Resolução do Vestibular UDESC 2019/1
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Redação
COMENTÁRIOS A UDESC, no tocante às propostas de redação do vestibular 2019/1, manteve a tradição em propor a reflexão a partir de temática subjetiva, aportada em temas presentes nas obras literárias. Houve uma exceção na proposta 3, em que havia uma problemática já estabelecida, a “prostituição infantil”. Esta, certamente, era a proposta de mais fácil abordagem, pois as demais, como estratégia, têm a problematização do tema como ponto de partida para a produção do texto. Comentar‐se‐á, brevemente, cada uma das abordagens sugeridas, sendo que o candidato deveria optar por apenas uma dissertação.
Resolução do Vestibular UDESC 2019/1
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A proposta 1 aborda a temática do “olhar”, como metáfora para a empatia. Perceber no outro as suas angústias, problemáticas e sensações poderiam ter sido o mote para a dissertação. Algumas problemáticas decorrentes do recorte temático, como depressão, ansiedade ou preconceito, poderiam ser boas teses para a argumentação.
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A proposta 2, da mesma forma que a 1 e a 3, mantiveram a estrutura tradicional das propostas de redação da UDESC quanto aos textos motivadores: fragmento de pelo menos uma das obras sugeridas, citação e imagem. A leitura dos textos‐base poderia ter auxiliado o recorte temático em busca de uma problemática. Com relação a esta proposta, a temática: velhice, experiências de vida e valorização do idoso seria uma boa tese para a argumentação. O texto 1 sugere uma dissertação sobre o “afastamento” entre a juventude e a chamada terceira idade; já o texto 2 aborda a passagem do tempo e suas consequências, principalmente no verso “Que é do teu riso de alegria?”, de Manuel Bandeira. O próprio título desse poema sugere a reflexão sobre a passagem do tempo. O texto 3, por sua vez, mostra as três gerações, três idades citadas pelo poema.
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Na última proposta apresentada pela estadual catarinense, a temática “prostituição infantil” foi indicada numa perspectiva de problemática social, de fácil explanação. Os textos motivadores abriram espaço para algumas problematizações, recortes, delimitações decorrentes da prostituição infantil como uma necessidade para a sobrevivência, especificamente no texto 1 e 2. O texto 3 abria margem para outra abordagem, mais vinculada ao assédio sexual infantil, já que se tinha uma “menina” abraçada a uma boneca, o que caracteriza a infância; e o vestuário da personagem, mais vinculado à adolescência e juventude. As mãos podem representar, metaforicamente, aqueles que violam essa inocência, caracterizando o abuso, que muitas vezes, pode sugerir a necessidade de omissão dos abusos para a sobrevivência, a permanência no seio familiar.