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Portugalliae civitates

Date post: 31-Jul-2016
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Description:
Visões cartográficas antigas e actuais de algumas localidades portuguesas. Uma edição conjunta do I.G.E.O.E e do ex-departamento de Geografia da F.L.-Univ.Lisboa (actual I.G.O.T.).
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Transcript
  • catalogo civitates 1.qxp 17-11-2008 10:20 Page 1

  • AutoresMaria Helena Dias e Instituto Geogrfico do Exrcito

    Coordenao, textos e seleco das plantasMaria Helena Dias(Centro de Estudos Geogrficos da Universidade de Lisboa)

    Concepo, realizao e edioInstituto Geogrfico do Exrcito

    Tratamento documental e descrio bibliogrficaMaria Helena Dias, Sandra Fernandes (CEG) e Milton Silva (IGeoE)

    grafismoGood Dog Design

    impressoSecurity Print

    ISBN978-989-21-0106-4

    Depsito Legal285737/08

    1. Edio / 2008

    2008 INSTITUTO GEOGRFICO DO EXRCITOAvenida Dr. Alfredo Bensade1849-014 LisboaTel.: (351) 21 850 53 00Fax: (351) 21 853 21 19E-mail: [email protected]: www.igeoe.pt

    PORTUGALLIAE CIVITATESPerspectivas cartogrficas militares

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  • prefcio

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    Uma das tradies do INSTITUTO GEOGRFICO DO EXRCITO , servindo o Pas, promover aligao com as instituies civis, na sua esfera de aco. Como organismo de reconhecidacompetncia no mbito da Informao Geogrfica e da Cartografia, tem mantido teis par-cerias com as Universidades e a investigao cientfica nacional, nomeadamente com o Centro deEstudos Geogrficos da Universidade de Lisboa.

    A obra que tenho o prazer de apresentar mais um dos frutos da j longa cooperao com este Centrode excelncia. Aqui se mostram algumas plantas antigas, pormenorizando cidades e vilas portuguesascom um rigor notvel, quase todas executadas por engenheiros militares, no quadro das suascomisses de servio, entre os finais de Setecentos e a primeira metade do sculo seguinte. Ao seulado, os ortofotomapas confrontam-nas com a actualidade: olhando para uma e outra imagem, a cadaum cabe desvendar semelhanas ou diferenas. Esta comparao ainda complementada com ex-tractos da primeira e da ltima edio da Carta Militar de Portugal 1:25 000, produzida pelo IGeoE, queproporcionam um enquadramento espacial mais amplo da evoluo, ao longo do sculo XX, de cadaum dos 30 centros urbanos que compem esta coleco. As vrias imagens, correspondentes a formasdistintas de informao geogrfica, retratam, afinal, o progresso dos conhecimentos cientficos e tc-nicos mais avanados da sua poca e, com ele, a evoluo urbana de Portugal.

    Cumpre-me agradecer Direco de Infra-Estrutras do Exrcito, por ter permitido a reproduo damaioria das plantas antigas desta coleco, bem como Biblioteca Nacional de Portugal que dispo-nibilizou duas delas, e ainda ao Instituto Geogrfico Portugus, Direco de Servios de Carto-grafia e Informao Geogrfica dos Aores e Direco Regional de Informao Geogrfica eOrdenamento do Territrio da Madeira pela cedncia dos ortofotomapas. Professora DoutoraMaria Helena Dias, do Centro de Estudos Geogrficos da Universidade de Lisboa, dirijo uma palavraespecial de gratido pelo seu auxlio na concretizao da obra.

    O PORTUGALLIAE CIVITATES mais um contributo, que reputo valioso, para a divulgao do Pas eda Cartografia nacional. Perspectivar o futuro impe inquestionavelmente o conhecimento e avalorizao do passado.

    Jos Manuel Ramos RossaCoronel Art. Eng. Infor.

    Director

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  • 4EEnto chasqueei risonhamente o meu Principe. Ahi estava pois a Cidade, augusta creaoda Humanidade! Eil-a ahi, bello Jacintho! Sobre a crosta cinzenta da Terra umacamada de calia, apenas mais cinzenta! ()

    Hein, Jacintho?... Onde esto os teus Armazens servidos por tres mil caixeiros? E os Bancos emque retine o ouro universal? E as Bibliothecas atulhadas com o saber dos seculos? Tudo se fundiunuma nodoa parda que suja a Terra. ()

    Sim, talvez tudo uma illuso E a Cidade a maior illuso!

    () E a mais amarga, por que o Homem pensa ter na Cidade a base de toda a sua grandeza e snella tem a fonte de toda a sua miseria. V, Jacintho! Na Cidade perdeu elle a fora e bellezaharmoniosa do corpo, e se tornou esse ser resequido e escanifrado ou obeso e afogado em unto,de ossos molles como trapos, de nervos tremulos como arames, com cangalhas, com chins, comdentaduras de chumbo, sem sangue, sem febra, sem vio, torto, corcunda ()! Na Cidade findoua sua liberdade moral: cada manh ella lhe impe uma necessidade, e cada necessidade oarremessa para uma dependencia: pobre e subalterno, a sua vida um constante sollicitar,adular, vergar, rastejar, aturar; rico e superior como um Jacintho, a Sociedade logo o enreda emtradies, preceitos, etiquetas, ceremonias, praxes, ritos, servios mais disciplinares que os dumcarcere ou dum quartel ()

    Mas o que a Cidade mais deteriora no homem a Intelligencia, por que ou lha arregimentadentro da banalidade ou lha empurra para a extravagancia. () Todos, intellectualmente, socarneiros, trilhando o mesmo trilho, balando o mesmo balido, com o focinho pendido para apoeira onde pisam, em fila, as pgadas pisadas; e alguns so macacos, saltando no topo demastros vistosos, com esgares e cabriolas. Assim, meu Jacintho, na Cidade, nesta creao toanti-natural onde o solo de pau e feltro e alcatro, e o carvo tapa o ceu, e a gente viveacamada nos predios como o paninho nas lojas, e a claridade vem pelos canos, e as mentiras semurmuram atravs darames o homem apparece como uma creatura anti-humana (). E aquitem o bello Jacintho o que a bella Cidade!

    Em AA cciiddaaddee ee aass sseerrrraass de Ea de Queiroz,1901 (1. ed.)

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    introduo Em 1572 encetava-se, na Europa, a publicao do Civitates Orbis Terrarum, o primeiro atlasurbano, que Georg Braun comeara por compilar e Frans Hogenberg por gravar. Para deslum-bramento de todos, exibiam-se, em vrios livros, inmeras cidades espalhadas pelo mundo, poronde se podia comodamente viajar, observando. Nessas estampas se mesclavam tcnicas distintas derepresentao: nalgumas perspectivaram-se vistas a partir de determinado ponto prximo, como se dequadros se tratassem; noutras delinearam-se edifcios e arruamentos quase semelhana das plantasmodernas, vendo-os de cima, verticalmente ou na oblqua. Entre essas gravuras contavam-se ascidades de Lisboa, Coimbra e Braga.

    Por analogia, reuniram-se aqui vrias imagens de cidades ou vilas portuguesas, do Continente s Ilhas,todas elas ncleos de povoamento muito antigos, que decises superiores determinaram em certo mo-mento deverem ser fortificados, ou porque fossem realmente importantes para a defesa do espao nacio-nal ou para se protegerem as suas gentes e as actividades econmicas. Quase todas mostram castelos comcercas medievais, mais ou menos retocados no tempo, que muitas vezes as lutas pela reconquista daindependncia nacional durante o sculo XVII, ou as guerras seguintes, transformaram em mais amplaspraas-fortes, cingindo com as novas muralhas abaluartadas um ncleo que entretanto extravasara dostio alto original. Com a remodelao dos centros urbanos, nalguns soube proteger-se o passado, enquan-to noutros o crescimento desenfreado ditou que quase se apagassem por completo as suas memrias.

    em torno destas plantas oitocentistas, ou s vezes setecentistas, que tudo gravita no PortugalliaeCivitates. Nelas se espelham as imagens fotogrficas actuais, rectificadas, e nelas se enquadram emmais amplo espao as cartas topogrficas militares, em dois momentos distintos da sua evoluo.Mostra-se sobretudo a cidade militar, mas expe-se tambm o que de melhor realizava o Corpo deEngenheiros no campo da Cartografia portuguesa, quanto ao rigor e detalhe e quanto inovaotcnica e cientfica. Imps-se-lhes ento o sigilo, que as manteve desenhadas mo e ciosamenteguardadas. At ns chegaram aquelas que a Histria permitiu que se conservassem, para nosso estudoe deleite. Tudo isso se reflecte na seleco aqui apresentada.

    Observando e comparando estas imagens, frente aos nossos olhos vo tambm passando as repercus-ses da vocao militar na organizao de muitas cidades e vilas portuguesas. Nos locais prximos dafronteira, os efeitos so particularmente sensveis, justapondo-lhes marcas de tempos diferentes. A in-confundvel forma estrelada que algumas ainda hoje revelam, e que nos maravilha, compactou osncleos urbanos nas suas fortificaes antigas, sufocando-os e impedindo-os de se desenvolverem estourando pelas costuras dentro de um fato que lhes ficou curto (J. Mattoso, S. Daveau e D. Belo,1997). A segregao dos lugares longamente militarizados imps-lhes regras de crescimento que s aperda da sua relevncia blica e a revoluo das comunicaes vieram subverter.

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    PORTUGAL. Instituto Geogrfico do Exrcito, 1993-

    Mono / Instituto Geogrfico do Exrcito. - Ed. 2. - Escala 1:25 000, projeco de Gauss,elipside internacional, datum de Lisboa. - Lisboa : I. G. E., 1997. - 1 mapa topogrfico : color. ;40 x 64 cm. - (Carta Militar de Portugal 1:25 000. Continente, srie M888 ; fl. 3).

    PORTUGAL. Servios Cartogrficos do Exrcito, 1932-1959

    Mono / Servios Cartogrficos do Exrcito ; trabalhos de campo ten. Pais Moreira ; des. alf. H.Jardim ; des. litog.co J.o Marques. - [Ed. 1]. - Escala 1:25 000, projeco de Gauss. - [Lisboa] : S. C.E., [1953]. - 1 mapa topogrfico : color. ; 40 x 64 cm. - (Carta Militar de Portugal 1:25 000.Continente, srie M888 ; fl. 3).

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    Ao longo da margem portuguesa do rio Minho, desenvolvem-se hoje vrios centros urbanos queforam outrora praas de guerra e que guarneceram a fronteira com a Galiza: a Caminha, junto foz, seguem-se Vila Nova de Cerveira, Valena, Mono e Melgao. Este eixo, ao invs deaglutinador, tornou-se por causa dos conflitos uma fronteira esvaziada de vida, apesar da regio serdensamente povoada. O tradicional Entre Douro e Minho, regio hoje abreviadamente designadaapenas por um dos seus rios limtrofes e centralizada pela cidade de Braga, caracteriza-se sobretudopelos seus contrastes e riqueza.

    Situada a montante de Valena e em frente localidade espanhola de Salvatierra de Mio, Monotransformou-se em praa-forte no contexto da Guerra da Restaurao (1641-1668), tendo sido idealizadapelo engenheiro francs Michel Lescolle (?-1688), um especialista em fortificaes que veio trabalhar paraPortugal nessa poca, semelhana de outros notveis militares que a Coroa contratara ento no estran-geiro e aos quais coube a importante tarefa de reforar os pontos estratgicos ao longo das fronteiras, tantoterrestre como martima. Lescolle destacou-se particularmente pelas suas intervenes no Minho e em Trs--os-Montes e por ter sido o fundador da Academia de Fortificao de Viana do Castelo. Em Mono terestado pelo menos em 1656, depois do seu regresso do Brasil. As obras aqui efectuadas reintegraram parcial-mente as velhas muralhas medievais existentes, abarcando a nova construo abaluartada um espaoamplo e desafogado, mais adequado s funes militares.

    Quando a planta de Mono foi levantada, existiam dois engenheiros militares que assinavam os seustrabalhos com o mesmo nome: Joaquim Jos de Almeida. No entanto, o seu verdadeiro autor, nestapoca capito (posto a que tinha sido promovido sete anos antes), viria mais tarde a acrescentar oapelido Freitas, para se distinguir do seu colega do Real Corpo de Engenheiros, mais velho. Inicial-mente oficial da Armada e depois de 1793 do Real Corpo de Engenheiros, ele havia anteriormentecolaborado na Inspeco das Praas e Fronteiras da Provncia do Alentejo (1796), dirigida por IsidoroPaulo Pereira, e a seguir nas fortificaes de Elvas e de Valena. Estando no Minho, fez a campanha de1801, s ordens do marqus de Rozire, tendo sido chamado depois a coadjuvar a Comisso deDemarcao de Limites entre Portugal e Espanha no stio do Lindoso (1804), interrompida pelasInvases Francesas. Na regio permaneceu at 1812 e a regressaria ainda. Por vrias vezes admoes-tado pela falta de exactido dos seus conhecimentos cientficos e prticos, foi mais tarde julgadoincapaz para o servio activo mas manteve-se no Corpo a que pertencia at morte.

    Como se pode observar, Mono era, em 1802, um lugar pequeno, amplamente contido dentro dassuas muralhas abaluartadas, que ainda hoje se preservam, tal como o ncleo mais antigo, prximo dorio. Crescer sobretudo mais de 150 anos depois, ao longo dos eixos que pem a vila em ligao como resto da regio e com Espanha.

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  • mono

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    FREITAS, Joaquim Jos de Almeida e, 1760-1830

    Praa de Mona / J. J. d'Almeida. - Escala [ca. 1:2900], 100 braas = [7,5 cm]. - 1802. -

    1 planta : ms., color. ; 44 x 56 cm.

    3103/II-2-21-30 (DIE)

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    Instituto Geogrfico Portugus / 2005

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    PORTUGAL. Instituto Geogrfico do Exrcito, 1993-

    Valena / Instituto Geogrfico do Exrcito. - Ed. 2. - Escala 1:25 000, projeco de Gauss,elipside internacional, datum de Lisboa. - Lisboa : I. G. E., 1996. - 1 mapa topogrfico : color. ;40 x 64 cm. - (Carta Militar de Portugal 1:25 000. Continente, srie M888 ; fl. 2).

    PORTUGAL. Servios Cartogrficos do Exrcito, 1932-1959

    Valena / Servios Cartogrficos do Exrcito ; trabalhos de campo cap. Jos Bto ; des. ten.Telmo P. dos Santos. - [Ed. 1]. - Escala 1:25 000, projeco de Gauss. - [Lisboa] : S. C. E., [1953]. -1 mapa topogrfico : color. ; 40 x 64 cm. - (Carta Militar de Portugal 1:25 000. Continente, srieM888 ; fl. 2).

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    F azendo face posio espanhola de Tui, Valena foi a mais importante praa-forte da regio doMinho. Tal como em Mono, a sua edificao data tambm do perodo da Guerra da Res-taurao e o projecto foi igualmente estabelecido pelo engenheiro francs Michel Lescolle.Contudo, a povoao que as fortificaes vieram envolver muito anterior, assim como as primeirasestruturas que a amuralharam.

    Situada no topo de uma pequena colina, cuja altitude pouco ultrapassa os 80 metros, a sua formaencurvada ficou a dever-se topografia onde as fortificaes se edificaram. O conjunto dos baluartese fossos ajudou a proteger Valena das investidas provenientes da Galiza, isolando-a do rio prximo eda rea envolvente. O crescimento urbano para Oriente ficou, por isso, desligado do ncleo iniciallimitado pelas muralhas. A configurao actual de Valena preserva ainda as duas partes em que sedividia esse primitivo ncleo: a Vila, a Norte, e a Coroda a Sul, separadas pela Porta do Meio, aprimeira concentrando a maioria dos habitantes e a generalidade das edificaes, e a segunda, comuma rea menor, mais desimpedida.

    Um dos engenheiros que aqui esteve em comisso durante vrios anos, executando levantamentoscartogrficos e projectando obras nas fortificaes, foi Maximiano Jos da Serra (de 1796 a 1800 e de1809 a 1813, aps a praa ter sido arruinada pelos franceses). Ele foi responsvel, no s por vriasplantas de Valena e de outras posies defensivas no Minho, como tambm pelo levantamento decartas topogrficas ou por reconhecimentos de reas prximas. Na altura da reedificao da praaaps as Invases Francesas, e inicialmente debaixo das ordens de Serra mas depois dirigindo eleprprio os trabalhos (de 1812 a 1819), aqui esteve tambm um dos mais reputados engenheiros milita-res da poca, Francisco Pedro de Arbus Moreira (1777-1843), vulgarmente conhecido apenas porMoreira e que assim se distinguia do seu filho com o mesmo nome. Um e outro produziram um vastoconjunto de plantas, retratando no s o estado em que os franceses deixaram arruinadas estasfortificaes como as intervenes nelas efectuadas. J anteriormente, Jos Champallimaud deNussane, ao servio de Portugal desde 1762, levantara uma planta de Valena (1766), que retomaria 11anos depois, acompanhando as importantes obras de restaurao da praa.

    A planta antiga aqui mostrada data provavelmente do perodo em que Pedro Celestino Soares (?-1845),o seu desenhador, trabalhou ininterruptamente no Arquivo Militar antes de passar a estar s ordens deseu pai, com o mesmo nome, coadjuvando-o na direco da fbrica de plvora de Barcarena,parecendo ter retornado ao seu antigo posto provavelmente aps a morte deste em 1836. Podemesmo ser anterior a 1821, altura em que, tendo sido promovido a alferes, passou a assinar os seusdesenhos com esse posto. Este documento provavelmente a cpia a limpo e embelezada dostrabalhos executados por Serra e por Moreira.

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  • valena

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    PORTUGAL. Arquivo Militar, 1802-1868

    Planta de Valena do Minho / copiada no RealArchivo Militar por Pedro Celestino Soares. -

    Escala [ca. 1:2200], cento e cincoenta braas =[14,8 cm]. - [1813-1833]. - 1 planta : ms., color. ;

    69 x 47 cm.

    2745-2A-24-34 (DIE)

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  • BARCELOS

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    PORTUGAL. Instituto Geogrfico do Exrcito, 1993-

    Barcelos / Instituto Geogrfico do Exrcito. - Ed. 2. - Escala 1:25 000, projeco de Gauss,elipside internacional, datum de Lisboa. - Lisboa : I. G. E., 1997. - 1 mapa topogrfico : color. ;40 x 64 cm. - (Carta Militar de Portugal 1:25 000. Continente, srie M888 ; fl. 69).

    PORTUGAL. Servios Cartogrficos do Exrcito, 1932-1959

    Barcelos / Servios Cartogrficos do Exrcito ; trabalhos de campo cap.es S. Pessoa... [et al.] ;des. Artur Valente ; des. lit.co J.o Marques. - [Ed. 1]. - Escala 1:25 000, projeco de Gauss. -[Lisboa] : S. C. E., [1953]. - 1 mapa topogrfico : color. ; 40 x 64 cm. - (Carta Militar de Portugal1:25 000. Continente, srie M888 ; fl. 69).

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    Em 1806, quando se ordenou ao oficial engenheiro Vilas Boas que se pronunciasse sobre ainstalao de um quartel de cavalaria, ele, que to bem conhecia a regio do Minho, deixava--nos este retrato, para fixar as ideias, do que era ento Barcelos. Com a planta, seguia tambmpara o Ministro e Secretrio de Estado dos Negcios Estrangeiros e da Guerra uma Resposta sinstruces e uma longa carta de justificao. Para economizar meios, o referido engenheiropropunha duas solues, que na planta se encontram explicitadas por meio de letras: desalojar osfrades capuchos, sem utilidade alguma em Barcelos, e instalar o quartel no seu convento (assinaladocom a letra A), encostando as cavalarias ao muro da cerca, ou ento ocupar o antigo Pao dosDuques de Bragana (M), que s tinha paredes e uma delas arruinada, junto ponte sobre o rioCvado, para alm de uma casa inacabada no Campo dos Touros e de alguns alojamentos a construirno Campo da Feira. Preferindo a primeira hiptese, rejeitava, por completo, a instalao no Conventodas Freiras Beneditinas (B), porque, para alm de velhas e teis pelo seu trabalho de fiao, costura econfeitaria, as 14 freiras residentes mereciam pelo seu sexo, pela sua idade e pelos hbitos adquiridosque se avalie compassivamente o incmodo da mudana.

    Como se v, este projecto implicava alteraes nas estruturas medievais de um centro urbano de grandeimportncia no contexto regional (Barcelos, com o seu termo, contava nessa altura mais de 18 000 fogos,enquanto Braga, por exemplo, no atingia 8000). Por aqui passava a principal via de circulao norte-sulda regio, cujo dinamismo a ponte construda no sculo XIV veio incrementar. A esta ligao a Barce-linhos, do outro lado do rio, aliavam-se o Pao, castelo apalaado h muito sofrendo de runa, e asmuralhas de configurao oval, com as suas portas de acesso, em cujo exterior se situava o Campo daFeira, datando dos comeos do sculo XV e onde ainda hoje se realiza a feira semanal.

    Nascido prximo de Barcelos e assassinado em Braga, juntamente com o general Bernardim Freire deAndrade de quem era quartel-mestre, ambos acusados de traio e jacobinismo, Vilas Boasdesenvolveu o essencial da sua actividade como engenheiro militar nesta regio, que conheceu edescreveu como ningum poca (L. M. Moreira, 2004). Da sua obra destacam-se, quer os mapas(nomeadamente o Mappa da provincia dEntre Douro e Minho, levantado a partir de 1794, que chegoua ser impresso), quer os projectos de encanamento do rio Cvado (1800) ou das obras no porto deViana (1805), quer ainda cadastros e descries geogrficas, etc.

    Apesar do fim especfico desta planta, que condicionou a informao discriminada, o detalhe comque se representaram os edifcios (a vermelho), distinguindo os que deveriam ter obras (a amarelo)de acordo com cada um dos dois projectos propostos, e os respectivos arruamentos, fazem delaprovavelmente a mais antiga imagem de Barcelos e, com certeza, a sua primeira representaomoderna.

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  • BARCELOS

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    VILAS BOAS, Custdio JosGomes de, 1771-1809

    Planta da villa de Barcellos : paraintelligencia da informao sobre oaquartelamento de hum regimentode cavallaria na dita villa / Custodio

    Joz Gomes de Villasboas, sarg.to

    mor engr.. - Escala [ca. 1:1800],1000 palmos = [12,1 cm]. - 1806. -1 planta : ms., color. ; 49 x 71 cm.

    682-1-4-7 (DIE)

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    Instituto Geogrfico Portugus / 2005

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  • bragana

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    PORTUGAL. Instituto Geogrfico do Exrcito, 1993-

    Bragana / Instituto Geogrfico do Exrcito. - Ed. 2. - Escala 1:25 000, projeco de Gauss,elipside internacional, datum de Lisboa. - Lisboa : I. G. E., 1996. - 1 mapa topogrfico : color. ;40 x 64 cm. - (Carta Militar de Portugal 1:25 000. Continente, srie M888 ; fl. 38).

    PORTUGAL. Servios Cartogrficos do Exrcito, 1932-1959

    Bragana / Servios Cartogrficos do Exrcito ; trabalhos de campo tenentes mil.os CandeiasDuarte, Oliveira Rodrigues ; des. ten. Telmo P. dos Santos. - [Ed. 1]. - Escala 1:25 000, projecode Gauss. - [Lisboa] : S. C. E., [1953]. - 1 mapa topogrfico : color. ; 40 x 64 cm. - (Carta Militarde Portugal 1:25 000. Continente, srie M888 ; fl. 38).

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    A travessada pelo Fervena, afluente do Sabor, a cidade de Bragana, no muito distante da fronteiracom a provncia espanhola de Zamora, desenvolveu-se inicialmente na margem norte do rio, a partirdo antigo castelo construdo a Oriente. Entretanto envolvida por uma dupla cintura de muralhas,cingindo o ncleo primitivo e os arrabaldes, o crescimento que conheceu a partir dos finais de Setecentosprocedeu custa de Miranda [devido mudana da diocese] e do grande comrcio por contrabando que() se faz desta cidade com Espanha, em fazendas inglesas (A. J. B. de Vasconcellos e S, 1840). Depois, nodecurso do sculo XX, estender-se-ia para Norte e ainda mais para Oeste.

    Levantada a planta antiga, em 1801, por Lus Gomes de Carvalho, este mesmo oficial tinha j efectua-do, em 1797, levantamentos topogrficos em Trs-os-Montes. Nesta altura, perante nova ameaa deinvaso espanhola, reconheceu, em companhia de Carlos Frederico Bernardo de Caula (1766-1835), oscastelos principais da fronteira (Outeiro, Vimioso, Bragana, Montalegre e Monforte) e executou ainda,para apoiar as operaes militares, a Carta topographica da parte da provincia de Trs os Montes com-prehendida entre o Douro e o Sabor at Bragana, levantada de forma expedita e acompanhada porum relato das particularidades do terreno.

    Quando foi novamente chamado a Trs-os-Montes, logo no comeo de Oitocentos, Gomes deCarvalho redigiu ento (ou completou) a planta de Bragana (e tambm a de Chaves), com muitassimilitudes com a anteriormente levantada, que tinha anexa a do castelo, trs vezes mais detalhada.Mandado apresentar-se em Braga, ao marqus de Rozire, que ento comandava o Exrcito de EntreDouro e Minho, trazendo consigo cartas, plantas e observaes que tivesse feito sobre a regio, este oconsiderou digno de empregos de maior momento e que de tudo o que se encarregar dar amelhor conta de si. Era o reconhecimento merecido, que mais tarde haveria tambm de comprovarcom os trabalhos de abertura da nova barra de Aveiro (1808).

    Diziam, em 1797, Caula e Gomes de Carvalho a propsito de Bragana: Todos os lugares que temospercorrido na maior parte da fronteira desta provncia, em que ainda existem alguns restos de forti-ficaes antigas, so quase de nenhuma consequncia para a sua segurana. Ns o fizemos ver falandodos castelos de Vimioso, Outeiro, Monforte e Montalegre () e com os pequenos conhecimentos quepudemos adquirir da fronteira, pela ocasio do reconhecimento dos quatro castelos mencionados,observmos, do modo que nos era possvel, que o meio de aproveitar todas as fortificaes naturaisque oferecessem os rios, ribeiras, escarpas () era muito mais eficaz do que tudo quanto se poderiaesperar dos ditos castelos, apesar de todos os melhoramentos que eles pudessem admitir. Para prBragana fora dos insultos espanhis, props obras no castelo, para suplantar os defeitos apontados,a construo de um reduto no monte de S. Bartolomeu, que domina a cidade, e o abandono do Fortede S. Joo de Deus, j ento em grande parte arruinado.

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  • BRAGANA

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    CARVALHO, Lus Gomes de, 1771-1826

    Planta da cidade de Bragana, e suas dependencias :na qual os numeros denoto as alturas, estimadas empalmos, dos respectivos lugares sobre a praa P., qeu

    [sic] tem sobre o rio, em r 30 palmos, e em s 60, e quese pode tomar pello nivel medio da cidade / Luiz Gomes

    de Carvalho, capita do Corpo Real dos Engenheiros,empregado no Exercito d'Entre Douro e Minho. - Escala[ca. 1:1700], 100 braas = [12,7 cm]. - 1801. - 1 planta :

    ms., color. ; 49 x 63 cm.

    3829-1-4A-8 (DIE)

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  • montalegre

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    PORTUGAL. Instituto Geogrfico do Exrcito, 1993-

    [Montalegre, Tourm] / Instituto Geogrfico do Exrcito. - Ed. 2. - Escala 1:25 000, projecode Gauss, elipside internacional, datum de Lisboa. - Lisboa : I. G. E., 1996. - 2 folhas : color. ;40 x 64 cm cada. - (Carta Militar de Portugal 1:25 000. Continente, srie M888 ; fl. 32, 19). -Extrado de 2 folhas contguas da carta.

    PORTUGAL. Servios Cartogrficos do Exrcito, 1932-1959

    [Montalegre, Tourm] / Servios Cartogrficos do Exrcito. - [Ed. 1]. - Escala 1:25 000,projeco de Gauss. - [Lisboa] : S. C. E., [1953]. - 2 folhas : color. ; 40 x 64 cm cada. - (Carta Militar de Portugal 1:25 000. Continente, srie M888 ; fl. 32, 19). - Extrado de 2 folhascontguas da carta.

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    S ituado na margem esquerda do rio Cvado, pouco depois de nascer na Serra do Larouco, ocastelo de Montalegre foi erguido num topo que se eleva a 1000 metros, enquanto a vila sedesenvolveu nas reas de menor declive, para Este e Sul. Como muitos outros lugares dafronteira, onde desde cedo se estabeleceram castelos que, durante a Guerra da Restaurao, sereformaram e amuralharam, com a evoluo das tcticas e das armas de guerra eles deixaram de tergrande prstimo. Nos finais de Setecentos, j considerados de pouco interesse, estavam em partearruinados, pelo que se tornavam necessrias vultuosas despesas para a sua recuperao. Por isso,muitas das aces de reedificao neste perodo, meramente pontuais, permitiram apenas manterguarnies militares de pequena envergadura. Ao longo da raia transmontana, vrios so os locaisapontados, poca, na mesma condio: Miranda do Douro, mal situada e continuando arruinadadesde a invaso espanhola de 1762; Freixo de Espada Cinta, pelos mesmos defeitos dos castelosconstrudos antes da aplicao da plvora s armas de fogo e pelo alcance da artilharia inimiga;Outeiro, na estrada que de Espanha conduz a Quintanilha e ao interior da regio, cujo forte os es-panhis tambm haviam demolido; Bemposta, que nem sequer mereceria o nome de castelo; Moga-douro, Moncorvo, Vimioso, etc., igualmente com problemas. Mas a Natureza tinha-se encarregado decriar, nesta regio, boas condies para a defesa militar, dada a aspereza do terreno, pelo que o seuconhecimento geogrfico passou a ser de primordial importncia.

    O reconhecimento feito em 1797 por Carlos Frederico de Caula e Lus Gomes de Carvalho, com oqual comparado este de 1841, mostrou que a situao de Montalegre apenas permitiria pensarque o inimigo no pode ter seno dois objectos que o conduzam a entrar para esta parte: ou paradevast-lo e roubar os seus gados, de que abunda este pas, ou para dirigir-se provncia do Minhopela estrada que vai a Braga. Mas os seus habitantes, virtuosos e valentes, embora pouco civili-zados como os vizinhos galegos, tornavam aqui dispensvel a autoridade militar em tempo nor-mal, pelo que o castelo apenas deveria ser preservado como monumento de antiguidade (A. J. B.de Vasconcellos e S, 1840).

    Autor deste importante relatrio relativo ao estado das fortificaes de Trs-os-Montes, que a planta deMontalegre e outras ilustravam, Vasconcelos e S fez parte ainda das comisses mistas luso-espanholasde demarcao da fronteira nas dcadas de 50 e 60, para alm de ter sido deputado s Cortes entre1853 e 1856. O oficial Jos Joaquim Freire (1760-1847), que copiou a planta, fora desenhador da Casado Risco do Jardim Botnico, tendo acompanhado a Real Expedio Filosfica ao Brasil (1783-1792),em conjunto com Manuel Tavares da Fonseca, onde trabalhou com os engenheiros e matemticos nasdemarcaes. Depois (1803) ingressaria no Real Corpo de Engenheiros, passando a desenhador doArquivo Militar, por ter ficado impossibilitado de servio activo na sequncia de um acidente de cavalodurante a Guerra Peninsular.

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  • montalegre

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    S, Alexandre Jos Botelho de Vasconcelose, 1805-1871

    Plantas de Monte Alegre / alevantadas pelocapito eng.ro Vasconcellos, em Outubro de1841, para huma informao ; copiado no

    Archivo Militar, por J. J. Freire, ten.te cor.el

    effectivo, em Janeiro de 1842. - Escala [ca. 1:1750-1:3500]. - 1842. - 3 plantas numa

    folha : ms., color. ; 32 x 49 cm.

    3066-2A-25-35 (DIE)

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  • MIRANDA DO DOURO

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    PORTUGAL. Servios Cartogrficos do Exrcito, 1932-1959

    Miranda do Douro / Servios Cartogrficos do Exrcito ; trabalhos de campo capito FernandoL. Jordo Tavares ; des. ten. mil. Carvalho Coelho. - [Ed. 1]. - Escala 1:25 000, projeco deGauss. - [Lisboa] : S. C. E., [1953]. - 1 mapa topogrfico : color. ; 40 x 64 cm. - (Carta Militar dePortugal 1:25 000. Continente, srie M888 ; fl. 81).

    PORTUGAL. Instituto Geogrfico do Exrcito, 1993-

    Miranda do Douro / Instituto Geogrfico do Exrcito. - Ed. 2. - Escala 1:25 000, projeco deGauss, elipside internacional, datum de Lisboa. - Lisboa : I. G. E., 1996. - 1 mapa topogrfico :color. ; 40 x 64 cm. - (Carta Militar de Portugal 1:25 000. Continente, srie M888 ; fl. 81).

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    P rximo da fronteira oriental de Trs-os-Montes, no local da confluncia com o Douro de um rioque est totalmente seco de Vero o rio Fresno , e dominando a mais de 650 metros dealtitude as vertentes abruptas destes vales, Miranda do Douro assistiu destruio da sua praaem Maio de 1762. As posies dos espanhis no terreno e os resultados por estes infligidos so retrata-dos na planta levantada por Champallimaud de Nussane 18 anos depois, na qual o autor localizou asbaterias inimigas e pintalgou de vermelho as brechas abertas nas muralhas. Uma violenta exploso dopaiol da plvora, na mesma altura, fez praticamente desaparecer o castelo, j antigo, a tambmrepresentado. A esse velho castelo, mandado edificar no reinado de D. Dinis na extremidade noroeste,associava-se uma cerca urbana irregular, destinada a proteger a populao. Da porta oriental se desciapara o Douro por uma ladeira ngreme, onde uma barca de passagem foi devidamente assinalada naplanta (passando a travessia a ser feita mais tarde por um aparelho de cordas), enquanto da portaocidental se passava para l do rio Fresno por uma ponte de pedra.

    Champallimaud de Nussane, que trabalhou sobretudo na regio do Minho, foi chamado em 1780 aMiranda do Douro, com vista reconstruo da praa, cujas diligncias relata na margem inferior dodocumento que levantou. Este engenheiro militar francs, que veio para Portugal na altura dadenominada Guerra Fantstica (1762-1763) como muitos outros oficiais estrangeiros, ficou sobretudoconhecido pelas obras realizadas nas fortificaes de Valena (1766 e 1777), embora tivesse aindadirigido as obras pblicas na cidade do Porto (nos finais da dcada de 80), participado no delineamen-to da estrada de Guimares ou estabelecido planos de defesa de toda a costa e do Minho.

    A planta de Miranda era acompanhada de, pelo menos, duas outras com o quartel projectado para oregimento de infantaria e, ainda, de uma belssima vista da praa, tirada do lado poente, onde seassinalavam as destruies feitas pelos espanhis, e de um perfil, segundo a direco CD nela marca-da, mostrando como est enfiada pelos fogos do inimigo (conjunto de documentos hoje repartidopor arquivos diferentes). Propondo embora a reconstruo do que fora destrudo, cujo oramentoanexa, o autor defende que o lugar que se deve preferir, e fortificar, o Outeiro (), tanto pela suavantajosa situao como por se achar quase no meio da provncia de Trs-os-Montes, a uma lgua dasfronteiras de Espanha, de que estabeleceu um esboo.

    Tendo sido elevada a cidade e a sede de diocese em meados do sculo XVI mas sujeita desde sempre sinvestidas espanholas, em 1780, no momento em que finalmente planeada a sua reconstruo, adiocese instalava-se definitivamente em Bragana, ditando-se assim a decadncia deste pequenocentro urbano, que se manteve praticamente contido dentro do seu permetro amuralhado atmeados do sculo XX. S depois se espraiaria para Norte, ao mesmo tempo que ao lado, no rio Douro,se construa a barragem.

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  • MIRANDA DO DOURO

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    NUSSANE, Jos Champallimaud de, fl. 1762-1796

    Planta topografica da praa de Miranda : mostrandoas suas ruinas, os projectos, e aualiao, para de nouo se

    restabelecer : notando tambem o melhor lugar, eprojecto para formar se hum quartel para hum regimento

    de infantaria / tudo feito por ordem de Sua Magestadepelo sargento mor de infantaria, com exercicio de

    engenheiro, Joz Champalimaud de Nussane, em Marode 1780. - Escala [ca. 1:1800], 100 braas = [12,5 cm]. -

    1780. - 1 planta : ms., color. ; 98 x 122 cm.

    3108-2-21-30 (DIE)

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    PORTUGAL. Instituto Geogrfico do Exrcito, 1993-

    Porto / Instituto Geogrfico do Exrcito. - Ed. 3. - Escala 1:25 000, projeco de Gauss, elipsideinternacional, datum de Lisboa. - Lisboa : I. G. E., 1999. - 1 mapa topogrfico : color. ; 40 x 64cm. - (Carta Militar de Portugal 1:25 000. Continente, srie M888 ; fl. 122).

    PORTUGAL. Servios Cartogrficos do Exrcito, 1932-1959

    Porto / Servios Cartogrficos do Exrcito ; trabalhos de campo cap. Pires Neves, Gaspar e J.Tavares ; des. cap. A. M. Romo ; des. litog.co J.o Marques. - [Ed. 1]. - Escala 1:25 000, projecode Gauss. - [Lisboa] : S. C. E., [1952]. - 1 mapa topogrfico : color. ; 40 x 64 cm. - (Carta Militarde Portugal 1:25 000. Continente, srie M888 ; fl. 122).

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    A autoria da imagem antiga aqui mostrada, vulgarmente conhecida por planta redonda, temsido atribuda a George Balck, assistente do quartel-mestre general do Exrcito britnico, que adedicou a Nicolau Trant, governador das Armas do Partido do Porto. Editada em 1813 em Lon-dres, e depois em Lisboa j com correces, desconhece-se, no entanto, se os levantamentos que lhederam origem so efectivamente da responsabilidade desse oficial ingls. A este exemplar manuscrito,que poderia ter preparado a verso impressa em Portugal, sem data mas talvez anterior planta de1833, a seguir referida, falta-lhe a explicao das letras e nmeros nela inscritos, que preenchem oscantos nas outras verses, correspondentes a ruas e edifcios notveis. Na margem direita do Douroassinala-se: Foi perto deste sitio que desembarcou na passagem do Rio o primeiro destacamento doExercito Alliado na expulo dos Vndalos pelo Grande Wellington em o 1. de Maio de 1809 (12 deMaio de 1809, na verso inglesa).

    Uma imagem idntica mostrada na mais extensa Planta da cidade do Porto e golpe de vista sobreseus contornos (ca. 1:7000), preparada em 1833 a partir de vrios trabalhos sob a coordenao deFilipe Neri Gorjo, arranjada e desenhada por Saldanha Machado, onde alis se nota ainda o crculolimitativo da cidade. J em 1832 se trabalhava afadigadamente no Arquivo Militar em vrias cpias,quer da planta da cidade, quer da carta mais geral (como se comprova pela correspondncia de quemcoordenava os trabalhos poca). Reconhecida como a mais antiga planta do Porto, esta represen-tao persistiria, na realidade, at quase aos finais de Oitocentos, mais ou menos arranjada.

    Segundo os dados disponveis, que Marino Miguel Franzini utilizou (ca. 1804), o Porto tinha, em 1786,quase 85 000 habitantes e um pouco mais de 15 000 fogos. Desconhecendo embora valores da poca,este oficial admitiu, no entanto, que tivesse tido um crescimento muito considervel. Porto fluvial emartimo, a cidade conhecia ento uma enorme prosperidade, devida sobretudo exportao dovinho que a tornou famosa no mundo. O Douro era na altura navegvel para alm de Peso da Rgua,o maior entreposto deste comrcio, e tentara-se, em finais de Setecentos e na segunda dcada dosculo seguinte, que tal fosse possvel at Barca de Alva, em cujas obras participava a Companhia dosVinhos do Alto Douro. Quando se construiu o porto de Leixes, em finais do sculo XIX, para respon-der moderna navegao martima, j estavam em funcionamento as duas pontes, a de D. Maria e ade D. Lus, abertas ao trnsito de comboios e de carros alguns anos antes, consolidando-se com isso opapel da cidade do Porto como ponto de passagem obrigatria no eixo norte-sul que atravessa aregio litoral. Ao contrrio de Lisboa, a mancha urbana foi-se diluindo ao longo do tempo num espaodensamente ocupado e sem grandes obstculos naturais sua expanso, com excepo da parteoriental (S. Daveau in O. Ribeiro et al., 1989, vol. III, p. 901-905).

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  • porto

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    CIDADE DO PORTO

    Cidade do Porto. - Escala [ca. 1:7300], 400braas = [12,1 cm]. - [1813-1833]. - 1 planta :

    ms., color. ; 53 x 47 cm + legenda.

    3679/II-3-35-48 (DIE)

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  • lamego

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    PORTUGAL. Instituto Geogrfico do Exrcito, 1993-

    Lamego / Instituto Geogrfico do Exrcito. - Ed. 3. - Escala 1:25 000, projeco de Gauss,elipside internacional, datum de Lisboa. - Lisboa : I. G. E., 1998. - 1 mapa topogrfico : color. ;40 x 64 cm. - (Carta Militar de Portugal 1:25 000. Continente, srie M888 ; fl. 137).

    PORTUGAL. Servios Cartogrficos do Exrcito, 1932-1959

    Lamego / Servios Cartogrficos do Exrcito ; trabalhos de campo cap. Godinho... [et al.] ; des.Major Barbosa de Magalhes. - [Ed. 1]. - Escala 1:25 000, projeco de Gauss. - [Lisboa] : S. C.E., [1949]. - 1 mapa topogrfico : color. ; 40 x 64 cm. - (Carta Militar de Portugal 1:25 000.Continente, srie M888 ; fl. 137).

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    Q uerer demonstrar, quase no fim do sculo dcimo oitavo, que quanto menos uma Naocuida na fbrica dos caminhos pblicos, e nos seus anuais reparos, mais se avizinha dabarbaridade, da ignorncia e da pobreza , sem dvida, querer persuadir uma verdade deque todo o mundo est mais que convencido, assim comeava a Idea patriotica sobre o caminho quese pertende fazer de Lamego para o Douro, que provavelmente dever ter sido escrita por JosAuffdiener, cerca de 1790. Tal caminho facilitar muito o importante comrcio que esta cidade faz poraquele rio, com a praa do Porto e, por mil canais, com todas as terras da Beira Alta (), a exportaodos vinhos de embarque (), a cultura das belas quintas () e, finalmente, facilitar a comunicaode todos os habitantes deste territrio, que mais facilmente abandonam os seus negcios e a culturadas suas fertilssimas terras do que se resolvem a passar, uma s vez, pelo mais incmodo e, mesmo,pelo mais perigoso de todos os caminhos. A soluo passava por construir uma estrada de Lamegoat Rgua, dividida em duas partes pela diferente dificuldade do projecto, que deveria ser realizadacom impostos obtidos na produo do vinho.

    Especialista na construo de estradas, este engenheiro francs fora chamado pelo visconde de Balse-mo para o Alto Douro, entrando ao servio de Portugal em 1789; na sequncia das Invases France-sas seria preso e deportado para Inglaterra, onde, aps vrias peripcias, chegou doente e acabariapor morrer. Responsvel por alguns projectos de grande relevo (nomeadamente o da construo deuma ponte em Sacavm ou ainda da estrada de Lisboa a Elvas e a vora), entre finais de 1790 e at1792 chefiou o delineamento da estrada de Lamego at Rgua, executado por Maximiano Jos daSerra. Dos trabalhos de ambos chegaram at aos nossos dias vrios projectos e ofcios e, ainda, plantas,perfis ou nivelamentos, cujo conjunto se encontra hoje disperso e certamente incompleto. A estrada,cujo incio se encontra assinalado na planta, seria construda at ao Portelo e, no troo que a ligava Rgua, subdividido em dois ramais, um em direco barca de Vero e outro de Inverno, estepassando pelo palcio do visconde de Balsemo, Lus Pinto de Sousa Coutinho, ento Secretrio deEstado dos Negcios Estrangeiros e da Guerra (alis, regularmente informado por Serra do andamentodos trabalhos).

    Esta planta antiga, muito expressiva, retrata com grande mincia, para alm das edificaes e arruamen-tos, os extensos olivais e soutos, as parcelas de vinha e os campos cultivados, imediatamente em redor dacidade. O castelo, comeado a construir no sculo XII, com uma muralha posterior envolvendo o antigoncleo povoado, alinha-se ao longo de uma pequena colina, com uma sada para Sudeste por onde acidade se alongava em direco ao entalhado rio Balsemo, que conflui no Varosa, enquanto do extremooposto irradiavam as sadas para Norte e, entre elas, a nova estrada para o Douro.

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  • lamego

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    AUFFDIENER, Jos,1761?-1812?

    Planta da cidade deLamego e seus arredores /levantada, por J. Auffdiener,no anno d1793 ; copiada,

    na Secretaria do Real Corpod'Engenheiros, pelo 2.

    tenente M. E. de SaldanhaMachado, no anno de

    1818. - Escala 1:2000. -1818. - 1 planta : ms.,

    color. ; 60 x 92 cm.

    2076-2-17-24 (DIE)

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  • almeida

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    PORTUGAL. Instituto Geogrfico do Exrcito, 1993-

    Almeida / Instituto Geogrfico do Exrcito. - Ed. 4. - Escala 1:25 000, projeco de Gauss,elipside internacional, datum de Lisboa. - Lisboa : I. G. E., 1998. - 1 mapa topogrfico : color. ;40 x 64 cm. - (Carta Militar de Portugal 1:25 000. Continente, srie M888 ; fl. 183).

    PORTUGAL. Servios Cartogrficos do Exrcito, 1932-1959

    Almeida / Servios Cartogrficos do Exrcito ; levantada pelo cap. Almiro... [et al.] ; des. cap. A.M. Romo. - [Ed. 1]. - Escala 1:25 000. - [Lisboa] : S. C. E., [1939]. - 1 mapa topogrfico : color. ;40 x 64 cm. - (Carta Militar de Portugal 1:25 000. Continente, srie M888 ; fl. 183).

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    I dealizada para fazer face posio de Ciudad Rodrigo, situada do lado espanhol, a praa deAlmeida foi edificada durante o ciclo das Guerras da Restaurao, terminado em 1668, eamplamente reconstruda durante a dcada de 60 do sculo XVIII e no comeo do XIX.Considerada na altura como a nica capaz de defender a extensa fronteira terrestre entre o rio Douroe o Tejo, com esta praa, que servia de base s operaes militares, se protegeu a Beira Interior dosataques espanhis e se protegia todo o territrio nacional da entrada dos exrcitos inimigos vindosdesse lado da raia. Pelo seu papel e importncia, a praa de Almeida era ento comparvel de Elvas,embora os defeitos da sua posio topogrfica e os da construo, maneira holandesa, a tornassemmais difcil de defender do que a sua congnere alentejana.

    De centro urbano medieval da regio de Riba-Ca, desenvolvido em torno do seu castelo, Almeida foitransformada, a partir de Setecentos, em praa de guerra, transfigurando-se progressivamente dentrode um espao coarctado pela sua cintura abaluartada e com as suas novas funes militares. Os danosprovocados pelas guerras e por acidentes fortuitos foram-na tambm progressivamente renovando.Assim, em consequncia da violenta exploso no paiol da plvora, contguo ao castelo, ocorrida em1810, na altura das Invases Francesas, quando foi comeada a sua reedificao restavam apenas 180casas habitveis de entre as sete centenas existentes no recinto da praa de guerra: esta fora a mais vio-lenta destruio que Almeida sofreu.

    A primeira planta que se conhece hoje desta praa (1736) devida ao distinto engenheiro-mor Manuelde Azevedo Fortes (1660-1749), que foi tambm responsvel pela renovao do ensino da engenhariamilitar em Portugal e o autor de vrias obras da especialidade, entre as quais o Tratado do modo maisfacil, e o mais exato de fazer as cartas geographicas... (1722) e O engenheiro portugus (1728-1729).Mas ela pouco mostra do interior edificado da fortaleza, com excepo do castelo, detalhando no en-tanto as muralhas exteriores.

    Aluno brilhante da Academia Militar da Corte, excelente engenheiro e hbil desenhador, o que lhe valeu asua nomeao em 1737 para trabalhar no Alentejo, o autor da planta aqui mostrada, Miguel Lus Jacob, hoje lembrado, no s pelo levantamento de dezena e meia de praas alentejanas na dcada de 50 dessesculo, como pelas obras executadas em Almeida, na sequncia daquela que ficou conhecida como aGuerra Fantstica (1762-1763). Das obras efectuadas para a sua reconstruo nos anos 60 do sculo XVIIIpor este engenheiro militar, que contaram com a colaborao de Anastcio Antnio de Sousa e Miranda(1740-1825), resultaram vrios documentos grficos, entre plantas, perfis e alados, das intervenes pla-neadas na Casa do Governo, no que fora o Convento das Religiosas ou no hospital e quartel.

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    JACOB, Miguel Lus, fl. 1726-1771

    Planta da praa de Almeida & seus attaques /tirada por ordem do marechal de campo, e

    governador da mesma praa Francisco Mcleanpello sargento mor de infantaria com exercicio

    de engenhr. Miguel Luis Jacob. - Escala [ca. 1:2100], 200 braas = [20,6 cm]. - 1764. -

    1 planta : ms., color. ; 93 x 80 cm.

    14-1-2-2 (DIE)

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    PORTUGAL. Servios Cartogrficos do Exrcito, 1932-1959

    Leiria / Servios Cartogrficos do Exrcito ; trabalhos de campo cap. Froes de Almeida ; des. cap.A. M. Romo. - [Ed. 1]. - Escala 1:25 000, projeco de Gauss. - [Lisboa] : S. C. E., [1949]. - 1mapa topogrfico : color. ; 40 x 64 cm. - (Carta Militar de Portugal 1:25 000. Continente, srieM888 ; fl. 297).

    PORTUGAL. Instituto Geogrfico do Exrcito, 1993-

    Leiria / Instituto Geogrfico do Exrcito. - Ed. 3. - Escala 1:25 000, projeco transversa deMercator, WGS84. - Lisboa : I. G. E., 2004. - 1 mapa topogrfico : color. ; 40 x 64 cm. - (CartaMilitar de Portugal 1:25 000. Continente, srie M888 ; fl. 297).

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    A Leiria liga-se estreitamente o seu emblemtico castelo, alcandorado num topo a 100 metrosde altitude, j arruinado quando esta planta oitocentista foi levantada pelo oficial engenheiroBrando de Sousa. Smbolo do poder da dinastia de Avis, mas anterior a ela, a cidade entroudepois em decadncia, como toda a estrutura militar que anteriormente a suportara. Mas continuavaa ser um local privilegiado na ligao por estrada entre Lisboa e Coimbra, o que justifica o seu levan-tamento nesta altura.

    Do castelo se acedera outrora ao Arrabalde por uma porta localizada na parte setentrional, enquantodo lado oposto ficava a cidade moderna, com o seu vasto Rossio, em terrenos da margem plana do Lis(ou Lena, na planta, topnimo hoje reservado a um afluente da margem esquerda, imediatamente ajusante). Sobre este rio se marcaram trs pontes, uma delas em madeira, e o aude. Da outra margem,onde ficava o bairro dos Anjos, partia a estrada real em direco a Coimbra. A Sul, a cidade era domi-nada pelas alturas do Macio Calcrio Estremenho, enquanto, para a parte ocidental, se estendiam asareias litorais colonizadas pelo vasto Pinhal do Rei (ou de Leiria), importante recurso natural a cujaexplorao se associavam as no menos importantes fbricas de vidro e de pez.

    Brando de Sousa, o autor desta interessantssima planta, faz parte daquele grupo de oficiais do RealCorpo de Engenheiros que se distinguiram nos novos trabalhos topogrficos executados em Portugal napassagem do sculo XVIII para o seguinte. Em 1816 era chamado a integrar a equipa, liderada porMaximiano Jos da Serra, que procedeu ao reconhecimento da estrada de Lisboa a Coimbra e, depois, atao Porto, dividida cada uma delas em 6 distritos. Primeiro executou, acompanhado de Joaquim ManuelVidal, o levantamento cartogrfico do troo Lisboa (Arroios) Alcoentre, passando depois a administrar ostrabalhos no sector entre Leiria e Coimbra, enquanto Serra se encarregava da estrada do Porto. Nosrelatrios dos reconhecimentos ficaram expressas todas as colaboraes; a tambm se refere que ospassos intransitveis destas estradas derivavam: dos contnuos atoleiros com olhos-marinhos; das grandesalturas de penedias e rochedos; de vastas pores de estradas profundamente enterradas por onde apenascabe um carro; de correrem por muitas destas pores, em forma de ribeiros, levadas de gua, de que emcertos stios se serviam os habitantes para regar as fazendas, fazendo no meio das estradas socalcos depedra maneira de audes; e, finalmente, da falta de pontes e pontilhes sobre pequenos rios e ribeiros.

    Brando de Sousa seria ainda encarregado de levantar a planta da cidade de Leiria e do seu castelo,antes de regressar a Lisboa, onde continuaria at ao ano seguinte a passar a limpo os levantamentosefectuados. Dos reconhecimentos topogrficos, nas escalas de 1:20 000 (Lisboa a Coimbra) e 1:15 000(Coimbra ao Porto), resultaram inmeras folhas, entre borres de campo e desenhos finais.

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    SOUSA, Manuel Joaquim Brando de, 1757?-1833?

    Planta da cidade de Leiria / pelo major ManoelJoaquim Brandao de Sousa s ordens do tenente

    coronel Maximiano Jos da Serra. - Escala [1:2000],200 braas [por] 1 palmo. - [1816]. - 1 planta :

    ms., color. ; 56 x 63 cm.

    2099-2-17-24 (DIE)

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    PORTUGAL. Servios Cartogrficos do Exrcito, 1932-1959

    Alcobaa / Servios Cartogrficos do Exrcito ; levantada pelo Instituto Geogrfico e Cadastral ;actual. pelo capito A. Loureiro ; des. major Barbosa de Magalhes. - [Ed. 1]. - Escala 1:25 000. -[Lisboa] : S. C. E., 1940. - 1 mapa topogrfico : color. ; 40 x 64 cm. - (Carta Militar de Portugal1:25 000. Continente, srie M888 ; fl. 317).

    PORTUGAL. Instituto Geogrfico do Exrcito, 1993-

    Alcobaa / Instituto Geogrfico do Exrcito. - Ed. 3. - Escala 1:25 000, projeco transversa deMercator, WGS84. - Lisboa : I. G. E., 2004. - 1 mapa topogrfico : color. ; 40 x 64 cm. - (CartaMilitar de Portugal 1:25 000. Continente, srie M888 ; fl. 317).

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    P rofundamente marcada pela presena da Ordem de Cister, qual D. Afonso Henriques doou asterras conquistadas aos mouros em 1153, designadas por Coutos de Alcobaa (depois suces-sivamente aumentados por doaes), nesta cidade se construiu logo a seguir o mosteiro, queconstitui a sua obra mais emblemtica. O castelo, j ento existente, situava-se em local dominante dapequena povoao: destrudo e reconstrudo vezes sucessivas, acabaria finalmente por se desmoronarat s poucas runas que hoje subsistem.

    Quanto ao mosteiro, que foi tambm panteo da monarquia nacional, muitas intervenes se fizeramao longo dos sculos, uma das quais realizada por oficiais portugueses, sob a direco do engenheiroingls Guilherme Elsden, em 1775 e no ano seguinte. Nessa altura, com a colaborao de Isidoro PauloPereira (1740?-1824) e de Diogo Correia da Mota (fl. 1775-1795), o primeiro capito e o segundo seuajudante, levantaram-se as plantas da vila e do convento de Alcobaa. A planta ficaria, no entanto,incompleta e em borro, mas no seu original adivinham-se, desenhadas ou anotadas a lpis, outrasinformaes que a completavam, nomeadamente o jardim e o ptio, esquerda das paredes exte-riores do convento (assinaladas a vermelho) ou as reas inundadas (na parte inferior da planta). Taisindicaes no seriam passadas a limpo em 1826, mas esta cpia reduzida, meio sculo volvido, smostra que nenhuma representao militar de Alcobaa havia sido entretanto realizada.

    Elsden teve, contudo, outras intervenes importantes em Portugal, desde que aqui iniciou funesno princpio dos anos 60 do sculo XVIII. Talvez que entre os mais destacados levantamentos em queparticipou directamente, ou que coordenou de forma mais longnqua, se possam realar: o da barrade Aveiro (1777-1778), cuja situao motivava inmeros problemas aos seus habitantes e s actividadeseconmicas locais pelo facto da referida barra ter migrado muitos quilmetros para Sul, embora acomisso a que presidia no tenha tido resultados at porque Elsden morreu imediatamente a seguir(1779); o do stio da mina de carvo do Cabo Mondego (1773), cujo belssimo mapa e memria prepa-rou; o do Pinhal de Leiria (1769), delimitando pertenas e assinalando as importantes actividades comele relacionadas, como as fbricas de pez ou a extraco do carvo de pedra; os das Lezrias doRibatejo (1768-1771), por causa das inundaes nos frteis campos da parte jusante do rio Tejo, cujocadastro tambm efectuou, registando proprietrios e rendeiros, impostos e estado das suas terras.

    Apesar da planta de 1775, por ter ficado incompleta, no parecer mostrar a extenso edificada deAlcobaa, , no entanto, muito curiosa. Dela se destacam claramente, pelos aguarelados, a vinha eterra do Colgio (a verde) ou as terras de distintos foreiros. Sobressai tambm o stio da sua implan-tao na confluncia do rio Baa, vindo de Sul e no identificado, com o Alcoa, que desce da margemocidental do Macio Calcrio Estremenho e a que os autores chamaram rio que vem de Chequeda(Chiqueda), pequeno lugar situado imediatamente a montante.

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    ELSDEN, Guilherme,fl. 1762-1779, e outro

    Planta da villa deAlcobaa / [levantadapelo tenente-coronel

    Guilherme Elsden e pelocapito Isidoro Paulo

    Pereira em 1775 edepois reduzida] ;

    copiada por AntonioCazemiro Ferreira,

    tenente do Exercito emanno de 1826. - Escala

    [ca. 1:1900], 1000palmos = [11,4 cm]. -

    1826. - 1 planta : ms.,color. ; 42 x 76 cm.

    481-4-47-63 (DIE)

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    PORTUGAL. Instituto Geogrfico do Exrcito, 1993-

    Peniche / Instituto Geogrfico do Exrcito. - Ed. 4. - Escala 1:25 000, projeco transversa de Mercator,WGS84. - Lisboa : I. G. E., 2004. - 1 mapa topogrfico : color. ; 40 x 64 cm. - (Carta Militar de Portugal1:25 000. Continente, srie M888 ; fl. 337).

    PORTUGAL. Servios Cartogrficos do Exrcito, 1932-1959

    Peniche / Servios Cartogrficos do Exrcito ; levantada pelo Instituto Geogrfico e Cadastral ; des. cap.V. Simes. - [Ed. 1]. - Escala 1:25 000. - [Lisboa] : S. C. E., [1938]. - 1 mapa topogrfico : color. ; 40 x 64 cm. - (Carta Militar de Portugal 1:25 000. Continente, srie M888 ; fl. 337).

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    A praa de Peniche teve um enorme interesse estratgico na defesa da costa portuguesa, pelasua posio avanada num sector de traado rectilneo, e at na da capital, por constituir oextremo da linha militar que, do lado do Tejo, terminava junto a Santarm. Em frente, a ilhaBerlenga, com o seu forte, vigiava a costa e apoiava as embarcaes.

    Pela sua importncia, Peniche chegou mesmo a ser comparada com Gibraltar, apesar desta coroaruma massa de rochedos permanentes e aquela fechar o acesso de um istmo de volveis areias(Matias Jos Dias Azedo, 1814). No , pois, de estranhar que tenha sido cartograficamente muitorepresentada nos sculos XVIII e XIX. Depois, a perda de importncia deste papel defensivo levou transformao da fortaleza em priso poltica do Estado Novo, durante 40 anos, mas ao mesmo tempoao enorme crescimento urbano agora ligado a outras actividades, em particular pesca e ao turismo.

    Iniciada a construo da fortaleza em Quinhentos mas s terminada aquando da Guerra daRestaurao, em cuja ampliao trabalhou ento o engenheiro Nicolau de Langres (?-1665), a frenteabaluartada de mar a mar, por este j proposta, s se concretizaria, com diferenas, na primeirametade do sculo XVIII, por impedimento dos ingleses. Depois sofreu vrias intervenes e conheceumuitos projectos de melhoramento, como aquele que aqui se v, esboado em 1800 sob a direco deEusbio Dias Azedo. Mas as Invases Francesas puseram fim s obras ento iniciadas e pouco tempodepois delas restavam apenas os alicerces tapados.

    Na Cidadela concentravam-se os quartis, os subterrneos, a casa do governador da praa (destruda por umincndio em 1837), uma ermida, um pequeno paiol e duas cisternas (a marcao exaustiva dos poos ecisternas, pblicas ou particulares, denuncia um dos principais problemas desta rea, a falta de gua), bemcomo a grande furna que as ondas formaram, solapando aquele rochedo, por onde s vezes entram furio-sas e onde fora aberto superiormente um respiradouro para a expulso do ar, que as mesmas ondasimpelem com o estrondo na ocasio das tempestades. Eusbio Dias Azedo, que assina este belssimo ma-nuscrito (certamente alindado a partir dos borres de campo), era irmo do autor da memria atrs referida,que durante um largo perodo foi comandante do Real Corpo de Engenheiros. Em 1805, Eusbio erachamado para o servio do Arquivo Militar, e ainda a permanecia quando, em 1808, declarou ter sido subs-titudo em Peniche por um engenheiro francs e restitudo a este Arquivo j esbulhado de todo o seu recheiode mapas e memrias, que haviam sido enviados para o Brasil acompanhando o exlio da famlia real.

    O lugar de Peniche foi-se ento desenvolvendo junto s muralhas curvas que passaram a interceptar oistmo arenoso, inicialmente retalhado entre o Norte da Cidadela e a sua parte de cima. Manteve-sedurante muito tempo assim encostado a esta linha de fortificaes; depois, a exploso urbanaestendeu-o em direco ao Cabo Carvoeiro.

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    AZEDO, Eusbio Dias, 1752-1812?

    Planta da praa de Peniche, e de parte daPeninsula, em que est situada : com o

    projecto das obras de fortificaa necessariaspara a pr em estado de defena / levantada de

    ordem do S.r marechal general junto RealPessoa pellos oficiaes do Real Corpo de

    Engenheiros, que comanda o tenente coroneldo mesmo Corpo Euzebio Dias Azedo,

    encarregado do dito projecto, e sua execua,em Agosto de 1800. - Escala [ca. 1:5400],

    320 braas = [13,0 cm]. - 1800. - 1 mapa : ms.,color. ; 48 x 63 cm.

    C.C. 1798 A. (BNP)

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    PORTUGAL. Servio Cartogrfico do Exrcito, 1959-1993

    Sintra / Servio Cartogrfico do Exrcito. - Ed. 3. - Escala 1:25 000, projeco de Gauss,elipside internacional, datum de Lisboa. - [Lisboa] : S. C. E., 1992. - 1 mapa topogrfico : color. ;40 x 64 cm. - (Carta Militar de Portugal 1:25 000. Continente, srie M888 ; fl. 416).

    PORTUGAL. Servios Cartogrficos do Exrcito, 1932-1959

    Sintra / Servios Cartogrficos do Exrcito ; lev. pelo Instituto Geogrfico e Cadastral ; des. cap.A. M. Romo. - [Ed. 1]. - Escala 1:25 000. - [Lisboa] : S. C. E., 1940. - 1 mapa topogrfico : color. ;40 x 64 cm. - (Carta Militar de Portugal 1:25 000. Continente, srie M888 ; fl. 416).

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    J os Antnio de Abreu, oficial do Real Corpo de Engenheiros desde 1815, foi tambm durantealgum tempo comandante do Batalho de Artfices Engenheiros. Formado na Academia Real deFortificao, possua excelentes conhecimentos de desenho, no s militar como civil. Da tertrabalhado tambm no Arquivo Militar, dada at a sua dbil constituio fsica. Em Dezembro de 1843era encarregado do tombo das propriedades reais e, pelo menos durante 14 anos, levantou, nessaqualidade, quase uma vintena de plantas detalhadas de Caxias, de Belm, da Ajuda, do Alfeite, deMafra, etc., para alm desta de Sintra (1850) e ainda de uma outra sobre o Parque da Pena (1856).Contrariamente ao que era habitual nos levantamentos de natureza militar, estas plantas foramimpressas e algumas litografadas pelo prprio.

    Os monarcas portugueses sempre tiveram em Sintra o seu Pao, que foram engrandecendo etransformando. O aspecto actual sobretudo obra do tempo de D. Joo I e de D. Manuel I. Quanto aocastelo, cuja origem parece recuar aos sculos IX ou X, ele foi precocemente abandonado apesar dasgrandes reformas que sofreu aps a sua conquista aos mouros, quando a vila desceu na encosta norteda Serra e se organizou em torno do Pao rgio. Redescoberto para o imaginrio romntico no sculoXIX, o castelo voltava a ser alvo de obras, de que resultou em grande parte tudo aquilo que hojepodemos observar. Na pormenorizada planta oitocentista da Vila Velha de Sintra (um dos bairros doactual lugar, correspondente freguesia de S. Martinho) podero descortinar-se aspectos hojeinexistentes ou entretanto transformados e aqueles que, apesar de tudo, ainda persistem. Nela serepresentaram, por exemplo, o Aqueduto da Serra, a que se ligava o repuxo de cantaria lavrada queabastecia de gua o Pao, o Pelourinho, que depois foi destrudo por deciso camarria por razes deasseio pblico e onde quase um sculo depois a foi colocado outro em sua substituio, ou osedifcios de famlias importantes, que na legenda so enumeradas.

    A Serra de Sintra, de recorte oval e elevando-se a mais de 500 metros de altitude quase perpendi-cularmente costa, marca a Pennsula de Lisboa e a sua diversidade climtica: o Norte de feioatlntica, o mar agitado e os nevoeiros frequentes no Vero, enquanto as encostas do Sul so soa-lheiras, mesmo no Inverno, e as praias protegidas dos ventos. semelhana da Serra da Arrbida,tambm na de Sintra se abrigaram os que nela procuravam o refgio mstico ou a tranquilidade,fugindo do bulcio das cidades. Da a instalao, numa e noutra, do Mosteiro da Pena ou do Conventodos Capuchos, entre outros, e, depois, dos palacetes dos aristocratas ou das residncias de recreio daspessoas endinheiradas. A construo do caminho-de-ferro em 1887 ditaria o explosivo desenvolvi-mento ao longo da Linha de Sintra de centros urbanos perifricos (como Amadora, Queluz e Cacm),locais de residncia de famlias com rendimentos mais modestos a trabalhar em Lisboa.

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    ABREU, Jos Antnio de, 1796-1873

    Planta do Real Pao e da villa de Cintra / levantadapor Joz Antonio de Abreu capito engenheiro, vogal

    secretario da Commisso do Tombo dos Bens da Coroa,em Maio de 1850 ; J. A. de Abreu lith. - Escala 1:1000. -Lisboa : na Off. Lith. da Rua Nova dos Martyres n. 12 a

    14, 1850. - 1 planta : p&b, aguarelada ; 61 x 75 cm.

    C.C. 178 A. (BNP)

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    Instituto Geogrfico do Exrcito / 2005

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    PORTUGAL. Servio Cartogrfico do Exrcito, 1959-1993

    Cascais / Servio Cartogrfico do Exrcito. - Ed. 4. - Escala 1:25 000, projeco de Gauss,elipside internacional, datum de Lisboa. - [Lisboa] : S. C. E., 1992. - 1 mapa topogrfico : color. ;40 x 64 cm. - (Carta Militar de Portugal 1:25 000. Continente, srie M888 ; fl. 429).

    PORTUGAL. Servios Cartogrficos do Exrcito, 1932-1959

    Cascaes / Servios Cartogrficos do Exrcito ; des. ten. J. J. Silva. - [Ed. 1]. - Escala 1:25 000. -[Lisboa] : S. C. E., [1934]. - 1 mapa topogrfico : color. ; 40 x 64 cm. - (Carta Militar de Portugal1:25 000. Continente, srie M888 ; fl. 429).

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    A pesar da planta antiga de Cascais estar assinada, no foi possvel identificar o seu autor. A sus-peita de que o coronel graduado que a copiou, em data desconhecida, pudesse ser Franz vonWeyrother (1755-1806), um oficial austraco dispondo de formao tcnica de engenharia etendo essa patente entre 1799 e 1805, no se conseguiu confirmar. Provavelmente, no ser sequeruma hiptese credvel. Portanto, nada se sabe sobre esta planta, incluindo a altura em que foiexecutada (embora a aparncia a possa remeter para um perodo de meio sculo, entre meados deSetecentos e o comeo do sculo seguinte) ou a provenincia da informao a desenhada. Seja comofor, no se conhecem muitas plantas anteriores do conjunto deste centro urbano, com excepo daCidadela, amplamente representada pelos engenheiros desde h muito, apesar de Cascais ter sidofigurada em finais de Quinhentos, anexa a Lisboa, no Civitates Orbis Terrarum de Georg Braun. Estavista mostrava esquematicamente a localidade envolvida pela sua antiga muralha ovalada, de quehoje praticamente no restam vestgios, com 7 torres e uma porta voltada para a baa, atestando a suaimportncia como vila piscatria. Afastada da cerca, mas junto costa, foi representada ainda umatorre (construda em finais do sculo XV), que completava o antigo sistema defensivo. Cem anosdepois, quando a torre foi substituda por uma pequena fortaleza triangular, dedicada a Nossa Senhorada Luz, Cascais passara a ser considerada entre os locais de importncia estratgica para a defesa dabarra do Tejo. Com esse fim, outras foram tambm edificadas, como a Torre do Bugio ou o Forte de S.Julio (ambos de grande significado j que marcavam a entrada no oceano ou na barra) e, mais paradentro, a Torre Velha e a de Belm, auxiliadas por um rosrio de pequenas outras edificaes. Durantea Guerra da Restaurao, a fortificao era ampliada, adquirindo a forma que se lhe conhece, comdois ngulos muito agudos voltados para terra. E, quando as suas funes originais decaram, a Cida-dela era adaptada a residncia de frias da famlia real e, mais tarde, do membro de topo da hierarquiada Repblica.

    O desenvolvimento e a influncia de Lisboa determinaram decisivamente a evoluo de Cascais.Primeiro foi amuralhada para defender a capital, tanto o porto como os rgos do poder que aresidiam. Depois foi transformada em local de refgio poltico e de veraneio de uma elite maisendinheirada. Finalmente, aps a construo da via-frrea (1889) ou de estradas mais rpidas, foipassando tambm a subrbio longnquo da capital, no extremo da Linha a que emprestou o nome.Cascais, tal como Sintra (ou outros locais mais afastados da capital), conseguiu, no entanto, manter dealguma forma intacta a sua identidade e importncia, no quadro local ou regional. Ambas apresen-tam, em certos aspectos, alguns traos comuns no modo como se foram transformando e atraindo,em certo momento, uma clientela abonada, procurando o repouso na buliosa e soalheira estnciabalnear ou na melanclica e enevoada serra.

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  • cascais

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    WEYROTHER

    Plan des vile, citadelleet forts de Cascaes /copie p.r Weyrother,

    g.d. c. - Escala [ca. 1:4400], 400 pas

    [comuns] = [7,4 cm]. -[18--]. - 1 planta : ms.,

    color. ; 28 x 49 cm.

    1051-1-8-12 (DIE)

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  • lisboa

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    PORTUGAL. Instituto Geogrfico do Exrcito, 1993-

    Lisboa / Instituto Geogrfico do Exrcito. - Ed. 5. - Escala 1:25 000, projeco de Gauss,elipside internacional, datum de Lisboa. - [Lisboa] : I. G. E., 1993. - 1 mapa topogrfico : color. ;40 x 64 cm. - (Carta Militar de Portugal 1:25 000. Continente, srie M888 ; fl. 431).

    PORTUGAL. Estado-Maior do Exrcito. Seco de Cartografia Militar, 1911-1932

    Lisboa / Estado Maior do Exrcito, Seco de Cartografia Militar ; des. Brito Limpo ; auth.Victoria Pereira. - [Ed. 1]. - Escala 1:25 000. - [Lisboa] : S. C. M., [1928]. - 1 mapa topogrfico :color. ; 40 x 64 cm. - (Carta Militar de Portugal 1:25 000. Continente, srie M888 ; fl. 431).

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    G eralmente conhecida por planta de Fava, designao que despreza as suas variantes, estarepresentao de Lisboa dever ser considerada a primeira da capital do pas construda emmoldes modernos, tal o seu rigor e detalhe. No se conhece hoje o prottipo que lhe deu origem,levantado sob a direco de Duarte Jos Fava, em escala dupla, entre 1806 e 1809 (embora se tenhaatribudo a data que consta na edio de 1831). A coadjuv-lo nos trabalhos estavam os oficiais LusAntnio de Melo (que com ele tambm trabalhara na expedio da carta geral do reino, dirigida porCiera), Joo Pedro Duarte Pereira (que entretanto adoecia gravemente e ficava impossibilitado de tra-balhar) e Joo Damasceno da Cunha Machado Pinto (s vezes referido de forma abreviada). Em finais de1808, Fava comunicava superiormente que a planta estava j concluda desde Santa Apolnia at Torrede Belm (os seus limites a Oriente e a Ocidente) e que os trabalhos continuariam at ordens em con-trrio. Pelo menos um dos seus oficiais ainda nela trabalhava na primeira metade do ano seguinte.

    Atendendo marca de gua do papel, esta cpia manuscrita posterior a 1827, tendo sido executadano Arquivo Militar provavelmente a partir da verso que fora reduzida na Casa do Risco das ObrasPblicas em 1826, litografada em 1831 e impressa, a preto e branco, nesta escala. Segundo A. Vieira daSilva (1950), uma cpia da planta original, na escala de 1:2500, que existia na antiga Direco de ObrasPblicas, em Lisboa, desapareceu em 1919 no incndio que devorou a ala oriental da Praa doComrcio. Dela, o que existe so sobretudo rplicas reduzidas, dado que na escala original apenas seconhecem hoje alguns poucos fragmentos. Outra verso, na escala de 1:10 000, seria gravada em 1834por Joo Jos Ferreira de Sousa, no Arquivo Militar, para onde este engenheiro transitara vindo doBrasil e onde introduziu a litografia.

    Quando esta planta foi delineada, no comeo de Oitocentos, Lisboa, capital do pas e de um vastoimprio, tinha j grandes dimenses. A sua populao, estimada por Franzini (ca. 1804) em 237 000habitantes, havia crescido de modo muito sensvel. Cidade ainda voltada para a frente ribeirinha, amancha edificada e mais ou menos contnua seguia a margem do Tejo, de Santa Apolnia at Belm,subindo o ncleo tradicional, a partir do fundo plano da Baixa, ao longo das encostas e deixando osvales livres para as actividades agrcolas. O abrupto vale de Alcntara e a frente escarpada do Castelo--Penha de Frana marcavam os obstculos ao crescimento desse ncleo para Poente e Nascente. Paral do primeiro estabelecera-se o longnquo bairro da Ajuda, enquanto o vazio Campo Pequeno estavaj em parte fora do espao desta planta, cortado pela sua margem superior. A expanso para Norte,pelas Avenidas Novas, apenas se concretizaria no sculo XX, acompanhada pela densificao de quasetodo o espao envolvente. E no comeo do sculo XXI a cidade ultrapassava j os 560 000 habitantes.

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  • lisboa

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    FAVA, Duarte Jos, 1772-1826, e outros

    Carta topografica da cidade de Lisba, ebairro de Belem, at bateria do Bom

    Successo / levantada [no ano de 1807 debaixoda direco do capito engenheiro Duarte Jos

    Fava] pelos officiaes do Real Corpo deEngenheiros Luiz Antonio de Mello, capito, e

    os primeiros tenentes Joo Pedro Duarte Pereirae Joo Damasceno da Cunha Pinto ; copiada no

    Real Archivo Militar. - Escala [ca. 1:5000], 500braas por palmo. - [1827-1831]. - 1 planta :

    ms., color. ; 92 x 183 cm.

    2305-2-16-22 (DIE)

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  • ALHOS VEDROS

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    PORTUGAL. Servio Cartogrfico do Exrcito, 1959-1993

    Moita / Servio Cartogrfico do Exrcito. - Ed. 4. - Escala 1:25 000, projeco de Gauss,elipside internacional, datum de Lisboa. - [Lisboa] : S. C. E., 1992. - 1 mapa topogrfico : color. ;40 x 64 cm. - (Carta Militar de Portugal 1:25000 Continente, srie M888 ; fl. 443).

    PORTUGAL. Servios Cartogrficos do Exrcito, 1932-1959

    Moita / Servios Cartogrficos do Exrcito ; des. Viegas Junior. - [Ed. 1]. - Escala 1:25 000. -[Lisboa] : S. C. E., [1938]. - 1 mapa topogrfico : color. ; 40 x 64 cm. - (Carta Militar de Portugal1:25000 Continente, srie M888 ; fl. 443).

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    C om apenas quatro centenas de habitantes, Alhos Vedros era um pequeno lugarejo quandoMaximiano Jos da Serra delineou a planta a seguir reproduzida. Este engenheiro, que estiveraa trabalhar nos aforamentos da praa de Setbal, passou, logo a seguir, para os levantamentosda carta desta comarca (de 1804 a 1807), tendo sido auxiliado por Jos Dionsio da Serra (1779-1836),seu filho, e por Camilo Jos Gomes Castelo (1758?-post 1813). Na mesma altura, executou tambm asplantas de Setbal, de Palmela e da Moita.

    Como aqui se observa, em todo o rebordo da Outra Banda, as marinhas dominavam a paisagem porentre terrenos baixos e alagadios, numa rea em que a linha de costa se torna mais indefinida e recortada pelos pequenos ribeiros vindos da Serra da Arrbida. Eram, por isso, tambm terras prop-cias ao paludismo, nesta altura ainda no erradicado.

    Para l do rosrio de lugares situados entre Almada e Alcochete estendiam-se as terras cultivadas, asvinhas e, a seguir, os pinhais que abasteciam Lisboa de lenha, repetidamente consumidos pelos fogos.Depois era o interior desrtico, de matos e charnecas, da Pennsula de Setbal. Na poca, os 12 lugaresmais importantes contabilizavam talvez 70 % dos cerca de 50 000 habitantes da Pennsula (Neves Costa,1806), correspondendo hoje a pouco mais de 30 % de um total global de 710 000 pessoas que aquiresidem. A provvel densidade de ocupao de cerca de 50 habitantes/km2 da altura ascende agora aovalor incomparavelmente maior de 1600.

    No ltimo recenseamento da populao (2001), contaram-se no lugar de Alhos Vedros cerca de 4500residentes, ou seja, 10 vezes mais do que no momento aqui retratado. E do conjunto de lugares que se esten-dem de Almada a Alcochete, outros conheceram tambm uma enorme exploso, sobretudo no sculo XX:em 200 anos, a populao de Almada quintuplicava e a do Barreiro ou Lavradio aumentava quase 20 vezes.

    Em Aldeia Galega (actualmente, Montijo) comeava ento a estrada mais importante que ligavaLisboa ao Alentejo, mas a travessia do Tejo por barco fazia que no seu cais no fosse sempre certo oembarque e desembarque, por ser preciso haver ao menos quatro horas de enchente, ou no havermais de duas de vazante, cujo defeito se pode remediar quando fosse necessrio, construindo na pon-ta do Montijo um cais sobre a margem do Tejo, havendo deste modo s duas lguas de mar em atra-vessar o dito Tejo (Isidoro Paulo Pereira, 1796). Vrias so as cidades portuguesas estabelecidas namargem direita de rios que tm os seus arrabaldes na outra margem, como o caso de Lisboa com aOutra Banda, separadas por mais de 1,5 km de gua. Mas estes numerosos lugares que a indstria, ostransportes ou as funes residenciais fizeram surgir ou desenvolver na margem esquerda do Tejo,esto hoje mais prximos do centro da capital que muitos aglomerados que se foram estendendo aolongo da Linha de Sintra, de Cascais ou do Norte.

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  • ALHOS VEDROS

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    SERRA, Maximiano Jos da, 1750?-1834

    Planta de Alhos Vedros / levantada porMaximiano Joze da Serra, coronel do RealCorpo de Engenheiros, no anno de 1805 ;

    dezenhada por Joze Antonio Moro, 2.tenente do mesmo Corpo, debaixo das

    direcoens do mesmo coronel em 1820. -Escala 1:2000. - 1820. - 1 planta : ms., color. ;

    49 x 64 cm.

    3105-2A-25-35 (DIE)

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    Instituto Geogrfico Portugus / 2005

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  • azeito

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    PORTUGAL. Instituto Geogrfico do Exrcito, 1993-

    Setbal / Instituto Geogrfico do Exrcito. - Ed. 4. - Escala 1:25 000, projeco de Gauss,elipside internacional, datum de Lisboa. - [Lisboa] : I. G. E., 1994. - 1 mapa topogrfico : color. ;40 x 64 cm. - (Carta Militar de Portugal 1:25 000. Continente, srie M888 ; fl. 454).

    PORTUGAL. Servios Cartogrficos do Exrcito, 1932-1959

    Setubal / Servios Cartogrficos do Exrcito ; rev. I.[nstituto] G.[eogrfico] e C.[adastr]al ; des. cap. R. Alvares Pereira. - [Ed. 1]. - Escala 1:25 000. - [Lisboa] : S. C. E., [1937]. - 1 mapatopogrfico : color. ; 40 x 64 cm. - (Carta Militar de Portugal 1:25 000. Continente, srie M888 ;fl. 454).

    catalogo civitates 2.qxp 05-11-2008 15:37 Page 70

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    A s aldeias da Portela, de Coina Velha, de S. Pedro, de Irmos, de Oleiros, Rica, Nogueira, de Cas-tanhos e Fresca constituam o rosrio de povoaes situadas ao longo da estrada que deSesimbra conduzia Moita e a Palmela. Azeito, que designa de forma abrangente esta srie delugares dispostos a cerca de 100 metros de altitude entre as colinas que antecedem a Serra da Arrbidae a vasta plancie que se estende at ao Tejo, era a terra preferida da fidalguia. Do sculo XV ao XVIIIcobre-se a regio de palcios e casas solarengas; teve farta cultura de oliveiras e vinhedos, indstriasflorescentes de tecelagem de algodo, fabrico de chitas, tinturaria, etc. Ainda h restos desse passadobrilhante: o palcio e quinta da Bacalhoa, as casas nobres de Vila Nogueira, os amplos edifcios dosteares, hoje transformados em armazns de vinhos, e por toda a parte, de Vila Fresca a Aldeia deIrmos, certo ar afidalgado das povoaes que marginam a estrada. So aldeias de um carcter espe-cial, ricas e embelezadas, numa preocupao de urbanismo, lugares de veraneio quando Lisboa, sob a aco dos calores estivais, alarga os seus limites e extravasa pelo campo a populao abastada (O. Ribeiro, 2004, p. 90-91, reedio de 1936).

    Esta importncia j antiga levou, em 1759, separao de Azeito do termo de Sesimbra, constituindo-seo concelho de Vila Fresca, cuja sede foi pouco depois transferida para Vila Nogueira, acabando emmeados do sculo XIX por ser anexada a Setbal. Na altura em que esta planta foi levantada, Azeito noteria mais do que 2300 habitantes, enquanto hoje no chegaro a residir aqui 10 000 pessoas.

    A este conjunto falta j uma planta, a quarta, que deveria complet-lo at s Vendas de Azeito. Pelassimilitudes com outras do mesmo autor desenhadas por Jos Antnio Mouro em 1820, supe-se queeste tambm as ter copiado na mesma altura. Mas o levantamento provavelmente muito anterior,recuando a 1790, ao momento em que a Academia das Cincias de Lisboa incumbiu Jacob CrisstomoPretorius de dar incio ansiada carta geral do reino, de que a da comarca de Setbal iria servir demodelo. A coadjuv-lo estava Henrique Niemeyer, que a Academia mandou depois separar, ficandoeste engenheiro alemo a ser apoiado por Serra e outros. Desconfianas fundamentadas levaram-nosa medir uma base geodsica entre Vila Fresca e a Aldeia de Irmos, estabelecendo ainda que o levan-tamento seria em escala oito vezes maior do que estava estipulado, para representar todo o detalhepossvel. Depois, Serra foi incumbido de levantar a planta da vila e aldeias de Azeito e do terrenoadjacente, enquanto outros arrolavam dados econmicos sobre a regio. Um borro desta plantaestava concludo em Junho de 1790 e, pelo menos, at Novembro os engenheiros mantiveram-seainda activos. Acusados do pouco que haviam feito, por aqui parecem ter ficado os levantamentoscartogrficos pois, em Outubro desse ano, o governo incumbia Francisco Antnio Ciera de comearos trabalhos geodsicos necessrios concretizao da carta, nunca concluda.

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  • azeito

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    SERRA, Maximiano Jos da, 1750?-1834, eoutros

    Carta que contem as aldas d'Azeita /[levantada em 1790 pelo capito do RealCorpo de Engenheiros Maximiano Jos daSerra, sob a direco de Henrique Niemeyer ;desenhada por Jos Antnio Mouro em1820?]. - Escala 1:2000. - [1820]. - 1 plantaem 3 fls. : ms., color. ; 47 x 63 cm cada.

    3104/I-2A-25-35 a 3104/III-2A-25-35 (DIE)

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  • Instituto Geogrfico Portugus / 2005

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  • palmela

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    PORTUGAL. Instituto Geogrfico do Exrcito, 1993-

    Setbal / Instituto Geogrfico do Exrcito. - Ed. 4. - Escala 1:25 000, projeco de Gauss,elipside internacional, datum de Lisboa. - [Lisboa] : I. G. E., 1994. - 1 mapa topogrfico : color. ;40 x 64 cm. - (Carta Militar de Portugal 1:25 000. Continente, srie M888 ; fl. 454).

    PORTUGAL. Servios Cartogrficos do Exrcito, 1932-1959

    Setubal / Servios Cartogrficos do Exrcito ; rev. I.[nstituto] G.[eogrfico] e C.[adastr]al ; des. cap. R. Alvares Pereira. - [Ed. 1]. - Escala 1:25 000. - [Lisboa] : S. C. E., [1937]. - 1 mapatopogrfico : color. ; 40 x 64 cm. - (Carta Militar de Portugal 1:25 000. Continente, srie M888 ;fl. 454).

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    P almela, adormecida sombra dos muros do seu castelo, no alto do morro donde v passar, naplancie, a estrada e o caminho de ferro, o tipo de aglomerao humana que, tendocumprido a sua finalidade a de defesa, neste caso , vive apenas merc do impulso histrico:de notvel vilafortaleza passou a modesto centro rural. Estas palavras do gegrafo Orlando Ribeiro,escritas em 1936 (reedio de 2004, p. 93), no puderam tomar em conta o desenvolvimento demogrficoe econmico que a rea sofreu posteriormente, apesar das assimetrias que ainda se reconhecem entre asua parte nascente e poente. Assim, em meio sculo (1950-2001), a populao do vasto concelho dePalmela mais do que duplicou (acima de 50 000 residentes em 2001), crescendo sobretudo nos anos 80 e90 custa da freguesia do Pinhal Novo. certo que o prprio lugar (actualmente com cerca de 5300habitantes) no chegou a duplicar desde que esta planta foi levantada.

    Mas a origem da povoao de Palmela perde-se nos tempos, bem como as preocupaes defensivas,que se traduziram na edificao do seu castelo e das muralhas no topo da colina que termina abrupta-mente do lado sul, voltado a Setbal. Durante o domnio islmico existia j uma estrutura defensivaimportante mas foi a instalao no castelo da sede da Ordem de Santiago, no sculo XV, que levou agrandes obras (incluindo a edificao do convento e da igreja, assinalados na planta) e motivou aprosperidade da vila nesta poca.

    Originalmente levantada em 1806 e copiada 14 anos depois de forma muito expressiva, a plantaantiga que aqui se reproduz mostra um lugar desenvolvido fora das muralhas do seu casteloalcandorado, que dominava a vastido quase desrtica da Pennsula de Setbal. Com cerca de3000 habitantes na altura, um pouco menos do que Almada, era o terceiro lugar mais populosodesta Pennsula. No apertado recinto do castelo estavam o Convento e a Igreja dos Freires, da Or-dem de Santiago, algumas construes militares que serviam de quartis e armazns, as cisternas euma bateria. Poucos edifcios so identificados no prprio lugar de Palmela mas, pelo seu interesseat militar, registaram-se os moinhos e chafarizes.

    Serra, o seu autor, talvez o mais prolfico engenheiro militar da viragem desse sculo e o queefectuou mais levantamentos cartogrficos, em mltiplas regies do pas. Depois de ter estado naPennsula de Setbal em 1790, em 1804 partia ele para uma nova comisso na mesma regio, tendoagora s suas ordens o filho, Jos Dionsio da Serra, e Camilo Jos Gomes Castelo. Durante trsanos, levantou, para alm desta planta, a de Setbal, da Moita e de Alhos Vedros (1805), entreoutras. Nessa altura, escrevendo aos seus superiores hierrquicos a dar conta do andamento dostrabalhos, enviava tambm uma pequena memria sobre a turfa do paul da Comporta, de grandeutilidade para fundies e fornos, e anunciava que iria, a seguir, levantar os terrenos de Sesimbraonde ela tambm existia.

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  • palmela

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    SERRA, Maximiano Jos da, 1750?-1834

    Planta da villa de Palmela / levantada porMaximiano Joze da Serra, coronel do RealCorpo de Engenheiros, no anno de 1806 ;

    dezenhada por Joze Antonio Mora, 2. tenente do mesmo Corpo, no anno de

    1820, debaixo das direcoens do sobredittocoronel. - Escala 1:2000. - 1820. - 1 planta :

    ms., color. ; 48 x 62 cm.

    3107-4-47-63 (DIE)

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    N Instituto Geogrfico Portugus / 2005

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  • setbal

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    PORTUGAL. Instituto Geogrfico do Exrcito, 1993-

    Setbal / Instituto Geogrfico do Exrcito. - Ed. 4. - Escala 1:25 000, projeco de Gauss,elipside internacional,


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