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INCLUSAO DO DEFICIENTE NO ENSINO REGULAR - TCC On...

Date post: 12-Feb-2019
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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA INCLUSAO DO DEFICIENTE NO ENSINO REGULAR CURITIBA 2003 I SETORIAl BARIGUl
Transcript

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA

INCLUSAO DO DEFICIENTE NO ENSINO REGULAR

CURITIBA2003

ISETORIAl BARIGUl

FERNANDA CHAGAS LIMA

INCLUSAO DO DEFICIENTE NO ENSINO REGULAR

Trabalho apresentado a Universidade Tuiutido Parana UTP. disciplina deNecessidades Educacionais Especiais, aoCurso de Pedagogia, como requisito aobten9ao do titulo de Pedagoga.

Prof! Orientadora: Sueli Coraiola

CURITIBA2003

~ Y~~~~.:'~~~de~~,~!~!!'?:?do!?~~?,~UIIP

UNIVERSIDADE TlJIUTI DO PARANAFACLILDADE DE ClltNClAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

CliRSO DE PEDAGOGIA

TERMO DEAPROYA~Ao

NOME DO ALUNO: FERNANDA DAS CHAGAS LIMA

TiTULO: A INCLUSAO DO DEFICfENTE NO ENSINO REGULAR

TRABALI-IO DE CONCLUSAO DE CURSO APROVADO COMO REQUISlTO PARCIAL

PARA A OBTEN<;:AO DO GRAU DE LICENCIADO EM PEDAGOG lA, CURSO DE

PEDAGOGIA DA FACULDADE DE CIENCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES, DA

UNIVERSlDADE TUIUTI DO PARANA.

MEMBROS~COM1SSAO AV~IADORA: lQ- C:r .,~ ,-

PROP. SU - hEREzINHA C RAIOLA -ORfEl\<TADORA

'i2 k5/,PROF.'PERCI KLEINMEMBRO DA BANCA

PROF'. MARIA HELENA MORETTO fJn .-I tt;~_f0 #J S>//~MEMBRO DA BANCA .I f" / / '"

DATA: 27/11/2003.

MEDIA: 9,0CURlTlBA- PARANA

2003

c''',rAII ~i. ""· ••.i>; ""_t'rdf'lll MUn"'''''",,;c1 s.or.,n. ~U·Io.I"I.f""".CEP"'~"OI(l.uo· F_, (~1)nl 17001F•.••(41)UI 17CC"""""I.>c;!~:""CiaI ••""im.l!etl;:W-·Ib.IIJ;lI-4(l·~__ ·CE"a::i\5-1M·F ••,,,(n):neg'4~IF,..;(4')_ON!C:L"",•••C~.aI;_~(.tI;u,.~!UI·l,CllO<"_CEP"'O.:tC.r-(411lJI7tOOIF ••.:(~I)lJt78'1'OC_., •.•M_...,.. • .-w ..... ~11t-_~.CEP.l~.F_:(ll)J71""~/~(41)3r3~.C__ ~k_Er«".~ ••~•••.1:n· ••••••·CEP_,~."-:(4'Jm .•a4/F.,.:(.,)l...,4""~ ••••.••IfIrf:~.-~".~_.c-":IoIo.Hl.PllMtinho·C(pnll».:1O ..,..,.'(11JUll"IIFu::IU)Ulll"':;::=.~M~Dfc:.~Fl'a_l$M.Jf."""'IMI"'n.CE,..lOll •..0II0.F_(I')lIU,.:IIF_(4'):-tls.c!A

DEDICAT6RIA

Dedico ao meu pai Luiz Carlos e a minha mae Lindamir.

AGRADECIMENTOS

Agradel'o a minha Orientadora Professora Sueli Coraiola, pelo apoio prestado eaten~o dispensada possibilitando a execuyao de mais urna escalada universitaria.Evoco tambem as meus sinceros agradecimentos aos demais colegas pelo incentivedispensado e a todos as que contribufram junto as dificuldades encontradas para aconclusao deste estudo. Agradeyo imensamente a Deus, aos Professores, emespecial aD Luiz Carlos, meu pai, Lindamir, minha mile e ao Naota, meu namorado,aDs quais sou sinceramente grata par me ajudarem em mais ests empreendimento.

iii

SUMARIO

1 INTRODUc;:Ao

1 CONCEITO DE NECESSIDADES ESPECIAIS... 4

2 MODELOS DE ATENDIMENTO As CRIANC;:AS COM NECESSIDADES

ESPECIAIS: DA INTEGRAc;:Ao A INCLUsAo... 12

3 A DIVERSIFICAc;:Ao CURRICULAR PARA A INCLUsAo... 17

4 OS BENEFiclOS DA INCLUsAo PARA OS OUTROS ALUNOS... 26

5 PLANO DE INTERVENc;:Ao PEDAGOGICA ...

5.1 ANALISE DAS RESPOSTAS DOS PAIS E PROFESSORES ..

6 CONCLUsAo .

REFERENCIAS .

ANEXOS ...

36

39

42

44

RESUMO

Procura~se mostrar no corpo do presente estudo, que a pratica de classificar ecategorizar crianyas baseado no que estas nao podem fazer, somente reforya 0

fracas so e perpetua a vis:3o de que 0 problema esta no individuQ e nao em fataresde metodologias educacionais, curriculos e organizac;ao escolar. Deve-se, portanto,evidenciar nos trabalhos academicos sobre 0 tema em questao que aceitar evalorizar a diversidade de classes sociais, de culturas, de estilos individuais deaprender, de habilidades, de linguas, de religioes, e 0 primeiro passe para a cria9aode uma escola de qualidade para todas. De fato, a presente monografia procuramostrar que educar indivfduos em segregadas salas de educac;ao especial significarnegar -Ihes 0 acesso a formas ricas e estimulante de socializa<;:la e aprendizagemque somente acontecem na sala de aula regular devido a diversidade presente nesteambiente. Assim sendo, no presente trabalho, a pedagogia de inclusao baseia-se emdois importantes argumentos. Primeiramente, inclusao mostrou-se ser benefica paraa educac;ao de todos os alunos independente de suas habilidades ou dificuldades.Alem dissor 0 presente estudo procura mostrar que as adaptac;:Oes curricularessurgem como responsabilidade de todos os professores na sua atividade educativa,pelo que e importante que tomem consciencia e adotem atitudes abertas einovadoras face ao curricula escolarr principal mente quando de trata de inclusao decriancyas com Necessidades Especiais.

1 INTROOuQAo

Esta pesquisa cientifica vern tratar da necessidade de oportunizar aos

educandos com necessidades educacionais especiais 0 direito a educac;.ao com

qualidade no ensina regular, como tambem a garantia de atendimentos especializados.

o abjetivo primordial desta pesquisa e refletir sobre a realidade educacional no

que se refere ao cumprimento efetivo L.O.B 9394/96 quando menciona a forma<;ao e a

capacitay80 profissional do professor que alua com os educandos.

Procura buscar embasamento teoriea de autores que empenharn-se ern suas

leses, visando melhorias na aplica<;80 de recursos publicos destinados a elabora<;;3o de

programas de capacit8t;aO que vanham alender as necessidades dos educandos no

sistema regular de ensina inclusivo.

Muito em bora os direitos de todos as cidadaos tenham side elaborados e

proclamados em congressos e instituigoes internacionais, de fato ainda nao os sao

pastas em pn3tica, evidenciando-se a discrepancia entre uma idealizac;ao e urna efetiva

mudanc;a de cansciencia ou paradigma na saciedade em gera!.

Cansiderando-se a retomada mundial das discuss~es e providencias para

garantir 0 dire ito de todos, sem excec;ao, ao acesso e usufruto dos bens e servigos

social mente disponiveis, a questao da integra~o dos portadores de deficiemcia (PO),

particularmente, tern sido objeto de serios questionamentos.

Os educadores, farniliares e os proprios deficientes ja estao mais organizados

politicamente, denunciando que os direitos reivindicados e garantidos nas letras de lei e

recomendagoes internacionais sao freqOentemente violados.

A Constituil'ao Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educayao

Nacional (lei no. 9.394.196) estabelecem que a educayao e direito de todos, garantindo

atendimento educacional especializado aos portadores de deficiencia.

Nesta perspectiva indusiva da educa98o, e sabendo-se que cerca de 10% da

popula~o brasileira apresente algum tipo de deficiencia, torna-se imprescindivel que as

escolas estejam preparadas para lidar com as diferen98s existenciais.

E preciso capta-Ios para trabalhar a unidade na diversidade. Para tal, faz~se

necessaria que as profissionais da escola sejam capazes de oferecer oportunidades de

ensina que prevejam as necessidadese as interesses de cada aluno, au saja,

individualizando 0 ensina de acordo com sua necessidade especifica.

A Educa~o Inclusiva propoe que todas as pessoas com necessidades

educacionais especiais sejam matriculadas na escela regular, baseando~se no princfpio

da educayao para todos.

Pretende ainda, evidenciar aos profissionais da educayao a importancia da

forrna<,;3o de urna consciencia Cfltica, para 0 exercfcio da cidadania, formando~se a

escola como espa~o inclusivo, na renova~ao de barreiras para aprendizagem dos

alunos, sejam eles deficientes ou nflo, bern como, abordar a importancia da igualdade

de oportunidades educativas a todas as crianc;:as e jovens deficientes.

Salientar que as necessidades educativas especiais correspondam no ambito

das escolas regula res em intervenc;6es adequadas. Evidenciar os problemas referentes

ao curricula nas escolas que trabalham com as crian98s portadoras de deficiencias

especiais.

Ainda existem barreiras na Educayao Regular no que diz respeito a integrayao e

inclusao da Educac;ao Especial dentro do sistema de ensino regular tendo em vista que

os curriculos das escolas em geral nao eslao adaptados para trabalhar com a crian9a

que e porta dora de uma deficiencia.

Os profissionais da educayao terao resistencia em aceitar a inclusao dos

deficientes no ensino regular, por n~o terem formao;aoprofissional para trabalharem

com os alunos especiais.

A equipara9Ao de oportunidades e 0 processo atraves do qual 0 sistema geral da

sociedade, tais como os ambientes fisicos e culturais, a moradia e 0 transports, os

servi9Qs sociais e de saude, as oportunidades educacionais e de trabalho, a vida

cultural e social, incluindo as instala900s esportivas e recreativas, e tornado acessivel.

E, portanto, atraves da equiparao;aode oportunidades que a inclusao eassegurada aos portadores de deficiencia. 0 acesso inclusivo aos beneficios oferecidos

pela sociedade e - cada vez mais - considerado como a pedra de toque do grau de

desenvolvimento de uma cidade ou urn pais.

o presente trabalho foi baseado em pesquisa bibliografica, utilizando,se 0

melodo dedutivo-indutivo, que percorre 0 assunto detalhadamente ate a elabora92o de

uma conclusao critica.

Alem disso, foi efetuada uma pesquisa de campo na Escola Municipal

"Presidente Castelo Branco", onde foram coletados os depoimentos dos professores e

pais de alunos de respective estabelecimento.

CAPITULO I

1 CONCEITO DE NECESSIDADES ESPECIAIS

Atualmente, concebe-se a educa9~ode crian98s e jovens com sua plena

integrac;.ao e participaC;:8o na sociedade como urn direito adquirido, sendo de

responsabilidade do Estado e da Sociedade ern geral criar e garantir condic;:6es

facilitadoras para que esse direito se cumpra na sua total integridade (UNESCO, 1994).

No entanto, ao longo da hist6ria da Humanidade nao S8 t8m equacionado da

mesma forma a problematica da deficiemcia. Segundo a proposta dos peritos da oeDE(1984) podemos considerar tres fases ao nivel da organiza~o dos recursos para

crianc;as e jovens com deficil!ncia em Portugal, que passamos a descrever.

A primeira cobre a segunda metade do sec. XIX, quando as primeiras instituic;6es

para cegos e surdos - asilos - foram criadas, geralmente de iniciativa privada, com

fundos pr6prios e com muito pouco financiamento por parte do Estado. Tinham um

carater segregador e assistencial, com 0 objetivo claro de proporcionar 0 isolamento

dos seus utentes em rela~o a sociedade em geral.

A segunda encontra-se ja no SEkulo XX, nos anos sessenta, e caracteriza-se por

uma forte intervenc;ao de natureza publica, liderada pelo Estado, atraves do Ministerio

dos Assuntos Sociais. Este periodo caracterizou-se pela criat;ao de Centros de

Educa~o Especial; da-se uma grande explosao na cria~o de estruturas de ensino

especial par tipo de deficiemcia, como forma altemativa de ensino para aqueles que nao

aprendiam nas escolas regulares. A Educac;ao Especial e entao vista como urn sistema

paralelo a Educa~o regular! normal.

A terceira fase, com inicio nos anos 70, foi predominantemente liderada pelo

Ministerio da Educay:.o, criando as Divis6es de Ensino Especial do Ensino Basico e

Secundario, abrindo, assim, caminho para a Integra~o Escolar, chamando a 51 a

responsabilidade de garantirem, tambem as crianc;as com deficiencia, um processo

educativo adaptado as suas necessidades individuais, vinculando 0 principio de que

todos devem reeeber uma educa<;Aa no "meio menos restritivo passivel" a fim de Ihes

garantir 0 maximo de narmalizac;ao.

Para percorrer tal caminhada foram fundamentais tres aspectos, cuja conjuga9ilo

permitiu que se assumissa 0 principia da educabilidade de todas as crian<;as; sao eles:

a passagem de uma escola meramente instrutiva a uma escola com uma func;aa

educativa, direcionada as massas e nao s6 para elites; a valor1za<;8o da infancia como

espa90 fundamental do desenvolvimento; a enquadramento palos movimentas sociais,

politicos e educativos defensores dos valores democratices da justi<;a e da igualdade.

Como marcos decisivos, neste movimento de idBias e na integrayao da

Educa9ilo Especial no sistema geral de ensino, 0 Brasil, tal como outros paises, e

influenciada pela surgimenta em 1975 nos EUA da legisla.,aa Public Law 94-142 e, em

1978, do Warnock Report, no Reina Unida.

A Public Law 94-142 chama a aten~aa para a necessidade de um plano

individualizado de ensino para todas as crian<;as deficientes, que pressup6e 0 direito de

todos a escolaridade, considerando que existe igualdade de oportunidades de acesso aeduca9ila, com utiliza<;8o diferenciada de recursos para atingir os mesmas fins

educacionais. As crianvas deficientes terao direito a mais recursos em pesseal, tempo e

dinheiro que as crian<;8s normais, uma vez que elas necessitam dessa ajuda adicional

para poderem atingir resultados do mesmo tipo. Defende que as crianc;as vivam com as

suas familias e que sejam membros ativos da sociedade.

o WARNOCK REPORT (1978) representa 0 interesse de varios grupos de

deficientes, de diferentes classes profissionais e pais e propoe a expanseo da

Educa9~oEspecial. 0 relatorio indica que uma em cada cinco crianc;as necessita na

sua escolaridade de alguma forma de Educa~o Especial, nao sendo todas deficientes,

portanto propoe a abolic;ao das categorias de deficientes, substituindo-as pelo conceito

de "Necessidades Educativas Espedais".

Estas duas referencias, atn3.s descritas, ocasionaram aqui no Brasil uma reflexao

e algumas iniciativas no sentido de tazer com que se cornece a pensar na criar;ao de

estruturas que promovam a igualdade de oportunidades educacionais para todas as

crianc;as com Necessidades Especiais, sendo, hoje em dia, 0 acesso a educac;ao urn

direito fundamental.

De acordo com a literatura, a designac;aode Necessidade Especial ganhou forc;a

ao ser utilizada no conhecido Relat6rio Warnock, em Maio de 1978. 0 conceito surge

como urn "continuo" Mvisto "nao em termos de uma dificuldade particular da crianc;.a,

mas em relayao a tudo sobre ela, capacidades e incapacidades, todos os fatos

importantes no progresso educativo." (WARNOCK REPORT, 1978, p.37).

Um aluno com necessidades especiais e aquele que apresenta algum problema

de aprendizagem no decorrer da sua escolariza'Yllo, 0 que vai exigir uma atenc;ao

especffica e maiores recursos educativos do que os utilizados com os companheiros da

mesma idade.

A importancia passa a ser colocada na aprendizagem, ou seja, nos problemas de

aprendizagem enos recursos educativos, sem negar que os alunos possam ter

perturbac;oes especfficas vinculadas ao seu desenvolvimento. Sao identificadas as

formas de Necessidades Educativas Especiais que dizem respeito a : a) " necessidade

de diferentes formas de aces so ao curriculo atraves de equipamento especial,

facilidades ou recursos, modificayao do meio au tecnicas especiais de ensino"; b) "

necessidade de urn curricula especial au modificado"; c) "particular ateng.ao a estrutura

social e ao clima emocional em que a educa<;iio decorre" (WARNOCK REPORT, 1978,

pA)

Estes tras tipos de necessidades especiais nao correspondem a agrupamentos

de alunos, mas sim aos meios e estrategias de apoio a educar.;:ao para que se possam

vencer as dificuldades escolares de sse conjunto t~o vasto de alunos.

Pode-se assim dizer que 0 conceito de necessidades especiais na~ esta ligado

as patologias, mas sim as diferentes necessidades de atendimento e interveny:lo

educativa. n~o 56 em termos escolares mas em rela~o a todos que de alguma forma

participam na educayao da crian<;a.

o conceito de necessidades especiais e retomado na Deciaray80 de Salamanca,

e redefinido como abrangente de todas " as crian<;as e jovens cujas carencias se

relacionam com deficiencias ou dificuldades escolares e, consequentemente, tern

necessidades educativas especiais em determinado momenta da sua escolaridade",

incluindo nesta definiyao as "crianryas com deficiencia ou superdotadas, crian<;as da rua

ou crianyas que trabalham, crianryas de popula93es remotas ou nomades, criany8s de

minorias linguisticas, etnicas ou culturais e crianr;.as de areas au grupos desfavarecidos

ou marginais" (DECLARA<;Ao DE SALAMANCA, 1994, p, 6),

o conceito de comunidade educativa surge como fundamental, nao 56 pelo

significado que 0 problema especffico que a crianr;.a tern adquire nesse contexto, mas

pelos meios que ela pode disponibilizar para que a educac;ao da crian~ atinja as metas

desejadas. A escola tera de ser urn polo dinamizador da resposta para cada crianyal

jovem, responsabilizando-se pala educa~o de todos os seus alunos,

independentemente dos problemas de aprendizagem que cada um deles possa

apresentaL Mas, esta responsabilizaylio, segundo Correia (1997), exige da escola e do

sistema modifica,Oes no

encontrar resposta para urn dos diraitos fundamentais de toda a crianya - 0 direito a

uma educayao igual e de qualidade que tenha em conta as suas necessidades.

Na Europa a designa<;ao de Neoessidade Especial s6 e adotada em 1986 com a

Lei n °46/86 de 14 de Outubro, que vern regulamentar a Educa~o Especial e a

reforma que esta inicia vern representar urna viragem na legislayao e no atendimento as

crianyas com problemas escolares, ernbora S8 possa considerar que esta e ainda vaga

em rela<;ao a Educa<;ao Especial. Indicando apenas que e uma modalidade especifica a

reger-se por "disposir;oes especiais", a fun9~o desta lei e iniciar urn movimento de

reforma educativa e nao implementar , para tal e necessario legislayao complementar.

Na Lei Brasileira encontram-se alguns artigos dedicados a Educac;ao especial

que e enquadrada nas Modalidades Especiais de Educa9ao Escolar. A Constitui9aO

Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educa<;ao Nacional (lei no. 9.394.196)

estabelecem que a educac;ao e direito de todos, garantindo atendimento educacional

especiaJizado aos portadores de deficiencia. A Educar;ao Especial eo encarada na

legislac;:.aocom 0 objetivo de permitir a "recuperat;ao s6cio- educativa dos individuos

com necessidades educativas especificas devido a deficii!ncias fisicas e menta is".

Ainda, a escolaridade basica para crianyas e jovens deficientes "deve ter curriculos e

programas adaptados as caracteristicas de cada tipo e grau de deficiencia, assim como

formas de avalia980 adequadas as dificuldades especificas"

o Decreto Lei do Ministerio da Educa920 vern estabelecer a responsabiliz89c30

da escola regular face a educaya.o das crian98s com Necessidades Especiais, garantir

o seu acesso a escolaridade obrigatoria e a sua gratuitidade, definir as condi¢es de

exclusao de uma crian98 do sistema regular e as medidas adequadas ao tipo de

dificuldade. Substitui a c1assificayao base ada em decisoes do foro medico pelo conceito

de alunos corn necessidades educativas especiais. baseada em criter;os pedag6gicos

(MINISTERIO DA EDUCAC;;Ao, 1991).

A Educac;:ao Integrada e a ideia de "uma escola para todos "sao pressupostos

para a reorganizac;:ao da Educayao Especial apresentada na Lei que define que esta

aplica-se aos alunos com necessidades educativas especiais que freqOentam os

estabelecimentos publicos de ensino dos niveis basico e secundario,

Desta maneira, 0 regime educativo especial, que consiste na adaptayao das

condi¢es em que se processa 0 ensinol aprendizagem dos alunos com necessidades

educativas especiais.

o ensino especial como 0 conjunto de procedimentos pedagogicos que permitam

o reforc;o da autonomia individual do aluno com necessidades educativas especiais

devido a deficiencias fisicas e mentais e 0 desenvolvimento pleno do seu projeto

educativ~ proprio, pod en do seguir os seguintes tipos de curriculos'

Curriculos escolares proprios que "t~m como padrao os currfculos do

regime educative comum, devendo ser adaptades ao grau e tipo de

deficiemcia";

Curriculos alternativos que "substituem os curriculos do regime educativo

comum e destinam-se a proporcionar a aprendizagem de conceitos

especificos".

A Lei define ainda que os alunos que apresentam necessidades especiais

complexas devem ser objeto de urn Plano Educativa Individual e aqueles a quem fai

recomendada a medida "ensino especial", devem ter urn Programa Educativo, cujas

componentes de cada urn sao delineadas respectivamente no referido dispositivo legal.

ESfes dois documentos devem ser elaborados com 0 objetivo de caracterizar a

aluno, bern como planificar a intervenc;:ao; devern, em principia, respeitar as aspirac;:oes

dos pais, adequando-se as situac;:oes especificas de cada aluno.

10

Oulro aspecto importante a ter em conta e 0 fata de aD decorrer a medida

"ensina especial", esla S8 desenvolva nas condigoes e meio menDS restritivo passivel

promovendo a participa~o do aluno no maior numero de atividades da escola".

Surge, a partir de 1997, varios documentos legais que vem determinar a forma

como S8 devem processar as apoios educativos em rela980 as crianC;:8s com

necessidades especiais, colocando as professores nas escolas com 0 objetivo de:

centrar nas escolas as inteIVen90es diversificadas necessarias para 0 sucesso educativQ delodas as crian~s e jovens ; assegurar de modo articulado e f1exivel, os apoios indispensaveis aDdesenvotvimento de urna escola de qualidade para lodos; perspectivar uma soluc;aosimultaneamente adequada as condi1/oes e possibilidades atuais, mas orientada tambem parauma evoluyao gradual para novas e mais amplas respostas. (DespaCho Normativo N° 105/97 de30 de Maio de 1997).

Atraves destes princfpios, 0 Ministerio da Educa98.0 pretendeu introduzir uma

mudan9a significativa na situac;ao atualmente existente no ambito dos apoios a crian.yas

com necessidades educativas especiais" e "criar as condi90es que facilitem

diversifica98.0 das praticas pedag6gicas e urna eficaz gestao dos recursos

especializados disponfveis, visando a melhoria da intervenc;ao educativ8.

Entende-se ainda que na situac;ao atual a prestac;ao dos apoios educativos visa,

no quadro do desenvolvimento dos projetos educativos das escolas, designadamente:

a) Contribuir para a igualdade de oportunidades de sucesso educativo para

todas as crian9as e jovens, promovendo a existencia de respostas

diversificadas adequadas as suas necessidades especificas e ao seu

desenvolvimento global;

b) Promover a existencia de condi90es nas escolas para a integra9ao s6cio-

educativa das crian9as e jovens com necessidades educativas especiais;

c) Colaborar na promo9c3o da qualidade educativa, nomeadamente nos

dominios relativos a orienta98.0 educativa, a interculturalidade, a saude

escolar e a melhoria do ambiente educativo;

11

d) Articular as respostas a necessidades educativas com as recursos

existentes noutras estruturas e serviyos, nomeadamente na area da saude,

da seguranc;a social, da qualificac;iio profissional e do emprego, das

autarquias e de entidades particulares e naG governamentais

(RODRIGUES, 1995).

Fa! assim dado urn grande salta a escolaridade dos alunos com necessidades

especiais, par meio destas ultimas medidas. 0 Ministerio da Educac;:ao assume,

finalmente, todos os encargos com a educa9~oespecial, que passa a estar integrada

na escola regular. A eseDla dave ser acessivel e ter recursos educativos para as seus

diferentes alunos. Este processo nao e faeil, as altera¢es produzidas implicam

reformas profundas nos papeis e nas praticas dos intervenientes - pais, professores,

alunos e comunidade em geraL

Esta evoluc;ao legislativa esta, no nosso entender, muito aquem da adequayao

dos recursos nas escolas, constatando-se, assim, que os recursos materia is e tecnicos

sao escaSSDS, grande parte dos professores nao possui formac;ao adequada e quase

naD existem equipas multidisciplinares, com tecnicos especialistas em areas

importantes, como por exemplo, psic6logos e tecnicos de serviyo social (SIMON, 1991).

No entanto, nao se pode deixar de reconhecer, que todas estas medidas

legislativas sao urn avan90 importante para a rnodifica98o do sistema, mas tern

obrigatoriamente de ser acornpanhadas pela organiza~o de estruturas de apoio as

escolas,

12

CAPITULO II

2 MODELOS DE ATENDIMENTO As CRIANCAS COM NECESSIDADES

ESPECIAIS: DA INTEGRACAO A INCLUSAO

De acordo com COSTA (1996), pode-se considerar que 0 problema educativo das

crianyas com Necessidades Especiais tern vindo a utilizar uma grande variedade de

modelos de atendimento, desde as formas mais segregadoras para as casas de

patologias graves e debilidade profunda ate formas de integra9Bo parcial ou lotal com 0

professor de apoio dentro das classes regulares do ensina oficial.

CARVALHO (1994) cita que 0 atendimento as crian9"s com Necessidades

Especiais fazia-se na perspectiva de urn modele cHnico an de 0 problema das crian93s

nao era vista do ponto de vista educacional, mas sim como uma quest~omedica.

Este modele cJinico previa a realizayao de urn diagnostico que impJicava a

rotulaya.o, cuja funyBo era distinguir as crian93s capazes das incapazes de obter urn

rendimento escolar aceitavel. Efetuava-S8, assim, a encaminhamento destas ultimas

crian93s para estabelecimentos de Ensino Especial.

A mudan9" para 0 modelo que se perspectiva atualmente - pedag6gicol

educacionalldesenvolvimental - tem sido um processo lento, progressivo e ainda

incompleto.

Segundo BOGDAN (1994), este modelo assenta no reconhecimento do direito da

educabilidade de tados, independentemente das caracterfsticas especfficas de cada

um. A interven980 assenta sempre na integrac;ao e orientada para as possibilidades da

crianga.

o conceito de integrayao tem sido discutido sabre diversos prismas - politicos e

13

sociais - na maiaria dos parses ocidentais.

Embora sejam varias as definic;oes de integra~o apresentadas pelos

especialistas, coloca-se enfase apenas sobre aquelas que parecem mais pertinentes ao

conteudo do presente trabalho.

Tal como ja citado anteriormente, na Europa, 0 termo integrac;~o aparece

regulamentado nos anos 70, como correspondente ao termo ingles mainstreaming

lan<;:ado por Mc Millan e Backer em 1977, que segundo Bairrao RUIVO (1983) pode ser

traduzido par "via comum", com 0 fim de dar as crianyas com a possibilidade de

aproveitarem aD maximo a integra~o nas estruturas regulares de ensina.

Num outro trabalho (OCDE. 1979), ainda referenciado por Bairrao RUIVO (1983).

e definido 0 prindpia de que todas as crianc;as pod em acompanhar, S8 nao todo, pelo

menDS parte do programa do ensina regular. havendo contudo a necessidade de

estreita ligacao entre ensino regular e ensino especial para S9 efetivar a integrayao.

Em 1977, Psanella e Volknor (apud RUIVO, 1981), defendem que se esta

perante casas de integra~o quando as crianyas deficientes pedem ser incluidas em

classes regulares e beneficiar de Ensine Especial. assim como participar nos

program as regulares ainda que as processos possam ser alargadas para permitir essa

participayaa, au ent~o, quando as crianc;as deficientes forem ensinadas per professores

de ensino regular na classe a que pertencem, abandonando-a apenas para 0 ensino de

materias academicas 9ssenciais em pequeno grupo au apoio individual.

Para RUIVO (1981. p.15) a integra9ao escolar concretiza-se numa "amalgama ou

misto de educayao regular e educayao especial, constituindo um sistema que oferece

um espectre de servic;:ospara todas as crianc;as de acordo com as suas necessidades".

Na realidade surge como "0 processo mediante 0 qual uma crianc;a e acolhida na

escola regular" (BARNUECO, 1991, p.14).

14

A integra9ao escolar nao pode, assim, ser definida como uma entidade precisa,

islo 13, nao define propria mente urn modelo especifico que possa dar resposta as

necessidades de cada aluno.

A integrag80 escolar sera uma das etapas de transj~o para a integraty80 social,

uma vez que pressupoe a interay80 entre a crianya deficiente e a comunidade. No

entanto para que esta interaC;80 seja passivel e necessario criar determinadas

condi90es: nas estruturas organizacionais, ja que cabe a escola organizar a melhor

resposta educativa; nas atitU?8S da comunidade, em geral; nas organiz890es

curricula res, no sentido da responsabiliz89ao da escola e dos professores, tentando

assim evitar que a educac;ao especial S8 torne urn processo de exclusao.

No entanto RONCtN (1989, p.17) afirma que existe uma ambiguidade implicita

entre "0 desejo de integrar 0 diferente e a nOC;ao de"; ou seja, a noc;ao de integrac;ao

implica que ha alga de fora que se esta a "chamar" para dentro, isla e, a priori se esta

perante uma situaC;ao de separac;ao. Quando se fala em, tem-se a ideia de que

qualquer sujeito em qualquer momenta da sua vida escolar pode precisar de algum

apoio; isto revela que se esta perante algo que e contfnuo, nao ha separac;oes.

Na Conferencia Mundial sobre Educa<;ao para Todos (1990) produziu-se uma

declara980 que se propoe estabelecer programas de resposta as necessidades

educativas fundamentais garantindo uma educac;ao basica para todos os cidadaos. Em

1994 na Conferencia Mundial sabre Necessidades Educativas Especiais, em

Salamanca, assina-se nova declarac;ao de principios onde se preve que as crianc;as e

jovens com Necessidades Educativas Especiais devem ter acesso as escolas regulares

que a elas se devem adequar, atrav9s de uma pedagogia centrada na crianc;a, capaz

de ir ao encontro destas necessidades; as escolas regulares, seguindo esta orientac;ao

inclusiva, constituem os meios mais capazes para com bater as atitudes

discriminatorias, criando comunidades abertas e solidarias, construindo uma sociedade

inclusiva e atingindo a educa<;ao para todos [... ] (DECLARA<;AO DE SALAMANCA,

15

1994, p.5).

Aparece, assim, a no,ao de escolas indusivas (UNESCO, Declara,ao de

Salamanca, 1994) que estabelece as norfTlas sabre a igualdade de oportunidades para

pessoas com defici~ncia e a dire ito de todas as crianc;.as a educac;ao, ja proclamada na

Deciarayao Universal dos Oireitos do Homem e reafirmada na Declara~o de Educayao

para Todos, tendo como princfpio que mais do que integrar no ensina regular crianr;as

que dele estariam exciufdas, trata-se da escola incluir desde 0 inicia todas as crian~s

em idade escolar, quaisquer que sejam as suas caracteristicas fisicas, sociais,

linguisticas au outras, e de ai as manter evitando exclui-Ias e procurando criar

oportunidades de aprendizagem bem sucedidas para tadas, grac;as a diferenciayao de

estrategias que Impuser (BAUTISTA, 1997, p. 123)

Como principia fundamental da inclusao, a Oeclarag:'lo de Salamanca, ainda

refere que todos as alunos devem aprender juntos, sempre que passive!.

independentemente das dificuldades e das diferengas que apresentam. Estas escolas

devem reconhecer e satisfazer as necessidades diversas dos seus alunos, adapt and 0-

se aos varios estilos e ritmos de aprendizagem, de modo a garantir um bom nivel de

educagao para todos atral/es de curriculos adequados. de uma boa organizayao

escolar, de estrategias pedag6gicas, de utilizag80 de recursos e de uma cooperagao

com as respectivas comunidades ... (1994, p. 12)

Oeixa-se deste modo a perspectiva centrada nas incapacidades au dificuldades

da crianga para incidir no curricula, isto a, a professor fara progredir no curriculo a

crianga utilizando metodos de en sino e estrategias de aprendizagem apropriados, de

modo a garantir a sucesso dos alunos numa escola para todos.

Assim, a inclusao far-se-a pela diferenciagc30 pedagogica, ou seja, nao se trata

unicamente de saber qual €I 0 deficit da crianya, au a problema da sua relayao familiar,

au do seu percursa educativ~, mas sim saber 0 que faz a professor, 0 que faz a classe,

16

a que faz a ascola para promover 0 sucesso deslas crianyas.

Segundo BENARD (1996), a "perspectiva centrada na crian~a" ligada aintegrar;ao nao chegou a sar implementada de forma satisfatoria entre nos par via de

muitas condi¢es adversas, como a ausencia de recursos materiais, humanos, ajudas

tecnicas, financeiros, etc., pelo que podemos compreender que "a perspectiva centrada

no curricula" ligada a no.yao de inclusao esteja ainda longe de sa implementar no nosso

pais.

No entanto, nao S8 pode esquecer que 0 conc:eito de inclusao esla integrado

num conceito mais amp 1o,0 de sociedade inclusiva, ande todo a cidadao, e cidadao de

pleno direito nao pela sua igualdade, mas pel a aceita~o da sua diferen~

(DECLARACAO DE SALAMANCA, 1994).

Entende-se que inciusao e participa~ sao essenciais a dignidade e ao pleno

exercicio dos direitos humanos.

Na area da educa~ao as conce~6es, atras referidas, refletem-se no

desenvolvimento de estrategias de ayaa que visem a efetiva980 da igualdade de

oportunidades; no entanto, 0 princfpio da inclusao nao deve ser tido como um principio

inflexivel, mas deve permitir um conjunto de opt;Oes a considerar para cada um dos

casos que se nos apresentem, salvaguardando as seus direitos e respeitando as

caracterfsticas individuais e necessidades especifrcas de cada um.

17

CAPITULO III

3 A DIVERSIFICA<;AO CURRICULAR PARA A INCLUSAO

A escola lem,se modificado ao longo dos lempos. No seculo XIX, observa-se a

expansao escolar, para a qual contribuiram as movimentos em pro] da democracia e

justi<;a social, que implicam a igualdade de acesso a escolariza<;ao por parte de todos -

escola de massas. (ALVES, 1992)

Esta escola de massas significa a entrada de todas as crianyas na escola basica,

com variadas educac;6es informais, diferenciadas aptidoes, motiv8C;Oes, interesses,

diferentes necessidades e projetos de vida, trazendo a escola uma diversidade cultural

que torna completamente inadequado 0 "curricula pronto a vestir de tamanho unico"(FORMOSINHO, 1987, p. 48), tornando-se necessaria que a escola pense em formular

objetivos, selecionar conteudos e metodos que mether sirvam a diversidade de alunos

que acolhe.

A escola ao formular objetivQs, selecionar conteudos e metodos obriga·se

necessaria mente a diferentes tamadas de decis6es - decis6es sabre as objetlvos,

conteudos programaticos, avalia~o - passando tambem ela a conceber a seu proprio

curricula e a nao ser apenas uma mera executante. E neste pressuposto de autonomia

que S8 comec;a a falar de Projeto Educativo de Escola e da sua expressao aJrricular,

que vem trazer um modelo descentralizado de administrayao, uma escola autonoma

que permita adaptar ° ensino a diversidade dos seus alunos, tendo a professor como

um profissional que se tem de assumir como formulador do curricula e nao apenas

como didata das disciplinas.

o fato, hoje incontestavel, de que cada aluno apresenta necessidades

educativas tao particulares quanta a e a sua historia de intera~o com a meio, pastula

um ensine nao uniforme, entrando em crise a ideia de grupo hemogeneo, sendo

18

imprescindfvel a diversificayao e flexibiliza~o do ensina que passa fundamental mente

pela incidencia no curricula ao nival de diferentes adaptar;6es - escola, turma,

individuais - necessarias a incJusao de crian<;:as com necessidades educativas

especiais, criando escolas capazes de dar resposta as necessidades de todes as

alunos.

Segundo RODRIGUES (1995) cabe a escola regular organizar a res pasta

educativa em obediencia a dois principios aparentemente contradit6rios: par urn lade,

possibilitar aos alunos com igual ou identico acesso ao curricula que as seus

companheiros, e, par Qutro, proporcionar-Ihes urn apoio apropriado as suas

necessidades especfficas.

o mesmo autor aponta alguns principias diretamente relacionados com as

atitudes rna is adequadas a uma plena integra~o e com 0 desenvolvimento que 0

professor devera realizar no curriculo, com 0 intuito de ir ao encontro de uma ampla

gama de necessidades educativas; sao eles:

a) Principia da respansabiliza9M da escala. Cabe a esccla regular criar as

condir;6es e proporcionar os meios e auxilios adequados, para que cada

crianva nela inscrita possa atingir os objetivos a que 0 Sistema Educativo

se prap6e;

b) Atitude dos professores face ao curriculo. E 0 professor que devera

introduzir todas as alterac;oes necessarias para a realiza~o dos objetivos

visados nos planas ou orientay6es curriculares do Ministerio da Educa9~o

de modo a adequa-Ios as caracteristicas e as necessidades educativas

dos alunos. Devera, pois, cada escola elaborar 0 seu Projeto Educativo, 0

qual devera ter como meta a melhor resposta possivel a ampla variedade

de necessidades educativas dos seus alunos, no contexto real da escola e

da comunidade;

c) Modificac;oes curriculares. Para alem das adaptayOes curriculares que a

19

correta adequac;:ao do curricula ao contexto educativo necessariamente

exige, Qutras modificayaes mais profundas devem ser encaradas sempre

que a escola integre criancas com Necessidades Especiais. Ha que

proceder a introduyao de modific890es curricula res exigidas pelas

necessidades individuais de cada atuno.

SAYER (1987), cansidera que a articulayaa de tada a curricula requer urn plano

de ac;ao de toda a escola. E a escola que tara de encontrar as melhores solu¢es para

cada urn dos alunos atraves de uma maior individualiza9lio. uma maior flexibilidade na

organlzayao das respostas, um8 melhor rentabilizayao dos recursos e uma

concentrayaa de esfar<;os por parte dos protessores na planificagaa e avaliagaa da

aprendizagem.

Serao as caracterfsticas pessoais e potenciais de cada atuno, assim como as

suas limitac;oes, que devern definir as op95es currieulares a tomar, entao a escola tern

de ser uma instituiyao que prepare a mudanya, dando respostas, as necessidades de

todos os alunos, com qualidade. Equaciona-se 0 papel atual da aseola como instituiyao

mediadora do desenvolvimento e aprendizagem de todos os alunos, enfatizando-se a

importancia da fiexibilidade curricular/adaptac;oos eurriculares na educac;ao de alunos

com Necessidades Especiais.

d) Adapta<;:Oes Curricula res. Canfarme TAVARES (1996), a curricula tem-se

transform ado no referente basico da educac;ao especial e da educayao em

geral, enquanta projeto de promoyao de aprendizagens participado pelos

seus gestores e agentes - os professores - que a eseola, como instituic;ao,

poe ao servic;o dos alunos com 0 fim de poteneializar 0 seu

desenvolvimento integral.

No entanta, e segundo CORREIA (1997, p. 15), "0 atendimento das alunos com

no ambiente da escola regular 56 pode ser levado a born termo desde que sejam

20

introduzidas no sistema as mOdificar;aes apropriadas."

Estas modificac;oes apropriadas devem constituir urn conjunto de recursos e

medidas que 0 sistema pOe a disposi~o para urna res posta adequada as necessidades

educativ8S de todos os alunos

A este conjunto de recurses e medidas podemos chamar as adapta.yOes

curriculares que, segundo LANDIVAR (1993, p. 53), "S80 as modifica90es que sao

necessarias realizar nos diferentes elementos do curricula basico para 0 adequar as

diferentes situac;6es, grupos e pessoas para as quais S8 aplica"

As adapla9c5es curriculares, segundo LANDIVAR (1993), sao intrinsecas aD novo

conceito de curricula, pais este deve ja contar com as adapta90es necessarias para

Btender a diversidade das escolas, das turmas e dos alunos.

No Brasil, a conceito de adaptac;oos curriculares e algo de novo que 56 recentemente

foi trazido para a escola

As adapta90es curriculares constituirao a constru~o das vias de acesso ao

curricula, apontadas par Vygotsky como um meio de construyao de caminhos

alternativos que permitirao ao aluno aceder aos conhecimentos escolares.

As adapta90es curriculares devem ter em conta as diferen9as existentes entre

escolas, turmas e alunos e sao da responsabilidade da escola, enquanto unidade

organizadora e das vckias equipes de professores.

Assim, as adapta90es curriculares vao surgir da constata<,;Bo e refiexao da

realidade da pr6pria escola e deverao assentar numa planifica9iio de a90es adequadas,

com 0 objetivo de melhorar os resullados educalivos de todos os alunos. (ESTRELA,

1994)

21

Elas vao ser, par urn lado, 0 instrumento necessaria para adequar de urn modo

eficaz e coerente a currIcula formal as neCBssidades e particularidades de cada escola

e, par outro, a base para a estrutura~o e organizayao dos objetivoslconteudos e

orienta<;Oes didaticas dos diferentes aspectos curriculares, essencialmente para as

alunos que apresentam

o currfcula perde 0 seu can~ter quase sagrada de cultura imutavel e definido apriori, que deve ser preservado e transmitido de modo fiel e igual a si mesmo,

permitindo, agora, sempre que urn aluno apresente, adotar medidas capazes de tamar

o curricula acessivel a todos.

Segundo LANDIVAR (1993). podem-se distinguir dais tipos de adapta~Oes

curriculares: as adaptac;Oes dos elementos de acesso ao curricula e as adaptat;Oes dos

elementos basicos do curricula. As primeiras englobam as adaptayees nos elementos

pessoais, materiais e organizativos, que faeilitem aos alunos com aeeder mais

facilmente ao curricula geral. As segundas referem-se as modificac;:6es que sao

necessarias introduzir ao nivel dos objetivos, conteudos, metodologias, atividades au

avaliac;ao, de modo a facilitarem a permaneneia das crianc;as com na eseola.

Quer as adaptac;6es de aces so ao curriculo, quer as adaptac;:Oes dos elementos

basicos do curriculo pod em ser "nao significativas" ou "significativas".

De entre os fatores determinantes das adaptay6es curriculares a aplicar

distinguem-se as caracteristicas do aluno, da propria escola, do seu projeto educativo e

os reeursos humanos existentes.

E a natureza de cada um destes fatores que vai determinar 0 grau de

especificidade das adaptac;:c3es curriculares traduzindo-as em "nao significativas" ou

"significativas"

22

As adapta90es "n~o significativas" s~o menes especificas, correspondendo

apenas a ligeiras altera<;6es na orienta<;lio do professor quando pOe em a<;lio a

planifica<;ao habitual. Tal orienta<;lio visa a preven<;lio elou recupera<;lio de pequenas

dificuJdades de aprendizagem de alguns alunos, sendo as objetivos gerais para tada a

turma.

Assim, S8 existe, por exemplo, urn aluno com dificuJdade de integrayao social

del/em priorizar-se atividades que promovam 0 seu desenvolvimento social n~o

deixando de ser esse urn dos objetivos de toda a turma. 0 que e preciso e saber

enquadrar a dificuJdade especffica desse aluno no contexte geral de

ensino/aprendizagem.

Normalmente, uma adaptat;ao curricular "nao significativa" afeta especificamente

a metodologia, embora possa afetar a avaliayAo e a prioriz8<;80 de objetivos e criterios,

bem como a sua sequencializay.ao.

As adapta¢es curriculares "significativas", ao contrario, sao alvo de

modificac;6es maiores que podem consistir na elimina<;ao de conteudos essen cia is a/ou

objetivos gerais, bem como na elaborayao dos instrumentos de avaliayao e modificac;ao

de criterios.

Estes procedimentos tem lugar apenas quando absolutamente necessarios, OU

seja, quando a analise rigorosa do aluno assim 0 exija.

As adapta90es curriculares se forem dirigidas a toda a turma, sao menos significativas;

58 forem dirigidas a crianya com especificamente, sao adaptay6es mais significativas.

Estes do is tipos de adaptayoos curriculares n~o se excluem mutuamente, antes

fazem parte de um mesmo processo: 0 da individualizac;ao do curriculo perante as, ista

e, ao respandermos as necessidades concretas de um aluna, come<;aremos por

adapta96es pouco significativas, sempre que possivel, progredindo para as mais

23

srgnificativas S8 as anteriores naG fcrem suficientes.

Assim, 0 curricula para as alunos devera camper-S8 de adaptayOes "n~o

signiftcativas" do curricula dirigido a todo 0 grupo e de adapta<;6es "mais significativas"

S8 0 tipo de assim 0 exigir.

As adaptacyoes curriculares de aula implicam a adaptac;ao da resposta educativa

para turmas ou grupos concretos, permitindo urn nivel de adaptary80 maior das

caracteristicas do conjunto dos alunos, urna vez que partem do conhecimento concreto

desses alunos, decorrente da pratica educativa e da relayao de cada professor com os

seus alunos.

o conjunto das adaptac;oes curriculares de aula tern como principal beneficio a

promoyao do desenvolvimento da crianr;:a, atraves de urn processo de

ensino/aprendizagem que favoreya 0 seu desenvolvimento, isto e, que vai alem das

realiza90es que a crianya faz na atualidade e potencialize aquelas que pode vir a fazer.

Adequar as respostas educativas as crianyas com Necessidades Especiais

constitui, sem duvida, um elemento preponderante, pelo que se pode considerar

importante uma variedade de processos pedag6gicos que assentem no

desenvolvimento global da crianya, nos seus interesses reais, nas suas experiencias,

nas relary6es com as outras crianc;as, assim como numa rela980 afetiva favoravel que

ajude a sua auto-valorizayao.

Atender as diferenc;as individuais no contexto de sal a de aula implica uma

flexibiliza980 da gestao dos recursos e do curriculo de forma a proporcionar 0

desenvolvimento maximizado a todos, de acordo com as necessidades individuais de

cada urn.

Assim, as adapta96es curriculares de aula podem-se traduzir como urn conjunto

24

de medidas facilitadoras de acesso ao curricula basico que 0 v~o adequar as diferentes

situa¢es, grupos au pessoas, com 0 objetivD de melhorar a qualidade das atividades

educativas e dos resultados.

Par Dutro lado, as adaptac;oes curriculares individualizadas nao podem ser

assumidas como uma resposta automatica perante a determina~o de uma

Necessidade Especial; deve-se real<;ar 0 fato de este tipo de adaptalOO'" dizerem

respeito concretamente a urn aluno e devem ser adotadas 56 quando esgotados todos

os recursos, segundo BAUTISTA (1997, p.69)

o processo de avaliat;:ao inicial deve t8r em conta, com 0 maior grau de

pormenores passivel, quais sao as condicionantes do atual nivel de aprendizagem e

desenvolvimento assinalado no ponto anterior, especificando 0 tipo de ajuda

pedagogica mais adequada, como por exemplo em que tipo de grupo trabalha melhor,

que tipo de materiais didaticos sereo mais uteis, que caracteristicas cognitivas

manifesta, que tipo de instrU!;:Oes Ihe facilitam a compreensao da atividade a

desenvolver.

Em suma, trata-se de explicitar as principais condicionantes da sua forma e estilo

proprio de aprendizagem, considerando a realiza"ao de adapta¢es 0 menos

significativas possivel, ou seja, tentar sempre as que se aproximem dos objetivos e

conteudos norma is.

A proposta curricular deve partir da planificat;ao curricular normal da escola,

introduzindo-Ihe as modifica96es necessarias nos elementos basicos - 0 que, como e

quando ensinar e avaliar - a fim de a adequar as necessidades especiais do aluno,

assim como a organiz8<;:a.o dos servi<;:os educativos que serao oferecidos ao aluno e as

medidas que consistem na adaptat;ao das condi<;:6es em que se processa 0

ensino/aprendizagem, optando-se pelas medidas mais integradoras e menes restritivas,

de forma a que as condic;6es de freqO~ncia do aluno com se aproximem das existentes

25

no regime educativQ comum.

26

CAPITULO IV

4 OS BENEFiclOS DA INCLUsiio PARA OS OUTROS ALUNOS

Na Perspectiva do Professor YORK et al. (1992) entrevistas com professores

sabre as beneficios de indusao para as alunos S8m "necessidades especiais"

concluiram que esses alunos tornaram-se mais sensiveis as quest6es de

discriminac;6es que acontec8m no coditiano e muito mais criticos sabre as formas de

estere6tipos produzidas socialmente. Os 19 professores entrevistados par Giangreco e

seus colegas (1993) afirmararn que as estudantes sem "necessidades especiais"

desenvolveram habilidades de aceitayao e flexibilidade que sao consideravelmente

importantes para a vida em sociedade democn'tica. DOWNING et al. (1996)

entrevistando professores sabre esta questao confirmou os achados dos estudos

anteriores e tambem acrescentou que as professores perceberam que as alunos sem

"necessidades especiais" educados em conjunto com alunos com "necessidades

especiais" desenvolveram urna habilidade maior para lideranya e coopera9ao.

Com respeito a Perspectiva do Aluna, HELMSTETTER, PECK e GIANGRECO

(1994) fizeram uma pesquisa envoillendo 166 alunos do segundo grau nas escolas

Americanas dos Estados Unidos para saberem 0 quit! eles tinham a dizer sobre ter

colegas com profunda deficiencia flsica-motora ou mental em suas salas de aula. Os

resultados destas pesquisas apontaram para a mudan9a de atitude destes jovens em

rela~o as pessoas "portadoras de deficilmcia".

Estes alunos passaram a valorizar as pessoas pela contribuiyao que elas tern a

dar, passaram a ser mais tolerantes com existencia de "diferenyas", e passaram a

lIalorizar a dillersidade da condi~o de ser humano.

STAUB et al. (1994) estudou par tres anos a desenvolvimento de uma amizade

entre quatro alunos com Sindrome de Dovvn e Autismo e quatro alunos sem

27

deficiencias. Este estudo demonstrou que 56 foi passlvel a cria~o destes la<;os afetivos

de amizade entre individuos com e sem defici~ncias porque estes fcram incluidos em

urn processo ativa e cooperativ~ de aprendizagem.

Com relac;ao a Perspectiva dos Pais, PECK, CARLSON e HELMSTTER (1992)

pesquisou a lIisao dos pais de 125 crianyas na pre-escola consideradas sem

deficiemcias que tinham colegas na sala de aula com profunda defici€mcia fisica-rnotora

ou mental, ande as resultados destas pesquisas indicaram que as pais destas crianc;as

aprovaram entusiasticamente a proposta de inclusao, pois eles observaram as

seguintes mudanc;as nos seus filhos:

Mais aceita9C30 em relayao a diferenc;as individuais. As crianyas S8 tornaram

mais conscientes a respeito das necessidades d

As crianc;as S8 tornararn rnais confortaveis na presenc;a de pessoas que usarn

cadeiras de rodas, aparelhos de surdez, braile, ou outro qualquer necessario

instrurnento que facilite a participa<;ao destas crianyas nas atividades de sala de aula.

Estas crianc;:as S8 rnostrararn rnais voluntarias a ajudar os outros. Estas crianyas

desenvolverarn uma postura crftica contra preconceitos a pessoas com deficiemcia.

Todos estes estudos rnostrarn que inclusao e passivel e que inclusao aurnenta

as possibilidades dos individuos identificados com necessidades especiais de

estabelecer significativos lat;Os de amizade, de desenvolverem-se fisico e

cognitivamente e de serem mernbros ativos na construyao de conhecimentos. Portanto,

a questao "Por que Inclusao?" - pode ser respond ida simplesmente desta forma:

"Porque inclusao funciona."

o principal ponto da pedagogia de inclusao e que todos os individuos podem

aprender uma vez que os professores identificam 0 que estes individuos sabem,

28

planejam em torna deste previa conhecimento, e conhecem a estilo de aprender e as

necessidades individuais dos nossos alunos,

Todos as alunos podem S8 beneficiar das metodo[ogias de inclusao e todos

podem descobrir juntos que existem diferentes ingredientes para diferentes bolos.

Escolas devem se tarnar lugares de aprendizagem para todos. Nao se pode criar

curriculos e programas educacionais que somente favorecem urna parcela privilegiada

da sociedade, saja em termos econ6micos au em termos de habilidades fisicas e

cognitivas.

E necessaria que se pense em elaborar curriculos e programas que

proporcionem urna educa~o de qualidade para todas. Aos educadores devem ser

dad as as instrumentos necessarios para que eles possam ver a todos os alunos,

incluindo os alunos com deficiencia, com um potencial ilimitado de aprender.

De acordo com ALMEIDA (1993), a acesso aos bens cullurais, aos

equipamentos de lazer e de praticas esportivas, de forma inclusiva aos demais

usuarios, e tambem um direito dos portadores de deficiencia. As bibliotecas, os teatros,

as museus, os parques, as quadras esportivas, as bares, restaurantes, cinemas devem

ser adequados para permitir 0 acesso independente de pessoas com deficiencia.

Muitas vezes, pequenas reform as podem ser efeluadas visando proporcionar

esse acesso. Rampas no lugar de escadas, pisas antiderrapantes, partas mais largas,

corrimaos adequados podem ser tuda a que e necessaria em alguns lugares.

Quase sempre basta uma mudanya de mentalidade para que alternativas

propiciem a canvivencia integrada. ldeias criativas podem permitir aas cegas sentir urna

estatua, um animal au uma planta. Criatividade, muitas vezes, e a palavra-chave.

Alem dissa, oulros beneficias podem surgir dai. Sem duvida, parece quase

29

ut6pico falar no direito ao trabalho das pessoas deficientes, num pais com milh6es de

nao deficientes desempregados. No entanta, segundo ALVES (1992), a verdade e que

S8 considerarmos os deficientes como cidadaos tao de primeira classe quanta qualquer

Dutro, nao podemos nos intimidar com a triste realidade do desemprego atual no Pais.

E urn fata que as deficientes tern direito ao trabalho. E certa que eles precisam

do emprego para ter autoconfian<;a, para sua realiza~o pessoal, para serem

respeitactos, para S8 sentirem cidadaos uteis a sociedade et sobretudo, para ganhar

dinheiro para 0 seu sustento e 0 de sua familia. E e tambem urn fato que a mao-de-obra

constituida pelos portadores de deficil!!:ncia tern qualidade. Eres, contrariando muitos

precanceltos, sao empregados t~o ou mais produtivos que os naa deficientes.

E a que e necessaria para que esse direito passa ser exercido pelas pessoas

deficientes? Basicamente, e preciso que as pessoas com deficiencia sejam preparadas

para exercer uma profissao, possam chegar ate a emprego e ten ham condic;oe5 de 58

locomoverem no seu local de trabalho, atraves da remo~o das barreiras ambientais.

Mas, e 6bvio, sobretudo, e preciso que 0 empregador acredite que aquele e urn

empregado tao bom quanta 0 melhor que ele pode empregar. E, se por acaso aquele

nao atender suas expectativas, e preciso ter em ment.e que isto tambam ocorre em

rela~o aos funcionarias nao deficientes, portanto n~o ha razao para agir com

preconceito e fechar as portas de sua empresa para os demais candidatos portadores

de deficiencia.

A experiEmcia tern demonstrado claramente que os deficientes, considerando-se

todos as tipos e graus de deficiencia, pod em trabalhar com efici{:!ncia em praticamente

todas as areas.

o acesso ao mercado de trabalho a urna das formas mais eficazes de

proporcionar condi90es de inclusao a urna pessoa deficiente. Equipara~o de

30

oportunidades para conseguir e manter urn emprego e urna condiC;80 indispensavel S8

quisermos construir urna sociedade mais justa e democratica.

HOje, sabe~se que cada vez mais devem ser abandonadas as formas de

emprego segregado. Mesma as pessoas com deficiencias mais severas podem e

devem S8r integradas no mercado competitiv~ de trabalho. Novas conceitos, como 0 de

"Emprego Apoiado", que inverte a rela<;;ao treinar anles/empregar depois, t~m

demonstrado que 0 trabalho protegido deve ser entendido apenas como urn brevissimo

estagio - 8, mesma assim, somente em casas e condi96es de deficiencias muito

especificas.

o beneficia do acesso do individuo com necessidades especiais ao meio-

ambiente permeia quase todes as Qutros. A elimina~o de barreiras ambientais efundamental para que urna pessaa com deficiencia passa inserir-se na sociedade e

exercer de forma integrada as seus direitos de estudar, locomaver-se, trabalhar, divertir-

se, pralicar esportes e trabalhar.

Alem disso, ainda existe a direito de votar e ser votada, embora seja assegurado

legalmente as pessoas com defici~ncia, muitas vezes e urn direito cerceado por

barreiras flsicas au atitudinais. S6 recentemente, a Tribunal Superior Eteitoral garantiu

que os eleitores portadores de defici~ncias solicitem a transferencia de seus titulas para

se96es sem barreiras arquitetonicas. Mas, para obter 0 exito desejado, esta medida

ainda carece de divulga<;;ao mais ampla.

Existem, ainda, aquates que, em virtude de sua defici~ncia, naa conseguern

escrever nem marcar urn X na cedula, embora sejam pessoas perfeitamente

alfabetizadas e cidadflos atuantes em sua comunidade.

A burocracia tern impedido sistematicamente que se busquem soluyoes para

estes problemas. Enquanto iSso, rnilh6es de cidadflos deficientes ansiosos por exercer

31

seu direito de eleger seus candidatos s~o irnpedidos de faze-Io.

Segundo BOGDAN (1994), os deficientes visuais e auditivos tern seus direitos de

cidadaos cercados em virtude da dificuldade que encontram para S9 comunicar e

reeeber informay6es. 0 atendimento pedagogico especializado nas escolas comuns,

nests caso, e fundamental para que as deficientes sensoriais usufruam plenamente da

educayao inclusiva. sem prejufzo de um aprendizado satisfatorio.

Alam disso, 0 direito a informayao tambem pode ser garantido atraves de

publicac;6es em braile au programas legendados na TV. Alem disso, e importante que

cada vez mais S8 dissemine a pratica de providenciar interpretes da lingua dos sinais

nos eventos publicos, bem como vers6es em braile de programas de per;:as teatrais,

concertos musicais etc.

Ainda, considera-se aqui que ter uma vida sexual ativa e um direito inerente a

todos os seres humanos e, obviamente. isto n~o e diferente em relayao aos portadores

de deficiimcia (ESTRELA, 1994)

Cada vez mais os educ.adores certificam-se de que a informa~o e fundamental

para que qualquer pessoa possa ter uma vida sexual sadia. No caso das pessoas com

deficiencia esta necessidade torna-se quase uma exigemcia, ja que aos preconceitos

ligados a sexualidade somam-se aqueles relacionados a defici~ncia. E para desfazer

esses mitos a informayao correta e absolutamente indispensavel.

Manter as deficientes na ignor~ncia sabre sua sexualidade e as formas

social mente aceitaveis de vivencia-Ia nao Ihes garante uma vida rnais protegida nem

mais feliz. Muito ao contrario, e a informayao, na medida e na forma adequada, que

podera assegurar aos deficientes - seja qual for 0 seu tipo de deficiemcia, incluindo a

mental - uma vida mais satisfat6ria, alem de proporcionar-Ihes condic;:6es para se

defender de passlveis tentativas de abuso.

32

Embora a deficiencia possa ser a causa de alguma dificuldade concreta para

uma vida sexual ativa, e certo que as barreiras atitudinais sao as principais

responsaveis quando urn deficiente nao e aceite como parceiro sexual, quer seja com 0

objetivo de constituir uma familia propria au nao. Na maior parte das vezes, no entanto,

em verdade, 0 que impede de fata as deficientes de exercerem sua sexualidade sao

mitos sexuais que atrapalham a vida sexual de todo mundo, nao 56 dos portadores de

defici~ncia.

A demolic;ao desses preconceitos, atraves de urn redimensionamento das formas

de expressao da sexualidade, com a ado~o de uma abordagem mais realista e, aD

mesma tempo, mais criativa, poderia trazer en ormes beneflcios para as pessoas em

geral e para aquelas portadoras de deficiencia em particular.

33

CAPITULO V

5 PLANO DE INTERVENC;:ii.O PEDAGOGICA

Diante da pesquisa realizada na Escola Municipal Castelo Branco - Ensino

Fundamental, com pais de alunos e professores, juntamente com a revisao de literatura

sobre 0 ass unto, concluiu-se que a pratica de classificar e categorizar crian<yas baseado

no que estas crianc;.as nao sabem au n~o podem fazer somente reforya fracasso e

perpetua a visao de que a problema esta no indivfduo e nao em fatores de

metodologias educacionais, curriculos e organiz8yao escolar.

Aceitar e valorizar a diversidade de classes sociais, de culturas, de estilos

individuais de aprender, de habilidades, de linguas, de religi085, e 0 primeiro passo

para a cria~o de uma eseela de qualidade para todos.

Educar individuos em segregadas salas de educa~o especial significar negar-

Ihes 0 acesso a formas ricas e estimulante de socializayao e aprendizagem que

so mente acontecem na sala de aula regular devido a diversidade presente neste

ambiente.

No presente trabalho, concluiu-se tambem que a pedagogia de inclusao baseia-

se em dais importantes argumentas. Primeiramente, inclusao mastrou-se ser benefica

para a educa<;ljo de todos as alunos independente de suas habilidades au dificuldades.

Pesquisas realizadas revelaram que crian9as em demanda par servi90s

especiais de atendimento apresentaram urn progresso academico e social maior que

outras crianr;;as com as mesmas necessidades de servi<;os especiais mas educadas em

salas de aula segregadas (SNELL, 1996; DOWNING, 1996; HUNT, et.ai., 1994). Isso

pode justificar-se pela diversidade de pessoas e metodologias educacionais existentes

em sala de aula regulares, pela interayao social com crian9<3s sem diagnostico de

34

necessidade especial, pela possibilidade de construir ativamente conhecimentos, e pal a

aceita~o social e a conseqDente aumento da auto-estima das crian9as identificadas

com "necessidades especiais"

o segundo argumento baseia-S8 em conceitos etiCDs de direito do cidadao.

Escolas sao construidas para prom over educayao para todos, portanto todos as

individuos tern a direito de participayao como membra ativD da sociedade na qual estas

escolas estao inseridas.

Todas as crian~s t~m direito a uma educa980 de qualidade ande suas

necessidades individuais possam ser atendidas e aonde elas possam desenvolver-se

em urn ambiente enriquecedor e estimulante do seu desenvolvimento cognitiv~,

emocional e sociaL

Ainda, S8 for considerado que para cada uma dessas pessoas existem pelo

menos tr~s outras (parentes, amigos, profissionais da area da saude, fornecedores de

equipamentos auxiliares etc) diretamente envolvidas e/ou interessadas no assunto,

verificaremos que praticamente 1/3 da populayao brasileira e, em maior ou men or grau,

de uma forma ou de outra, afetado pelas questoes que dizem respeito as pessoas com

deficiemcia.

Portanto, ao contra rio do que S8 poderia imaginar numa primeira impress8o, a

equiparac;ao de oportunidades e a inclusao das pessoas com deficifmcia interessa a

muita gente, e nao apenas a uma minoria.

Oesta maneira, a escola que da atenyao ao aluno com dificuldades exprime a

forma como a comunidade educativa toma consciencia da sua propria identidade,

afirma a sua autonomia e define 0 sentido da sua ac;ao educativa. Ele deve ser

executado de forma participada, dentro dos principios de responsabilizayao dos varios

intervenientes na vida escolar e de adequa<;8o as caracteristicas e recursos da

35

com un ida de em que S8 insere. Devera ter em atenyao a diversidade das necessidades

de todo a grupo de alunos e ser facilltador da elaboraylio de adapta~6es curriculares.

o Projeto Politico que prioriza a Inclusao dave sar um documento orientador da

aseDla, ende constem metas a atingir e estrategias a utilizar, tendo sempre em conta 0

contexte em que sa vai pOr em 8ga.O. Deve, ainda, permitir, a partir dele, toda a

planificac;ao a media e curto prazo, da organizayao escolar.

A maneira como as escolas interpretam e executam, atraves do projeto politico

que pensa a inclusao, as suas competencias e definidora da sua autonomia.

o deficiente na aseela e urn processo dinamico que integra a hist6ria do

estabeledmento de ensina e que perfilha uma ideia do seu desenvolvimento futuro.

Abrange um conjunto de op<;oes pedag6gicas que se traduzem em prioridades de a<;20

e numa estrategia de atua.,ao que "potencia recursos existentes" (CANARIO,1992, p.

114)

o Projeto Educativo da Escola que prioriza a Inclusao constitui a espinha dorsal

da autonomiat 0 seu fundamento e 0 seu reflexot marca a passagem de urn sistema

educativo de estrutura vertical, em que ha urna organizayao institucional descendente,

para um sistema de regula<;ao horizontal que aspira a ser interprete do reconhecirnento

nilo discriminat6rio das diferen~s (CARVALHO e DIOGO, 1994, p.35)

Com a Inclusao na escola procura-se transpor a vincula<;ao operat6ria e a

liga~o direta ao processo ensino- aprendizagem, para sa assumir urna postura

claramente organizacional (visualizando a escDla na sua globalidade)

Como se pode concluir, no assunto da Inclusao cabe a orienta9ao de toda a at;ao

educativa a eseola, afirmando as op<;oes da eseola/comunidade educativa no que

concerne ao ideal de educa9ao a seguir, as finalidades e objetivos a atingir, as politicas

36

educativas a implementar.

A escola, ao abrir-se ao desafio de atender alunos que necessitam de urna

resposta diferencial, tern que no seu curricula reunir urn conjunto de requisitos que

respondam as necessidades educativas especiais dos seus alunos.

o curricula deve incorporar elementos te6ricos relativos tanto a concep<;ao dos

problemas de desenvolvimento como 80 proprio conceito de eseela e de educayao;

deve tambem responder nao com qualquer tipo de segregac;ao, mas com urna

diversifica~o do processo de ensino/aprendizagem;

E necessaria que 0 currfculo da escola que trabalha com as necessidades

especiais reuna consensos relativamente ao processo de identifica~o e valorizac;ao

das crian~s com necessidades especiais. Sera importante dispor de um modelo de

valoriza.yao que permita a identificaya,o funcional das necessidades educativas dos

alunos nas varias areas do desenvolvimento, de tal modo que seja possivel definir as

ajudas pedag6gicas que os alunos possam precisar durante a sua escolaridade, fixando

a atenc;ao mais nas suas possibilidades que nos seus deficits.

Um curriculo assim incluira as mudan~s na estrutura da escela, de modo a

possibilitar respostas diferenciadas as caracterfsticas dos alunos e dos grupos,

nomeadamente, nos aspectos referentes a distribuiyao de alunos, horarios, meios

pessoais e materiais; estabelece tambem, nos seus aspectos gerais, as func;6es dos

professores de apoio educativ~, e de outros profissionais que intervem na escDla e a

relayao entre estes.

37

5.1 ANALISE DAS RESPOSTAS DOS PAIS E PROFESSORES

Percebeu-se, no estudo das respostas dadas por pais e professores dos alunos

portadores de defici~ncias que existem duas vis6es predominantes na sociedade que

~ve~a crianc;a deficiente incluida no ensina regular.

Estas duas vis6es - ernbora diferentes - inspiram, cada uma a seu modo, atitudes

sempre danosas para inclusao e a dignidade dos portadores de deficiemcia. De urn

lado, a imagem de coitadinho inspira atitudes paternalistas, assistencialistas e

caritativas, au seja, exclui toda noc;ao de respeito aos mais basicos direitos como, par

exemplo, 0 da autodeterminayao.

De Dutro lado, a vis~o de super-her6i induz a que S8 desconsidere a necessidade

de a sociedade remover as obstaculos que dificultam a vida dos deficientes, ja que a

for~ de vontade. a coragem e a determina~o dessas pessoas seriam suficientes para

que fossem bem-sucedidas na vida e, em decorrencia, serem integradas a sociedade.

Neste caso, a no<;ao de cidadao com direitos tambern e excluida.

Do coitadinho espera-se 5ubmissao, humildade e gratidao. Do super-heroi se

exige que seja superesforc;ado, supercompentente, superempregado, enfim, uma

superpessoa. Sendo que a admira<;ao palos super-herois nao dispensa uma carta dose

de pena, pais muita vez 0 que se ouve s~o frases do tipo: "Coitado, apesar de tudo,

veja como ele e corajoso e determinado!"

Substituir essas imagens equivocadas par uma outra mais real nao e tarefa facil,

principal mente, parque 0 preconceito que existe na sociedade em rela~a aos

portadores de deficiencia, obviamente, tambem foi introjetado palos proprios deficientes

que, sem perceberem a armadilha que isso significa, assumem para si essas imagens

estereotipadas e passam a adotar posturas tao injustas para si mesmos quanto

total mente contraprooucentes para a causa das pessoas deficientes. Portanto, a

38

conscientiza~o da sociedade sabre quem sao real mente as pessoas com deficiencia

tern de incluir, necessariamente, os proprios deficientes.

No Brasil, a demoli~o das anti gas visOes e a lenta, mas firme, constru~o de

urna imagem rnais real tiveram infcio quando, no final da decada de 70, pela primeira

vez, as portadores de defici~ncia desautorizaram seus antigos porta-vozes - ou seja, as

reli9i0505, as medicos, as psicologos, enfrm, os profissionais e benemeritos de plantao-

de falarem par eles. Os deficientes passaram a falar par 5i mesmas e exigi ram ser

cUI/ides.

Ombro a ombro, com as demais cidadaos, as pessoas com deficiencia iniciaram

e disseminaram por todo 0 Pais urna nova imagem. Tomaram em suas proprias m~os 0

seu destino.

Embora, os preconceitos ainda estejam muito presentes, permeando as rela<;Oes

entre deficientes e nao deficientes, e certo que uma nova postura diante dos cidadaos

com deficiemcia esta sendo gradativa, mas sistematicamente, assimilada pela

sociedade. Nem coitadinho, nem super-her6i.

Apenas uma pessoa comum, com potencialidades de desenvolvimento e

algumas dificuldades especificas [ ...]

Neste contexto, pelas respostas e atitudes dos professores com rela~o as

perguntas realizadas, percebeu-se que a elabora<.;ao de um projeto pedag6gico que

considere as necessidades especiais emerge como tarefa imperativa, pais e a ele que

cabe 0 papel de organizador da diversidade e orientador de mudan~as que possibilitem

solu<.(Oes para os problemas especfficos da escola e dos alunos que a freqOentam.

As adapta<;oes curriculares de escola vern, assim, dar res posta as necessidades

do conjunto de alunos, desde a organizar;ao e recursos da escola, ate as orientac;.6es

39

de trabalho assumidas par toda a comunidade educativ8. Constam de ajudas ou

modifica~es nos diferentes elementos da proposta educativa - curricula - que

desenvolve a equipa de professores para a sua eseDla, com 0 objetivo de responder

aos alunos com tendo em conta a diversidad8.

Pode-S8 enumerar urn conjunto de finalidades que S8 apresentam como

fundamentais quando S8 precede as adaptayOes curriculares de eseela tendo em conta

a inclusao de alunos com

Responder il diversidade do conjunto dos alunos;

Facilitar urn maior nivel de integra9iio e participa9Bo dos alunos com na

din~mica geral da escola e das aulas;

Responsabilizar todos as professores pelas respostas educativas aos

alunos com;

Prevenir a aparecimento ou intensificacao das Necessidades Especiais, que

podem surgir como consequemcia de um curriculo nao adequado;

Fazer com que as adaptayees individualizadas necessarias sejam 0 menos

freqOentes e significativas possiveis.

Oesta maneira, acredita-se que em geral, a escola pode oferecer mais ao aluno

portador de uma deficiencia, e cabe a cada um individualmente refletir sobre 0 seu

papel neste contexto.

40

6CONCLUSAO

Em conclusao ao estudo realizado, pode-s8 refletir sabre as quest6es de urna

eseela com qualidade para todos, incluindo alunos e professores, atravas da

perspectiva sociocultural significa que S8 tern de considerar, dentre Qutros fatores, a

viseD ideologica de realidade construida socia e cultural mente par aqueles que sao

responsaveis pela educayao. Julgamentos de "deficiencia", "retardamento", "privac;ao

cultural" e "desajustamento social au familiar" sao todas construyOes culturais

elaboradas par urna sociedade de educadores que privilegia urna 56 formula partindo

de que sirva para todos.

E, geralmente esta construyao e determinada pelo grupo social com mais poder

na dinamica da sociedade. Nao e rare S8 ver dentro do ambiente escolar a vi sao

estereotipada de que Cfian9as vivendo em situar;:ao de pobreza e sem acesso a livros e

outros bens culturais sao mais propensas a fracassar na escola ou a requerer servi90s

de educa~o especial. Isto porque essas crian~s n:to cabem na f6rma construida pel a

ideal de escola da classe media, ou ainda, porque essas crianr;:as nao aprendem do

mesmo jeito au na mesma velocidade esperada por educadores e administradores.

Estereotipos permeiam a pratica pedag6gica e sao resultados da lalta de

informayao e conhecimento que educadores e administradores tem a respeito da

realidade social e cultural, como tambem do processo de desenvolvimento cognitiv~ e

afetivo das crianyas atendidas pelas escolas.

Neste trabalho percebeu-se que as adapta96es curricula res surgem como

responsabilidade de todos as professores na sua atividade educativa, pelo que eimportante que tomem con sci en cia e adotem atitudes abertas e inovadoras face ao

curriculo escolar, principal mente quando de trata de indusao de crian9as com

Necessidades Especiais.

41

Par tudo ista se deixa como novas perspectivas de trabalho, para passivel

aprofundamento deste au execuyao de Dutro, 0 verificar, par exemplo, S8 existem

algumas adapta90es para as alunos superdotados, mesmo que implicitas, 0 utilizar

Qutros instrumentos de investigayao tais como a tecnica de analise documental, fazer

observayaes, au ainda fazer entrevistas aos varios elementos da comunidade

educativa, de modo a aprofundarmos melhor 0 tema e S8 passlvel tratarmo-lo com mais

objetividade.

42

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ANEXOS

46

ANEXO 1

1 PERGUNTAS EFETUADAS AOS PAIS DE ALUNOS

1. Qual a sua opiniao frente ao desafio da inclusao dentro da escola de seu fithe?

2. Voce e a favor au contra a inclusao dos alunos especiais dentro do ensina

regular?

3. Como voc~ avalia a questao da parceria da escola com a familia no processo

de integra~o/inclusao dos portadores de deficiencia?

4. De que forma as Associagaes de Pais e Pessoas Portadoras de Deficiencia

podern interagir com as escolas, no senti do de garantir 0 oferecimento de uma

educa<;ao na perspectiva da inclusao?

5. Voc~ acredita que sar solid<irio e a melhor conduta da comunidade em rela,ao

as pessoas portadoras de deficilmcia respeitando-8s como cidadaos?

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ANEXOS 2

QUESTIONARIO PARA OS PROFESSORES

1. Na sua opiniao, as direitos das pessoas portadoras de deficiencia devern ou

nao estar explicitados em leis e recomenda¢es?

2. Falar de igualdade de oportunidades e 0 masmo que oferecer exatamente,

oportunidades iguais aos seus alunos desiguais?

3. Voce concorda que as propostas inclusivasJintegradoras naG S8 limitam aos

portadores de deficiencia? Justifique sua resposta.

4. Que procedimentos pedag6gicos voce ira adotar na sal a de aula para tamar a

aprendizagem inclusiva para todos os seus alunos?

5. As adaptac;6es curriculares realizadas visando a educayao de alunos como

deficiencia(s) podem resultar em simplificayao au empobrecimento do currIcula, de

modo a atender determinados alunos que nao conseguem acompanhar a proposta

regular? Justifique.

6. Ha alunos com deficiencia(s) e altas habilidades que dispensam quaisquer

medidas de adaptac;ao curricular?

7. E possivel, em sala de aula, remover barreiras a aprendizagem de nossos

alunos? Como?

8. Voce sente-se preparado para trabalhar com um aluno especial, dentro da sua

sala de aula?

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9. Como voce entende inclusao hOje, nasta fase de transi~o?

10. Voce concorda com a ideia que a escola deve ser urn espayo inclusivo?

11. Como voce deve agir se tiver em sua classe urn aluno portador de

necessidades educativas especiais?

12. Voce concorda que a auto-estima positiva e importante para a

aprendizagem?

13. Voce acha que, em termos da pratica pedag6gica, pensar em necessidades

basicas de aprendizagem e diferente de pansar em necessidades basicas para

aprendizagem? Ou trata-se apenas de ~um jogo de palavras"?

14. Voce S8 sente urn profissional do ensina ou urn profissional da aprendizagem

de seus alunos?


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