+ All Categories
Home > Documents > Manual Prático Uso da Cal

Manual Prático Uso da Cal

Date post: 20-Jun-2015
Category:
Upload: megaz123
View: 274 times
Download: 4 times
Share this document with a friend
Popular Tags:
15
Manual Prático Uso da Cal IPHAN/MONUMENTA
Transcript
Page 1: Manual Prático Uso da Cal

Manual PráticoUso da Cal

IPHAN/MONUMENTA

Page 2: Manual Prático Uso da Cal

22222

Presidente da RepúblicaPresidente Luiz Inácio Lula da Silva

Ministro da CulturaGilberto Gil Moreira

Presidente Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico NacionalLuiz Fernando de Almeida

Superintendente Regional da 14ª SR/IPHANSalma Saddi Waress de Paiva

Chefe da Divisão Técnica da 14ª SR/IPHANPaulo Henrique Farsette

ElaboraçãoRômulo Bonelli

Rossana DelpinoMilena Migoto

Projeto Gráfico e IlustraçõesRômulo Bonelli

ApoioErnandes Rodrigues Costa

Page 3: Manual Prático Uso da Cal

33333

Apresentação

Esta publicação é parte integrante doconjunto de três Manuais Práticos paraa cidade de Natividade-TO, elaboradospelo IPHAN com o apoio do ProgramaMonumenta.

As publicações Uso da Cal,Conservação de Telhados, eSaneamento Básico Residencial,foram desenvolvidas para que acomunidade em geral, moradora desítios históricos ou não, tenha acesso ainformações importantes que auxiliemna preservação de seu patrimônio.

Esperamos que os dados técnicos, osexemplos, e os experimentosapresentados, sejam de grandeutilidade e façam com que aconservação do seu imóvel seja maiseficiente, menos dispendiosafinanceiramente, e de simplesexecução.

Paulo Henrique Farsette

Chefe da Divisão Técnica

14ª SR/IPHAN

Page 4: Manual Prático Uso da Cal

44444

Introdução

A cal possui várias aplicações. É utilizadana indústria química, petroquímica,alcoolquímica, alimentícia,farmacêutica, metalúrgica, e sobretudona construção civil. Pode ser utilizada naprodução de argamassas pararevestimento, pinturas, na estabilizaçãode solos, na pavimentação asfáltica, einclusive no saneamento básico, paratratamento de água.

Definição

A cal virgem, na verdade o óxido decálcio, também conhecida como calviva, quando em contato com água,torna-se o que chamamos de calhidratada, na reaçãoCaO+H2O+Ca(OH)2.

Este processo de transformação liberamuito calor, conhecido popularmentecomo caldeamento. É alternativabarata para produção de argamassade revestimento, assentamento detijolos, ou pintura.

A cal é um material de baixo custo,disponível no mercado, e de largautilização na construção civil,sobretudo na pintura.

Características

As características da cal são:

• Estado físico sólido

• Forma pó fino

• Cor branco

• Odor Inodoro

• Peso 74,1 g/molécula

• PH em 25o C 12,4

• Densidade 2,34 g/cm3

• Solubilidade água, glicerol

• Pureza 90%

Em função de algumas propriedadesque possui, devemos ter em contaalgumas características importantes parasua utilização:

• Endurece facilmente em contatocom o ar;

• Quando utilizada com argamassa

Page 5: Manual Prático Uso da Cal

55555

de revestimento, não deve receberoutra camada superior antes dealguns dias, para que endureça;

• Em geral encontrada no mercadoem sacos de 8, 20, 25 e 40Kg;

• A cal reduz a permeabilidade daargamassa, aumenta a suaplasticidade e a trabalhabilidade;

• Diminui o custo da argamassa;

Argamassa

Existe uma grande variedade deargamassas no mercado, porémainda é comum seu preparo nocanteiro de obra.

Depois de assentados os tijolos dasparedes, faz-se o chapisco, que vaiservir para aderência do emboço. Apróxima etapa é o reboco, que vaireceber o emassamento, a pintura, ourevestimento cerâmico. Essascamadas não devem ultrapassar 3cm,geralmente.

É muito comum preparar o emboçocom cimento, areia e barro, porém, seanalizarmos fatores como resistência às

intempéries e durabilidade, o barro nãoé um elemento adequado. Podemossubstituí-lo pela cal hidratada, elementoque torna a argamassa resistente edurável. O cimento torna a mistura maiseficiente, pois o precesso deendurecimento é mais rápido.

Deve-se esperar até que a argamassaassentada esteja completamenteseca para aplicação do revestimento.O material pode levar até 15 dias parasecagem completa.

Pinturas à cal

Neste manual vamos nos concentrarna sua utilização para revestimento, nouso da pintura de edificações.

A cal para pintura deve ser a mais finae pura do mercado, específica parapintura.

De acordo com a norma brasileiraNBR-7175, a cal deve possuir certacomposição química, deve-seobservar se a embalagem possui o

Page 6: Manual Prático Uso da Cal

66666

selo da ABPC (AssociaçãoBrasileira dos Produtores deCal)

Em geral, quanto menor aincidência de chuva na áreapintada, maior a suadurabilidade.

Procedimentos básicos• Cuidado com incêndios

provocados pelo alto calorresultante da suahidratação;

• Para o preparo deargamassas, a cal virgem em pódeve ser utilizada sob a forma depasta preparada com um mínimode 07 dias de antecedência;

• Deve-se manter em local seco, livrede intempéries, e longe doalcance de crianças;

• Não deve ser utilizada quandomisturada à outro material distinto;

• Não deve-se pintar o concretodiretamente com a cal. Podemsurgir de manchas devido aporosidade da pintura, que possibilitaa passagem do dióxido de carbono,

causando a corrosão dos ferros.• Observar, ao adquirir a cal, que

possui as indicações CH-I, Ch-II e CH-III na sua embalagem;

• Observar se a embalagem nãopossui avarias;

materiais necessários

Page 7: Manual Prático Uso da Cal

77777

Experimento

O experimento aqui apresentado émotivado pela necessidade deapresentar alternativas práticas parasolucionar dificuldades técnicas,culturais e econômicas decomunidades de baixa renda,principalmente proprietários deedificações localizadas em núcleos

históricos tombados,quando há anecessidade derealizar serviços depintura em seusimóveis.

É necessáriocompreender, queatualmente, o valorpraticado pelomercado de tintas esolventesindustrializadostornou-se inacessívelpara comunidadescarentes.

Tomando por baseo núcleo tombado

Nº BASE GOTAS COR

1A (*) 5 VERMELHO1B (*) 10 VERMELHO1C (*) 15 VERMELHO1D (*) 20 VERMELHO

2A (*) 5 MARROM2B (*) 10 MARROM2C (*) 15 MARROM2D (*) 20 MARROM

3A (*) 5 LARANJA3B (*) 10 LARANJA3C (*) 15 LARANJA3D (*) 20 LARANJA

4A (*) 5 AMARELO4B (*) 10 AMARELO4C (*) 30 AMARELO4D (*) 20 AMARELO

5A (*) 5 VERDE5B (*) 10 VERDE5C (*) 15 VERDE5D (*) 20 VERDE

6A (*) 5 AZUL6B (*) 10 AZUL6C (*) 15 AZUL6D (*) 20 AZUL

Composiçao com uma cor

(*) A Base é composta por:

• 1kg de CAL;• 2Litros de Água;• 100ML de cola branca;

Esses elementos misturados consistem nopreparo para todas as bases nascomposiçoes com uma cor, e as gotas sãopara uma amostra de 100ml.

dosagem

Page 8: Manual Prático Uso da Cal

88888

(**) A Base é composta por:• 1kg de CAL;• 2Litros de Água;• 200ML de cola branca;

Esses elementos misturadfos consistem nopreparo para todas as bases nascomposiçoes com uma cor, e as gotas sãopara uma amostra de 100ml.

Nº BASE GOTAS COR 1 GOTAS COR 2

12A (*) 2 AMARELO 1 VERMELHO12B (*) 4 AMARELO 2 VERMELHO12C (*) 6 AMARELO 3 VERMELHO12D (*) 8 AMARELO 4 VERMELHO

13A (*) 4 AMARELO 1 LARANJA13B (*) 8 AMARELO 2 LARANJA13C (*) 12 AMARELO 3 LARANJA13D (*) 16 AMARELO 4 LARANJA

14A (*) 2 VERMELHO 1 AZUL14B (*) 4 VERMELHO 2 AZUL14C (*) 6 VERMELHO 3 AZUL14D (*) 8 VERMELHO 4 AZUL

15A (*) 3 AMARELO 1 AZUL15B (*) 10 AMARELO 2 AZUL15C (*) 20 AMARELO 3 AZUL15D (*) 30 AMARELO 4 AZUL

16A (*) 3 AMARELO 1 VERMELHO16B (*) 10 AMARELO 2 VERMELHO16C (*) 20 AMARELO 3 VERMELHO16D (**) 30 AMARELO 4 VERMELHO

Nº BASE GOTAS COR 1 GOTAS COR 2

7A (*) 5 VERMELHO 10 LARANJA7B (*) 10 VERMELHO 10 LARANJA7C (*) 15 VERMELHO 10 LARANJA7D (*) 20 VERMELHO 10 LARANJA

8A (*) 5 MARROM 10 AMARELO8B (*) 10 MARROM 10 AMARELO8C (*) 15 MARROM 10 AMARELO8D (*) 20 MARROM 10 AMARELO

9A (*) 5 VERMELHO 10 AMARELO9B (*) 10 VERMELHO 10 AMARELO9C (*) 15 VERMELHO 10 AMARELO9D (*) 20 VERMELHO 10 AMARELO

10A (*) 5 VERDE 10 AMARELO10B (*) 10 VERDE 10 AMARELO10C (*) 15 VERDE 10 AMARELO10D (*) 20 VERDE 10 AMARELO

11A (*) 2 AZUL 1 VERDE11B (*) 4 AZUL 2 VERDE11C (*) 6 AZUL 3 VERDE11D (*) 8 AZUL 4 VERDE

Composiçao com duas cores

Page 9: Manual Prático Uso da Cal

99999

de Natividade TO, onde a comunidadenão tem recursos para realizar sequerbenfeitorias mínimas de conservação, aSub-regional Tocantins/14ª SR/IPHAN sepropôs a buscar uma alternativa práticae barata para tal situação.

Utilizando-se de uma balança deprecisão, dosadores escalonados ebastante disposição, a equipe do IPHANprocedeu à dosagem dos materiaistomando por base uma amostra de 100ml de mistura padrão de cal, geralmenteexpressa nas embalagens de Cal parapintura, sendo que para cada litro deágua, se adiciona 500g de Cal.

Receita:• 1 saco de cal para pintura (8kg);

• 16 litros de água;

• 1 lata de 1/4 de galão (900ml) decola branca;

• Junte os dois e misture;

• Adicione água, conforme aespessura da mistura desejada;

• Aplique no mínimo duas demãos,a primeira mais diluída, e asegunda mais grossa;

3

pigmentaçao

praparando a superfície

Page 10: Manual Prático Uso da Cal

1010101010

• Quanto mais camadas forempassadas, maior será adurabilidade no local;

Como fixador, se optou pela utilização decola branca (PVA), em dosagensvariadas, buscando assim, definir aquantidade ideal de acordo com aquantidade de pigmentos utilizadosposteriormente.

Quanto aos pigmentos, nesteexperimento, optou-se por pigmentosindustrializados encontrados facilmente

em lojas de material deconstrução e principalmente defácil dosagem.

As bisnagas de pigmentos líquidosoferecem uma boa diluição,tendo a contagem por gotas,facilitando assim, a obtenção defórmulas específicas para cadatom ou cor encontrada.

Uma vez tendo sido realizada amistura da base (Cal + água +Cola) adicionou-se os pigmentospuros ou conjugados, variandogradativamente asconcentrações e quantidades

até a obtenção de uma escala deintensidade de tons e cores.

Em uma parede já pintada com umabase de cal branca, se definiuquadrantes que foram numerados deacordo com as misturas preparadas.

Para cada quadrante, se definiu umadosagem específica que é expressa pelatabela demonstrada.

É importante mencionar, que para cadaquadrante, foram aplicadas 4 demãosda mesma dosagem, observando queos sentidos das demãos fossem

aplicando as cores

Page 11: Manual Prático Uso da Cal

1111111111

alternados sucessivamente entrehorizontal e vertical.

O produto final obtido, foi uma tabelapolicromática que contempla variadascores e tonalidades, permitindo que àpartir de sua numeração, seja identificadacom precisão a dosagem necessáriapara a obtenção de cada cor ou tom.

A adição de cola branca à mistura,trouxe um excelente acabamento paraas pinturas, uma vez que as mesmas

deixaram de se depreender como écomum em pinturas à base de Cal.

Esse fator, somado a variedade de coresalcançadas, gerou confiança nacomunidade que passou a visitar a sedelocal do IPHAN para consultar-se sobre apintura de suas edificações, bem comosobre outras soluções técnicas queviessem a lhes permitir economia esatisfação ao proceder obras deconservação em seus imóveis.

paleta acabada

Page 12: Manual Prático Uso da Cal

1212121212

Paleta de cores

Page 13: Manual Prático Uso da Cal

1313131313

Page 14: Manual Prático Uso da Cal

1414141414

Observações

No momento de construir ou reformarsua casa, procure a Prefeitura Munici-pal, e o IPHAN - Instituto do PatrimônioHistórico e Artístico Nacional - paramaiores esclarecimentos e apoio ne-cessário.

Normas brasileiras

Algumas normas técnicas devem serobservadas para melhorconhecimento de sua utilização.

• NBR 6453/87 - Cal Virgem paraConstrução;

• NBR 6471/72 - Cal Virgem e CalHidratada - Retirada e Preparaçãode Amostra. - NBR 6472/67 - Cal -Determinação do Resíduo deExtinção;

• NBR 6473/94 - Cal Virgem e CalHidratada - Análise Química -Método de Ensaio. NBR 7175/92 -

Page 15: Manual Prático Uso da Cal

1515151515

16245015839
Placed Image

Recommended