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FACULDADE INGÁ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM … · Quebec, Parigot de Souza e Pinheiros por...

Date post: 19-Nov-2018
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FACULDADE INGÁ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA MESTRADO PROFISSIONAL PRÓTESE DENTÁRIA LUDMILA PRISCILLA MANETTI Influência da Espessura da Cerâmica e da Forma de Ativação do Cimento na Estabilidade de Cor das Facetas The Influence of Ceramic Thickness and Form of Activation of the Cement in the Color Stability of the Veneers MARINGÁ 2012
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FACULDADE INGÁ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA

MESTRADO PROFISSIONAL – PRÓTESE DENTÁRIA

LUDMILA PRISCILLA MANETTI

Influência da Espessura da Cerâmica e da Forma de Ativação do Cimento

na Estabilidade de Cor das Facetas

The Influence of Ceramic Thickness and Form of Activation of the Cement in

the Color Stability of the Veneers

MARINGÁ

2012

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FACULDADE INGÁ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA

MESTRADO PROFISSIONAL – PRÓTESE DENTÁRIA

LUDMILA PRISCILLA MANETTI

Influência da Espessura da Cerâmica e da Forma de Ativação do Cimento

na Estabilidade de Cor das Facetas

The Influence of Ceramic Thickness and Form of Activation of the Cement in

the Color Stability of the Veneers

Orientador: Prof. Dr. Fabiano Carlos Marson

Co-orientadora: Profª. Drª. Silvia Masae de Araujo Michida

Artigo apresentado ao Programa de Mestrado

Profissional da Faculdade Ingá, área de

concentração Prótese Dentária, como parte dos

requisitos para a obtenção do título de Mestre

em Odontologia.

MARINGÁ

2012

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LUDMILA PRISCILLA MANETTI

Influência da Espessura da Cerâmica e da Forma de Ativação do Cimento

na Estabilidade de Cor das Facetas

The Influence of Ceramic Thickness and Form of Activation of the Cement in

the Color Stability of the Veneers

Artigo apresentado ao Programa de Mestrado

Profissional da Faculdade Ingá, área de

concentração Prótese Dentária, como parte dos

requisitos para a obtenção do título de Mestre

em Odontologia.

Aprovado em 31 de maio de 2012.

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________________

Profª. Drª. Renata Pascotto

Universidade Estadual de Maringá –UEM

_________________________________________________________

Prof. Dr. Luiz Fernando Lolli

Faculdade Ingá – Uningá

_________________________________________________________

Prof. Dr. Fabiano Carlos Marson (Orientador)

Faculdade Ingá – Uningá

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho à minha família que sempre me apoiou em minhas decisões e

especialmente a minha mãe que em todo momento tem sido o alicerce para que eu alcance

meus objetivos. Obrigada pela paciência e tolerância nos momentos difíceis e cansativos

durante a realização desse projeto. Obrigada por compreenderem os períodos de ausência,

muito comuns nestes últimos dois anos. Obrigada por fazerem parte da minha vida. Com todo

o meu amor.

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AGRADECIMENTOS

Minha eterna gratidão a Deus, o Grande Arquiteto do Universo, por ter

iluminado meus caminhos nesta passagem.

A meus pais, Elena e Aristides, pais por natureza, opção e amor, que sempre

foram meus amigos, companheiros e confidentes, que compartilharam meus ideais

incentivando-me a prosseguir. Palavras me faltam para descrever minha gratidão por terem

me dado a vida, por todos os ensinamentos e dedicação.

Minha homenagem a minha irmã Luciana (in memoriam) que partiu deixando-

me a lembrança de sua presença, o som de sua voz soprando suave na memória, num

murmúrio de lamento e saudade. Mesmo não estando presente em corpo, tenho a certeza de

que em algum lugar você torce por mim em vibrações de harmonia perfeita, que me dá forças

para continuar.

Meu muito obrigada a minha querida sobrinha Victtoria, por ter participado da

confecção de todas as fotos desse trabalho. Sempre num final de semana ou feriado, prestando

sua inestimável ajuda e paciência.

A minha irmã Liliana e meu cunhado Helcio, obrigada pela amizade e

companheirismo. Amo-tes.

Uns são homens, alguns são professores, poucos são mestres. Aos primeiros,

escuta-se, aos segundos, respeita-se, aos últimos, segue-se. Minha gratidão aos mestres que,

pelo resultado de um esforço comum, repartiram conosco os seus conhecimentos,

transformando nossos ideais em realizações.

Aos Professores do Mestrado em Prótese Dentária da Faculdade Ingá, Silvia

Masae, Cléverson de Oliveira e Silva, Patricia Progiante, Giovani Correa, Luiz Fernando

Lolli, Mario dos Anjos Neto Filho e Professores convidados maiores responsáveis pela

realização de mais esta etapa da minha vida profissional. A eles, que não mediram esforços,

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incentivo, estímulo, conhecimento técnico, o meu eterno agradecimento e a certeza de que

estarão guardados na minha memória indelevelmente.

Um agradecimento especial ao meu orientador Prof. Dr. Fabiano Carlos Marson,

pelos conhecimentos transmitidos, me ensinando os caminhos da pesquisa científica, e

pacientemente, me guiou durante o processo de confecção deste trabalho. Com compreensão e

tolerância me fez crescer como profissional, professora e cidadã, reforçando minha convicção

na área da odontologia. Por ter me ensinado que mais importante do que o saber é ter a

vontade de aprender. Não tenho palavras para agradecer a sua paciência constante com

minhas dificuldades e dúvidas, pela atenção e dedicação no desenvolvimento e conclusão

deste trabalho. Não imagina o quanto me sinto privilegiada em ser sua orientada. Sinto uma

admiração enorme pelo senhor como pessoa e profissional. Não esquecerei jamais seus

ensinamentos valiosos. Agradeço pelos conselhos e, acima de tudo, pelas críticas construtivas.

Críticas essas que colaboraram sobremaneira na construção e aprimoramento do meu jeito de

ser e agir no meio odontológico.

A professora Silvia Masae, por sua orientação segura e inteligente, pelas

palavras de apoio, por sua competência, grandeza e simpatia.

Ao professor Cléverson de Oliveira e Silva por sua importante ajuda na

realização da estatística desse trabalho e sempre partilhando suas melhores ideias conosco.

Ao Professor Luiz Fernando Lolli pela sua participação especial para o ótimo

funcionamento desse curso.

A professor Patricia Progiante que sempre nos apoiou durante todo o curso,

mostrando que devemos saber e fazer tudo com muito amor e alegria.

Ao Professor Giovani Correa sempre presente compartilhando sua fonte de

conhecimentos.

Ao Professor Mario dos Anjos Neto Filho pela sua participação especial no

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andamento do nosso curso.

Ao Dr. Robson Ravel de Oliveira, além de “patrão”, sempre foi um grande

amigo, um agradecimento especial por ter acreditado no meu trabalho e apoiando-me na

conquista dos meus objetivos.

Ao amigo e protético Leonardo Contessottto (Batata), seu assistente Alexandre e

Ademir, que confeccionaram as porcelanas desse trabalho, sempre me recebendo com muito

carinho para troca de experiências.

A Uningá e seus funcionários que nos auxiliaram nessa jornada.

Aos colegas de trabalho das Unidades de Saúde do Guaiapó-Requião, Tuiuti,

Quebec, Parigot de Souza e Pinheiros por terem me ajudado em todos os momentos.

As diretoras das Unidades De Saúde do Guaiapó-Requião – Leida Rissardo,

Quebec – Janete Jordão Santana, Pinheiros – Julieta Almendra de Souza por terem me

liberado em todos os momentos que precisei me ausentar para cumprir os créditos desse

mestrado.

Aos colegas de trabalho do Instituto Ravel que sempre se empenharam para que

eu pudesse alcançar meus objetivos.

Um agradecimento as minhas auxiliares Joyce, Jany, Carla, Angelita, Maria e

Andreia por sempre estarem me ajudando no melhor planejamento da minha agenda, para que

eu pudesse estar presente em todos meus compromissos.

Aos amigos da turma do Mestrado, Sônia Martinelli, Renato Dallosto, Manfredo

Zamponi, Kesley Iwasaki, Humberto Zamin, Tiago e Eric Tinoco, Lucas Calistro, Cleiton

Campos, Daniela Nesello, Elexsander Mazieri e Marcelo Amaral pelos bons momentos

vividos.

A minha amiga Sonia Martinelli pela amizade e companheirismo. Sentirei

saudades dos nossos encontros pós aula para conversamos e trocarmos idéias.

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Aos colegas do Mestrado Eric Tinoco e Lucas Calistro por não terem medido

esforços para a realização da Termociclagem em Bauru – SP.

A todos que, por minha falha e esquecimento, não foram aqui citados, mas que

fizeram parte importante em minha vida.

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“Você deve ser a mudança que deseja ver no mundo.”

Mahatma Gandhi

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RESUMO

O objetivo deste estudo in vitro foi avaliar a influência da espessura da cerâmica e da forma

de ativação do cimento na estabilidade de cor das facetas. Quarenta espécimes em blocos de

8 mm x 10 mm, foram obtidos a partir do esmalte vestibular de incisivos bovinos. Foram

confeccionadas 40 facetas IPS e.max na cor A3. Os espécimes foram, aleatoriamente,

divididos em 4 grupos (n = 10), de acordo com o agente cimentante e espessura da faceta:

G1 - cimento resinoso fotopolimerizável (Variolink Veneer) e facetas com espessura de

0,8 mm; G2 - cimento resinoso dual (Variolink II) e facetas com espessura de 0,8 mm;

G3 - cimento resinoso fotopolimerizável (Variolink Veneer) e facetas com espessura de

0,5 mm e G4 - cimento resinoso dual (Variolink II) e facetas com espessura de 0,5 mm.

Foram cimentados na cor A3 com Variolink II - G2 e G4 e na cor medium value 0 com

Variolink Veneer G1 e G3. A mensuração da cor foi realizada com espectrofotômetro em 3

períodos: 1) imediatamente após a cimentação (T1); 2) sete dias após a cimentação (T2) e

3) após envelhecimento por termociclagem (5,000 ciclos a 5/55°C) (T3). A análise estatística

utilizada foi ANOVA e Tukey. Os valores de ∆E não apresentaram diferença estatisticamente

significante entre os grupos (p>0,05). Quando verificamos ∆L*, ∆a* e ∆b*, imediatamente

após a cimentação (T1) o cimento apresentou interferência na cor das facetas em todos os

grupos e em todos os tempos (p<0,05). Porém, nos tempos T2 e T3 (p>0,05). Mediante os

resultados pode-se concluir que tanto o cimento fotopolimerizável ou de cura dual não

apresentaram interferência na cor das duas espessuras de facetas (0,5 mm e 0,8 mm).

Palavras-chave: Facetas Dentárias. Cerâmicas. Cor. Espectrofotometria.

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ABSTRACT

The aim of this in vitro study was to evaluate the influence of ceramic thickness and way of

cement in the activation of color stability of the veneers. Forty samples in blocks of 8 mm x

10 mm were obtained from the enamel from bovine incisors . 40 veneers were fabricated IPS

e.max color A3. The specimens were randomly divided into 4 groups (n = 10), according to

the cementing agent, and thickness of the veneer: G1 - photopolymerizable resin cement

(Variolink Veneer) and veneers with a thickness of 0.8 mm, G2 - resin cement dual (Variolink

II) and veneers with a thickness of 0.8 mm, G3 - light-cured resin cement (Variolink Veneer)

and veneers with a thickness of 0.5 mm and G4 - dual resin cement (Variolink II) and veneers

with a thickness of 0.5 mm. Were cemented in color A3 Variolink II - G2 and G4 medium in

color and value 0 with Variolink Veneer G1 and G3. The color measurement was performed

with a spectrophotometer at three periods: 1) immediately after cementation (T1), 2) seven

days after cementation (T2) and 3) after aging by thermocycling (5,000 cycles at 5/55°C)

(T3). The statistical analysis used was ANOVA and Tukey. The ΔE values showed no

statistically significant difference between groups (p>0.05). When we find ΔL*, Δa* and Δb*,

immediately after cementation (T1) showed interference in the cement color of the facets in

all groups and at all times (p<0.05). However, in times T2 and T3 (p>0.05). From the results

it can be concluded that both the photopolymerizable cement or dual cure showed no

interference with the color of the thicknesses of two veneers (0.5 and 0.8 mm).

Keywords: Dental veneers. Ceramics. Shade. Spectrophotometry.

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INTRODUÇÃO

A busca por materiais restauradores estéticos tem direcionado as pesquisas para o

desenvolvimento de sistemas que permitam a reabilitação do sorriso, mantendo a naturalidade

e a funcionalidade dos dentes. Uma das opções de tratamentos para dentes com

comprometimento de forma e cor seria o tratamento restaurador com facetas cerâmicas. Essa

técnica tem eficiência em relação à longevidade, preservação da estrutura dentária e estética.

Entretanto, o seu sucesso clínico depende não somente da aptidão profissional, mas também,

das propriedades apresentadas pelo material restaurador. Outro fator que interfere no

resultado final é o conjunto formado pela cerâmica e o agente cimentante1

. O resultado final

da cor de facetas cerâmicas é uma combinação de fatores diversos, tais como: cor do

substrato, modo de ativação dos cimentos resinosos, textura e espessura da faceta2-3

.

Com o surgimento dos cimentos resinosos de polimerização dual, houve uma

melhora significante em problemas relacionados a cimentação, tais como diminuição da fenda

marginal, polimerização inadequada do agente cimentante, cáries secundárias e infiltração

marginal4-6

, esses cimentos podem ser polimerizados por luz e reação química. Esses dois

mecanismos de polimerização formam a base para a cimentação definitiva das restaurações

indiretas. Além disso, os cimentos de cura dual são caracterizados pela elevada resistência

mecânica e excelentes propriedades estéticas7. Sua composição permite a adesão aos

substratos dentários8. Entretanto esses cimentos exigem várias etapas clínicas, especialmente

durante a sua inserção e colocação da peça protética, em que o excesso de cimento tem de ser

removido antes de sua completa polimerização, tornando essa técnica uma prática sensível9.

Um dos grandes problemas de infiltração marginal é a incompleta polimerização

do cimento resinoso. A espessura do material restaurador interfere na passagem de luz

alterando a cura do cimento resinoso e consequentemente a dureza do mesmo10

.

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Os agentes cimentates apresentam comportamento diversificado em relação à

estabilidade da cor, fator importante, uma vez que o agente cimentante influencia diretamente

no resultado final das facetas11

. Essa propriedade é dependente de inúmeros itens, tais como a

composição do material, tempo de cura, modo de cura e as condições de envelhecimento12

.

Essa alteração pode influenciar no resultado final de restaurações cerâmicas de modo

perceptível13-14

.

Entre os diversos tipos de materiais cimentantes os mais recomendados, são os

cimentos resinosos, por apresentarem propriedades mecânicas favoráveis15

e longevidade

prolongada16

. Para cimentação de facetas, geralmente, é recomendado os cimentos

fotopolimerizáveis17

. Entretanto, alguns autores também justificam a utilização de cimentos

duais, resinas compostas híbridas e resinas do tipo flow para cimentação de facetas18-21

, por

demonstrarem boas propriedades ópticas e mecânicas.

Dentre os diversos sistemas disponíveis no mercado, destaca-se o sistema IPS

e.max, que tem se apresentado como uma excelente alternativa, devido à possibilidade de

reproduzir a naturalidade da estrutura dentária. Este sistema apresenta cerâmicas de vidro com

base de dissilicato de lítio injetado (e.max Press) e são estratificados com a cerâmica de

recobrimento denominada IPS e.max Ceram, uma cerâmica de baixa fusão, à base de

nanofluorapatita e nanopartículas, que garantem o biomimetismo com a estrutura dentária22

.

Esse trabalho teve por objetivo avaliar a influência da espessura da cerâmica e a

forma de polimerização do cimento, fotopolimerizável e de cura dual, na estabilidade de cor

das facetas submetidas à termociclagem.

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METODOLOGIA

Trata-se de um estudo laboratorial quantitativo, com amostras intencionalmente

selecionadas, sobre a estabilidade de cor das facetas em decorrência da espessura das

cerâmicas e da forma de polimerização do cimento, aplicadas em dentes bovinos extraídos.

MATERIAIS

Os materiais utilizados nesta pesquisa estão descritos no Quadro 1.

Quadro 1 – Lista de materiais.

Material Fabricante Lote Data

validade Composição

Ácido Fluorídrico

10%

Condac Porcelana (FGM,

Joinville, Brasil) 051011 10/2013

Ácido fluorídrico 10%,

água, espessante, tenso

ativo e corante.

Ácido Fosfórico

37%

Total Etch (Ivoclar

Vivadent AG, Schann,

Liechtenstein, Alemanha)

P14739 01/2013 Água, ácido fosfórico,

espessante, corante.

Adesivo Dual

Excite DSC (Ivoclar

Vivadent AG, Schann,

Liechtenstein, Alemanha)

P25400 09/2013

HEMA, dimetacrilato,

acrilato do ácido fosfônico,

dióxido de silício altamente

disperso, iniciadores e

estabilizadores em uma

solução alcoólica.

Adesivo

Fotopolimerizável

Excite F DSC (Ivoclar

Vivadent AG, Schann,

Liechtenstein, Alemanha)

P17643 08/2013

Acrilato de ácido

fosfônico, metacrilato, Bis-

GMA, dimetacrilatos,

sílica, etanol, catalisador e

estabilizador, HEMA,

dióxido de silício altamente

disperso, álcool.

Cerâmica

e.max (Ivoclar Vivadent

AG,Schann,Liechtenstein,

Alemanha)

P38768 12/2013

SiO2, Li2O, K2O, MgO,

ZnO, Al2O3, P2O5 e outros

óxidos.

Cimento Resinoso

Dual (pasta base e

pasta

catalisadora)

Variolink II (Ivoclar

Vivadent AG, Schann,

Liechtenstein, Alemanha)

P31789

11/2012

Bis-GMA, dimetacrilato de

uretano (UDMA),

trietilenoglicoldimetacrilato

(TEGDMA), vidro de

bário, trifluoreto de itérbio,

vidro de fluorsilicato de

bário e alumínio, óxidos

mistos esferoidais,

catalisadores,

estabilizadores, pigmentos.

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Silano

Monobond Plus (Ivoclar

Vivadent AG, Schann,

Liechtenstein, Alemanha)

P20536 03/2013 Etanol, água, silano.

Silicone de

Adição

Elite HD+ (Zhermack

Clinical, Badia Polesine,

Itália)

126274 05/2014 Polivinilsiloxano

Cimento Resinoso

Fotopolimerizável

Variolink Veneer (Ivoclar

Vivadent AG, Schann,

Liechtenstein, Alemanha)

P37583 10/2012

Bis-GMA, dimetacrilato de

uretano (UDMA),

trietilenoglicoldimetacrilato

(TEGDMA), vidro

de bário, trifluoreto de

itérbio, vidro de

fluorsilicato de bário e

alumínio, óxidos mistos

esferoidais, catalisadores,

estabilizadores, pigmentos.

MÉTODO

Confecção das amostras

Foram selecionados 40 incisivos inferiores bovinos, tendo como critério de

exclusão dentes que apresentavam trincas e severa alteração da cor na porção coronal,

observada visualmente. Os dentes foram limpos e raspados com curetas periodontais para

remoção dos tecidos remanescentes (Figura 1). Foi realizada uma medição inicial dos

espécimes com o espectrofotômetro Easyshade (Vita) previamente a cimentação para

padronizar a cor do substrato e todos os espécimes apresentaram homogeneidade de cor

(p0,01). Foram realizadas três repetições/grupo e fez-se a média, permitindo a leitura da cor,

croma e luminosidade dentro do sistema Lab*. Foram armazenados em soro fisiológico 0,9%,

periodicamente renovado, até o início do experimento.

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Figura 1 – Dente bovino selecionado.

Os dentes foram seccionados na junção amelocementária, no sentido transversal,

com disco de diamante dupla face, utilizando um aparelho de corte de precisão Isomet 1000

Precision Saw (Buehler, Lake Bluff, EUA), sob refrigeração constante e baixa velocidade

(200 rpm) (Figura 2).

Figura 2 – Isomet 1000 e Dente bovino durante a secção.

Todas as raízes foram eliminadas. As porções coronárias tiveram as faces

proximais e incisal seccionadas, de forma a obter blocos de 8 mm x 10 mm, mensurados com

paquímetro (Figura 3). Em seguida, a câmara pulpar foi preenchida com resina composta na

cor A3, previamente condicionada com ácido fosfórico 37% (Total Etch) durante

15 segundos, lavado com água durante 30 segundos e aplicação do sistema adesivo (ExciTE –

Ivoclar Vivadent) fotopolimerizado durante 20 segundos (Figura 4).

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Figura 3 – Dente bovino após secção das faces proximais e incisal.

Figura 4 – Preenchimento da câmara pulpar com resina composta e fotopolimerização.

Todos os procedimentos operatórios foram realizados por uma única operadora. Os

preparos foram realizados seguindo-se as características de preparo preconizado para a confecção

de facetas, sendo preparos padrão para todos23

. Para simular o preparo para faceta, o esmalte

vestibular foi desgastado com lixa de SiC granulação #200 e peso 200 g, sob refrigeração e em

baixa velocidade com equipamento Politriz (Panambra Struers DP-10, Panambra, São Paulo,

Brasil), até obter a planificação da superfície. Em seguida, o preparo foi lixado para auxiliar no

polimento do esmalte com lixas d’água de granulação P180, P220 e P320, umedecidas, nesta

sequência até obter a planificação da superfície do dente. O polimento foi realizado durante 40

segundos, para cada lixa, sob peso de 200 g e, igualmente, em baixa velocidade e refrigeração

(Figura 5).

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Figura 5 – Politriz.

Confecção das fatias cerâmicas

Os blocos preparados foram moldados com silicone por adição (Elite

HD+ – Zhermack), e vertido o molde com gesso tipo IV. Sobre esse gesso, foram

confeccionadas facetas em cerâmica IPS e.max (Ivoclar Vivadent) na cor A3, em espessuras

de 0,5 mm e 0,8 mm mensuradas com especímetro. Foi desenvolvida uma placa com

espessura de 0,5 e 0,8 mm para padronizar a espessura das facetas.

Figura 6 – Espécimes moldados com silicone por adição.

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Figura 7 – Modelo em gesso tipo IV e facetas cerâmicas em IPS e.max.

Figura 8 – Mensuração das facetas com especímetro.

Figura 9 – Mensuração das facetas com especímetro.

Tratamento da superfície da cerâmica

Previamente à cimentação, foi realizado, individualmente, o tratamento da

superfície interna da fatia cerâmica. A superfície externa da faceta foi previamente protegida

com massa densa de silicone por adição e a superfície interna de cada fatia condicionada com

ácido fluorídrico a 10% (FGM), durante 20 segundos, seguido de lavagem e secagem com

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spray de ar. Em seguida, submeteu a banho em ultra-som, com água destilada durante 4

minutos, para eliminar os resíduos formados pelo condicionamento. Após a secagem,

realizou-se a silanização da superfície com líquido monocomponente, Monobond Plus

(Ivoclar Vivadent), durante 60 segundos. Em seguida, realizou-se a volatilização da água do

silano e de outros componentes com ar aquecido, para evaporar o excesso do solvente. Após a

secagem, o sistema adesivo foi aplicado de acordo com o respectivo grupo, imediatamente

antes do posicionamento da peça cerâmica.

Figura 10 – Superfície externa da faceta protegida por silicone por adição.

Figura 11 – Tratamento da superfície interna da faceta com ácido fluorídrico 10%.

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Figura 12 – Facetas após lavagem com água.

Figura 13 – Banho em ultra-som durante 4 minutos em água destilada.

Figura 14 – Silano Monobond Plus (Ivoclar Vivadent).

Figura 15 – Silanização durante 60 segundos.

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Figura 16 – Volatização com ar aquecido para evaporar o excesso do solvente.

Tratamento do substrato

O tratamento do substrato foi realizado, individualmente, em cada dente.

Previamente às etapas adesivas, a superfície do esmalte foi limpa com pedra pomes mais água

e escova Robinson em baixa velocidade. Em seguida, a superfície de esmalte foi condicionada

com ácido fosfórico 37% (Total Etch), por 30 segundos. Após lavagem com spray de água/ar,

durante 60 segundos, e secagem, foi realizado o procedimento adesivo de acordo com cada

grupo.

Figura 17 – Limpeza com pedra pomes mais água e escova Robinson.

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Figura 18 – Condicionamento com ácido fosfórico Total Etch 37% (Ivoclar Vivadent)

durante 30 segundos.

Figura 19 – Lavagem com água.

Formação e distribuição das amostras

Os espécimes foram divididos, aleatoriamente, em 4 grupos de acordo com o

material de cimentação e a espessura da faceta:

Grupo 1: Cimento Resinoso Fotopolimerizável (Variolink Veneer) / Espessura

da faceta 0,8 mm;

Grupo 2: Cimento Resinoso Dual (Variolink II) / Espessura da faceta 0,8 mm;

Grupo 3: Cimento Resinoso Fotopolimerizável (Variolink Veneer) / Espessura

da faceta 0,5 mm;

Grupo 4: Cimento Resinoso Dual (Variolink II) / Espessura da faceta 0,5 mm.

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23

Nestes grupos, após o tratamento do substrato, o sistema adesivo

fotopolimerizável ExciTE F e o de cura dual ExciTE F DSC foram aplicados. O adesivo

apresenta-se em dose única e, para sua correta aplicação, pressão deve ser exercida sobre a

haste do aplicador permitindo o rompimento da membrana que separa o iniciador do líquido

adesivo e, conseqüente, o contato entre eles. O adesivo foi aplicado e esfregado durante

10 segundos sobre o substrato, seguido de um leve jato de ar por 1-3 segundos a uma

distância de 5 mm e fotoativado por 10 segundos (adesivo fotopolimerizável) e o de cura dual

não. O mesmo adesivo foi aplicado na superfície interna da cerâmica nos dois grupos, sem

fotoativação.

Figura 20 – Aplicação do sistema adesivo ExciTE F (Ivoclar Vivadent) durante 10 segundos

e fotoativação por mais 10 segundos.

Figura 21 – Aplicação do adesivo ExciTe F DSC (Ivoclar Vivadent) durante 10 segundos no

esmalte e na faceta, sem fotoativação.

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24

O cimento resinoso Variolink Veneer (Ivoclar Vivadent) na cor Medium Value 0,

foi dispensado com uma ponteira descartável na superfície interna da cerâmica e levada em

posição com o OptraStick. As pastas base e catalisadora do cimento resinoso Variolink II na

cor A3 foram manipuladas na proporção de 1:1, durante 10 segundos com espátula de

plástico. A manipulação foi conduzida cuidadosamente para evitar incorporação de ar, que

pode aumentar as chances de ocorrer degradação hidrolítica e, conseqüente, alteração nos

resultados. A mistura obtida foi aplicada na superfície interna da cerâmica, que foi levemente

pressionada contra a superfície do dente. Em seguida, foi aplicado um peso de 300 g adaptado

num delineador para simular a compressão manual (previamente mensurada pela pressão

exercida durante a cimentação da fatia cerâmica) durante 160 segundos. Os excessos de

cimento foram removidos com auxílio de um pincel descartável. A fotoativação das

4 margens foi realizada com a ponteira da unidade fotoativadora LED (SDI) perpendicular à

superfície durante 40 segundos em cada face e por último realizado a fotoativação na

superfície vestibular por 60 segundos.

Figura 22 – Cimento resinoso fotoativável Variolink Veneer (Ivoclar Vivadent).

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25

Figura 23 – Cimento resinoso de cura dual Variolink II (Ivoclar Vivadent).

Figura 24 – Faceta sendo posicionada com o OptraStick.

Figura 25 – Aplicação do peso adaptado num delineador para simular a compressão manual.

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Figura 26 – Fotoativação em cada face.

Figura 27 – Fotoativação na face vestibular.

Em todos os grupos, a fotoativação foi realizada com aparelho

Fotopolimerizador LED Radii (SDI) com intensidade igual a 1200 mW/cm2

.

A ativação foi realizada posicionando a ponta do aparelho fotopolimerizador

em contato com a cerâmica, totalizando 220 segundos de exposição à luz.

Neste momento, logo após a cimentação das facetas, foi realizada a primeira

mensuração espectrofotométrica da cor, com espectrofotômetro Easyshade.

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Figura 28 – Primeira mensuração com espectrofotômetro Easyshade (Vita)

Inicialmente cada espécime foi adequadamente identificado, para controle da

avaliação da cor e, armazenados em um recipiente protegido da luz externa, evitando a

interferência da mesma. Além disso, esponjas em cubos foram cortadas, umedecidas em

água destilada e fixadas nas divisórias internas do recipiente, para preservar a umidade do

ambiente. As esponjas foram substituídas a cada 2 dias. O recipiente permaneceu em

temperatura ambiente durante todo o período de avaliação.

Termociclagem

Os espécimes foram armazenados em frascos separados de acordo com o grupo e

seu número de identificação e, após a segunda medição de cor (sete dias após a cimentação)

foram submetidos à ciclagem térmica, com equipamento termociclador (Nova Ética, modelo

521-E, Ética Equipamentos Científicos S/A, São Paulo, SP, Brasil). A ciclagem constituiu de

5,000 ciclos, de 30 segundos, com intervalo de 3 segundos, em temperaturas de 5°C e

55°C24-25

. O número de ciclos correspondeu ao envelhecimento de 6 meses26

.

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Figura 29 – Equipamento termociclador Nova Ética.

Mensuração da cor

Para avaliar a estabilidade da cor dos agentes cimentantes e da influência da espessura

da faceta na cor utilizou-se o Espectrofotômetro (Easyshade - Vita) em 3 tempos:

T1) imediatamente após a cimentação;

T2) sete dias após a cimentação e

T3) após envelhecimento por termociclagem (5,000 ciclos, de 30 segundos, com

intervalo de 3 segundos, em temperaturas de 5°C e 55°C).

O resultado das avaliações obtido pela examinadora foi primeiramente registrado em

uma ficha previamente elaborada, depois foi transferido para uma planilha do programa Excel

(Microsoft), a fim de viabilizar a análise estatística descritiva.

Os critérios de avaliação e escores considerados neste estudo são apresentados a seguir.

A cor foi determinada através dos parâmetros do sistema internacional CIElab

(L* a* b*), no qual L* indica a luminosidade onde a média varia de 0 (preto) para

100 (branco) e a* e b* correspondem ao matiz, sendo a* representante da saturação no eixo

vermelho-verde e b* no eixo azul-amarelo, possibilitando a especificidade de qualquer cor.

Os espécimes foram submetidos à leitura da cor sobre um bloco de fundo padrão branco

(Standard for 45°/0° Reflectance and Color Gardner Laboratory Inc. Maryland EUA).

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Figura 30 – Esquema CIELab*.

As mensurações foram realizadas logo após a cimentação da faceta cerâmica,

após sete dias da cimentação, com a ponteira do espectrofotômetro perpendicular ao plano de

leitura, sempre no mesmo local. A medição foi realizada na região correspondente ao centro

da faceta, onde ocorre a maior intensidade de irradiação luminosa do aparelho

fotopolimerizador. Previamente às mensurações, o equipamento foi calibrado, pressionando

suavemente a ponta contra o bloco de calibragem permitindo um ângulo de 90°.

Após submeter os corpos de prova ao envelhecimento artificial, foram realizadas

novas leituras dos espécimes através do espectrofotômetro, da mesma maneira que as leituras

anteriores, e todos os dados foram armazenados digitalmente. Os dados iniciais e finais foram

analisados e comparados para verificação de possíveis alterações na cor das amostras

cerâmicas. Dessa forma, a estabilidade da cor foi determinada pela diferença (ΔE*) entre as

coordenadas obtidas das amostras, antes e após, o procedimento de envelhecimento. Sendo

calculada a partir da fórmula:

ΔE* = [(ΔL*)2 + (Δa*)2 + (Δb*)2] 0.5

onde:

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ΔL1* = L2* - L1* (T3 – T1);

Δa1*=a2* - a1* (T3 – T1);

Δb1* = b2* - b1* (T3 – T1);

ΔL2* = L2* - L1* (T3 – T2);

Δa2* = a2* - a1* (T3 – T2);

Δb2* = b2* - b1* (T3 – T2).

Análise estatística

Para o tratamento estatístico dos dados levantados durante as avaliações das 40

restaurações indiretas, foi utilizado o teste estatístico ANOVA seguido do Teste Post Hoc de

Tukey das amostras para avaliar a diferença tanto intra grupos quanto inter grupos. O nível de

significância foi fixado em 5%. Os dados foram analisados com o software BIOESTAT 5.0

para Windows.

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RESULTADOS

Para os resultados apresentados de ΔE* não foram observadas diferenças

estatisticamente significativas entre os grupos nos diferentes tempos de avaliação (Tabela 1).

Tabela 1 – Análise de variância aplicada aos dados de ΔE* nos diferentes tempos de avaliação.

Grupos Tempos

T1 T2 T3

G1 -14,69 -20,20 -22,89

G2 -17,65 -22,13 -27,22

G3 -10,20 -13,70 -18,07

G4 -19,85 -24,50 -28,57

Fontes de variação GL SQ QM

Tratamentos 2 147,68 73,84

Erro 9 184,29 20,47

F = 3,60

(p) = 0,07

Os dados obtidos da mensuração espectrofotométrica apresentam-se representados

na coordenadas L* (Luminosidade), a* (cromacidade a*) e b* (cromacidade b*). Os

resultados estão representados nas tabelas a seguir.

Tabela 2 – Valores de ΔL*, entre os quatro grupos G1 (0,8-Foto), G2 (0,8-Dual),

G3 (0,5-Foto) e G4 (0,5-Dual), no mesmo tempo, avaliados segundo a estabilidade de cor.

Grupos Valores de ΔL (Luminosidade)

T1 T2 T3

G1 (0,8 foto) 93,01±2,31 87,79±1,55 86,75±1,51

G2 (0,8 dual) 88,08±2,26 85,79±1,41

83,88±1,51

G3 (0,5 foto) 88,06±2,22 84,78±2,15

82,25±1,97

G4 (0,5 dual) 85,03±1,86 82,11±1,84

80,15±0,88

Tempo 1: Apresentou diferença estatisticamente significativa entre G1 e G2, G1 e

G3, G1 e G4, G3 e G4 (p<0,01).

Tempo 2: Entre G1 e G3, G1 e G4, G2 e G4, G3 e G4 (p<0,01).

Tempo 3: Entre G1 e G2, G1 e G3, G1 e G4, G2 e G4 (p<0,01).

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Tabela 3 – Valores de Δa*, entre os quatro grupos G1 (0,8-Foto), G2 (0,8-Dual),

G3 (0,5-Foto) e G4 (0,5-Dual), no mesmo tempo, avaliados segundo a estabilidade de cor.

Grupos Valores de Δa * (Cromacidade)

T1 T2 T3

G1 (0,8 foto) 0,74±0,42 -0,41±0,34 -0,80±0,24

G2 (0,8 dual) -0,83±0,62 -0,41±0,62 -0,31±0,49

G3 (0,5 foto) 1,73±0,62 0,90±0,77 0,11±0,52

G4 (0,5 dual) -0,20±1,07 0,41±0,69 0,50±0,52

Tempo 1: Entre G1 e G2, G2 e G3, G3 e G4 (p<0,01).

Tempo 2: Entre G1 e G3, G2 e G3 (p<0,01).

Tempo 3: Entre G1 e G3, G1 e G4, G2 e G4 (p<0,01).

Tabela 4 – Valores de Δb*, entre os quatro grupos G1 (0,8-Foto), G2 (0,8-Dual),

G3 (0,5-Foto) e G4 (0,5-Dual), no mesmo tempo, avaliados segundo a estabilidade de cor.

Grupos Valores de Δb* (Cromacidade)

T1 T2 T3

G1 (0,8 foto) 25,73±1,40 22,57±0,97 21,21±0,83

G2 (0,8 dual) 24,52±1,44 23,90±1,70 22,15±1,51

G3 (0,5 foto) 25,97±1,25 24,61±1,44 22,22±0,94

G4 (0,5 dual) 25,94±1,45 25,11±2,00 23,18±1,58

Tempo 2: Entre G1 e G4 (p<0,01).

Tempo 3: Entre G1 e G4 (p<0,01).

Tabela 5 – Valores de ΔL*, entre os três tempos logo após a cimentação, sete dias após a

cimentação e após a termociclagem, no mesmo grupo, avaliados segundo a estabilidade de

cor.

Tempos Valores de ΔL* (Luminosidade)

G1 (0,8 foto) G2 (0,8 dual) G3 (0,5 foto) G4 (0,5 dual)

T1 93,01±2,31 88,08±2,26 88,06±2,22 85,03±1,86

T2 87,79±1,55 85,79±1,41 84,78±2,15 82,11±1,84

T3 86,75±1,51 83,88±1,51 82,25±1,97 80,15±0,88

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Grupo 1: Apresentou diferença estatisticamente significativa entre T1 e T2, T1 e

T3 (p<0,01).

Grupo 2: Entre T1 e T3 (p<0,01).

Tabela 6 – Valores de Δa*, entre os três tempos logo após a cimentação, sete dias após a

cimentação e após a termociclagem, no mesmo grupo, avaliados segundo a estabilidade de

cor.

Tempos Valores de Δa* (Cromacidade)

G1 (0,8 foto) G2 (0,8 dual) G3 (0,5 foto) G4 (0,5 dual)

T1 0,74±0,42 -0,83±0,62 1,73±0,62 -0,20±1,07

T2 -0,41±0,34 -0,41±0,62 0,90±0,77 0,41±0,69

T3 -0,80±0,24 -0,31±0,49 0,11±0,52 0,50±0,52

Grupo 1: Apresentou diferença estatisticamente significativa entre T1 e T2, T1 e

T3 (p<0,01).

Grupo 3: Entre T1 e T3 (p<0,01).

Tabela 7 – Valores de Δb*, entre os três tempos logo após a cimentação, sete dias após a

cimentação e após a termociclagem, no mesmo grupo, avaliados segundo a estabilidade de

cor.

Tempos Valores de Δb * (Cromacidade)

G1 (0,8 foto) G2 (0,8 dual) G3 (0,5 foto) G4 (0,5 dual)

T1 25,73±1,40 24,52±1,44 25,97±1,25 25,94±1,45

T2 22,57±0,97 23,90±1,70 24,61±1,44 25,11±2,00

T3 21,21±0,83 22,15±1,51 22,22±0,94 23,18±1,58

Grupo 1: Apresentou diferença estatisticamente significativa entre T1 e T2, T1 e

T3 (p<0,01).

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34

DISCUSSÃO

O presente estudo calculou o valor de ΔE, como este não apresentou diferença

estatisticamente significante, optou-se por calcular os valores dos eixos individuais de L* a*

b*, possibilitando um resultado mais detalhado, assim como Archegas et al.27

, Turgut e

Bagis28

e Cubas et al.29

, em 2011, também calcularam em seus trabalhos. Contudo Ghavam et

al.30

e Kilinc et al.31

, em 2012, apenas calcularam o valor de E, mostrando valores mais

superficiais das alterações de cor. O presente trabalho teve como objetivo avaliar se a

espessura das facetas cerâmicas e se o tipo de cimento resinoso utilizado são capazes de

influenciar na estabilidade da cor logo após a cimentação, após sete dias da cimentação e após

a termociclagem. Nesse trabalho, trabalhou-se com quatro variáveis: tempos, grupos, tipos de

cimento e espessuras das facetas.

O valor de ΔL* (representativo de valor ou brilho ou luminosidade) tem sido

associado à alteração do índice de refração de luz, correspondente a contato prolongado da

matriz resinosa com a água que admite absorção da solução, relacionando-se com a

quantidade de claro ou de escuro de uma cor13,32-33

.

Neste trabalho, os valores apresentados de ΔL*, foram crescentes de negativo

(-L* = preto) para positivo (+L* = branco) durante o período analisado para todos os grupos.

Valores positivos expressos em L* também foram observados em outras pesquisas27,29,34

.

Houve, portanto, um aumento de valor nos espécimes pesquisados. Logo após a cimentação

apresentaram diferença, assim, mostrando como o cimento influencia na cor no mesmo grupo.

Os espécimes ficaram mais luminosos depois da cimentação, depois de sete dias eles

estabilizaram a cor e não apresentaram diferença estatisticamente significante após a

termociclagem. Na termociclagem, todos diminuíram a luminosidade, porém sem diferença

estatística. Isso porque a resina é estável quimicamente. Não tem diferença de branco e preto,

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ela se mantém na mesma luminosidade, no mesmo valor. É o mesmo valor de branco, que se

mantém com o tempo, resultado corroborado com demais estudos28,35

.

Os valores de Δa*, neste estudo, apresentaram tendência decrescente no sentido

de -a* (verde) logo após a cimentação, porém, sete dias após a cimentação não apresentou

diferença estatística significativa. Os valores de Δa para os tempos dos grupos 1, 2, 3 e 4 após

sete dias da cimentação a termociclagem não interferiu, isso quer dizer que o envelhecimento

do espécime não interferiu, ele se mantém. Alguns autores associaram a estabilidade da cor

com o grau de conversão do material resinoso36

, por outro lado, outras investigações não

permitiram a mesma afirmativa33

.

Uma fotoativação adequada, possivelmente permite menor alteração da cor do

material resinoso. Pires-de-Souza et al.37

realizaram um estudo in vitro avaliando a

estabilidade de cor de três resinas compostas de dois tons diferentes (A3 e C3) utilizando uma

fonte de quartzo de tungstênio halógeno (QTH) e um diodo emissor de luz (LED). Os autores

puderam concluir que a ativação de determinados compósitos com unidades polimerizadoras

de alta intensidade garante maior estabilidade da cor e menor quantidade de amarelo residual.

Logo após a cimentação apresentou diferença, por isso que nos resultados do nosso trabalho

após a cimentação em todos os grupos não sofreram interferência na cor em relação ao tempo,

corroborado pelo trabalho de Hekimoğlu et al.35

.

Os valores de Δb*, neste estudo, apresentaram tendência em diminuir no sentido de

amarelo (+b*) para azul (-b*) logo após a cimentação. Dessa forma, pode-se afirmar que depois

de sete dias nenhum espécime apresentou diferença e após a termociclagem também não

apresentou interferência.

Magne e Belser23

afirmam que os cimentos de cura dual não devem ser utilizados

para cimentar restaurações cerâmicas com espessura inferior à 2 mm. Essa afirmativa é baseada,

entre outras propriedades, na instabilidade da cor do material, que ocorre devido à degradação da

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amina terciária presente em sua composição. No presente estudo, é possível afirmar que os

valores negativos de b* (-b*=azul), podem estar relacionados com a polimerização adequada dos

agentes cimentantes. A alta intensidade de luz e o maior tempo de polimerização descritos na

metodologia deste estudo possivelmente permitiram grau de conversão suficiente para evitar

monômeros residuais no compósito. Além disso, a capacidade de alguns fotoiniciadores em

dissociar o grupo cromóforo (parte da molécula responsável por sua cor), também é associada a

valores de -b*38

. Janda et al.12

observaram forte influência da unidade fotoativadora e do tempo de

fotoativação nos valores de b*. A exposição de compósitos à luz halógena permitiu melhor

conversão da canforoquinona, comparado com plasma e, portanto, valores mais claros de

b* (-b*). O cimento resinoso dual mesmo apresentando características de cura química, a opção

pela fotoativação parece ser uma etapa fundamental para garantir boa propriedade mecânica e

estabilidade da cor deste material5,39

. Portanto, a opção por fotoativar o cimento dual suporta este

procedimento no presente estudo.

Estudos prévios mostraram que o agente cimentante à base de resina pode facultar

resultados indesejáveis, como modificação colorimétrica e tais alterações podem influenciar

na cor final de restaurações cerâmicas de diferentes espessuras14,35

. No presente trabalho, a

cimentação com dois diferentes tipos de cimentos influenciou na cor logo após a cimentação

das facetas (Tempo 1), similarmente a resultados anteriores27,34

, mas após a termociclagem

não apresentou influência na estabilidade da cor (Tempo 3).

Apesar de existirem vários protocolos experimentais conhecidos, nesse trabalho

optou-se pela termociclagem por ser um método simples de envelhecimento artificial. Como a

cor destes materiais altera com o tempo, métodos de envelhecimento in vitro são

correlacionados com a simulação de longos períodos clínicos. A técnica constitui de imersões

seqüenciadas em solução aquosa fria (5°C) e quente (55°C), capaz de reproduzir situações

clínicas, como ingestão de alimentos e bebidas de diferentes temperaturas40

. De acordo com

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37

os resultados deste trabalho, os espécimes logo após a cimentação (Tempo 1) apresentaram

alterações significativas dentro do parâmetro observado, sendo todas as coordenadas do

sistema Lab* afetadas. Tornando os espécimes mais luminosos (L*), mais esverdeados (a*) e

mais azulados (b*), independente do grupo. Depois dos sete dias da cimentação (Tempo 2) e

termociclagem (Tempo 3), os resultados não apresentaram nenhuma diferença significativa na

estabilidade da cor.

O estudo da influência dos cimentos resinosos e a influência da espessura da

cerâmica sobre a variação de cor das restaurações cerâmicas foram realizados por outros

autores1,27,29

. Archegas et al.27

avaliaram a estabilidade de cor e opacidade de cimentos

resinosos e compósitos flow para cimentação de coroas cerâmicas depois do envelhecimento

acelerado. Os autores concluíram que o envelhecimento acelerado levou a mudanças de cor

em todos os materiais avaliados. O cimento resinoso dual Variolink II demonstrou a maior

estabilidade de cor. Após o envelhecimento, um aumento na opacidade foi observado para a

maioria dos materiais. Mesmo o cimento resinoso dual Variolink II tendo apresentado uma

maior estabilidade de cor, pode-se especular que a forma de envelhecimento (irradiação

contínua de luz), pode ter influenciado nestes resultados. Diferindo do presente estudo, onde o

cimento fotopolimerizável como o cimento dual não apresentaram interferência na

estabilidade da cor das duas espessuras de facetas.

Em um outro trabalho publicado por Cubas et al.29

, os mesmos avaliaram a

influência de várias espessuras de cerâmica e agentes de cimentação sobre a variação de cor em

cinco sistemas cerâmicos. Os resultados mostraram que os valores de L* a* b* dos sistemas

cerâmicos foram afetados tanto pelo agente de cimentação como pela espessura da cerâmica. O

uso do cimento resinoso opaco resultou em um aumento das coordenadas L* a* b*, produzindo

diferenças nos valores de E* para todas as cerâmicas testadas, independentemente da

espessura. Os autores concluíram que a associação de facetas de maior espessura com cimento

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resinoso opaco apresentou a melhor capacidade de mascaramento de um fundo de cor escura

quando comparado a um cimento resinoso não opaco e outras espessuras de facetas testadas. É

possível afirmar, que ocorreu diferença do presente estudo, por não terem sido utilizados

substrato de cor escura, e sim todas as amostras apresentavam cor uniforme.

Pinto1, em sua dissertação de mestrado em 2010, avaliou a estabilidade da cor de

diferentes materiais cimentantes, utilizados para facetas cerâmicas e comparou a estabilidade

da cor de um cimento resinoso fotopolimerizável, um cimento de cura dual, uma resina

composta flow e, uma resina composta utilizados para facetas cerâmicas, em função do

tempo. Foram observadas diferenças estatisticamente significativas para variável ΔE, entre os

grupos e em cada período, indicando diferenças entre o grupo do cimento resinoso

fotopolimerizável e o grupo do cimento resinoso de cura dual após envelhecimento. As

unidades de Lab* não foram significativamente diferentes entre os grupos. Houve tendência

crescente para +L* (branco), +a* (vermelho) e –b* (azul) nos tempos analisados. O

envelhecimento mostrou influenciar a estabilidade da cor dos materiais cimentantes. Concluiu

que a estabilidade da cor de cimentos resinosos foi influenciada pelo tempo e pela

termociclagem, o cimento resinoso fotopolimerizável apresentou maior estabilidade de cor

quando comparado com o cimento dual, entretanto, não foi diferente das resinas flow e

composta. Esta discrepância pode ser justificada pelas diferenças metodológicas como a

espessura da faceta e o agente cimentante utilizado.

Além das considerações técnicas provindas da análise dos resultados é importante

frisar que a realização do presente trabalho foi movida pela busca por possibilidades

restauradoras que pudessem conciliar estética e melhor custo. Apesar das boas propriedades

mecânicas e excelência estética de materiais compósitos, a estabilidade da cor desses

materiais expostos ao meio bucal continua sendo preocupante e sugere mais estudos

correlacionando outros testes bem como outros materiais.

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CONCLUSÕES

Com base neste estudo foi possível verificar que:

- A espessura da faceta (0,5 mm e 0,8 mm) não interferiu na estabilidade da cor.

- O cimento fotopolimerizável como o cimento de cura dual não interferiram na

cor das duas espessuras de facetas (0,5 mm e 0,8 mm).

- Após sete dias da cimentação (T2) e da termociclagem (T3) a cor se manteve

em todos grupos.

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