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Gastronomia e Turismo Cultural: reflexões sobre a cultura no processo do desenvolvimento local

Date post: 15-Jun-2015
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Artigo publicado na Revista Contextos da Alimentação - edição Vol. 2, nº 2, Ano 2013 Publicação Científica do Centro Universitário Senac - ISSN 2238-4200 Acesse a edição na íntegra! www1.sp.senac.br/hotsites/blogs/revistacontextos/ Resumo O turismo e a gastronomia sempre estiveram presentes na vida do ser humano. Da crescente conscientização da importância que estas atividades causam na essência e construção do indivíduo e na sociedade na qual ele faz parte é que surge a oportunidade de utilizar estes conceitos como meios de atividade econômica, o que poderá gerar consequências diretas e indiretas, negativas ou positivas para o local na qual está inserida. Este artigo cria reflexões, a partir de pesquisa bibliográfica, sobre as consequências que a gastronomia como produto da atividade turística – principalmente no turismo cultural – pode trazer e quais benefícios e/ou malefícios o local possivelmente receberá diante destas várias perspectivas, sempre com base na óptica sustentável das ações.
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38 Artigo, Vol. 2, Nº 2, Ano 2013 Gastronomia e Turismo Cultural: reflexões sobre a cultura no processo do desenvolvimento local Gastronomy and Cultural Tourism: reflections about culture in the process of local development Rafael C. Ferro 1 Resumo O turismo e a gastronomia sempre estiveram presentes na vida do ser humano. Da crescente conscientização da importância que estas atividades causam na essência e construção do indivíduo e na sociedade na qual ele faz parte é que surge a oportunidade de utilizar estes conceitos como meios de atividade econômica, o que poderá gerar consequências diretas e indiretas, negativas ou positivas para o local na qual está inserida. Este artigo cria reflexões, a partir de pesquisa bibliográfica, sobre as consequências que a gastronomia como produto da atividade turística principalmente no turismo cultural pode trazer e quais benefícios e/ou malefícios o local possivelmente receberá diante destas várias perspectivas, sempre com base na óptica sustentável das ações. Palavras-chave: Cultura, Gastronomia, Turismo, Desenvolvimento Local, Sustentabilidade. Abstract Tourism and gastronomy have always been present in human life. The growing conscientiousness of the importance that such activities cause on the essence and construction of the individual and the society in which it is part, the opportunity arises to use these concepts 1 Graduando em Gastronomia no Centro Universitário SENAC Campus Campos do Jordão. [email protected]
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Artigo, Vol. 2, Nº 2, Ano 2013

Gastronomia e Turismo Cultural: reflexões sobre a cultura

no processo do desenvolvimento local

Gastronomy and Cultural Tourism: reflections about

culture in the process of local development

Rafael C. Ferro1

Resumo

O turismo e a gastronomia sempre estiveram presentes na vida do ser humano. Da

crescente conscientização da importância que estas atividades causam na essência e

construção do indivíduo e na sociedade na qual ele faz parte é que surge a oportunidade de

utilizar estes conceitos como meios de atividade econômica, o que poderá gerar consequências

diretas e indiretas, negativas ou positivas para o local na qual está inserida. Este artigo cria

reflexões, a partir de pesquisa bibliográfica, sobre as consequências que a gastronomia como

produto da atividade turística – principalmente no turismo cultural – pode trazer e quais

benefícios e/ou malefícios o local possivelmente receberá diante destas várias perspectivas,

sempre com base na óptica sustentável das ações.

Palavras-chave: Cultura, Gastronomia, Turismo, Desenvolvimento Local, Sustentabilidade.

Abstract

Tourism and gastronomy have always been present in human life. The growing

conscientiousness of the importance that such activities cause on the essence and construction

of the individual and the society in which it is part, the opportunity arises to use these concepts

1 Graduando em Gastronomia no Centro Universitário SENAC Campus Campos do Jordão. [email protected]

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as ways of economic activities, which could generate direct and indirect consequences,

negative or positive the location in which it is inserted. This article creates reflections from

bibliographic research on the consequences that gastronomy as a product of tourism -

especially in cultural tourism - can suffer and what benefits and / or harmful effects the place

possibly receive through multiple perspectives, always based with a view of sustainable actions.

Keywords: Culture, Gastronomy, Tourism, Local Development, Sustainability.

Introdução

As viagens e a gastronomia sempre estiveram presentes na vida do ser humano, seja

por necessidade biológica, como meio de sobrevivência; por pura satisfação dos desejos, para

saciar curiosidades de novas experiências; ou por imposição da sociedade, por meio religioso,

cultural e econômico em que o indivíduo se encontra no determinado momento da história.

Com a crescente conscientização da importância que estas atividades causam na

essência e construção do indivíduo e na sociedade na qual ele faz parte, é que surge a

oportunidade de utilizar estes conceitos como meios de atividade econômica, ou seja, gerar

renda a partir da gastronomia e do turismo, com uma visão estratégica de negócios, com o

intuito de atender as possíveis necessidades supracitadas.

Mas, toda atividade econômica poderá gerar consequências diretas e indiretas,

negativas ou positivas para o local no qual está inserida, pois se aproveita de muitos recursos

para o seu pleno funcionamento, como a mão-de-obra e os clientes (recursos humanos e

sociais), o meio ambiento (recursos naturais), o espaço que ocupa e os fluxos de pessoas que

poderá gerar (recurso espacial), os deveres e direitos locais (recursos políticos) e, no caso do

turismo cultural e gastronomia, os saberes e fazeres da população local (recursos culturais).

Com o conhecimento de que a atividade econômica, com base no turismo e na

gastronomia, pode ser utilizada para o desenvolvimento local, resta ao presente artigo criar

reflexões, a partir de pesquisa bibliográfica, sobre as consequências que a gastronomia como

produto da atividade turística – principalmente no turismo cultural – pode sofrer e quais

benefícios e/ou malefícios o local possivelmente receberá diante várias perspectivas, sempre

com base na óptica sustentável das ações propostas por Sachs (2008), Rodrigues (1999) e

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Swarbrooke (2000).

O turismo cultural

Em todos os momentos históricos, as viagens sempre estiveram presentes. É uma ação

voluntária, determinada pela sociedade e que se representa como um componente ativo da

vida econômica, cultural e social dos homens. (LAGE, 2001)

Das primeiras grandes viagens caracterizadas pelos deslocamentos de longa duração e

realizadas, basicamente, por jovens da elite britânica é que se teve consciência da sua

importância e influência na formação do próprio indivíduo e sua personalidade, mesmo que

essa atividade estivesse restrita a poucos.

A formação dos valores a partir das comparações socioculturais entre os diferentes

locais visitados em relação ao local de origem do viajante tornou-se algo imprescindível para

“enriquecer o espírito pelo saber, corrigir o discernimento, suprimir preconceitos da educação,

polir as maneiras, em uma palavra: formar um gentleman completo.” (COSTA, 2009, p.26)

A forma massificada das viagens teve início após a segunda guerra mundial, no período

da revolução industrial, com as novas oportunidades de emprego e tempo livre – férias – dos

trabalhadores, além de outros contextos socio-econômicos da época como é retratado abaixo:

O turismo moderno originou-se dentro de um contexto social

amplo, com mudanças ocorridas nos modos de produção (que

determinariam quem viaja) e o desenvolvimento tecnológico (que

determinaria a forma que se viaja). A passagem do século XVIII para

o XIX é marcada na Europa por grandes transformações econômicas,

sociais e políticas, corporificadas na Revolução Industrial e na

Revolução Francesa, responsáveis por alterações significativas no

panorama geral do continente europeu. (COSTA, 2009 , p. 27).

A presença desse novo cenário gerou grandes fluxos de deslocamentos, ainda pela elite,

que o que estimulou o desenvolvimento da oferta nos serviços de transporte, hospedagem e

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alimentação.

Com a demanda em alta, houve uma preocupação maior quanto a melhoria dos serviços

prestado, que cresceu e deixou espaço para a criação do turismo como atividade profissional,

com a organização das primeiras excusões acompanhadas de um guia turístico. Logo em

seguida, os meios de hospedagem começam a se preocupar com a satisfação dos clientes

durante a sua estadia. (LAGE, 2001)

Observando a demonstração de status que este exercício poderia gerar, cidadãos

comuns também expandem suas atividades para este ramo. Com os mesmos moldes das

primeiras excursões, mas não com as mesmas intenções.

A década de 1970 marca o boom do turismo massificado2 [...].

O ato de viajar torna-se um fenômeno extremamente estandardizado

e revela a face mais negativamente impactante do turismo de massa,

a ponto de receber, mais recentemente, a denominação de turismo

“predador”. (COSTA, 2009, p. 30).

Aproveitando-se da participação do turismo no conceito econômico e financeiro,

empreendimentos da época alavancaram ideias de replanejamento estratégico desta atividade,

para atingir um número cada vez maior de pessoas de modo acessível. Este replanejamento

contou com ferramentas de segmentação, a fim de atingir as necessidades ou objetivos do

cliente.

Neste momento, as modalidades de turismo surgiram, dando origem a modalidade em

questão neste artigo, o turismo cultural.

O turismo cultural na visão de Swarbrooke (2000, p.35), é visto “como um turismo

sensível, suave e ‘inteligente’”, que utiliza recursos de setor público, privado ou voluntário.

2 Turismo massificado é constituído por “técnicas de economia de grande escala com grande volume de produção, hospedagem, transporte e técnicas avançadas de marketing”. (COOPER, 2007, p. 241). “A estruturação da experiência do turista de massa é totalmente superficial e ilusória: só consegue enxergar o local visitado protegido por um ‘bolha ambiental’ (materializada pelos hotéis de estilo americano, espalhados em cadeias internacionais, que lhe oferecem segurança do referencial familiar) e o que se vê são somente os ‘pseudoacontecimentos’, frutos da banalização e descontextualização das culturas visitadas, que transmutam de fonte de informação em simples bem de consumo sem autenticidade.” (COSTA, 2009, p. 31)

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Esses recursos envolvem locais, eventos, comida, história, arte e cultura de uma determinada

comunidade.

Como o próprio nome desta modalidade turística refere, a cultura é o fator de decisão

para o deslocamento do turista, ou seja, a escolha do destino da viagem. A maneira de reforçar

o motivo do turismo cultural utilizar tais recursos é conceituar a própria cultura, que segundo

Laraia (1997 apud CARNEIRO; OLIVEIRA; CARVALHO, 2010), “é um conjunto de valores,

crenças, costumes, hábitos e fatores históricos materiais e imateriais que permeiam, de forma

dinâmica, a vida social”.

[...] o interesse pela cultura sempre fez parte de uma

necessidade humana, encontrando nas diversas formas de turismo

um importante instrumento de legitimação. Com o maior

desenvolvimento e integração das sociedades e a ampliação do

conceito de patrimônio, o turismo cultural foi assumindo novos

contornos, com o aumento de reflexões, debates e teorizações acerca

do segmento. (CARNEIRO; OLIVEIRA; CARVALHO, 2010, p. 8).

Neste momento, o patrimônio, então, assume seus valores dentro da atividade turística,

sendo o turismo cultural, a tipologia que dá acesso a este recurso. Afirmando as palavras de

Swarbrooke (2000), Barreto (2000, p.19) complementa melhor todo o conceito: “entende-se por

turismo cultural todo o turismo em que o principal atrativo não seja a natureza, mas algum

aspecto da cultura humana.”

Gastronomia como Patrimônio Cultural

Por fazer parte do processo de culturalização, o hábito “é aprendido, esse aprendizado é

adquirido de modo inconsciente apenas pela imersão em determinado meio social.” (SLOAN,

2005, p. 3). Assim, reforça a identidade do povo e se traduz através de uma contrução social,

que pode, também, envolver religião, história e etnia.

Essa identidade que distingue cada grupo social é a matéria-prima para a criação do

patrimônio cultural, que concentra diversos valores agregados do seu processo de formação

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historico-cultural e ambientação para que confira sentidos de comunidade e seja preservado

com o tempo. (BARROCO, 2008)

O patrimônio cultural3 é a riqueza comum que nós herdamos

como cidadãos, transmitida de geração em geração. Constitui a soma

dos bens culturais de um povo. Ele conserva a memória do que

fomos e somos, revela a nossa identidade. Expressa o resultado do

processo cultural que proporciona ao ser humano o conhecimento e a

consciencia de si mesmo e do ambiente que o cerca. Apresenta, no

seu conjunto, os resultados do processo histórico. Permite conferir a

um povo a sua orientação, pressupostos básicos para que se

reconheça como comunidade, inspirando valores, estimulando o

exercício da cidadania, a partir de um lugar social e da continuidade

do tempo. (TOLEDO, 2003 apud BARROCO, 2008).

Com conceito de patrimônio, o ato de se alimentar deixa o campo de satisfação biológica

para imersão do socio-cultural, como meio de expressão decorrente das necessidades locais,

principalmente geográficas, aliadas aos fatores de construção social – “sobrevivência, saúde,

dieta, religião, longevidade, carência, ciência e cultura” (LIESELOTTE, 1978 apud FEITOSA;

SILVA, 2011, p. 3) - , dando origem à construção do gosto e, consequentemente, à

gastronomia.

Ela surge a partir da evolução do próprio homem, passando de coletor e caçador para

utilizador de técnicas avançadas na manipulação e produção dos alimentos, contribuindo para

o surgimento de muitos produtos típicos em cada grupo de indivíduos, sendo estes, utilizados

com o intuito de perpetuar hábitos e costumes. (CUNHA; OLIVEIRA, 2009)

Mais que só os prazeres da boa mesa, a gastronomia é observada como produto da

expressão cultural de um povo, permeando todas as sociedades. É cercada por simbolismos -

3 “Patrimônio cultural de um povo é formado pelo conjunto dos saberes, fazeres, expressões, práticas e seus produtos, que remetem à história, à memória e à identidade desse povo. A preservação do patrimônio cultural significa, principalmente, cuidar dos bens aos quais esses valores são associados, ou seja, cuidar de bens representativos da história e da cultura de um lugar , da história e da cultura de um grupo social, que pode, (ou, mais raramente não), ocupar um determinado território.” (BRAYNER, 2007, p. 12)

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o que se come, como se come, com quem se come, e quando se come - e gerada por

conceitos socio-antropologicos construídos através do tempo.

Atraves da alimentação, é possível visualizar e sentir tradições

que não são ditas. A alimentação é também memória, opera muito

fortemente no imaginário de cada pessoa, e está associada aos

sentidos: odor, visão, o sabor e até a audição. Destaca as diferenças,

as semelhanças, as crenças e a classe social a que pertence, por

carregar as marcas da cultura. (BARROCO, 2008, p. 4)

Deste modo, observa-se o encaixe da gastronomia e suas extensões como patrimônio

cultural, devido às suas propriedades de conexão com a formação histórica do indivíduo, sua

cultura, socialização e as características do ambiente na qual foi formada.

Turismo e Gastronomia: um novo cenário turístico

O patrimônio cultural e sua significativa importância na formação do ser humano torna-

se, cada vez mais, um atrativo turístico (CUNHA; OLIVEIRA, 2009), ainda mais no turismo

cultural, haja vista seu objetivo de interação e aprendizado com a vivência autêntica das

pessoas locais, seus costumes, história, artesanato, arquitetura, ou seja, toda a sua identidade

cultural agregada a elas. (MENEZES, 2013)

Esta busca de vivência no turismo cultural, não se concentra somente em objetos

tangíveis como restaurantes, museus e prédios históricos, mas, também, na intagibilidade de

sentimentos proporcionados pelos festivais, eventos culturais, tradições e produtos

gastronômicos. (SWARBROOKE, 2001)

Como “uma grande parte da experiência turística é passada ao comer ou a beber, ou

ainda, a decidir o quê e onde comer” (RICHARDS, 1999) no local, observa-se a relação

proposta por Quan e Wang (2004 apud Henriques e Custódio, 2010), entre a experiência

sensorial do consumo da comida, ou, a necessidade do turista se alimentar, já que se encontra

fora de sua residência habitual.

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Analisando somente a primeira relação do turista com a comida, é factível a capacidade

de atração turística que a gastronomia contém, ainda mais se regionalizada, onde concentra

uma maior autenticidade na sua construção social do gosto.

A gastronomia enquanto cultura, desperta curiosidades nas

pessoas e, como o turismo, é mediadora para saciar as inúmeras

curiosidades do turista, também, transmite ideia de status e classe

social não apenas para o turista como para a população. (CUNHA;

OLIVEIRA, 2009, p. 4)

Com a valorização da gastronomia como fator decisório para destinos turísticos e a

personalização dos serviços, surge a oportunidade de um novo cenário a ser abordado, que

segundo Scarpato (2003 apud SAMPAIO, 2009) denomina-se “Turismo Gastronômico”, que

pode ser entendido como uma sub-modalidade do próprio turismo cultural ou uma nova

segmentação do turismo.

Apesar de sua longa existência, ganhou maior espaço por conta da conscientização e

relavância da gastronomia nas viagens, como Schlüter menciona:

A gastronomia, sem dúvida, está ganhando terreno como

atração tanto para residentes como para turistas. Não só nutre o

corpo e o espírito, mas faz parte da cultura dos povos. (2003, p.89)

Turismo Gastronômico

O turismo gastronômico é dedicado ao público com maior grau de formação e em meia

idade que busca novas experiências, independente de valores. São mais flexíveis, pois se

utiliza das gastronomias locais e sua fidelidade com a reprodução de receitas típicas.

(CORDEIRO; MENEGAZZI, 2013)

Aos passos contrários da globalização dos destinos turísticos, o turismo gastronômico

visa o conceito de regionalidade, ou melhor, a valorização da culinária regional, que se difunde

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pelo mundo por uma outra denominação, o terroir4, que demonstra todas as qualidades das

individualidades de produções gastronômicas em uma determinada região.

O fenômeno da globalização, não só econômica como cultural,

tem levado as comunidades à recuperação e valorização do seu

legado cultural, à busca de valores locais e de elementos de

identificação na história e nas tradições, reforçando sua identidade

numa perspectiva global. Neste aspecto, na atividade

turística, as manifestações culturais das grandes cidades ou de

pequenas comunidades representam um potencial de diferencial

turístico. (RISCHBIETER; DREHER, 2007, p.1)

Richards também afirma a regionalização como meio de comunicação e marketing para

o turismo gastronômico:

Se a gastronomia pode ser ligada a um país específico ou

regiões, ela se tornará uma ferramente poderosa de marketing. A

autenticidade sempre foi vista como um importante aspecto do

consumo turístico, e procurando por autenticidade local e regional, a

comida pode se tornar motivo para visitação em um destino em

particular. (1999, p.12)

Hall e Mitchell (2003) conceituam este segmento como sendo o principal motivo do

deslocamento turístico para a visitação de produtores de comida; participação em festivais e

eventos de gastronomia; visitação à restaurantes e à localidades específicas de determinado

alimento e experiências culturais atribuídas especialmente à comida ou sua região produtora.

Com o crescimento do interesse neste setor em específico, o patrimônio cultural torna-se

4 Emprestado da Enologia (Estudo dos vinhos), o Terroir - “Em um sentido restrito, a palavra significa solo. Por extensão, e no uso comum, significa muito mais. Ela abrange o solo em si, o subsolo e as rochas abaixo dele, suas propriedades químicas e como estas interagem com o clima local e com o macroclima da região, para determinar tanto o mesoclima de um vinhedo específico como um microclima de uma determinada vinha.” (JOHNSON; ROBINSON, p. 26, 2008) – de uma localidade são todas as características, produções e produtos únicos de uma determinada região/localidade.

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um nicho de negócios que gera grandes fluxos turísticos e influi diretamente no

desenvolvimento local. (SIMEON; BUONINCONTRI, 2009 apud GIMENES 2012). Resta

observar suas influências, negativas ou positivas, no desenvolvimento sustentável de

localidades.

Turismo e desenvolvimento local sustentável

Ao indagar o sentido de desenvolvimento local sustentável, muitas vezes esbarramos em

um conceito supérfluo sobre o tema, o desenvolvimento econômico. Souza (1999, p.18) reforça

a ideia de que o “desenvolvimento não deve ser entendido, sublinhe-se, como sinônimo de

desenvolvimento econômico”.

Portanto, pode-se definir desenvolvimento como

Um processo intencional e autodirigido de transformação e

gestão de estruturas socioeconômicas, direcionado no sentido de

assegurar a todas as pessoas uma oportunidade de levarem uma

vida plena e gratificante, provendo-as de meios de subsistência

decentes e aprimorando continuamente seu bem estar, seja qual for o

conteúdo concreto atribuído a essas metas por diferentes sociedades

em diferentes momentos históricos. (SACHS, 2007 apud LIMA, 2012,

p. 31)

Este processo desenvolvimentista deverá ocorrer de maneira sustentável, ou seja,

atentando-se à capacidade do ambiente e ecossistemas de se recuperarem ou absorverem as

agressões criadas por ações antrópicas. Mas como o desenvolvimento, os conceitos acerca da

sustentabilidade também são vistos, na maioria das vezes, com apenas uma perspectiva, a

ambiental, não desmerecendo sua importância, é claro.

Sachs (2008) completa o conceito afirmando que um sistema sustentável deveria

contemplar, também, o meio social, econômico, político, espacial e cultural.

Ao trazer estes conceitos para o turismo de massa, o de maior impacto, observa-se que

ele possui ferramentas e índices significativos para o desenvolvimento, de maneira negativa ou

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positivamente, de uma região, como afirma Rodrigues (1999, p.17): esta atividade é

“icontestávelmente, um fenômeno econômico, político, social e cultural dos mais expressivos

das sociedades ditas pós-industriais”.

Em confirmação das palavras de Rodrigues citadas acima, a OMT – Organização

Mundial do Turismo – alega que:

Até o ano de 2020, calcula-se que haja cerca de 1,6 bilhão de

chegadas de turistas internacionais e que a receita turística

internacional atinja 2 trilhões de dólares. O turismo é um dos

principais setores socieconômicos mundiais, sendo um dos

componentes líderes do comércio internacional e representando uma

importante atividade para muitos outros países, chegando a contribuir

com 5% a 25% do PIB – produto interno bruto – de alguns países.

(1993 apud RODRIGUES; LIMA, 2012, p.32)

Desta forma, o potencial econômico do turismo, influencia, segundo Souza (1999), em

todos as perspectivas apontadas por Sachs:

O turismo de massa possui não apenas grande significado

econômico em muitos casos, mas também exerce impactos outros

igualmente relevantes, notadamente sobre a cultura e o espaço

(natural e, ou, social) da área receptora dos turistas. Atividade

complexa, de importância crescente e de significativo potencial de

impacto (positivo ou negativo) sobre as relações sociais e o ambiente.

(2008, p.17)

Mas, com todas essas ações do turismo e sua contribuição para o desenvolvimento

local, ele ainda não recebe sua devida importância, talvez pela diferença que o mesmo

apresenta em relação aos países, regiões e cidades, que pode, até mesmo, ser visto, como

algo intimamente relacionado apenas ao prazer e descanso, não tendo necessidade de ser

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levado a sério. Rodrigues (1999, p. 25) aponta: “O planejamento do turismo é, em princípio,

complicado porque tem de conciliar os interesses de uma população que busca o prazer num

local onde outras pessoas vivem e trabalham. Satisfazer a ambas não é uma tarefa fácil.”

Portanto, sabe-se que o turismo é uma indústria séria e contribui para o

desenvolvimento, mas para uma análise minusciosa de todas as suas influências, positivas ou

negativas, no desenvolvimento local, utilizaremos de segmentação e partiremos para a

modalidade que cabe ao artigo, o turismo cultural.

O turismo cultural e suas consequências

Como a gastronomia é sinônimo de patrimônio cultural e o turismo cultural se utiliza,

basicamente, dessa ferramenta para seu sucesso, é possível realizar uma análise sobre o que

ela – a gastronomia – sofre quando o patrimônio é comercializado como produto – pelo turismo

– e que reações (positivas e/ou negativas) o desenvolvimento local recebe e quais as

consequências para cultura culinária como objeto de construção e necessidade da própria

essência da humanidade.

A cultura quando comercializada como produto básico de consumo, poderá gerar

sobrecarga de oferta até o ponto de saturação. Até a saturação ocorrer, a superutilização de

sítios culturais acarretaria em danos no patrimônio tangível e intangível, processo ainda mais

observado em caso do turista e a população da área receptora demonstrarem muito constraste,

o processo é explicado por Souza:

[...] assimetria de renda e as diferenças culturais podem ser

negativas e traumáticas; um grupo de pessoas buscando o prazer,

oriundas de uma realidade que consideram “superior” e dotadas de

grande poder de compra pode gerar muitas distorções entre uma

população mais pobre, seja direta [...] ou indiretamente. Além disso, a

cultura da população mais pobre também pode ver-se agredida (e

com isso a própria identidade coletiva). (1999, p.20)

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Para ser comercializado, como em qualquer negócio, o produto deverá corresponder ao

desejo do consumidor. A maneira mais fácil de ocorrer este processo é com a padronização do

produto. No caso da cultura, a homogeneização advinda da globalização, pressão de grandes

organizações e fracasso do Estado em valorizar e proteger a cultura tradicional.

(SWARBROOKE, 2000)

E mesmo com possíveis políticas públicas de proteção à cultura, o controle local ainda

será o problema. A trivialização ou perda de autenticidade é indiretamente causada pela

própria população nativa, a fim de atender os turistas.

Danças tradicionais podem ser abreviadas para se adequar às programações de grupos

de turistas, e a cozinha tradicional pode ser internacionalizada para se tornar aceitável ao

paladar do turista. Por exemplo, a riqueza regionalmente diversa da cozinha italiana muito

facilmente pode se transformar em massas insipidas, e a ampla variedade dos pratos

espanhóis tradicionais muitas vezes é representada apenas pela paella. (SWARBROOKE,

2000, p. 43-44)

Resgatar e proteger culturas tradicionais de maneira exarcebada também poderá causar

impactos na população, fossilizando-as ou impedindo-as de manter o processo de

desenvolvimento “natural” da própria cultura.

Além da cultura ser afetada, a população e a economia local poderão sofrer

negativamente ao criar laços de necessidades com a atividade turística. Ofertas de empregos

em função de flutuações sazonais, baixa remuneração (observado em todo o mercado da

hospitalidade) e possibilidade de desvio do dinheiro que poderia ser investido no local.

(RODRIGUES, 1999; SWARBROOKE, 2000)

Tais exemplos se contrapõe a proposta do desenvolvimento sustentável, onde prioriza-

se a distribuição de renda de maneira equitativa, dinamização da economia regional e local,

conservação do meio natural e social, em uma visão geral, a melhoria da população.

O desenvolvimento do turismo sustentável vai ao encontro das

necessidades atuais dos turistas e das regiões anfitriãs e, ao mesmo

tempo, garante oportunidades para o futuro. É a gestão de todos os

recursos de tal forma que as necessidades econômicas, sociais e

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estéticas possam ser satisfeitas mantendo-se, ao mesmo tempo, a

integridade cultural, os processos ecológicos essenciais, a

diversidade biológica e os sistemas de apoio à vida. (OMT apud

COOPER, 2007, p. 271)

A importância da gestão que a Organização Mundial do Turismo defende em relação

ao desenvolvimento do turismo sustentável pode ser encontrada em diversas referências, como

a de Carneiro, Oliveira e Carvalho:

Nesses casos, a adoção de um novo modelo de planejamento

e gestão no turismo emerge como alternativa para amainar os

impactos negativos decorrentes do processo de massificação dessa

atividade no meio ambiente natural e urbano, além de considerar as

interferências na dinâmica sócio-cultural das comunidades

receptoras. (2010, p. 15)

A OMT – Organização mundial do turismo (1998 apud MARIANI; DIAS; SILVA, 2008, p.

3) também não deixa de ressaltar a importância do planejamento turístico:

Assim, o turismo deve ser planejado, tendo como meta

principal a criação de benefícios sócio-econômicos para a sociedade,

mas ao mesmo tempo, manter a sustentabilidade deste setor, por

meio da conservação do meio ambiente e da cultura local.

A maneira mais fácil da prática do planejamento surtir efeito é integrar a comunidade ao

processo, com objetivo de trazer para o plano local um maior controle da economia, da

utilização dos recursos naturais, da valorização da mão-de-obra, respeito à cultura local, dentre

muitos outros fatores citados nesse artigo, que acabam por perder valor quando o objetivo

turístico é distorcido pela massificação e sobrecarga do local.

Vale ressaltar as palavras de Rodrigues (1999): “há que valorizar-se o lugar”.

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A gastronomia como fator de desenvolvimento local

Ao recordar o conceito do turismo gastronômico e da gastronomia, observa-se o encaixe

desta atividades nas palavras propostas por Rodrigues (1999). E é neste momento em que a

gastronomia e o turismo gastronômico podem ajudar como um meio alternativo ao processo

massificado da atividade turística e contribuir para o desenvolvimento local de maneira

sustentável.

Swarbrooke (2000) propõe uma aproximação maior entre o turista e os produtores

regionais de alimentos, por meio de eventos, rotas de vinhos (enoturismo), fábricas e

produtores rurais de alimentos típicos.

“Quanto mais globalizadas as pessoas ficam, mais regionais

elas se tornam, por isso, pode-se dizer que o consumo do alimento

tradicional passa por uma afirmação da identidade do indivíduo”.

(ZUIN; ZUIN, 2008, p. 6).

Com a utilização dos produtos gerados ou confeccionados na região para o

fornecimento/abastecimento dos meios de alimentação local haverá uma contribuição para a

dinamização entre a economia rural/agrícola e a urbana. Com esta ação, o mecanismo de

valorização de produtos regionais terá finalidade de resgatar a história e a cultura da

gastronomia local. (ZUIN; ZUIN, 2008)

Por fim, Cordeiro e Menegazzi (2013) apontam em seu estudo que a gastronomia,

quando representa a tipicidade da cultura local, é base para impulsionamento do

desenvolvimento local, sendo gerador de riquezas em uma região, a partir do turismo. Mas

ressaltam o problema da falta de recursos humanos capacitados para o ramo da hospitalidade,

o que pode ser causa para a redefinição da cultura culinária para adequação do desejo do

consumidor.

Considerações Finais

A reflexão sobre a utilização do turismo para desenvolvimento sustentável toma grande

complexidade nas discussões acadêmicas e empíricas da sua atividade contemporânea. Sua

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Artigo, Vol. 2, Nº 2, Ano 2013

relativa importância para tal objetivo, ganha, cada vez mais, a atenção merecida em algumas

localidades do mundo, visto que suas consequências como meio de atividade econômica

podem trazer benefícios ou malefícios no sentido social, cultural, tecnológico, espacial, político

e ambiental para uma determinada região.

O turismo cultural, atualmente, se destaca entre as modalidades do ramo turístico pela

sua contribuição no desenvolvimento de uma região, pois visa envolver visitantes com história,

cultura e memória social e é a partir dessa relação que se surgem algumas controvérsias com

extrema necessidade de reflexão.

A gastronomia tem papel fundamental no turismo, sendo um elemento principal ou

secundário, mas sempre presente no contexto turístico. Tem essa capacidade de inserção por

se tratar de patrimônio cultural, que em princípio valoriza a identidade do destino escolhido e a

experiência turística, principalmente no turismo cultural.

Mas, a essência da gastronomia pode estar em grande risco quando submetida à

atividade turística. A identidade, autenticidade e simbolização da cultura culinária poderá ser

comprometida pelo processo de mercantilização/turistificação da cultura, que surge junto com a

globalização.

Aliado a valorização do lugar, o planejamento do turismo cultural e sua preocupação com

a gastronomia, quando proposto com perspectivas sustentáveis e leva em consideração a

participação ativa da comunidade local, atende a demanda de satisfazer ambos os envolvidos,

ou seja, é possível criar um sistema de respeito e o interesse mútuo entre a população e os

turistas.

Para que tal sustentabilidade ocorra, órgãos responsáveis em níveis municipais,

estaduais e federais terão que desenvolver políticas públicas para integração e equitatividade

da gastronomia com a população local, com objetivo de reconhecimento, proteção e

valorização da a culinária típica de determinada localidade, com objetivo de conscientização

dos turistas, comunidade e comércios de alimentação.

Com a valorização da gastronomia local e do patrimônio cultural, o desenvolvimento

poderá ocorrer de maneira sustentável, pois oportunizaria, mesmo em baixa estação turística, a

promoção de eventos, festivais e rotas gastronômicas (turismo gastronômico), geraria

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oportunidades de empregos e capacitação para suprir a necessidade de recursos humanos

capaz de atender com excelência no ramo da hospitalidade e a produção de produtos agrícolas

regionais seria aquecido para suprir o ramo alimentício local.

Portanto, a gastronomia necessita de mais atenção nas questões relativas ao

desenvolvimento local sustentável a partir do turismo, pois possui grande potencial de

dinamização econômica, mas quando aliada a um planejamento inconsciente da atividade

turística, poderá sofrer consequências em sua essência e afetar direta ou indiretamente os

indivíduos dos locais receptores e seu patrimônio cultural.

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Recebido em 02/08/2013

Aceito em 18/12/2013


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