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PARALELOS ENTRE
OS MANUSCRITOS DO
MAR MORTO E
O APOSTOLO PAULO
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Paulo, O Deserto Do Mar Morto E A Cidade De Damasco
Na apostila intitulada JESUS DENTRO DO JUDAISMO e paralelos entre Jesus e ensinos de sua época mostramos
centenas de paralelos entre os Manuscritos do Mar Morto e o Novo Testamento inclusive paralelos entre as cartas de Paulo E OS
Manuscritos de Qumran. Gostaríamos agora de desenvolver o tema se Paulo o Apostolo pertenceu ou pertencia a Comunidade de
Qumran, que tinham sede tanto no deserto do Mar Morto como na cidade de Damasco. Para tanto iniciaremos com a revelação de
Jesus à Paulo quando este se dirigia a Damasco para prender os do Caminho.
Paulo diz que não recebeu esse evangelho [boa nova] por meio de um mestre humano, por este lecionado [edidachthen]
mas, por uma revelação [apokalipsis] de Jesus Cristo. APOCALIPSIS: A primeira vez que a palavra aparece no NT é em Lc 2,
32, falando de Cristo como luz de revelação para os gentios.
Essa revelação Paulo a recebeu quando estava no ermo [] e foi por meio dela que Deus aprouve por bem
revelar em mim o seu Filho (Gl 1,16) sem recorrer a nenhum conselho humano para o anunciar.
Preferimos porém, a tradução ermo ou deserto e não Arábia. A razão é que em Gl 4, 25 Paulo fala da Arábia como sendo o
lugar onde estava o monte Sinai, que é praticamente impossível situá-lo na Arábia, mas no deserto, como diz Gn 16, 7.
Gênesis 16: 7 Tendo-a achado o Anjo do SENHOR junto a uma fonte de água no deserto <04057>, junto à fonte no caminho de
Sur, 8 disse-lhe: Agar, serva de Sarai, donde vens e para onde vais? Ela respondeu: Fujo da presença de Sarai, minha senhora.
9 Então, lhe disse o Anjo do SENHOR: Volta para a tua senhora e humilha-te sob suas mãos.
04057 rbdm midbar procedente de 01696 no sentido de conduzir; DITAT-399k, 399L; n m
1) deserto
2) terra inabitada, deserto
3) grandes regiões desérticas (ao redor de cidades)
4) deserto (fig.)
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Gálatas 4: 24 Estas coisas são alegóricas; porque estas mulheres são duas alianças; uma, na verdade, se refere ao monte
Sinai, que gera para escravidão; esta é Agar. 25 Ora, Agar é o monte Sinai, na Arábia, e corresponde à Jerusalém atual, que está em escravidão com seus filhos.
Ora é praticamente impossível Paulo ter dito que o Monte Sinai ficasse na ARABIA. Porém se ele disse isto, fica provado que ele
era um péssimo aluno em geografia, brincadeiras à parte, Paulo conhecia muito bem a JUDÉIA e aquelas regiões, com certeza
este caso se trata de mais uma lambança de copistas gregos que confundiram a palavra por elas serem parecidas em sua fonética,
porém com significados bem diferentes. Veja você mesmo as palavras usadas para Arábia em grego nos manuscritos do NT do
programa Bíblia on Line da SBB, o dicionário Strong do mesmo programa coloca o termo Arabia/Arábia e dá o seus
correspondente em hebraico, vejamos:
GREGO = 688 Arabia de origem hebraica 06152 bre; ; n pr loc
1) Arábia =" terra deserta ou estéril"
Perceba que o próprio dicionário Strong da Bíblia on Line da SBB traduz Arabia/Arábia /deserto como deserto, terra
estéril.
HEBRAICO = 06152 bre ‘Arab ou bre ‘Arab
procedente de 06150 no sentido fig. de esterelidade, grego 688 Arabia; DITAT-1688a, 1688c; n. pr. col.
1) habitantes das estepes, do ermo, do deserto
2) o povo que habitava o país a leste e ao sul de Canaã, os beduínos nômades do deserto
HEBRAICO = 06160 hbre ‘arabah procedente de 06150 (no sentido de esterilidade); DITAT-1688d; n. f.
1) planície deserta, estepe, deserto, ermo
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O termo dado pelo mesmo dicionário Strong correspondente para o termo grego /Arábia/deserto em hebraico é
06152 bre ‘Arab e 06160 hbre ‘arabah que ambos são traduzidos como ERMO, DESERTO, PLANICIE
DESERTA, ou seja
Se para a palavra deserto em hebraico é geralmente usado a palavra midbar <04057>, a palavra hebraica arabah [06160]
deve ser traduzida e entendida como estepe, ermo, ou lugar inóspito, ela aparece 50 vezes no AT a começar por Nm 22:1, onde
se descrevem as planícies na frente de Jericó pertencentes na época aos moabitas. E em Dt 1, 1 Moisés falou ao povo de além do
Jordão, no deserto [midbar], na planície [arabá] e em Dt 3, 17 fala do mar de Arabá, como sendo o mar Salgado ou seja o mar
Morto (Js 1, 16).
Deuteronômio 3: 16 Mas aos rubenitas e gaditas dei desde Gileade até ao vale de Arnom, cujo meio serve de limite; e até
ao ribeiro de Jaboque, o limite dos filhos de Amom, 17 como também a Arabá (06160 hbre ‘arabah) e o Jordão por limite,
desde Quinerete até ao mar da Arabá (06160 hbre ‘arabah), o mar Salgado, pelas faldas de Pisga, para o oriente.
Juizes 1:16 Os filhos do queneu, sogro de Moisés, subiram, com os filhos de Judá, da cidade das Palmeiras ao deserto de
Judá, que está ao sul de Arade; foram e habitaram com este povo.
Outros traduzem o arabah por garganta. De tudo deduzimos que se é nome geográfico próprio, serão as regiões do outro
lado do Jordão e esse nome comum significa estepe. Foi aqui que Paulo, sem comunicação alguma com outros homens, recebeu
por inspiração do Cristo ressuscitado, a doutrina básica para evangelizar os gentios, assim como Pedro recebeu do Jesus histórico
a doutrina para evangelizar os judeus (Gl 2, 7).
ARÁBIA: o termo Arábia no dicionário Strong da Bíblia on Line da SBB aparece no NT sob o numero <688> no grego ;
mas no AT aparece sob o numero 06152 ['arab] ou 06160 ['arabah] ambos em hebraico que, como significado primário, é
estepe, lugar deserto ou terra estéril. Como nome próprio 06160 ['arabah] designa uma região entre o mar Morto e o golfo de
Aqabah, atualmente o Wadi el-Arabah. Mas muito mais freqüente era o vale do Jordão, ou seja, os antigos reinos de Sehon ou de
Moab, que hoje é chamado de Transjordânia. Exemplo:
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São estas as palavras que Moisés falou a Israel d’além do Jordão no deserto, na Arabá <06160> ['arabah] = in solitudine
campestri] no latim da vulgata (Dt 1,1).
Em 2 Rs 14:25 chama mar da Arabá [maré solitudinis] ao mar Morto no deserto da Judéia. Era a terra dos qedaritas
conforme Ez 27:21 que viviam como nômades no deserto em tendas de cor escura, sem cidades amuradas, pastores de gado
menor e camelos.
TRADUÇÕES JOÃO FERREIRA DE ALMEIDA
(03220 My yam) = Mar
(06160) hbre ‘arabah = planície deserta, estepe, deserto, ermo.
hbre ‘arabah My yam = Mar do Deserto
Palavras dos manuscritos em hebraico
2 Reis 14: 25 Restabeleceu <07725> (8689) ele os limites <01366> de Israel <03478>, desde a entrada <0935> (8800) de Hamate <02574> até
ao mar <03220> da Planície <06160>, segundo a palavra <01697> do SENHOR <03068>, Deus <0430> de Israel <03478>, a qual falara <01696>
(8765) por intermédio <03027> de seu servo <05650> Jonas <03124>, filho <01121> de Amitai <0573>, o profeta <05030>, o qual era de Gate-Hefer
<01662>.
DO = 2 Reis 14: 25 Também este restabeleceu os termos de Israel, desde a entrada de Hamate até ao mar da planície: conforme a palavra do
Senhor, Deus de Israel, a qual falara pelo ministério de seu servo Jonas, filho do profeta Amitai, o qual era de Gate-Efer.
RC = 2 Reis 14: 25 25 Também este restabeleceu os termos de Israel, desde a entrada de Hamate até ao mar da Planície, conforme a palavra
do SENHOR, Deus de Israel, a qual falara pelo ministério de seu servo Jonas, filho do profeta Amitai, o qual era de Gate-Hefer.
TB = 2 Reis 14: 25 Ele restabeleceu os limites de Israel desde a entrada de Hamate até o mar da Arababe, segundo a palavra que Jeová Deus
de Israel falou por meio do seu servo Jonas, filho do profeta Amitai, que era de Gate-Hefer.
RA = 2 Reis 14: 25 Restabeleceu ele os limites de Israel, desde a entrada de Hamate até ao mar da Planície, segundo a palavra do SENHOR,
Deus de Israel, a qual falara por intermédio de seu servo Jonas, filho de Amitai, o profeta, o qual era de Gate-Hefer.
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NTLH = 2 Reis 14: 25 Jeroboão II conquistou de novo todo o território que havia sido de Israel, desde a subida de Hamate, no Norte, até
o mar Morto, no Sul. O SENHOR, o Deus de Israel, havia prometido isso por meio do seu servo, o profeta Jonas, filho de Amitai, que era de
Gate-Hefer.
Veja você mesmo as várias opções que a mesma Bíblia em suas versões de épocas diferentes nomeia as palavras “YAM
ARABAH” = hbre My :
1. Do = mar da planície
2. Rc = mar da planície
3. Tb = mar da Arababe
4. Ra = mar da planície
5. Ntlh = mar Morto
“O termo hebraico bre arab ou ‘Arabah foi traduzida no grego dos setenta LXX, ou seja, na SEPTUAGINTA, como
Arábia e, portanto, justifica a lambança e a confusão do copista da carta aos Gálatas. Portanto, podemos dizer que a Arábia de
Paulo em Gálatas 1:17 com certeza se trata de um lugar deserto ou um lugar inóspito, ou as terras ermas da margem leste do
Jordão, especialmente as mais próximas do mar Morto. Vamos agora corrigir os versículos de Gálatas que usam a palavra em
grego (688 ) traduzida como ARABIA e no local podemos colocar tanto DESERTO quanto MAR MORTO.
Veja a grande diferença que faz:
Gálatas 4: 24 Estas coisas são alegóricas; porque estas mulheres são duas alianças; uma, na verdade, se refere ao monte
Sinai, que gera para escravidão; esta é Agar. 25 Ora, Agar é o monte Sinai, no Deserto, e corresponde à Jerusalém atual, que está em escravidão com seus filhos.
Gálatas 1: 15 Quando, porém, ao que me separou antes de eu nascer e me chamou pela sua graça, aprouve 16 revelar
seu Filho em mim, para que eu o pregasse entre os gentios, sem detença, não consultei carne e sangue, 17 nem subi a Jerusalém
para os que já eram apóstolos antes de mim, mas parti para as regiões do Deserto / do Mar Morto e voltei, outra vez, para
Damasco. 18 Decorridos três anos, então, subi a Jerusalém para avistar-me com Cefas e permaneci com ele quinze dias; 19 e
não vi outro dos apóstolos, senão Tiago, o irmão do Senhor.
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Agora após termos tentado entender a confusão de termos parecidos foneticamente, caberia fazermos algumas pergunta:
1. Por que Paulo foi perseguir os do caminho na terra de Damasco, se os do caminho estavam em Jerusalém por mandamento
do próprio Jesus?
2. Por que Paulo teria passado três anos no deserto do Mar Morto?
3. Por que após estes três anos Paulo retorna para Damasco?
4. Qual a fixação de Paulo por Damasco?
Quando soubermos responder a estas perguntas, teremos descoberto a peça do grande quebra cabeças que estava faltando, e
em fim, poderemos enxergar as coisas com muito mais clareza.
Existe uma outra afinidade entre o Apostolo Paulo e a Comunidade do Mar Morto, para os essênios a principal festa do
calendário judaico era a festa de Pentecostes, onde nesta festa eles comemoravam anualmente a renovação da nova aliança com
DEUS. Paulo no livro dos Atos dos Apóstolos é citado como se dirigindo a Jerusalém para celebrar esta Festa.
PAULO OS ESSÊNIOS E A FESTA DE SHAVUOT / FESTA DAS SEMANAS OU PENTECOSTES
Atos 2:1 Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar;
As referencias aos essênios que Flavio Josefo e Filon de Alexandria fazem e algumas passagens dos antigos escritores da
Igreja, especialmente Eusébio de Cesáreia e Epifânio no século IV d.C., há muito tempo já nos mostraram que existia uma
relação estreita, se não uma identificação, entre os essênios e os nazarenos (judeus cristãos). No entanto, a dramática descoberta,
em 1947, dos Manuscritos do Mar Morto nos fornece a evidência de que essa relação fora mais intensa e estreita do que se
julgava, fato mal recebido pelos cristãos dogmáticos por causa de suas implicações. Muitas colocações do Novo Testamento
deveriam ser olhadas agora de maneira bem diferente, não como algo inédito em termos de conceitos e linguagem, e sim como
uma divida não reconhecida e desconhecida à proximidade inicial dos essênios.
Desde os tempos de João o Batista e Jesus até pelo menos a destruição de Jerusalém pelos romanos em 70 d.C. a pátria do
cristianismo foi a Galiléia e a Judéia, e seus principais adeptos eram judeus, que não mudaram sua religião por estarem convictos
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do messianismo de Jesus. E mesmo quanto ao apóstolo Paulo, sua conversão e vivências imediatamente subseqüentes decorreram
dos contatos com os judeus; e os Manuscritos do Mara Morto deixam mais claras as influências essênias sobre Paulo.
Por não interessar ou preocupar o mundo greco-romano, a conexão essênia consta nas fontes citadas de uma maneira indireta,
pelas referencias aos santos, os pobres e “aqueles que são do Caminho”. São mencionados diretamente pelo nome apenas
grupos judeus que diferiam dos outros em algum aspecto, tais como os fariseus, ou que eram antagonistas declarados, tais como
os saduceus.
Devemos perguntar se o cristianismo teria existido não fosse a existência e a propaganda dos essênios, suas crenças
messiânicas, sua organização e disciplina. Teria o próprio Jesus se convencido de ser o Mestre e o Messias do Fim dos Tempos,
se os essênios não tivessem predeterminado a época em suas profecias? O que devemos compreender é que no inicio de nossa era
não teve paralelo na história, no aspecto de que em nenhuma outra ocasião postulou-se que os Séculos tinham alcançado seu
ponto de culminância.
Devemos sempre manter isto na consciência a cada palavra que lemos nos Manuscritos do Mar Morto, na literatura
apocalíptica e no Novo Testamento. Hoje, ao olharmos os quase vinte séculos passados desde o esperado advento dos Fim dos
Tempos, nossa consciência e nossas interpretações ficam embaçadas e confusas. Precisamos treinar nossa imaginação para o
iminente cumprimento do Fim, contemplando-o em termos como estes:
Apocalipse 1: 1 Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que em breve devem
acontecer. Deus enviou ao seu servo João o Anjo, que lhe mostrou estas coisas através de sinais. 3 Bem-aventurados aqueles
que lêem e aqueles que ouvem as palavras da profecia e guardam as coisas nela escritas, pois o tempo está próximo. 19
Escreve, pois, as coisas que viste: tanto as coisas presentes como as que devem acontecer depois delas.
Apocalipse 10:5-7 - E ao anjo que eu vira de pé sobre o mar e a terra ergueu sua mão para o céu e jurou por Aquele que vive
pelos séculos dos séculos, que criou o céu e tudo o que há nele, a terra e tudo o que ela contém, o mar e tudo o que encerra,
que não havia mais Tempo: mas nos dias em que soasse a trombeta do sétimo anjo, se cumpriria o mistério de Deus,
conforme Ele declarou a seus servos, os profetas.
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Apocalipse 22:7 Eis que venho sem demora. Bem-aventurado aquele que guarda as palavras da profecia deste livro. 10 Disse-
me ainda: Não seles as palavras da profecia deste livro, porque o tempo está próximo. 12 E eis que venho sem demora, e
comigo está o galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras.
Assim, os acontecimentos da Palestina no primeiro século da nossa era estavam condicionados por um sentimento de
urgência. Não havia mais tempo a perder, o tempo estava próximo, eis que Ele vinha sem demora, não deviam selar as profecias
do livro do apocalipse porque o tempo estava próximo, Ele vinha sem demora. Não se previa um período longo para o
desenvolvimento da comunidade messiânica. A comunidade formara-se em Jerusalém durante a festa de Pentecostes. Os Atos
dos Apóstolos, embora narre o evento de maneira dramática, não oferece explicação alguma do porquê de ter acontecido por
ocasião de Pentecostes, ou de como é que um punhado de camponeses e pescadores galileus pôde criar quase da noite para o dia
uma bem elaborada forma de governo comunitário, adequado a um súbito fluxo de milhares de adeptos judeus vindos de vários
paises do mundo antigo. De onde se originou a prática de reuniões comunitárias no primeiro dia da semana, e a nomeação de
oficiais, um trio de chefes, supervisores de área (bispos) e administradores (diáconos)?
A resposta é que tudo estava pronto e disponível na organização e nos procedimentos dos essênios. Sabemos de nossas fontes
que Pentecostes era a principal festa essênia, e descobrimos como a maneira de celebrá-la afetou a Igreja Primitiva como a
concebemos. Uma das nossas fontes mais antigas é o “Livro dos Jubileus”, datado por volta do século II a. C., uma obra muito
venerada pelos essênios e que sem dúvida está de acordo com a Lei e os mandamentos entregues a Moisés no Sinai.
O livro usa um calendário solar, ao invés de solar-lunar, dividindo o tempo numa série de jubileus que se baseiam no número
7, cada ano consistindo de 52 semanas de sete dias, e cada jubileu representando sete vezes sete anos. A duração do ano seria de
364 dias. Como a criação do mundo começara no primeiro dia da primeira semana do primeiro ano, isto é, no domingo, segue-se
que Nisã I, o inicio do primeiro mês do ano judaico, deve cair sempre num domingo. E mais, neste sistema, Shavuot, a festa
judaica das semanas (Pentecostes), cairia sempre num domingo, correspondendo ao décimo quinto dia do terceiro mês, Sivan.
Assim o Pentecostes essênio não correspondia exatamente ao dos judeus da época, dos fariseus e dos saduceus, e era
celebrado invariavelmente no domingo. Era considerada para os essênios a principal Festa das Festas Bíblicas prescritas na
Torah, como observa Filon de Alexandria quanto aos terapeutas no Egito, nome dado aos essênios no Egito, devido a tradução do
nome essênios do hebraico para a língua falada no Egito que traduzido quer dizer “os que curam” ou os Terapeutas. A festa de
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Pentecostes era realizada para comemorar a aliança de Deus com Noé depois do dilúvio. Os essênios criam que antes do dilúvio a
festa das Semanas era celebrada no céu desde o primeiro dia da criação; depois passou a ser celebrada na terra em sinal da aliança
de Deus com o homem.
Nos termos desta aliança, como se lê no livro do Gênesis 9:4: “Gênesis 9:4 Carne, porém, com sua vida, isto é, com seu
sangue, não comereis.” , era terminantemente proibido comer carne com o seu sangue. Isto deve ser observado, pois consta no
livro de Atos dos Apóstolos 15:20: “ Atos dos Apóstolos 15:20 mas escrever-lhes que se abstenham das contaminações dos
ídolos, bem como das relações sexuais ilícitas, da carne de animais sufocados e do sangue.”,que quando o apóstolo Paulo pediu
permissão para admitir na comunidade os gentios convertidos, a condição estabelecida era observar as Leis Primordiais (Leis de
Noé), inclusive deixar de comer sangue. Existem boas razões para se pensar que esta regra foi dada por Tiago irmão de Jesus aos
gentios numa convocação realizada em Jerusalém, durante a Festa de Pentecostes.
Posteriormente os fariseus e o judaísmo rabínico que foram os herdeiros da seita farisaica, identificaram Pentecostes com o dia
da entrega da TORAH no monte Sinai a Moisés, ou seja, dia de comemorar a aliança de Deus com o povo de Israel através da
TORAH, isto é comemorado até hoje pelo judaísmo rabínico, e chamam este dia de “SIMCHA TORAH”, ou seja, ALEGRIA DA
TORAH, este dia é o primeiro dia da Festa de Shavuot ou Pentecoste. Para os essênios, a festa significava também a renovação
da TORAH pelo ingresso na NOVA ALIANÇA delineada pelo Mestre de Justiça que foi o provável fundador da comunidade do
deserto. A influencia dos essênios sobre os seguidores de Jesus é sugerida pela observação no Livro Atos dos Apóstolos 6:7 de
que : “o numero dos discípulos aumentava consideravelmente em Jerusalém, e um grande número de sacerdotes obedecia à fé.”
Entre os essênios, muitos dos quais eram sacerdotes descendentes de Sadoque, a festa de Pentecostes originou uma
convocação anual nesta época, que, como eles diziam, devia perdurar “enquanto durasse o domínio de Satanás.” Pelo fato de
Pentecostes ser a festa da Renovação da Aliança, tornou-se a ocasião para os representantes de todas as comunidades essênias
reunirem-se e renovarem seu juramento de lealdade à Nova Aliança. Rearranjavam suas hierarquias, resolviam disputas e falhas
de conduta, e na mesma ocasião, os novos postulantes membros faziam seu juramento de compromisso com a Aliança da Torah.
Um dos tradutores dos Manuscritos do Mar Morto o Dr. Geza Vermes, fala sobre a ocasião o seguinte:
“A festa mais importante para eles era a festa das Semanas, ou Shavuot em hebraico, era a festa da Renovação da Aliança. A
descrição do seu ritual consta no inicio do manuscrito intitulado Regras da Comunidade e numa seção inédita do Documento de
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Damasco. Abrindo a cerimônia, o sacerdote e os levitas louvam a Deus, ao que os ingressos na Nova Aliança respondem:
“Amém Amém.” Os sacerdotes, continuando, relembram as passadas benevolências de Deus, e em seguida recitam as
transgressões de Israel. Culmina numa confissão pública:”Nós nos desgarramos! Nós desobedecemos!” etc., após o que os
penitentes são abençoados pelos sacerdotes. Então os levitas recitam uma longa maldição sobre o “partido de Satanás” e, junto
com os sacerdotes, conjuram solenemente todos aqueles cujo arrependimento está incompleto de não ingressarem na Aliança.
“Amaldiçoado seja o homem”, dizem, “que ingressa nesta Aliança a ao mesmo tempo caminha entre os ídolos de seu coração...
Ele será eliminado do meio dos filhos da Luz e ... seu destino será entre aqueles que são amaldiçoados para sempre”.
O ritual de Pentecostes simplesmente retoma o relato de Deuteronômio das bênçãos e das maldições da Aliança ao povo de
Israel no Monte Garizim e Ebal conforme Deut. 27 e 28.
Voltando para a história de Pentecostes no Livro de Atos dos Apóstolos 2:38-40, temos a fala de Pedro que invoca as pessoas
ao arrependimento, exortando-as: “Salvai-vos desta geração perversa”. Como os essênios, aqueles que ingressavam na
comunidade dos apóstolos entregavam todas as suas propriedades ou o valor de sua venda. E conta-se o caso de Ananias e sua
mulher Safira, que reteve parte da quantia recebida por sua propriedade. Sem duvida, eles ingressaram na Nova Aliança
“enquanto caminhavam entre os ídolos de seu coração”. Pertenciam ao “Partido de Satanás” e assim foram atingidos pela
morte: “e grande medo apossou-se de todos que ouviram estas coisas.” O próprio Jesus certa feita recomendou que um jovem
vendesse toda sua riqueza e repartisse com os pobres, vejamos a passagem:
Marcos 10:17 E, pondo-se Jesus a caminho, correu um homem ao seu encontro e, ajoelhando-se, perguntou-lhe: Bom
Mestre, que farei para herdar a vida eterna? 18 Respondeu-lhe Jesus: Por que me chamas bom? Ninguém é bom senão um, que
é Deus. 19 Sabes os mandamentos: Não matarás, não adulterarás, não furtarás, não dirás falso testemunho, não defraudarás
ninguém, honra a teu pai e tua mãe. 20 Então, ele respondeu: Mestre, tudo isso tenho observado desde a minha juventude. 21 E
Jesus, fitando-o, o amou e disse: Só uma coisa te falta: Vai, vende tudo o que tens, dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu;
então, vem e segue-me. 22 Ele, porém, contrariado com esta palavra, retirou-se triste, porque era dono de muitas propriedades.
23 Então, Jesus, olhando ao redor, disse aos seus discípulos: Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas!
24 Os discípulos estranharam estas palavras; mas Jesus insistiu em dizer-lhes: Filhos, quão difícil é para os que confiam nas
riquezas entrar no reino de Deus! 25 É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino
de Deus.
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Você deve ter percebido no texto acima de Marcos 10:17-24, que Jesus recomenda que ao jovem rico que ele venda tudo o
que ele tem e dê aos pobres. Pobres era um termo especifico para identificar os essênios de como eles eram chamados nos seus
escritos conforme paralelos mostrados neste estudo, ou seja, até o próprio Jesus tinha como exigência que a pessoa se desfizesse
de suas riquezas para que a pessoa pudesse ingressar na comunidade da Nova Aliança. Este dito primitivo de Jesus também se
encontra na Fonte “Q” e com toda certeza se trata de um dito original de Jesus, que vem sendo tão mal interpretado ao longo
destes últimos dois mil anos.
Mateus 6:24 Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a
um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.
Outra vez Jesus censura as pessoas que eram escravas das riquezas e as serviam como “ídolos de seus corações” se
coadunando mais uma vez com a doutrina essênia que esteve escondida por quase 2000 anos nas cavernas de Qumran.
Lucas 19: 1 ¶ Entrando em Jericó, atravessava Jesus a cidade. 2 Eis que um homem, chamado Zaqueu, maioral dos
publicanos e rico, 3 procurava ver quem era Jesus, mas não podia, por causa da multidão, por ser ele de pequena estatura. 4
Então, correndo adiante, subiu a um sicômoro a fim de vê-lo, porque por ali havia de passar. 5 Quando Jesus chegou àquele
lugar, olhando para cima, disse-lhe: Zaqueu, desce depressa, pois me convém ficar hoje em tua casa. 6 Ele desceu a toda a
pressa e o recebeu com alegria. 7 Todos os que viram isto murmuravam, dizendo que ele se hospedara com homem pecador. 8
Entrementes, Zaqueu se levantou e disse ao Senhor: Senhor, resolvo dar aos pobres a metade dos meus bens; e, se nalguma
coisa tenho defraudado alguém, restituo quatro vezes mais. 9 Então, Jesus lhe disse: Hoje, houve salvação nesta casa, pois que
também este é filho de Abraão.
Zaqueu já sabendo da exigência da comunidade dos seguidores de Jesus toma a iniciativa de dar de livre e espontânea vontade
metade dos seus bens para os POBRES.
Caso alguém ainda questione a conexão entre as primeiras comunidades cristãs e os essênios, temos a confirmação na fala de
Estevão, o proto-martir, que se encontra nos Atos dos Apóstolos, contendo passagens baseadas no Livro Assunção de Moisés,
sendo que uma delas é uma citação direta.
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Voltando aqui ao tema da organização, Pentecostes era a ocasião em que os essênios realizavam sua convocação principal. Era
então que assuntos de disputa interna e má conduta poderiam ser solucionados pelos oficiais das comunidades locais. Esta prática
estava evidentemente incorporada à organização cristã. Sua autoridade central reunia-se em Jerusalém sob a presidência de Tiago,
irmão de Jesus. Pedro e João, associados a Tiago, formavam o Trio correspondente ao dos líderes essênios, chamado por Paulo de
“Os Pilares” da comunidade de Jerusalém (Gal. 2:9). Um dos assuntos importantes que este grupo devia tratar era os termos de
admissão dos gentios crentes na comunidade messiânica, e podemos inferir que as regras para tanto foram dadas durante uma
convocação na Festa de Pentecostes. Para provar isto dispomos de alguma evidência.
Paulo, conforme as suas epístolas opunha-se à opinião de que os gentios convertidos devessem torna-se judeus e observar os
dias santos dos judeus . Muitos concluíram que o próprio Paulo deixara de ser um judeu praticante. Entretanto, no Atos dos
Apóstolos o encontramos abandonando mais de uma vez seu trabalho missionário em paises distantes, numa conjunção das mais
promissoras, e empreendendo a longa e árdua viagem para Jerusalém com o expresso propósito de guarda uma festa judaica. ,Isto
aconteceu uma vez em Éfeso na Ásia Menor, onde os judeus imploraram-lhe que ficassem para instruí-los. Mas Paulo respondeu:
Atos18: 18 - E Paulo, ficando ainda ali muitos dias, despediu-se dos irmãos e dali navegou para a Síria e, com ele, Priscila e
Áqüila, tendo rapado a cabeça em Cencréia, porque tinha voto. 19 E chegou a Éfeso e deixou-os ali; mas ele, entrando na
sinagoga, disputava com os judeus. 20 E, rogando-lhe eles que ficasse por mais algum tempo, não conveio nisso. 21 Antes, se
despediu deles, dizendo: Querendo Deus, outra vez voltarei a vós. E partiu de Éfeso. 22 E, chegando a Cesaréia, subiu a
Jerusalém e, saudando a igreja, desceu a Antioquia. 23 E, estando ali algum tempo, partiu, passando sucessivamente pela
província da Galácia e da Frígia, confirmando a todos os discípulos.
A tradução acima é a de João Ferreira de Almeida RA, porém constatamos um grande problema, hoje grande parte do mundo
cristão protestante, para não dizer a maioria, defendem que o texto mais próximo do original do Novo Testamento seja o
TEXTUS RECEPTUS, texto este do qual inclusive João Ferreira de Almeida utilizou para fazer sua tradução, porém com as
atualizações e revisões feitas ao longo dos anos, hoje o texto está conforme acima citado. Vejamos como está a tradução do
próprio TEXTUS RECEPTUS:
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TEXTUS RECEPTUS -
Vamos juntos com a ajuda do próprio dicionário Strong da Bíblia on Line traduzir as palavras em negrito do texto grego da
versão TEXTUS RECEPTUS usado e defendido pelo mundo protestante como TEXTO RECEBIDO.
Dicionário Strong da Bíblia on line da SBB:
1- 3165 = Eu, me, meu, etc.
2- 3843 pantos :
1) de todos os modos, por todos os meios
3- 3588 o ho = 1) este, aquela, estes, ou em etc.
4- 1859 eorthn heorte = dia de festa, festival
5- 3588 thn o ho = 1) este, aquela, estes, ou em etc.
6- 2064 erchomai:
vir
vir a ser, surgir, mostrar-se, exibir-se, achar lugar ou influência
ser estabelecido, tornar-se conhecido, vir a ou até
ir, seguir alguém
7- 4160 poieo
celebrar, observar
cumprir: um promessa
8- 1519 eis = em, até, para, dentro, em direção a, entre
9- 2414 Hierosoluma = Jerusalém
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Vamos juntar as palavras numeradas de 1 ao 9 : EU – POR TODOS OS MEIOS – ESTE - DIA DE FESTA – ESTE – IR
/SEGUIR – CELEBRAR/GUARDAR – EM -JERUSALÉM
Agora organizando e formando a frase correta com o auxilio de outras traduções:
Vejamos outras traduções:
TRADUÇÃO DE WEBSTER
Acts 18: 21 But bade them farewell, saying, I must by all means keep this feast that cometh in Jerusalem: but I will return
to you, if God will.
KING JAMES VERSIAN 21 CENTURY
Acts 18:21 but bade them farewell, saying, "I must by all means keep this feast that cometh in Jerusalem, but I will return
again unto you, if God wills." And he sailed from Ephesus.
NEW KING JAMES VERSIAN
Acts 18:21 but took leave of them, saying, "I must by all means keep this coming feast in Jerusalem; but I will return again
to you, God willing." And he sailed from Ephesus.
Tradução : I must by all means keep this feast that cometh in Jerusalem = Eu devo por todos os meios Guardar Esta
Festa que acontece em Jerusalém.
TRADUÇÃO LITERAL DE HUGH SCHONFIELD
Atos 18:21- “Devo a qualquer custo guardar esta festa que acontece em Jerusalém: mas retornarei a vós, se assim Deus
quiser”
Após todo este trabalho com certeza a tradução correta para o versículo é a que Paulo diz que deve ir para Jerusalém A
QUALQUER CUSTO guardar esta festa. Que festa era esta? Com certeza era a festa de Pentecostes venerada como a mais santa
das festas do calendário judaico pelos essênios.
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Num outro ano encontramos Paulo navegando por Éfeso onde não desembarcou, pois, segundo o autor: “
Atos 20: 13 Nós, porém, prosseguindo, embarcamos e navegamos para Assôs, onde devíamos receber Paulo, porque assim nos
fora determinado, devendo ele ir por terra. 14 Quando se reuniu conosco em Assôs, recebemo-lo a bordo e fomos a Mitilene; 15
dali, navegando, no dia seguinte, passamos defronte de Quios, no dia imediato, tocamos em Samos e, um dia depois, chegamos a
Mileto. 16 Porque Paulo já havia determinado não aportar em Éfeso, não querendo demorar-se na Ásia, porquanto se
apressava com o intuito de passar o dia de Pentecostes em Jerusalém, caso lhe fosse possível.
Em minha opinião, as referências indicam que era imprescindível para Paulo alcançar Jerusalém na época de Pentecostes, de
onde quer que ele estivesse, se isto fosse praticável, porque se exigia dele uma prestação de contas de suas atividades
missionárias (Atos 21:18-19):
Atos 21: 17 Tendo nós chegado a Jerusalém, os irmãos nos receberam com alegria. 18 No dia seguinte, Paulo foi conosco
encontrar-se com Tiago, e todos os presbíteros se reuniram. 19 E, tendo-os saudado, contou minuciosamente o que Deus fizera
entre os gentios por seu ministério.
Pentecostes então teria sido aproveitado pelos primeiros cristãos da mesma maneira que os essênios, como uma ocasião anual
para avaliar assuntos que exigissem decisões no escalão mais elevado. Caso seja correto, isto muda substancialmente a
compreensão cristã dos relacionamentos entre o apostolo Paulo e os lideres da comunidade messiânica de Jerusalém, e entre as
comunidades por ele Paulo estabelecidas entre os gentios e o conselho supremo judeu-cristão. Podemos até ver que, quando
foram definidas as regras para os gentios convertidos, Tiago irmão de Jesus usa no seu discurso a maneira essênia de exegese:
Atos 15: 13 Depois que eles terminaram, falou Tiago, dizendo: Irmãos, atentai nas minhas palavras: 14 expôs Simão como Deus,
primeiramente, visitou os gentios, a fim de constituir dentre eles um povo para o seu nome. 15 Conferem com isto as palavras dos
profetas, como está escrito: 16 Cumpridas estas coisas, voltarei e reedificarei o tabernáculo caído de Davi; e, levantando-o de
suas ruínas, restaurá-lo-ei. 17 Para que os demais homens busquem o Senhor, e também todos os gentios sobre os quais tem sido
invocado o meu nome, 18 diz o Senhor, que faz estas coisas conhecidas desde séculos.
A exegese essênia usava a forma PESHER de interpretação de trechos da literatura Bíblica, ou seja, PESHER que dizer
LITERAL, os essênios usavam estes trechos de forma literal para atribuir a eles a autoridade e reivindicavam para si o
17
cumprimento de tais profecias, mesmo se precisassem fazer uma releitura de algo que já havia cumprido literalmente na história
de Israel. Outro Exemplo da forma Pesher de interpretação:
Mateus 2: 13 ¶ Tendo eles partido, eis que apareceu um anjo do Senhor a José, em sonho, e disse: Dispõe-te, toma o menino e sua
mãe, foge para o Egito e permanece lá até que eu te avise; porque Herodes há de procurar o menino para o matar. 14 Dispondo-
se ele, tomou de noite o menino e sua mãe e partiu para o Egito; 15 e lá ficou até à morte de Herodes, para que se cumprisse o
que fora dito pelo Senhor, por intermédio do profeta: Do Egito chamei o meu Filho.
Ora, quem conhece bem as escrituras hebraicas sabe que a profecia que Mateus está usando para falar do menino Jesus, no
contexto histórico e literal, não fala dele Jesus, e sim de Israel. Israel é o primogênito que Deus chamou do Egito, confira você
mesmo com os textos abaixo:
Êxodo 4:22 Dirás a Faraó: Assim diz o SENHOR: Israel é meu filho, meu primogênito.
Oséias 11:1 Quando Israel era menino, eu o amei; e do Egito chamei o meu filho.
Esta era uma forma essênia de reinterpretar passagens bíblicas tomando para eles o cumprimento literal e os evangelistas
usaram muito esta forma em várias ocasiões. Voltemos ao nosso assunto que É Paulo e a autoridade da comunidade nazarena em
Jerusalém.
A autoridade do conselho de Jerusalém era suprema para Paulo, governando a todos os que declararam sua fidelidade ao
Messias Jesus. Este governo estabeleceu-se oficialmente quando o Espírito manifestou-se no dia de Pentecostes e seu convertidos
não tinham lugar em Israel sem seu aval.
Um fragmento de manuscrito encontrado entre os Manuscritos do Mar Morto, considerado parte da liturgia essênia para
Pentecostes, traz o seguinte:
“Mas no tempo da Tua boa vontade Tu escolheste para Ti um povo. Tu lembraste Tua Aliança e concedeste que fossem
destacados para Ti como coisa sagrada dentre todos os povos. E Tu renovaste para eles Tua Aliança, fundamentada numa
gloriosa profecia e nas palavras do Teu Espírito Santo.”
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PAULO E AQUELES QUE SÃO DO CAMINHO
Estamos hoje no processo de adquirirmos um entendimento dos primórdios do cristianismo, o que antes era impraticável.
Mesmo uma boa parte do Novo Testamento não foi entendida devidamente e existem alusões de que não foram elaboradas ou
explicadas.
Um caso em pauta é a referência a “o Caminho” no Atos dos Apóstolos 4:2, 22:4. O termo usado por Paulo é uma descrição
normalmente usada, que muitos conheciam, da seita judaica a qual ele outrora combatera violentamente. O que significava esta
expressão? Relacionava-se especificamente aos seguidores de Jesus? A resposta está muito clara para nós. “O Caminho” é em
primeiro lugar o caminho da salvação de Deus, o caminho do Senhor, preparado antes dEle por Seu mensageiro, que abriu
caminho pelo deserto, segundo a profecia dos profetas Isaias e Malaquias. Com os essênios isto assumiu uma conotação especial.
Consequentemente “aqueles que são do Caminho” não são simplesmente os cristãos, e sim todos os que procuraram numa época
de apostasia em Israel promulgar a causa do Reino de Deus. Necessariamente, portanto, para os penitentes de Israel, o caminho
do Senhor era o caminho da sua Lei (Torah), que eles se comprometeram a guardar. Era para seguir este caminho que os
penitentes emigraram para a Terra de Damasco. Seu Preceito da Comunidade instruía os fiéis como se segue:
Eles se separarão das habitações dos homens sem Deus e irão para o deserto, a fim de Lhe preparar o caminho; conforme
está escrito: “Preparai no deserto o caminho do Senhor...” Este caminho é o estudo da Lei (Torah)que Ele mandou por
intermédio de Moisés, para que eles procedam de acordo com tudo o que foi revelado por Seu Espírito Santo. (Regra da
Comunidade 1QS VIII)
Mediante sua fidelidade ao Caminho é que Israel obteria a libertação, como dizia a mensagem de João o Batista, a
personalidade messiânica que veio do deserto.
Conhecemos a interpretação cristã da função de João Batista pelas palavras iniciais do Evangelho de Marcos, e também pelas
palavras do Sacerdote Zacarias acerca de seu filho João, em Lucas 1:76-77:
“ E tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo; pois irás à frente do Senhor, para preparar-lhe os caminhos, para
remissão dos pecados.”
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O cenário das atividades de João Batista não ficava longe da colônia dos essênios nas vizinhanças do Mar Morto. Há muito
que se sustenta o fato de ter havido ligação entre seus seguidores e os essênios, como também entre os Batistas e os Zelotes,
seguidores de Judas da Galiléia no inicio do primeiro século d.C. A existência da ligação torna-se clara na versão em russo antigo
da Guerra dos Judeus de Flavio Josefo. Ali se fala de João o seguinte:
“Ele veio até os judeus e convocou-os à liberdade, dizendo: “ Deus me enviou para vos mostrar o Caminho da Lei (Torah),
pelo qual vos libertareis de muitos senhores; e nenhum mortal vos governará, apenas o Altíssimo que me enviou.”
O “slogam” ou a máxima dos seguidores de Judas da Galiléia era “ Nenhum soberano a não ser Deus”.
Não existe explicação nas referências sobre o ataque de Paulo aos seguidores de “ o Caminho”. Por que, com a autorização do
sumo sacerdote saduceu, ele tomou o caminho para Damasco para efetuar suas prisões? Por que Paulo foi a esta área especifica e
remota, se, conforme se consta em Atos dos Apóstolos 8:1, aqueles que Paulo procurava “estavam todos espalhados pela região
da Judéia e Samaria”?
Atos 8: 1 E Saulo consentia na sua morte. Naquele dia, levantou-se grande perseguição contra a igreja em Jerusalém; e
todos, exceto os apóstolos, foram dispersos pelas regiões da Judéia e Samaria.
O movimento associado a Jesus era novo demais naquela época para ter um Ramo importante na região de Damasco. E quanto
ao misterioso Ananias de Damasco a quem Paulo iria encontrar nesta cidade, e que lhe falara sobre o “JUSTO”?
Tudo se torna muito mais compreensível ao observarmos que os seguidores do Mestre de Justiça, chamado O JUSTO, e, antes
ainda, os seus precursores, tinham se transferido, conforma relatamos, para a região de Damasco, onde no tempo de Paulo suas
comunidades já existiam havia cerca de duzentos anos. A área onde se encontravam tornou-se um lugar de refugio e de atividade
para sectários, dissidentes, militantes pela liberdade e os fora-da-lei. Esta informação nos vem das páginas de Flavio Josefo e de
fontes rabínicas. Um dos nomes essênios para a região era”O DESERTO DOS POVOS”. Os povos incluíam os remanescentes
vestigiais de várias raças do passado remoto.
Voltando a Flavio Josefo, este registra que por volta de 23 a. C. César Augusto transferira para a jurisdição de Herodes, o
Grande, os países de Traconítis, Batanéia e Auranítis (Basã e o harã). A razão foi que o comportamento de um certo Zenodoro,
que “incitava sem cessar” os bandoleiros de Traconítis a molestar os habitantes de Damasco.” Portanto, adquirindo o território,
Herodes procurou torna-lo seguro contra os bandidos que espreitavam os peregrinos judeus vindos do oriente. Citamos Josefo
novamente:
20
Quando Herodes soube que um judeu da Babilônia tinha cruzado o Eufrates com quinhentos cavaleiros, todos eles arqueiros
montados, e um grupo de compatriotas chegando a cem homens... mandou buscar este homem e seu bando de seguidores,
prometendo-lhes terras na toparquia chamada Batanéia, que fazia fronteira com Traconítis, pois desejava fazer desta colônia
uma zona de Estado-tampão e prometeu que esta terra seria isenta dos impostos e que eles seriam isentos de todas as formas
usuais de tributos, com a permissão de se estabelecerem na terra sem obrigações.
Convencido por esta oferta, o babilônio foi até lá para tomar posse da terra e construiu uma fortaleza e uma aldeiaa à qual
chamou de Batira. Este homem era um escudo tanto para os habitantes expostos aos traconitas como para os judeus que vinham
da Babilônia para oferecer sacrifícios em Jerusalém; estes ele os protegia dos assaltos dos traconitas. E de todas as partes,
vieram a eles muitos homens devotados aos costumes ancestrais dos judeus.
Antiguidades Judaicas XVII:23-27
Parece que este território turbulento esteve ligado ao que Plínio o historiador romano chama de tetrarquia nazerina, um nome
ainda preservado por aquele misterioso povo, os nusairiyeh, como veremos.
Continuando com Josefo, ele tinha algum conhecimento sobre a área que estamos considerando, já que fora o comandante
judeu no norte, no inicio da guerra dos judeus contra os romano em 66 d.C. Maia tarde Josefo se entregou ao inimigo e passou
para o outro lado. Nos seus relatos subseqüentes exibiu uma hostilidade amarga com relação aos patriotas e messianistas que
constituíam a espinha dorsal da revolta, especialmente para com os que estiveram sob seu comando, a quem ele descreve
afrontosamente como “uma turba de Traconítis, Gaulanítis, Hippos e Gadara, sedicionistas e fugitivos, a quem suas carreiras
infames em tempo de paz davam à guerra suas atrações”
Os fariseus, fundadores do judaísmo rabínico, estavam por suas próprias razões contra os sectários judeus, os minim. Uma das
razões eram as trágicas conseqüências da militância dos zelotes nas lutas contra os romanos. Os rabinos do primeiro e segundo
séculos depois de Cristo tinham oportunidades suficientes para conhecer os sectários, especialmente quando a sede da autoridade
rabínica foi transferida para Tiberíades na Galiléia. Eles se opunham firmemente aos judeus-cristãos (os Notzrim, ou Nazoreus),
mas não menos aos essênios, especialmente depois da desastrosa Segunda Revolta contra os romanos sob a liderança de Bar
Kochba em 133 d.C., inspirada na fé messiânica.
21
Os ensinamentos dos essênios eram considerados heréticos, especialmente os giljonim, que eram revelações e literatura
apocalíptica dos sectários judeus, porque estes encorajavam a resistência contra Roma e a expectativa da intervenção divina para
introduzir a Era Messiânica. Os primeiros cristãos acreditavam nos livros apocalípticos dos essênios, e eles mesmos produziram o
Apocalipse no Novo Testamento que predizia o iminente declínio de Roma. Os rabinos faziam trocadilhos com a palavra
hebraica para Apocalipse e a palavra grega para Evangelho (Evangelion), tais como Aven-giljon (revelação idólatra) e Ava-giljon
(revelação iníqua).
Estes textos são encontrados na Tosephta, Shabbat XIII:5 e no Talmude B. Shabb. 116.
Para ridicularizar os sectários judeus, os rabinos se apossaram de Giezi, o servo do profeta Elizeu na Bíblia. Eles
perguntavam: “Por que Elizeu foi a Damasco?” Para invocar Giezi ao arrependimento. Mas Giezi responde: “Tu o disseste: quem
pecou e levou a multidão a pecar não tem chance de arrependimento.”
Este trecho se encontra no Talmude B. Sotah,47.
Retornemos ao nosso tema : Paulo e Aqueles que são do Caminho.
A atitude natural para “Aqueles que são do Caminho” escaparem da perseguição instigada por Saulo de Tarso era refugiar-se
na região de Harã, especialmente porque ali há muito tempo havia comunidades dos Santos que lhes dariam asilo.
Muitos dos novos refugiados eram seguidores de Jesus, e há um relato sobre esta perseguição conservada no CLEMENTINE
RECOGNITIONS 1. 71. Narra-se ali que uns 5.000 discípulos partiram para Jericó, a área onde estavam as colônias dos essênios
próximas do Mar Morto. Lá chegando, souberam que Saulo de Tarso seguia às pressas para Damasco porque acreditava que
Pedro tivesse fugido para lá.
Outra tradição nos vem dos mandeanos, que são na verdade os nazoreanos. A seita, originária dos Batistas, ainda hoje
sobrevive nas terras pantanosas do Baixo Eufrates. Um de seus textos, discutido pelo Dr. Rudolf Macuch, relaciona-se com uma
perseguição que aconteceu em Jerusalém que pode ser datada em 37 d. C., Matthew Black comenta: “É possível que estejamos
lidando com um movimento de cristãos, emigrados da Palestina” e isto combinaria com a perseguição de Saulo de Tarso.
22
O Harã Gawaita dos mandeanos defende que estes nazoreanos fugiram da Judéia e asilaram-se no Harã. O número dadao é de
60.000, mas provavelmente devemos ler 6.000, mais adequado ao que consta no CLEMENTINE RECOGNITIONS. Lady
Drower escreve: “ O seguinte verso nos hinos batismais: “Com Hauram vossa veste, em Hauraran nossa cobertura” pode indicar
que estes nomes de localidades referem-se a distritos geográficos e que outrora forneciam esconderijo e cobertura para refugiados
religiosos.”
A região de Damasco e o Harã eram as áreas de onde mais tarde surgiria o Livro de Sem, e agora temos muitas evidencias de
que em Damasco, apesar das muitas mudanças e vicissitudes, os ensinamentos e tradições essênios-nazoreanos transmitiram-se
através dos séculos.
Vejamos agora os paralelos entre acontecimentos, locais e ensinos de Paulo e os Manuscritos do Mar Morto que são os
escritos dos essênios de Qumran.
23
11) Paralelos entre o Apostolo Paulo e os Essênios
MANUSCRITOS DO MAR MORTO
O NOVO TESTAMENTO
OS ESSÊNIOS
O APOSTOLO PAULO
LUZ E TREVAS / CRISTO E BELIAL
Maldito seja Belial em seu desígnio hostil, seja execrado por seu
domínio ímpio. Malditos sejam todos os espíritos de seu lote em
seu desígnio ímpio, sejam execrados por suas obras de impureza
imunda. Pois eles são o lote das Trevas, e o lote de Deus é para a
Luz eterna. (1QM 13:4-5)
Em todos os decretos de Tua glória houve uma recordação de Tua
graça em nosso meio para ajuda do remanescente, os
sobreviventes de Tua Aliança, e para contar as obras de Tua
verdade, e o juízo de Teu poder maravilhoso. Tu Deus, nos criaste
para Ti, povo eterno, e nos fizeste cair no lote da Luz segundo tua
verdade. Desde antigamente, encarregaste o Príncipe da Luz que
nos ajudasse, e em [....] e todos os espíritos de verdade estão sob
seu domínio. Tu criaste Belial (Príncipe das Trevas) para a fossa,
anjo de hostilidade; seu domínio são as Trevas, seu conselho é
para o mal e a iniqüidade. Todos os espíritos de seu lote, anjos da
destruição, andam nas leis das Trevas; para elas vai seu único
desejo. Porém nós, no lote de Tua verdade (Luz)... para ajudar a
verdade, e exterminar a impiedade, para abater as Trevas e
engrandecer a Luz. (1QM 13:8-12,15)
LUZ E TREVAS / CRISTO E BELIAL
2 Corintios 6: 11 Ó coríntios, a nossa boca está aberta para vós,
o nosso coração está dilatado. 12 Não estais estreitados em nós;
mas estais estreitados nos vossos próprios afetos. 13 Ora, em
recompensa disso (falo como a filhos), dilatai-vos também vós.
14 Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque
que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão
tem a luz com as trevas? 15 E que concórdia há entre Cristo e
Belial?
24
ACERCA DO CELIBATO
Opunham-se aos prazeres como se fossem maus, e consideravam
como virtude o domínio de si mesmo e não a submissão à s
paixões. Eles não aceitavam o matrimônio, mas adotavam os
filhos de outros, quando ainda estavam em idade apropriada para
captar seus ensinamentos, comportavam-se com eles como se
fossem seus filhos e tratavam de os adaptar a seus próprios
costumes. Não desaprovavam o matrimônio nem sua
correspondente procriação, mas não se fiavam na liberdade das
mulheres e estavam seguros de que nenhuma delas era fiel a um
só homem. Flavio Josefo – Guerras II : 120-121
Há outra ordem de essênios que têm um tipo de vida, com
costumes e normas legais iguais aos dos outros, mas diferem em
sua concepção sobre o matrimônio. Crêem que os que não se
casam perdem a parte mais importante da vida, quer dizer, a
procriação, e, mais ainda, se todos tiverem a mesma idéia, a raça
humana desaparecerá em seguida. Flavio Josefo – Guerras II 160
ACERCA DO CELIBATO
I Corintios 7: 1 Quanto ao que me escrevestes, é bom que o
homem não toque em mulher; 2 mas, por causa da impureza,
cada um tenha a sua própria esposa, e cada uma, o seu próprio
marido. 3 O marido conceda à esposa o que lhe é devido, e
também, semelhantemente, a esposa, ao seu marido. 4 A mulher
não tem poder sobre o seu próprio corpo, e sim o marido; e
também, semelhantemente, o marido não tem poder sobre o seu
próprio corpo, e sim a mulher. 5 Não vos priveis um ao outro,
salvo talvez por mútuo consentimento, por algum tempo, para
vos dedicardes à oração e, novamente, vos ajuntardes, para que
Satanás não vos tente por causa da incontinência. 6 E isto vos
digo como concessão e não por mandamento. 7 Quero que todos
os homens sejam tais como também eu sou; no entanto, cada um
tem de Deus o seu próprio dom; um, na verdade, de um modo;
outro, de outro. 8 E aos solteiros e viúvos digo que lhes seria
bom se permanecessem no estado em que também eu vivo. 9
Caso, porém, não se dominem, que se casem; porque é melhor
casar do que viver abrasado.
25
O PERÍODO DE INICIAÇÃO DE TRÊS ANOS
6) Aos que querem não nos é permitido de imediato o ingresso
nesta seita, sem que permaneçam fora durante um ano, quando é
imposto o mesmo regime da ordem: dão-lhes uma pequena tocha,
um pano de linho, antes mencionado, e um vestido branco.
( FLAVIO JOSEFO - GUERRAS DOS JUDEUS II: 137).
Depois de haver dado provas de sua força, avançam ainda mais
em sua forma de vida e participam das águas sagradas para sua
purificação, todavia não são recebidos na vida comunitária. Após
demonstrar sua firmeza, põem à prova seu caráter durante outros
dois anos e desta forma, se são considerados dignos disto, são
admitidos na comunidade.
( FLAVIO JOSEFO - GUERRAS DOS JUDEUS II: 138).
O PERÍODO DE INICIAÇÃO DE TRÊS ANOS
Gálatas 1: 13 Porque ouvistes qual foi o meu proceder outrora
no judaísmo, como sobremaneira perseguia eu a igreja de Deus e
a devastava. 14 E, na minha nação, quanto ao judaísmo,
avantajava-me a muitos da minha idade, sendo extremamente
zeloso das tradições de meus pais. 15 Quando, porém, ao que
me separou antes de eu nascer e me chamou pela sua graça,
aprouve 16 revelar seu Filho em mim, para que eu o pregasse
entre os gentios, sem detença, não consultei carne e sangue, 17
nem subi a Jerusalém para os que já eram apóstolos antes de
mim, mas parti para as regiões do Mar Morto e voltei, outra
vez, para Damasco. 18 Decorridos três anos, então, subi a
Jerusalém para avistar-me com Cefas e permaneci com ele
quinze dias; 19 e não vi outro dos apóstolos, senão Tiago, o
irmão do Senhor. 20 Ora, acerca do que vos escrevo, eis que
diante de Deus testifico que não minto.
26
A CIDADE DE DAMASCO
Deverão guardar os Shabat de acordo com sua interpretação exata,
e as festas e o Dia do Jejum, de acordo com as descobertas dos
membros da Nova Aliança na terra de Damasco.
(Documento de Damasco 6: 18-19 )
Mas Deus os lembrou da aliança feita com os antepassados e
suscitou de Aarão homens de discernimento, e de Israel, homens
de sabedoria, e ELE os fez ouvir. E eles cavaram o POÇO: “o
poço que os príncipes cavam, que os chefes do povo perfuram
com o cajado. Números 21: 16 Dali partiram para Beer; este é o poço do qual disse o
SENHOR a Moisés: Ajunta o povo, e lhe darei água.
17 Então, cantou Israel este cântico: Brota, ó poço! Entoai-lhe cânticos!
18 Poço que os príncipes cavaram, que os nobres do povo abriram, com o
cetro, com os seus bordões. Do deserto, partiram para Matana.
O poço é a TORAH, e aqueles que o cavaram eram os convertidos
de Israel que saíram de Judá, permanecendo por algum tempo na
terra de Damasco. Deus denominou-os a todos príncipes porque
iam ao encontro dele, e ninguém questionava sua reputação. O
cajado é o interprete da TORAH de quem Isaias dissera: “Ele
fabrica uma ferramenta para a sua obra; e os chefes do povo são
aqueles que vieram para cavar o POÇO com cajados, com os
quais o cajado ordenou que caminhassem durante toda a era da
iniqüidade - e sem estes não achariam nada – até que venha
aquele que ensinará a retidão no final dos tempos,
(Documento de Damasco CD 6:2-11)
A CIDADE DE DAMASCO
Atos 9: 1 Saulo, respirando ainda ameaças e morte contra os
discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote 2 e lhe pediu
cartas para as sinagogas de Damasco, a fim de que, caso achasse
alguns que eram do Caminho, assim homens como mulheres, os
levasse presos para Jerusalém. 3 Seguindo ele estrada fora, ao
aproximar-se de Damasco, subitamente uma luz do céu brilhou
ao seu redor, 4 e, caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia:
Saulo, Saulo, por que me persegues? 5 Ele perguntou: Quem és
tu, Senhor? E a resposta foi: Eu sou Jesus, a quem tu persegues;
6 mas levanta-te e entra na cidade, onde te dirão o que te
convém fazer. 7 Os seus companheiros de viagem pararam
emudecidos, ouvindo a voz, não vendo, contudo, ninguém. 8
Então, se levantou Saulo da terra e, abrindo os olhos, nada podia
ver. E, guiando-o pela mão, levaram-no para Damasco. 9 Esteve
três dias sem ver, durante os quais nada comeu, nem bebeu. 10 Ora, havia em Damasco um discípulo chamado Ananias. Disse-lhe o
Senhor numa visão: Ananias! Ao que respondeu: Eis-me aqui, Senhor! 11
Então, o Senhor lhe ordenou: Dispõe-te, e vai à rua que se chama Direita, e,
na casa de Judas, procura por Saulo, apelidado de Tarso; pois ele está
orando 12 e viu entrar um homem, chamado Ananias, e impor-lhe as mãos,
para que recuperasse a vista.
Atos 22 : 3 Eu sou judeu, nasci em Tarso da Cilícia, mas criei-me nesta
cidade e aqui fui instruído aos pés de Gamaliel, segundo a exatidão da lei de
nossos antepassados, sendo zeloso para com Deus, assim como todos vós o
sois no dia de hoje. 4 Persegui este Caminho até à morte, prendendo e
metendo em cárceres homens e mulheres, 5 de que são testemunhas o sumo
sacerdote e todos os anciãos. Destes, recebi cartas para os irmãos; e ia para
Damasco, no propósito de trazer manietados para Jerusalém os que também
lá estivessem, para serem punidos.
27
OBRAS DA CARNE E FRUTOS DO ESPÍRITO:
Estes são os seus caminhos no mundo: iluminar o coração do
homem, endireitar diante dele todos os caminhos da justiça e da
verdade, instalar em seu coração o temor dos preceitos de Deus; é
um espírito de humildade, de paciência, abundante misericórdia,
bondade eterna, inteligência, compreensão, sabedoria poderosa
que confia em todas as obras de Deus e se apóia na abundância de
sua graça; um espírito de conhecimento em todos os planos de
ação, de zelo pelos preceitos de justiça, de planos santos com
inclinação firme, de abundante misericórdia com todos os filhos
da verdade, de pureza gloriosa que odeia todos os ídolos impuros,
de conduta modesta com prudência em tudo, de discrição acerca
da verdade dos mistérios do conhecimento. Estes são os conselhos
do espírito aos filhos da verdade no mundo. E a visita de todos os
que nele caminham será para cura, paz abundante em uma longa
vida, frutuosa descendência com todas as bênçãos perpétuas, gozo
eterno com vida sem fim, e uma coroa de glória com uma veste de
majestade na luz eterna. Porém ao espírito da falsidade pertence a
avareza, a debilidade de mãos no serviço da justiça, a impiedade,
a mentira, o orgulho e a altivez de coração, a falsidade, o engano,
a crueldade, muita hipocrisia, a impaciência, muita loucura, ciúme
insolente, obras abomináveis cometidos com espírito de luxúria,
caminhos imundos ao serviço da impureza, língua blasfemadora,
cegueira de olhos, dureza de ouvidos, rigidez de nuca, dureza de
coração para andar por todos os caminhos de trevas, e a astúcia
maligna. E a visita de todos os que andam nele será para
abundancia de castigos por mãos de todos os anjos de destruição,
para condenação eterna pela ira abrasadora do Deus da vingança,
OBRAS DA CARNE E FRUTOS DO ESPÍRITO
Gálatas 5: 16 Porém digo: Andai pelo Espírito, e não satisfareis
a cobiça da carne. 17 Pois a carne luta contra o Espírito e o
Espírito contra a carne, porque estes são opostos um ao outro; de
sorte que não façais as coisas que quereis. 18 Se, porém, sois
guiados pelo Espírito, não estais debaixo da Lei. 19 Ora as obras
da carne são manifestas, as quais são: a fornicação, a impureza, a
lascívia, 20 a idolatria, a feitiçaria, as inimizades, as contendas,
os ciúmes, as iras, as facções, as dissensões, os partidos, 21 as
invejas, as bebedices, as orgias, e outras coisas semelhantes,
contra as quais vos previno, como já vos preveni, que os que tais
coisas praticam, não herdarão o reino de Deus. 22 Mas o fruto
do Espírito é a caridade, o gozo, a paz, a longanimidade, a
benignidade, a bondade, a fidelidade, 23 a mansidão, a
temperança; contra tais coisas não há lei. 24 Os que são de
Cristo Jesus, crucificaram a carne com as suas paixões e cobiças.
25 Se vivemos pelo Espírito, andemos também pelo Espírito. 26
Não nos tornemos vangloriosos, provocando uns aos outros,
tendo inveja uns dos outros.
Romanos 7: 14 Sabemos que a Lei é espiritual; mas eu sou de
carne, vendido para estar sujeito ao pecado. 15 Pois o que faço
não entendo: não pratico o que quero, mas faço o que aborreço.
16 Mas se faço aquilo que não quero, admito que a Lei é boa. 17
Porém agora não sou eu mais o que faço isto, mas o pecado que
em mim habita. 18 Eu sei que em mim, isto é, na minha carne,
não habita o bem: o querer o bem está comigo, mas o efetuá-lo
não está. 19 Pois não faço o bem que quero; mas o mal que não
quero, esse pratico. 20 Mas se eu faço aquilo que não quero, já
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para erro perpétuo e vergonha sem fim com a ignomínia da
destruição pelo fogo das regiões tenebrosas. E todos os tempos de
suas gerações passarão em pranto acerbo e amargos males nos
abismos de trevas até sua destruição, sem que haja um
remanescente ou um sobrevivente entre eles. Neles está a história
de todos os homens; em suas duas divisões têm sua herança todos
os seus exércitos, por suas gerações; em seus caminhos andam;
toda obra que fazem cair em suas divisões, segundo seja a herança
do homem, grande ou pequena, por todos os tempos eternos. Pois
Deus os dispôs por partes iguais ate o tempo final, e pôs um ódio
eterno entre suas divisões. Os atos de injustiça são abominação
para a verdade, e todos os caminhos de verdade são abominação
para a injustiça. Há uma feroz disputa sobre todos os seus
preceitos, pois não caminham juntos. (1QS 4:2-18)
não sou eu o que faço, mas sim o pecado que em mim habita. 21
Portanto, querendo eu fazer o bem, acho a lei de que está comigo
o mal. 22 Pois eu me deleito na Lei de Deus no homem interior;
23 mas vejo uma lei diferente nos meus membros, guerreando a
lei do meu espírito, e fazendo-me preso na lei do pecado, a qual
está nos meus membros. 24 Infeliz homem eu! quem me livrará
do corpo desta morte? 25 Graças a Deus por Jesus Cristo nosso
Senhor. Assim, pois, eu mesmo com o espírito sirvo à lei de
Deus, mas com a carne sirvo à lei do pecado.
Romanos 8: 5 Porque os que são segundo a carne inclinam-se
para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito, para
as coisas do Espírito. 6 Porque a inclinação da carne é morte;
mas a inclinação do Espírito é vida e paz. 7 Porquanto a
inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à
lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser. 8 Portanto, os que
estão na carne não podem agradar a Deus. 9 Vós, porém, não
estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus
habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse
tal não é dele.
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OS ESSÊNIOS E O CAMINHO
E quando essas coisas sucederem aos membros da comunidade
em Israel, no tempo designado, separar-se-ão da habitação dos
homens perversos e irão para o deserto preparar o caminho do
Senhor, como está escrito: “ No deserto preparai o caminho do
Senhor, endireitai no deserto a estrada para o nosso Deus”. Este
caminho é o estudo da Lei que Ele ordenou por intermédio de
Moisés, para que eles possam agir de acordo com tudo o que foi
revelado de época em época, e conforme o que os Profetas
revelaram pelo Seu Espírito Santo. (1QS 8.12-16)
... e que não conheça nada de seus conselhos, até que tenham
sidos purificadas suas obras de toda perversidade, andando no
caminho perfeito. (1QS 8:18)
Todo o que entrar no conselho de santidade dos que andam no
caminho perfeito como foi ordenado... (1QS 8:21)
Que não se misturem seus bens com os bens dos homens de
falsidade que não purificaram seu caminho separando-se da
iniqüidade e andando no caminho perfeito. (1QS 9:8-9)
Que repreenda com conhecimento verdadeiro e com juízo justo os
que escolhem o caminho, a cada qual segundo o seu espírito,
segundo a disposição de tempo. ( 1QS 9:17-18)
PAULO E O CAMINHO
Atos 9:1 Saulo, respirando ainda ameaças e morte contra os
discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote 2 e lhe pediu
cartas para as sinagogas de Damasco, a fim de que, caso achasse
alguns que eram do Caminho, assim homens como mulheres, os
levasse presos para Jerusalém.
Atos 16:17 Esta, seguindo a Paulo e a nós, clamava, dizendo:
Estes homens, que nos anunciam o caminho da salvação, são
servos do Deus Altíssimo.
Atos 18:25 Este era instruído no caminho do Senhor; e,
fervoroso de espírito, falava e ensinava diligentemente as coisas
do Senhor, conhecendo somente o batismo de João. 26 Ele
começou a falar ousadamente na sinagoga. Quando o ouviram
Priscila e Áqüila, o levaram consigo e lhe declararam mais
pontualmente o caminho de Deus.
Atos 19: 9 Visto que alguns deles se mostravam empedernidos e
descrentes, falando mal do Caminho diante da multidão, Paulo,
apartando-se deles, separou os discípulos, passando a discorrer
diariamente na escola de Tirano.
Atos 19 : 22 Tendo enviado à Macedônia dois daqueles que lhe
ministravam, Timóteo e Erasto, permaneceu algum tempo na
Ásia. 23 Por esse tempo, houve grande alvoroço acerca do
Caminho.
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Este é o tempo de preparar o caminho ao deserto, e ele os
instruirá em tudo o que tiver sido achado para que o façam neste
tempo e para que se separem de todo aquele que não tiver
apartado seu caminho de toda iniqüidade. (1QS 9:19-21)
Que repreenda com conhecimento verdadeiro e com juízo justo os
que escolhem O Caminho, a cada qual segundo o seu espírito e
segundo a disposição do tempo. Que os guie com conhecimento e
que assim os instrua nos mistérios de maravilha e de verdade em
meio aos homens da comunidade, para que caminhem
perfeitamente, cada qual com o seu próximo, em tudo o que lhes
tiver sido revelado. Este é o tempo de preparar O Caminho no
deserto para instruí-los em tudo o que foi encontrado para que o
façam. No tempo este separar-se-ão de todo homem que não
apartou o seu Caminho de toda iniqüidade. ( 1QS 16-21)
Atos 22 : 3 Eu sou judeu, nasci em Tarso da Cilícia, mas criei-
me nesta cidade e aqui fui instruído aos pés de Gamaliel,
segundo a exatidão da lei de nossos antepassados, sendo zeloso
para com Deus, assim como todos vós o sois no dia de hoje. 4
Persegui este Caminho até à morte, prendendo e metendo em
cárceres homens e mulheres, 5 de que são testemunhas o sumo
sacerdote e todos os anciãos. Destes, recebi cartas para os
irmãos; e ia para Damasco, no propósito de trazer manietados
para Jerusalém os que também lá estivessem, para serem
punidos.
Atos 24:14 Mas confesso-te que, conforme aquele Caminho, a
que chamam seita, assim sirvo ao Deus de nossos pais, crendo
tudo quanto está escrito na Lei e nos Profetas. 21 salvo estas
palavras que clamei, estando entre eles: hoje, sou eu julgado por
vós acerca da ressurreição dos mortos. 22 Então, Félix,
conhecendo mais acuradamente as coisas com respeito ao
Caminho, adiou a causa, dizendo: Quando descer o comandante
Lísias, tomarei inteiro conhecimento do vosso caso.
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OBRAS DA LEI
E ordenou construir para Ele um Templo de homem, para
oferecer-lhe nele, diante dele, obras da lei.
4QFloriléfio (4Q174) Florentino Garcia Martinez
Esta é a casa que Ele construirá para eles nos últimos dias, como
está escrito no Livro de Moisés: O Eterno reinará para todo o
sempre no santuário que Tuas mãos estabeleceram, ó Eterno (Ex:
15:17-18). Esta é a casa na qual nunca entrará o impuro nem o
incircunciso, nem o amonita nem o moabita nem o bastardo nem o
estrangeiro nem o forasteiro, nunca; pois lá estarão os Meus
Santos. Sua glória perdurará para sempre, que estará presente
sobre ela perpetuamente. E os forasteiros não mais a devastarão,
como antes devastaram o Santuário de Israel por causa de seus
pecados. Ele ordenara que lhe fosse construído um Santuário de
homens, para que lá eles fizessem subir as obras da Lei, como
fumaça do incenso.
Midrash Sobre Os Últimos Dias (4Q174) Geza Vermes
E Ele se propôs construir para Ele um Santuário entre os homens,
no qual serão sacrificados diante dele obras da Lei. (ou seja,
sacrifícios) (4Q174) David Flusser
OBRAS DA LEI
Romanos 3:20 Por isso nenhuma carne será justificada diante
dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento
do pecado.
Romanos 3:28 Concluímos pois que o homem é justificado pela
fé sem as obras da lei.
Romanos 9:32 Por quê? Porque não foi pela fé, mas como que
pelas obras da lei: tropeçaram na pedra de tropeço;
Gálatas 2:16 Sabendo que o homem não é justificado pelas
obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido
em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé de Cristo, e
não pelas obras da lei; porquanto pelas obras da lei nenhuma
carne será justificada.
Gálatas 3:2 Só quisera saber isto de vós: recebestes o Espírito
pelas obras da lei ou pela pregação da fé?
Gálatas 3:5 Aquele pois que vos dá o Espírito, e que obra
maravilhas entre vós, fá-lo pelas obras da lei, ou pela
pregação da fé?
Gálatas 3:10 Todos aqueles pois que são das obras da lei estão
debaixo da maldição; porque escrito está: Maldito todo aquele
que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no
livro da lei, para fazê-las.