença pela promoçãodo encontro e interessante a sua comunicaçãopela permanente atitude de escuta.A escuta proposta pelo Papa Francisco não éresultado de uma estratégia de comunicação,mas da autenticidade de vida, da transparênciade um pontificado e da determinação em colocartodasas estruturas e mediações ao serviço deum único objetivo: a vida em Cristo.

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A exemplo do Bom Samaritano, aescuta proposta pelo PapaFrancisco não se preocupa em“reconhecer o outro como um meusemelhante”, mas passa pelaangústia constante de tudo fazerpara ser “semelhante ao outro”. Eesta diferença tem repercussõesenormes.Também na definiçãode estratégias decomunicação!A primeiradiz-se comtrês verbos:Comunicaréescutar.

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Sessão Solene Comemorativa do 42.º Aniversário do 25 de [email protected]

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"Saudar os capitães de Abril é dever de todosos que, em Portugal, se louvam da democraciaque o seu gesto patriótico permitiu instaurar"Marcelo Rebelo de Sousa, presidente daRepública, 25 de abril de 2016 “O discurso do presidente da República foimuito tranquilizador sobre o presente, mas foitambém muito motivador em relação ao futuro”António Costa, primeiro-ministro, 25 de abril de2016 "Combatamos os demagogos, os moralistas, osradicalismos de qualquer espécie, osdetentores da verdade, os deslumbrados como poder, os extremismos"Paula Teixeira da Cruz, deputada do PSD, 25de abril de 2016 "Uma democracia faz-se também de um poderjudicial respeitável e prestigiado. Umademocracia necessita de uma comunicaçãosocial pluralista e respeitadora das regrasdeontológicas"Ferro Rodrigues, presidente da Assembleia daRepública, 25 de abril de 2016

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Imagem peregrina levou esperança adoentes no Porto

A imagem Peregrina de NossaSenhora de Fátima começou pelaAla da Pediatria a sua visita de“esperança” ao Centro Hospitalar deSão João, no périplo que está afazer pela Diocese do Porto e quetermina este domingo. À AgênciaECCLESIA, Ana Ferreira que tem afilha internada na Ala

Pediátrica revela que “sempre” teve“muita fé” em Nossa Senhora.“Nesta altura em que é uma situaçãocomplicada para mim, para o meumarido, para o meu filho e,principalmente, para a minhapequenita, é importante a passagemdela porque dá-nos um bocado

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de confiança que tudo vai correrbem e é muito importante, éesperança”, referiu.Solange Teixeira também tem umafilha na pediatria do Hospital de SãoJoão e diz que a visita da imagemde Nossa Senhora de Fátimatransmite “tranquilidade” e“esperança”: “A Leonor inclusivecresceu sempre a ver a imagem emcasa dos meus pais, brincou sempremuito com o terço”.O bispo do Porto afirmou que apresença da imagem peregrina foi,naquele momento, “umaoportunidade” para os doentes eprofissionais de saúde, e milharesde pessoas que diariamente alipassam, “sentirem a bênção deDeus por interceção de NossaSenhora”. “Nós, Igreja, sentimos quetemos de ser uma Igreja de rostoterno e de coração materno”,observou à Agência ECCLESIA.D. António Francisco dos Santosdestacou que a receção à imagemna diocese tem sido“impressionante”.Já para o capelão do Hospital deSão João, a visita é,“particularmente, oportuna” porqueno hospital faz-se a “experiência dadoença, do sofrimento, do nascer edo morrer”. O padre José Nuno Silvaassinala que Nossa Senhora deFátima é “uma

imagem da ternura e damisericórdia” e “quem peregrinapelos dias mais difíceis da vida,como são os da doença”, encontranela uma particular “fonte de alento,de consolação e de confiança”.Por sua vez, Renato Matos, doConselho de Administração doHospital de São João, referiu queembora seja uma “instituiçãopública” e, como tal, laica, não “sepoderia deixar de associar” àmanifestação de fé.Segundo D. António Francisco dosSantos, a visita da ImagemPeregrina de Nossa Senhora deFátima aos doentes é a realizaçãode uma Obra de Misericórdia. “Sintoque as pessoas estão disponíveispara acolher a misericórdia de Deuse estão disponíveis para fazeremparte desta Igreja onde aMisericórdia é praticada com alegriaatravés das 14 obras”, acrescentou,enquanto a imagem peregrina eralevada em procissão para o InstitutoPortuguês de Oncologia do Porto.A Diocese de Leiria-Fátima vai ser apróxima a receber a visita daimagem peregrina de NossaSenhora, entre 1 e 13 de maio,encerrando o périplo realizado portodos o país no contexto doCentenário das Aparições (1917-2017).

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Espetáculo multidisciplinarlembra dia em que o Sol bailouO Santuário de Fátima vaiapresentar a 11 de maio oespetáculo multidisciplinar ‘“Fátima– O dia em que o Sol bailou’",desenvolvido pela Vortice DanceCompany no âmbito daprogramação do Centenário dasAparições (1917-2017). A primeiraapresentação do espetáculo,reservada às escolas e colégios deFátima e Leiria, está marcada paraas 14h30; a estreia está marcadapara o dia 13 de maio, pelas 21h00,com repetição, dois dias depois,pelas 16h00, no grande auditório doCentro Pastoral de Paulo VI, emFátima.“Trata-se de um projeto que,focando as aparições de Fátima e oseu reflexo na históriacontemporânea, procura esboçarum retrato do acontecimento quemarcou o século XX”, revela oSantuário de Fátima, em notaenviada à Agência ECCLESIA.O espetáculo tem a assinatura doscoreógrafos e diretores artísticosCláudia Martins e Rafael Carriço,evocando a vistão da Senhora“vestida toda de branco, maisbrilhante que o sol” relatada pelosvidentes de Fátima, Lúcia, Jacinta eFrancisco.Em cima de palco vão estar artistasde

várias nacionalidades. O projetocruza várias disciplinas artísticascomo a dança, o vídeo, a figuraçãoem holograma, a cenografia 3D efigurinos recicláveis.A Vortice Dance Company, residenteem Fátima, completa 15 anos deexistência em 2016. Este é osegundo trabalho da companhia dedança para o Santuário de Fátima,depois da peça 'A Solo com osAnjos', desenvolvida para ascelebrações dos 90 anos dasAparições do Anjo em Fátima, em2006.Após as apresentações em Fátima,o espetáculo estará em cena emPortugal, no Teatro Municipal deBragança, e no Brasil, passando porcidades como São Paulo, Rio deJaneiro, Porto Alegre, Curitiba,Recife, Natal, entre outras.

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Açores em festa com o Senhor SantoCristoO bispo de Angra vai presidir àsFestas do Senhor Santo Cristo dosMilagres, cujo “ponto alto” acontecea 30 de abril e 1 de maio. D. JoãoLavrador vai presidir e participarnas festividades do Senhor SantoCristo dos Milagres pela primeiravez, a convite do reitor do santuário,feito ainda quando o prelado erabispo coadjutor da diocese.O sítio na internet ‘Igreja Açores’, daDiocese de Angra, destaca que o“ponto alto” das Festas do SantoCristo dos Milagres acontece entresábado e domingo, com asprocissões “da mudança e asolene”, quando a imagem éentregue à irmandade do SenhorSanto Cristo pelas irmãs de MariaImaculada. Segue-se um momentode oração e à noite a procissão develas que permite a passagem daimagem para a Igreja de São José,onde continua a vigília.Ainda este sábado, assinala-se areceção das ofertas de gado juntoao redondel da Associação Agrícolade São Miguel seguida dasarrematações das ofertas de gadocuja receita reverte para as festas.No domingo, a solene procissão àtarde é precedida pela Missacampal que vai ser animada com“cânticos de compositoresaçorianos” por

cerca de 60 vozes - ScolaCantorum Ecce Hommo doSantuário da Esperança de PontaDelgada, o Coral Litúrgico da Matrizde Ponta Delgada e o Coro VoxCaeli de Cantanhede, de Coimbra -e uma orquestra constituída poralunos do Conservatório Regionalde Ponta Delgada.A “maior festa religiosa” dos Açores,que “atrai a Ponta Delgada milharesde peregrinos”, vai ser transmitidapela internet em tempo real e terãovários períodos de transmissão naRTP Açores e RTP Internacional.A imagem do Senhor Santo Cristovenerada no Arquipélago dosAçores, originária do século XVI, éuma representação em madeira daPaixão de Cristo e está aberta aoculto no Convento de NossaSenhora da Esperança, em PontaDelgada, Ilha de São Miguel.

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A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram aatualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizadosemwww.agencia.ecclesia.pt

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Vila Real: Diocese inaugura órgão sinfónico na catedral

Entrevista a André Costa Jorge sobre os refugiados e o 3º Encontro Nacionalde Leigos

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Felicidade não é uma app

O Papa presidiu à Missa do Jubileudos adolescentes, que levoudezenas de milhares de pessoas aoVaticano, e afirmou que a felicidadenão é uma ‘app’, mas liberdade eamor responsáveis, com respeitopelo outro. “A vossa felicidade nãotem preço, nem se comercializa; nãoé uma ‘app’ que se descarrega no

telemóvel: nem a versão maisatualizada vos poderá ajudar atornar-vos livres e grandes noamor”, assinalou, numa intervençãoem tom coloquial.Na celebração que encerrou acelebração destinada aosadolescentes no ano santo daMisericórdia (dezembro 2015-novembro 2016),

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iniciativa promovida pelo Papa,Francisco apresentou uma reflexãosobre a liberdade, sublinhando queesta implica “saber dizer não”.“A liberdade não é poder fazersempre aquilo que me apetece: istotorna-nos fechados, distantes,impede-nos de ser amigos abertos esinceros”, advertiu.O pontífice argentino contestou umamentalidade consumista, que avaliaas pessoas pela roupa ou pelassuas posses, e convidou os jovensa fazer “corajosas e fortes” paraconcretizarem os seus sonhos edarem sentido à vida. “Não voscontenteis com a mediocridade, como ‘deixa andar’”, pediu.Francisco falou ainda do desejo de“afeto e ternura” na adolescência,aconselhando os presentes naPraça de São Pedro a viver estessentimentos sem querer “possuir”,respeitando a liberdade do outro,“porque o amor é livre”. “Seouvirdes a voz do Senhor, revelar-vos-á o segredo da ternura: cuidarda outra pessoa, o que significarespeitá-la, protegê-la e esperar porela”, realçou.O amor, prosseguiu, é uma

“responsabilidade” para toda a vidae um “compromisso diário” de quemsabe “realizar grandes sonhos”. “Aidos jovens que não sabem, nãoousam sonhar. Se um jovem davossa idade não é capaz de sonhar,já está reformado”, observou, numimproviso que gerou gargalhadasentre os participantes.Francisco sublinhou por diversasvezes a importância da oração e daespiritualidade, atenta à presençade Jesus que espera“pacientemente” por cada pessoa.A homilia começou por apresentar oamor como “o cartão de cidadão docristão”, que exige gestos concretos.“Que o vosso programa diário sejamas obras de misericórdia: treinai-voscom entusiasmo nelas, para vostornardes campeões de vida,campeões de amor”, apelou.No final da Missa, Francisco pediuaos jovens que, depois de teremcelebrado o seu jubileu no Vaticano,voltem a casa "com a alegria daidentidade cristã, de pé, com acabeça levantada". "Que o Senhorvos acompanhe e, por favor, rezaitambém por mim", disse, aodespedir-se dos participantes.

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Mais protagonismo para os leigos naIgrejaO Papa apelou a um maiorprotagonismo dos leigos na vida daIgreja Católica, numa mensagemdivulgada pelo Vaticano, e alertouainda para as consequências do“clericalismo”. “Faz-nos bemrecordar que a Igreja não é umaelite dos sacerdotes, dosconsagrados, dos bispos, mas quetodos formamos o santo povo fiel deDeus. Esquecermo-nos distoacarreta vários riscos edeformações”, assinala, numa cartaenviada ao presidente da ComissãoPontifícia para a América Latina(CAL).Francisco recorda o encontro queteve com a assembleia plenária daCAL, em março, sobre a importânciado compromisso dos leigos na vidapública.O Papa alude a uma “famosaexpressão”, ‘esta é a hora dosleigos’, e diz a este respeito que“parece que o relógio parou”. Opontífice argentino entende que aIgreja gerou uma “elite laical”, naqual apenas se consideram leigos“comprometidos” aqueles que“trabalham em coisas ‘dos padres’”.“Muitas vezes caímos na tentaçãode pensar que o leigo comprometidoé aquele que trabalha nas obras daIgreja, nas coisas da paróquia ou

da diocese, e pouco refletimoscomo acompanhar um batizado nasua vida pública e diária”, lamenta.A mensagem observa, por isso, queé necessário combater o“clericalismo”, que leva quem nãoseguiu a vida religiosa ou sacerdotal“como ‘mandatário’” e “coarta asdiferentes iniciativas” e mesmo“ousadias necessárias para poderlevar a Boa Nova do Evangelho atodos os âmbitos da atividade sociale, especialmente, política”.Francisco dá como bom exemplo ocaminho seguido na América Latinanaquilo que define como “pastoralpopular”, ajudando as pessoas aviver a sua fé “no aqui e no agora”.Esta pastoral popular, prossegue,implica “uma ação que não ficaligada à esfera íntima da pessoa,mas que, pelo contrário, setransforma em cultura”.

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Ignorar sofrimentodos outros é ignorar DeusO Papa Francisco alertou noVaticano para a necessidade deresponder ao “sofrimento” de cadapessoa, numa catequese que partiuda parábola evangélica do BomSamaritano, símbolo da“misericórdia”. “Nunca nosesqueçamos: perante o sofrimentode tanta gente consumida pelafome, pela violência e as injustiças,não podemos permanecer comoespetadores. Ignorar o sofrimentodo homem significa o quê? Significaignorar Deus!”, advertiu, perantemilhares de pessoas reunidas naPraça de São Pedro.A audiência geral deu seguimentoao ciclo de reflexões do Papa sobrea misericórdia, o centro do anosanto extraordinário que decorre aténovembro. “Se eu não me aproximardaquele homem, daquela mulher,daquela criança, daquele idoso ouidosa que sofre, eu não meaproximo de Deus”, declarouFrancisco.O Papa recordou que na parábolado Bom Samaritano não se falaapenas de uma personagem: Jesusapresenta ainda um sacerdote e umlevita, duas figuras ligadas ao“culto” divino, que ignoram umhomem moribundo, ferido porassaltantes.

“Aqui a parábola oferece-nos umprimeiro ensinamento: não éautomático que quem frequenta acada de Deus e conheça a suamisericórdia saiba amar o próximo.Não é automático”, assinalou.Francisco observou que é possívelconhecer “toda a Bíblia” as rubricaslitúrgicas e a teologia, sem que issotenha consequências diretas no“amar”, porque o amor “tem outrocaminho, é preciso inteligência, mastambém algo mais”. “O amor cristãoé um amor comprometido que setorna concreto na vida. Nos gestosconcretos de misericórdia do BomSamaritano reconhecemos o modode atuar de Deus”, precisou.O Papa acrescentou que o“verdadeiro amor” não faz distinçõesentre pessoas, mas vê todos comoum “próximo” que precisa de ajuda.

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Cabo Verde: País está «em choque» com a morte de 11 pessoas - cardeal

Jubileu dos Adolescente no Vaticano

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‘Novos Olhares’ desafiam jovens naperegrinação nacional a FátimaO Departamento Nacional daPastoral Juvenil (DNPJ) propõe edesafia cada jovem a partilhar a suaexperiência e visão do FátimaJovem 2016. Com o tema ‘Maria,Mãe de Misericórdia’, aperegrinação anual dos jovensrealiza-se nos dias 07 e 08 de maio.O ‘Novos Olhares’ não é umconcurso de fotografia mas umaforma de participação especial noencontro nacional de jovens emFátima onde cada participante podeinscrever-se como“voluntário/fotógrafo”.O DNPJ desafia e propõe aosjovens que através da objetiva dasua máquina fotográfica apresenteme proporcionem novas perspetivas,realidades, momentos, paisagense/ou passagens.Para esta participação éobrigatória a inscrição que dáacesso a um cartão – está interditaa circulação nos corredores centraisdo santuário – que deve serlevantado no secretariadodiocesano onde assina odocumento de cedência dedireitos de publicação (ou nosecretário do Fátima Jovem, noCentro Paulo VI, no sábado).

O olhar subjetivo de cada umpoderá concretizar um mosaicoenriquecedor para todos e cadaparticipante é convidado a enviar 15fotografias –para [email protected] – comnome e diocese para depois serempublicadas na galeria ‘NovosOlhares’.Este desafio/participação realiza-seapenas nos dias 07 e 08 de maio,durante o Fátima Jovem 2016, e vaideixar marcas para o futuro. Vai serimportante para depois documentara peregrinação nacional de jovensde 2016, quer para os secretariadosdiocesanos, quer para o arquivo doDepartamento Nacional da PastoralJuvenil.O DNPJ pretende que o FátimaJovem seja um evento queproporciona a troca de experiênciasalargadas entre os jovens que nassuas dioceses, movimentos egrupos peregrinam no mesmoespírito das Bem-Aventuranças –“Bem-aventurados osmisericordiosos porque alcançarãomisericórdia” (Mt 5,7) – e no qualcaminha-se, ruma-se à JornadaMundial da Juventude de Cracóvia,na Polónia.

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Os inquilinos de Caravaggionas telas de Francisco

Luís FIlipe Santos Agência ECCLESIA

A luz das telas de Caravaggio está patente nasletras do Papa Francisco. Com a publicação daexortação apostólica «Amoris Laetitia» (A Alegriado Amor), recordei a luminosidade das obras dopintor italiano que percorre os parágrafos destetexto do Papa argentino.Para entrar nas joias pictóricas de Caravaggio(1571-1610) é essencial focar o olhar de formademorada e atenta. Absorver com todos ossentidos para compreender. O mesmo acontececom «A alegria do amor». Uma leituraprecipitada, ligeira e sumária desta exortaçãoconduz o leitor a um pequeno bosque. Todavia,este documento de Francisco é uma imensafloresta. Um pulmão renovador da humanidade.Todos os parágrafos e as notas de rodapémerecem ser lidos de forma aprofundada. Sóassim se consegue assimilar o longo texto.Quando ia a Roma, o então cardeal de BuenosAires (Argentina) visitava com frequência a Igrejade São Luis dos Franceses para absorver a luzda célebre tela «Vocação de São Mateus» deCaravaggio. Aquela viagem aos cromas domestre italiano tinha um objetivo: Assimilar ecompreender os traços dos personagensdaquela tela. O que parece ser uma rotina é umato de aprendizagem contínua.Tanto o pintor italiano, como o Papa que veio dofim do mundo, foram inovadores nas suas áreas,mas num ponto estão em sintonia: resgatam aspessoas da vida real e colocam-nas no centroda

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luminosidade cromática e literária.Uma luz que sai do vitral quotidianoe tatua o brilho da humanidade.As palavras de Francisco e as coresde Caravaggio não têm coberturasde verniz nem cromas nasalados.Se o mestre que ajudou a fundar amodernidade na pintura não tivessesaído dos ambientes palacianos nãocolocaria a realidade do dia-a-dianas suas telas. Se o Papa Francisconão sentisse o «cheiro das ovelhas»e discordasse da «moral fria deescritório» não centrava o seupontificado nos periféricos.O caminho da Igreja é o de “nãocondenar eternamente ninguém;

derramar a misericórdia de Deussobre todas as pessoas que pedemcom coração sincero”, escreveu oPapa Francisco na exortaçãoapostólica «A Alegria do Amor». Empleno Ano da Misericórdia éconveniente absorver a tela giganteque Caravaggio pintou para a Igreja«Pio Monte Della Misericórdia»(Nápoles, Itália). Com umailuminação peculiar e uma energiatípica, as cores e as letras do pintore do Papa são autênticas sequóiasgigantes no meio da floresta.Observadores natos, através daarte literária e pictórica, Caravaggioe o Papa argentino deixam obras-primas para a humanidade.

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Primeiro de maio. Este foi, durante muitos anos, nos fins doséculo XIX e princípios do século XX, um dia dereivindicações e mesmo de lutas violentas pela promoção daclasse operária. O dia do trabalhador nasceu para lembrar omassacre de operários que aconteceu em Chicago no ano de1886. A Igreja que se mostrou sempre sensível aos problemasdo mundo do trabalho, quis dar uma dimensão cristã a este dia,colocando-o sob a proteção de São José Operário. O Semanário ECCLESIA assinala a data, convidando osresponsáveis da ACEGE, JOC e LOC/MTC a falar dasconsequências da austeridade, da globalização e da crisefinanceira sobre o mundo laboral e as relações entre empresase trabalhadores.

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Maio com os jovenstrabalhadores Para Lisandra Rodrigues, a presidente nacional da Juventude OperáriaCatólica (JOC), a celebração do 1.º de Maio continua a fazer sentido e hojemais do que nunca. A responsável lamenta em entrevista à AgênciaECCLESIA que muitos jovens portugueses estejam a optar pela emigração,por considerar que o país com essas partidas está a perder recursosfundamentais para o seu futuro.

Entrevista conduzida por Luis Filipe Santos Agência ECCLESIA (AE) – Ainda fazsentido celebrar o dia 1 de maio,como dia do trabalhador?Lisandra Rodrigues (LR) – Faz todoo sentido porque o mundo dotrabalho necessita de serrelembrado, reforçado, alertado,denunciado e anunciado. É um diapertinente para valorizar o papel dotrabalhador e dar voz aostrabalhadores. AE – Utilizou dois verbosemblemáticos - anunciar edenunciar – para caracterizar omundo do trabalho.LR – São verbos que utilizamos comfrequência na JOC (JuventudeOperária Católica). Denunciar paraalertar consciência e dizer o que

está mal. É preciso dizer o queprejudica as pessoas. É precisoenunciar causas e falar nasconsequências. É preciso falar davida das pessoas. Não se pode termedo de falar das coisas tal comoelas são. Mas se falarmos apenasdisto, leva-nos a uma situação depessimismo. Para contrariar estalógica é preciso anunciar e mostrarque existem sinais de bonscaminhos. É preciso anunciar que épossível, em conjunto, lutarmos poraquilo em que acreditamos.Anunciar à luz do evangelho oscaminhos possíveis para ostrabalhadores e famílias. Éfundamental mostrar os bonstestemunhos e a força daqueles quenão se acomodam.

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AE – A sociedade portuguesa estáadormecida sobre as questõeslaborais?LR – Não sei se utilizava o termoadormecida. Sinto que os jovenstrabalhadores e não trabalhadorestêm passado por situações muitocomplicadas. Às vezes pode faltar osentimento de levantar a voz. Podeparecer que estamos adormecidos,

mas julgo que estamos é semenergia. Ouvimos com frequênciaque os jovens têm medo de falar dealgumas situações e que serefugiam. Parece que as coisas nãose falam em voz alta. Parece queestamos num clima adormecido. Masem voz baixa, as coisas falam-se.

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AE – Falta a plateia. O púlpito…LR – Faltam-nos ouvidos quequeiram ouvir. É mais fácil nãoquerer ouvir os clamores daspessoas. AE – Os jovens estão abandonadosdo mercado laboral?LR – Sentimos muito a falta deoportunidades. Existem uma sériede respostas aparentes, mas nãovão ao encontro das reaisnecessidades dos

jovens. Estes têm de continuar nabusca de soluções. Existemprogramas de incentivo ao emprego,mas não são respostas concretas.Não são respostas de dignidade eque sustentam um projeto devida. Muitas vezes, sentimo-nosabandonados. A emigração e aprecariedade são, muitas vezes, oscaminhos.

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AE – O mundo laboral já entrou naera da globalização. Procura-setrabalho não apenas na localidade,no país, mas em qualquer ponto doglobo.LR – Claramente. Sentimos que osjovens estão disponíveis para isso.No entanto, a grande questãocoloca-se quando esse «ir»acontece porque não existe outraopção. Vamos com a frustração e arevolta na bagagem. Isso é que épreocupante. AE – A frustração e a carganegativa apoderaram-se dos jovens…LR – Não de todos, mas muitosdeles vivem esse sentimento. NaJOC falamos sobre essas questões.Temos colegas que emigraramporque em Portugal nãoencontravam saída. É importantenão desistir. Sentimos que já não éaqui o nosso lugar quando é aquique desejamos estar. É complicadogerir estas situações. AE – Não se aproveita o «cérebro»?LR – O desaproveitamento dopotencial dos jovens em Portugal éalgo que nos preocupa. Temos umageração com muita formação e umagrande abertura ao mundo.

Apesar destas qualidades, o nossopotencial não é rentabilizado e nãoé aproveitado. Uma das causaspassa pelo não envolvimento nestasquestões desde o início. Não nosouvem e não nos envolvem. AE – Há conflito de interesses entrea entidade patronal e ostrabalhadores?LR – Na generalidade sim. Caso nãoexistisse não assistíamos a tantaprecariedade. A precariedade,aliada ao desemprego, tem marcadoa vida de muitos jovens em Portugal.Se o posto de trabalho existeporquê a forma precária como ele éexercido? Possivelmente, porque osinteresses não são comuns. Não devaloriza a dimensão do trabalho namesma forma. Isto demonstra queexistem visões diferentes. AE – Precariedade e trabalho sãotermos antagónicos?LR – Nós gostaríamos que fossemporque acreditamos no valor dotrabalho digno. O trabalho dignopressupõe que exista respeito pelapessoa. E quando falamos emprecariedade, isto não estápresente.

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AE – Portugal viveu e vive uma criseprofunda. O termo austeridadeentrou nos lares portugueses, massó de alguns?LR – As pessoas sentiram isso. Nemtodos passaram pelas mesmasdificuldades. O aperto financeironas famílias não foi igual paratodas. A situação de crianças emmaior risco está muito associada àscondições socioeconómicas. Istonão foi abraçado como uma causapara todos. O foco estava centradonas questões económicas e nãotanto nas questões sociais. AE – Atitudes a tomar perante estacrise? Desistência?Empreendedorismo? Resiliência? LR – Eu apostava na esperança eno não comodismo. O caminhoescolhido, numa linha maisempreendedora ou noutra linha,cabe a cada um. É preciso teresperança que os sinais surjampara depois os alcançarmos e lutarpor eles. Pedia aos jovens para nãose acomodarem às situações e nãose amedrontem.

AE – Os jovens estão atentos àspropostas da JOC?LR – É difícil chegar a alguns jovensporque existe demasiado ruído nanossa sociedade. Mas quandoconseguimos proporcionar aosjovens algum silêncio na sua vida elhes mostramos alguns caminhos, otrabalho deste organismo torna-semais fácil.Um dos maiores desafios da JOC éconseguir eliminar este ruído. AE – Sem esquecer o ladoindividualista da sociedade.LR – É difícil envolver os jovens econgregá-los. Dar-lhes o sentido deconjunto porque desde a escola quesomos incentivados a percorrer onosso caminho de formaindividualista. Existe esse ladocompetitivo, de forma quase inata,em nós. É difícil abrir caminho eagregar as pessoas.

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João Pedro Tavares, presidente da ACEGE - Associação Cristã deEmpresários e Gestores, e José Augusto Paixão, coordenador nacional daLiga Operária Católica (LOC/MTC), falam à Agência ECCLESIA dasconsequências de anos de crise e austeridade no mundo laboral, e analisamas atitudes dos portugueses diante do crescimento do desemprego, apontarumos para o futuro. Agência ECCLESIA- A criseeconómica e a austeridade a elaassociada foram fatores quemudaram o ambiente laboral. Queconsequências são visíveis? João Pedro Tavares- Mudou emmuitos sentidos, um deles o facto dese tomar uma maior consciência deque uma série de direitos que eramdados por adquiridos e queprovavelmente alguns delespoderão não ocorrer. Isto é verdadepara famílias, empresas e pessoasque são a base de toda a economia.Isto gerou uma nova consciência,levou a que muitas pessoas sedesinstalassem, lutassem e outraspoderão ter desistido pelo caminho.Mas de uma forma geral creio queesta grande consciência de quetudo é ganho mas não é dado poradquirido, e em cada momentotemos que lutar e permanecernessa luta por aquilo que nosparece defender a dignidade daspessoas, dignidade das famílias,isso é fundamental.

As pessoas são o centro dasorganizações, acima da missão, dosvalores, da cultura, da visão, dopropósito económico daorganização, do fim social daorganização, as pessoas são o seucentro. Portanto, ter pessoasmotivadas, empenhadas, fidelizadas,apostadas em servir melhor aempresa, os clientes, osfornecedores, ter pessoas felizes notrabalho é fundamental. Ter pessoasequilibradas é fundamental edeterminante. A saúde de qualquerorganização passa muito por aqui.

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José Augusto Paixão - Estaausteridade financeira que nóstemos hoje em Portugal não nasceuhá dois dias, nem nos últimos anos.Já vem de há muito tempo e nãoveio por acaso: em 1989, houveuma deliberação concreta, oConsenso de Washington, quedeterminou que o capital iriaencontrar soluções para resolver osseus problemas.As únicas soluções queencontraram foi prejudicar,desvalorizar quem trabalha, retirarapoios sociais aos trabalhadores,não permitir que as pessoas tenhamuma vida digna mesmo depois doseu trabalho.Há muitas pessoas a trabalhar quevivem abaixo do limiar da pobreza.Daí a questão não ser exatamente ade ter ou não trabalho. Osdesempregados estão pior do queninguém, mas quem tem trabalho eganha o salário mínimo parasustentar uma família, está abaixodo nível de pobreza.Esta é sempre uma perspetiva deresultar lucros para o podereconómico, para os grandesfinanceiro, de duas formas: primeiropela exploração de quem trabalha edepois pela economia de casino em

que nos envolveram, concretamenteaquilo de que hoje se fala muito, aquestão das offshores. Há quem jálhes chame ‘lojas de roubo dedinheiro’ e de fuga aos impostos.

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Agência ECCLESIA - Que atitudes épossível identificar na reação dosportugueses face ao aumento dodesemprego? Fala-se ememigração, empreendedorismo,desistência….João Pedro Tavares - É verdadeque Portugal e os portugueses,sendo um povo lutador, com umacapacidade de superaçãoprovavelmente única, umacapacidade de adaptação muitoelevada, a forma como se prepara éum desafio. Haveria aqui um grandedesafio ao nível da preparação e dacapacidade técnica para lidar comnovas situações. Sim, esse era umgrande desafio que teríamos pela

frente. Eu creio que de uma formageral os portugueses, dentro dasdificuldades, reagiram positivamentedentro da crise perante os desafiosa que estivemos sujeitos e queforam muito duros.Eu gosto muito de usar uma frasede Charles Darwin e que diz que osque vencem na vida não são osmais inteligentes nem os mais fortes,são aqueles que se adaptam melhorà mudança. Esta chave representamuito daquilo que são os nossosdesafios. Como é que nós nosvamos adaptar à mudança? Como éque nósvamos lidar na certeza daincerteza? O futuro

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está recheado de incertezas. Asmudanças que verificámos nopassado e que vêm para o futuroirão ocorrer a uma velocidadesuperior a qualquer outra era nopassado.Agora, o homem não é um indivíduosozinho, é um homem comunitário etem de estar acompanhado da suacomunidade, seja empresarial,social ou familiar para, em conjuntoe em contexto comunitárioultrapassar alguns destes desafios.A comunidade educativa tem deexortar os jovens a serempreendedores, o que nãosignifica empresários. Significa quesão pessoas com auto estimaelevada, com capacidade de correrriscos e que se querem lançar paraconcretizar os seus sonhos, e omundo está à espera deles. Nãopodemos ver negativamente aoportunidade que é dada aosjovens de trabalharem noutroslocais. O que vejo como negativo éa perda de vínculo para com o país.Mas os jovens têm uma capacidadede adaptação enorme, uma grandegenerosidade, e estão maiscapacitados do que estava a minhageração. Tenho promovidoiniciativas de empreendedorismo

junto de jovens e a comunidadeeducativa também o deve fazer. Éfundamental.Em contexto da ACEGE procurámosque, em contexto de dificuldadeempresarial, exortámos os líderesempresariais a que limitassem osdespedimentos como últimaalternativa para resolver algumproblema ou desafio económico comque a sua empresa estivesse adebater-se. Depois que, emqualquer circunstância, colocassemfamílias no desemprego.

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José Augusto Paixão - A questãocomplica-se mais quando sedesvaloriza o trabalho e se colocano centro do trabalho as questõesde falta de segurança, a falta desegurança de ter trabalho. Quandoos trabalhadores não sabem seamanhã têm trabalho, aprecariedade que se desenvolveu econtinua a desenvolver - porque éaí que se quer colocar a tónica dasaída da crise, com a continuaçãoda precariedade, desemprego,salários baixos -, isso não resolveproblema nenhum,

não resolve problemas sociaisnem económicos.Nas conclusões dos nossosencontros interdiocesanos diz-seque uma das situações mais graveshoje, em relação ao comportamentodos portugueses, é o medo. Osportugueses têm medo e esse medovem de várias razões, a principaldas quais é o medo do desemprego.Estando a trabalhar, com vínculosprecários, há medo de reagir dealguma maneira: tem medo de fazerperguntas, do colega do lado, doschefes intermédios, de muita coisa.

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Isso leva a não reagir.Não é por acaso que há uma baixano número de trabalhadoressindicalizados, que é assustadora.Não é que os trabalhadores nãoqueiram estar em organizações queos queiram defender: têm a certezaque no dia em que o patrão souberque eles estão sindicalizados, ocontrato já não é renovado a seguir.Esta é uma das situações queexiste, que se nota na vida dostrabalhadores.Depois, há aquela situação normaldos portugueses de pensar ‘isto háde resolver-se’. Os portugueses sãopacíficos e os trabalhadores estãoum pouco adormecidos, é precisoalguma coisa que os agite e os façasair. Este período do 1.º de Maio éuma altura em que é importante queos trabalhadores se manifestem,venham para rua, digam o quesentem, o que pensam, com odesejo e a vontade de lutar paraque as coisas mudem. Têm de serprotagonistas da mudança.A nossa convicção é de que agorahá mais razões para comemorar o1.º de Maio do que há algumasdécadas, porque tem sido feito umataque feroz aos trabalhadores.

Os portugueses têm medoe esse medo vem devárias razões, a principaldas quais é o medo dodesemprego.

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Agência ECCLESIA - Como estamosa lidar com a globalização dotrabalho e do emprego?João Pedro Tavares - A adoção denovas tecnologias vai trazer umamudança significativa no mundolaboral, a globalização traz outrasmudanças significativas no mundodo trabalho. Vivemos em constantesdesafios com uma estrutura devasos comunicantes muito grande.Temos que estar preparados para amudança, temos que estardespertos, temos que estar atentos.Gostaria de sublinhar um novodesafio que a globalização introduz.Como é que transformamosdeterminadas ameaças emoportunidades é um grande desafio.Quando falo da capacidade de nosmotivarmos e trabalharmos emcomunidade, estou a dizer comotransformo uma ameaça numagrande oportunidade. Creio que, emcontexto europeu, no final, osportugueses têm grandesoportunidades pela frente porque éum povo com uma capacidade desuperação única, com grandecapacidade de se adaptar, eutrabalho numa multinacional epercebo que neste contexto culturalos portugueses são altamenteapreciados pela forma como

trabalham, como se dedicam…olhamos os desafios que noscolocam os países asiáticos commão de obra mais barata, masPortugal também pode ter desafiosmuito significativos, e se trabalharem conjunto, pode também eleposicionar-se junto de outros paísespara captar muita mão de obra.Depois temos o desafio da aplicaçãoda tecnologia e qual o impacto queisso pode ter naquilo quedenominamos por mão de obra. Eaqui acho que o desafio érequalificar pessoas e de ascapacitar para estas novasrealidades tecnológicas que vãomudar bastante o panorama detrabalho e económico de múltiplospaíses. ...os portugueses têmgrandes oportunidadespela frente porque é umpovo com uma capacidadede superação única, comgrande capacidade de seadaptar.

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Agência ECCLESIA - Que significamas várias intervenções do Papa nocampo do trabalho?José Augusto Paixão - A atitude e osensinamentos do Papa Franciscotêm sido lufada de ar fresco, para asociedade em geral e para a Igreja.Muitas vezes os movimentoscristãos de trabalhadores não têmsido bem entendidos, ainda quehaja bispos que os reconhecem.Quando vimos as atitudes do Papa,nós estamos a sentir que afinalestávamos no caminho certo.Alguém escreveu na nossa revistaque “o Papa Francisco está com aLOC

e os militantes da LOC estão com oPapa Francisco”. Isto revela que, defacto, aquilo que temos vindo háfazer, em 80 anos de existência, é oque o Papa sente em relação aoque a Igreja Católica deveria fazer.A Doutrina Social da Igreja,concretamente em relação aotrabalho, vemos a encíclica ‘RerumNovarum’, do Papa Leão XIII, que játem 125, como demonstraçãodaquilo que os católicos já fizeram,com os trabalhadores, com os maisdesprotegidos, os mais pobres, osque têm necessidade de ter umavida digna.

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Mensagem do MMTCpara o 1º de maio de 2016 O MMTC é uma organização dehomens e mulheres que desenvolveações de acordo com as condiçõesde vida de todos, dando caráter aoMovimento.Queridos companheiros ecompanheiras, não existecristianismo sem persseguição!Recordem-se da última Bem-Aventurança: "quando os levaremàs sinagogas, os perseguirem, osinsultarem..." É o destino doscristãos. E hoje, perante este tãograve acontecimento no mundo,com o silêncio cúmplice de tantaspotências que poderiam detê-lo, nosvemos diante deste destino cristão:ir no mesmo caminho de Jesus.Povo trabalhador revoltadoUm mundo quebrado, a divisão dos sindicalistas e dos partidosgeneralizada, os movimentos sociaiscriminalizados e o povo trabalhadorrevoltado por perder aos poucos osseus direitos fundamentais: terra,teto, trabalho, salário, saúde eeducação.O MMTC é uma organização dehomens e mulheres quedesenvolve

ações de acordo com as condiçõesde vida de todos, dando caráter aoMovimento. É, há cinquenta anos,um movimento operário, da classetrabalhadora, que procura destaforma entender melhor a vida dosque vivem do seu trabalho.Em todo o mundo, o capital tem umprojeto claro para sair dacrise: diminuir os preços dematérias-primas (agrícolas, petróleo,etc.) e reduzir os salários e direitosdos trabalhadores

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a fim de garantir o aumento dasua taxa de lucro.Esta saída da crise debita todos ossacrifícios e perdas na contados trabalhadores para que ocapitalismo possa exercer e mantero seu poder. Nesse sentido,aumenta o desemprego e reduz osdireitos dos trabalhadoresprovocando maior crise social. Alémdisso, a crise económica desdobra-se noutras crises, como a ambiental- com a destruição irresponsável domeio ambiente - e a crise de valoresonde o que conta é o individualismo,cada um por si, e às mercadorias éatribuido maior valor que à vidahumana.

A solidariedadeacima do lucroErgamos a causa dos migrantes,deslocados e refugiados. Exijamosaos governos dos países ricos quederroguem todas as normas detratamento discriminatório epromovam regras que eliminem otrabalho escravo, o tráfico depessoas e a exploração infantil.Mantemos a esperança que, unidos,podemos encontrar formasalternativas de economia, tanto emáreas urbanas como rurais.Queremos e necessitamos de uma

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economia popular e socialcomunitária que resguarde a vidadas comunidades e em queprevaleça a solidariedade acima dolucro. Para isto é necessário que osgovernos incorporem os esforçosque emergem das bases locais. Trabalho como direitohumanoNós, militantes do MovimentoMundial de TrabalhadoresCristãos reafirmamos o nossocompromisso de lutar: em defesa dotrabalho, como direito humano; pelacriação de trabalho digno; pelaimplementação de políticas públicasque restituam todos os direitos dostrabalhadores, eliminados pelocapitalismo neoliberal - tais como ossistemas de segurança social e dereforma e o direito de sersindicalizado.Rejeitamos a precarização, aterceirização e a exclusão e

procuramos a superação dainformalidade através da inclusãosem persseguição ou repressão.Estamos em união com a grandeMigração que procura refúgio naEuropa de hoje, fugindo darepressão, do desemprego e damorte . VIVA O 1° DE MAIO — DIA MUNDIALDOSTRABALHADORES MOVIMENTOMUNDIAL DE TRABALHADORESCRISTÃOS

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Comemorar o 1º de Maiomantem toda a atualidade

É fundamental que todos ostrabalhadores comemorem o 1º deMaio recordando o memorável 1 demaio de 1886, quando os operáriossouberam organizar-se, juntando-secerca de 500 mil, numamanifestação

pacífica, nas ruas de Chicago aexigira redução da jornada detrabalho para as oito horas diárias.A polícia reprimiu a manifestação,ferindo e matando dezenas deoperários, mas os trabalhadoresnão se deixaram abater

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e por isso, no dia 5 de maio,voltaram às ruas onde foramnovamente reprimidos. Mas a lutanão parou! E as oito horas diáriasde trabalho acabaram por serconsagradas, progressivamente, emtodo o mundo, assim como muitasoutras conquistas.Contudo, hoje, são brutais osataques a essas conquistas dostrabalhadores, por parte do atualsistema económico, que mata, peloque é necessário relembrar ecelebrar esta data em toda a suadimensão. Faz, também por isso,todo o sentido continuar acomemorar o 1º de Maio, sendo

agora, ainda mais necessário queem outros momentos da nossahistória recente até porque estamosnuma época em que, pela evoluçãoda ciência e pelo desenvolvimentoda tecnologia, existem meiossuficientes para que todos possamter trabalho e condições de vivercondignamente, desde que aeconomia esteja ao serviço daspessoas e haja justa distribuição dariqueza. Os trabalhadores cristãos têm, alémdo mais, de viver a luta pelotrabalho digno como expressão ecaminho de misericórdia, para poderalcançar-se vida digna para todos,sem pobres

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e sem excluídos. Perante a lógica,sem misericórdia, da idolatria dodinheiro, da rentabilidade e bem-estar individualista, do aumentoexponencial dos lucros, temosde celebrar o 1º de Maio como afesta onde se põe no centro a vidadas pessoas e das suas famílias, ea luta por uma vida digna para todaa humanidade, que brota doEvangelho.Desde a Rerum Novarum, do PapaLeão XIII, a primeira encíclica sobreo trabalho e as questões sociais,publicada há 125 anos, que aDoutrina Social da Igrejademonstra,

claramente, a situação em que têmvivido os trabalhadores e os maisdesfavorecidos da sociedade, aomesmo tempo que tem apontadooutros caminhos de justiça e dedignidade humana que muitas vezestêm sido esquecidos pela sociedadee também pela Igreja. Nestaencíclica já Leão XIII afirmava: “Oque é vergonhoso e desumano éusar dos homens como de visinstrumentos de lucro, e não osestimar senão na proporção dovigor dos seus braços”(RN nº 10). Ereconhecia que a própria Igreja tema sua cota parte nestaparticipação: “Nem se pense que aIgreja se deixa absorver

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de tal modo pelo cuidado das almasque põe de parte o que se relacionacom a vida terrena e mortal. Peloque diz respeito à classe dostrabalhadores, ela quer e luta paraos arrancar à miséria e procurar-lhes uma sorte melhor” (RN nº 21).É bom que o 1º de maio continuevivo na esperança de um futuromelhor. Mas os problemas sãotantos que tantas vezes nosperguntamos sobre o que podemosnós fazer? Podemos fazer muito! Ostrabalhadores, os mais humildes, osexplorados, os pobres e excluídos,podem fazer muito. O futuro dahumanidade pode estar,

em grande medida, nas nossasmãos, na nossa capacidade deorganizar e promover alternativascriativas e também na nossaparticipação como protagonistas nosgrandes processos de mudançanacionais, regionais e mundiais.Seremos semeadores de esperançae de mudança. Que Deus nos dêcoragem, alegria, perseverança epaixão para continuar a semear.Acreditamos que, mais cedo ou maistarde, vamos ver os frutos”

LOC/MTC- Movimento deTrabalhadores Cristãos

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A sociedade em rede, oportunidadese desafios pastorais (2ª parte)É recomendável que os gruposligados à Igreja que ainda nãopossuam presença na Internet,procurem informações e ideias comaqueles que já possuem experiêncianeste campo. A Internet transforma-se então num instrumento que podeser posto claramente em práticatambém nos campos daadministração e do governo eclesial.Deverá fazer parte dos programasformativos eclesiais o uso e aspráticas da Internet. Ao nível dosprogramas pastorais, a Internet e asnovas tecnologias deveriam possuirum espaço dedicado e próprio.

Nomeadamente na pastoral juvenil,deveria ser proporcionada uma áreaformativa que estimulasse os jovensa serem o que a Comunnio etprogressio preconiza para os outrosmeios: “Não só a comportarem-secomo verdadeiros cristãos, quandosão leitores, ouvintes ouespetadores, mas também a saberutilizar as possibilidades deexpressão desta “linguagem total”que os meios de comunicação põemao seu alcance. Sendo assim, osjovens serão verdadeiros cidadãosdesta era das comunicações sociais,de que nós

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conhecemos apenas o início”. Osjovens têm necessidade deaprender não tanto ao nível técnico,mas sim como agir corretamente nociberespaço e discernir os seuspensamentos de acordo comcritérios morais sólidos a respeitodaquilo que encontram à distânciade um click.Ao nível do estudo e reflexão, aIgreja deverá debruçar-se sobrealguns pontos fortes pertinentes ecriar observatórios dos maisvariados âmbitos dentro destatemática nomeadamente: elaboraruma verdadeira antropologia dacomunicação com referênciaespecífica à Internet e novastecnologias; elaborar programaspastorais específicos para o uso daInternet tanto na catequese comonoutros setores para que a possamutilizar como ferramenta de apoioe

enriquecer as pessoas no seuverdadeiro compromisso cristão;estudar a dualidade, realidadevirtual versus presença física, istoporque, “a realidade virtual nãosubstitui a Presença Real de Cristona Eucaristia, a realidade ritual dosoutros sacramentos e o cultocompartilhado no seio de umacomunidade humana feita de carnee de sangue. Na Internet nãoexistem sacramentos e até mesmoas experiências religiosas nelapossíveis pela graça de Deus sãoinsuficientes, dado que seencontram separadas da interaçãodo mundo real com outras pessoasna fé”, escreve o PontifícioConselho para as ComunicaçõesSociais, no documento Igreja eInternet.

Fernando Cassola [email protected]

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Revista Fátima XXI

D. Manuel Clemente, cardeal-patriarca de Lisboa, é um dos doisentrevistados do próximo número darevista Fátima XXI, que sairá no dia12 de maio. Trata-se de umaentrevista de fundo ao responsávelda Conferência EpiscopalPortuguesa, que vai ser opresidente da próximaperegrinação

de maio, no Santuário de Fátima.Esta entrevista, feita por Maria JoãoAvilez, revela uma pessoa muito“conhecedora e sabedora do que éFátima e muito interessada pelotema”, do qual fala a partir de váriasóticas, desde a perceção dasprimeiras visitas a Fátima emcriança, até à

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experiência como crente e depoiscomo historiador, revela o diretoradjunto da publicação, Marco DanielDuarte.O quinto número deste novo projetoeditorial que o Santuário de Fátimainiciou no mês de maio de 2014,configurado numa revista de índolecultural que nasce no contexto docentenário das aparições e que setem debruçado sobre temas dahistória, da mensagem e daespiritualidade de Fátima, atravésde uma abordagem cultural ereflexiva, privilegia a relaçãopessoal de algumas figurasmarcantes da sociedadecontemporânea portuguesa comFátima.A revista apresenta, ainda, outraentrevista “importante no panoramade Fátima no mundo” a Zita Seabra.“Todos conhecemos a sua biografiae como é que esta biografia seentrelaça com a história do seculoXX e por isso com aquela que é ahistória da mensagem de Fátima e aluta contra os regimes ateus, que aZita Seabra conhece do lado de lá eagora do lado de cá”, frisa MarcoDaniel Duarte.Esta entrevista foi feitasimbolicamente no CalvárioHúngaro, símbolo da ressurreiçãodo mundo de leste para a ideologiacristã.

Na rubrica Fragmentos de históriavai ser possível ler a análise de umadas primeiras cartas escritas em1917 sobre o fenómeno dasaparições.A fadista Mariza, na rubrica Fátimana primeira pessoa, conta a suaespecial ligação a Fátima, numtestemunho inédito de uma das maismediáticas fadistas da atualidade.O caderno temático vai falar docentenário das Aparições do Anjoque se celebra este ano. O teólogoAlexandre Palma coordena umespaço onde várias vozes falam apartir da narrativa da Ir. Lúcia, ecomo isso é transposto para os diasde hoje.Marco Daniel Duarte afirma que umdos principais objetivos desta revista“é mostrar que o mundo da culturanão está assim tão afastado dotema Fátima, embora muitas vezesse tente passar essa ideia”. E ofacto de figuras públicas estaremtão relacionadas com Fátima eaceitarem dar a cara, “ajuda aentender Fátima através de outroprisma”.Esta publicação está disponível nalivraria do Santuário de Fátima, naFnac e na Bertrand.

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II Concílio do Vaticano:As artes ao serviço da Liturgia

Após o encerramento do II Concílio do Vaticano (1962-65), a Igreja colocou mãos à obra nas várias áreasrefletidas no encontro magno convocado pelo PapaJoão XXIII. No fim do tempo da cristandade e com aeclesiologia conciliar, os agentes pastorais têm agoraum pilar onde se podem situar: Constituição sobre aSagrada Liturgia.Na área da estética vive-se hoje “um tempo de graça”em que é possível recuperar as raízes da iconografiacristã, “superar o divórcio secular entre a Estética e aTeologia e deixar para trás os equívocos edesencontros que os nossos antepassados tiveram desuportar”, disse D. João Marcos, bispo coadjutor deBeja, no último encontro de Pastoral Litúrgica,realizado em Fátima.Consciente de que não se pode colher sem semear, oII Concílio do Vaticano recomenda para que se formemartistas e se criem escolas e academias de arte sacraonde for oportuno. “Recorde-se constantemente aosartistas que desejam, levados pelas sua inspiração,servir a glória de Deus na Santa Igreja, que a suaatividade é, de algum modo, uma sagrada imitação deDeus Criador e de que as suas obras se destinam aoculto católico, à edificação, piedade e instruçãoreligiosa dos fiéis”, lê-se na referida constituiçãoconciliar.O bispo-pintor, formado na Escola Superior de BelasArtes de Lisboa, com vasta e preciosa obra de pinturarealizada e exposta em muitas igrejas modernas,referiu, aos participantes daquela semana de liturgiade 2015, que desde o início do século XX a Igreja tem

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encomendado “imagens para o cultoa escultores e pintoresconsiderados competentes”, masque, muitas vezes, “não têm fé cristãnem lhe sentem a falta”. As obrasdestes artistas, realizadas por vezescom bastante qualidade, “ficam,como é óbvio, prisioneiras da suasubjetividade e vazias do Espírito deDeus, opacas, sem transcendência”.A Sacrossantum Concilium sublinhaa distinção entre belas artes, artereligiosa e arte sacra. Suportadonesta distinção, D. João Marcosrealça que desses artistas pode-se“esperar, quanto muito, que façamarte

religiosa, mas não arte sacra, emuito menos, imagens de Cristo, daVirgem Maria e dos Santos paraserem venerados”.Como um artista “não é um artesão,um técnico competente que executabem este ou aquele trabalho”, obispo coadjutor de Beja sublinhaque um artista, “consciente ouinconscientemente, diz-se na suaobra, manifesta na sua obra aquiloque o habita, o que traz dentro desi”.É fundamental conjugar teologia eestética na obra de arte porque estaé também testemunho eloquente daprofunda vivência eclesial doartista.

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Abril/maio 2016 30 de abril. Portalegre - Dia Diocesano daCatequese . Algarve – Tavira - Jubileu daCatequese das paróquias dosotavento algarvio . Évora - Vila Viçosa - Jubileu dosSeminários em Vila Viçosa . Setúbal - Costa da Caparica - Oagrupamento 683-Telheiras, doCorpo Nacional deEscutas, organiza um acampamentosolidário com o núcleo de Rio deMouro e a Associação de ParalisiaCerebral de Lisboa (até 01 de maio) . Fátima - Peregrinação nacional deacólitos com o tema«Misericordiosos como o Pai» . Fátima - Encontro nacional doscentros maristas . Guarda – Seminário - Jubileu dosadolescentes centrado nos«sentidos da Misericórdia»

. Lisboa - Oeiras (Fortaleza de S.Julião da Barra), 16h00 - Leitura cénica de «Seis anos numamasmorra», a vida e a obra dosmissionários jesuítas checos nascolónias ultramarinasportuguesas, organizada pelaEmbaixada da República Checa emLisboa . Lisboa - Paróquia de SãoDomingos de Benfica, 20h00 - Jantar Solidário a favor dos jovens,escuteiros e catequese econferência sobre «Qual o papeldos média hoje na Igreja» feita porD. Nuno Brás . Aveiro - Gafanha da Encarnação(Largo da Igreja), 21h00 - Encenação de «Caminhos da luz -Os discípulos» pelo grupo «PedrasVivas» 01 de maio. Vaticano - Praça de São Pedro - Encontro de voluntáriosempenhados na proteção demenores, famílias de criançasabusadas e vítimas da pedofilia,numa iniciativa da «AssociaçãoMeter»

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. Lisboa - Linda a Pastora (Casa deretiros da CONFHIC) - O Centro deEstudos Pastorais do Patriarcado deLisboa vai realizar um seminário deestudos avançados sob o tema aPastoral Urbana (até 03 de maio). . Leiria - Visita da imagem peregrinade Fátima à Diocese de Leiria –termina a 13 de maio . Fátima, 10h00 - Primeiraperegrinação nacional doscombatentes do ultramar presididapor D. António Vitalino, bispo deBeja . Lisboa - Alenquer (Abrigada),10h30 - O movimento juvenil dosFocolares vai realizar na CidadelaArco-Íris (Alenquer), a iniciativa«Alta resolução – ajusta o foco àpaz» . Viana do Castelo - Caminha(Mosteiro de São João de Arga),16h00 - Celebração da bênção dasgrávidas em São João de Arga . Guarda – Sé, 18h30 - Celebraçãoda Eucaristia presidida por D.Manuel Felício, bispo da Guarda, edespedida da cruz da missãoentregue aos jovens da Europa pelopapa João Paulo II em 1987

02 de maio. Porto, Braga, Coimbra e Lisboa - Oteólogo Tomás Halík vai proferirduas conferências em Portugal eapresentar a sua obra mais recente«Quero que tu sejas! - Podemosacreditar no Deus do amor?» . Guarda - Cúria diocesana, 10h30 - Reunião do SecretariadoDiocesano da CoordenaçãoPastoral . Fátima - Domus Carmeli, 10h30 - Sessão dedicada ao tema«Mobiliário e instrumentosmusicais» leccionados por MariaIsabel Roque e Rui Magno Pinto,uma iniciativa realizada no âmbitodo Projecto Thesurus. . Lisboa - Capela do Rato, 18h15 - Sessão do ciclo «Os filósofostambém falam de Deus» dedicada aAgostinho da Silva e orientada porPaulo Borges . Braga - Auditório Vita, 21h15 - AAssociação de Estudantes daFaculdade de Teologia de Braga e arevista «Cenáculo» promovem, de02 a 04 de maio, umas jornadasteológicas sobre «Sofrimento: Paraalém do porquê!»

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Ponta Delgada, São Miguel, Açores - 29 de abril a 2 de

maioAs Festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres vãoser presididas pelo bispo de Angra, D. João Lavrador. Fátima - 30 de abrilPeregrinação nacional de acólitos Leiria-Fátima – 01 a 10 de maioA imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátimaconclui na Diocese de Leiria-Fátima a visita àsdioceses portuguesas. Lisboa - 04 de maioO Centro Nacional de Cultura presta homenagem a D.Tomaz Silva Nunes, bispo auxiliar de Lisboa, falecidoem Setembro de 2010. Lisboa – 05 de maioIgreja Católica promove encontro jornalistas ecolaboradores dos meios de comunicação social noMuseu de São Roque, em Lisboa..

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Programação religiosa nos media

Antena 1, 8h00RTP1, 10h00Transmissão damissa dominical

10h30 - Oitavo Dia 11h00 -Transmissão missa

Domingo: 10h00 - ODia do Senhor; 11h00- Eucaristia; 23h30 -Ventos e Marés;segunda a sexta-feira:6h57 - Sementes dereflexão; 7h55 -Oração daManhã; 12h00 -Angelus; 18h30 -Terço; 23h57-Meditando; sábado:23h30 - TerraPrometida.

RTP2, 13h30Domingo, 01 de maio -Emprego e trabalho:consequências daausteridade Segunda-feira, dia 02 - Entrevista ao padre AméricoAguiar, sobre o Dia Mundialdas Comunicações Sociais Terça-feira, dia03 -Informação e entrevista aopadre Eduardo Novo sobre oFátima Jovem Quarta-feira, dia 04 - Informação e entrevista a PauloRocha sobre o Dia Mundial das Comunicações Sociais Quinta-feira, dia 05 - Informação e entrevista aopadre RUi Pedro Carvalho sobre a Festa da Vida e daFamília, em Lisboa. Sexta-feira, dia06 - Análise à liturgia de domingopelo pare João Lourenço e Juan Ambrosio. Antena 1Domingo, dia 01 de maio - 06h00 - Dia dotrabalhador, que perspetivas? Segunda a sexta-feira, 02 a 06 de maio - 22h45 -Leigos empenhados: Sociedade São Vicente de Paulo;Movimento de Apostolado de Adolescentes e Crianças;"Comunicar é partilhar" com o padre Américo Aguiar;Movimento de Schoenstatt e o Encontro Nacional deLeigos, com Alexandra Viana Lopes

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Ano C – 6.º Domingo do TempoPascal Na mensagemcristã, oessencial éCristo

Na liturgia deste sexto domingo do tempo pascalsobressai a promessa de Jesus de acompanhar deforma permanente a caminhada da sua comunidadeem marcha pela história: não estamos sozinhos; Jesusressuscitado vai sempre ao nosso lado.Nessa centralidade em Cristo, sabe bem acolher aPalavra de Deus na primeira leitura. O ambiente é doprimeiro concílio da Igreja, em Jerusalém, com apresença de Pedro e Paulo.O texto dos Atos dos Apóstolos apresenta-nos a Igrejade Jesus a confrontar-se com os desafios dos novostempos. A questão de então – cumprir ou não os ritosda Lei de Moisés – é uma questão ultrapassada, quehoje não preocupa nenhum cristão.Mas o episódio desta assembleia conciliar, animadapelo Espírito, que vai discutir o que é essencial naproposta cristã, que deve ser incluído no núcleofundamental da fé cristã e da pregação, e o que éacessório, que pode ser dispensado, vale sobretudopelo seu valor exemplar.Faz-nos pensar, por exemplo, em rituaisultrapassados, em práticas de piedade vazias eestéreis, em fórmulas obsoletas, que hoje já nãoexprimem o essencial da proposta cristã. Faz-nospensar na imposição de esquemas culturais,sobretudo ocidentais, que muitas vezes não têm nadaa ver com a forma de expressão de certas culturas.O essencial do cristianismo não pode ser vivido semser concretizado em formas determinadas e humanas,condicionadas e finitas. Mas o essencial deve serpreservado e o acessório deve ser constantementeatualizado.Seria bom verificarmos quais são os ritos e as práticasdecididamente obsoletos, que nos impedem

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hoje de redescobrir e propor onúcleo central da mensagem cristã.Podemos estar a impedir, comooutrora, o nascimento de Cristopara o mundo, mantendo-nospresos a esquemas e modos depensar e de viver que têm pouco aver com a realidade do mundo quenos rodeia.É necessário ter presente que oessencial é Cristo e a sua propostade salvação. Essa é que é aproposta sempre nova que temospara apresentar ao mundo. O restosão questões cuja importância nãonos deve distrair do essencial.Devemos também ter consciênciada presença do Espírito Santo nacaminhada da Igreja de Jesus. Para

isso, é preciso escutar o Espírito,estar atento às suas interpelações,saber ler as suas indicações nossinais dos tempos e nas questõesque o mundo nos apresenta.É preciso aprender com a formacomo os Apóstolos responderamaos desafios dos tempos: comaudácia, com imaginação, comliberdade, com desprendimento e,acima de tudo, na escuta doEspírito. É assim que a Igreja deJesus deve enfrentar hoje osdesafios do mundo. Sempre naescuta da Palavra e no acolhimentodo amor de Deus, como nos diz oEvangelho de hoje.

Manuel Barbosa, scjwww.dehonianos.org

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EVANGELHO DE NOSSO SENHOR JESUSCRISTO SEGUNDO SÃO JOÃOQuando Judas saiu do Cenáculo, disse Jesus aos seusdiscípulos: «Agora foi glorificado o Filho do homem e Deus foiglorificado n’Ele. Se Deus foi glorificado n’Ele, Deus também Oglorificará em Si mesmo e glorificá-l’O-á sem demora. Meusfilhos, é por pouco tempo que ainda estou convosco. Dou-vos ummandamento novo: que vos ameis uns aos outros. Como Eu vosamei, amai-vos também uns aos outros. Nisto conhecerão todosque sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros».

Palavra da Salvação.

(Jo 13, 31-33a.34-35)

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Surpresa do Papano Jubileu dos Adolescentes

O Papa Francisco participou estesábado na abertura do Jubileu dosAdolescentes, no Vaticano,atendendo em confissão rapazes eraparigas que estão em Roma paraparticipar nas celebrações do AnoSanto da Misericórdia.A Praça de São Pedro foitransformada num confessionário aoar livre, com

150 sacerdotes prontos a ouvir osparticipantes, em várias línguas, aolongo de oito horas. De acordo coma Rádio Vaticana, o Papa confessou16 jovens na Praça de São Pedro,onde esteve entre as 11h30 e as12h45, horas locais.O Jubileu dos adolescentesreuniuem Roma 70 milparticipantes,

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com idades entre os 13 e os 16anos provenientes de todas asdioceses de Itália e também dePortugal, Espanha, França eInglaterra.O programa da celebração jubilarpara os mais novos foi estruturadoem quatro momentos principais: aperegrinação à Porta Santa daBasílica de São Pedro, a Festa dosAdolescentes no Estádio Olímpicode Roma, a Missa com o PapaFrancisco e as Tendas daMisericórdia.Sete praças no Centro Histórico deRoma acolheram as ‘Tendas daMisericórdia’, com testemunhossobre as obras de misericórdiaespiritual e corporal.O Papa associou-se na noite desábado à vigília de oração e festaque os participantes no Jubileu dosadolescentes celebraram no EstádioOlímpico de Roma, e disse-lhes quea vida sem Jesus é como umtelemóvel sem sinal. “Estou certo deque isto também acontececonvosco: às vezes o telemóvel ficasem sinal, nalguns lugares. Poisbem, lembrem-se que se Jesus nãoestá em nossa vida é como não tersinal. Não se consegue falar efechamo-nos em nós mesmos”,

declarou, numa videomensagemtransmitida nos ecrãs gigantes doestádio.Francisco convidou os jovens a ficar“onde há sinal” que lhes permiteviver a sua fé, “a família, a paróquia,a escola”.Na videomensagem transmitida noEstádio Olímpico de Roma, o Papaagradeceu a presença dos jovens efalou dos lenços que muitos delesestavam a usar, evocando as obrascorporais de misericórdia. “As obrassão gestos simples, que pertencemà vida de todos os dias, permitindoreconhecer o rosto de Jesus norosto de tantas pessoas. Inclusivejovens! Jovens como vocês que têmfome, sede, que são refugiados ouforasteiros ou doentes e pedem anossa ajuda e a nossa amizade”,explicou.Francisco disse ainda que sermisericordiosos significa também sercapazes de perdoar, algo que “nãoé fácil”. “Não permaneçamos comrancor ou com desejo de vingança!Não serve para nada: é um bichoque come a alma e não nos permiteser felizes. Perdoemos”, apelou.

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Fundação AIS lança campanha de emergência parafamílias sírias

“Temos muito medo”Em Março assinalou-se o sextoano de guerra na Síria. Nasúltimas semanas, o exército temvindo a recuperar vilas ecidades aos jihadistas. Paramilhares de famílias, apesar dosavanços ou recuos dosmilitares, a vida continua numdesespero. Falta-lhes tudo.Menos a fé Alepo. A verdadeira cidadedesapareceu. Hoje, apenassobrevive na memória dos seushabitantes. Prédios, bairros, ruas…é tudo uma imensa ruína. Os risosesconderam-se. Hoje, parece quehá apenas rostos tristes,carregados. Hoje, parece que háapenas gente em lágrimas emAlepo. O padre Ibrahim, franciscano,um dos responsáveis pela paróquiacatólica da cidade, não tem mãos amedir. “Temos muito medo”, diz.Mas, apesar disso, os seus dias sãode uma azáfama constanteprocurando responder aos múltiplospedidos de ajuda. “Entre todas asfamílias que vivem em cidadessírias, as que atravessam maioresdificuldades são as de Alepo”, dizeste sacerdote, acrescentando:“Das nossas 600 famílias, queapoiamos

directamente, 250 vivem numapobreza absoluta”. Pobreza absolutasignifica que dependem de ajudapara tudo. Roupa, medicamentos.Até para a comida. A electricidade éum dos maiores problemas. Com adestruição causada pela guerra, aúnica forma de se conseguir que aluz chegue a casa das pessoas éatravés de geradores. E isso tornou-se num negócio extremamentelucrativo. “Eles vendem os‘amperes’a preços exorbitantes”,explica o padre Ibrahim. Todos sequeixam, mas não há alternativa.Fora do mercado negro não hágeradores, sem geradores reina aescuridão total. Campanha SOSAlepo é apenas um ponto no vastomapa de cicatrizes em que setransformou a Síria. Hoje em dia,não há lugar onde a guerra nãotenha chegado com estrondo. Nãohá família que não conheça a dor dosofrimento, da violência, da morte.Em resposta aos apelos concretosque chegam à Fundação AIS, foilançada uma campanha desolidariedade para a alimentação deemergência destas

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famílias. Com a campanha “SOSSíria”, procura-se aliviar osofrimento de cerca de 1500famílias em Alepo e também emHasaké. Toda a ajuda recolhidajunto dos benfeitores portuguesesda AIS será transformada emcabazes alimentares, medicamentose roupa. Através desta campanha épossível alimentar uma família síriadurante um mês com apenas 30euros. O padre Ibrahim, apesar daguerra, procura ajudar as famíliasmais carenciadas, as que perderamtudo o que tinham e vivem

encurraladas na cidade em ruínas.“Os frutos da vossa caridade são onosso consolo”, diz, agradecendo aajuda que lhe chega através daFundação AIS. Em Alepo e Hasakéhá 5.800 pessoas – cerca de 1500famílias – que precisam da nossaajuda. Precisam de água, comida,electricidade, roupa,medicamentos… Em Alepo e Hasakéhá quase seis mil pessoas queestão de mãos estendidas. Elesprecisam de nós. Precisam de si.Agora.

Paulo Aido | www.fundacao-ais.pt

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P. Manuel Gonçalves

Tony Neves Espiritano

Há nomes que têm de ficar na história da gente eeste é um deles. O P. Manuel Gonçalves nasceuem Alfena-Valongo, na diocese do Porto. Cedose entregou à Missão, através dos Missionáriosdo Espírito Santo, Congregação a quepertenceu. Dividiu os mais de 50 anos de padreentre Angola, Portugal e Roma. Foi director deseminários em Portugal. Percorreu o mundoespiritano como conselheiro geral, a partir deRoma. Foi Assistente Provincial dos Espiritanosem Portugal. Desempenhou cargosadministrativos de grande responsabilidade, masfoi a formação de futuros padres que lhe ocupoua maior parte do seu coração e dos seus dias.Angola acolheu-o em Malanje para umadedicação, de alma e coração, à pastoral. Erapároco da Catedral quando o país celebrou aindependência em 1975. Viveu os duros anos docomeço de uma guerra civil cruel, marcada poruma tentativa de esmagar tudo quanto cheirassea religião. O ateísmo militante daquele tempolevou á confiscação de quase todos os imóveisda Igreja e à votação ao desprezo de quem viviae testemunhava a sua fé.De Malanje seguiria para o Huambo, nomeadopara a missão quase impossível de ajudar aformar futuros padres no único seminário maiorpoupado ás nacionalizações do governo.Leccionava cadeiras de filosofia e teologia,assegurava a parte logística do seminário numtempo em que pouco ou nada chegava aoHuambo. Para agravar a situação, o carro ondeseguiam os Padres Ribas, Castro,

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Ferreira e Manuel Gonçalvesactivou uma mina, ficou desfeito emaltratados os ocupantes.A última parte da Missão do P.Manuel em Angola foi em Luanda.Lançou as bases de um bemestruturado e eficaz secretariado depastoral da Conferência dos Bispos.E, por fim, investiu o melhor de si nolançamento da UniversidadeCatólica. Foram tempos de muitotrabalho, dificuldades sem conta,mas muita competência e dedicaçãocujos resultados estão à vista detodos.Quando regressou a Portugal,estudou as novas expressões dereligiosidade. Foi arquivistaprovincial. Dirigiu o Centro deEspiritualidade Espiritana, noSeminário da Silva, em Barcelos.Notava-se nele o cansaço de umavida entregue e os primeiros sinaisde uma doença que oacompanharia até ao fim.A Família Espiritana, a Família desangue e a Paróquia quiseramprestar-lhe uma homenagem. Olançamento da revista ‘MissãoEspiritana’,

integralmente a ele dedicada,encheu a Igreja de Alfena na tardede 23 de Abril. A revista junta umaselecção de textos publicados do P.Manuel, textos seus inéditos ealguns a ele dedicados.O P. Manuel Gonçalves é uma figuraímpar da Igreja em Portugal e emAngola. Esta homenagem ajuda atraçar o perfil de um grandemissionário.

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