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Iraq Freedom Historia Militar

Date post: 09-Nov-2015
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Abordagem sob o foco da HM da Operação Iraq Freedom.
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1 INTRODUÇÃO A Operação Iraq Freedom foi desencadeada por uma coalizão de forças internacionais lideradas pelos Estados Unidos, no início de 2003, com o objetivo de invadir o Iraque e depor o governo ditatorial de Saddan Hussein antagônico aos interesses americanos. O Palco do conflito foi o Iraque, país localizado no Oriente Médio, entre os rios Tigre e Eufrates, famoso lugar histórico conhecido como Mesopotâmia, igualmente famoso por ser uma região rica em petróleo e foco de conflitos étnicos e religiosos. A coalizão internacional era formada por tropas americanas, britânicas, australianas e polonesas, além de uma milícia curda. A operação foi desencadeada para depor Saddan Russein e o Partido Bath do governo iraquiano e criar um embrião da democracia ocidental possíveis fontes de patrocínio ao terrorismo islâmico. A origem desse conflito remonta ao início dos anos 90, quando o país árabe enfrentara uma longa guerra contra o Irã (1980 a 1988), a qual acabou sem um vitorioso. O Iraque teve apoio das potências ocidentais, que lhe forneceram modernos materiais de emprego militar, para enfrentar a teocracia iraniana, que era vista como a maior fonte de instabilidade na região. Militarmente superior, o Iraque invadiu o pequeno Kuwait em 1990, requerendo parte do território deste país que lhe pertencera no passado, alegando, também, que estava sendo prejudicando pela venda de petróleo barato por seu vizinho do sul, que contrariava as deliberações da OPEP, em favor das potências ocidentais. Após a recusa do iraque de desocupar o Kwait, as Forças internacionais, lideradas pelos Estados Unidos, concentradas na região iniciaram a Operação Tempestade no Deserto, para desocupar este país e debilitar o poderio de Saddam Russein. Após o fim da Tempestade no Deserto, que durou de 25 de janeiro a 28 de fevereiro de 1991, Saddam manteve-se como ditador, mas seu país sofreu
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  • 1 INTRODUO

    A Operao Iraq Freedom foi desencadeada por uma coalizo de foras

    internacionais lideradas pelos Estados Unidos, no incio de 2003, com o objetivo

    de invadir o Iraque e depor o governo ditatorial de Saddan Hussein antagnico

    aos interesses americanos.

    O Palco do conflito foi o Iraque, pas localizado no Oriente Mdio, entre

    os rios Tigre e Eufrates, famoso lugar histrico conhecido como Mesopotmia,

    igualmente famoso por ser uma regio rica em petrleo e foco de conflitos

    tnicos e religiosos.

    A coalizo internacional era formada por tropas americanas, britnicas,

    australianas e polonesas, alm de uma milcia curda. A operao foi

    desencadeada para depor Saddan Russein e o Partido Bath do governo

    iraquiano e criar um embrio da democracia ocidental possveis fontes de

    patrocnio ao terrorismo islmico.

    A origem desse conflito remonta ao incio dos anos 90, quando o pas

    rabe enfrentara uma longa guerra contra o Ir (1980 a 1988), a qual acabou

    sem um vitorioso. O Iraque teve apoio das potncias ocidentais, que lhe

    forneceram modernos materiais de emprego militar, para enfrentar a teocracia

    iraniana, que era vista como a maior fonte de instabilidade na regio.

    Militarmente superior, o Iraque invadiu o pequeno Kuwait em 1990,

    requerendo parte do territrio deste pas que lhe pertencera no passado,

    alegando, tambm, que estava sendo prejudicando pela venda de petrleo

    barato por seu vizinho do sul, que contrariava as deliberaes da OPEP, em

    favor das potncias ocidentais.

    Aps a recusa do iraque de desocupar o Kwait, as Foras internacionais,

    lideradas pelos Estados Unidos, concentradas na regio iniciaram a Operao

    Tempestade no Deserto, para desocupar este pas e debilitar o poderio de

    Saddam Russein.

    Aps o fim da Tempestade no Deserto, que durou de 25 de janeiro a 28

    de fevereiro de 1991, Saddam manteve-se como ditador, mas seu pas sofreu

  • um forte boicote econmico dos EUA e seus aliados, alem de se submeter a

    uma rea de excluso area, que comprometeram sua reconstruo e

    possibilidades de rearmamento. Reflexos desta debilidade ficariam patentes

    durante a operao Iraq Freedom.

    Em 11 de setembro de 2001 os Estados Unidos sofreram ataques

    terroristas de fundamentalistas muulmanos da Al Qaeda, que seqestraram e

    lanaram avies de passageiros contra o Pentgono e as torres do World Trade

    Center, provocando a morte de 3.278 pessoas..

    Esse atentado causou grande comoo pblica, fazendo nascer a idia

    de que o pas deveria fazer ataques preventivos contra grupos terroristas que

    ameaassem os EUA e pases que os apoiassem. Neste contexto, ainda em

    2001, os Estados Unidos declararam Guerra ao Terror e invadiram o

    Afeganisto, que na poca era dominado pela milcia Talib, aliada da Al Qaeda.

    Na seqncia dos eventos da Guerra ao Terror, os Estados Unidos

    acusaram o Iraque de manter ligaes com a Al Qaeda e de possuir armas de

    destruio em massa. Tal ameaa levou a ONU a determinar inspees

    internacionais para verificar a existncia destes artefatos blicos. Tais inspees

    ocorreram de novembro de 2002 a maro de 2004, sem encontrar evidncia

    conclusiva de que houvesse armas de destruio em massa naquele pas.

    Apesar do resultado negativo das inspees, os EUA insistiram na

    existncia de tais armas e, contrariando importante presses internacionais,

    iniciaram a interveno militar, sem a autorizao da ONU, apoiados apenas

    pelos pases da coalizo. De 26 de maro a 1 de maio de 2003 foram

    conduzidas operaes convencionais que levaram rapidamente derrota das

    foras armadas regulares do Iraque.

    A coalizo concentrou a maior parte de suas de foras, em especial as

    anglo-americanas no territrio do Kuwait, de onde partiram as divises com a

    misso de conquistar Bagd. Destas pode-se destacar a 3 Diviso de Infantaria,

    que atingiu Bagd aps conduzir operaes a Oeste do Rio EUFRATES, a 1

    Diviso de Fuzileiros Navais, que chegou capital iraquiana operando no vale

    do Rio TIGRE e a 1 Diviso Blindada (britnica), que tomou Al Basra e a regio

  • dos principais campos de petrleo. O ataque principal ficou a cargo da 3 Diviso

    Blindada, que detinha o maior poder de combate dentre as envolvidas.

    O exrcito Iraquiano contava com 17 Divises, alm da Guarda

    Republicana, as quais no foram capazes de conter as tropas da coalizo,

    superiores em material humano e tecnologia. A coalizo venceu rapidamente as

    resistncias inimigas e submergindo Bagd em apenas 15 dias aps o incio das

    operaes.

    Ser analisa, sob a tica da DMT Brasileira, a Operao Ofensiva

    realizada pela 3 Diviso de Infantaria Mecanizada do Exrcito dos EUA,

    durante a II Guerra do Golfo, no perodo de 20 de Maro a 10 Abr 2003, na

    Operao Iraq Freedom, destacando a organizao para o combate, a misso,

    a manobra ofensiva e dois fundamentos das Operaes Ofensivas evidenciados

    por este Grande Comando Operacional americano, bem como o inimigo na sua

    Zoina de Ao, concluindo sobre 02 (dois) ensinamentos colhidos no caso

    histrico em questo que podem ser utilizados na Doutrina Militar Terrestre

    Brasileira.

    2. DESENVOLVIMENTO

    a. Organizao para o combate da 3 Diviso de Infantaria Mecanizada

    Segundo Keegan (2005), a 3 Diviso de Infantaria Mecanizada era a

    principal fora do V Corpo do III Exrcito de Campanha, durante a campanha da

    II Guerra do Golfo.

    Segundo a mesma fonte, a Diviso era capaz de se organizar rapidamente

    em grupamentos tticos, fruto de sua organizao, operava com 270 carros de

    combate Abrams, com Artilharia autopropulsada, com um grande componente

    de Infantaria embarcado em veculos de combate Bradley, alm de possuir uma

    unidade de Helicpteros Apache.

    A organizao para o combate da 3 Diviso de Infantaria Mecanizada

    possua as seguintes foras:

    - 1 Batalho do 39 Regimento de Artilharia de Campo

  • -11 Regimento de Aviao

    - 1 Brigada

    - 2 e 3 Batalhes, do 7 Regimento de Infantaria

    - 3 Batalho do 69 Regimento Blindado

    - 1 Batalho do 41 Regimento de Artilharia de Campo

    - 2 Brigada

    - 3 Batalho do 15 Regimento de Infantaria

    - 1 e 4 Batalhes do 64 Regimento Blindado

    - Tropa E, 9 Regimento de Cavalaria

    - 1 Batalho do 9 Regimento de Artilharia de Campo

    - 3 Brigada

    - 1 Batalho do 30 Regimento de Infantaria

    - 1 Batalho do 15 Regimento de Infantaria

    - 2 Batalho do 69 Regimento Blindado

    - Tropa D, do 10 Regimento de Cavalaria

    - 1 Batalho do 10 Regimento de Artilharia de Campo

    - Brigada de Aviao

    - 1 Batalho do 3 Regimento de Aviao

    b. Misso e a manobra ofensiva executada pela 3 Diviso de Infantaria

    Mecanizada

    A 3 Diviso de Infantaria constitua uma das principais foras do Gen

    Franks para o emprego no ataque a Bagd. A misso imposta, desde o incio a

    essa Grande Unidade foi a de se deslocar para o norte a fim de derrotar o

    Exrcito iraquiano e tomar a capital, Bagd.

    A figura 1 mostra os principais eixos de penetrao da Ofensiva formada

    pela coalizo com especial destaque da rota seguida pela 3 Diviso de

    Infantaria Mecanizada.

    Essa misso tinha um problema considervel quando invadido pelo sul. A

    porta estreita de entrada e ainda um pas difcil de conquistar, em razo da

  • distncia entre a porta de entrada e Bagd, mais de 300 milhas ao norte

    (KEAGAN, 2005).

    Segundo Keagan, foi empregada uma estratgia que inclua uma rpida

    campanha area e cronometrada par coincidir com o incio do ataque terrestre.

    Durante a ofensiva eram planejados alguns objetivos substanciais, com duas

    investidas levadas a efeito pela 3 Diviso de Infantaria, a partir do

    Kuwait,subindo o Vale do Eufrates, com os veculos rumando pelo deserto antes

    de voltar para chegar a estradas principais e avanar sobre Bagd via Karbala.

    O avano da terceira se realizou no primeiro momento com o mximo de

    velocidade. Isso era necessrio para afastar qualquer resistncia, parando para

    lutar apenas quando necessrio. No dia 20 de maro a 3 Diviso atravessou a

    fronteira do Kwait com o Iraque movendo-se rapidamente no interior do territrio

    do inimigo.

    Em 26 de maro, a 3 Diviso de Infantaria seguia pela Rodovia 1 na

    direo Karbala e dos arredores de Bagd, onde teve que parar por ordem do

    comando com objetivo de reabastecer e manter a operacionalidade da sua fora.

    A 3 Diviso de Infantaria e a 1 MEF deveriam chegar a linha de partida ao

    mesmo tempo, somente dessa maneira a tomada de Bagd seria garantida,

    assim em 27 de maro o MEF fez uma pausa a fim de no perder contato com a

    3 .

    A Diviso de Infantaria, em seguida, avanava pelo deserto em direo a

    Najaf, prximo ao seu penltimo objetivo, a fenda de Karbala. Em 1 de abril

    Najaf estava sob controle. E aps uma pequena resistncia todo o caminho para

    Bagd estava livre e o restante do imprio de Sadam Hussein estava nas foras

    de coalizo.

  • A conquista de Bagd foi a ltima etapa da Operao Liberdade do Iraque

    conduzida pelos estados Unidos da Amrica. Essa fase iniciou-se em 5 de abril,

    onde a 3 Diviso realizou uma Operao de reconhecimento que ficou

    conhecida como Thunder Run ( mapa 1 ).

    Mapa 1 : 1 Thunder Run

    Fonte: http://www.globalsecurity.org/military/library/report/2004/onpoint/ch-6.htm. Acessado em setembro de 2014

    Figura 1 : Principais eixos de penetrao

    Fonte: http://www.pt.m.wikipedia.org/wiki/guerra_do_iraque. Acessado em setembro de 2014

  • Em 7 de abril, face ao sucesso da misso, o Gen Blount concluiu que

    Em 7 de abril o comandante da 3 Diviso de Infantaria, general Blount

    concluiu que poderia mais uma vez se valer da ao de choque de seus meios

    blindados decisivamente para conquistar o centro da capital do Iraque. Para

    isso, empregou a 2 Brigada para realizar o 2 Thunder Run com a misso de

    conquistar os palcios, com o objetivo DIANE (mapa 2 ).

    Os Iraquianos tinham uma resistncia desorganizada no sendo

    suficiente para deter o avano da Brigada. O inimigo se confirmava novamente

    com uma defesa descontnua. Apesar disso, o combate continuou intenso at o

    dia 8 de abril, quando a 2 Brigada foi surpreendida com um contra ataque vindo

    do leste do rio Tigre.

    Isso permitiu que a 3 DI Mecanizada determinasse que a 3 Brigada

    realizasse um ataque a Bagd pela Rodovia 1 em 9 de abril, ligando-se com a 2

    Brigada.. No dia seguinte a 1 Brigada realizou a limpeza da rodovia Nr 8, desde

    o aeroporto, vindo, por fim, a ligar-se com a 2 Brigada em Bagd.

    No houve prisioneiros de guerra, aqueles que se rendiam eram

    desuniformizados e liberados, pois os nicos iraquianos que os norte-

    Mapa2 : 2 Thunder Run

    Fonte: http://www.globalsecurity.org/military/library/report/2004/onpoint/ch-6.htm. Acessado em setembro de 2014

  • americanos queriam prender eram os assessores de Sadam e o prprio

    presidente.

    c. O Inimigo na Zona de Ao da 3 Diviso de Infantaria Mecanizada

    Segundo a inteligncia norte-americana, o inimigo que se apresentava

    na zona de ao da 3 Diviso de Infantaria Mecanizada, em Bagd, era

    constitudo por foras regulares iraquianas, alm de duas brigadas da Guarda

    Republicana, supostamente remanescentes da Diviso Hamurabi, mecanizada,

    e por cerca de 15.000 Fedayins, que tinham por ordem de Sadam Hussein

    defender Bagd a qualquer custo.1

    O Exrcito Iraquiano, tambm chamado de exrcito regular, era

    composto por 17 divises com um efetivo de aproximadamente 200 mil homens,

    contudo, esse exrcito estava mal guarnecido de homens e de equipamentos.

    Seus soldados eram em sua maior parte recrutas e seu nvel de adestramento

    no geral era baixo, tendo representado o maior ndice de desero, dentre as

    foras iraquianas, durante todo o conflito.

    A Guarda Republicana agia como guarda pretoriana do regime e era

    comandada pelos filhos de Sadam Hussein. Esta fora dispunha dos melhores

    meios blindados e mecanizados iraquianos, apesar de tambm ter apresentado

    grandes deficincias no que se refere falta de manuteno e de peas de

    reposio. Seus efetivos tambm sofreram com a desero, a qual aumentou

    com a aproximao das foras norte-americanas Bagd.2

    Os Fedayins (mrtires), tambm chamado de tropas irregulares, sem

    uma unidade de comando convencional, demonstraram ser os mais

    empenhados e dedicados na defesa de Bagd. Esses combatentes agiam

    isoladamente e coletivamente, demonstrando lealdade ao Partido Baath,

    completados e reforados com o recrutamento de fanticos antiocidentais de

    1MESQUITA, Alex A. Como uma brigada blindada conquistou Bagd. Juiz de

    fora, 2009

    2 KEEGAN, John. A Guerra do Iraque. !. ed. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exrcito Editora, 2005.

  • outros pases islmicos. Os fedayins no dispunham de equipamentos de alto

    poder de fogo, contudo, utilizavam fuzis de assalto e RPG, com os quais agiam

    em emboscadas e aes suicidas, no entanto, no representaram grande perigo

    s foras blindadas da 3 Div Inf Mec.

    As foras iraquianas tinham diminudo muito seu poder blico, desde a

    primeira Guerra do Golfo, dispondo em 2003 de menos de dois mil carros de

    combate, alm disso, os equipamentos iraquianos eram em sua maior parte de

    origem sovitica, como os obsoletos carros de combate T-55 e T-72, tidos por

    verdadeiras armadilhas mortais para sua prpria guarnio. O mesmo ocorria

    com outros equipamentos militares, que no tinham boa manuteno e careciam

    de peas de reposio, como era o caso da artilharia, da defesa area, e da

    aviao. A Aviao mostrou-se totalmente inexpressiva durante todo o conflito.

    Como ameaa real eram apresentados os msseis terra-ar, que poderiam

    derrubar helicpteros e avies que voavam em baixa altura, e tambm o canho

    G5 de 155mm de fabricao sul-africana.3

    Outra significativa deficincia, alm da enorme dificuldade em material

    blico segundo vrios aspectos, foi a grande deficincia de meios adequados de

    Comando e Controle, sem os quais foi impossvel desenvolver uma defesa

    organizada na regio de Bagd. Esta impossibilidade foi reforada pela

    caracterstica centralizadora de Sadam Hussein, que acabou por cercear de

    forma fatal a iniciativa e a liderana dos seus comandantes, comprometendo a

    eficincia de qualquer ao defensiva na regio.

    d. Fundamentos das operaes ofensivas evidenciados

    Um dos fundamentos das operaes ofensivas evidenciados pela 3

    Diviso de Infantaria Mecanizada, durante a II Guerra do Golfo, foi a Impulso,

    que obtida pela mxima rapidez na progresso, do emprego de reservas, da

    continuidade de apoio de fogo e do pronto atendimento s necessidades

    3 KEEGAN, John. A Guerra do Iraque. !. ed. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exrcito Editora, 2005.

  • logsticas e de outros apoios de combate. Segundo Keegan (2005), o avano da

    3 Diviso de Infantaria baseou-se no princpio da maior velocidade possvel,

    afastando qualquer resistncia e parando para lutar quando fosse absolutamente

    necessrio. O mesmo autor tambm destaca as pausas em intervalos regulares,

    de um ou dois dias, para fins de reabastecimento, recompletamento de munio

    e dos demais suprimentos, tudo com grande rapidez e eficincia, corroborando

    para o atendimento do princpio ofensivo da impulso. As operaes foram

    planejadas nos mnimos detalhes, tendo como um dos elementos chaves o

    preparo do reabastecimento das tropas.(KEEGAN, 2005, p.182).

    Outro princpio tambm evidenciado pela referida Diviso, na Operao

    Iraq Freedom, foi o princpio do Fogo e Movimento, por meio do qual o

    atacante manobra para explorar os efeitos obtidos pelo fogo, para evitar o

    grosso do inimigo, ou para cerrar sobre ele e destru-lo pelo assalto, sendo a

    manobra a ao decisiva do combate. De acordo com Keegan (2005), na

    operao pode-se sempre observar, por parte da 3 Diviso de Infantaria

    Mecanizada, um avano coordenado, de forma a impor ao inimigo um combate

    contra uma slida concentrao de tropas, fortemente apoiadas por meios de

    Artilharia, alm de um pesado bombardeiro areo, tudo simultaneamente. Os

    norte americanos empregaram uma enorme quantidade de material blico,

    como: msseis antitanque Hellfire, lanados dos Helicpteros, tiros de Artilharia

    convencional de 105 mm e de 155 mm, alm de msseis lanados pelas

    aeronaves do Exrcito e da Fora Area, por meio de apoio de fogo 3 Diviso,

    de forma a facilitar a destruio do inimigo. Tambm foi descrito em diversas

    situaes, que a 3 Diviso se deslocou pelo deserto, evitando s estradas,

    manobrando para no se deparar com resistncias inimigas e evitando o grosso

    do inimigo, o que refora o princpio ofensivo de fogo e movimento nas aes da

    3 Diviso de Infantaria Mecanizada.

    e. Funes de Combate evidenciadas

    Da anlise das seis funes de combate (movimento e manobra,

    fogos, comando e controle, proteo, logstica e inteligncia) pode-se destacar

  • as funes: comando e controle e fogos como fundamentais para o sucesso

    da 3 Div Inf Mec na regio de Bagd.

    1) Comando e Controle

    Os sofisticados meios de C2 empregados pelas foras norte-

    americanas demonstraram o mais alto nvel na capacidade de comando e

    controle observados em um conflito.

    O emprego de meios como aeronaves de reconhecimento de

    grande altitude U-2; satlites; radares SAR, JSTARS, UAV Predator e Global

    Hawk; alm de sofisticados sensores de escuta eletrnica que cobriam as

    bandas de radar, celular e rdios, que permitiram aos comandantes terem a

    melhor viso do desenrolar das aes, acompanhando em tempo real as

    movimentaes de foras amigas e inimigas, vantagem nunca antes disponvel

    h um comandante militar.

    Devido a esse sofisticado sistema de C2, tornou-se possvel aos

    postos de comando da 3 Div Inf Mec coordenar os fogos e observar o avano

    de suas tropas, podendo acompanhar o deslocamento de suas fraes e

    tambm de cada veculo de combate atravs do sistema de transponder que

    transmitia a sua localizao e situao.

    Essa tecnologia permitiu maior comando e controle das

    operaes e maior interao entre as funes de combate, favorecendo o

    estudo de situao e a tomada de decises pelos comandantes durante todo o

    conflito.

    2) Fogos

    No emprego e na coordenao dos fogos ficou evidenciado o uso

    de grande tecnologia na busca de aumentar consideravelmente a preciso dos

    meios de apoio de fogo.

    As munies inteligentes foram utilizadas em 70% dos alvos, a

    maioria guiada por laser ou por GPS (Global Positioning Satellite), como a arma

    CBU-97 WCMD (Cluster Bomb Unit 97 Wind Corrected Munitions Dispenser)

    que se autoguiava na direo do alvo com altssima preciso.4

  • O uso dessas armas e munies permitiram atingir

    cirurgicamente alvos inimigos, diminuindo consideravelmente os efeitos

    colaterais, sobretudo no que se refere vtimas civis, configurando em um dos

    principais fatores positivos de toda a operao segundo a opinio pblica

    internacional.

    3. CONCLUSO

    No sei!


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