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Front Matter / Elementos Pré-textuais / Páginas...

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SciELO Books / SciELO Livros / SciELO Libros MATTOS, CLG., and CASTRO, PA., orgs. Etnografia e educação: conceitos e usos [online]. Campina Grande: EDUEPB, 2011. pp. 1-15. ISBN 978-85-7879-190-2. Available from SciELO Books <http://books.scielo.org>. All the contents of this work, except where otherwise noted, is licensed under a Creative Commons Attribution-Non Commercial-ShareAlike 3.0 Unported. Todo o conteúdo deste trabalho, exceto quando houver ressalva, é publicado sob a licença Creative Commons Atribuição - Uso Não Comercial - Partilha nos Mesmos Termos 3.0 Não adaptada. Todo el contenido de esta obra, excepto donde se indique lo contrario, está bajo licencia de la licencia Creative Commons Reconocimento-NoComercial-CompartirIgual 3.0 Unported. Front Matter / Elementos Pré-textuais / Páginas Iniciales
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SciELO Books / SciELO Livros / SciELO Libros MATTOS, CLG., and CASTRO, PA., orgs. Etnografia e educação: conceitos e usos [online]. Campina Grande: EDUEPB, 2011. pp. 1-15. ISBN 978-85-7879-190-2. Available from SciELO Books <http://books.scielo.org>.

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Todo o conteúdo deste trabalho, exceto quando houver ressalva, é publicado sob a licença Creative Commons Atribuição - Uso Não Comercial - Partilha nos Mesmos Termos 3.0 Não adaptada.

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Universidade Estadual da Paraíba Profª. Marlene Alves Sousa LunaReitoraProf. Aldo Bezerra MacielVice-Reitor

Editora da Universidade Estadual da Paraíba

DiretorCidoval Morais de Sousa

Coordenação de EditoraçãoArão de Azevedo Souza

Conselho EditorialCélia Marques Teles - UFBADilma Maria Brito Melo Trovão - UEPBDjane de Fátima Oliveira - UEPBGesinaldo Ataíde Cândido - UFCGJoseilda de Sousa Diniz - UEPBJoviana Quintes Avanci - FIOCRUZMarcionila Fernandez - UEPBRosilda Alves Bezerra - UEPBWaleska Silveira Lira - UEPB

Editoração EletrônicaJefferson Ricardo Lima Araujo Nunes Leonardo Ramos Araujo

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Etnografia e EducaçãoConceitos e usos

Carmem Lúcia Guimarães de MattosPaula Almeida de Castro

(Organizadoras)

Campina Grande-PB2011

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Copyright © 2011 EDUEPB

A reprodução não-autorizada desta publicação, por qualquer meio,seja total ou parcial, constitui violação da Lei nº 9.610/98.

A EDUEPB segue o acordo ortográfico da Língua Portuguesa de 1990,em vigor no Brasil, desde 2009.

Depósito legal na Biblioteca Nacional, conforme decreto nº 1.825, de 20 de dezembro de 1907.FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL - UEPB

305.8E84 Etnografi a e educação: conceitos e usos./Carmem Lúcia Guimarães

de Mattos, Paula Almeida de Castro (Organizadoras). – Campina Grande: EDUEPB, 2011. 298 p.: Il.color.

ISBN 978-85-7879-088-2

1. Etnografi a. 2. Pragmática do Discurso. 3.Filosofi a das Ciências. I. MATTOS, Carmem Lúcia Guimarães.

21. ed. CDD

Editora filiada a ABEU

EDITORA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBARua Baraúnas, 351 - Bairro Universitário - Campina Grande-PB - CEP 58429-500

Fone/Fax: (83) 3315-3381 - http://eduepb.uepb.edu.br - email: [email protected]

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Prefácio

Ao livro Etnografia e Educação: conceitos e usos

Luiz Antonio Gomes Senna

A despeito de todos os nossos sonhos, o Século XX chegava ao fim juntamente com a famigerada guerra-fria, aquela coisa abstrata que percorreu sombriamente os horrores das duas grandes guerras mundiais e habitou o imaginário coletivo povo-ado por espiões, torturadores, cortinas-de-ferro e tantas outras temíveis bobagens. Ao se calarem os sonhos, toda a realidade do mundo se descortinou diante de nós mesmos e pudemos ver, perplexos, para além das ideologias revolucionárias situ-adas na linha de mão única entre direita e esquerda, que a maioria das pessoas do planeta sequer ingressara no Século XIX. De fato, os últimos anos do século XX foram como os de o final de uma guerra que durou um século, quando dos escom-bros insurgiam-se os desassistidos, os miseráveis, os excluídos, mantidos à sombra da Modernidade, bem ao estilo dos deter-ministas. E eram excluídos de toda espécie que, de toda parte, de súbito, faziam-se presentes, clamando por reconhecimento. Houve quem visse naqueles anos uma pós-modernidade, mas não havia nada de novo ali, embora parecessem inéditas aque-las presenças rotas por toda parte. Nem mesmo aquela terrível sensação de decepção se pudesse tomar como novidade, pois já se vivera algo similar entre os Românticos do Século XIX. Não, a dita pós-modernidade não foi mais do que uma das ideologias intelectuais daquele século já repleto de doutrinas, “ismos”, paradigmas, princípios etc. O que lá se via era ela mesma, a Modernidade, enroscada em seus próprios intestinos, proces-sando as fezes do mundo, fervendo um novo século que já se vislumbrava como o clichê da luz no fim do túnel.

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Ao fim do túnel, pouco antes de se virem as luzes do século XXI, o pensamento estruturalista – base de todo o modelo de Humanismo erigido no interior das chamadas ciências huma-nas – já dava sinais de estar em cheque, à medida que perdia força a crença em um sujeito ideal, estritamente lógico, a-histó-rico e apátrida. As correntes da Pragmática do Discurso surgidas a partir de movimentos acadêmicos da lingüística francesa entre os anos de 1960 e 1970 (no auge dos movimentos sociais que cobravam o final dos ecos da guerra-fria na Europa), não tardaram a se expandir para outros segmentos das ciências humanas. Iniciava-se aí um namoro com o homem tomado enquanto figura real, vivaz, eloqüente e, acima de tudo, social. Um homem cujos estatutos não se formulavam segundo dogmas positivistas ou religiosos, porém, segundo dinâmicas absoluta-mente prosaicas, casuais e medidas conforme as interações de cada qual com cada qual. E assim, DOSSE1 (1991:384), descre-vendo a contribuição de Michel Foucault para a pragmática do discurso, nos explica: “o que é novo, entretanto, é o objeto dessa problematização, o sujeito, em sua relação com a ética. Nesse domínio muito clássico da filosofia, Foucault procede ainda uma vez mais à inversão da ótica tradicional, ao dissociar a moral da ética. Já não se trata de situar-se no plano dos sistemas prescri-tivos da moral impostos de fora e que opõem um sujeito-desejo a um código repressivo, mas de perceber os modos de produção do sujeito através da problematização da sua própria existência numa ética e estética de si”.

Na pragmática do discurso, um domínio em que os sentidos do enunciado expresso se desvendam nas intenções subjacentes a cada ato comunicativo, nos termos de Jürgen Habermas2, os sujeitos não se revelam a priori, como cobaias humanas vivas, mas como fenômeno social, uma história a ser re-contada pelo pesquisador, re-significada em suas dimensões semânticas.

1 DOSSE, François (1991) História do Estruturalismo. Vol. 2 O canto do cisne, de 1967 a nossos dias. Trad. Portuguesa: Campinas: UNICAMP.

2 HABERMAS, Jürgen (1990) “Ações, atos de fala, interações mediadas pela linguagem e mundo da vida”, in Pensamento Pós-metafísico. Rio de Ja-neiro: Tempo Brasileiro.

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Ainda segundo DOSSE (1991: 270), “É a esfera discursiva que interessa a Foucault e não o referente, que continua sendo objeto privilegiado do historiador”. Não obstante marcar o início das reformas que viriam a caracterizar a produção de conheci-mento nas Humanidades mais à frente, os primeiros passos da Pragmática do Discurso ainda se apresentavam relativamente tímidos no que concerne à superação do dogma estruturalista que tomava do sujeito da pesquisa como um sujeito ideal, tal “como escreveu Habermas, nessa configuração do saber a her-menêutica é dispensada, visto que a compreensão deixou de ser o horizonte teórico de tal postura” (DOSSE 1991: 271). De fato, Habermas nos diz que “O arqueológico procederá de maneira que os documentos falantes voltem a ser monumentos mudos, devendo os objetos ser liberados de seu contexto a fim de ficarem ao alcance de uma descrição de tipo estruturalista” (HABERMAS 1988: 296)3.

Perpetrando, então, a mudez de seus “documentos falantes” – e lá já bem se veja como se fazem calar as pessoas por de trás dos discursos – e lhes concedendo o extrato de “monumentos mudos”, a Pragmática do Discurso reveste-se de um adorável fetiche acadêmico, um exercício de formulação de juízos, ao deleite dos intelectuais que os promovessem, no aconchego de seus gabinetes ensolarados da bela Paris. Um fazer mais retórico do que agregado aos movimentos políticos que seus defensores abraçavam entre uma aula e outra. O final do Século XX, datado propriamente junto com o final da crença numa Humanística concebida a partir de “monumentos mudos”, veria já por se consolidarem movimentos acadêmicos clamando pelo resgate do homem real, este ser histórico instituído nos siste-mas de valor que se produzem e re-produzem no cotidiano e no prosaico da vida, a exemplo da teoria de sistemas de repre-sentação postulada por Sylvain Auroux4, no âmbito de uma filosofia da linguagem pós-estruturalista.

3 HABERMAS, Jürgen (1985) Le discours phisophique de la modernité. Paris: Gallimard.

4 Cf. AUROUX, S. (1979) La sémiotique des encyclopedistes. Paris: Payot. P.11.

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A emergência da uma humanidade plena de vida e voz, às portas do Século XXI, traria à cena acadêmica um problema epistemológico essencial e paralisante: a que pessoas nos refe-ríamos nós entre aqueles recém desenterrados dos escombros da guerra fria? A superação do discurso acadêmico estrutu-ralista, que até então determinara as bases gerais com que as Humanidades haviam definido tudo acerca do Homem, esbarrara, então, na mais primária das demandas de qualquer ciência, a saber, o conhecimento de seu objeto de investigação. Que homens haveria, então, no mundo, para além dos mode-los previamente ditados nos paradigmas humanísticos da Modernidade? Eric Hobsbawm5 (2004: 504) apresenta-nos que “Nenhum período da história foi mais penetrado pelas ciências naturais nem mais dependente delas do que o século XX. Contudo, nenhum período, desde a retratação de Galileu, se sentiu menos à vontade com elas”, com isto evocando a extrema dificuldade vivida naquele século para se coordenar o uso da ciência e o uso social e político da ciência. Esta desconfiança no sentido da ciência – também aplicável às Humanidades – exacerbou-se entre os excluídos da esfera pública da Modernidade, ao mesmo tempo que estes ganharam espaço e ligitimidade na sociedade do Século XXI.

O plano de conflito entre excluídos, de um lado, e intelec-tuais, de outro, junto aos quais se formulavam as políticas públicas de governo orientadas para as minorias sociais, apre-senta-se como cenário para o desenvolvimento de um ramo das ciências humanas chamado Etnografia, cujos objetos são a identificação e o registro dos sujeitos sociais situados para além dos imaginários clássicos da Modernidade. A etnografia é, portanto, a porta através da qual o pós-estruturalismo pôde vir a se tornar uma prática com verdadeiro impacto social, revolucionário, pois que vai ao povo, torna-o visível, cônscio de si e o traz para o centro da sociedade, sem máscaras, sem vergonha, sem pudores higienistas.

5 HOBSBAWM, E. (2004) Era dos extremos – o breve século XX: 1914-1991. S. Paulo: Cia. das Letras.

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Do mesmo modo que entre os séculos XIX e XX o pensamento estruturalista determinou a necessidade de que as ciências e as Humanidades erigissem seus próprios códigos epistemo-lógicos, nas chamadas filosofias das ciências, as demandas epistemológicas contemporâneas sugerem a necessidade de que cada uma das ciências abrace a Etnografia como ponto de partida para si mesma. Seja partindo de uma reflexão interna no que tange aos modos e às práticas de pesquisa, assim como às dinâmicas sociais e políticas de validação do conhecimento produzido, que se realizam no domínio da realidade dos labo-ratórios, de formas muitas vezes inconscientes e alheias aos códigos de conduta consagrados. Seja partindo de um exercício sistemático de busca do sujeito objeto de pesquisa subjacente às pessoas investigadas, na maioria das vezes constituídas por traços fisiológicos e simbólicos não redutíveis às teorias de sujeitos previamente traçados na cultura de cada ciência. Estes exercícios de reflexão sobre as práticas de pesquisa e sobre os sujeitos de pesquisa resulta da prática etnográfica, definindo aquilo que Carmen de Mattos muito bem sintetiza como a prá-tica de tornar o estranho familiar e o familiar, estranho. Esta definição, embasada na noção de habitus de Pierre Bourdieu6, orienta todo o seu trabalho e se reflete diretamente nos textos que seguem aqui publicados.

No caminho de uma etnografia da educação brasileira, este livro nos provoca a refletir sobre a condição social da instituição escolar, numa sociedade marcada pelo profundo desconheci-mento dos mecanismos que cotidianamente se empregam para perpetuar a desigualdade social. Fruto de uma aprimorada aplicação do conceito de pesquisa participante, nos termos definidos em Giddens (2001: 654-661)7, os trabalhos aqui reu-nidos desenham um curso de etnografia dedicado a provocar reflexão teórica e reflexão metacognitiva sobre os espaços ins-titucionais da escola.

6 BOURDIEU, Pierre (2004) O poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand.

7 GIDDENS, Anthony (2001) Sociologia. Tradução portuguesa: Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.

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Especialmente nos dois capítulos que abrem o livro, Carmen de Mattos cuida de nos situar a etnografia no campo da Educação, dando-nos a dimensão daquilo que se pode com-preender como o específico da etnografia para área acadêmica da Educação, tanto na dimensão epistemológica (no que con-cerne às práticas de investigação e produção de conhecimento em Educação, perpassadas por condutas etnográficas), como na dimensão histórica, neste caso, apresentando-nos uma revisão das tendências gerais que influenciaram a etnografia enquanto campo de estudos e enquanto campo de aplicação na educação. No estudo apresentado, Mattos permite-nos avan-çar na discussão previamente introduzida na Pragmática do Discurso, décadas atrás, porém sob a ressalva de respeito aos sistemas simbólicos reais e históricos, como clamados por Syvain Auroux, tal como expõe no capítulo A abordagem etno-gráfica na investigação científica: “A maior preocupação da etnografia é obter uma descrição densa, a mais completa pos-sível sobre um grupo particular de pessoas e o significado das perspectivas imediatas que eles têm do que fazem”.

A perspectiva de abordagem etnográfica do fenômeno ins-titucional escolar apresentado por Carmen de Mattos, Paula Castro e seus colaboradores neste livro apresenta-nos um salto à frente até mesmo de abordagens consagradas de questões como a do fracasso escolar. É o caso de Giddens (2001: 524) , cuja abordagem, de cunho eminentemente sociológico, ainda resiste em problematizar a participação da escola enquanto mecanismo que atua sobre o comportamento do aluno oriundo das minorias sociais, tal como em “... Tal como vimos anterior-mente, muitos jovens estão acrescer em condições conturbadas, com falta de orientação e apoio por parte dos adultos [... ...] Para os jovens que crescem neste cenário conturbado, as esco-las podem parecer irrelevantes ou demasiado autoritárias, em lugar de constituírem um local de oportunidades e desenvol-vimento”. Mattos e Coelho, no capitulo Violência na escola: reconstruindo e revisitando trajetórias e imagens de pes-quisas produzidas por no NetEdu entre 1992 e 2007, assim dimensionam a responsabilidade da instituição escolar sobre a violência: “Supomos que a violência não se reduz àqueles atos

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violentos visíveis aos nossos olhos, como também se esconde em ações silenciadoras, discriminadoras, de desrespeito e de humilhação, nem sempre reconhecidas como violentas [... ...] Supomos também que, nas práticas de violência escolar, docen-tes e alunos se antagonizam, se posicionam em disputa ou luta por autoridade, disciplina e autonomia”. É neste sentido, que os capítulos desta obra, ao buscarem provocar novos senti-dos sobre as práticas institucionalizadas de educação formal, contribuem para o projeto maior da área de Educação, concer-nente à construção de uma escola capaz de agregar, formar e educar sem ferir os novos sujeitos sociais saídos da margina-lidade pública.

Trata-se de um livro destinado ao educador contemporâneo, especialmente o que atua nos sistemas públicos de ensino, cuja meta é cumprir a Educação do povo deste país e cumpri-la de forma digna e respeitosa, mesmo diante do fato – maravilhoso fato – de que somos um país destinado à pluralidade cultural. Muito me honrou escrever o prefácio a esta obra a convite de Carmen e Paula, contribuindo, ainda que singelamente, para situá-la no contexto do pensamento contemporâneo da Educação.

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Sumário

Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

Estudos etnográficos da educação: uma revisão de tendências no Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25Carmen Lúcia Guimarães de Mattos

A abordagem etnográfica na investigação científica . . . 49Carmen Lúcia Guimarães de Mattos

A pesquisa em colaboração com o professor: vivências de campo em etnografia crítica de sala de aula . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85Carmen Lúcia Guimarães de Mattos

Imagens da exclusão na microanálise da sala de aula: uma instância interativa de confronto cultural . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .101Carmen Lúcia Guimarães de Mattos

O espaço da exclusão: o limite do corpo na sala de aula . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .117Carmen Lúcia Guimarães de Mattos

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Uma análise etnográfica das dificuldades educacionais de alunos e alunas e do (des)controle de professores e professoras: c mais d o que dá? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .131Carmen Lúcia Guimarães de Mattos Paula Almeida de Castro

Os Ciclos e as Classes de Progressão na Rede Pública do Rio de Janeiro: percepções sobre a implementação, organização e práticas a partir das falas dos atores sociais da escola no período entre 2002 a 2004. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .149Paula Almeida de Castro Tatiana Bezerra Fagundes Carmen Lúcia Guimarães de Mattos

Programa Especial Adolescente 2007 para alunos em de 14 e 15 anos de idades: um estudo de caso etnográfico em uma Escola da Rede Pública Municipal do Rio de Janeiro. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .173Carmen Lúcia Guimarães de Mattos Adriana Maria Ribeiro Gil Ferreira (anteriormente Dantas)

Violência na escola: reconstruindo e revisitando trajetórias e imagens de pesquisas produzidas por no Núcleo de Etnografia em Educação entre 1992 e 2007. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .195Carmen Lúcia Guimarães de Mattos Maria Inês de Matos Coelho

As interações de gênero e de poder em instituições de internação de jovens em cumprimento de medidas socioeducativas: um estudo etnográfico. . . . . . .221Carmen Lúcia Guimarães de Mattos Sandra Maciel de Almeida

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Conselhos de Classe: avaliações, apreciações e percepções sobre meninos e meninas com implicações para as interações de gênero. . . . . . . . . . . .249Daiane de Macedo Costa Carmen Lúcia Guimarães de Mattos

O absenteísmo escolar e sua regulamentação . . . . . . . . . . . . .271Suziane Santana de Vasconcellos Carmen Lucia Guimarães de Mattos

Sobre os autores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .297

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