MANUAL DO PROFESSOR PNLD LITERÁRIO...2 CARO EDUCADOR, É com prazer que a Petra apresenta aqui este...

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MANUAL DO PROFESSOR PNLD LITERÁRIO

Arca de Noé, uma história de amor

Leo Cunha (texto)

Gilles Eduar (ilustração)

Elizabeth Gavioli (manual)

Arca de Noé_manual do professor_DIAGRAMAÇÃO 195X265.indd 1 22/05/2018 11:43

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CARO EDUCADOR,

É com prazer que a Petra apresenta aqui este Manual do Professor Digital para a obra Arca de Noé, uma história de amor. Trata-se de uma proposta que visa contribuir para a formação de leitores autônomos, críticos e apaixonados pela leitura, contando com a sua mediação e a da escola.

Acreditamos que ler é uma prática que se aprende e se ensina, dado que não é um ato natu-ral como a fala, por exemplo. Um leitor não nasce pronto, precisa ser formado. A aprendizagem da leitura envolve a aquisição de uma série de competências e habilidades que devem ser traba-lhadas na escola por meio de estratégias e projetos que possibilitem a compreensão da leitura pelas crianças e pelos jovens como uma prática social, uma ferramenta que lhes possibilitará não só a comunicação com aqueles com quem se relacionam, mas a compreensão de si próprios e do mundo em que vivem.

Este Manual é um convite à educação literária, aquela que, como define o educador es-panhol Carlos Lomas, “se orienta não só para o conhecimento das obras e dos autores e autoras mais significativos do cânone literário, mas, também e sobretudo, para a aquisição de hábitos de leitura e de capacidades de análise dos textos, para o fomento da experiência literária em torno de diferentes tipos de texto e, inclusivamente, para o estímulo da escrita criativa de intenção literária”.

Entendemos que a educação literária é algo que começa na mais tenra idade, em casa e em família, e se estende por toda a vida do indivíduo, inclusive a vida escolar, pois acreditamos que aprender a ler é muito mais que aprender a decifrar palavras. Nessa perspectiva, este Manual será sempre uma dentre as inúmeras possibilidades de trabalho para a construção de um leitor autônomo.

Sendo assim, convidamos você, caro educador, a tomar o livro Arca de Noé, uma história de amor como um ponto de partida para sua programação do ensino da leitura em sua escola. Disponibilizamos sugestões de atividades para poder oferecer aos seus alunos razões e opções para ler, multiplicando e diversificando situações de leitura que, sabemos, são infinitas. Quanto mais ricas e variadas elas forem, mais chances as crianças e os jovens terão de aprender por meio dos textos que leem.

Apostamos no papel fundamental do professor e da escola como mediadores de leitura e entendemos que também é nossa função, como editores, fortalecer e estimular as relações esta-belecidas entre o livro e o leitor, porque cremos na condição formativa da literatura, não só no contexto didático-pedagógico, mas como possibilidade de desenvolvimento da imaginação e da criatividade do ser humano.

Esperamos que este Manual se constitua numa ferramenta de acesso à língua escrita e com-preensão leitora, elementos essenciais tanto para a apropriação de todas as disciplinas do currícu-lo escolar como para a construção de cidadãos atuantes na sociedade em que vivemos.

Petra


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A OBRA E SEU CONTEXTO

Leo Cunha é mineiro, escritor e professor universitário. Publicou mais de sessenta livros, entre literatura infantil e juvenil, crônicas e poesia, traduziu mais de vinte livros de literatura infantil e juvenil, do inglês e do espanhol, e também escreveu três peças de teatro infantil.

Dentre os muitos livros que publicou para crianças e jovens, alguns receberam os principais prêmios da literatura infantojuvenil brasileira, entre os quais o Jabuti, o Biblioteca Nacional, o Nestlé, o FNLIJ, o Adolfo Aizen, o João-de-Barro.

O ilustrador Gilles Eduar adora o mar e para ele é sempre um grande prazer desenhar bichos. Por isso, ficou muito feliz quando Leo Cunha lhe enviou o texto sobre a Arca de Noé. Mergulhou fundo na beleza da história e enriqueceu a narrativa com um arco-íris de cores que estabelece uma bela aliança entre texto e imagem.

A história da Arca de Noé é uma das narrativas mais antigas da história da literatura ociden-tal. Ela faz parte dos textos bíblicos. De acordo com essa narrativa, Deus viu que a terra estava cheia de maldade e violência por causa do homem. Por isso, resolveu acabar com a vida de todos os homens e seres vivos. Com exceção de Noé, sua família e os animais que seriam levados para uma arca a ser construída por ele, sob a orientação de Deus.

Nessa arca, os animais foram alojados de forma que havia um casal de cada espécie. Tam-bém foi providenciada a alimentação para todos. Noé entrou na arca conforme o que lhe foi determinado. Depois de sete dias, choveu durante quarenta dias e quarenta noites. A terra foi inundada pela água das chuvas, o dilúvio. Após a inundação, as águas dominaram sobre a terra durante cento e cinquenta dias. Quando as águas baixaram e a terra estava enxuta, Noé saiu com sua família e todos os animais para repovoarem a terra. Deus firmou uma aliança com todos os seres vivos, declarando que não mais haveria dilúvio para devastar a terra. Ele estabeleceu o arco-íris como sinal dessa aliança, que aparece nos dias de chuva.

A história narrada no livro de Leo Cunha não está focada em Noé, mas nos bichos e na-quilo que os conduz, a Arca. Esta, por proteger os diversos animais que carrega dentro de si, guardando-os como uma mãe, encarna a figura materna. Há um deslocamento do protagonismo da figura do patriarca (Noé, na narrativa bíblica) para o papel da matriarca (a arca na versão de Cunha), que, por sua vez, não é uma personagem humana.

Os bichos saíram dos seus ambientes naturais — as florestas, os campos — para morar num só lugar, sem os verdes pastos e paisagens. Passaram de um lugar onde estavam acostumados a vi-ver e foram morar em uma arca, num espaço bem limitado. Um desafio para a convivência. Mas como será que eles ficaram? Eles se divertiam? Os bichos deveriam entrar em pares, mas será que todos tinham um par e estavam contentes? Para matar a curiosidade, o leitor terá que entrar no texto, como se entrasse na embarcação, para descobrir até onde a história e a arca podem levar e que surpresas podem propiciar. Esse embarque pode levar a uma sutil jornada lúdica.


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A OBRA E SUAS RELAÇÕES

Arca de Noé, uma história de amor é uma obra destinada ao público infantil. É apropriada, especialmente, para a leitura dos alunos que se encontram entre o 1o e o 3o anos.

O desenvolvimento da narrativa é uma fértil propulsora para além da realidade cotidiana e imediata da criança leitora, possibilitando estimular a imaginação pela abordagem ao tema e lin-guagem encantadora, de refinado e delicado arcabouço poético. Esta obra se utiliza de recursos linguísticos, como a aliteração, que faz o leitor mergulhar num galope dançante de palavras que escorrem por uma calha sinuosa e desembocam na sutileza encantadora de uma bela prosa.

Ao mesmo tempo, em outra direção, permite um trabalho de transposição da realidade ficcional, em que a narrativa imbui o leitor, transportando-o de modo lúdico e didático para questões do mundo social e natural, de maneira afinada com a maturidade cognitiva do aluno nessa faixa de aprendizado. O trabalho de texto com o aluno leitor possibilita fazê-lo navegar por questões da realidade corriqueira com uma motivação extraída de um universo que ima-gina o real.

Arca de Noé, uma história de amor é uma narrativa curta, um texto em prosa poética, uma história para ser desfrutada e apreciada de forma contada ou lida, como ocorre com o conto ou outras narrativas em que os acontecimentos se desenrolam e progridem em determinado espaço e tempo. Por essa razão, justifica-se que o texto da obra geralmente classificado como narrativa infantil curta se encaixe, por aproximação, mesmo que não rigorosamente, no gênero literário conto.

Dentre os diversos objetos de conhecimento e habilidades da BNCC possíveis de serem relacionadas às atividades de leitura apresentadas, vale ressaltar que, em primeiro plano, as pro-postas sintonizam de modo mais direto com o campo artístico-literário. De acordo com a Base, é o “campo de atuação relativo à participação em situações de leitura, fruição e produção de textos literários e artísticos, representativos da diversidade cultural e linguística, que favoreçam expe-riências estéticas.”1 Cabe lembrar que as sequências propostas neste manual, conforme os seus propósitos, vão transitar por mais de um campo, integrando saberes e habilidades.

JANELAS DE LEITURA

O tópico Janelas de leitura, neste Manual, se desdobra em três momentos, Antes da leitura, Durante a leitura e Trilha de retomada, e contém subsídios, orientações e propostas de atividades relacionadas à obra selecionada. Os títulos são tópi-cos que perpassam ações e modalidades de leitura com diferen-tes focos, objetivos e finalidades.

Por ser o ato de ler, essencialmente, a relação pessoal, de encantamento, intimidade e adesão que se estabelece entre o leitor e a obra, as atividades propostas não visam substituí-lo. A despeito da cons-trução de sentidos construída nos percursos de leitura possíveis, é fundamental levar em conta que

1 BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2018.


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os significados literários são frequentemente emotivos ou impressionistas, tanto conotativos como denotativos; e assim os significados literários são também quem os leitores são, onde eles estão, quando e por que leem; são o quanto os leitores conhecem, o quanto já leram e o quanto desejam ler; e são a capacidade de entendi-mento que os leitores possuem – todos os fatores que contribuem para a formação de sentido.2

Ressalte-se, ainda, que nos diversos processos de leitura possíveis de serem realizados na sala de aula, há que se ter uma mediação fundamentada na percepção dos diferentes horizontes que coe-xistem no mundo do leitor. Ao mesmo tempo, muito importará nessa aventura literária que você, professor, nesse processo, possa render-se ao livro junto com os alunos, envolver-se com a história, mesmo que a sua experiência seja sempre diversa da experiência da criança, do adolescente.

ANTES DA LEITURA

MOTIVAR E MOBILIZAR

1. No espaço preparado para a leitura, peça aos alunos que se concentrem para ouvir o títu-lo da obra que você pronunciará sem mostrar a capa, em um primeiro momento. Peça que eles repitam o título em voz alta.

2. Mostre a capa do livro e solicite que observem os elementos visuais e a sua composição. Faça a pergunta:

• Em que tipo de espaço está o objeto amarelo que aparece na capa: em terra ou sobre as águas?

Sobre as águas.

3. Chame a atenção para as cores que compõem o espaço representado na capa e para o tipo de objeto que está situado nele. Pergunte se, na capa, aparece algum objeto que pode ser a Arca e alguém que poderá ser identificado como Noé. É possível que o aluno que já conhece a história identifique a embarcação como sendo a Arca. Os que não conhecem poderão dizer que não apa-recem nem a Arca e nem alguém que poderia ser chamado Noé, pois só há um barco ilustrado, ou talvez, que só há a Arca (fazendo relação/hipótese). Também é possível que perguntem o que é uma arca antes de responderem a pergunta. Caso não consigam identificá-la, pergunte aos alu-nos, depois de proceder com o item 4. a seguir, o que poderia ser a Arca na capa.

4. Contextualize a definição de arca como embarcação/barco dentro da história, oferecendo informações sobre a Arca de Noé.

2 HUNT, Peter. Crítica, teoria e literatura infantil. São Paulo: Cosac Naify, 2010. p. 106.


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5. Conte resumidamente a narrativa original da Arca de Noé. Você poderá usar como base o seguinte texto, presente neste Manual, no item “A obra e seu contexto”.

A história da Arca de Noé é uma das narrativas mais antigas da história da literatura ociden-tal. Ela faz parte dos textos bíblicos. De acordo com essa narrativa, Deus viu que a terra estava cheia de maldade e violência por causa do homem. Por isso, resolveu acabar com a vida de todos os homens e seres vivos. Com exceção de Noé, sua família e os animais que seriam levados para uma arca a ser construída por ele, sob a orientação de Deus.

Nessa arca, os animais foram alojados de forma que havia um casal de cada espécie. Tam-bém foi providenciada a alimentação para todos. Noé entrou na arca conforme o que lhe foi determinado. Depois de sete dias, choveu durante quarenta dias e quarenta noites. A terra foi inundada pela água das chuvas, o dilúvio. Após a inundação, as águas dominaram sobre a terra durante cento e cinquenta dias. Quando as águas baixaram e a terra estava enxuta, Noé saiu com sua família e todos os animais para repovoarem a terra. Deus firmou uma aliança com todos os seres vivos, declarando que não mais haveria dilúvio para devastar a terra. Ele estabeleceu o arco-íris como o sinal dessa aliança, que aparece nos dias de chuva.

6. Na sequência lance as perguntas a seguir:

• Se a Arca é de Noé, por que será que ele não apareceu na capa?

• Você acha que ele vai aparecer dentro do livro? Por quê?Respostas pessoais. Acolha e trabalhe as hipóteses dos alunos da maneira que considerar

mais apropriada, no contexto, para favorecer a curiosidade deles em conferi-las ao final da leitura.

DURANTE A LEITURA

1. É importante que o espaço de leitura seja um ambiente atraente. Não precisa ser um espaço sofisticado, com muitos recursos, apenas um ambiente apropriado. Após distribuir um exemplar da obra para cada aluno, peça que todos se acomodem e faça o procedimento de leitura do livro, escolhendo uma das sugestões a seguir.

I) Nas turmas em que os alunos ainda não têm autonomia de leitura, o professor é o leitor. Nesse caso, os alunos poderão acompanhar a leitura (escuta) apreciando as ilustrações.

II) Nas turmas com autonomia para fazê-la, cada aluno realiza a leitura individualmente e, num segundo momento, ele a faz de maneira coletiva, com os colegas e o professor.

2. Fale um pouco sobre o ilustrador da obra para os alunos: O ilustrador Gilles Eduar, filho de franceses, no ano de 1990, foi morar na França, onde

publicou o seu primeiro livro. Tem obras publicadas em vários países, gosta de escrever suas próprias histórias, adora o mar e para ele é sempre um grande prazer desenhar bichos. Por isso, ficou muito feliz quando o autor do livro, Leo Cunha, enviou-lhe o texto sobre a Arca


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de Noé. Mergulhou fundo na beleza da história e enriqueceu a narrativa com belas ilustrações e várias cores.

3. Pergunte aos alunos:

• Que animal você gostaria de ver nas ilustrações do livro?Resposta pessoal.

4. Os alunos poderão se deleitar com o livro, lendo-o individualmente, apreciando-o, ma-nuseando suas páginas, de modo que eles possam desfrutar do seu momento de fruição particular.

TRILHA DE RETOMADA

Festa na arca

Quando a viagem na Arca acabou, os bichos desembarcaram, foram cuidar de suas vidas e a Arca estava triste porque ficou sozinha, sem um par. Mas, quando se encontrou com o Arco-Íris, a tristeza foi embora. Aproveitando esse motivo, os alunos vão criar e encenar, com a ajuda do professor, um musical em que haverá uma festa organizada pelos bichos para comemorar a feli-cidade da Arca e do Arco-Íris. Um musical é um espetáculo teatral cantado e dançado.

1. Prepare o roteiro da dramatização. Com a sua ajuda e mediação, eles deverão atuar, de acordo com suas possibilidades, nas etapas de preparação da peça;

2. Auxilie e oriente os alunos na escolha do cenário, roupas e itens que estão relacionados com a história, com as personagens e o motivo a ser comemorado, como também na confecção deles (ainda que precisem da participação e colaboração dos adultos);

3. Selecione as músicas e canções que farão parte da apresentação do teatro, que poderão (parte delas) também ser cantadas, por eles.

DICAS:

1. Na preparação e na apresentação, espera-se que a turma perceba o valor da colaboração de um com o outro para que tudo se encaminhe bem e dê bom resultado.

2. Sugerimos a audição das canções dos discos A Arca de Noé 1 e A Arca de Noé 2, de Vini-cius de Moraes, para enriquecer o repertório dos alunos e as opções de canções que poderão ser usadas na apresentação do musical.


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3. A apresentação dos alunos poderá ser assistida por outras turmas da escola, como também ser gravada para ser compartilhada fora da escola ou em mídia virtual que julgarem adequada.

LEIA MAIS

• MORAES, Vinicius de. A Arca de Noé. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2004.

Nesse livro, o aluno terá a oportunidade de viajar na Arca de Noé pelo viés de deliciosos poemas de Vinicius, com a alma brasileira.

SUA VOZ

Propicie aos alunos um momento para uma roda de conversa sobre a experiência deles com a leitura do livro, com a atividade de reconto e a apresentação do musical. Nesse processo, eles experimentaram ouvir (ou ler e ouvir), recontar e, depois, fazer a representação dramática da história por meio de canto e dança, sendo esse conjunto de experiências um momento singular.

Coloque nessa roda de conversa também a apreciação ética que eles fizeram, avaliando a convivência entre os pares e que teve como produto final a construção conjunta de regras de con-vivência da turma.

LEITURA PROCESSUAL

As etapas de leitura processual podem ser realizadas em dias diferentes, conforme julgar conveniente para a dinâmica de sua turma. Convém que elas sejam registradas previamente nos planos de aula, compondo o seu planejamento. Essas etapas favorecem que os alunos permane-çam por mais tempo em companhia do livro e da história, envolvidos em ações decorrentes de modos de ler e focos de leitura diversos.

No transcorrer da leitura processual, dia a dia, será possível abordar alguns pontos marcan-tes da obra além dos propostos nas etapas, sempre adequando o diálogo, a reflexão e apreciação à linguagem e possibilidades cognitivas da faixa etária dos alunos. Merecem que sejam observados os seguintes itens:

• O motivo da viagem;

• No decorrer do percurso, o sentimento dos bichos (tristes ou felizes);

• O sentimento que havia entre os casais de animais;

• Quais os sentimentos da Arca com relação aos bichos;

• O que entristecia a Arca;


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• As diferentes paisagens, no começo e no final da história;

• A personificação da Arca como mãe, sua função de abrigo seguro dos animais e instrumento de passagem, do dilúvio à terra enxuta. Ela assume o papel de quem preserva os animais, a natureza.

PRIMEIRA ETAPA: SURPRESAS DA NARRATIVA

Considere algumas informações relativas à interpretação da história, apresentadas no qua-dro a seguir. A partir delas, é possível traçar caminhos de leitura interpretativa. Caso julgue ne-cessário, proponha algumas questões além das que estão apresentadas, adequando a linguagem às possibilidades de compreensão do aluno e às habilidades indicadas, por série, na BNCC com relação às capacidades de leitura.

• Os fatos narrados são apresentados em uma sequência temporal, mas não há uma preocu-pação em marcar a cronologia, a passagem do tempo cronológico por ações ou episódios com expressões que marcam o tempo detalhadamente. Há três tempos fundamentais nessa narrativa: o período do dilúvio, quando estão na embarcação — período da viagem; o final do dilúvio, o fim da viagem — quando eles desembarcam da Arca; o pós-desembarque (dos bichos) — quando a Arca encontra com o seu amado e ambos seguem felizes para sempre.

• O foco fundamental de marcação da história não está no tempo, está nos sentimentos: o que existe entre os pares de animais, no sentimento materno da Arca pelos animais e o sen-timento dela pelo Arco-Íris. E essa marcação se refere ao atemporal, ao amor. É importante passar essas noções aos alunos de maneira bem didática, simples.

• No conto há um momento em que as expectativas da Arca se concretizam. Vale dar aten-ção especial ao trecho: Foi então que aconteceu. [...] surgiu no céu o Arco-Íris que ela tanto esperava. [...] E lá longe, bem distante, onde o mar e o céu vão embora, ela embarcou seu ama-do, felizes pra toda a história.

• Na narrativa mais conhecida sobre a Arca de Noé, o protagonista da história é Noé, o patriarca (o chefe de família, entre os antigos; o pai, chefe de família honrado, de condu-ta correta; pessoa idosa e respeitável perante seus descendentes; a figura paterna). Ele é a figura central, é quem constrói a Arca, conduz os bichos para dentro dela, cuida deles e os alimenta durante o dilúvio, e os devolve à natureza quando as águas baixam e a terra se torna enxuta. No caso da narrativa de Leo Cunha, não aparece a figura de Noé. Aliás, a narrativa não relata os preparativos, o que antecede o embarque na Arca. Ela já começa com a embarcação na água. Há um deslocamento do protagonismo da figura do patriarca (Noé, na narrativa bíblica) para o papel da matriarca (a Arca, na versão de Cunha), que, por sua vez, não é uma personagem humana. Noé não aparece na narrativa, conduzindo os animais numa arca que ele construiu. A narrativa é centrada no papel da Arca, que aparece na capa do livro e na primeira ilustração, no começo da história. Ela conduz os animais, protege-os, como uma mãe cuida de seus filhotes, dá segurança para que não fiquem com medo ou assustados e possam se divertir, mesmo vivendo uma situação adversa.


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1. Localize no conto o trecho a seguir. Peça que os alunos abram o livro nessa página, ob-servem a ilustração e respondam oralmente ao que se pede.

— Eu protejo essa ninhada, como se fossem meus filhotes, do bote da tempestade. Aqui eles não se cansam: pulam amarelinha, dançam a hula-hula, zombam da cor do céu, do mundaréu de trovões. Estão todos afinados, finalmente protegidos debaixo das minhas velas.

• No conto, que personagem faz o papel semelhante ao de uma mãe com relação aos filhos?

A Arca, que diz: “Eu protejo essa ninhada, como se fossem meus filhotes.”

• Essa personagem cuida para que os animais se divirtam e se sintam bem. Como podemos perceber isso no trecho que vou ler mais uma vez?

Professor, leia mais uma vez e pausadamente o trecho. Espera-se que, mesmo não literalmente, os alunos façam referência à parte que diz: “Aqui eles não se can-sam: pulam amarelinha, dançam a hula-hula, zombam da cor do céu, do mundaréu de trovões.”

2. Leia outro trecho para os alunos.

Então qual o motivo de tanta tristeza?

E a Arca respondia:— Cada bicho tem seu par, tem o parceiro a seu lado. Só eu é que nunca posso

encontrar o meu amado...

É que, além da bicharada, a Arca também carregava uma enorme charada, escon-dida no porão. Ela estava apaixonada por um Arco: o Arco-Íris.

• Qual o segredo que a Arca carregava bem guardado dentro dela?

O segredo é que a Arca estava apaixonada pelo Arco-Íris.

• E por que ela estava triste?

Ela ficava triste porque cada bicho tinha seu par, o amado ao lado, e ela não encontrava o amado dela, o Arco-Íris.


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3. Leia este trecho:

Foi então que aconteceu. [...] surgiu no céu o Arco-Íris que ela tanto esperava.

[...] E lá longe, bem distante, onde o mar e o céu vão embora, ela embarcou seu amado, felizes pra toda a história.

• Onde a arca encontrou o amado que ela tanto esperava?

Ela o encontrou no céu.

• O que aconteceu quando ela o encontrou?

Ele embarcou na Arca e eles foram felizes para sempre (pra toda a história).

4. Durante o dilúvio a chuva caía, os bichos ficavam ao lado dos seus pares, brincavam e se divertiam. Só a Arca ficava triste, não sorria, pois não conseguia encontrar o seu par.

• O que aconteceu nos dois períodos que vieram depois desse?

• no final do dilúvio

Aconteceu o fim da viagem, os bichos desembarcaram da arca e foram cuidar da vida deles.

• após o dilúvio

A Arca ficou chorando, e, de repente, surgiu no céu o Arco-Íris que ela tanto esperava, ela encontrou o seu amado, que embarcou, e os dois seguiram felizes para sempre.

• Procure conduzir os alunos a perceberem estes três tempos fundamentais da história: du-rante o dilúvio, o final do dilúvio, o pós-dilúvio e o que acontece em cada um deles. É interessan-te perceber que a história começa com os bichos já embarcados. Não há o período de preparação para o embarque, o período pré-dilúvio, como na história original.

• Convide os alunos a penetrarem nas sutilezas da história para saborear, juntamente com as personagens, o estado de emoção em que eles se encontram e que faz acontecer de uma maneira diferente o tempo narrado, como descrito na segunda parte do próprio título Arca de Noé, uma história de amor.


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Para concluir

1. Promova a conclusão da compreensão da história. No trecho lido, vale levar os alunos a perceberem, por meio das pistas textuais, que há um novo embarque na Arca. No entanto, agora, quem o faz é o seu par, o seu amor, que ela tanto lamentava de não encontrar no período do dilúvio, quando via os bichinhos aos pares, felizes. A agitação das águas que sacudiam a Arca representava agitação do seu próprio sentimento de angústia, frustração de não ter o seu amado durante esse período (as ilustrações ajudam a mostrar isso). Assim como os bichinhos que, ao desembarcarem de dois em dois, deram nas patas para cuidar de suas vidas, a Arca foi embora com o seu par, o Arco-Íris, e sumiu no horizonte.

2. No texto, é mencionado um animal que pertence ao universo da imaginação, da fantasia: o unicórnio. No caso do 1o e 2o anos, dê uma breve definição para os alunos e leve algumas ima-gens desse ser, de preferência, ilustradas em outros livros. Para o 3o ano, oriente-os a pesquisar sobre tal animal fabuloso.

SEGUNDA ETAPA: CONTAÇÃO PARTICIPATIVA

1. Solicite aos alunos que formem grupos para recontar a história da Arca de Noé. Eles poderão recontar a narrativa apresentada no livro ou contar uma versão própria do grupo, ten-do como base o livro e o resumo da narrativa bíblica que foi apresentada por você no Antes da leitura. A produção textual apresentada não será escrita, será na modalidade oral da língua. Peça que siga as seguintes orientações:

I) No caso dos alunos que ainda não leem, caso ache necessário, leia novamente a história para eles.

II) No caso dos alunos que já sabem ler, eles poderão reler o livro se julgarem que há neces-sidade.

2. Auxilie os alunos a dividirem as tarefas para o reconto, sendo que cada um deverá contar uma parte da história.

3. Oriente-os que deverão, durante a contação, usar um volume de voz que seja suficiente para que todos consigam ouvir a história: que não seja baixo e nem alto. Ajude-os a testar o vo-lume de voz. Peça que observem o ritmo, a velocidade, para não ser rápido e nem lento demais.

4. Chame atenção para que o aluno não atropele o outro na hora de fazer a parte da conta-ção que lhe cabe. Ele deve ficar atento para que o colega primeiro termine a sua parte para, em seguida, continuar a história. Oriente-os a prestar bastante atenção para não entrar no momento errado da história, adiantado ou atrasado, evitando prejudicar a sequência da narrativa.


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5. Os alunos poderão usar objetos para produzir sons ou adereços para mostrá-los ou movi-mentá-los com gestos durante a contação, fazendo referência a certos elementos e acontecimen-tos da história e produzindo efeitos.

6. Peça que, além de ouvir atentamente os grupos que vão se apresentar, façam observação de como eles contam a história, pois isso poderá ajudá-los na sua própria contação.

7. É importante que cada grupo ensaie a sua contação.

TERCEIRA ETAPA: APRECIAÇÃO ESTÉTICA

Os livros podem propiciar experiências estéticas importantes para os leitores de todas as idades. Esse aspecto é fundamental para a fruição da obra e pode se dar por meio da apreciação da linguagem, das ilustrações, das imagens sugeridas pelo uso das palavras no texto, incluindo o reconhecimento da inventividade presente na criação literária.

1. Peça aos alunos que apreciem as ilustrações do livro, observando os seus detalhes e res-pondam, em duplas e em voz alta, as próximas perguntas:

• Que animais você identificou nas ilustrações do livro?

Elefante, macaco, girafa, rinoceronte, formiga, coelho, cobra, girafa, leão, pin-guim, polvo, arara, carneiro, jacaré, entre outros.

• Você identificou alguma personagem humana nessas ilustrações?

Não há a presença de personagens humanas nas ilustrações.

• Por que isso aconteceu?

Como a história não contém a presença de personagens humanas, é natural que isso aconteça.

Professor, aproveite para retomar com os alunos as hipóteses que eles fizeram ao responder estas perguntas no Antes da leitura, item Motivar e mobilizar: Peça que avaliem se suas hipóteses foram confirmadas ou não.

• Se a Arca é de Noé, por que será que ele não apareceu na capa? • Você acha que ele vai aparecer dentro do livro? Por quê?


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2. Compare a primeira ilustração de dentro do livro com a ilustração da página onde está escrito:

E o tempo ruim foi passando, o dilúvio, acabando, a chuva parou de chover. Até que, num belo dia, o sol surgiu amarelo [...]

Pergunte aos alunos:

• Qual das ilustrações apresenta cores mais escuras, fechadas, sérias e qual apresenta cores mais alegres, claras, vistosas, brilhantes?

A primeira ilustração apresenta cores mais escuras, fechadas. Já a ilustração da página em que esse excerto está escrito é a que apresenta cores mais alegres, claras.

• Por que será que o ilustrador fez uso tão diferente de cores nessas partes da história?

Porque, na primeira ilustração, o tempo é chuvoso e, portanto, o ambiente registrado nesse começo do livro é mais escuro, sério, sóbrio, requerendo o uso de cores escuras, sem brilho. Na página em que esse trecho está localizado, é dito que parou de chover e que o sol surgiu amarelo, ou seja, é um tempo aberto, com o sol brilhante (amarelo) e, portanto, as cores usadas são claras, brilhantes.

• Que página do livro você achou mais escura? Você acha que isso tem a ver com o que está escrito no texto?

Provavelmente, os alunos dirão que é a página onde está escrito: “Quase, por-que a Arca — logo ela! — não sorria. É, a Arca não sorria. Com suas velas acesas, saltava as ondas turquesas, em vaga melancolia.” Acolha as respostas deles, fazendo--os perceber que as cores mais escuras, fechadas, presentes na ilustração dessa página estão relacionadas com o conteúdo do texto, que diz que a Arca não sorria, estava em grande tristeza, melancolia. Chame atenção para o fato de o texto da página anterior, em que as cores usadas deram um tom muito alegre à ilustração, falar sobre a alegria dos bichos e fazer a ressalva: “Quase tudo era alegria lá na Arca de Noé.” Aponte depois para a página seguinte, que está bem escura.

3. Prossiga com a apreciação das ilustrações conforme achar necessário. Outros elementos podem ser observados nas ilustrações da obra.


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Modos de dizer...

1. Na página 7, mostre aos alunos como foi usado o recurso poético de linguagem, incen-tivando-os a apreciar o modo como se constrói um efeito sonoro com a aliteração do dígrafo LH. Peça que fiquem bem atentos à leitura. Foi feito também um jogo de alternância com as palavras calha e chuva, criando uma relação contínua entre elas. Há um efeito visual no modo como as palavras foram dispostas na página, fazendo alusão ao cair contínuo da chuva e o modo de escorrer a água pela calha.

2. Na página 20, há novamente o uso do recurso sonoro com a aliteração do dígrafo LH. Veja no texto:

Mas o tempo ia passando, ia chovendo no molhado, e o Arco não pintava.

A Arca olhava, molhava e ralhava contra a chuva:

— Mas que chuva mais velhaca, que chuva avacalhada! Eu acho que essa chuva não veio nada a calhar.

3. Chame a atenção dos alunos para o recurso de linguagem aplicado com criatividade para criar uma expressão semelhante (sinonímica) para a expressão largamente conhecida: dar no pé (ir embora, debandar). Como os bichos têm patas, e não pés, o autor criou a expressão original “deram nas patas”, substituindo a palavra pé (da expressão deram no pé) por patas, criando uma expressão direcionada ao contexto da narrativa.

Pularam no mar, embrenharam-se nas matas, deram no pé, deram nas patas, cui-daram de suas vidas.

4. Desafie os alunos, dando-lhes subsídios, a apreciarem coletivamente a linguagem fi-gurada do trecho selecionado a seguir, extraindo o significado da parte destacada no contexto em que está inserida. Primeiramente, eles devem lê-lo em voz alta e, depois, conversar sobre o seu sentido.

É que, além da bicharada, a Arca também carregava uma enorme charada, es-condida no porão. Ela estava apaixonada por um Arco: o Arco-Íris.

5. Se achar proveitoso, explore outros recursos de linguagem usados no texto.


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QUARTA ETAPA: APRECIAÇÃO ÉTICA

A sequência a seguir é propositadamente escrita em discurso direto. Trata-se de uma estraté-gia para criar uma atmosfera mais lúdica na abordagem deste tópico de leitura. Ela traz a opção de comandas convidativas e, no item 3, um texto que tem como objetivo envolver o aluno como se ele estivesse em um momento lúdico.

1. Na primeira página do livro está escrito: “Quem conta um conto aumenta um ponto. Espicha cada ponta.”

2. Nesse trecho, há um dito popular bem conhecido. Então vamos amarrar a ponta desse trecho com a ponta de outro ditado que diz: “Quem cochicha o rabo espicha.”

3. Texto mobilizadorVamos partir desse nozinho para tentar fazer um fio que tece um tecido como de pano de

fundo para outra historinha, que podemos retirar da história contada. Como assim? Vou lhe contar o que um passarinho contou. Segundo ele — a fonte de informação que disse estar lá na Arca —, era por volta do meio da tarde e ventava muito quando aconteceu o fato. Num dos compartimentos, onde estava a dona Tartaruga, conversavam alguns bichinhos. Rolou um papo que o Sr. Sapo era um loroteiro, ou seja, um mentiroso mesmo. Foi dito que ele, tempos antes de entrar na Arca de Noé, enganou o urubu para conseguir ir a uma festa no céu, já que não tinha como voar para chegar lá. E o casal de gambás? Coitados! Deles se disse que cheiravam mal. E sabe quem tudo contou? Foi a Foca. Uma fofura de menina! E isso foi passando adiante para toda a bicharada, virando a noite, até chegar o raiar do dia. Correu como uma notícia. O Sr. Sapo ficou desacreditado e o casal de gambás, mal-afamados. O informante, o passarinho, quando isso contou, tinha uma pose de jornalista.

Não se sabe se é verdade o que ele contou, se aumentou um ponto ou se andou cochichan-do, mas sabemos que, quando as pessoas passam bastante tempo juntas, num mesmo lugar, esse tipo de coisa pode acontecer. Você sabe como é que é, né?... Conviver todo dia, rolam conversas, comentááááários, todo mundo começa a falar coisas um para o outro, umas historinhas de pes-soas oooooooutras... conversa vai, conversa vem; conversa vai-conversa vem; conversa vai-con-versa vem... Parece até um trem, que não para, pode descarrilhar e prejudicar alguém!

Professor, é possível comparar a Arca com a sala de aula, a escola, onde as pes-soas passam muito tempo juntas, no mesmo espaço, muitos dias das suas vidas.

4. Então, para preservar a boa convivência com todos que frequentam a escola, que tal fazer uma roda de conversa entre os colegas, com a mediação do professor, para responder as perguntas e a proposta seguir?

Em sua opinião...


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• Fica bem ficar falando (mal) dos outros?

• Será que aquilo que estão comentando sobre alguém não é verdade?

• Se não for, eu passo adiante uma mentira. E se for, por que deveria levar adiante, contando para outra pessoa?

• Será que ao comentar sobre alguém eu não prejudico essa pessoa ou deixo-a envergonha-da, constrangida?

• E se fosse sobre mim essa “notícia” falsa? Como eu me sentiria?

• Há outros tipos de comentários ou comportamentos que também podem não ser adequa-dos e prejudicar a relação entre as pessoas da escola?

Para concluir

Proponha a criação de regras de convivência da turma. Caso elas já existam em sua sala de aula, aproveite o momento para fazer a leitura delas e incluir novos combinados.

PARA O PROFESSOR:

OUTROS SUBSÍDIOS...

• Observe as palavras Arca e Arco – há um processo de “formação artística” de masculino, e que se faz por uma via morfológica da língua, a terminação: Arca → Arco. Em si, nomeiam seres totalmente diferentes (como na história), um não é o feminino ou masculino do outro, mas a imaginação literária transpõe essa realidade e ambos formam um par de personagens apaixona-das: Arca (o feminino) e Arco (o seu masculino).

Não por acaso, acontece um deslocamento referencial para a formação do gênero: em vez de partir do masculino para o feminino (o → a), o processo é desenvolvido de forma contrária: do feminino para o masculino (a → o: arca → arco). Isso faz parte do enredo da narrativa, que coloca a Arca como protagonista da história, mudando a referência patriarcal (Noé) para a ma-triarcal (Arca).

• Há um destaque para a apreciação ética que os alunos fizeram, avaliando a questão da con-vivência para a construção coletiva e colaborativa das regras de convivência da turma, trazendo para a realidade deles a temática do conviver extraída da realidade ficcional das personagens da história, numa forma de transposição lúdica. Isso propiciou um trabalho que colabora, particu-larmente, com a construção da competência 9 do documento Dimensões e Desenvolvimento das


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Competências Gerais da BNCC, nas suas dimensões e subdimensões, como alteridade, acolhimen-to da perspectiva do outro, diálogo e convivência, colaboração etc. Consulte esse documento, que está disponível em: <http://movimentopelabase.org.br/acontece/competencias-gerais-de-b-ncc/> (acesso em 25 abr. 2018).

• Pode-se relacionar o papel desempenhado pela protagonista (a Arca) de proteger os ani-mais com a preservação da natureza, pois ela os guardou, defendeu, preservou os bichos daquilo que poderia causar a morte, a extinção deles. E isso apresenta à criança o mundo natural e social, na esfera ampla do meio ambiente (paisagens naturais, aquáticas, plantas, animais). Os fragmen-tos a seguir ilustram bem o papel de proteção, da preservação desses seres vivos.

— Eu protejo essa ninhada, como se fossem meus filhotes, do bote da tempestade.

— Meus filhos, fiz meu dever de salvá-los do perigo.


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PROPOSTAS GERAIS DE ATIVIDADES INTERDISCIPLINARES

Ciências da Natureza

• O livro Arca de Noé, uma história de amor coloca os alunos em con-tato com diferentes elementos da Natureza — Sol, chuva, nuvens, água — e a interação entre eles, como por exemplo, a água e a luz solar para a formação do arco-íris; e, também, com a diversidade de seres vivos: mamíferos, peixes, aves, répteis...

• Assim, é uma leitura bastante rica para desenvolver conceitos rela-cionados à classificação dos animais e suas características, por exem-plo, e sobre a formação do arco-íris. A observação das imagens pode dar início ao levantamento prévio dos conhecimentos dos alunos em relação aos animais.

• Peça aos alunos que identifiquem os animais ilustrados nas páginas 13, 14, 15 e contem o que sabem sobre eles. Em duplas ou trios, os alunos podem escolher dois ou três animais diferentes e produzir fichas de identificação com o nome do animal escolhido e algumas de suas características: cobertura do corpo, número de patas, do que se alimentam, onde vivem etc. Para finalizar proponha aos alunos que compartilhem as informações registradas e montem um painel na sala formando grupos de animais, como por exemplo, mamífe-ros, peixes, etc., ou vertebrados e invertebrados. O painel pode ser ampliado com outros animais além dos ilustrados no livro.

• Atividades lúdicas como: jogo de mímica em que um aluno sorteia o nome ou a imagem de um animal e representa alguma caracterís-tica como, por exemplo, o modo de andar, para que os demais adi-vinhem o animal representado; ou um jogo de memória, de pares macho e fêmea, ou relacionando imagem e características do animal podem ser utilizadas para finalizar o tema.

• No final do livro são apresentados de forma geral os elementos ne-cessários à formação do arco-íris. Questione os alunos sobre quais são esses elementos e o que sabem sobre a formação do arco-íris.

• Se for possível, passe a animação “O show da Luna! O Arco-Íris” disponível no site: <https://www.youtube.com/watch?v=is9IsFI-zaGM> (acesso em 22 abr. 2018). A personagem Luna faz uma viagem imaginária transformando-se em uma gota de chuva para encontrar respostas às suas dúvidas: De onde vem o arco-íris? É possível pegar suas cores? Do que é feito?

• Essas questões também podem ser feitas aos alunos antes de iniciar a apresentação da animação. Para concluir os alunos podem fazer registros ilustrados e/ou textuais sobre o tema.


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Artes • Proponha aos alunos uma exposição de desenhos, pinturas e/ou es-culturas de massa de modelar ou argila dos animais de sua preferên-cia. As obras podem ser acompanhadas de fichas com informações sobre o tipo de material e a técnica utilizada, por exemplo.

• Outra proposição é confeccionar uma Arca, bem colorida, para um trabalho de conscientização sobre a importância de salvar vários animais ameaçados de extinção. A turma também preparará, com ajuda do professor e de outros adultos, fichas individuais sobre um animal ameaçado de extinção, contendo imagem e texto explicativo sobre o determinado animal.

• Essas fichas só serão dadas aos visitantes da exposição ao final da ação de conscientização, pois o propósito é que os expositores abordem os visitantes e falem com eles sobre os animais expostos nas fichas.

• Os alunos também colarão algumas imagens de animais em volta do barco, ilustrando-o.

• A turma preparará um cartaz com a seguinte frase: Que bicho você quer salvar? O cartaz é destinado ao público visitante, que escreverá num papel, em letra grande para ser visto a distância, o nome do animal que escolheu. Informe ao visitante que ele poderá desenhar, caso se sinta à vontade, o animal junto ao nome que escreveu. Es-ses papéis serão colados num painel que ficará exposto na Arca de maneira visível.

• O grupo fica no entorno da Arca, para abordar os visitantes.• A ação poderá ser concretizada no espaço escolar ou extraescolar.


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ALGUMAS HABILIDADES E COMPETÊNCIAS FAVORECIDAS

A tabela a seguir apresenta algumas habilidades e competências que podem ser favorecidas por meio do desenvolvimento do trabalho proposto neste manual. É possível estabelecer relações das sequências propostas com outras habilidades da BNCC, de acordo com o foco ou encaminhamen-to do professor. Considere-se que há habilidades que são contempladas parcialmente, sendo natural que, na prática escolar, elas não se concentrem em uma única atividade ou sequência didática.

Competências • Envolver-se em práticas de leitura literária que possibilitem o desenvolvimento do senso estético para fruição, valori-zando a literatura e outras manifestações artístico-culturais como formas de acesso às dimensões lúdicas, de imaginário e encantamento, reconhecendo o potencial transformador e humanizador da experiência com a literatura. (Específica de Língua Portuguesa, no 9)

• Experienciar a ludicidade, a percepção, a expressividade e a imaginação, ressignificando espaços da escola e de fora dela no âmbito da Arte. (Específica de Arte, no 4)

• Construir argumentos com base em dados, evidências e in-formações confiáveis e negociar e defender ideias e pontos de vista que respeitem e promovam a consciência socioambien-tal e o respeito a si próprio e ao outro, acolhendo e valorizan-do a diversidade de indivíduos e de grupos sociais, sem pre-conceitos de qualquer natureza. (Específica de Ciências, no 5)

HABILIDADESLeitura com foco na formação do leitor literário

• (EF15LP15) Reconhecer que os textos literários fazem parte do mundo do imaginário e apresentam uma dimensão lú-dica, de encantamento, valorizando-os, em sua diversidade cultural, como patrimônio artístico da humanidade.

Antes da leitura • (EF15LP02) Estabelecer expectativas em relação ao texto que vai ler (pressuposições antecipadoras dos sentidos, da forma e da função social do texto), apoiando-se em seus conhecimen-tos prévios sobre as condições de produção e recepção desse texto, o gênero, o suporte e o universo temático, bem como sobre saliências textuais, recursos gráficos, imagens, dados da própria obra (índice, prefácio etc.), confirmando antecipa-ções e inferências realizadas antes e durante a leitura de tex-tos, checando a adequação das hipóteses realizadas.

• (EF15LP18) Relacionar texto com ilustrações e outros recur-sos gráficos.


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Depois da leitura • (EF02LP26) Ler e compreender, com certa autonomia, tex-tos literários, de gêneros variados, desenvolvendo o gosto pela leitura.

• (EF01LP26) Identificar elementos de uma narrativa lida ou escutada, incluindo personagens, enredo, tempo e espaço.

• (EF15LP03) Localizar informações explícitas em textos.• (EF02LP28) Reconhecer o conflito gerador de uma narrativa

ficcional e sua resolução, além de palavras, expressões e frases que caracterizam personagens e ambientes.

• (EF15LP18) Relacionar texto com ilustrações e outros recur-sos gráficos.

• (EF15LP10) Escutar, com atenção, falas de professores e co-legas, formulando perguntas pertinentes ao tema e solicitan-do esclarecimentos sempre que necessário.

• (EF15LP19) Recontar oralmente, com e sem apoio de ima-gem, textos literários lidos pelo professor.

• (EF15AR05) Experimentar a criação em artes visuais de modo individual, coletivo e colaborativo, explorando dife-rentes espaços da escola e da comunidade.

• (EF15AR06) Dialogar sobre a sua criação e as dos colegas, para alcançar sentidos plurais.

• (EF15AR20) Experimentar o trabalho colaborativo, coleti-vo e autoral em improvisações teatrais e processos narrati-vos criativos em teatro, explorando desde a teatralidade dos gestos e das ações do cotidiano até elementos de diferentes matrizes estéticas e culturais.

• (EF02LP15) Cantar cantigas e canções, obedecendo ao ritmo e à melodia.

• (EF15AR21) Exercitar a imitação e o faz de conta, ressignifi-cando objetos e fatos e experimentando-se no lugar do outro, ao compor e encenar acontecimentos cênicos, por meio de músicas, imagens, textos ou outros pontos de partida, de for-ma intencional e reflexiva.

• (EF35LP02) Selecionar livros da biblioteca e/ou do cantinho de leitura da sala de aula e/ou disponíveis em meios digitais para leitura individual, justificando a escolha e compartilhan-do com os colegas sua opinião, após a leitura.


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Propostas gerais de atividades interdisciplinares

Ciências• (EF01LP22) Planejar e produzir, em colaboração com os

colegas e com a ajuda do professor, diagramas, entrevistas, curiosidades, dentre outros gêneros do campo investigativo, digitais ou impressos, considerando a situação comunicativa e o tema/assunto/finalidade do texto.**Neste caso, a sugestão foi para a produção de fichas do ani-mal, que pode ser considerado gênero do campo investigati-vo, situado no campo das práticas de investigação e pesquisa.

Arte• (EF15AR04) Experimentar diferentes formas de expressão

artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos, dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia etc.), fa-zendo uso sustentável de materiais, instrumentos, recursos e técnicas convencionais e não convencionais.



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