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MACROECONOMIA I 1E201 - fep.up.pt · Modelo Keynesiano Simples Y i, P Modelo IS-LM Y, i P Modelo...

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MACROECONOMIA I 1E201 1E201 (2011-12) João Correia da Silva ([email protected]) 23-02-2012
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MACROECONOMIA I1E2011E201

(2011-12)

João Correia da Silva

([email protected]) 23-02-2012

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“Long run is a misleading guide to current affairs.

In the long run we are all dead.”

J.M. Keynes

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1. A MACROECONOMIA NO

CURTO PRAZO

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1.1. MODELO KEYNESIANO SIMPLES1.1. MODELO KEYNESIANO SIMPLES

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PROGRAMA DA DISCIPLINA

• A macroeconomia pode dividir-se em duas grandes áreas, que

diferem em termos do seu horizonte temporal:

� teoria do crescimento económico – longo prazo, aumento da

capacidade produtiva da economia;

� teoria dos ciclos económicos – curto prazo, aproveitamento da

capacidade produtiva da economia, estabilização.capacidade produtiva da economia, estabilização.

• A disciplina de “Macroeconomia II” incide fundamentalmente

(mas não exclusivamente) sobre a teoria dos ciclos económicos.

Variáveis endógenas * Variáveis exógenas *Modelo Keynesiano Simples Y i, PModelo IS-LM Y, i PModelo AS-AD Y, i, P -

* existem outras variáveis endógenas e exógenas.

5

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MODELO KEYNESIANO SIMPLES

• O modelo keynesiano simples (MKS) pretende explicar a

determinação do nível de Produto (ou Rendimento), tomando

como dados exógenos e fixos a taxa de juro e o nível de preços.

• A simplificação central do modelo é o pressuposto de que

existe capacidade produtiva suficiente para satisfazer

qualquer nível de procura. As empresas estão dispostas a venderqualquer nível de procura. As empresas estão dispostas a vender

qualquer quantidade de produto ao nível de preços vigente

(preços fixos, oferta perfeitamente elástica).

• Interessa apenas a Procura!

• Esta simplificação do modelo keynesiano simples é aceitável se o

produto efectivo for bastante inferior ao produto natural. Senão,

a capacidade produtiva (Oferta) limita o volume de produção.

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DESPESA EFECTIVA E PLANEADA

• Em termos contabilísticos (ex-post), a igualdade entre despesa

(procura) e rendimento ou produção (oferta) verifica-se sempre.

• Mas a despesa contabilizada é geralmente diferente da despesa

planeada ou desejada (ex-ante). Se, no final do período, os

stocks das empresas não coincidirem com o valor inicialmente

QXGICYEY −+++=⇔=

previsto, essa diferença é contabilizada como investimento. O

investimento tem, assim, uma componente não planeada,

essencialmente uma variação de stocks não prevista:

up III +=

• Assumindo que só o investimento pode diferir do planeado, a

despesa desejada (ex-ante) fica dada por:

QXGICDD p −+++=

7

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DESPESA EFECTIVA E PLANEADA

• Se as empresas ficarem com excesso de stocks (nível superior ao

planeado/desejado), então, no período seguinte, reduzirão o

volume de produção. Se ficarem com stocks insuficientes,

tenderão a aumentar o nível de actividade.

• Em ambos os casos, há um desequilíbrio económico entre a

oferta (produção/rendimento) e a procura (despesa planeada).oferta (produção/rendimento) e a procura (despesa planeada).

Este desequilíbrio desencadeia processos de ajustamento.

• Equilíbrio Macroeconómico: nível de rendimento real

ao qual a procura de bens e serviços (despesa planeada)

iguala a oferta (produção/rendimento/despesa efectiva).

pIIDDE =⇔=

8

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FUNÇÃO CONSUMO KEYNESIANA

• O modelo keynesiano pretende explicar a determinação do

produto/rendimento de uma economia, através da igualdade

entre rendimento e despesa.

• Para que isso seja possível, é necessário relacionar cada uma

das componentes da despesa planeada com o rendimento.

• A principal componente da despesa é o consumo privado, que

em Portugal corresponde a cerca de 65% do PIB.

• Assume-se que o consumo privado (planeado e efectivo) tem

uma componente fixa, que é independente do rendimento

(designada por consumo autónomo) e uma componente que

aumenta linearmente com o rendimento disponível das famílias

(designada por consumo induzido).

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100 000

120 000

140 000

160 000

180 000

Rendimento Disponível e Consumo das Famílias (Portugal, 1978-2010, milhões de euros, a preços de 2006)

PIB real

Rend. Disp. dos Particulares

Consumo Privado

10

0

20 000

40 000

60 000

80 000

100 000

78 80 82 84 86 88 90 92 94 96 98 00 02 04 06 08 10

Fonte: BPStat - Estatísticas online do Banco de Portugal (base 2006, deflator do PIB).

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4%

6%

8%

10%

Rendimento Disponível e Consumo das Famílias(Portugal, 1978-2010, taxas de crescimento, a preços de 2006)

Rend. Disp. dos Particulares

Consumo Privado

11

Fonte: BPStat - Estatísticas online do Banco de Portugal (base 2006, deflator do PIB).

-6%

-4%

-2%

0%

2%

79 81 83 85 87 89 91 93 95 97 99 01 03 05 07 09

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FUNÇÃO CONSUMO KEYNESIANA

• A função consumo keynesiana estabelece uma relação linear

entre o rendimento disponível das famílias e o consumo privado:

dYcCC ⋅+= C

declive = c

C

Yd

• Por cada unidade adicional de rendimento disponível, as famílias

aumentam o seu nível de consumo numa fracção “c”, a chamada

propensão marginal para o consumo.

• A parte restante dessa unidade adicional de rendimento

disponível, “1-c”, é poupada.

12

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RENDIMENTO DISPONÍVEL

• Mas nem todo o rendimento dos factores de produção, “Y”, é

rendimento disponível das famílias, “Yd”.

• Vamos considerar que as famílias transferem uma fracção “t” dos

seus rendimentos para o Estado, sob a forma de impostos, e

recebem subsídios, “R”, que são independentes do rendimento.

+⋅−=+⋅−==⋅= .)1(;; RYtRYtYYRRYtT d +⋅−=+⋅−==⋅=

• Em função do rendimento dos factores, o consumo fica dado por:

RcYtcCC ⋅+⋅−⋅+= )1(

declive = c·(1-t)

Y

C

RcC ⋅+

13

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DESPESA PLANEADA

• As componentes da despesa planeada que não dependem do

rendimento designam-se por “autónomas”; as que são função do

rendimento designam-se por “induzidas”.

• Considera-se que o investimento (planeado), a despesa pública, e

as exportações são componentes totalmente autónomas.

.;; XXGGII p ===

YqQQ ⋅+=

• Assume-se que as importações são uma função crescente do

rendimento. Por cada unidade adicional de rendimento, a despesa

em bens importados aumenta numa fracção “q”.

14

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DESPESA PLANEADA

• Substituindo na expressão da despesa planeada:

[ ] .)1(

)1(

p

p

pd

AYqtcDD

YqQXGIRcYtcCDD

YqQXGIYcCDD

+⋅−−⋅=⇔

⇔⋅−−+++⋅+⋅−⋅+=⇔

⇔⋅−−+++⋅+=

• Como “0<c<1”, é fácil verificar que “c(1-t)-q” é inferior a 1.• Como “0<c<1”, é fácil verificar que “c(1-t)-q” é inferior a 1.

Quando o rendimento aumenta, a despesa desejada também

aumenta, mas não aumenta tanto como o rendimento.

declive = c·(1-t)-q

Y

DD

pA

DD

15

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EQUILÍBRIO VIA “ Y = E”

• O valor de equilíbrio do rendimento, “Yeq”, é aquele que faz com

que a despesa desejada, “DD”, coincida com a despesa efectiva.

[ ] peqeq AYqtcY +⋅−−⋅= )1(

• Recorde que (mesmo que a economia não esteja em equilíbrio) a

despesa efectiva, “E”, é sempre igual ao rendimento dos factores,despesa efectiva, “E”, é sempre igual ao rendimento dos factores,

“Y”, e ao produto, “Y”.

[ ][ ]

peq

peq

peqeq

Aqtc

Y

AqtcY

AYqtcY

⋅+−⋅−

=⇔

⇔=+−⋅−⋅⇔

⇔+⋅−−⋅=

)1(1

1

)1(1

)1(

declive = c·(1-t)-q

Y

DD

pA

DDYE =

eqY16

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POUPANÇA PRIVADA

• A poupança das famílias é igual à diferença entre o rendimento

disponível e o consumo. Por cada unidade adicional de

rendimento disponível, a poupança das famílias aumenta “s=1-c”

unidades (a propensão marginal para a poupança é “s=1-c”).

CYcYcCYCYS ddddpriv −⋅−=⋅−−=−= )1(

( )( )

RcCYtcS

CRYtYcS

CRTYcS

priv

priv

priv

⋅−+−⋅−⋅−=⇔

⇔−+⋅−⋅−=⇔

⇔−+−⋅−=

)1()1()1(

)1(

)1(

• A relação entre rendimento e poupança privada fica dada por:

Y

Spriv

RcC ⋅−+− )1(

declive = (1-c)·(1-t)

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POUPANÇA PÚBLICA E EXTERNA

• A poupança do sector público é igual ao saldo orçamental

corrente, ou seja, igual à diferença entre impostos líquidos de

subsídios e despesa pública corrente.

GRYtGRTSg −−⋅=−−=

Y

Sg

RG −−

declive = t

• A poupança externa tem o valor simétrico da Balança Corrente.

Ignorando os fluxos de rendimentos e transferências:

YqXQSext ⋅+−=

RG −−

Y

Sext

XQ −

declive = q

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EQUILÍBRIO VIA “ I = S”

• Vimos no capítulo anterior que a igualdade (contabilística) entre

investimento e poupança é equivalente à igualdade entre produto

e a despesa efectiva. Mas, sendo sempre igual ao investimento, a

poupança não é necessariamente igual ao investimento planeado.

• As condições de equilíbrio “Y = Ep” e “S = Ip” são equivalentes:

DDY ⇔=

( ) ( )( ) ( )

[ ] ( ) ( ).

)1(

pextgpriv

pd

pdd

pdd

pd

pd

ISSS

IYqXQRGYtCYc

IYqQXRYtGYcCY

YqQXRYtGIYcCY

RYtYqQXGIYcCRYtY

YqQXGIYcCY

DDY

=++⇔

⇔=⋅+−+−−⋅+−⋅−⇔

⇔=⋅−−−+⋅−−⋅−−⇔

⇔⋅−−++⋅−++⋅+=⇔

⇔+⋅−⋅−−+++⋅+=+⋅−⇔

⇔⋅−−+++⋅+=⇔

⇔=

19

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EQUILÍBRIO É ESTÁVEL

• Se o rendimento estiver abaixo do valor de equilíbrio, em que

sentido deverão reagir os agentes económicos?

DDE = Y = OFERTA

DD = PROCURA

excesso de oferta

(aumento de stocks: Iu > 0)

excesso de procura

(diminuição de stocks: Iu < 0)

• Se o rendimento/produção estiver abaixo do valor de equilíbrio, a

procura é superior à oferta, traduzindo-se a diferença numa

diminuição indesejada de stocks, que leva as empresas a

aumentar o volume de produção (se estiver acima, os stocks

aumentam e as empresas diminuem o volume de produção).

Y

pA

eqY−Y +Y

(aumento de stocks: Iu > 0)

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“To dig holes in the ground […] will increase […] the

real national dividend of useful goods and services.”

J.M. Keynes

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EFEITO MULTIPLICADOR

• O produto/rendimento de equilíbrio é proporcional à despesa

desejada autónoma, sendo “α” designado por multiplicador:

• Uma variação da despesa desejada autónoma reflecte-se numa

ppeq AA

qtcY ⋅=⋅

+−⋅−= α

)1(1

1

variação ampliada do produto (de equilíbrio).

ppeq AA

qtcY ∆⋅=∆⋅

+−⋅−=∆ α

)1(1

1

Y

Ep

eqY∆

pA∆

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EFEITO MULTIPLICADOR

• O efeito do aumento da despesa desejada autónoma (procura) é

ampliado porque este aumento da procura implica um aumento da

produção e, portanto, do rendimento dos factores. Esse

rendimento adicional induz um novo aumento da procura

(consumo), e o consequente aumento do rendimento, gerando-se

uma reacção em cadeia que se vai dissipando.

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EFEITO MULTIPLICADOR

[ ] [ ]qtc

qtcqtcqtc+−⋅−

=+−−⋅+−−⋅+−−⋅=)1(1

1...)1()1()1( 32α

• O valor do multiplicador pode calcular-se como a soma dos

termos de uma progressão geométrica.

• O termo “c(1-t)-q” tem um significado importante. Representa a• O termo “c(1-t)-q” tem um significado importante. Representa a

fracção do aumento de rendimento que se reflecte num aumento

da procura de bens produzidos internamente, e, portanto, num

novo aumento da produção e do rendimento.

• O efeito multiplicador é atenuado pela propensão para a

poupança, pela taxa de importo, e pelas importações.

• Estas são as fugas ao ciclo cumulativo de aumentos do

rendimento e aumentos do consumo.

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Years after change

one two

Euro Area 1,1 1,6

UK 0,8 0,5

USA 1,9 2,2

Public spending multipliers

USA 1,9 2,2

Belgium 0,9 0,5

Germany 1,2 1,1

Italy 1,0 1,4

Portugal 1,2 1,5

Spain 1,2 1,5

Source: Henry, Hernandez de Cos and Momigliano (2004).

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POLÍTICAS DE ESTABILIZAÇÃO

• As políticas de estabilização macroeconómica procuram manter o

produto efectivo próximo do produto natural (ou potencial).

• Quando utilizamos o modelo keynesiano simples, devemos ter

presente a simplificação central deste modelo: a existência de

capacidade produtiva suficiente para satisfazer a procura.

• O MKS é tanto mais válido quanto mais abaixo do produto natural

estiver o produto efectivo da economia.

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POLÍTICAS DE ESTABILIZAÇÃO

• O MKS não nos permite tirar conclusões acerca do valor do

produto natural da economia.

• Ao contrário do produto de equilíbrio do MKS, que é determinado

apenas pela procura (despesa planeada), o produto natural

depende apenas da oferta (tecnologia e recursos), já que é uma

medida da capacidade produtiva da economia.medida da capacidade produtiva da economia.

• Ao utilizar o MKS para definir políticas de estabilização, o governo

deve procurar fazer coincidir o valor do produto de equilíbrio do

MKS (estimativa do produto efectivo no curto prazo) com o valor

do produto natural (estimativa da capacidade produtiva).

• Para levar a economia a aproveitar a sua capacidade produtiva, o

governo tem à sua disposição três instrumentos de política

orçamental: (1) despesa pública; (2) impostos; e (3) subsídios.

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• Suponhamos que o produto se encontra abaixo do produto natural.

Nesse caso, se pretender levar a cabo uma política de

estabilização, o governo pode:

(1) aumentar a despesa pública;

(2) diminuir a taxa de imposto;

(3) aumentar os subsídios.

POLÍTICA ORÇAMENTAL

• (1) Se o governo aumentar a despesa pública, a despesa planeada

autónoma aumenta na mesma medida, e o produto de equilíbrio

aumenta na proporção dada pelo multiplicador.

( )GqYqQXQXCorrenteB

GtGGtGYtGRTS

GAYGAG

eq

eqg

peq

p

∆⋅⋅−=∆⋅−∆−∆=∆−∆=∆

∆⋅⋅−−=∆−∆⋅⋅=∆−∆⋅=∆−∆−∆=∆

∆⋅=∆⋅=∆⇒∆=∆⇒∆

α

αα

αα

.

1

sempre < 0

28

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POLÍTICA ORÇAMENTAL

• Se o governo decidir aumentar o valor dos subsídios às famílias, o

efeito não é tão ampliado, dado que há uma fuga para a

poupança. O aumento da despesa planeada autónoma

corresponde apenas a uma fracção “c” do aumento dos subsídios.

( ) RctRRctRYtGRTS

RcAYRcAR

eqg

peq

p

∆⋅⋅⋅−−=∆−∆⋅⋅⋅=∆−∆⋅=∆−∆−∆=∆

∆⋅⋅=∆⋅=∆⇒∆⋅=∆⇒∆

αα

αα

1

• Segundo o MKS, uma expansão via despesa pública implica um

menor défice orçamental do que a expansão via subsídios:

( )RcqYqQXCorrenteB

RctRRctRYtGRTS

eq

g

∆⋅⋅⋅−=∆⋅−∆−∆=∆

∆⋅⋅⋅−−=∆−∆⋅⋅⋅=∆−∆⋅=∆−∆−∆=∆

α

αα

.

1

sempre < 0

αα

αα

αα

⋅−−=⋅

⋅⋅−−=∆∆

⇒∆

⋅−−=∆∆

⇒∆

tc

c

ct

Y

SR

t

Y

SG

eq

g

eq

g

11

1

29

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POLÍTICA ORÇAMENTAL

• Alterações da taxa de imposto não fazem variar a despesa

desejada autónoma. O que se altera é o próprio multiplicador.

DDα∆

DD

YeqY∆Y

eqY∆

pA∆

efeito de um aumento da despesa

pública (∆G) ou dos subsídios (∆R)

efeito de uma diminuição

da taxa de imposto (∆t)

30

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POLÍTICA ORÇAMENTAL

• Efeito de uma variação da taxa de imposto de t0 para t1:

[ ] [ ][ ] [ ]

[ ] [ ])1(1)1(1

)1(1)1(1

)1(1)1(1

)1(1

1

)1(1

1)()(

01

01

10

0101

Aqtcqtc

tcY

Aqtcqtc

qtcqtcY

Aqtc

Aqtc

tYtY

peq

peq

ppeqeq

⇔⋅+−⋅−⋅+−⋅−

∆⋅−=∆⇔

⇔⋅+−⋅−⋅+−⋅−+−⋅−−+−⋅−=∆⇔

⇔⋅+−⋅−

−⋅+−⋅−

=−

[ ] [ ])()()()(

)1(1)1(1

0101

01

tYttcAtttcY

qtcqtceq

peq ⋅⋅∆⋅−=⋅⋅⋅∆⋅−=∆⇔

+−⋅−⋅+−⋅−

ααα

• Efeitos de uma variação infinitesimal da taxa de imposto:

[ ]

( ) ( )

( ) eqeq

eq

eqeqeqeq

eqeqg

ppp

eq

Ycqdt

tdYqtYqQX

dt

d

dt

CorrentedB

YctYcttYdt

tdYttYtYt

dt

d

dt

dS

AcAqtc

cA

qtcdt

d

dt

dY

⋅⋅⋅=⋅−=⋅−−=

⋅⋅⋅−=⋅⋅⋅−=⋅+=⋅=

⋅⋅−=⋅+−⋅−

−=⋅

+−⋅−=

α

αα

α

)()(

.

1)()(

)()(

)1(1

0

)1(1

1 22

sempre > 0

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Page 32: MACROECONOMIA I 1E201 - fep.up.pt · Modelo Keynesiano Simples Y i, P Modelo IS-LM Y, i P Modelo AS-AD Y, i, P - * existem outras variáveis endógenas e exógenas. 5. MODELO KEYNESIANO

POLÍTICA ORÇAMENTAL

• Como vimos, para aumentar o produto (de forma a que este se

aproxime do produto potencial), o governo pode: (1) aumentar

os gastos públicos; (2) aumentar os subsídios; (3) diminuir a

taxa de imposto.

• Todas estas medidas têm um efeito negativo no saldo orçamental

e no saldo da balança corrente.

• Pelo facto de o défice orçamental e o défice externo aumentarem

simultaneamente em resultado da política orçamental

expansionista, são designados por défices gémeos.

Política ∆Y ∆Sg ∆BCorrente

∆G > 0 ∆Y = α∙∆G > 0 ∆Sg = -(1-t∙α)∙∆G < 0 ∆BC = -q·α·∆G < 0

∆R > 0 ∆Y = c∙α∙∆R > 0 ∆Sg = -(1-t∙c∙α)∙∆R < 0 ∆BC = -q·c∙α·∆R < 0

∆t < 0 ∆Y ≈ -c∙α∙Y∙∆t > 0 ∆Sg ≈ (1-t∙c∙α)∙Y∙∆t < 0 ∆BC = q·c∙α·Y∙∆t

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