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Questao Agraria - Kautsky

Date post: 02-Mar-2018
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    A questo AgrriaKarl Kautsky____________________________________________

    COLEO

    proposta universitria

    KARL KAUTSKY

    A questo a!rria

    Tra"u#o "e C$%&ERO%'

    Apresenta#o "e

    (O)%* +A),E%RA

    &RO&OSTA E"itorial

    -. e"i#o / E"itora 0la1a

    2.3 e"i#o / E"itora Lae11ert 4 -567

    8. e"i#o / &roposta E"itorial 4 -579

    Proposta Editorial Ltda.

    R$ :ar1onia3 669 / S&

    Printed in Brazil %1presso no +rasil

    ;),%CE

    )ota "o E"itor

    Lenin3 Kautsky e a io ? tra"u#o =ran>esa

    &re=>io ? e"i#o ale1

    A evolu#o "a a!ri>ultura na so>ie"a"e >apitalista

    %ntro"u#o

    O >a1pon@s e a in"stria

    A agricultura sob o feudalismo

    A >ultura "e tr@s a=olBa1entos

    ,i1inui#o "a >ultura "e tr@s a=olBa1entos pela a#o "a !ran"e eplora#o "os senBores territoriais

    O >a1pones se to1a u1 =a1into

    O siste1a "e tr@s a=olBa1entos se to1a u1 entrave insuportvel para a a!ri>ultura

    A agricultura moderna

    Consu1o e pro"u#o "e >arne

    -

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    (Dto"o "e >ultura alterna"a$ ,iviso "o TraalBo$

    A 1quina na a!ri>ultura

    Ester>os3 a>tDrias$

    A a!ri>ultura >o1o >i@n>ia$

    O carter capitalista da agricultura moderna.

    O valor

    (ais/valia e lu>ro

    A ren"a "i=eren>ial

    A ren"a territorial asoluta

    O pre#o "o solo$

    Grande e pequena explorao

    A superiori"a"e tD>ni>a "a !ran"e eplora#o $

    E>esso "e traalBo e insu=i>i@n>ia "e >onsu1o na pequena eplora#o

    As so>ie"a"es >ooperativas

    Os limites da explorao capitalista

    Os "a"os "a estatFsti>a

    ,esapare>i1ento "a pequena proprie"a"e in"ustrial

    A li1ita#o "o solo

    A !ran"e eplora#o no D ne>essaria1ente a 1elBor

    O lati=n"io

    A =alta "e ra#os$

    A proletarizao dos camponeses

    A ten"@n>ia ? =ra!1enta#o "o solo

    As "iversas o>upa#Ges a>essHrias "o >a1pon@sAs dificuldades crescentes da agricultura que produz para o mercado

    A ren"a territorial

    O "ireito "e su>esso

    0i"ei>o1isso e IAnerenre>BtI

    A eplora#o "o >a1po pela >i"a"e

    ,espovoa1ento "o >a1po

    A concorrncia dos produtos de alm-mar e a industrializao da agricultura

    A in"stria "e eporta#o

    As estra"as "e =erro

    Os "o1Fnios "a >on>orr@n>ia "os !@neros ali1entF>ios

    A re!resso "a pro"u#o "e >ereais

    Unio "a in"stria e "a a!ri>ultura

    Sustitui#o "a a!ri>ultura pela in"stria

    m ol!ar para o futuro

    As 1olas "a evolu#o

    Os ele1entos "a a!ri>ultura so>ialista

    2

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    )OTA ,O E,%TOR

    : eata1ente oitenta anos atrs3 Karl Kautsky3 teHri>o 1arista "os 1ais notveis e1 suaDpo>a3 e lF"er in>ontestvel "a %% interna>ional3 es>reveu sua !ran"e ora3 A Questo Agrria.

    ,urante to"os estes anos3 A Questo Agrria no per"eu sua atuali"a"e e i1portJn>ia$&er1ane>e ain"a Boe >o1o o 1ais >o1pleto estu"o sH>io/e>on1i>o "as leis que re!e1 o"esenvolvi1ento "o >a1po3 so o >apitalis1o$

    Este !ran"e teHri>o 1arista / que se!un"o Lenin3 I>onBe>ia "e >or O CapitalI / es>reve seulivro a partir "as "is>ussGes e ne>essi"a"es sur!i"as "entro "o &arti"o So>ial ,e1o>rata Ale1o3 e1 =ins"o sD>ulo passa"o$ ,ois anos "epois3 >o1ple1enta/a3 es>reven"o u1 outro livroM O Programa Agrrio doPartido Socialista Alemo.

    &orD13 al!uns anos "epois3 1ais eata1ente e1 -5-N3 as "iver!@n>ias entre Karl Kautsky e aala esquer"a "o parti"o ale1o au1enta13 e se >on>retia1 a partir "o 1o1ento e1 que ele elaora a sua

    teoria "o super i1perialis1o e >on>ilia >o1 os so>iais patriotas3 parti"rios "a !uerra e "a "e=esa na>ional$)essa 1es1a Dpo>a3 os ol>Beviques$ ta1D1 ro1pe1 >o1 Kautsky3 e Lenin o >Ba1a "e

    renegado. Este "eate D a>irra"o "evi"o ?s posi#Ges "e Kautsky sore o pro>esso revolu>ionrio russo$ Elea>re"itava que na Rssia3 a to1a"a "o po"er se e=etuaria pa>i=i>a1ente3 pela via parla1entar3 e a>Bavaque o paFs no estava ain"a 1a"uro para o so>ialis1o$

    )o entanto3 sua autori"a"e teHri>a era to !ran"e3 e to !ran"e =ora1 as suas >ontriui#Gese1 sua >Ba1a"a Ipri1eira =aseI3 que Lenin e Trotsky3 e1 1eio ? !uerra >ivil3 vira1/se ori!a"os a es>reveru1 livro para reater as suas >rFti>as$ Lenin es>reveM IA revolu#o proletria e o rene!a"o KautskyI$Trotsky3 e1 seu =a1oso tre1 lin"a"o3 es>reve ITerroris1o e Co1unis1oI Pou IO Anti/KautskyIQ$

    ,a >Ba1a"a Ipri1eira =aseI "e Karl Kautsky3 se1 "vi"asA Questo Agrria D a que 1ere>eupor parte "o pli>o rasileiro e e1 to"o o 1un"o3 o 1aior "estaque$ Ao la"o "ela3 po"e1os enu1erarain"aM O Programa Agrrio do Partido Socialista Alemo Pa ser e"ita"o reve1enteQ3 O Cristianismo, A DoutrinaEconmica. To"as3 oras que o >onsa!rara13 naquela Dpo>a3 >o1o u1 "os 1ais =iDis intDrpretes "a"outrina 1arista$

    A presente e"i#o "e A Questo Agrria, D na ver"a"e3 a ter>eira e1 lFn!ua portu!uesa$ Antes3 aE"itora 0la1a e a E"itora Lae11ert tivera1 o 1Drito "e puli>ar esta ora3 que rapi"a1ente se es!otou$

    Te1os a a>res>entar3 que esta e"i#o =oi possFvel "evi"o ? >a1ara"a!e1 e !entilea "e :er1FnioSa>>Beta que nos autoriou a utilia#o "os ori!inais "a E"itora 0la1a3 >ui"a"osa1ente tra"ui"os por C$lperoi!3 alis i>tor Aeve"o$

    A tra"u#o "e i>tor Aeve"o3 paulista "e +ariri3 1ere>e u1 "estaque espe>ial$ Este in>ansvelatalBa"or3 que parti>ipou "a =un"a#o "o &arti"o So>ialista Revolu>ionrio3 =oi u1 !ran"e ornalista eensaFsta$ ,es"e seu traalBo no Correio &aulistano e "epois no ,irio "a )oite3 atD oras Bistorio!r=i>assore persona!ens rasileiros i1portantes PRe!ente 0ei63 Raposo Tavares e (anuel &retoQ3 i>tor "eAeve"o teve3 >o1o seu >o1panBeiro :er1Fnio Sa>>Beta3 u1a vi"a to"a "e"i>a"a e1 prol "o so>ialis1o$

    E1 -553 no 1Ds "e unBo3 itor "e Aeve"o "eia "e viver aos N anos "e i"a"e$ ,os seustraalBos >o1o tra"utor3 1ere>eu u1 !ran"e "estaque alD1 "eA Questo Agrria, o livro Stlin, "e LeonTrotsky$

    E =inal1ente3 nossos a!ra"e>i1entos a (oni +an"eira3 que autoriou a puli>a#o "e seu tetoLenin, !auts"# e a $uesto agrria, na apresenta#o "este livro$

    So &aulo3 outuro "e -579

    8

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    LE%&%, !A'(S!) E A Q'ES(*O A+-&A

    At /o0e, nos meios socialistas, o ep1teto de rene!a"o sempre este2e associado ao nome de!auts"#. Cele3rizou4o assim a 5amosa 3roc/ura / A revolu#o proletria e o rene!a"o3 Kautsky / $ue Leninescre2eu para de5ender a 5orma de go2erno implantada, na 6ssia, pelos 3olc/e2i$ues, ap7s a tomada dopoder, em de no2em3ro de -5-$

    enegado por $ue8 9!auts"# con/ece :ar; $uase de cor9 < dizia Lenin, no ardor da polemica e,mais adiante, acrescenta2a= 9Por muitas de suas o3ras, recon/ecemos $ue !auts"# soue ser um/istoriador mar;ista e esses tra3al/os 5icaro como /eran>a ines$uec12el do proletariado, apesar daapostasia do autor9.

    %em mesmo a aspereza do com3ate le2aria Lenin a cometer uma in0usti>a.

    !auts"#, na 2erdade, a3andonara os princ1pios re2olucionrios do mar;ismo, como a insurrei>oarmada e a ditadura do proletariado, imaginando $ue a 2it7ria do partido socialista, pela maioriaesmagadora do 2oto popular, 5or>aria as classes dominantes a capitular e aceitar, paci5icamente, a re5ormadas institui>?es. Considera2a, alm do mais, $ue o socialismo s7 se tornaria poss12el num pa1s onde as5or>as de produ>o, so3 as rela>?es do capitalismo, esti2essem completamente desen2ol2idas. E a 6ssiaatrasada e semi45eudal no se inclu1a, naturalmente, neste caso.

    'm /omem como !auts"#, legatrio de :ar; e disc1pulo de Engels, no poderia adotar a$uelasconcep>?es $ue o le2aram a colocar4se contra a tomada do poder pelos 3olc/e2i$ues e a criticaracer3amente a ep63lica dos So2ietes, sem a30urar a doutrina= A 2iol@ncia do ata$ue des5ec/ado por Lenincorrespondia, portanto, ? estatura pol1tica e te7rica da$uele $ue con/ecia :ar; $uase de core escre2erao3ras $ue constitu1am preciosa /eran>a do proletariado. Culmina2a uma luta iniciada em -5-N3 $uandoLenin, os 3olc/e2i$ues russos e a ala es$uerda da social4democracia alem, / osa Lu;em3urg e !arlLie3"nec/t / di2ergiram, a3ertamente, de !auts"#, c/e5e da && &nternacional, a prop7sito da conceitua>o do

    imperialismo e da posi>o diante da guerra mundial. Entre a direita dos socialistas // $ue aderiu aos seusrespecti2os go2ernos, no con5lito, apoiando a de5esa da ptria / e a es$uerda internacionalista / $uepropugna2a pela trans5orma>o da guerra imperialista em guerra re2olucionria contra o regime 3urgu@s,nos pa1ses en2ol2idos pela con5lagra>o / !auts"# assumiu uma atitude de centro, paci5ista. %o apoia2a aguerra, a de5esa nacional, mas concilia2a com a ala direita / Sc/eidemann, +uesde, ander2elde,Ple"ano2, os social4patriotas. Lan>a2a o apelo paz, $uando, para L@nin e a es$uerda internacionalista, oapelo paz 9s7 ad$uiria sentido como apelo luta re2olucionria9.

    !art !auts"# P-7N / -587Q representou, at ento, opapel de eminente te7rico mar;ista, 9autoridadesuprema da && &nternacional9, para usar a e;presso de Lenin. il/o de :ina !auts"#, con/ecida como atrize escritora, militante socialista, nasceu em Praga e estudou na 'ni2ersidade de iena. Em -7783 5undou o)eue *eit3 $ue se tornou o 7rgo o5icial da &nternacional Socialista, constituindo, at -5-3 um dosprincipais 7rgos de di2ulga>o mar;ista, apesar dos seus des2ios, a partir de -5-N$ Como todos ossocialistas da$uela poca, !auts"# te2e uma carreira 3astante mo2imentada, 2i2endo de cidade em cidadeda Europa= de -779 a -7723 em uric/ em -7783 em Stuttgart em -77N3 no2amente em uric/ de -77 a-7753 em Londres em -7593 em Stuttgart em FGHI, radicou4se em Berlim, trans5erindo4se, na dcada de-5293para iena, onde passa2a grande parte do ano.

    A autoridade de !auts"#, como pensador e l1der socialista, cresceu, nos 5ins do sculo passado,desde a pu3lica>o de 2rias o3ras, como A "outrina e>on1i>a "e Karl (ar3 a Utopia3 s3re (omas:orus, O Cristianis1o$ o &ro!ra1a So>ialista3 A ialistae A "outrina so>ialista3 li2ro este em $ue de5endeu os princ1pios re2olucionrios do mar;ismo contra astentati2as de re2iso realizada por Eduard Bernstein P-79/-582Q3 no seu li2ro ,ie oraussetun!en "esSoialis1us un" "ie Au=!aen "er Soial"e1okratie P-755Q3 traduzido para o ingl@s so3 o t1tulo deEvolutionary So>ialis1 e, para o 5ranc@s, como So>ialis1e TBDorique et So>ial"e1o>ratie &ratique$

    A o $ue a$uele partido de2eria adotar diante dos camponeses. Os

    32aros, dirigidos por +eorg 2on ollmar JFGK4FHMMN, entendiam $ue os socialistas de2eriam considerar os

    N

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    camponeses po3res como proletrios e $ue estes no tendiam a desaparecer, esmagados pelo capitalismo.!auts"#, depois de in2estir contra essa pol1tica, atacou, 2eementemente, o in5orme do comit@ agrrio dopartido, composto por Be3el, Lie3"nec/t Jo paiN e ollmar, mostrando $ue muitas das medidas propostas5ortaleceriam o Estado 3urgu@s, ao contrrio de de3ilit4lo, $ue era a tare5a dos socialistas. Seu ponto de2ista pre2aleceu.

    EmA onBe>e/la$

    (O)%* +A),E%RA

    PE-C&O (AD'*O A%CESA

    A presente edi>o surge mais de um ano ap7s o original alemo. Pude, pois, 3ene5ici4la >o1 ascr1ticas $ue este suscitou, e o 5iz satis5eito, na medida e1 $ue elas me c/egaram ao con/ecimento e em$ue l/es recon/eci a 0usteza. :as s7 ti2e a corrigir pe$uenos enganos e algumas passagensinsu5icientemente claras. :in/as opini?es essenciais no mudaram, e 5oram mesmo con5irmadas pelaso3ser2a>?es dos meus cr1ticos, as $uais pro2in/am, na sua maioria, de di5eren>as de mtodo e de pontosde 2ista, e um pouco da circunstRncia de se pretender en;ergar nas entrelin/as de meu tra3al/o coisas $uea1 no se encontra2am.

    A razo para tanto 2amos encontr4la, em parte, na comple;idade do o30eto de meu estudo emparte, nos mal4entendidos relati2os ao mtodo $ue segui, em 2irtude dos $uais /ou2e $uem esperasse"es>ri#Ges "e esta"os t1picos onde eu dese0ei apresentar ee1plos de ten"@n>ias t1picas e1parte, en5im,na pre2en>o e2idente de muitos, $ue iniciaram a leitura de meu li2ro, com a con2ic>o de $ue contin/acertas opini?es.

    A este respeito me acontece / si parva li>et >o1ponere 1a!nis / o$ue aconteceu a :ar; com a suateoria do 2alor A teoria do 2alor de icardo 5ora utilizada pelos socialistas tanto para a demonstra>o daini$idade e;pressa nosalariato $uanta para o esta3elecimento de u1 sistema socialista de produ>o e detroca. :ar; desen2ol2eu4a a t1tulo de e;plica>o do con0unto do processo da produ>o capitalista. :as nocome>o a maioria dos leitores, sa3endo $ue :ar; era socialista, empreendeu o estudo de O Capital >o1 acon2ic>o de $ue ele desen2ol2eria a teoria do 2alor como os socialistas precedentes, no des1gnio demoralizar ou de construir utopias. Assim, op63lico alemo, antes da leitura de meu li2ro, sa3ia $ue eu eramar;ista e $ue no congresso de Breslau eu me pronunciara contra $ual$uer de5esa arti5icial doscamponeses. Puseram4se, pois, a percorrer o meu li2ro com a certeza de $ue nele /a2ia uma tentati2a para5undamentar e resguardar o "o!1a 1arista$ Com e5eito no encontraram outra coisa, e nas suas cr1ticascensuraram o 1eu 5acciosismo.

    Pe>o, pois, aos meus leitores 5ranceses $ue no tomem con/ecimento do meu tra3al/o com amesma idia preconce3ida.

    %o posso e no $uero, certamente, negar $ue me situa2a num determinado ponto de 2ista, o

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    ponto de 2ista do mar;ismo, $uando medispus a compor esta o3ra. %ingum, penso eu, poder reproc/ar4me por isto. :as eu no tin/a em 2ista nen/um 5im de5inido $ue dese0asse atingir, ao contrrio "o $uea5irmaram certos cr1ticos li3erais ou mesmo socialistas.

    Antes de empreender as pes$uisas so3re a $uesto agrria, cu0os resultados constam deste2olume, a min/a concep>o da e2olu>o social era $ue a e;plora>o camponesa se 2ia amea>ada de umlado pela 5ragmenta>o, de outro, pela grande empresa. Portanto, o mesmo desen2ol2imento, em3oratal2ez so3 5orma di2ersa, se produzia na agricultura e na ind6stria / a proletariza>o num dos p7los, nooutro a marc/a a2ante da grande e;plora>o capitalista.

    %o se trata2a de um dogma mar;ista era igualmente a concep>o da economia 3urguesa, e estaopinio esta2a em /armonia com os 5atos o3ser2ados na &nglaterra e na Aleman/a at uma poca poucodistanciada de n7s, e na ran>a e na Blgica, como o demonstrou ander2elde, ainda recentemente.

    As 6ltimas estat1sticas da Aleman/a e da &nglaterra, contudo, mostraram $ue esta e2olu>o no erauma lei geral. Elas conduziram certos te7ricos concep>o de $ue o 5uturo, na agricultura, 0 no pertencia e;plora>o capitalista, mas e;plora>o camponesa.

    Pes$uisei $ual das duas opini?es era a e;ata. Os meus es5or>os 1e le2aram, contra $ual$uerpre2iso, ao resultado de $ue nen/uma delas se re2estia de uma 2erdade geral, "e $ue no de2er1amosesperar, na agricultura, nem o =i1 da grande nem o da pe$uena e;plora>o. (1n/amos a$ui, num dos p7los,

    a tend@ncia uni2ersalmente 0usta para a proletariza>o. %o outro p7lo 2eri5ic2amos uma oscila>oconstante entre os progressos da pe$uena e os da grande e;plora>o. &sto no seguramente o $ue seentende de ordinrio por dogma mar;ista. C/eguei tam3m ao resultado de $ue a agricultura no produzpor si mesma os elementos de $ue necessita para alcan>ar o socialismo. Ao contrrio, a agriculturaindependente da ind6stria, $uer se0a camponesa, $uer se0a capitalista dei;a cada 2ez mais de ter o seupapel na sociedade. A ind6stria su30uga a agricultura. Assim, a e2olu>o industrial tra>a cada 2ez mais a leida e2olu>o agr1cola.

    E nisto, ao se pr em e2id@ncia a industrializa>o da agricultura, $ue eu 2e0o a idia central "o 1euli2ro. Seria di51cil des2endar4se nele u1 "o!1a parti>ular1ente 1arista$

    ander2elde c/egou, e1 pontos essenciais, independentemente de mim, aos mesmos resultados.E ningum l/e $uerer atri3uir o t1tulo de mar;ista dogmtico.

    %o me 5oi in5elizmente poss12el apro2eitar, na edi>o alem de meu li2ro, os tra3al/os preciosos

    de ander2elde, so3re a situa>o agrria na Blgica, pois sH ti2e con/ecimento dos mais importantesdentre eles depois de ultimado o meu estudo. Quanto tradu>o 5rancesa, esta2a sendo conclu1da nomomento em $ue a pol@mica com Bernstein 1e a3sor2ia inteiramente e me pun/a na impossi3ilidade "ere5undir pro5undamente este li2ro. enunciei, pois, utiliza>o dos tra3al/os "e ander2elde e de outrosautores, pu3licados depois de terminado o original alemo. :as apro2eito a oportunidade para c/amar aaten>o do leitor so3re os estudos do nosso camarada 3elga, $ue se re2estem de interesse to grande.

    Outro moti2o 1e 2edou o apro2eitamento para a edi>o 5rancesa dos resultados a $ue c/egaraander2elde= parece4me $ue seria presun>o da min/a parte, como estrangeiro, dizer so3re a situa>oagrria da ran>a e da Blgica, ao dirigir4me ao p63lico 3elga e 5ranc@s, mais do $ue dissera ao p63licoalemo.

    Ao contrrio de2o pedir indulg@ncia aos meus leitores $uando trato de coisas relati2as ran>a.Sem a Statistique A!ri>ole "e la 0ran>e3 to minuciosa e e;celentemente redigida, eu no teria ousado

    5alar nesta edi>o de 5atos mais pr7;imos dos meus leitores "o $ue de mim. Em geral, s7 tratei de 5atospertinentes ran>a $uando con5irmam ou ilustram os resultados $ue apurei al/ures.

    Ao p63lico 5ranc@s apresentada a$ui apenas a primeira parte de meu li2ro. Tesito e1 apresentar4l/e tam3m a segunda, em3ora se0a o seu complemento necessrio= ela tira as conse$@ncias prticas dasteorias desen2ol2idas na$uela primeira parte, e tenta 5i;ar a pol1tica agrria da Social4Democracia alem.:as somente da Social4Democracia alem, no da Social4Democracia internacional.

    A$ui ainda encontramos a di5eren>a mencionada acima entre os esta"os e as ten"@n>ias$ O te7ricode2e pes$uisar as tend@ncias gerais da e2olu>o social a pol1tica prtica de2e partir dos estadosparticulares $ue 2@ diante de si. As tend@ncias da e2olu>o social, assim como as da e2olu>o agr1cola, soessencialmente as mesmas em todos os recantos ci2ilizados, mas os estados $ue criaram 2ariame;tremamente nos di2ersos pa1ses, e mesmo nas di2ersas partes de um mesmo pa1s, em 2irtude dasdi5eren>as de situa>o geogr5ica, de clima, de con5igura>o de solo, de passado /ist7rico e, porconseguinte, de poderio das classes sociais,etc.

    Eis por$ue poss12el a 5ormula>o de uma teoria uni2ersalmente 2erdadeira da e2olu>o agrria,

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    mas no um programa agrrio internacional. E se 5ui o3rigado, na parte te7rica, a estender as min/asin2estiga>?es alm das 5ronteiras da Aleman/a, eu 1e 2i compelido, segundo o o30eti2o mesmo da parteprtica, a limitar4me a um pa1s particular, o $ue est mais perto de 1i1$ $

    Esta parte prtica pode ter interesse para um p63lico no alemo8 %o caso a5irmati2o, e1 $uemedida8 Eis o $ue no posso decidir.

    %o posso igualmente decidir se os meus cr1ticos t@m razo $uando dizem $ue a segunda partepossui mais 2alor do $ue a primeira. Sou de parecer oposto. :as um autor no mede as suas pre5er@ncias$uanto s suas di2ersas o3ras segundo o mrito respecti2o destas, mas segundo o es5or>o $ue l/ee;igiram, e a primeira parte me o3rigou a resol2er pro3lemas muito mais di51ceis, muito mais complicados$ue a segunda, na $ual se e;aminam 5atos relati2amente simples. Alm disso, eu ti2e, na primeira, derasgar por conta pr7pria o meu camin/o, aopasso $ue na segunda eu pude, o mais das 2ezes, seguircamin/os 5re$entados.

    A segunda parte por esse moti2o muito mais clara e de mais 5cil compreenso $ue a primeiramas a pre5er@ncia, $ue um grande n6mero dos meus cr1ticos, e so3retudo dos meus cr1ticos socialistas porela e;i3em, poderia 3em pro2ir igualmente do 5ato de ser precisamente prtica, e de o5erecer os meios deati2idade prtica, de propaganda prtica. De resto, so muito mais as necessidades prticas do $ue asnecessidades te7ricas $ue 5azem com $ue /o0e nos sintamos seduzidos pela $uesto agrria. Os cr1ticos$ue mais censuraram o meu 5acciocismo mar;ista so 0ustamente os $ue mais se impregnaram do dese0o

    de con$uistar os camponeses para o seu partido. Procurei li3ertar4me desse dese0o antes de empreenderas min/as pes$uisas. ealizei4as sem cogitar das conse$@ncias $ue de2eria tirar relati2amente srela>?es de meu partido com os camponeses, e 2e0o nisso uma condi>o a permitir4me, na $uesto agrria,maior imparcialidade te7rica do $ue a dos cr1ticos aludidos.

    Quanto mais os leitores 5izerem a3stra>o, na leitura das pginas $ue se seguem, da a>o poss12elde algumas proposi>?es so3re as rela>?es prticas entre o socialismo e a classe camponesa, tanto mel/orser para mim e para o meu li2ro.

    Esta no D a primeira o3ra com $ue me apresento ao p63lico 5ranc@s. T alguns meses apareceunesse idioma um escrito meu, 3astante longo, de pol@mica contra Bernstein PO (aris1o e o seu >rFti>o+ernsteinQ$ (eria pre5erido dirigir4me antes ao p63lico 5ranc@s por intermdio do presente 2olume. Possa eleao menos pro2ar $ue o tra3al/o positi2o me agrada mais do $ue a luta contra camaradas cu0as opini?esno so as min/as, lutas $ue s7 aceito a contragosto, e $uando a tanto sou pro2ocado. %o presente escrito

    a3sti2e4me de $ual$uer pol@mica, em3ora as ocasi?es de de3ate no ten/am 5altado.'m pro2r3io italiano diz tra"uttore tra"itore$ %o posso con5irmar a 2erdade $ue enuncia. De2o, e1

    particular, grandes agradecimentos aos meus tradutores 5ranceses. Se meu li2ro alcan>ar algum @;ito 0untoao p63lico 5ranc@s, e1 parte no pe$uena ser pelo cuidado e pela consci@ncia com $ue os srs. Edgard:il/aud e Camillo Polac" realizaram esta 2erso.

    +erli13 aril "e -599

    !. !auts"#

    PE-C&O ED&UO ALE:U

    A presente o3ra 5oi composta em seguida s discuss?es $ue se tra2aram em torno do programaagrrio ela3orado em 2irtude das deli3era>?es da Social4Democracia alem no congresso de ranc"5ort, econdenado no congresso de Breslau. O$ue $uer se pense a respeito dessas discuss?es, elas e2idenciaram$ue na Social4Democracia alem, como na Social4Democracia internacional e;istem opini?es muitodi5erentes so3re as tend@ncias de e2olu>o da agricultura moderna. @4se $ue at /o0e ainda no seencontrou o 5undamento inatac2el so3re o $ual possa a Social4Democracia erguer uma pol1tica agrria

    resoluta.

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    oi tam3m declarado em Breslau, por unanimidade, $ue se torna2a necessrio um estudo te7ricopormenorizado da situa>o agrria, de2endo ele ser 5eito o mais rapidamente poss12el.

    Certamente, no 5ora indispens2el esta circunstRncia para dar4me gosto pela $uesto agrria. Vno come>o de min/a 2ida pol1tica eu me ocupara ati2amente do assunto. Em FGIG, $uando eu escre2iaainda so3 o pseudnimo de Sy11a>Bos3pu3li$uei no So>ialista de iena uma srie de artigos so3re Os>a1poneses e o So>ialis1o P,ie +auern un" "er Soialis1usQ3 os $uais de2iam aparecer em separatacomo 5ol/eto de propaganda, mas $ue de 5ato no apareceram, 2isto ter sido con5iscada toda a edi>o. EmFGIH, eu conclu1 o meu escrito so3re a %n=lu@n>ia "o >res>i1ento "a popula#o sore o pro!resso "aso>ie"a"e PEin=luss "er olsver1eBrun! au= "en 0orts>Bri=t3 "er 'esells>Ba=tQ3 no $ual a $uesto daprodu>o dos g@neros aliment1cios tem um grande papel em -7793 os Anais "a so>iolo!ia "e Ri>Bterpu3licaram o meu artigo so3re a propaganda entre os camponeses em -77- discuti nos Estu"osE>on1i>os PStaatsitBs>Ba=tli>Be ABan"lun!enQ o pro3lema da concorr@ncia dos cereais de alm mar.Alm disso, redigi ento uma srie de 2olantes de propaganda destinados aos camponeses, O Tio "aA1Dri>a3 e outros ....

    Logo $ue, / $uatro ou cinco anos, a $uesto agrria passou para oprimeiro plano das discuss?esdos partidos socialistas da Europa, s7 ti2e de reatar um antigo con/ecimento. 'm con/ecimento $ue 0amaisperdera de 2ista. Com o tempo o pro3lema apenas gan/ara interesse, tanto do ponto de 2ista prtico$uanto do ponto de 2ista te7rico. O crescimento de nosso partido e a crise agrria o tornaram um dos mais

    importantes entre os pro3lemas prticos de $ue a Social4Democracia de2e cogitar. A esse tempo, omar;ismo se constitu1ra em todos os lugares 3ase do mo2imento socialista. Aparecera o terceiro 2olumede O Capital com as suas 3ril/antes pes$uisas so3re a renda territorial, mas precisamente a e2olu>o daagricultura produzira 5enmenos $ue pareciam inconcili2eis com as teorias mar;istas. Assim, a $uestoagrria passa2a tam3m ao primeiro plano das preocupa>?es te7ricas.

    %as min/as pes$uisas so3re o pro3lema, $ue con/ecia de longa data, eu no espera2a es3arrarem em3ara>os especiais. Eu dese0a2a apresentar o mais rapidamente poss12el o meu tra3al/o ao p63lico,2isto no tratar de $uest?es de interesse puramente te7rico mas de $uest?es da maior atualidade. Contudotr@s anos se escoaram antes $ue meu li2ro pudesse aparecer. &sto em parte de2ido s numerosasinterrup>?es determinadas pela min/a situa>o, pelo cuidado $ue de2o dar aos pro3lemas do dia, pelatare5a $ue me cou3e em 2irtude da morte de Engels, de pu3licar os escritos dei;ados por :ar;, e em partepelo dese0o de 3asear o meu estudo principalmente so3re os resultados das estat1sticas agr1colas maisrecentes W do in$urito da comisso parlamentar agrria da &nglaterra, do terceiro 2olume dorecenseamento americano de -759pertinente agricultura, do in$urito agrrio 5ranc@s de -7523 e dotom3amento das e;plora>?es e das pro5iss?es agr1colas na Aleman/a de -75 4pu3lica>?es $ue surgiramapenas em FGHI, ou mesmo em FGHG.

    Alm disso, eu perce3i, no decurso do meu tra3al/o, $ue me era imposs12el limitar o $ue eu tin/a adizer ao $uadro de um 5ol/eto, segundo o $ue imaginara.

    O de $ue temos necessidade mais premente no , ao $ue me parece, aumentar de mais umaunidade o n6mero das monogra5ias e in$uritos agr1colas, 0 to a3undantes. Por mais preciosos $uese0am, no se pode dizer $ue 5altem dados so3re a $uesto agrria= os go2ernos, a ci@ncia e a imprensadas classes 3urguesas os p?em em curso, do come>o ao 5im do ano em $uantidade a3solutamenteesmagadora. O $ue nos 5alta D o 5io condutor $ue nospermita um rumo nesse em3aral/amento de 5atos todi2ersos, D o con/ecimento das tend@ncias 5undamentais $ue atuam so3 os 5enmenos, e os determinam.(rata4se de considerar como 5enmenos parciais de um processo de con0unto as di2ersas $uest?es

    particulares integrantes da $uesto agrria, a rela>o entre as grandes e as pe$uenas e;plora>?es, oendi2idamento, o direito de /eran>a, a 5alta de 3ra>os, a concorr@ncia de alm mar, etc., $ue so /o0eestudadas parte como 5enmenos especiais.

    (rata4se de tare5a di51cil, assunto de grande amplitude, e eu no con/ecia tra3al/os anterioresimportantes ela3orados do ponto de 2ista do socialismo moderno. Os te7ricos da Social4Democracia seconsagraram naturalmente de pre5er@ncia ao estudo da e2olu>o industrial. Engels, e so3retudo :ar;,disseram com e5eito coisas muito importantes so3re 5atos de ordem agrria, mas em regra geral s7 o5izeram em o3ser2a>?es acidentais. Ou em curtos artigos. A3rimos uma e;ce>o para a parte da Ren"aTerritorial no terceiro 2olume de XO CapitalV3 mas ela no 5oi inteiramente conclu1da. :ar; morreu sem terterminado a sua o3ra 5undamental. :as mesmo $ue a /ou2esse terminado, nela no encontrar1amos todosos esclarecimentos $ue 3uscamos /o0e em dia. Sim, de acordo com o seu plano de tra3al/o, ele apenastrata da agricultura capitalista, Ora, o $ue mais nos ocupa atualmente opapel das 5ormas pr4capitalistas

    e no capitalistas da agricultura nointerior da sociedade capitalista.

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    Contudo, XO CapitalV se re2este de interesse inapreci2el para o nosso con/ecimento dos 5atos deordem agrria, inapreci2el no apenas pelos seus resultados, mas so3retudo pelo seu mtodo, $ue nos/a3ilita a prosseguirmos de maneira pro2eitosa alm dos seus dom1nios. Se consegui desen2ol2er napresente o3ra alguns pensamentos no2os, 5ecundos, eu o de2o antes de tudo aos meus dois grandesmestres, e insisto neste ponto tanto mais deli3eradamente $uanto certo $ue de algum tempo a esta parte,mesmo nos meios socialistas, / 2ozes $ue declaram ter en2el/ecido o ponto de 2ista de :ar; e Engels

    $ue eles prestaram ser2i>os rele2antes na sua poca, e ainda /o0e dariam est1mulos preciosos mas $ue,so3 pena de nos ossi5icarmos no dogmatismo, de2eremos ultrapass4los para alcan>armos planos maisaltos. &sto seria e;igido mesmo do ponto de 2ista da dialtica mar;ista, segundo a $ual no / 2erdadeseternas e toda e2olu>o nasce da nega>o do $ue e;iste.

    Essa a5irmati2a tem uma apar@ncia muito 5ilos75ica, mas nos conduz 5amosa concluso de $ue:ar; se enganara por $ue ti2era razo, $ue a dialtica de2era ser 5alsa pela simples razo de ser2erdadeira. (al concluso contm seguramente uma coisa ineg2el= o erro da dialtica / mas no dadialtica mar;ista.

    Engels 0 mostrou no seu XAnti/,WBrin!V P2$aedi>o, pg. FYYN a 3o3agem de considerar4se umanega>o $ue se anula >o1o mem3ro do processo dialtico. O desen2ol2imento pela nega>o no implicaa3solutamente a nega>o de tu"o o$ue e;iste ela pressup?e ao contrrio, a persist@ncia da$uilo $ue 2aidesen2ol2er4se. A nega>o da sociedade capitalista pelo socialismo no signi5ica a supresso da sociedade

    /umana, mas somente a supresso de certos lados de5inidos de uma das 5ases de sua e2olu>o. E ela nosigni5ica, muito menos, a supresso de todos os lados $ue distinguem a sociedade capitalista da 5ormasocial $ue a precedeu. Se a propriedade capitalista a ne!a#o "a proprie"a"e in"ivi"ual3 o so>ialis1o D ane!a#o "a ne!a#o$ Esta resta3elecer a propriedade indi2idual, mas 9na 3ase das con$uistas da eracapitalista9 P(ARX3 ,as Capital3 2. E"$3 p!$ 58Q$

    A e2olu>o ser um progresso $uando no se limite a. negar, a suprimir, mas $uando conser2etam3m $ual$uer coisa se ao lado da e;ist@ncia $ue mere>a desaparecer ela tam3m encontre ae;ist@ncia $ue mere>a ser conser2ada. Znesta medida $ue o progresso consiste num conglomerado decon$uistas de 5ases anteriores da e2olu>o. A e2olu>o dos organismos no condicionada apenas pelaa"apta#o mas tam3m pela Bere"itarie"a"e$As lutas de classes $ue determinam a e2olu>o da sociedade/umana no so dirigidas unicamente para a "estrui#o e para a >ria#o3 mas tam3m para a >onquista3isto , para a manuten>o de coisas $ue e;istem. O progresso da ci@ncia seria imposs12el sem atransmisso de seus tra3al/os anteriores, da mesma 5orma $ue sem a cr1tica $ue deles se 5a>a, e oprogresso da arte no pro2m apenas da originalidade do g@nio a romper todos os $uadros da tradi>o,mas tam3m .da compreenso das o3ras4primas dos seus predecessores.

    SH se pode ad$uirir o con/ecimento do $ue caducou e do $ue de2e ser conser2ado emdeterminado momento, pelas pes$uisas com 5undamento na realidade. A 57rmula da dialtica, somente a3solutamente incapaz de 5ornecer uma solu>o pronta de modo a dispensar essas pes$uisas. Elaapenas nos proporciona o meio de as realizarmos com mtodo, dando acuidade ao ol/ar .do pes$uisador.%isto, $ue consiste o seu grande mrito. :as ela no nos coloca na mo, sem mais nada, resultados5inais. $ $

    A suposi>o de $ue da doutrina de :ar; se deduz a priori $ue ela de2a ser ultrapassada. repousa,pois, numa concep>o inteiramente 5alsa da sua dialtica. Zela um erro, e em $ue medida8 Em $ue medida ela um , uma con$uista de5initi2a da ci@ncia8 Eis o $ue no se pode decidir por um apelo pr7pria dialtica, mas unicamente, pelo estudo dos 5atos. :as at a$ui estes no me parecem ter

    contri3ui>o para a ne!a#o do mar;ismo. e0o 3em o aparecimento de descon5ian>as e d62idas, mas emparte algumas 2erdades no2as, suscet12eis de ultrapassarem o mar;ismo. As simples descon5ian>as ed62idas no constituem uma nega>o no sentido da dialtica, no signi5icam um desen2ol2imentoconduzindo alm da 2erdade con$uistada, uma derrota desta.

    A causa dessas d62idas me parece ter origem antes na pessoa dos $ue du2idam do $ue nadoutrina criticada. Esta concluso decorre no somente dos resultados o5erecidos pelo e;ame de taisd62idas, como tam3m de min/a e;peri@ncia pr7pria.

    As min/as simpatias, logo $ue comecei a interessar4me pelo socialismo, no se orienta2am demodo algum para omar;ismo. Eu dele me apro;imei com esp1rito to cr1tico e ctico $uanto o dos $ue /o0edeitam um ol/ar desden/oso so3re omeu 5anatismo dogmtico. oi a contragosto $ue me tornei mar;ista.:as ento, >o1o mais tarde, todas as 2ezes $ue numa $uesto 5undamental as d62idas me assalta2am, eusempre aca3a2a por 2eri5icar $ue o erro era meu, e no de meus mestres, pois um estudo apro5undado da

    matria me 5or>a2a a recon/ecer a 0usteza do seu ponto de 2ista. Eis como cada no2o e;ame, cada

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    tentati2a de re2iso s7 me conduziam a uma con5ian>a maior, a uma adeso mais 5orte doutrina cu0adi5uso e cu0a aplica>o se tornaram a 5inalidade de min/a 2ida.

    Os 5atos da e2olu>o agrria t@m suscitado as d62idas mais o3stinadas contra o ponto de 2istamar;ista. At $ue ponto se 0usti5icam8 Zo $ue o presente li2ro mostrar.

    Berlim4riedenau, dezem3ro de FGHG

    K$ Kautsky

    &R%(E%RA &ARTE

    A evolu#o "a a!ri>ultura na so>ie"a"e >apitalista

    %

    %)TRO,UO

    o 1o"o "e pro"u#o >apitalista que "o1ina na so>ie"a"e atual$ o anta!onis1o "a >lasse "os>apitalistas e "o proletaria"o assalaria"o que 1ove nosso sD>ulo e lBe " a sua =isiono1ia$ (as o 1o"o "epro"u#o >apitalista no >onstitui a ni>a =or1a "e pro"u#o eistente na so>ie"a"e "e nossos "ias$ Aola"o "ele se en>ontra1 ain"a restos "e 1o"os "e pro"u#o prD/>apitalistas que se 1antivera1 atD Boe$ E se po"e i!ual1ente "es>orir e1 1uitas epressGes "a e>ono1ia "e Esta"o3 "a e>ono1ia >o1unal e "a>oopera#o3 os !er1es "e u1 novo 1o"o "e pro"u#o3 1ais eleva"o$ Assi13 pois3 o anta!onis1o "e>lasse "os >apitalistas e "o proletaria"o assalaria"o no D o ni>o anta!onis1o so>ial "e nosso te1po$ Aola"o "essas "uas >lasses3 e atravDs "elas3 eiste1 1uitas outras 4 entre elas os >i1os >o1o os porGes "aso>ie"a"e3 aqui os 1onar>as e seus >ortesGes3 a>ol as "i=erentes espD>ies "o proletaria"o an"raosoPLumpenproletariatQ 4 to"as as >a1a"as que so resF"uos "e =or1as so>iais prD/>apitalistas e e1 partepro"ui"as3 ou ao 1enos =avore>i"as3 no seu >res>i1ento3 pelas ne>essi"a"es "o prHprio >apitalis1o$Essas "iversas >lasses3 u1as as>en"entes3 outras "e>a"entes3 >o1 os seus interesses etre1a1entevaria"os 3 perpetua1ente e1 1u"an#a3 >rua1/se e entrela#a1/se "a 1aneira 1ais >o1plea >o1 osinteresses "os >apitalistas3 "e u1a parte3 "os proletrios3 "e outra3 se1 >oin>i"ir inteira1ente >o1 os "euns e outros$ E so elas que "o ?s lutas politi>as "e nosso te1po o seu >arter "e in>ertea3 que as

    en>Be1 "as surpresas 1ais sin!ulares$O teHri>o "eseoso "e pesquisar as leis =un"a1entais que !overna1 a vi"a "a so>ie"a"e atual nopo"e "esen>a1inBar/se por essa 1ulti"o "e =en1enos$ Ele "eve >onsi"erar o 1o"o "e pro"u#o>apitalista na sua ess@n>ia3 nas suas =or1as >lssi>as3 separan"o/o "e to"os os restos e !er1es a1ientes"e outras =or1as "e pro"u#o$ %nversa1ente3 o polFti>o prti>o >o1eteria u1a !rave =alta se >onsi"erasseos >apitalistas e os proletrios >o1o os ni>os =atores "a so>ie"a"e atual e "esviasse os olBos "as outras>lasses$

    O Capital "e (ar trata apenas "os >apitalistas e "os proletrios$ (as no FG Brumrio e nae2olu>o e Contra4e2olu>o na Aleman/a3 "o 1es1o autor 4 ao la"o "os proletrios e "os >apitalistas 41onar>as e proletrios an"raosos PLumpenproletariatQ3 >a1ponesses e pequenos ur!ueses3 uro>ratas esol"a"os3 pro=essores e estu"antes t@1 ta1D1 o seu papel$

    Entre essas >a1a"as so>iais inter1e"irias3 a >lasse "os >a1poneses3 que >onstituFa3 ain"a Bpou>o te1po3 a parte 1ais >onsi"ervel "a popula#o "e nossos Esta"os3 se1pre preo>upou3 ao 1ais altoponto3 os parti"os "e1o>rti>os e revolu>ionrios "e nosso sD>ulo$ &ara esses parti"os3 ori!inrios "as

    -9

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    >i"a"es3 o >a1pon@s era u1 ser 1isterioso3 estranBo3 ?s vees 1es1o 1uito inquietante$ Ten"o outrora>o1ati"o "a 1aneira 1ais enDr!i>a a %!rea e os prFn>ipes3 a norea3 ele se a!arrava a!ora >o1 a 1aiorostina#o a essas institui#Ges$ iu/se 1es1o que punBa tanto ar"or e1 a"erir ao parti"o "os eplora"oresquanto as outras >lasses e1 lutar por sua e1an>ipa#o$ 0reqWente1ente voltou >ontra as "e1o>ra>ia asar1as que esta lBe o=ere>eu$

    A So>ial/,e1o>ra>ia3 no >o1e#o3 pou>o se preo>upou >o1 o >a1pon@s$ %sto se epli>a por no ser

    ela u1 parti"o "e1o>rti>o no senti"o ur!u@s "a palavra3 u1a en=eitora "e to"o o 1un"o3 visan"osatis=aer os interesses "e to"as as >lasses3 por 1ais opostas que sea1 u1a "as outras$ Ela D u1 parti"o"e luta "e >lasse$ A or!ania#o "o proletaria"o urano re>la1ou3 nos pri1eiros anos "e sua eist@n>ia3to"os os >ui"a"os$ E ela esperava que a evolu#o e>on1i>a lBe preparasse o >a1inBo no >a1po >o1o na>i"a"e3 e que a luta entre a pequena e !ran"e eplora#o >on"uisse ? supresso "a pri1eira3 "e 1aneiraque lBe =osse ento =>il tare=a a >onquista3 ain"a >o1o parti"o pura1ente proletrio3 "a 1assa "apopula#o a!rF>ola$

    :oe3 a So>ial/,e1o>ra>ia >res>eu to >onsi"eravel1ente que as >i"a"es no lBe apresenta1es=eras "e a#o su=i>iente$ (as3 asso1 que penetra no 1eio rural3 ela se >Bo>a >o1 essa =or#a 1isteriosaque reservou tantas surpresas a outros parti"os "e1o>rti>os revolu>ionrios$ Ela v@ que a pequenaeplora#o na a!ri>ultura no oe"e>e "e 1o"o al!u1 a u1 pro>esso "e "esapare>i1ento rpi"o3 que as!ran"es eplora#Ges sH lenta1ente >onquista1 terreno3 per"en"o/o 1es1o e1 al!uns lu!ares$ To"a teoria

    e>on1i>a e1 que se apHia pare>e =alsa "es"e que tenta apli>/la na a!ri>ultura$ (as se esta teoria no seapli>asse real1ente ? a!ri>ultura3 ur!iria trans=or1ar inteira1ente no apenas a tti>a se!ui"a atD Boe31as ta1D1 os prHprios prin>Fpios "a So>ial/,e1o>ra>ia$ Z$ So1art no seu lti1o livro3 =risou astanteas se!uintes >onsi"era#GesM Se / na 2ida econmica dom1nios $ue escapam ao processo da socializa>oe l/e escapam por$ue a pe$uena e;plora>o tem s 2ezes neles uma importRncia maior, sendo maisproduti2a a grande, $ue 5azer ento8 Ci5ra4se nisto o pro3lema $ue se apresenta /o0e como $uestoagrria, Social4Democracia. Ser $ue o ideal comunista, $ue tem por 5undamente a grande empresa, e aomesmo tempo o programa $ue dele resulta de2ero e;perimentar uma trans5orma>o de princ1pio em 5acedos camponeses se se c/ega a compreender, de 5ato, $ue na e2olu>o agrria no ocorre a tend@ncia grande e;plora>o, e $ue esta 6ltima, na es5era da produ>o rural no a3solutamente a mais alta 5orma,teremos ento a $uesto decisi2a, e da1 a pergunta= de2eremos ser democratas no sentido de en2ol2ermosem nosso mo2imento essas e;ist@ncias cu0a 3ase reside na pe$uena e;plora>o, modi5icando em seguidao noso programa e renunciando ao o30eti2o comunista ou de2eremos continuar proletrios, ol/os 5i;os

    [nesse o30eti2o[ e e;cluir assim os re5eridos elementos de nossa cogita>o8...De2o 5alar a$ui com as part1culas [se[ e [mas[, por$ue at agora, ao $ue eu sai3a, no se pdeesta3elecer com seguran>a $ual a tend@ncia e2oluti2a da agricultura, nem $ual a mais alta 5orma dee;plora>o, ou mesmo se / uma 5orma superior de e;plora>o na produ>o rural. :as dentro do $ueposso 0ulgar, a$ui se encontram, de modo geral, os limites do Sistema de :ar;. Dentro do $ue posso 0ulgar,as dedu>?es de :ar; no podem ser transportadas, tais $uais so, para o dom1nio da agricultura. :as asua teoria do desen2ol2imento, $ue pressup?e o crescimento da grande e;plora>o, a proletariza>o dasmassas, e $ue deduz dessa e2olu>o, como conse$@ncia necessria o socialismo W essa teoria s7 clarapara o dom1nio industrial. Ela no o para o dom1nio agrrio. Parece4me $ue apenas a pes$uisa cient15icapoder preenc/er a lacuna, $ue e;iste certamente PSoialis1us un" soiale +ee!un! i1 -5 [aBrBun"ert3pa!$ ---Q$

    )o te1e1os seno u1a >oisaM que tenBa1os "e esperar 1uito te1po a esse respeito$ A questo"e se saer se a !ran"e ou a pequena proprie"a"e territorial D a 1ais vantaosa preo>upa os e>ono1istas

    B 1ais "e u1 sD>ulo3 e ain"a no se vislu1ra o =i1 "o "eate$ %sso no te1 i1pe"i"o3 >ontu"o que3enquanto os teHri>os "is>ute1 o assunto3 a a!ri>ultura realie u1a po"erosa evolu#o3 evolu#o que sepo"e a>o1panBar >o1 olBar atento$ (as3 para ener!/la no se "eve =iar a retina e>lusiva1ente sore aluta "a !ran"e e "a pequena eplora#o3 no se "eve >onsi"erar a a!ri>ultura e1 si 1es1a3in"epen"ente1ente "o 1e>anis1o >o1pleto "a pro"u#o so>ial$

    Se1 "vi"a al!u1a 4 e o a"1iti1os >o1o prova"o 4 a a!ri>ultura no se "esenvolve se!un"o o1es1o pro>esso "a in"stria$ Ela se!ue leis prHprias$ (as isto asoluta1ente no quer "ier que aevolu#o "a a!ri>ultura se >oloque e1 oposi#o ? in"ustria e que a1as sea1 in>on>iliveis$ Ao >ontrrio3ul!a1o/nos >o1 ele1entos para "e1onstrar que a1as ten"e1 para o 1es1o =i13 u1a ve que no asisole1os u1a "a outra3 e as >onsi"ere1os >o1o partes "e u1 1es1o pro>esso >onunto$

    ,e resto3 a teoria 1arista "o siste1a "e pro"u#o >apitalista no >onsiste si1ples1ente e1re"uir a evolu#o "este ? =or1ula 4 Desaparecimento da pe$uena e;plora>o diante da grande4 que3 u1a

    ve "e>ora"a3 no pusesse por assi1 "ier no olso a >Bave "o e"i=F>io "a e>ono1ia 1o"erna$

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    Se se "esea estu"ar a questo a!rria se!un"o o 1Dto"o "e (ar3 no se "eve equa>ionarapenas o prole1a "e saer se a pequena eplora#o te1 ou no =uturo na a!ri>ultura$ ,eve/se3 ao>ontrrio3 pesquisar to"as as trans=or1a#Ges eperi1enta"as por esta lti1a no "e>urso "o re!i1e "epro"u#o >apitalista$ ,eve/se pesquisar se e como o capital se apodera da agricultura" re#olucionando-a" sub#ertendo-a" sub#ertendo as antigas formas de produo e de propriedade" criando anecessidade de no#as formas.

    So1ente quan"o tiver1os respon"i"o a estas per!untas D que po"ere1os ver se a teoria "e (ar Dou no apli>vel ? a!ri>ultura3 e se a supresso "a proprie"a"e priva"a "os 1eios "e pro"u#o "eve estar"iante "o 1ais >onsi"ervel "e to"os os 1eios "e pro"u#o 4 a terra$

    A nossa tare=a est assi1 >lara1ente tra#a"a$

    %%

    O CA(&O)\S E A %),]STR%A

    O siste1a "e pro"u#o >apitalista se "esenvolve !eral1ente Pe>e#o "e >ertas >olniasQ e1pri1eiro lu!ar nas cidades, e1 pri1eiro lu!ar na ind6stria. O 1ais >o1u1 D que a a!ri>ultura lBe es>ape ?in=lu@n>ia "urante 1uito te1po$ (as a evolu#o "a in"stria >onse!uiu 1o"i=i>ar o >arter "a pro"u#orural$

    A =a1Flia "o >a1pon@s "a %"a"e (D"ia >onstituFa u1a so>ie"a"e e>on1i>a astan"o/seinteira1ente3 ou quase inteira1ente3 a si 1es1a3 u1a so>ie"a"e que no apenas pro"uia os seus !@nerosali1entF>ios3 1as ta1D1 >onstruFa a sua >asa3 os seus 1Hveis e utensFlios "o1Dsti>os^ =ari>ava 1es1oa 1aior parte "as =erra1entas !rosseiras >o1 que >urtia peles3 preparava o linBo e a l3 >on=e>>ionava assuas roupas3 et>$ O >a1pon@s ia >erta1ente ao 1er>a"o3 1as uni>a1ente para ven"er o soeo "o quepro"uia3 e apenas >o1prava o supDr=luo3 e>eto o =erro que e1pre!ava3 alis na 1enor quanti"a"epossFvel$ ,o resulta"o "o 1er>a"o po"eria1 "epen"er a sua aastan#a e o seu luo3 1as nun>a a suaeist@n>ia$

    Esta so>ie"a"e3 que se astava a si 1es1a3 era in"estrutFvel$

    O pior a lBe a>onte>er seria u1a pDssi1a >olBeita3 u1 in>@n"io3 a invaso "e u1 eDr>ito ini1i!o$(as 1es1o esses !olpes "o a>aso sH >onstituFa1 u1 1al passa!eiro^ no se>ava1 as =ontes "a vi"a$Contra as >olBeitas in=elies o >a1pon@s se prote!ia as 1ais "as vees >o1 as !ran"es provisGesar1aena"as^ o !a"o lBe "ava o leite e a >arne^ a =loresta e o >Hrre!o pa!ava13 i!ual1ente3 seu triuto ?ali1enta#o$ )a 1ata >olBia ain"a a 1a"eira "e que se utiliava para a >onstru#o "e nova >asa3 "epois "eu1 in>@n"io$ aproi1a#o "o ini1i!o3 es>on"ia/se na =loresta >o1 o !a"o e os ens 1Hveis3 retornan"oquan"o o invasor se a=astava$ O que este po"ia ter "evasta"o3 a lavoura3 a pasta!e13 os osques3 nopu"era >ontu"o "estruir$ Se os ra#os ne>essrios >ontinuava1 vli"os3 se os Bo1ens e o !a"o na"aBavia1 so=ri"o3 o 1al era "e =>il repara#o$

    E1 nosso sD>ulo3 ain"a3 o e>ono1ista >onserva"or Sis1on"i nos "es>reveu >o1 a!ra"velviva>i"a"e a situa#o "esses >a1poneses in"epen"entes3 >ua eist@n>ia >onstituFa o seu i"ealM

    A 5elicidade rural, cu0o $uadro nos o5erecido pela /ist7ria, nos tempos gloriosos da &tlia e da+rcia, no tam3m descon/ecida em nosso sculo. Onde $uer $ue se encontrem camponeses

    proprietrios, encontra4se igualmente a a3astan>a, na tran$ilidade, a con5ian>a no 5uturo, a independ@ncia$ue asseguram a 5elicidade e a 2irtude. O campon@s $ue 5az, com os 5il/os, todo o tra3al/o de sua pe$uena/erdade, $ue no paga renda a nen/um sen/or nem salrio a nen/um su3alterno, $ue gradua a suaprodu>o pelo seu consumo, $ue come o seu pr7prio trigo, 3e3e o seu pr7prio 2in/o, $ue se 2este com oseu cRn/amo e a sua l, pouco se preocupa com os pre>os do mercado por$ue ele pouco tem a 2ender e acomprar, e 0amais arruinado pelas re2olu>?es do comrcio. Longe de temer o 5uturo, ele o 2@ 3elo na suaesperan>a por$ue apro2eita em 5a2or dos 5il/os, para os sculos 2indouros, cada instante $ue o tra3al/odo ano no l/e re$ueira. Bastam4l/e poucos momentos para lan>ar terra a semente $ue dentro de cemanos ser uma grande r2ore, para ca2ar o a$ueduto $ue drenar para sempre o seu campo, para 5ormar a3ica $ue l/e dar uma corrente de gua pura, para mel/orar, atra2s de cuidados repetidos, mas 5urtados aseus instantes perdidos, todas as espcies de animais e de 2egetais $ue o cercam. O seu pe$uenopatrimnio uma 2erdadeira cai;a econmica sempre apta a rece3er todos os seus pe$uenos lucros, a2alorizar todos os seus momentos de 5olga, A 5r>a sempre ati2a da natureza 5ecunda4os e centuplica4os. O

    campon@s e;perimenta 2i2amente o sentimento dessa 5elicidade, resultante da sua condi>o de proprietrio

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    P [$ C$ L$ S%S(O),E ,E S%S(O),%3Ztudes sur l[Economie politi$ue3 %3 p!s$ -93 --Q$

    Essa =eli>i"a"e "o pequeno >a1pon@s po"ia3 B sessenta anos3 ain"a ser "es>rita e1 >ores tovivas por u1 "os e>ono1istas 1ais >onsi"erveis "o te1po$ O retrato era >erta1ente u1 pou>o lisoneiro$,e resto3 no representava o esta"o !eral "os >a1poneses$ Sis1on"i tinBa e1 vista3 prin>ipal1ente3 aSuF#a e al!u1as re!iGes "a Alta %tlia$ (as e1 to"o >aso no se trata "e u1 qua"ro i1a!inrio3 1aspinta"o ao natural por u1 oserva"or penetrante$

    Co1pare/se a situa#o >o1 a "os >a1poneses atuais "e to"a a Europa3 se1 e>etuar/se a SuF#a3e no se "issi1ular que u1a pro=un"a revolu#o e>on1i>a se pro"uiu a partir "aquele te1po$

    O ponto "e parti"a "essa revolu#o =oi a "issolu#o que a in"stria essen>ial1ente urana e o>o1Dr>io "eter1inara1 na pequena in"stria "os >a1poneses$

    )o seio "a =a1Flia rural sH era possFvel u1a =ra>a "iviso "e traalBo3 que no ia alD1 "a "ivisoentre Bo1ens e 1ulBeres$ )o a"1ira3 pois3 que a in"stria urana tenBa ultrapassa"o a in"stria"o1Dsti>a "os >a1poneses e que tenBa >ria"o para estes as =erra1entas e os instru1entos que a se!un"aestava lon!e "e po"er =orne>er to per=eitos3 que ?s vees 1es1o no po"ia =ari>ar$ (as o"esenvolvi1ento "a in"stria e "o >o1Dr>io pro"uiu ta1D1 no 1eio urano novas ne>essi"a"es3 asquais3 "a 1es1a 1aneira que os instru1entos novos3 aper=ei#oa"os3 penetrava1 no 1eio a!rF>ola "e1aneira tanto 1ais rpi"a e tanto 1ais irresistFvel quanto 1ais ativas se tornava1 as rela#Ges entre a

    >i"a"e e o >a1po / ne>essi"a"es a que a in"stria rural no po"ia satis=aer$ As lusas "e tela e as peles"e ani1ais =ora1 sustituF"as pelas roupas "e l3 os sapatos "e >orti#a "esapare>era1 "iante "os >al#a"os"e >ouro3 et>$ O `1ilitaris1o3 que arrasta os =ilBos "os >a1poneses ? >i"a"e e os =a1iliaria >o1 asne>essi"a"es uranas3 =a>ilitou pro"i!iosa1ente essa evolu#o$ A isso se "eve atriuir prin>ipal1ente a"i=uso "o uso "o =u1o e "a a!uar"ente$ &or =i13 a superiori"a"e "a in"stria urana se tornou to !ran"e3e1 1uitos "o1Fnios3 que "eu aos pro"utos "a in"stria >a1ponesa o >arter "e arti!o "e luo3 os quais olavra"or par>i1onioso no po"eria "ar/se ao requinte "e usar e ? elaora#o "os quais >onseqWente1enterenun>iou$ Assi1 =oi que o "esenvolvi1ento "a in"stria "o al!o"o3 que pro"uiu te>i"os a pre#os toaios3 por to"a parte li1itou3 e1 propor#Ges i1portantes3 a >ultura "o linBo para o uso pessoal "o>a1pon@s3 supri1in"o/a =reqWente1ente "e to"o$

    A "issolu#o "a in"stria "o >a1pon@s que pro"uia para si 1es1o >o1e#ara na %"a"e (D"ia3quan"o apare>eu a pequena in"stria urana$ (s esta pro"u#o apenas lenta1ente penetrava no 1eiorural$ )o saFa "os surios "as >i"a"es e in=luen>iava3 "e 1o"o "i=i>il1ente per>eptFvel3 as >on"i#Ges "e

    vi"a "os >a1poneses$ )a Dpo>a e1 que Sis1on"i >elerava a =eli>i"a"e "estes lti1os3 %11er1ann ain"apo"ia 1ostrar no seu a->ai"e Pno seu $%nc!!ausenN u1 >orpulento >a1pon@s est=aliano3 que "iiaM umtrou;a, $uem d ao 5erreiro o din/eiro $ue a gente mesma pode gan/ar e "o qual se a=ir1ava $ueconserta2a com as pr7prias mos toda,s as 2igas, as portas e 3atentes, as arcas e 3a6s de sua casa, oumesmo, se 5osse o caso, os 5azia no2os$ Penso W acrescenta2a4se W $ue se ele o dese0ar poder 3ancar omarceneiro e 5azer um 2erdadeiro armrio$ )a %slJn"ia ain"a no B Boe o=F>io espe>ial "i!no "e ser >ita"o$L o >a1pon@s ain"a D o seu prHprio arteso $

    SH a in"stria >apitalista se reveste "e to !ran"e superiori"a"e3 "e 1ol"e a eli1inar rapi"a1ente ain"stria "o1Dsti>a "o >a1pon@s que pro"u para o seu prHprio uso$ Uni>a1ente o siste1a "e>o1uni>a#Ges "a so>ie"a"e >apitalista3 >o1 as suas estra"as "e =erro3 os seus >orreios e ornais3 po"etransportar as i"Dias e os pro"utos uranos atD os >antos 1ais re>ua"os "o interior3 su1eten"o assi1 o>onunto "a popula#o a!rF>ola3 e no apenas os surios "as >i"a"es3 a esse pro>esso$

    esso avan#a3 e 1ais se "esa!re!a a in"stria "o1Dsti>a a que se "e"i>avapri1itiva1ente o >a1pon@s3 tanto 1ais au1enta a sua ne>essi"a"e "e "inBeiro3 no apenas para a >o1pra"e >oisas "ispensveis3 e 1es1o supDr=luas3 1as ta1D1 para a >o1pra "e >oisas ne>essrias$ Ele nopo"e 1ais lavrar a sua terra3 no po"e 1ais prover a sua 1anuten#o se1 "inBeiro$

    (as3 unta1ente >o1 a sua ne>essi"a"e "e "inBeiro3 "esenvolvia/se e >res>ia i!ual1ente a "as=or#as que eplorava1 o >a1pon@s3 os senBores =eu"ais3 os prFn>ipes e outros "etentores "a autori"a"epli>a$ %sto >on"uia3 >o1o se sae3 ? trans=or1a#o "as presta#Ges e1 !@neros "o >a1pon@s e1presta#Ges 1onetrias3 as quais eperi1entava1 ta1D1 a ten"@n>ia a se elevare1 >a"a ve 1ais$ E1>onseqW@n>ia3 a ne>essi"a"e "e "inBeiro por parte "o >a1pon@s au1entava natural1ente$

    O ni>o 1Dto"o 1e"iante o qual ele po"ia >onse!uir "inBeiro >onsistia e1 trans=or1ar os seuspro"utos e1 1er>a"orias3 e lev/%as ao 1er>a"o para a ven"a$ (as no era >erta1ente para os arti!os "esua in"stria atrasa"a que ele 1ais "epressa en>ontrava >o1pra"ores3 era para os que a in"stria urana

    no pro"uia$Assim, o >a1pon@s =oi =inal1ente =or#a"o a tornar/se o que se enten"e Boe por >a1pon@s3>oisa que asoluta1ente no =oi no inF>ioM u1 agricultor puro. (as quanto 1ais se >Be!ava a esta situa#o3

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    tanto 1ais a in"stria e a a!ri>ultura se separava1 u1a "a outra3 tanto 1ais se "istan>iava "aquelain"epen"@n>ia3 "aquela se!uran#a3 "aquele en>anto "e vi"a que Sismondi ain"a "es>oria3 aqui ou a>ol3unto ao >a1pon@s livre$

    O >a1pon@s >aFra a!ora so a "epen"@n>ia "o 1er>a"o3 que era para ele ain"a 1ais >apri>Boso e1ais in>erto que a te1peratura$ Contra as per=F"ias "esta lti1a po"ia ao 1enos pre1unir/se atD >ertoponto$ &or 1eio "e =ossos "e "es>ar!a po"ia atenuar as >onseqW@n>ias "e verGes 1uito 1i"os^ por 1eio"e traalBos "e irri!a#o po"ia rea!ir >ontra u1a se>a e>essiva^ por 1eio "e =o!ueiras po"ia provo>arespessas =u1a#as3 e assi1 preservar os seus vinBe"os "as !ea"as "a pri1avera3 et>$ (as no tinBare>ursos >o1 que i1pe"ir a aia "os pre#os e tornar ven"veis os !ros inven"veis$ E usta1ente o quelBe =ora antes u1a en#o3 tornava/se u1 =la!eloM u1a oa >olBeita$ %sto se 1ani=estou >o1 relevosoretu"o no >o1e#o "e nosso sD>ulo3 quan"o a pro"u#o a!rF>ola "a Europa O>i"ental re>eerauniversal1ente o >arter "e pro"u#o "e 1er>a"orias3 1as quan"o ain"a os 1eios "e >o1uni>a#o era1i1per=eitos e in>apaes "e estaele>er equilFrio entre a superaun"Jn>ia veri=i>a"a aqui e a es>asseevi"en>ia"a a>ol$ Assi1 >o1o as 1s >olBeitas =aia1 >o1 que suisse1 os pre#os3 as oas os =aia1>air$ )a 0ran#a a >olBeita "e tri!o "eu o ren"i1ento se!uinteM

    Anos Ren"i1ento 1D"io por:e>tare / Be>tolitros

    &re#o "o Be>tolitro0ran>os

    -7-6 538 2738-

    -7- /// 863-6-72- -232 -35-728 /// -3N5

    Os a!ri>ultores =ran>eses sH otivera1 e1 -72-/223 >o1 u1a >olBeita aumentada de um tero,para o ren"i1ento "e u1 Be>tare3 apenas >er>a "e 299 =ran>os3 um tero1enos que e1 -7-6/-$ )oa"1ira3 por >onse!uinte3 que o rei "a 0ran#a epri1isse ento ? CJ1ara o seu pesar pelo =ato "e nenBu1alei estar e1 >on"i#Ges "e remediar os incon2enientes resultantes da supera3undRncia das col/eitas.

    a1pon@s pro"uia3 e 1ais lBe era i1possFvelven"er "ireta1ente aos >onsu1i"ores3 tanto 1ais tinBa ne>essi"a"e "e u1 inter1e"irio$ O >o1er>iante

    to1ou ento lu!ar entre os >onsu1i"ores "e u1 la"o e os pro"utores "e outro$ Era esse 1es1o>o1er>iante que3 >o1 u1a vista "`olBos3 aar>a o 1er>a"o e1 1elBor que os "e1ais3 que o "o1ina nu1a>erta 1e"i"a e que "ele se utilia para eplorar o >a1pon@s$

    Ao ne!o>iante "e !ros e "e !a"o se asso>ia lo!o o usurrio3 quan"o no se >on=un"e >o1 ele$)os anos in=elies3 as re>eitas "o >a1pon@s no lBe asta1 para >orir as ne>essi"a"es "e "inBeiro$ )olBe resta outro re>urso seno =aer uso "o seu >rD"ito3 "e "ar a sua terra e1 Bipote>a$ U1a nova"epen"@n>ia3 u1a nova eplora#o3 a pior "e to"as3 >o1e#a para ele3 a "o >apital usurrio3 "o qual se"ese1ara#a >o1 1uito >usto$ E ne1 se1pre o >onse!ue$ s vees a nova >ar!a resulta 1uito pesa"apara ele3 e o =i1 "o ne!H>io ve1 a ser a ven"a e1 leilo "o e1 Bere"itrio3 para >ontentar3 >o1 o pro"uto"a Basta pli>a3 o usurrio e ta1D1 o a!ente "o =is>o$ O que antes no po"ia1 as 1s >olBeitas3 o =o!oe a espa"a3 realia1/no as >rises "o 1er>a"o "e >ereais e "e !a"o$ Elas no a>arreta1 para o >a1pon@sapenas u1 1al passa!eiro$ &o"e1 arran>ar/lBe o !anBa/po 4 a sua terra 4 e =inal1ente separ/lointeira1ente "ela3 para transform-lo num proletrio. Eis o que resulta "o e1/estar3 "a in"epen"@n>ia3"a se!uran#a "o >a1pon@s livre3 l on"e a sua in"stria "o1Dsti>a3 "estina"a ?s suas prHpriasne>essi"a"es3 se "esa!re!a e on"e as presta#Ges e1 espD>ie pesa1 sore ele$

    O "esenvolvi1ento "a in"stria urana lan#a ta1D1 o !er1e "e "issolu#o "a =a1Flia ruralpri1itiva$ %ni>ial1ente a proprie"a"e "o >a1pon@s >ontinBa a terra ne>essria ? ali1enta#o "a sua =a1Fliae ?s vees 1es1o para o pa!a1ento "o =ro aos senBores$

    (as quanto 1ais o lavra"or >aFa so a "epen"@n>ia "o 1er>a"o3 quanto 1ais tinBa ne>essi"a"e "e"inBeiro3 quanto 1aior era por >onse!uinte o e>esso "e !@neros que "evia >olBer e ven"er3 tanto 1aistinBa ne>essi"a"e "e terra$ propor>ional1ente ao ta1anBo "e sua =a1Flia3 e3 per1ane>en"o i"@nti>as as>on"i#Ges "e pro"u#o3 para >orir as suas "espesas$ Ele no po"ia 1o"i=i>ar ? sua vonta"e o 1o"o "epro"u#o estaele>i"o3 no po"ia au1entar a etenso "e sua terra$ (as possuFa3 no >aso "e=a1Flia 1uito nu1erosa3 o re>urso "e "i1inuF/%a3 "e a=astar "o "o1Fnio paterno o e>e"ente "etraalBa"ores "e que "ispunBa para p/los ao servi#o "e estranBos3 >o1o e1pre!a"os "e !rana3 sol"a"osou proletrios uranos3 ou "e 1an"/%as para a A1Dri>a a =i1 "e >onstituFre1 novo lar$ A =a1Flia

    -N

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    >a1ponesa se re"uiu3 assi13 o 1ais possFvel$

    Outra rao a!iu no 1es1o senti"o$ A a!ri>ultura no D =or1a "e ativi"a"e que eia se1pre "oBo1e1 o 1es1o !asto "e traalBo$ Te1poraria1ente "urante o arroteio "a terra3 1as prin>ipal1ente"urante as >olBeitas3 ela re>la1a 1uitos ra#os3 que3 e1 outras >ir>unstJn>ias3 po"e "ispensar$ )o vero3 ane>essi"a"e "e ra#os na a!ri>ultura D "uas3 tr@s3 ?s vees 1es1o quatro vees 1aior que no inverno$

    Enquanto "urou a in"stria "o1Dsti>a "o >a1pon@s3 essas "i=eren#as na pro>ura "e ra#os =ora1"e pou>as >onseqW@n>ias$ Se na"a ou pou>o Bavia a =aer na lavoura3 a =a1Flia rural passava a traalBar>o1 a 1es1a intensi"a"e e1 >asa$ %sto >essou quan"o a in"stria "o1Dsti>a "o >a1pon@s "esapare>eu$Eis o se!un"o 1otivo que usti=i>ava a re"u#o "a =a1Flia rural ao 1Fni1o3 a =i1 "e no se ter inativos aali1entar "urante o inverno$

    SH =ala1os aqui "os e=eitos "o "esapare>i1ento "a in"stria "o1Dsti>a "o >a1pon@s$ (u"an#asna pro"u#o a!rF>ola 4 >o1o por ee1plo a passa!e1 "a eplora#o "as pasta!ens ? pe>uria intensiva3que ei!e 1ais traalBo 4 po"e1 paralis/los$ (as outras 1u"an#as3 ao >ontrrio3 so sus>etFveis "eesten"e/los ain"a 1ais$ Assi13 u1a "as 1ais i1portantes ativi"a"es a!rF>olas que o>upa1 o inverno D a"eulBa "o tri!o$ A intro"u#o "a "eulBa"ora ps =i1 a esse servi#o e3 "eu 1otivo ain"a 1ais =orte para1aior retrai1ento "o >Fr>ulo "a =a1Flia rural$

    Os que =i>a1 "eve1 natural1ente 1atar/se "e >ansa#o "urante o vero$ (as os seus es=or#os no

    asta1 para suprir o traalBo "os que partira1$ Ur!e3 portanto3 o en!aa1ento "e ra#os auiliares3 "eoperrios assalariados, que sH so o>upa"os "urante o te1po "o servi#o 1ais "uro e que po"e1 ser"ispensa"os lo!o que no se tenBa 1ais ne>essi"a"e "eles$ &or 1ais eleva"o que sea o seu !anBo3 ain"aassi1 sai 1ais arato "o que se =osse pre>iso "ar/%Bes >o1i"a3 >o1o 1e1ros "a =a1Flia3 "urante o anoto"o$ (as esses ra#os3 que se alu!a1 por u1 salrio3 so "e >a1poneses proletrios3 "e >a1ponesesque us>a1 servi#os a>essHrios3 =ilBos e =ilBas "e >a1poneses que esto soran"o$

    A 1es1a evolu#o que3 "e u1 la"o3 sus>itou a pro>ura "e operrios assalaria"os3 >riou "e outroesses operrios$ Ela proletaria 1uitos >a1poneses3 re"u a =a1Flia "e outros >o1o vi1os3 e atira ao1er>a"o "o traalBo o e>e"ente "e seu^ =ilBos e =ilBas$ En=i13 >ria entre os pequenos lavra"ores ane>essi"a"e "e !anBos a>essHrios3 oti"os =ora "e sua prHpria eplora#o$ A terra "eles D 1uito li1ita"apara =orne>er o e>e"ente sore as ne>essi"a"es "e sua prHpria >asa$ Eles no t@1 pro"utos a!rF>olas quepossa1 levar ao 1er>a"o$ A ni>a 1er>a"oria que po"e1 ven"er D a sua fora de trabal!o que sHte1poraria1ente D re>la1a"a e1 !loo pela sua prHpria eplora#o$ U1 "os 1eios "e aproveit %a resi"e

    no traalBo assalaria"o3 e=etua"o nas e1presas 1aiores$AtD o sD>ulo X%% sH rara1ente en>ontra1os ornaleiros >ria"os e >ria"as "e !rana3 ao servi#o "e

    >a1poneses3 uni>a1ente a partir "essa Dpo>a D que seu e1pre!o se torna 1ais !eral$ (as a sustitui#o"e 1e1ros "a =a1Flia por operrios assalaria"os rea!iu por sua ve sore as >on"i#Ges "os traalBa"oresque per1ane>era1 no3 seio "aquela$ Estes ta1D1 !ra"ativa1ente >ae1 ao nFvel "os operriosassalaria"os pelo >Be=e "a =a1Flia3 que ao 1es1o te1po se torna o "ono e>lusivo "a proprie"a"e>a1ponesa3 "a Beran#a "o1Dsti>a$

    A anti!a so>ie"a"e "a =a1Flia rural3 eploran"o e>lusiva1ente por seu prHprio es=or#o o prHprio>Bo3 D sustituF"a nas !ran"es e1presas a!rF>olas por u1 !rupo "e operrios >ontrata"os3 os quais3 so o>o1an"o "o proprietrio3 traalBa1 para ele na lavoura3 !uar"a1 o seu !a"o3 en>eleira1 a sua >olBeita$

    O anta!onis1o "e >lasses eistente entre o eplora"or e o eplora"o3 entre o possui"or e oproletrio3 penetra na al"eia3 no prHprio lar "o >a1pon@s3 e "estrHi a anti!a Bar1onia e a anti!a

    >o1uni"a"e "e interesses$To"o esse pro>esso >o1e#ou3 >on=or1e "isse1os "urante a %"a"e (D"ia3 1as uni>a1ente o

    1o"o "e pro"u#o >apitalista o a>elerou a ponto "e suor"inar/lBe to"a a popula#o rural$ Ele ain"a no>Be!ou ao =i13 e ain"a Boe prosse!ue3 aar>an"o novas re!iGes3 trans=or1an"o novas es=eras "epro"u#o >a1ponesa para o >onsu1o pessoal e1 "o1Fnios "e pro"u#o "e 1er>a"orias3 au1entan"o "as1ais "iversas 1aneiras a pro>ura "e "inBeiro por parte "o lavra"or3 sustituin"o o traalBo "e =a1Flia pelotraalBo assalaria"o$ E assi1 o "esenvolvi1ento "o 1o"o "e pro"u#o >apitalista na >i"a"e asta paratrans=or1ar >o1pleta1ente a eist@n>ia "o >a1pon@s3 enten"i"a ? 1aneira anti!a$ &ara tanto3 ne1 1es1oD in"ispensvel que o >apital penetre na pro"u#o a!rF>ola e se =or1e o anta!onis1o entre a !ran"e e apequena eplora#o$

    (as o >apital no restrin!e a sua a#o ? in"stria$ Assi1 que a"quire =or#as astantes3 apo"era/seta1D1 "a a!ri>ultura$

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    %%%A A'R%CULTURA SO+ O 0EU,AL%S(O

    aQ A >ultura "e tr@s a=olBa1entos

    )o D este o lu!ar in"i>a"o para pesquisas a respeito "as ori!ens "a proprie"a"e >a1ponesa$ &arao nosso oetivo asta "eter1inar1os as =or1as "e proprie"a"e e "e eplora#o >a1ponesas que se"esenvolvera13 apHs a tor1enta "a 1i!ra#o "os povos3 nos paFses o>upa"os pelos !er1Jni>os3 e aF se1antivera1 >o1 pou>as e>e#Ges / entre as quais a 1ais i1portante D representa"a pela %n!laterra / atDu1 perFo"o avan#a"o "o sD>ulo X%%% e e1 >ertas lo>ali"a"es atD o nosso te1po$ Tratava$/e "e u1>o1pro1isso entre a proprie"a"e >o1u1 "o solo3 tal >o1o a ei!ia a eplora#o >a1ponesa "aspasta!ens3 e a proprie"a"e priva"a "a terra3 que sur!ia "as ne>essi"a"es "e eplora#o >a1ponesa "aslavouras$ $

    Assi1 >o1o >a"a =a1Flia "e >a1poneses =or1ava u1a so>ie"a"e "o1Dsti>a astan"o/se a si1es1a3 >a"a al"eia =or1ava3 "o ponto "e vista e>on1i>o3 u1a so>ie"a"e =e>Ba"a3 astan"o/se a si1es1a3 a sociedade de territ&rio '$ar(genossensc!aft).

    0ae1os aqui astra#o "a =or1a "e o>upa#o >onstituF"a por posses particulares"isse1ina"as3e no por al"eias >o1pa>tas3 =or1a que "urante 1uito te1po =oi >onsi"era"a pri1itiva3 1as que3 >o1o DBoe oservvel3 sH se apresenta e>ep>ional1ente3 e e1 virtu"e "e parti>ulari"a"es "a tra"i#o BistHri>a3assi1 >o1o "a >on=i!ura#o "o solo$ O que D nor1al e tFpi>o D o siste1a "e al"eia3 e sH "ele tratare1os ase!uir$

    O ponto "e parti"a "a eplora#o >a1ponesa oi o quintal >o1 a >asa '*aus!ofstiitte), que setornara1 proprie"a"e priva"a$ Esta >o1preen"ia3 alD1 "a >asa e "os e"i=F>ios "e eplora#o ne>essrios3u1a =aia "e terra e1 torno "o prD"io3 que era >er>a"o$ A >er>a envolvia a Borta3 on"e se en>ontrava1 asplantas 1ais ne>essrias ? ali1enta#o3 le!u1es o linBo3 rvores =rutF=eras3 et>$ A al"eia se >o1punBa "eu1 n1ero 1ais ou 1enos etenso "e quintais se1elBantes$ 0ora "a al"eia se situava o territHriopartilBa"o3 as terras lavra"ias$ Estas era1 "ivi"i"as on"e reinasse a >ultura "e tr@s a=olBa1entos$ %sto severi=i>ava 1ais =reqWente1ente e1 tr@s =olBas '+luren)ou saGes ',elgen). Ca"a =olBa se "ivi"ia por suave e1 "i=erentes >er>a"os3 isto D3 e1 super=F>ies >ultivveis que "i=eria1 entre si pela situa#o e quali"a"e

    "o solo$ E1 >a"a >er>a"o3 >a"a >asa possui a u1 lote "e >Bo que lBe perten>ia privativa1ente$ 0ora "oterritHrio partilBa"o Bavia o territHrio no partilBa"o 'allmends" territ&rio comum)3 isto D3 o osque e apasta!e1$

    A so>ie"a"e eplorava e1 >o1u1 a ona no partilBa"a$ )a terra lavra "ia3 >a"a =a1Flia>ultivava por >onta prHpria os prHprios lotes3 1as no ? sua vonta"e$ )as lavouras plantava1/se os >ereaispara a ali1enta#o "os Bo1ens$ (as a >ria#o3 a eplora#o "as pasta!ens "o1inava1 ain"a to"a aeplora#o a!rF>ola$ E se a >ultura "a terra se tornara ativi"a"e privativa "as "iversas =a1Flias3 a eplora#o"as pasta!ens per1ane>eu >o1o ne!H>io >o1u1 "e to"a a >oletivi"a"e$ Esta =or1a >o1ina"a rea!iusore as rela#Ges "e proprie"a"e$ Co1o terra lavra"ia3 o solo >era proprie"a"e priva"a^ >o1o terreno "epasta!e13 proprie"a"e >o1u1$ %sto quer "ier que >a"a %avoura3 lo!o "epois "e realia"a a >olBeita3 eraaan"ona"a ? pasta!e1 su1eti"a >o1o tal ao "ireito "e "isposi#o "a >oletivi"a"e3 que eplorava e1>o1u1 to"os os >a1pos$ E >o1o as "e1ais3 as terras se1 >ultura era1 utilia"as >o1o pasta!e1 >o1u1pelo !a"o "e to"a a al"eia$ (as isto teria si"o i1possFvel se >a"a >o1ponente "a al"eia Bouvesse >ultiva"oos seus lotes ? vonta"e$ :avia ta1D1 u1a obrigao de fol!a '+lurzang)no interior "e >a"a =olBa ousao$ To"os os proprietrios "e lotes era1 ori!a"os a >ultiv/los "e 1aneira uni=or1e$ Ca"a ano3 u1a"as tr@s =olBas "e terra lavra "ia =i>ava "e pousio3 ao passo que a se!un"a se >onsa!rava ? >ultura "asse1enteiras "e outono e a ter>eira ? >ultura "os tri!os "e 1ar#o$ Anual1ente se 1u"ava a >ultura "a =olBa$AlD1 "as anti!as pasta!ens e "as terras "e pousio3 os pra"os3 as pasta!ens perpDtuas e as =lorestas=orne>ia1 a nutri#o "os ani1ais3 >ua =or#a "e traalBo3 >uo estru1e3 >uo leite e >arne era1 i!ual1entei1portantes para a eplora#o >a1ponesa$

    Esse siste1a a!rF>ola veio a pre"o1inar on"e quer que se estaele>esse1 os povos !er1Jni>os$ Aeste respeito3 no =aia nenBu1a "i=eren#a que os a!ri>ultores estivesse1 e1 >on"i#Ges "e res!uar"ar asua inteira lier"a"e3 que se e1pre!asse1 >o1o =oreiros no "o1Fnio "e u1 senBor3 que Bouvesse1renun>ia"o ? in"epen"@n>ia para se >olo>are1 so a prote#o "e u1 =i"al!o po"eroso3 ou que Bouvesse1si"o su1eti"os pela =or#a$

    Tratava/se "e u1 siste1a "e eplora#o "e ener!ia e resist@n>ia notveis3 ver"a"eira1ente

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    >onserva"or3 no 1elBor senti"o "a palavra$

    O e1/estar e a se!uran#a "a eist@n>ia >a1ponesa no repousava1 1enos sore a >onstitui#o"a so>ie"a"e "e territHrio 'mar(genossenc!aftlic!N "o que sore a pequena pro"u#o "o1Dsti>a$ Osiste1a "e >ultura "e tr@s a=olBa1entos3 >o1 osque e pasta!e13 no >are>ia "e aaste>i1ento vin"o "e=ora$ &ro"uia os ani1ais e os ester>os que lBe era1 ne>essrios para >ultivar a terra e prevenir oes!ota1ento "o solo$ &or outro la"o3 a >o1uni"a"e "as pasta!ens e "a =olBa lavra"ia >riava entre os

    >o1panBeiros "a al"eia u1a sHli"a >oeso3 a qual os prote!ia e=i>a1ente >ontra u1a eplora#oe>essiva por parte "os ele1entos eteriores$

    (as3 por sHli"a que =osse a estrutura "esse siste1a a!rF>ola3 o "esenvolvi1ento "a in"striaurana3 e >orrelativa1ente "o >o1Dr>io3 a =eriu "e 1orte3 =erin"o "e i!ual passo a in"stria >a1ponesa$

    Q Diminui>o da cultura de tr@s a5ol/amentos pela a>o da grande e;plora>o dos sen/oresterritoriais.

    i1os >o1o a in"stria urana au1entou a pro>ura "e "inBeiro por parte "o >a1pon@s3 e ao1es1o te1po "os ele1entos que "ele3 inteira ou par>ial1ente3 tirava1 a sua =or#a vital 4 a norea =eu"ale o Esta"o 1o"erno nas>ente$ i1os ta1D1 >o1o tal situa#o =or#ou o >a1pon@s a pro"uir para a

    ven"a os !@neros ali1entF>ios que en>ontrava1 o seu 1er>a"o nas >i"a"es =lores>entes$ (as apenas >o1isto se ro1pia o equilFrio "o territHrio '$ar()3 >ua e>ono1ia repousava no =ato "e ela astar/seinteira1ente a si 1es1a3 na"a3 ou quase na"a3 re>een"o "e =ora3 1as ta1D1 no entre!an"o na"a3 ouao 1enos na"a "e i1portante para =ora$

    &ri1itiva1ente era proii"o e1 quase to"os os territHrios3 "a 1aneira 1ais severa3 >on>orrer/separa que "eles saFsse13 ou =osse1 ven"i"os =ora3 se1 per1isso "os >o1panBeiros3 os arti!os "equalquer naturea / por ee1ploM 1a"eira3 =eno3 palBa3 ester>o3 et>$ (es1o os pro"utos "o solo >olBi"os noterritHrio "evia13 na 1e"i"a "o possFvel3 ser ene=i>ia"os e >onsu1i"os "entro "o prHprio territHrio$ O1es1o se "evia se!uir quanto aos ani1ais$ Os por>os en!or"a"os no territHrio "a al"eia no po"ia1 serven"i"os =ora$ O 1es1o a>onte>ia >o1 os =rutos "a terra3 e os vinBos$ ,evia1 ser 1oF"os3 >oi"os3>o1i"os3 ou pisa"os e ei"os no prHprio territHrio$

    Co1 o "esenvolvi1ento "esses usos3 eles =or1ara13 e1 1uitas al"eias3 direitos

    consuetudinrios.A ne>essi"a"e "e na"a eportar3 "e tu"o >onsu1ir "entro "a prHpria al"eia3 to1ou3 ?svees3 >o1o >onseqW@n>ia "a eplora#o =eu"al3 =or1as$ >uriosas$

    '$ L$ (aurer alu"e3 na sua Tistoria da Constitui>o da Aldeia P'es>Bi>Bte "er ,or=ver=assun!3 % p!$8-6Q3 a um gentil4/omem da Alscia $ue, em FK\, o3riga2a os seus camponeses, como cor2ia, aconsumirem o resto dos seus 2in/os azedos, a 5im de se es2aziarem os tonis para o 2in/o recente do ano.Eles de2iam, como in5orma :aurer, 3aseado numa crnica antiga, 3e3er tr@s 2ezes por semana essazurrapa, e no da2am mais nada ao no3re, em pagamento, a no ser po e $uei0o. :as $uando oscamponeses se em3riaga2am, e se pun/am a 3rigar, o 5idalgo os multa2a por tal crime, rece3endo assimmais dinheiro pelo vinho do que se o houvesse vendido. )ossos nores pro"utores "e l>ool "everia1levantar u1 1onu1ento a esse BerHi !er1Jni>o$ )esses te1pos lon!Fnquos ele saia i1por/se toener!i>a1ente por inter1D"io "o al>oolis1o3 "o lu>ro e "a e"u>a#o >rist$

    Os entraves representa"os pelos "ireitos >onsuetu"inrios se tornara1 insuportveis3 ouprovo>ara1 >Bi>anas inteis3 assi1 que a pro"u#o para o 1er>a"o se i1ps aos >a1poneses >o1o u1a

    ne>essi"a"e$ (as a re1essa per1anente ? >i"a"e / "e !@neros ali1entF>ios3 que no era1 1ais"evolvi"os ao solo3 "evia e1pore>@/lo e es!ot/%o pou>o a pou>o$

    Entre1entes3 o equilFrio e>on1i>o "o territHrio era ain"a pertura"o "e outra 1aneira$ A 1e"i"aque os pro"utos "o solo se tornava1 1er>a"orias e re>eia1 u1 valor >o1er>ial3 a terra se tornavata1D1 1er>a"oria possui"ora "e valor$ Assi1 que a pro"u#o "e 1er>a"orias a!rF>olas to1ou 1aiorespropor#Ges3 no inF>io "os te1pos 1o"ernos3 o solo "eiou "e eistir >o1 superaun"Jn>ia3 >o1o na era e1que os !er1Jni>os se Bavia1 estaele>i"o no paFs e sustituF"o a eplora#o n1a"e "as pasta!ens3>o1pleta"a por urna >a#a etensa e por u1a lavoura 1e"Fo>re3 asoluta1ente pri1itiva3 pelo siste1a "etr@s a=olBa1entos3 "e que trata1os aqui$

    A >a"a 1o"o "e pro"u#o >orrespon"e u1 1i1o "e popula#o sus>etFvel "e tratar "e >ertapor#o "e terras$ Esse 1i1o teria si"o al>an#a"o pelos !er1Jni>os3 ao te1po "a 1i!ra#o "os povosb Asuperpopula#o t@/los/ia =eito irro1per no %1pDrio Ro1ano >orno =ator 1ais sDrio "o que a i1possiili"a"e

    "e "e=esa e1 que este se a>Bavab Este ponto D "is>utFvel$ O >erto3 >ontu"o3 D que a sua passa!e1 a u11o"o "e eplora#o a!rF>ola 1ais eleva"o3 que "evia1 a seu >ontato >o1 a >ivilia#o ro1ana3 au1entou

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    >onsi"eravel1ente os re>ursos "e ali1enta#o "os !er1Jni>os na =ase i1e"iata ? 1i!ra#o "os povos$ Apopula#o es>assa 1al supria as ne>essi"a"es "o novo 1o"o "e pro"u#o$ Este 1es1o era 1uito=avorvel ao apelo a urna "es>en"@n>ia nu1erosa$ Assi13 passa"a a tor1enta 1i!ratHria3 quan"o a pa e ase!uran#a se instalara1 1ais ou 1enos na Europa3 a popula#o >o1e#ou a 1ultipli>ar/se rapi"a1ente$ Oseu au1ento en>ontrou >o1 =a>ili"a"e3 nas re!iGes in>ultas3 o solo "e que >are>ia$ Se os Baitantes "aal"eia se 1ultipli>ava13 a sua =olBa lavra"ia era a1plia"a >o1 novas >ulturas3 =eitas no territHrio no

    partilBa"o$ :avia >asos e1 que urna =ra#o "este lti1o se separava3 =or1an"o/se >o1 ela o territHrio "eurna nova so>ie"a"e3 "e u1a nova al"eia ir13 que se elevava ? ilBar!a "a pri1itiva$ &or outro la"o3 osprFn>ipes "oava1 aos >onventos3 ou a nores personali"a"es "e seu sDquito3 !ran"es reas "o paFs3par>ial ou total1ente ineplora"as3 e nas quais os proprietrios3 1e"iante u1 =oro 1H"i>o3 per1itia1 oestaele>i1ento "e so>ie"a"es "e >olonos i1i!rantes$ Os eslavos era1 repeli"os "e 1aneira siste1ti>a3 e"o1Fnios se1pre novos se aria1 ? >olonia#o !er1Jni>a$

    )o >o1e#o "o sD>ulo X3 a !uerra "os Bussitas na +o@1ia e a "erro>a"a "a or"e1 ale1 na&olnia pusera1 =i1 ao pro!resso "a >olonia#o ale1 no senti"o "o leste$ (as na 1es1a Dpo>a apopula#o "a Europa Central Bavia3 seno al>an#a"o o 1i1o que lBe =a>ultava o 1o"o "e pro"u#o "ote1po3 ao 1enos to1a"o u1a etenso satis=atHria3 "e 1aneira que no 1ais se veri=i>ava >ar@n>ia "eBo1ens3 >ar@n>ia "e ra#os$ A terra >essava "e apresentar/se e1 superaun"Jn>ia tal que a =iesse "eso1enos i1portJn>ia$ Assi1 sur!iu a possiili"a"e tanto quanto o "eseo "e se 1onopoliar o 1ais>onsi"ervel "e to"os os 1eios "e pro"u#o$ Eis porque as lutas 1ais en>arni#a"as e violentas se travara1entre os >a1poneses3 "e u1 la"o3 e a norea =eu"al "e outro3 lutas que "urara1 atD o nosso te1po3 que ari!or a1ais >essara1 inteira1ente3 1as >uas atalBas "e>isivas se veri=i>ara1 na Ale1anBa "es"e osD>ulo X%$ Os seus resulta"os =ora1 quase que por to"a parte =avorveis ? norea =eu"al3 que sesu1etia ao prestF!io >res>ente "o Esta"o e assi1 otinBa o auFlio "este >ontra os >a1poneses$

    A norea vitoriosa >o1e#ou a pro"uir 1er>a"orias "e u1a 1aneira que representa u1 1istosin!ular "e >apitalis1o e =eu"alis1o$ Co1e#ou a etorquir 1ais/valia nas !ran"es eplora#Ges3 1ase1pre!an"o or"inaria1ente no o traalBo assalaria"o3 1as o traalBo =or#a"o "e naturea =eu"al$ Suae>ono1ia =lorestal3 assi1 >o1o a sua eplora#o "as pasta!ens e "o solo3 re"uia1 o territHrio "os>a1poneses e ro1pia1 o equilFrio "o siste1a "e >ultura "e tr@s a=olBa1entos$

    O que 1ais >onvinBa ? eplora#o =eu"al e >apitalista3 ? pro"u#o "e 1er>a"orias e1 !ran"espropor#Ges3 no >a1po3 era a silvi>ultura$ ,es"e que o "esenvolvi1ento "as >i"a"es tornou a 1a"eira u1a1er>a"oria pro>ura"a / ela no =ora ain"a sustituF"a pela BulBa e pelo =erro3 e era portanto3 para o

    aque>i1ento >o1o para a >onstru#o3 1uito 1ais e1pre!a"a "o que Boe / os senBores pro>urara1apropriar/se "as =lorestas3 sea to1an"o/as ? >o1uni"a"e3 quan"o esta as possuFa sea3 quan"o elas e1seu po"er3 li1itan"o o 1ais possFvel os "ireitos "os >o1panBeiros "e territHrio relativa1ente aoaprovisiona1ento "e 1a"eira e palBa e ? utilia#o "as pasta!ens$

    [ entre os "oe arti!os "os >a1poneses revolta"os e1 -2 eistia u1 Po quintoQ3 que assi1 seenun>iaM Em $uinto lugar, n7s nos $uei;amos tam3m $uanto ao corte de madeira, por$ue nossossen/ores tomaram para si e;clusi2amente todas as matas, e se o /omem po3re tem necessidade dealguma coisa, precisa compr4la por um pre>o duplo. %ossa opinio $ue todas as matas $ue religiosos ouleigos possuem sem t@4&as comprado de2em re2erter propriedade da comuna inteira, e $ue $ual$uerintegrante da coleti2idade de2e ter o direito de apan/ar no 3os$ue o $ue l/e se0a preciso em sua casamesmo para construir, se tanto l/e 5r necessrio, ele de2e ter madeira sem pagamento. Para aregulamenta>o correspondente de2e /a2er apenas uma comisso eleita para tal 5im pela comuna= com istoser e2itada a e;plora>o$

    A e>luso "os >a1poneses "a utilia#o "a =loresta =oi =avore>i"a pelo "esenvolvi1ento "as>a#a"as$

    As ar1as venatHrias era1 pri1itiva1ente ta1D1 as ar1as "e !uerra$ A prHpria >a#a"a era aes>ola preparatHria "a !uerra$ A1as an"ava1 li!a"as "a 1aneira 1ais estreita$ Enquanto a pri1eira =oiin"ispensvel para >orir as ne>essi"a"es "o Bo1e1 >o1u13 este ta1D1 =oi u1 !uerreiro$ (as asustitui#o "a >a#a"a3 >o1o 1eio "e susist@n>ia3 pela a!ri>ultura3 =avore>eu a "iviso "o traalBo entreu1a classe alimentadora e u1a classe militar, "iviso que teve se!ura1ente outras >ausas ain"a$ Einversa1ente3 ? 1e"i"a que a !uerra ten"ia a tornar/se atriuto e>lusivo "a norea3 a >a#a"a ten"ia atornar/se u1 esporte e>lusiva1ente =i"al!o$

    Assi1 que a norea se =e supDr=lua3 assi1 que o Esta"o 1o"erno lBe arran>ou as =un#Ges queeer>era na %"a"e (D"ia / a !uerra3 a 1a!istratura3 a polF>ia / virou norea "e >orte$ Co1pri1ia/se e1torno "o 1onar>a para "ivertir/se e para pilBar o Esta"o$

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    A prosperi"a"e "a >a#a"a e a "a >ultura "o solo se e>lue13 portanto3 >a#a aun"ante sH po"eeistir e1 vastas =lorestas3 e >onstitui u1a =onte per1anente "e per"as e "anos para o >a1pon@s$

    on=lito "e interesses entre o>ultivo "o solo e a >a#a"a3 esta triun=ou$ Triun=ou e1 =avor "a norea$ Aos pro!ressos "a a!ri>ultura3 quea1ea#ava1 li1itar a aun"Jn>ia "a >a#a3 =oi i1posto u1 ter1o3 o "esrava1ento =oi e>luF"o "os osques3a ativi"a"e venatHria por parte "os >a1poneses =oi puni"a "a 1aneira 1ais severa$ E 1aisM estes lti1os

    =ora1 proii"os "e 1atar os ani1ais "a =loresta que "evastava1 os seus >a1pos$,isto nos "o teste1unBo os "oe arti!os "os >a1poneses "e -2$ )Hs le1os no quartoM Em

    $uarto lugar, at a$ui 5oi de5eso a todo /omem po3re ca>ar ou pescar na gua corrente o $ue nos parecenada razo2el e nada 5raternal, nem de acordo com a pala2ra de Deus. De resto, em algumas localidades aautoridade p63lica 5a2orece a ca>a sem nen/uma considera>o por n7s e em nosso detrimento, em 2irtudedo $ue as col/eitas propiciadas por Deus para utilidade dos /omens so inutilmente consumidas pelas5eras. E a tudo assistimos em sil@ncio, o $ue a5inal contra Deus e contra o pr7;imo$

    (as nos sD>ulos se!uintes a situa#o piorou ain"a 1ais$ So1ente a Revolu#o 0ran>esa ps =i1 atal esta"o "e >oisas$ (as na Ale1anBa3 >e1 anos "epois3 os =i"al!os prussianos ain"a tinBa1 a ousa"ia"e3 no Rei>Bsta!3 reivin"i>ar que o >a1pon@s era ori!a"o a en!or"ar/lBes as leres >o1 as suas >ouvesse1 que a pretenso en>ontrasse qualquer resist@n>ia sDria$

    Se3 na re!io e1 que se =or1ara 1er>a"o para a 1a"eira3 era =>il e si1ples a trans=or1a#o "a

    =loresta nu1a proprie"a"e priva"a3 a"1inistra"a se!un"o os prin>Fpios >apitalistas 4 e1ora ain"a so=or1as =eu"ais 4 no era 1enos si1ples e =>il3 on"e se =or1ara u1 !ran"e 1er>a"o para os pro"utospastoris Pa l3 parti>ular1enteQ e on"e o solo e o >li1a per1itia1 essa ativi"a"e3 a passa!e1 aoaproveita1ento >apitalista "as pasta!ens$ Tal aproveita1ento3 assi1 >o1o a silvi>ultura3 no re>la1a1ne1 u1 proletaria"o assalaria"o nu1eroso ne1 !ran"es inversGes "e >apitais$ A sua e>ono1ia Detre1a1ente ele1entar$ Assi1 >o1o a eplora#o >apitalista "as =lorestas3 a =or1a etensiva "aeplora#o >apitalista "as pasta!ens sH re>la1a a proprie"a"e priva"a "e vastas reas$ Os senBoresterritoriais tivera1 1uitas "i=i>ul"a"es "e as >onse!uir3 quan"o as >ir>unstJn>ias a>i1a 1en>iona"as atanto os >o1pelira13 "urante os sD>ulos X e X%3 na %n!laterra e na EspanBa3 e 1ais tar"e e1 1uitasonas "a Ale1anBa "o )orte >o1 >on"i#Ges =avorveis ? >ria#o "e ovinos$ A =or1a 1ais suave "opro>esso =oi o 1onopHlio3 por parte "o senBor3 "o "ireito "a >ria#o "e ani1ais3 "o "ireito "e >on"uir asovelBas ao pasto >o1u1$ As queias a este respeito sH >o1e#ara1 na Ale1anBa "epois "a !uerra "os>a1poneses$ (as =reqWente1ente o lu>ro resultante "a >ria#o "e >arneiros levou os senBores a

    trans=or1ar o pasto >o1u1 e1 proprie"a"e priva"a$ s vees >Be!ava1 atD a supri1ir a par>ela "os>a1poneses a =i1 "e =aere1 pasta!ens "a terra >ultivvel$

    )a re!io e1 que se =or1ara 1er>a"o para os pro"utos a!rF>olas3 os senBores =eu"ais quisera1ta1D1 >olB@/los nos seus prHprios "o1Fnios$ %sto era se!ura1ente 1enos si1ples que a eplora#o "as1atas e pasta!ens$ &re>isaria1 1enos "e terras suple1entares3 1as pre>isaria1 1ais3 ao >ontrrio3 "era#os suple1entares3 e "e >ertos >apitais$

    )a %"a"e (D"ia >a"a senBor sH >ultivava e1 re!ra3 quer "ireta1ente3 quer por inter1D"io "e u1a"1inistra"or3 u1a =ra#o "e suas terras$ O resto "e seu "o1Fnio ele o entre!ava a =oreiros que se>o1pro1etia1 e1 parte a pa!ar presta#Ges Iin naturaI3 e1 parte a e=etuar >orvDia e1 sua prHpriaeplora#o3 no "o1Fnio senBorial$ i1os que o apare>i1ento "o 1er>a"o urano para os !@neros "epri1eira ne>essi"a"e "esenvolveu "e u1 la"o a possiili"a"e3 "e outro o "eseo "e trans=or1ar taispresta#Ges e1 presta#Ges e1 "inBeiro$ (as essa ten"@n>ia3 quan"o o "o1Fnio senBorial >o1e#a a pro"uir

    ta1D1 para a ven"a3 D >rua"a por outras$ O traalBo assalaria"o ain"a se a>Ba pou>o "esenvolvi"o3 aa!ri>ultura na proprie"a"e senBorial D ori!a"a a re>orrer ao traalBo =or#a"o "os =oreiros$ e"ente "os !@neros =orne>i"os pelo "o1Fnio senBorial3 tanto 1ais este te1 ne>essi"a"e "e ra#os e"e terra$ %sto pro"u3 "e u1 la"o a ten"@n>ia para a a1plia#o "a proprie"a"e "o nore3 ? >usta "aproprie"a"e >a1ponesa3 sea pela "i1inui#o "o territHrio no partilBa"o3 e1 parti>ular "as pasta!ens3 sea"ireta1ente pela epulso "os lavra"ores^ "e outro la"o3 sus>ita o es=or#o para u1 au1ento "as >orvDias"os >a1poneses3 es=or#o que "eter1inou >ertos li1ites ? sua epulso3 pois quanto 1enor =or o seun1ero na al"eia tanto 1enor ser o n1ero "e ra#os na terra "o senBor$ Este 1ovi1ento3 por sua ve3 Desti1ula"o no 1ais alto !rau pela epulso "os >a1poneses3 pois quanto 1enos operrios Bouver na terra"o nore tanto 1ais a >ar!a "o traalBo "eve pesar sore >a"a in"ivF"uo$

    e1os assi1 que o "esenvolvi1ento "a pro"u#o "e 1er>a"orias "eter1inou na a!ri>ultura asten"@n>ias 1ais >ontra"itHrias$ To"as3 >ontu"o3 tivera1 por e=eito a li1ita#o3 para o >a1pon@s3 "e 1o"ose1pre >res>ente3 "a terra >ultivvel3 e1 parti>ular "as pasta!ens e "as =lorestas3 e1 antes "e veri=i>ar/se

    u1a superpopula#o real3 isto D3 e1 antes "e al>an#ar/se o 1i1o "e Baitantes e1 >on"i#Ges "e ser

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    ali1enta"o pelo siste1a "e eplora#o a!rF>ola pre"o1inante$ A eist@n>ia >a1ponesa3 >o1 isto3 =oisuverti"a nos seus ali>er>es$

    A trans=or1a#o pro=un"a que se pro"uira no teor "e vi"a "o >a1pon@s se 1ani=estava na suaalimentao.

    >Q O campon@s se torna um 5aminto

    iona"a >o1 o nosso te1a !eral3 1as que nos pare>e sus>etFvel "e lan#ar sore eleal!uns es>lare>i1entos$

    U1a es>ola que te1 Boe 1uitos a"eptos3 e "e que so >Be=es Co1te e Spen>er3 !osta "etransportar as leis "a naturea para o "o1Fnio "a so>ie"a"e$ O @ito "os estu"os "a naturea3 e1 nossosD>ulo3 te1 si"o to rilBante que >on"uiu os >ientistas3 1uito =a>il1ente3 a >ren#a "e que tinBa1 no olsoa >Bave "e to"os os eni!1as3 1es1o nas es=eras 1ais a=asta"as "a sua$ &or outro la"o3 para 1uitosso>iHlo!os era 1ais >1o"o levar si1ples1ente para a sua espe>iali"a"e as leis naturais re>ente1ente"es>oertas3 ao invDs "e pesquisar as leis parti>ulares "e seu "o1Fnio por 1eio "e estu"os >o1pli>a"os$

    )o n1ero "os aio1as "essa so>iolo!ia naturalista se en>ontra a a=ir1a#o "e u1a estreita>orrespon"@n>ia entre o clima e a alimentao. :esmo se consumirmos, do ponto de 2ista do peso, amesma $uantidade de alimento nas regi?es 5rias e nas regi?es $uentes, diz Lie3ig, uma sa3edoria in5inita5az com $ue essa nutri>o conten/a por>?es muito desiguais de car3nio. Os 5rutos $ue o /a3itante de umpa1s meridional consome s7 encerram, $uando 5rescos, FM] de car3nio, ao passo $ue o toicin/o e o 7leode pei;e consumidos pelo /a3itante da zona polar cont@m de ^^ a G ] de car3nio PCBe1is>Be +rie=e3p!$ 2N6Q$

    +u>kle tirou "aF a >on>luso "e que a es>ravi"o "os Bin"us D o esta"o natural "esse povo3 oesta"o a que est condenado pelas leis irresist12eis da natureza P'es>Bi>Bte "er *ivilisation3 / tra"u#oale1 "e Ru!e3 %3 p!$ --Q$ Co1o o >li1a os =a ve!etarianos3 e as plantas >res>e1 e1 pro=uso so ostrHpi>os3 o >res>i1ento "a popula#o D assi1 =a>ilita"o3 >o1 o atravan>a1ento "o mercado do tra3al/o$

    )o te1os a inten#o "e ne!ar a proposi#o =isiolH!i>a3 universal1ente re>onBe>i"a3 "e que oBo1e1 "e u1a re!io =ria te1 1aior ne>essi"a"e "e >arnio3 isto D3 "e >arne3 "o que o "e u1a re!io

    quente$(as esta "i=eren#a no D to !ran"e >o1o Baitual1ente se a=ir1a$ (es1o na ona polar3 o

    Bo1e1 pro>ura ali1enta#o ve!etal$ Alm do pei;e e da carne, conta %ordens"0oeld os tc/u"tc/isconsomem quantidade prodigiosa de legumes e outros alimentos de natureza vegetal...Os autores$ue pintam os tc/u"tc/is como uma popula>o $ue 2i2e apenas de su3stancias animais cometem, pois, umgra2e erro. Os tc/u"tc/is me parecem, ao contrrio, em certas pocas do ano, mais 2egetarianos do $ue$ual$uer outro po2o $ue eu con/e>aP,ie U1se!lun!3 Asiens un" Europas au= "er ea3 %%3 -973 55Q$ ,eoutro la"o3 no D ta1D1 eato que so os trHpi>os a alimenta>o /a3itual se0a 5eita $uase $ue unicamentede 5rutos de arroz e


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