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Livro de Resumos I Workshop Monitoramento Integrado de Manguezais

Book of abstracts 1ST Integrated Mangroves Monitoring Workshop

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Financiadores: Apoio:

LIVRO DE RESUMOS

I WORKSHOP MONITORAMENTO INTEGRADO DE MANGUEZAIS

BOOK OF ABSTRACTS

1ST INTEGRATED MANGROVES MONITORING WORKSHOP

Cananeia – SP

2017



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Comissão Organizadora

Profa. Dra. Marília Cunha Lignon – Universidade Estadual Paulista, Câmpus Experimental de

Registro (UNESP-CERe) - Presidente

Prof. Dr. Domingos Garrone Neto – UNESP-CERe

MsC. Juliana Costa Coelho – BK Consultoria

Prof. Dr. Levi Pompermayer Machado – UNESP-CERe

MsC. Marcos Buhrer Campolim – Instituto Florestal, SMA/SP

Dra. Mayra Jankowsky - FUNDEPAG

Organização:

Universidade Estadual Paulista, câmpus Experimental de Registro

Instituto Florestal – Secretaria do Meio Ambiente – SP

Patrocínio:

Instituto Linha d’Água

UNESCO, Austrália

Fundação para o Desenvolvimento da UNESP (Fundunesp)

Apoio:

Prefeitura de Cananeia - SP



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Sumário

1. Introdução ................................................................................................................................................. 4

2. Objetivos ................................................................................................................................................... 4

3. Critérios para seleção dos participantes e dos grupos de discussão ...................................................... 5

4. Programação ............................................................................................................................................. 6

5. MESAS REDONDAS .................................................................................................................................... 8

DIVERSIDADE E CONSERVAÇÃO DA FLORA ASSOCIADA AOS MANGUEZAIS ....................... 11

DIVERSIDADE E CONSERVAÇÃO DA FAUNA ASSOCIADA AOS MANGUEZAIS ...................... 15

BIOGEOQUÍMICA E MICROCLIMA DE MANGUEZAIS .................................................................... 21

GEOTECNOLOGIAS PARA ESTUDOS EM MANGUEZAIS ................................................................ 25

6. PALESTRAS .............................................................................................................................................. 27



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1. Introdução

Os manguezais são considerados uma das zonas úmidas costeiras mais importantes do planeta,

distribuindo-se em regiões tropicais e subtropicais. Conservar os manguezais significa garantir os

serviços ecossistêmicos prestados para diversas populações. Além disso, esse ecossistema responde

fortemente à dinâmica ambiental, sendo indicador de processos oceanográficos, climáticos e

antrópicos.

O monitoramento integrado de manguezais produz grande quantidade de dados, permitindo

análises da dinâmica desse ecossistema, além de fornecer informações fundamentais para auxiliar

na elaboração de programas de gestão e de conservação costeiras. No litoral sul do Estado de São

Paulo, o monitoramento de bosques de mangue, com uso de parcelas permanentes tem sido

realizado há 16 anos.

O litoral sul do Estado de São Paulo abriga as áreas mais extensas e conservadas de manguezal

do estado. Essa região possui diversas Unidades de Conservação (UCs), as quais compõem o

Mosaico de Áreas Protegidas do Lagamar. O mosaico, criado em 2006, abrange o litoral sul de São

Paulo e litoral do Paraná. A diversidade paisagística desse mosaico de UCs, formada por

manguezais, restingas, floresta atlântica, praias, estuário, rios e alagados proporciona alta

diversidade biológica, sendo parte integrante da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica e do Sítio do

Patrimônio Mundial Natural, ambos reconhecidos pela UNESCO.

O I Workshop Monitoramento Integrado de Manguezais irá promover a aliança entre

pesquisadores, gestores e comunidades tradicionais, de forma a viabilizar a construção de propostas

que forneçam subsídios aos programas de pesquisa das Unidades de Conservação de Áreas

Protegidas do Lagamar. O evento será iniciado no Dia Mundial de Proteção aos Manguezais, de

modo a marcar a importância desse ecossistema para os diversos atores que irão contribuir com essa

proposta integradora.

2. Objetivos

Em 2015, a UNESCO proclamou o dia 26 de julho como o Dia Mundial de Conservação dos

Manguezais. Essa data marca a importância dos manguezais como ‘um ecossistema único, especial

e vulnerável, proporcionando benefícios substanciais para os seres humanos, tais como bens e

serviços de pesca, bem como contribuindo para a proteção das zonas costeiras e sendo

particularmente relevante em termos de mitigação dos efeitos das alterações climáticas e da

segurança alimentar para as comunidades locais’

(http://www.unesco.org/new/en/unesco/events/prizes-and-celebrations/celebrations/international-

days/int-day-for-the-conservation-of-the-mangrove-ecosystem/mangrove-ecosystem-2016/).

Em Cananeia, por iniciativa popular, foi instituída a Semana Municipal pela Conservação dos

Manguezais pela Lei nº 1.648 em 09 de janeiro de 2004, prevendo atividades educacionais, culturais

e de limpeza dos manguezais no município.

A realização do Workshop em julho, poderá prosseguir com a proposta de anualmente colocar

em pauta esse tema importantíssimo, uma vez que os manguezais da região do Lagamar

http://www.unesco.org/new/en/unesco/events/prizes-and-celebrations/celebrations/international-days/int-day-for-the-conservation-of-the-mangrove-ecosystem/mangrove-ecosystem-2016/

http://www.unesco.org/new/en/unesco/events/prizes-and-celebrations/celebrations/international-days/int-day-for-the-conservation-of-the-mangrove-ecosystem/mangrove-ecosystem-2016/



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representam uma das áreas de manguezal mais importantes do país, considerados berçários para os

recursos pesqueiros. Este evento é de extrema importância por ser multidisciplinar e por promover o

debate entre pesquisadores e tomadores de decisões.

Como objetivos específicos do evento podemos listar:

a) Proporcionar intercâmbio entre pesquisadores e comunitários do país e do exterior,

permitindo assim o compartilhamento de experiências e fortalecendo a participação da

comunidade na gestão de áreas protegidas;

b) Promover as comemorações do Dia Mundial de Conservação dos Manguezais, criada pela

UNESCO e pela Semana Municipal pela Conservação dos Manguezais, de Cananeia;

c) Discutir metodologias de monitoramento comunitário, adaptado para a região do Lagamar

paulista;

d) Subsidiar comunitários e gestores de Unidades de Conservação em programas de pesquisa e

planos de ação;

e) Identificar demandas de pesquisas prioritárias para o manejo de recursos naturais por

usuários tradicionais de Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) e Reserva

Extrativista (RESEX).

3. Critérios para seleção dos participantes e dos grupos de discussão

O Workshop será constituído por plenárias únicas, não havendo comunicações orais ou

apresentações de painéis. Todos os trabalhos serão apresentados por palestrantes convidados.

Serão sete mesas redondas, cada uma com dois a sete palestrantes, sendo o mediador sempre um

membro relacionado à área de conhecimento em discussão. A maioria dos conferencistas

convidados faz parte do Grupo de Pesquisa do CNPq vinculado à UNESP-CERe, Monitoramento

Integrado de Manguezais (http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/7663628607577460). Além disso,

muitos dos palestrantes desenvolvem pesquisa no trecho paulista do Lagamar há mais de dez anos.

Para enriquecer as discussões foram convidados atores do setor público e tomadores de decisão,

como gestores de Unidades de Conservação e prefeitura local; e líderes comunitários tradicionais,

visando a inclusão de atores das pontas e a interação entre diversos setores, permitindo a geração de

produtos práticos e reais.

Os temas abordados foram:

Etnoconservação;

Diversidade e Conservação da Flora e da Fauna Associadas aos Manguezais;

Biogeoquímica e Microclima;

Geotecnologias;

Políticas Públicas e Conservação.



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4. Programação

Dia 26/07/2013 (4ª feira)

11:00h às 12:00h- Recepção e Credenciamento dos Participantes

Abertura oficial

13:30h às 14:30h - Abertura oficial – Prefeito de Cananeia, Secretário do Meio Ambiente de

Cananeia, Diretoria Executiva da UNESP, câmpus Registro e Comissão Organizadora do I

Workshop

14:30h às 15:00h - Palestra I – Marília Cunha Lignon: Monitoramento Integrado de Manguezais

no Lagamar paulista: estado da arte

Mesa-redonda I - Unidades de Conservação do trecho paulista do Mosaico de Áreas

Protegidas do Lagamar

15:00h às 17:00h Apresentação: Gestores das Unidades de Conservação do trecho paulista do

Mosaico de Áreas Protegidas do Lagamar. Mediadora: Mayra Jankowsky

17:00h às 17:30h - Coffee break

Mesa-redonda II – Comunidades tradicionais do Lagamar

17:30h às 19:30h – Apresentação da região pela comunidade tradicional.

Mediador: Marcos Campolim

Dia 27/07/2017 (5ª feira)

8:00h às 8:10h – Apresentação das atividades do dia - Comissão organizadora do I Workshop

Mesa-redonda III – Etnoconservação no Mosaico Lagamar. Mediador: Domingos Garrone Neto

8:20h às 8:40h – Mayra Jankowsky (PMAP/PR)

8:40h às 9:00h - Marcos Campolim (IF – SP)

9:00h às 9:30h – Debate

9h30 às 10:00h - Coffee break

Mesa-redonda IV - Diversidade e Conservação da Flora Associada aos Manguezais. Mediador:

Erick Weissenberg

10:10h às 10:30h – Levi P. Machado (UNESP)

10:30h às 10:50h – Marcos R. Bornschein (UNESP)




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Mesa-redonda V - Diversidade e Conservação da Fauna Associada aos Manguezais. Mediadora: Marília Cunha Lignon

13:10h às 13:30h– Daniela Godoy (IPEC)

13:30h às 13:50h– Domingos Garrone Neto (UNESP)

13:50h às 14:10h– Jocemar Mendonça (IP – SP)

14:10h às 14h40h – Debate

Mesa-redonda VI – Variáveis ambientais e ferramentas tecnólogicas. Mediador: Levi Machado

14:50h às 15:10h – Emerson Galvani (USP)

15:10h às 15:30h – Vilmar Rodrigues (UNESP)

15:30h às 15:50h – Isadora Parada (SMA)


16:20h às 17:00h - Coffee break

17:00h às 18:30h - Palestra II – Jock Makenzie (JCU): MangroveWatch: A community-science

monitoring partnership to inform better mangrove management (MangroveWatch: uma parceria de

monitoramento entre ciência e comunidade local para auxiliar no manejo de manguezais)

Dia 28/07/2017 (6ª feira)

Encaminhamentos do evento

8:00h às 10:00h – Elaboração da proposta ‘Subsídios aos programas de pesquisa das Unidades

de Conservação do Lagamar’. Mediadores: Marília Cunha Lignon, Mayra Jankowsky e Marcos

Campolim

10:00h às 10:30h – Coffee break

10:30h às 12:30h – Elaboração da proposta ‘Subsídios aos programas de pesquisa das Unidades

de Conservação do Lagamar’. Mediadores: Marília Cunha Lignon, Mayra Jankowsky e Marcos

Campolim

12:30h às 13:00h - Fechamento do Workshop - Marília Cunha Lignon (UNESP-CERe, Registro -

SP)



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5. MESAS REDONDAS



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Etnoconservação no Mosaico Lagamar

Gestão da captura do caranguejo-uçá na APACIP

Mayra Jankowsky (1) e Jocemar Tomasino Mendonça (2)

(1)Rua Ernesto Martins Simões, s/n (Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa do Agronegócio, Cananeia,

São Paulo), E-mail: [email protected], ,(2) Rua Wladimir Bersnard, s/n (Instituto de Pesca/APTA,

Cananeia, São Paulo), E-mail: [email protected]

O processo de gestão compartilhada vem sendo apresentado tanto por envolvidos no uso de recursos naturais

quanto pela comunidade acadêmica como uma das formas mais efetivas para a gestão de recursos

pesqueiros. No entanto, ainda que localmente alguns fóruns estejam constituídos, especialmente vinculados

aos conselhos gestores de Unidades de Conservação, em uma escala estadual e federal as decisões têm sido

tomadas em grande parte distantes das discussões junto aos diversos setores envolvidos. Nesse contexto, o

presente trabalho apresenta uma análise do processo de ordenamento do Ucides cordatus, caranguejo-uçá,

que se iniciou em 2014 a partir da tomada de conhecimento da sua presença na lista de espécie ameaçadas do

Estado de São Paulo, focando na incorporação dos diversos conhecimentos sobre a espécie para o processo

de gestão em diversas escalas. Apesar do caranguejo-uçá constar na lista estadual de espécies ameaçadas

desde 1998, e com restrição de captura desde 2008, apenas em 2014, com a melhor estruturação do sistema

ambiental estadual se tomou conhecimento desta proibição. A importância socioeconômica dessa captura

para a região sul do Estado de São Paulo, fomentou a ação coletiva entre pescadores, pesquisadores e

entidades governamentais em torno da resolução do conflito estabelecido entre a proibição de uso e a

necessidade da atividade, tendo como parâmetro a continuidade da extração e do recurso pesqueiro. Este

processo foi canalizado na Câmara Temática de Pesca do Conselho Gestor da APACIP, uma arena ambiental

local. Nesta arena, por meio da ação coletiva foi elaborado um laudo, reunindo o conhecimento local sobre o

status de conservação da espécie, com o conhecimento acadêmico, além dos resultados do processo de

monitoramento pesqueiro e os diversos aspectos legais, dispostos tantos na escala estadual quanto federal.

Dessa forma, o documento elaborado apresentou os diversos olhares sobre a espécie a partir da escala federal

até a escala local, apontando para a sustentabilidade da atividade na região. A partir da consolidação deste

documento, participantes deste fórum promoveram reuniões com representantes das instituições estaduais

para debater a restrição imposta. Isso resultou em portarias estaduais para gestão do recurso consolidando o

regramento a partir de um pacto social. O processo trouxe ganhos: (a) articulação de grupos socialmente

marginalizados em torno do processo de gestão colaborando com o aprendido social, (b) criação de grupo

técnico na esfera estadual para discussão do ordenamento do caranguejo-uçá, (c) reconhecimento de uma

arena local (Câmara Temática de Pesca/APACIP) no âmbito estadual como subsidiária a consolidação de

políticas públicas e (d) institucionalização do monitoramento participativo como requisito a gestão. Aponta-

se que a gestão de recursos pesqueiros não é processo estanque, necessitando de frequentes ajustes, os quais

devem ser construídos a partir da junção dos diversos conhecimentos envolvidos.

Palavras-Chave: Gestão compartilhada, recurso pesqueiro, arena ambiental, instituições multiescalares.

mailto:[email protected]




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Mangrove crab management in the Cananeia-Iguape-Peruíbe Environmental Protected Area

Mayra Jankowsky (1) and Jocemar Tomasino Mendonça (2)

(1)Rua Ernesto Martins Simões, s/n (Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa do Agronegócio,

Cananeia, São Paulo), E-mail: [email protected], ,(2) Rua Wladimir Bersnard, s/n (Instituto de

Pesca/APTA, Cananeia, São Paulo), E-mail: [email protected]

Co-management has been presented as one of the most effective ways to managing fish resources

by those involved in use of natural resources and researchers. However, decisions in federal and

regional level have been taken without discussions with different sectors involved, except by some

local forums, especially related to Protected Areas Councils. In this context, this work presents an

analysis of the ordering process of Ucides cordatus, mangrove crab, which began in 2014, when

local actors pass to knowledge of this specie was present in the list of endangered species of the

State of São Paulo. This management process focusing on the incorporation of knowledge on the

species at various scales. Although mangrove crab has been on the state list of endangered species

since 1998, and with a catch restriction since 2008, only in 2014, with improvement of state

environmental system did this restriction become known. The socioeconomic importance of this

catch for the southern region of the State of São Paulo promoted collective action among fishermen,

researchers and governmental entities around resolution of conflict established between prohibition

of use and necessity of the activity, having as parameter sustainable fishery. This process occurs

into the Fisheries Thematic Chamber, a group related to Protect Area Council, a local

environmental arena. In this arena, different actors prepared a document, bringing together the local

knowledge about the state of conservation of the species, with academic knowledge, as well as the

results of the fishery monitoring process and across scales legal aspects. In this way, the document

elaborated represented different views about the specie, concluding that sustainable fishery was

possible in region. After document finalization, participants of this forum promoted meetings with

representatives of the state institutions to discuss a change in restriction norm. This resulted in state

ordinances for resource management, consolidating the rule from a social pact. The process brought

gains: a) articulation of socially marginalized groups around a management process collaborating

with social learning, b) creation of a technical group at the state level to discuss the management of

mangrove crab, c) recognition of a local arena (Fisheries Thematic Chamber) at the state level as a

subsidiary the consolidation of public policies and d) institutionalization of participatory monitoring

as a management requirement. Until this point management process is well success, but fishery

resources management is not a watertight process, requiring frequent adjustments, which must be

built with different actors and their knowledge.

Keywords: Co-management, fisheries resources, environmental arena, multiscale institutions.





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DIVERSIDADE E CONSERVAÇÃO DA FLORA ASSOCIADA AOS MANGUEZAIS

Macroalgas e serviços ecossistêmicos como ferramenta para conservação no manguezal

Cananeia, Iguape e Ilha Comprida

Levi Pompermayer Machado (1), Alexia Abe (1), Bruna Almeida (1), Erico Tadao Teramoto (1),

Guilherme Wolff Bueno (1), Carlos Augusto Prata Gaona (1) Fernanda Seles David (2) Luanda Pereira

Soares (3) e Daniela Milstein (4)

(1) Universidade Estadual Júlio de Mesquita Filho, Registro, São Paulo, E-mail:

[email protected], (2) Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, São

Vicente SP, (3) Instituto de Botânica, São Paulo-SP (4)Universidade Federal de São Paulo, Santos,SP

As macroalgas estão atualmente agrupadas em dois reinos (Plantae e Chromista) e representam dos

principais grupos de produtores primários no ambiente bentônico marinho, desempenhando

importante função ecológica como base da cadeia alimentar para herbívoros e na ciclagem de

nutrientes. No entanto, esse grupo não é exclusivo de ambientes marinhos, pois existem espécies

típicas de estuários. A diversidade, a dinâmica e as interações das macroalgas nos manguezais ainda

não são satisfatoriamente conhecidas, bem como a resposta às alterações e aos impactos

provenientes da interferência antrópica. Dentre as espécies observadas no complexo do Lagamar

paulista destaca-se a Gayralia brasiliensis (Chlorophyta – Ulvophyceae). Essa espécie é utilizada

na culinária oriental há milênios. Conhecida popularmente como “Aonori” apresenta elevado valor

energético e excelentes atributos nutricionais. A espécie coloniza os substratos disponíveis nos

estuários, partes inferiores das plantas típicas de mangue e nos restos de conchas de ostras. A

utilização desse recurso alimentar é realiza por meio de desenvolvimento de aquicultura, prática

comum na China, Japão e Coréia do Sul, no entanto ainda insipiente no Brasil. Nesse contexto

nosso grupo vem avaliando a colonização natural e o crescimento da macroalga sobre as estruturas

de cultivos de ostras nativas em Cananeia (Crassostrea brasiliana). O ciclo de crescimento de G.

brasiliensis associada ao cultivo de ostras ocorre nos meses de maio a agosto. Desta forma, estamos

amostrando três bolsas de cultivo de ostra, com 2200 cm² de área disponível para crescimento da

macroalga. No primeiro mês do ciclo de crescimento foi coletado 16,86 g de massa fresca 1,68 ±

0,83 g de massa seca por bolsa correspondendo a 0,76 mg de massa seca por cm² de G. brasiliensis

associado ao cultivo de ostras. Com base nesses dados, será possível estimar o crescimento da

macroalga e a remoção dos nutrientes dissolvidos provenientes da produção de ostra. O manejo do

serviço ecossistêmico de biorremediação promovido pela macroalga e da sua utilização como

coproduto fomenta o desenvolvimento da aquicultura integrada multitrófica, aumentando os

indicadores de sustentabilidade da produção aliando ao uso e conservação do manguezal. Por fim, o

conhecimento da diversidade e o monitoramento da comunidade das macroalgas estuarinas será a

ferramenta para determinar a eficiência do processo.

Palavras-Chave: Macroalgas, biorremediação, monitoramento, aquicultura integrada multitrófica.

Financiamento: Proex – UNESP 16/2016




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Macroalgae and ecosystem services as a tool for conservation in the mangrove Cananeia,

Iguape and Ilha Comprida

Levi Pompermayer Machado (1), Alexia Abe (1), Bruna Almeida (1), Erico Tadao Teramoto (1),

Guilherme Wolff Bueno (1), Carlos Augusto Prata Gaona (1) Fernanda Seles David (2) Luanda Pereira

Soares (3) and Daniela Milstein (4)

(1) Universidade Estadual Júlio de Mesquita Filho, Registro, São Paulo, E-mail:

[email protected], [email protected], [email protected],

[email protected], [email protected], [email protected], (2)

Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, São Vicente SP, (3) Instituto de Botânica,

São Paulo- SP (4)Universidade Federal de São Paulo, Santos - SP

The macroalgae are currently grouped in two kingdoms (Plantae and Chromista) and represent the

main groups of primary producers in the marine benthic environment, playing important ecological

role as the base of the food chain for herbivores and in nutrient cycling. However, this group is not

unique to marine environments, as there are species typical of estuaries. The diversity, dynamics

and interactions of macroalgae in mangroves are still not satisfactorily known, as well the response

to the impacts of anthropogenic interference. Among the species observed in the Lagamar paulista

complex is the Gayralia brasiliensis (Chlorophyta - Ulvophyceae). This species has been used in

Asian cuisine for millennia. Popularly known as "Aonori" has high energy content and excellent

nutritional attributes. The species colonizes the substrates available in estuaries, lower parts of

typical mangrove plants and in the remains of oyster shells. The use of these food resources is

performed through the development of aquaculture, commonly practiced in China, Japan and South

Korea and incipient in Brazil yet. In this context, our group has been evaluating a natural

colonization and growth of this macroalgal on the structures of native oyster in Cananeia

(Crassostrea brasiliana). The cycle of growth of G. brasiliensis associated with oyster production

occurs in the months of May and August. In this way, we are sampling three oyster bag cultivation,

with 2,200 cm² of available area for macroalga growth. In the first month of the growth cycle, 16.86

g of fresh mass, 1.68 ± 0.83 g of dry mass per bag corresponding to 0.76 mg of dry mass per cm² of

G. brasiliensis associated to oyster culture were collected. Based on these data, it is possible to

estimate the growth of the macroalga and a removal of the nutrients dissolved from oyster

production. The management of the ecosystem service of bioremediation promoted by the

macroalga and its use as a co-product fosters the development of integrated multitrophic

aquaculture, increasing the indicators of sustainability of production together with the use and

conservation of the mangrove. Finally, knowledge of diversity and monitoring of the estuarine

macroalgae community will be the tool to determine the efficiency of the process.

Keywords: Macroalgae, bioremediation, monitoring, integrated multitrophic aquaculture.

Financial Support: Proex UNESP 16/2016 – “Revelando a diversidade marinha do Vale do

Ribeira: Guias ilustrados de macroalgas e invertebrados”.




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Áreas de Ocupação de Aves de Brejos Salinos do Sudeste Altamente Restritas e Impacto por

Tropicalização

Marcos Ricardo Bornschein (1) Bianca Luiza Reinert (2), Tiago Machado-de-Souza (3), Cláudia

Golec (4), Mauro Pichorim (5) e Mario Arthur Favretto (5)

(1)Universidade Estadual Paulista, São Vicente, SP, E-mail: [email protected], (2)Mater Natura

- Instituto de Estudos Ambientais, Curitiba, PR, E-mail: [email protected], (3)Universidade Federal

do Paraná, Centro Politécnico, Curitiba, PR, (4)Universidade Estadual de Maringá, Maringá, PR, (5)Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, E-mail: [email protected]

Determinar áreas de ocupação de espécies é uma ferramenta importante para a conservação e o

monitoramento dessas áreas pode auxiliar na percepção de modificações ambientais. Em parte do

sudeste e sul do Brasil, ocorrem pequenas manchas de brejos dispersas ao longo da costa e em

baías, muitas vezes associadas com manguezais. Utilizamos como modelo para estudar, caracterizar

e monitorar a dinâmica desses brejos duas espécies de aves com distribuições especialmente

subtropicais (e.g. Patagônia e Andes) e que contam com registros esporádicos no sudeste do Brasil,

a saber: bonito-do-piri (Tachuris rubrigastra) e bate-bico (Phleocryptes melanops). Para encontrar

populações reprodutivas dessas espécies e determinar as suas áreas de ocupação, bem como para

monitorá-las, realizamos observações fortuitas e sistemáticas (de 1994 a 2017) ao longo de mais de

300 km de costa e baías do sudeste e sul do Brasil. Registramos três áreas com populações

reprodutivas de T. rubrigastra, totalizando 139,26 ha de área de ocupação, e duas de P. melanops,

totalizando 71,22 ha de área de ocupação, ambas em brejos salinos no interior de baías. Estas áreas

de ocupação foram 37% e 30% maiores no início do estudo (de T. rubrigastra e P. melanops,

respectivamente). Elas foram reduzidas por alteração do habitat em consequência da invasão de

plantas exóticas, por sucessão ecológica natural, por alteração na flora e, especialmente, pela

invasão de manguezais. As áreas de ocupação de T. rubrigastra e P. melanops são bastante restritas

e representam apenas uma pequena fração dos brejos que ocorrem onde elas estão localizadas (14%

e 9%, respectivamente). Também discutimos as extinções locais das aves estudadas e as

modificações na flora e vegetação. Argumentamos que essas mudanças nas áreas de ocupação das

aves podem ser resultado de um processo de tropicalização em consequência da mudança climática.

Palavras-chave: extinção local, manguezais, Urochloa arrecta, brejo salino subtropical, tropicalização,

mudança climática

Financiamento: Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, Fundo Nacional do Meio Ambiente e

Fundo Brasileiro para a Biodiversidade



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Highly Restricted Areas of Occupancy of Birds in Southeastern Brazilian Salt Marshes and

Impacts due Tropicalization

Marcos Ricardo Bornschein (1) Bianca Luiza Reinert (2), Tiago Machado-de-Souza (3), Cláudia

Golec (4), Mauro Pichorim (5) and Mario Arthur Favretto (5)

(1)Universidade Estadual Paulista, São Vicente, SP, E-mail: [email protected], (2)Mater Natura

- Instituto de Estudos Ambientais, Curitiba, PR, E-mail: [email protected], (3)Universidade Federal

do Paraná, Centro Politécnico, Curitiba, PR, (4)Universidade Estadual de Maringá, Maringá, PR, (5)Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, E-mail: [email protected]

Determining areas of occupancy of species is an important tool for the conservation and the

continuous monitoring of these areas can help in the perception of environmental modifications. In

part of the southeastern and southern of Brazil there are small patches of marshes distributed along

the coast line and in bays, often associated with mangroves. We used as a model to study,

characterize, and monitor the dynamics of these marshes two species of birds with especially

subtropical distributions (e.g. Patagonia and Andes) and with sporadic records in southeastern

Brazil, namely Many-colored Rush Tyrant (Tachuris rubrigastra) and Wren-like Rushbird

(Phleocryptes melanops). To find reproductive populations of these species and to evaluate its areas

of occupancy, as well to monitor them, we conducted sporadic and systematics observations (from

1994–2017) along more than 300 km of coast and bays of southeastern and southern Brazil. We

recorded three areas with resident populations of T. rubrigastra, totaling 139.26 ha of area of

occupancy, and two of P. melanops, totaling 71.22 ha of area of occupancy, both on salt marshes

inside bays. These areas of occupancy were 37% and 30% higher at the start of the study (from T.

rubrigastra and P. melanops, respectively). They reduced by habitat alteration in consequence of

invasion by exotic plants, ecological succession, flora alteration, and, specially, by mangroves

invasion. The areas of occupancy of T. rubrigastra and P. melanops are very restricted and

represent only a small fraction of the marshes that occur where these populations are located (14%

and 9%, respectively). We also discussed local extinctions of the birds studied and modifications in

the flora and vegetation. We argue that these changes in the areas of occupancy of the birds may be

the result of a tropicalization process as a consequence of climate change.

Keywords: local extinction, mangroves, Urochloa arrecta, subtropical salt marsh, tropicalization, climate

change

Financial Support: Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza - FGBPN, Fundo Nacional do Meio

Ambiente – FNMA e Fundo Brasileiro para a Biodiversidade - FUNBIO (TFCA account - Tropical Forest

Conservation Act)



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DIVERSIDADE E CONSERVAÇÃO DA FAUNA ASSOCIADA AOS MANGUEZAIS

A pesca estuarina no litoral sul de São Paulo

Jocemar Tomasino Mendonça

Instituto de Pesca, APTA/SAA/SP, Núcleo de Pesquisa do litoral sul, Cananeia, São Paulo, E-mail:

[email protected]

A pesca no litoral sul de São Paulo se desenvolve em dois principais ambientes, marinho e

estuarino. Este último apresenta a maior concentração de manguezais do estado. O Instituto de

Pesca desde a década de 1960 monitora a atividade na região através de coletas censitárias da

atividade nos municípios de Cananeia, Iguape e Ilha Comprida. O presente trabalho traz um

panorama atualizado da pesca estuarina no litoral sul do estado, utilizando as informações sobre a

atividade nos últimos 17 anos (2000 a 2016). Os dados foram obtidos através do Programa de

Monitoramento da Atividade Pesqueira do Litoral de São Paulo (PMAP-SP), desenvolvido pelo

Instituto de Pesca, com coletas de informações pesqueiras de toda atividade pesqueira profissional.

A pesca no estuário do litoral sul de São Paulo tem uma produção média anual de 1.400 toneladas, o

que representa 32,1% do desembarcado na região. Os principais aparelhos ou métodos de pesca

utilizados são o corrico para a manjuba (representa 24,6% dos desembarques), seguido das redes de

emalhe (14,7%), o extrativismo (13,9%) e a manjubeira (12,5%). Os principais produtos pesqueiros

do estuário são: a manjuba, ostra, tainha, siri-azul e o bagre-branco, que perfazem 90% dos

desembarques. A pesca estuarina, em média envolve 64,2% dos pescadores do litoral sul, ocupando

diretamente mais de 2.400 pescadores ao ano. O município que mais trabalha na área estuarina é

Iguape, com 78,8% dos pescadores no período analisado, enquanto que Ilha Comprida, apenas

33,7% utilizam o estuário para pescar. A região estuarina do litoral sul de São Paulo tem uma

relevante importância para a manutenção das atividades pesqueiras tanto local, como de unidades

produtivas (pescadores ou embarcações) que utilizam a região para a prática de pesca, visto que

70% das embarcações que desembarcam no porto de Santos (principal porto do estado) trabalham

frente a região sul do estado. Na área estuarina foram registradas mais de 140 espécies de pescados,

que são comuns e importantes a diversas pescarias de todo litoral paulista e paranaense, indicando o

grau de importância da região para a manutenção das pescarias do litoral sudeste/sul do país. Mas,

com exceção da tainha, as principais espécies da pesca estuarina são produtos pesqueiros não

compartilhados com pescadores de outras regiões. Este fato indica que a pesca tem impactos a

recursos locais, de forma geral isto facilita na gestão e manutenção destas pescarias. De qualquer

forma alterações que comprometam o ecossistema estuarino, pode impactar a tanto a atividade

pesqueira local, pelo elevado número de pessoas e sua dependência dos recursos, como, também

trazer prejuízos significativos a diversos pescadores de outras regiões, pela presença no estuário de

diversas espécies importantes a pesca do sudeste/sul do país.

Palavras-Chave: Produção pesqueira, unidade produtiva, impacto ambiental

Financiamento: Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa do Agronegócio




16


Estuarine fisheries on the south coast of São Paulo State

Jocemar Tomasino Mendonça

Instituto de Pesca, APTA/SAA/SP, Núcleo de Pesquisa do litoral sul, Cananeia, São Paulo, E-mail:

[email protected]

The fishing in the south coast of São Paulo State develops in two main environments, marine and

estuarine. The estuarine area highest concentration of mangroves in the State. The Instituto de Pesca

since the 1960s monitors activity in the region through census collections of activity in the

municipalities of Cananeia, Iguape and Ilha Comprida. The present work presents an updated

picture of estuarine fishing in the southern coast of the State, using information about the activity in

the last 17 years (2000 to 2016). The data were obtained through the Program of Monitoring of the

Fishing Activity of the Coast of São Paulo (PMAP-SP), developed by the Instituto de Pesca, with

the collection of fishery information of all professional fishing activity. The fishing in the estuary

south of São Paulo has an average annual yield of 1,400 tons, which represents 32.1% of the landed

in the region. The main equipment or fishing methods used are surface drift gill netting

(representing 24.6% of landings), followed by gillnets (14.7%), extractivism (13.9%) and

“manjubeira” (trawl net) (12, 5%). The main fishery products of the estuary are: broadband

anchovy, oyster, mullet, blue crab and white catfish, which make up 90% of landings. Estuarine

fishing, on average, involves 64.2% of the fishermen on the southern coast, directly occupying more

than 2,400 fishermen per year. The municipality that works the most in the estuarine area is Iguape,

with 78.8% of fishermen in the analyzed period, while Ilha Comprida, only 33.7% use the estuary to

fishing. The estuarine region of the south coast of São Paulo has a significant importance for the

maintenance of local fishing activities, as well as of productive units (fishermen or vessels) that use

the region for fishing, since 70% of the vessels that land on the Santos Harbor (main port of the

state) work in front of the southern region of the state. In the estuary area, more than 140 species of

fish have been registered, which are common and important to several fisheries throughout the coast

of São Paulo and Paraná State, indicating the importance of the region for the maintenance of

fisheries in the southeast and south coast of the country. But, except for mullet, the main species of

estuarine fisheries are fishery products not shared with fishermen from other regions. This fact

indicates that the fishing has impacts to local resources, in general this facilitates in the management

and maintenance of these fisheries. In any case, changes that compromise the estuarine ecosystem

can have an impact on both the local fishing activity, the high number of people and their

dependence on resources, as well as significant damage to several fishermen from other regions, by

the presence in the estuary of several important species the fishing of the southeast / south of the

country.

Key words: fishing yield, productive units, environment impacts

Financial Support: Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa do Agronegócio




17


Influência do canal Valo Grande sobre os botos-cinza (Sotalia guianensis) no Complexo

Estuarino Lagunar de Cananeia

Daniela Ferro de Godoy (1) e Artur Andriolo (2)

(1) Instituto de Pesquisas Cananeia – IPeC, Cananeia, SP, E-mail: [email protected], (2)

Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF, Juiz de Fora, MG, E-mail:

[email protected].

As alterações antrópicas estão exercendo uma pressão crescente sobre os oceanos particularmente

nas áreas costeiras, ameaçando os ecossistemas marinhos, especialmente os pequenos cetáceos, que

dependem dessas regiões para se alimentarem e reproduzirem, tornando-os vulneráveis. O Valo

Grande é um canal artificial construído em 1852, tendo inicialmente 4,40m de largura. Devido à

erosão nas bordas, o canal hoje com mais de 300m de largura faz com que 70% da vazão do rio

Ribeira escoe por ele acarretando grande efeito sobre o ecossistema como um todo, principalmente

associada à diminuição da salinidade no estuário. O objetivo do trabalho foi avaliar a influência do

canal do Valo Grande sobre a ocorrência e distribuição do boto-cinza. Os resultados dos Modelos

Lineares Generalizados (GLMs) mostraram que houve uma significância negativa da vazão diária

do Valo Grande em relação ao número de botos na região, tanto nos setores como nas estações do

ano. O modelo preditivo considerou a vazão máxima e a vazão nula do Valo Grande durante o

período do estudo e previu que o aumento da descarga de água doce influencia de maneira negativa

na presença dos botos. Inversamente com a diminuição ou fechamento do Valo os animais poderão

ocupar áreas que hoje sofrem maior influência do Valo Grande, ocasionando a diminuição da

salinidade. A vazão tem influência direta na salinidade e transparência das águas do Complexo,

variáveis que, de acordo com outros estudos sobre o uso de habitat do boto-cinza influenciam a

distribuição do mesmo. Os resultados da influência negativa da vazão do Valo Grande na ocorrência

dos botos cinza no entorno de Cananeia contribuem para a confirmação de seu impacto sobre todo o

ecossistema do Complexo Estuarino, assim como os resultados de outros trabalhos conduzidos na

região. Pelo exposto, fica claro que os botos-cinza apresentaram uma distribuição heterogênea

dentro do estuário e as áreas de maior concentração merecem maior atenção na elaboração de

estratégias de conservação.

Palavras-Chave: Modelos preditivos, modelos descritivos, ações antrópicas

Financiamento: Petrobras Ambiental, Capes.




18


Influence of the Valo Grande canal on the Guiana dolphins (Sotalia guianensis) in the

Estuarine Lagunar Complex of Cananeia

Daniela Ferro de Godoy (1) and Artur Andriolo (2)

1) Instituto de Pesquisas Cananeia – IPeC, Cananeia, SP, E-mail: [email protected], (2)

Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF, Juiz de Fora, MG, E-mail:

[email protected].

Anthropogenic changes are exerting increasing pressure on the oceans particularly in coastal areas,

threatening marine ecosystems, especially small cetaceans, which rely on these regions to feed and

reproduce, making them vulnerable. The Valo Grande is an artificial canal constructed in 1852,

initially having 4.40m wide. With the erosion of the margin, the canal today with more than 300m

wide means that 70% of the flow of the river Ribeira flows through it having a great effect on the

ecosystem as A whole, mainly associated with the decrease of the salinity. The objective of this

work was to evaluate the influence of the Valo Grande canal on the occurrence and distribution of

the Guiana dolphin. The results of Generalized Linear Models (GLMs) showed that there was a

negative significance of Valo Grande daily flow in relation to the number of dolphins in the region,

both in the sectors and in the seasons. The predictive model considered the maximum flow, zero

flow of the Valo Grande during the study period, and predicted that the increase of the discharge of

fresh water influences negatively in the presence of the dolphins. Conversely with the decrease or

closure of the Valo, the animals may occupy areas that today suffer greater influence of the Valo

Grande, causing the salinity decrease. The flow has a direct influence on the salinity and

transparency of the estuary waters, variables that, according to other studies on the use of habitat of

the dolphins influence the distribution of the same. The results of the negative influence of the Valo

Grande flow on the occurrence of the dolphins in the surroundings of Cananeia contribute to the

confirmation of its impact on the entire estuarine complex ecosystem, as well as the results of other

works conducted in the region. From the above, it is clear that the dolphins presented a

heterogeneous distribution within the estuary and the areas of higher concentration deserve greater

attention in the elaboration of conservation strategies.

Key words: Predictive models, descriptive models, anthropic actions

Financial Support: Petrobras Ambiental, Capes.




19


Monitorando peixes a partir da perspectiva dos animais em um complexo estuarino do

Atlântico Sul Ocidental

Domingos Garrone-Neto1, Pietro Simon Moro2, Cleber Mikio Rosa Imanobu1 e Eduardo Antonio

Sanches1

(1) UNESP – Universidade Estadual Paulista, Câmpus Experimental de Registro, Registro, SP

11900-000, E-mails: [email protected], [email protected], mikio-

[email protected]; (2)Moro Fishing Ltd., Rua José Benedito Cotolengo 819, Curitiba, PR, E-

mail: [email protected]

No presente estudo testamos a hipótese de que o robalo-peva, Centropomus parallelus, se

movimenta entre duas áreas onde o turismo de pesca é importante, mas as regras para a pesca

amadora são diferentes. Os trabalhos foram realizados de Maio de 2014 a Junho de 2017 no

Complexo Lagunar-Estuarino de Iguape-Cananeia-Ilha Comprida-Paranaguá, na divisa entre os

estados de São Paulo e do Paraná, no sudeste-sul do Brasil. Através de um experimento de

marcação e recaptura, capturamos e marcamos 2.000 indivíduos de C. parallelus, dos quais 42

foram recapturados. Dentre esses, seis peixes foram recapturados no Paraná, após terem sido

marcados em São Paulo, e um peixe foi recapturado em São Paulo, após ter sido marcado no

Paraná. Ambos os estados apresentam diferenças importantes na legislação que incide sobre a pesca

amadora. O Estado do Paraná, desde 2009, adota uma cota para pescadores (sete peixes/dia) e um

tamanho mínimo superior a legislação federal (40 cm), um tamanho máximo (50 cm) e um período

de defeso (Novembro-Dezembro) para C. parallelus. O Estado de São Paulo utiliza a legislação

federal como referência para cota (10 kg/dia em água doce ou 15 kg/dia para mar + um exemplar) e

um tamanho mínimo (30 cm), mas não possui tamanho máximo e período de defeso estabelecidos

para C. parallelus. Essas diferenças têm contribuído para o uso desigual de C. parallelus por

pescadores amadores de ambos os estados, corroborando a hipótese testada. Dessa forma, o uso da

espécie e as regulamentações de pesca amadora precisam ser revisados no sul-sudeste do Brasil,

levando em consideração a capacidade de C. parallelus em atravessar fronteiras políticas e a

importância de um manejo da pesca orientado a partir da perspectiva dos peixes.

Palavras-chave: pesca amadora, manejo de pescarias, conservação marinha, ecologia do

movimento, marcação e recaptura, Centropomidae.

Financiamento: DGN e CMRI tiveram apoio financeiro da PROPe/UNESP (processo

#0360/001/14) e da Fundação SOS Pró-Mata Atlântica (processo #07/2014/07).



20


Monitoring fish from the animal’s perspective in an estuarine complex of the Western South

Atlantic

Domingos Garrone-Neto1, Pietro Simon Moro2, Cleber Mikio Rosa Imanobu1 and Eduardo

Antonio Sanches1

(1) UNESP – Universidade Estadual Paulista, Câmpus Experimental de Registro, Registro, SP

11900-000, E-mails: [email protected], [email protected], mikio-

[email protected]; (2)Moro Fishing Ltd., Rua José Benedito Cotolengo 819, Curitiba, PR, E-

mail: [email protected]

In the present study we tested the hypothesis that the fat snook, Centropomus parallelus, moves

between two areas where the fishing tourism is important, but the rules for the recreational fishery

are different. Fieldworks were conducted from May 2014 to June 2017 in the Lagunar-Estuarine

Complex of Iguape-Cananeia-Ilha Comprida-Paranaguá, in the border between the states of São

Paulo and Paraná, in the south-southeastern Brazil. Through a marking and recapture experiment,

we captured and tagged 2.000 individuals of C. parallelus, of which 42 were recaptured. Among

these, six fish were recaptured in Paraná, after being marked in São Paulo, and a fish was recaptured

in São Paulo, after being marked in Paraná. Both states present important differences in the

legislation related to the recreational fishery. Since 2009, the State of Paraná has adopted a bag size

for fishers (seven individuals/day) and a minimum size superior to the federal legislation (40 cm), a

maximum size (50 cm) and a closed season (November-December) for C. parallelus. The State of

São Paulo uses federal legislation as a reference for bag size (10 kg/day for freshwater or 15 kg/day

for sea + one large specimen) and minimum size (30 cm), and does not have maximum size and

closed season established for C. parallelus. These differences have contributed for the unequal use

of C. parallelus by amateur anglers of both states, supporting the hypothesis tested. Thus, the use of

the species and the recreational fishery regulations need to be reviewed in the south-southeastern

Brazil, taking into account the ability of C. parallelus to move across political boundaries and the

importance of a fishery management oriented from the fish perspective.

Keywords: sportfishing, fisheries management, marine conservation, movement ecology, mark-

and-recapture, Centropomidae.

Financial support: DGN and CMRI had financial support from PROPe/UNESP (grant

#0360/001/14) and Fundação SOS Pró-Mata Atlântica (grant #07/2014/07).



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BIOGEOQUÍMICA E MICROCLIMA DE MANGUEZAIS

Aumento na disponibilidade de nitrogênio intensifica sua dinâmica no sedimento de

manguezais no Lagamar paulista

Carla Roberta Gonçalves Reis (1), Sasha Carey Reed (2), Marília Cunha-Lignon (3), Julio Cezar F.

Moreira (4), Marcio R. Lambais (4), Rafael S. Oliveira (5) e Gabriela Bielefeld Nardoto (1)

(1)Universidade de Brasília, DF, E-mail: [email protected], [email protected], (2)United States

Geological Survey, USA, E-mail: [email protected], (3)Universidade Estadual Paulista, Registro, SP, E-mail:

[email protected], (4)Universidade de São Paulo, Piracicaba, SP, E-mail: [email protected],

[email protected], (5)Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, E-mail: [email protected]

O aumento na disponibilidade de nitrogênio é uma das principais ameaças à conservação de

ecossistemas naturais e dos bens e serviços que prestam gratuitamente à sociedade. Para avaliar as

consequências do aumento na disponibilidade de nitrogênio para a dinâmica de nitrogênio em

manguezais, investigamos a dinâmica de nitrogênio em manguezais de franja e de bacia

conservados na região de Cananeia e manguezais de franja e de bacia sujeitos à fertilização

antrópica na região de Iguape, São Paulo, Brasil. Hipotetizamos que o aumento na disponibilidade

de nitrogênio diminui as taxas de fixação biológica de nitrogênio e intensifica a dinâmica de

nitrogênio no sedimento de manguezais de franja e de bacia. Quantificamos concentrações de

nitrogênio no sedimento, taxas de fixação biológica de nitrogênio no sedimento e na serapilheira

utilizando ensaios de redução de acetileno, e taxas líquidas de amonificação e nitrificação no

sedimento. As concentrações de amônio em sedimento de manguezal foram ~ 3 vezes maiores na

região de Iguape comparado à região de Cananeia. As taxas de fixação biológica de nitrogênio no

sedimento e na serapilheira foram similares entre os manguezais de bacia de Cananeia e Iguape. As

taxas de fixação biológica de nitrogênio no sedimento e em termos de área na serapilheira foram

maiores em manguezal de franja em Iguape do que em manguezal de franja em Cananeia. As taxas

líquidas de amonificação foram similares entre os manguezais de Cananeia e Iguape, mas as taxas

líquidas de nitrificação em manguezal de bacia em Iguape foram ~ 3 e 30 vezes maiores do que em

manguezal de bacia e franja em Cananeia, respectivamente. Concluímos que o aumento na

disponibilidade de nitrogênio não diminui as taxas de fixação biológica de nitrogênio no sedimento

e na serapilheira, mas intensifica a dinâmica de nitrogênio no sedimento, disponibilizando mais

nitrato no sistema em manguezais sujeitos à fertilização antrópica, o que pode ter importantes

consequências para a estrutura e o funcionamento desses manguezais.

Palavras-Chave: enriquecimento de nitrogênio, fixação biológica de nitrogênio, amonificação, nitrificação,

fertilização, poluição

Financiamento: The Rufford Foundation, Fundação Grupo Boticário, CNPq




22


Increased nitrogen availability intensifies nitrogen dynamics in mangrove sediment from the

Lagamar region, Sao Paulo, Brazil

Carla Roberta Gonçalves Reis (1), Sasha Carey Reed (2), Marília Cunha-Lignon (3), Julio Cezar F.

Moreira (4), Marcio R. Lambais (4), Rafael S. Oliveira (5) and Gabriela Bielefeld Nardoto (1)

(1)Universidade de Brasília, DF, E-mail: [email protected], [email protected], (2)United States

Geological Survey, USA, E-mail: [email protected], (3)Universidade Estadual Paulista, Registro, SP, E-mail:

[email protected], (4)Universidade de São Paulo, Piracicaba, SP, E-mail: [email protected],

[email protected], (5)Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, E-mail: [email protected]

Increasing nitrogen availability is a major threat to the conservation of natural ecosystems and to

the goods and services they provide to society. To evaluate the consequences of increasing nitrogen

availability on nitrogen dynamics in mangrove ecosystems, we investigated nitrogen dynamics in

conserved fringe and basin mangroves from the Cananeia region, and those subjected to

anthropogenic fertilization from the Iguape region, Sao Paulo state, Brazil. We hypothesized that

increased nitrogen availability decreases biological nitrogen fixation rates and intensifies nitrogen

dynamics in sediment of fringe and basin mangroves. We quantified nitrogen concentrations in

sediment, biological nitrogen fixation rates in sediment and leaf litter using the acetylene reduction

assay, and net ammonification and nitrification rates in sediment. Ammonium concentrations in

mangrove sediment were ~ 3 times higher in Iguape than the Cananeia region. Biological nitrogen

fixation rates in sediment and leaf litter were similar between Cananeia and Iguape basin

mangroves. Biological nitrogen fixation rates in sediment and areal rates in leaf litter were higher in

Iguape than Cananeia fringe mangroves. Net ammonification rates were also similar between

Cananeia and Iguape mangroves, but net nitrification rates in the Iguape basin were ~ 3 and 30

times higher than Cananeia basin and fringe mangroves, respectively. We concluded that increased

nitrogen availability did not decrease biological nitrogen fixation rates, but intensified nitrogen

dynamics in sediment, also increasing nitrate availability in mangroves subjected to anthropogenic

fertilization. Taken together, our data suggest that intensification of nitrogen dynamics in these

mangrove systems may potentially have important effects on their structure and functioning.

Key words: nitrogen fertilization, nitrogen enrichment, nitrogen pollution, biological nitrogen

fixation, ammonification, nitrification

Financial Support: The Rufford Foundation (Ref. 20243-1), Fundação Grupo Boticário (Process

BL0006 20121), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq

(Processes 445418/2014-1 and 141069/2016-3)




23


Análise comparativa do microclima dos manguezais conservados e alterados no Lagamar

paulista

Emerson Galvani(1), Nádia Gilma Beserra de Lima(2) e Marília Cunha-Lignon(3)

(1)Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, E-mail:[email protected], (2)Secretaria de Meio Ambiente do

Estado de São Paulo, São Paulo, SP, E-mail: [email protected], (3)Universidade Estadual Paulista,

campus Experimental de Registro, SP, E-mail: [email protected]

Manguezais estão entre os ecossistemas biologicamente mais produtivos e importantes do mundo,

fornecendo bens e serviços ecossistêmicos únicos para a sociedade e os sistemas costeiros e

marinhos e em caso de substituição por estruturas construídas esses serviços poderão ser perdidos.

Os manguezais têm se ajustado, historicamente, às variações do nível do mar e as mudanças de

temperatura do ar e da água. No Lagamar paulista, monitoramento integrado dos manguezais tem

fornecido subsídios para gestão da zona costeira. Nessa região, os manguezais são os mais

conservados do estado e, apesar disso, alterações tem sido identificadas no setor norte, quanto à

dinâmica e o desenvolvimento estrutural do ecossistema. O microclima vem sendo estudado como

um indicador de que alterações estão ocorrendo na estrutura do manguezal, em sua borda e no

interior de seu ecossistema. Aliado a isso, o estudo das variáveis microclimáticas pode ainda

contribuir para compreensão da importância dos manguezais em caso de tempestades e eventos

extremos em uma escala local. O presente trabalho apresenta uma análise comparativa do

microclima de manguezais do Lagamar paulista, em áreas conservadas e alteradas. Para tanto,

foram analisados dados de temperatura do ar, radiação solar, precipitação, direção e velocidade do

vento. Além disso, analisou-se o Índice de Área Foliar (IAF) e os dados de estrutura da vegetação

de cada ponto, como forma de caracterizar os bosques nos dois ambientes com diferentes estados de

conservação. Os resultados indicam que as amplitudes térmicas foram menores no bosque

conservado, com 31,8ºC de amplitude no bosque alterado e 29,9ºC no conservado. Quanto a

radiação solar global diária no bosque alterado registou-se média de 4,8 MJ.m-2 e 2,9 MJ.m-² no

conservado. Para a precipitação os valores registrados no período foram: 1.994,3 mm no bosque

alterado e 1.717,9 mm no conservado. Pode-se constatar que o manguezal conservado apresenta: a)

maior estabilidade térmica em termos de temperatura máxima, mínima e média do ar e nos valores

de amplitude térmica; b) o papel da vegetação é perceptível na (re)distribuição de energia no

interior do dossel quando foram avaliados os valores de radiação solar global nos bosques de

mangue conservado e alterado; c) O manguezal pode desempenhar importante interação com

eventos extremos reduzindo seus efeito. Dessa forma, constatou-se ser fundamental a manutenção

do bom estado de conservação dos manguezais do litoral sul de São Paulo e consequentemente de

seus serviços ecossistêmicos relacionados à estabilização do microclima.

Palavras-Chave: atributos climáticos, monitoramento, mangue, áreas protegidas, serviços ecossistêmicos

Financial Support: National Council for Scientific and Technological Development (CNPq – Brazil,

Processes 482819/2013-8, 445418/2014-1 and 303676/2013-2) and Fundação Grupo O Boticário, edital

Bio&Clima Lagamar (Process BL0006_20121).



24


Comparative analysis of the conserved and altered mangroves microclimate in

Lagamar region

Emerson Galvani(1), Nádia Gilma Beserra de Lima(2) and Marília Cunha-Lignon(3)

(1)Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, E-mail:[email protected], (2)Secretaria de Meio Ambiente do

Estado de São Paulo, São Paulo, SP, E-mail: [email protected], (3)Universidade Estadual Paulista,

campus Experimental de Registro, SP, E-mail: [email protected]

Mangroves are among the most biologically productive and important ecosystems in the world.

They provide goods ecosystem services unique to society and coastal systems, and in case of

replacement by built structures, these services may be lost. Mangroves have historically adjusted to

sea level variations and changes in air and water temperatures. In the Lagamar region, located at the

Southern coast of São Paulo state, integrated mangrove monitoring has provided subsidies for

coastal zone management. In this region, mangroves are the most conserved in the state. Despite

this, changes were identified in the northern sector regarding the dynamics and structural

development of the ecosystem. The microclimate has been studied as an indicator of changes in the

mangrove ecosystem. In addition, the study of microclimatic variables can also contribute to

understanding the importance of mangroves in case of storms and extreme events on a local scale.

The present study presents a comparative analysis of the microclimate of mangroves in conserved

and altered areas in the Lagamar of São Paulo state. Data of air temperature, solar radiation,

precipitation, direction and wind speed were analyzed. In addition, the leaf area index (LAI) and the

vegetation structure data of each area were analyzed as a way of characterizing the forests in two

environments with different conservation states. The results indicate that the thermal amplitudes

were lower in the conserved forest, with 31.8ºC of amplitude in the altered forest and 29.9ºC in the

conserved forest. The daily global solar radiation in the altered forest, an average of 4.8 MJ.m-2 and

2.9 MJ.m-² in the conserved were recorded. The precipitation values registered were 1,994.3 mm in

the altered forest and 1,717.9 mm in the conserved forest. The conserved mangrove presented

greater thermal stability in terms of maximum, minimum and average air temperatures and in the

values of thermal amplitude. The results highlight the important role of vegetation about energy

distribution within the canopy. Finally, we can affirm the mangrove can play important interaction

with extreme events reducing their effect. In this way, it was verified that it is fundamental to

maintain the good conservation status of the mangroves of the south coast of São Paulo and

consequently of their ecosystem services related to the stabilization of the microclimate.

Key words: Climate attributes, monitoring, mangrove, protected areas, ecosystem services

Financial Support: National Council for Scientific and Technological Development (CNPq –

Brazil, Processes 303676/2013-2, 482819/2013-8 and 445418/2014-1) and Fundação Grupo

Boticário (Process BL0006_20121).



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GEOTECNOLOGIAS PARA ESTUDOS EM MANGUEZAIS

Dados batimétricos podem auxiliar na identificação de processos erosivos em áreas de

manguezal?

Vilmar Antonio Rodrigues¹e Marília Cunha Lignon1

1 Universidade Estadual Paulista – UNESP – Câmpus Experimental de Registro, Registro - SP. E-

mail: [email protected], [email protected]

Manguezais são áreas úmidas reconhecidas por colonizarem áreas deposicionais e de baixa energia.

Apesar disso, processos erosivos podem ocorrer às margens desses ecossistemas. O sistema costeiro

Cananeia-Iguape, localizado no litoral sul de São Paulo, apresenta três desembocaduras, também

denominadas por barras. A saber: Barra de Icapara (ao norte), Barra de Cananeia (ao centro) e Barra

de Ararapira (ao sul). Esse sistema costeiro é formado por canais lagunares, que apresentam

meandramento e áreas alongadas, em função do seu trecho. No trecho norte do sistema costeiro

ocorrem os processos erosivos mais intensos, uma vez que além da conexão com o oceano, via

Barra de Icapara, a desembocadura do Rio Ribeira e o canal artificial Valo Grande atuam ampliando

as forçantes hídricas nessa área. Dessa forma, o presente estudo realizou análise da batimetria no

trecho norte do sistema costeiro, região da Barra de Icapara, do Rio Ribeira e do Valo Grande, de

modo a se verificar as feições do fundo dos canais e analisar os processos erosivos em áreas de

manguezal. Para tanto utilizou-se ecobatímetro Simrad, modelo EQ 33 TFT GB, software versão

1.27 e sistema DGPS Trimble, modelo R4, sendo os dados gerenciados pelo software Trimble

Hydro Pro Navigation, capturando as profundidades e coordenadas dos pontos batimétricos, no

sistema SIRGAS 2000. A elaboração dos mapas batimétricos foi realizada com auxílio do software

livre gvSIG, versão 2.3.1, para Linux. Verificou-se que as áreas de maiores profundidades nos

canais estão localizadas próximas às margens, onde predomina granulometria arenosa, caracterizada

por partículas de fácil desagregação. O movimento das marés é agente efetivo no transporte de

sedimento e consequentemente de processos erosivos. Nos canais retilíneos, as maiores

profundidades localizam-se no centro do mesmo, não ocorrendo processos erosivos nas margens.

Considerando as consequências das mudanças climáticas e eventos extremos, o presente estudo é

fundamental, uma vez que indica áreas mais vulneráveis a processos erosivos, mesmo em áreas

deposicionais, como as que dominam em manguezais.

Palavras-Chave: eco-batímetro, GPS, batimetria, processos sedimentares



26


Can bathymetric data help in the identification of erosive processes in mangrove areas?

Vilmar Antonio Rodrigues (1) and Marília Cunha Lignon (1)

(1) Universidade Estadual Paulista – UNESP – Câmpus Experimental de Registro, Registro - SP.

E-mail: [email protected], [email protected]

Mangroves are wetlands recognized for colonizing depositional and low energy areas. Nevertheless,

erosive processes can occur along the fringe of these ecosystems. The Cananeia-Iguape coastal

system, located on the south coast of São Paulo, has three mouths, named: Icapara (to the north),

Cananeia (to the center) and Ararapira (to the south). This coastal system is formed by lagoon

channels, which present meandering and elongated areas, depending on its stretch. In the northern

part of the coastal system, the most intense erosive processes occur, since in addition to the

connection with the ocean, via Icapara mouth, the mouth of the Ribeira River and the canal Valo

Grande act by amplifying the hydrology forcings in that area. Thus, the present study carried out an

analysis of the bathymetry in the northern sector of the coastal system, the region of Icapara and the

Ribeira River mouths and the Valo Grande canal, in order to verify the features of the channels

bottom and to analyze the erosive processes in mangrove areas. Simrad eco-meter, EQ 33 TFT GB

model, software version 1.27 and Trimble DGPS system, model R4 were used. The data are

managed by the Trimble Hydro Pro Navigation software, capturing the depths and coordinates of

the bathymetric points in the SIRGAS 2000 system. The elaboration of the bathymetric maps was

done using the free software gvSIG, version 2.3.1, for Linux. It was verified that the areas of greater

depths in the channels are located near the margins, where sand dominates, characterized by

particles of easy disaggregation. Tidal movement is an effective agent in the sediment transportation

and consequently erosion processes. In the rectilinear channels, the greater depths are located in the

center, not occurring erosive processes in the margins. Considering the consequences of climatic

changes and extreme events, the present study is fundamental, since it indicates areas more

vulnerable to erosive processes, even in depositional areas, such as those dominated by mangroves.

Key words: Eco-bathometer, GPS, bathymetry, sedimentary processes



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6. PALESTRAS



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Monitoramento Integrado de Manguezais: estado da arte

Marília Cunha-Lignon

Universidade Estadual Paulista, campus Experimental de Registro, SP

E-mail: [email protected]

Conservar manguezais significa garantir os serviços ambientais prestados por esse ecossistema.

Além disso, os manguezais são importantes indicadores de alterações ambientais nas regiões

costeiras. O Lagamar paulista possui as áreas mais extensas e conservadas de manguezal do Estado

de São Paulo. Essa região constitui exemplo único de zonas úmidas com alta diversidade natural e

cultural, que a qualificaram como integrante da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica e do Sítio do

Patrimônio Mundial Natural, reconhecidos pela UNESCO. Os manguezais dessa região têm sido

estudados sob diversos enfoques desde os anos 1980, a partir de trabalhos de Schaeffer-Novelli e

Cintrón, da Universidade de São Paulo (USP) e do United States Fish and Wildlife Service,

respectivamente. Em janeiro de 2001, parcelas foram instaladas em bosques de mangue na região de

Cananeia. Inicialmente, o objetivo não era utilizá-las como parcelas permanentes para o

monitoramento da dinâmica da vegetação. Mas a partir de novembro de 2004, foi iniciado

monitoramento semestral dos manguezais nessas parcelas. Em julho de 2010, oito parcelas foram

instaladas em bosques de mangue alterados na região de Iguape. Em abril de 2011, foi instalada

Estação Meteorológica Automática, junto a uma parcela permanente, no Parque Estadual da Ilha do

Cardoso, em colaboração com pesquisadores do Departamento de Geografia da USP. Desde então,

iniciou-se o monitoramento integrado de manguezais. Atualmente são 36 parcelas permanentes

distribuídas ao longo do Lagamar paulista, para estudos da distribuição espacial e estrutura de

bosques de mangue, ocorrência de espécies associadas, microclima, dinâmica de nitrogênio, relação

da produção pesqueira estuarina em manguezais em estados de conservação distintos. Pesquisadores

do Instituto BiomaBrasil, Universidade de Brasília, Instituto de Pesca de SP, Universidade Estadual

Paulista, Universidade Federal de São Paulo, Instituto Florestal e Fundação Florestal são novos

parceiros. Metodologias adequadas para cada abordagem e escala espaço-temporal têm sido

empregadas. Os dados obtidos têm auxiliado na gestão de áreas protegidas no litoral do Estado de

São Paulo. Mas pode-se fazer mais! Estudo sobre algas e ictiofauna associadas aos manguezais,

video-monitoramento com metodologia utilizada no MangroveWatch Program, da Austrália,

propostas de manejo de recursos naturais em manguezais por comunidades tradicionais em

Unidades de Conservação (UCs) de Uso Sustentável, protocolos de manejo de macrófitas aquáticas

e de restauração de manguezais são algumas das novas abordagens que se iniciaram e que

prometem dar bons resultados e parcerias, as quais poderão auxiliar ainda mais na gestão dos

manguezais do Lagamar paulista.

Palavras-Chave: serviços ecossistêmicos, estado de conservação, gestão de Unidades de Conservação.

Financiamento: CNPq (445418/2014-1) e Fundação Grupo O Boticário (BL0006_20121).



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Integrated Mangroves Monitoring in Lagamar region: state of art

Marília Cunha-Lignon

Universidade Estadual Paulista, campus Experimental de Registro, SP

E-mail: [email protected]

Conserving mangroves means ensuring the environmental services provided by this ecosystem. In

addition, mangroves are important indicators of environmental change in coastal regions. The

Lagamar region has the most extensive and conserved areas of mangrove in the São Paulo State.

This region is a unique example of wetlands with high natural and cultural diversity, which qualify

as part of the Atlantic Forest Biosphere Reserve and the Natural World Heritage Site, recognized by

UNESCO. Mangroves in this region have been studied under different approaches since the 1980s,

based on work by Schaeffer-Novelli and Cintrón, from Universidade de São Paulo (USP) and the

United States Fish and Wildlife Service, respectively. In January 2001, plots were delimitated in

mangrove forests in the Cananeia region. Initially, the objective was not to use them as permanent

plots for the vegetation dynamics monitoring. But since November 2004, mangroves semi-annual

monitoring in these plots was initiated. In July 2010, eight plots were delimitated in altered

mangrove forests in the Iguape region. In April 2011, an automatic meteorological station was

installed, close to a permanent plot, in the State Park of Cardoso Island, in collaboration with

researchers from the Department of Geography of USP. Since then, integrated mangrove

monitoring has begun. There are currently 36 permanent plots distributed along the Lagamar region,

for studies of the spatial distribution and structure of mangrove forests, occurrence of associated

species, microclimate, nitrogen dynamics, relation of the estuarine fishery production in mangroves

in different states of conservation. Researchers from the Instituto BiomaBrasil, Universidade de

Brasília, Fisheries Institute of São Paulo, Universidade Estadual Paulista, Universidade Federal de

São Paulo, Forest Institute and Forest Foundation are new partners. Appropriate methodologies for

each spatial-temporal scale approach have been used. The data obtained have assisted in the

management of protected areas on the coast of the São Paulo State. But you can do more!

Mangrove-associated algae and ichthyofauna, video-monitoring with methodology used in the

MangroveWatch Program, from Australia, proposals for management of natural resources in

mangroves by traditional communities in Sustainable Use Protected Areas (PAs), aquatic

macrophytes management and mangrove restoration protocols are some of the new approaches that

have begun and that promise to give good results and partnerships, which may help even more in

the mangrove management of the Lagamar region.

Key words: Ecosystem services, conservation state, management of Protected Areas.

Financial Supports: National Council for Scientific and Technological Development (CNPq –

Brazil, (445418/2014-1) and Fundação Grupo O Boticário (BL0006_20121).



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MangroveWatch - parceria entre as comunidades tradicionais e cientistas para fomentar o

gerenciamento de manguezais do “sea country”

Jock Ross Mackenzie (1,2), Norman Duke (1,2), Patrick Fennessy (3) e Tobias Flinn (3)

(1)TropWATER Centre James Cook University, Townsville, Australia, E-mail: [email protected],

(2)MangroveWatch Ltd, Gold Coast, Australia, E-mail: [email protected], (3) Gidarjil Development

Corporation, Bundaberg, Australia, E mail: [email protected]

A relação das comunidades tradicionais australianas com o “sea country” - termo que se refere ao

ambiente costeiro, cujo significado inclui a localização geográfica, valores, crenças e relações

culturais associadas aos povos indígenas - se aplica por mais de 60 mil anos. Tem crescido o

reconhecimento da importância das comunidades tradicionais australianas como guardiões dos

habitats costeiros. Os manguezais são um recurso culturalmente significante para muitas

comunidades tradicionais, e são reconhecidos por sua função de proteger os habitats adjacentes

como as gramas marinhas e corais. As comunidades humanas tradicionais possuem interesse em

manter os valores culturais e ecológicos dos manguezais. A maioria dos manguezais australianos é

protegida por lei, porém eles apresentam um grande risco devido aos impactos das mudanças

climáticas, exemplificado pela recente e grave morte dos manguezais ao Norte da Austrália. Os

distúrbios antrópicos de pequena escala e os de maiores proporções, incluindo alterações

hidrológicas e hidrodinâmicas e baixa qualidade da água ameaçam a resiliência dos manguezais

frente aos impactos das mudanças climáticas. Sem o gerenciamento apropriado desses impactos, há

um risco maior de perda de manguezais, dos valores culturais e redução da função prestada pelos

manguezais que irão afetar as áreas de pesca locais, a qualidade da água costeira e a capacidade dos

manguezais de estocar o carbono azul. A parceria MangroveWatch trabalha com as comunidades

tradicionais e grupos indígenas representativos, a fim de facilitar o monitoramento e gerenciamento

dos manguezais do “sea country”. O objetivo do MangroveWatch é proporcionar às comunidades

tradicionais e outros cidadãos cientistas, ferramentas para monitorar os habitats costeiros locais e os

distúrbios antrópicos. Essas ferramentas foram criadas com a finalidade de engajar, educar e

capacitar as comunidades tradicionais para promover a melhor gestão dos manguezais, utilizando

métodos científicos. A parceria entre as comunidades tradicionais e cientistas do MangroveWatch

busca capacitar as comunidades tradicionais que habitam o “sea country”, como também,

providenciar mecanismos para transferir o conhecimento ecológico tradicional para a compreensão

sobre a ecologia local, para melhor informar os planos de gerenciamento dos manguezais. Aqui,

iremos dar exemplos de como o MangroveWatch está trabalhando com as comunidades tradicionais

em nove regiões no Norte Australiano. Com isso, iremos demonstrar a importância dessa parceria

na compreensão e gerenciamento dos valiosos, porém ameaçados manguezais.

Palavras-chave: Manguezais, monitoramento, gerenciamento, serviços ecossistêmicos culturais,

conhecimento tradicional, ciência cidadã.

Financiamento: UNESCO Australia. TropWATER Centre, James Cook University. Gidarjil Development

Corporation.






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MangroveWatch traditional owner-science partnerships to inform better mangrove

management on sea country

Jock Ross Mackenzie (1,2), Norman Duke (1,2), Patrick Fennessy (3) and Tobias Flinn (3)

(1)TropWATER Centre James Cook University, Townsville, Australia, E-mail: [email protected],

(2)MangroveWatch Ltd, Gold Coast, Australia, E-mail: [email protected], (3) Gidarjil

Development Corporation, Bundaberg, Australia, E mail: [email protected]

Australian traditional owner connection to sea country extends back over 60,000 years. There is

increasing recognition of the role of Australia’s traditional owners as the custodians of coastal

habitats, including mangroves as part of traditional sea country. Mangroves remain a culturally

significant resource for many Traditional Owner groups, recognized for their role in protecting

adjacent seagrass and reef habitats that support culturally iconic species such as dugong and turtle.

Traditional owner groups have a vested interest in maintaining mangrove cultural and ecological

values. The majority of Australia’s mangroves are protected by legislation, but they are at extreme

risk from climate change impacts, exemplified by recent severe mangrove die-off northern Australia

(Duke et al. 2017). Small-scale human disturbance and larger catchment-scale indirect drivers of

change including altered hydrology, poor water quality and altered hydrodynamics threaten the

resilience of mangroves to climate change impacts. Without better management of these impacts,

there is a much greater risk of widespread mangrove loss, loss of cultural values and reduced

mangrove ecosystem function that will adversely affect local fisheries, coastal water quality and

mangrove blue-carbon storage capacity. MangroveWatch is working with Traditional Owner groups

and indigenous representative bodies to facilitate mangrove sea country monitoring and

management. The goal of MangroveWatch is to provide Traditional Owners, and other citizen-

scientists, with tools to assess and monitor local shoreline habitats and the presence of human

disturbance. These tools are designed to engage, educate and empower traditional owners to

promote better mangrove management using scientifically validated methods. The MangroveWatch

traditional owner-science partnership both empowers traditional owner sea country custodianship,

but also provides a mechanism for the transfer of traditional ecological knowledge to ecological

understanding that can inform better mangrove management. Here we will give examples of how

MangroveWatch is working with Traditional Owner groups across nine (9) regions of Northern

Australia. In doing so we will demonstrate the value of traditional owner-science partnership to

better understand and manage the highly valuable, yet highly threatened mangrove resource.

Key words: Mangrove, monitoring, management, cultural ecosystem services, traditional

ecological knowledge, citizen-science.

Financial Support: UNESCO Australia. TropWATER Centre, James Cook University. Gidarjil

Development Corporation.




Date post:	11-Jan-2019
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