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Resumos do V CONPSI

Date post: 09-Dec-2016
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Resumos do V CONPSI Área: Trabalho Atividade: O TRABALHO E SUAS RELAÇÕES (Experiências em Debate) Trabalho:O traballho e seu significado Autor(es): Joanna Marcos Resumo: Entender como funciona a organização no trabalho, considerando à subjetividade de cada indivíduo a partir do ponto de vista de uma trabalhadora, vendedora de uma conceituada loja de confecçoes de Recife, situada no shopping center Recife. Compreender as relações homem-trabalho, os ritmos, as tensões nervosas, competitividade, sofrimento e desgastes de trabalho bem como as possiveis conseqüências do setting de trabalho da loja de confecções “padrão alto luxo” , tais como exemplos: doenças somatizadas, desgastes físicos e psíquicos.Realizamos uma entrevista com uma vendedora de loja de confecções de médio a grande porte, situado no Shopping Center Recife. Ela chama-se Clara e nos relatou sua experiência. Inicialmente a questionamos sobre os seus dados pessoal e histórico de trabalho. Abaixo de cada ponto acerca de seu trabalho, escreveremos a nossa impressão deixada por sua fala.“Chamo-me Clara e tenho 32 anos... 33 agora em junho... Sou casada há 13 anos..., Tenho dois filhos... Gêmeos... Que irão completar 12 anos agora no fim do mês... E de relação... No total tenho vinte anos..., Moro com o marido e filhos.Minha vida profissional é meio confusa..., Entrei nesta área de vendas... de shopping... Depois parti para o trabalho em um hospital... No hospital... Iniciei o trabalho com telemarketing... Depois na recepção... Fui gerente de recepção... E, por fim..., Gerente administrativa de unidade do próprio hospital, em uma outra unidade que foi recém inaugurada... O hospital não é do Recife... Mas, de Maceió..., E passei lá oito anos porque o meu marido que foi transferido pra lá... Só que agora faz um ano que voltei de Maceió... Ainda não consegui trabalhar na minha área que é administração hospitalar... (Esta entrevista, encontra-se mais detalhada em sua íntegra, em nosso artigo original)É através do trabalho que o homem se constitui como ser sociável e dentro dos padrões de determinada sociedade, desta forma, de acordo com o que cada sociedade considera como sendo o trabalho. O significado real do que vem a ser o trabalho, é algo estritamente subjetivo, se é tido como prazer ou sofrimento para a vendedora de loja de confecções que entrevistamos, porém, em seu discurso, ficou claro os seguintes aspectos abordados por Dejours (1992) em sua obra A loucura do trabalho:• A relação de seu trabalho e o medo, a ameaça que gera constantemente ansiedade em alcançar metas;* A exploração do trabalho físico do trabalhador;* A falta de tempo para uma interação social e familiar.Podemos observar que alguns profissionais, principalmente na área de vendas são submetidos à pressão diária, levando a eles uma grande carga emocional, ou seja, o desgaste, o stress da competitividade, das metas a serem atingidas, quase irreais.Tendo essa carga emocional uma responsabilidade muito grande no âmbito social em que o indivíduo está inserido, trazendo para ele algumas mudanças no seu estado emocional como: Alteração de humor, irritabilidade, ansiedade, depressão entre outros fatores que são desencadeadores a partir dessas exigências.Como percebemos são muitos os sintomas associados ao ritmo de trabalho constante, as doenças, as recompensas que muitas vezes deixam a desejar, não sendo justas e outros fatores que também contribuem para os distúrbios emocionais. Palavras-chaves: sofrimento,trabalhador,desgastes,relação Atividade: Contexto de trabalho de trabalhadores de uma empresa da área cultural: articulações com a psicodinâmica do trabalho (Comunicações Científicas) Trabalho:Contexto de trabalho de trabalhadores de uma empresa da área cultural: articulações com a psicodinâmica do trabalho
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  • Resumos do V CONPSI

    rea: Trabalho

    Atividade: O TRABALHO E SUAS RELAES (Experincias em Debate)

    Trabalho:O traballho e seu significado

    Autor(es): Joanna Marcos

    Resumo: Entender como funciona a organizao no trabalho, considerando subjetividade de cada indivduo a partir do ponto de vista de uma trabalhadora, vendedora de uma conceituada loja de confecoes de Recife, situada no shopping center Recife. Compreender as relaes homem-trabalho, os ritmos, as tenses nervosas, competitividade, sofrimento e desgastes de trabalho bem como as possiveis conseqncias do setting de trabalho da loja de confeces padro alto luxo , tais como exemplos: doenas somatizadas, desgastes fsicos e psquicos.Realizamos uma entrevista com uma vendedora de loja de confeces de mdio a grande porte, situado no Shopping Center Recife. Ela chama-se Clara e nos relatou sua experincia. Inicialmente a questionamos sobre os seus dados pessoal e histrico de trabalho. Abaixo de cada ponto acerca de seu trabalho, escreveremos a nossa impresso deixada por sua fala.Chamo-me Clara e tenho 32 anos... 33 agora em junho... Sou casada h 13 anos..., Tenho dois filhos... Gmeos... Que iro completar 12 anos agora no fim do ms... E de relao... No total tenho vinte anos..., Moro com o marido e filhos.Minha vida profissional meio confusa..., Entrei nesta rea de vendas... de shopping... Depois parti para o trabalho em um hospital... No hospital... Iniciei o trabalho com telemarketing... Depois na recepo... Fui gerente de recepo... E, por fim..., Gerente administrativa de unidade do prprio hospital, em uma outra unidade que foi recm inaugurada... O hospital no do Recife... Mas, de Macei..., E passei l oito anos porque o meu marido que foi transferido pra l... S que agora faz um ano que voltei de Macei... Ainda no consegui trabalhar na minha rea que administrao hospitalar... (Esta entrevista, encontra-se mais detalhada em sua ntegra, em nosso artigo original) atravs do trabalho que o homem se constitui como ser socivel e dentro dos padres de determinada sociedade, desta forma, de acordo com o que cada sociedade considera como sendo o trabalho. O significado real do que vem a ser o trabalho, algo estritamente subjetivo, se tido como prazer ou sofrimento para a vendedora de loja de confeces que entrevistamos, porm, em seu discurso, ficou claro os seguintes aspectos abordados por Dejours (1992) em sua obra A loucura do trabalho:

    A relao de seu trabalho e o medo, a ameaa que gera constantemente ansiedade em alcanar metas;* A explorao do trabalho fsico do trabalhador;* A falta de tempo para uma interao social e familiar.Podemos observar que alguns profissionais, principalmente na rea de vendas so submetidos presso diria, levando a eles uma grande carga emocional, ou seja, o desgaste, o stress da competitividade, das metas a serem atingidas, quase irreais.Tendo essa carga emocional uma responsabilidade muito grande no mbito social em que o indivduo est inserido, trazendo para ele algumas mudanas no seu estado emocional como: Alterao de humor, irritabilidade, ansiedade, depresso entre outros fatores que so desencadeadores a partir dessas exigncias.Como percebemos so muitos os sintomas associados ao ritmo de trabalho constante, as doenas, as recompensas que muitas vezes deixam a desejar, no sendo justas e outros fatores que tambm contribuem para os distrbios emocionais.

    Palavras-chaves: sofrimento,trabalhador,desgastes,relao

    Atividade: Contexto de trabalho de trabalhadores de uma empresa da rea cultural: articulaes com a psicodinmica do trabalho (Comunicaes Cientficas)

    Trabalho:Contexto de trabalho de trabalhadores de uma empresa da rea cultural: articulaes com a psicodinmica do trabalho

  • Autor(es): Elise Alves Santos,Ktia Barbosa Macdo

    Resumo: A presente pesquisa visou levantar dados sobre a representao dos sujeitos sobre seu contexto de trabalho, numa companhia de dana contempornea do Estado de Gois, que recebe patrocnio, por meio de leis de incentivo cultura, de empresas particulares e de rgos governamentais. A pesquisa est fundamentada na teoria da psicodinmica do trabalho , que aborda as categorias de condies de trabalho, relaes de trabalho, organizao do trabalho, vivncias de prazer-sofrimento e estratgias defensivas. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com todos 18 integrantes, divididos de acordo com suas funes na companhia: 10 formavam a equipe artstica e 8 formavam a equipe de produo/administrao. Foram analisados documentos com informaes relativas ao histrico da companhia, prmios recebidos e apresentaes em vrios estados e pases. Os dados foram analisados pela tcnica de anlise grfica do discurso, que permitiu visualizar nos grficos os ncleos de pensamento emergentes de ambos os grupos a partir dos ncleos induzidos pelas perguntas feitas aos participantes. Os dados indicam nfase dada s condies de trabalho aps o patrocnio. Os investimentos em tecnologias e equipamentos permitiram manuteno do status da companhia que apresenta espetculos com um nvel timo de resultados, alm de garantir uma boa imagem perante o pblico. Em relao organizao do trabalho evidenciou-se a liberdade, possibilidade de criar e participar juntamente com a flexibilidade que marca um estilo de gesto democrtica proporcionou, conforme os produtores desenvolvimento profissional e aprendizado. O contedo do trabalho foi elogiado e o que permite justificar, segundo os entrevistados, o fato de se trabalhar no meio cultural, lidando com arte. Os trabalhadores relataram reconhecimento e respeito recebido pela mdia, pblico em geral, chefia e colegas de trabalho, assim como afirmaram sentimentos de utilidade e importncia dos trabalhos realizados. Houve predomnio de relatos de sentimentos de prazer e vantagens em comparao a outros locais onde os sujeitos trabalharam antes. Tambm se evidenciaram sentimentos de realizao, satisfao e admirao em relao ao trabalho, honra, orgulho e felicidade por pertencer ao grupo, estando prximos de seus dolos, uma vez que a maioria se considerava f da companhia antes mesmo de se tornar um funcionrio dela. As consideraes sobre relaes de trabalho entre todos os trabalhadores da companhia foram comparadas a relaes familiares. As vivncias de sofrimento apontam para a impossibilidade de dedicar-se a outra profisso ou ascenso promocional na empresa. A insegurana foi constada como sentimento freqente em relao s polticas pblicas de incentivo cultura no Brasil e conseqente continuidade da companhia. As estratgias defensivas parecem pouco utilizadas, uma vez que o trabalho considerado dinmico, sem monotonia.

    Palavras-chaves: gesto democrtica,contedo do trabalho,condies de trabalho,prazer no trabalho

    Atividade: IMPACTO DO CONFLITO SUPERVISOR-SUBORDINADO NA SATISFAO COM O TRABALHO (Comunicaes Cientficas)

    Trabalho:IMPACTO DO CONFLITO SUPERVISOR-SUBORDINADO NA SATISFAO COM O TRABALHO

  • Autor(es): Patrcia Carneiro de Resende,Maria do Carmo Fernandes Martins,Daniel Gonalves Cury,Sinsio Gomide Jnior,Marisa Amorim Silva,Fernanda Cunha Silva,Liliane Ochoa Castro,Arthur Siqueira de Sene,Danielle Mundim de Oliveira,Gisele de Andrade Mendes,Fbia Tunsia Alves Xavier,Flvia Miranda Oliveira

    Resumo: Na literatura, encontram-se estudos que associam a interao do supervisor-subordinado com resultados organizacionais. Tais achados sugerem que a troca supervisor-subordinado ou lder-membro (TLM) de alta qualidade est relacionada com a crescente satisfao e produtividade dos subordinados, com menor rotatividade, melhores salrios e taxas maiores de promoo. Embora existam vrias pesquisas relacionando o impacto do conflito entre membros de um grupo nas variveis do contexto organizacional, nota-se uma falta de ateno no que se refere s investigaes do conflito entre pessoas em nveis hierrquicos diferentes dentro da organizao. Ento, devido a esta carncia de pesquisas que investigue o conflito supervisor-subornidado, o presente estudo teve como objetivo analisar a influncia desse tipo de conflito na percepo de satisfao do subordinado no trabalho, pois, sabe-se que a satisfao outra varivel de grande relevncia dentro do contexto organizacional. Conflito pode ser entendido como processo manifesto de divergncia, incompatibilidade ou discordncia entre pessoas, grupos ou organizaes. No que diz respeito ao conflito supervisor-subordinado, este pode ser de dois tipos, conflito de tarefa, que se refere aos desacordos sobre o contedo das tarefas que esto sendo executadas, incluindo diferenas nos pontos de vistas, idias, e opinies; e conflito de relacionamento, que entendido como incompatibilidades interpessoais entre o subordinado e o seu chefe e que inclui tipicamente a tenso, a animosidade e contrariedade. J a satisfao no trabalho pode ser entendida como um julgamento avaliativo positivo ou negativo que o indivduo faz sobre um trabalho ou uma situao de trabalho. Sendo assim, considera como um construto com dois contnuos distintos, um de satisfao (satisfao com o suporte organizacional, satisfao com a utilidade social da organizao e do trabalho, satisfao com relacionamento afetivo no trabalho, satisfao com o reconhecimento profissional) e outro de insatisfao (insatisfao com a inadequao da chefia e com falta de oportunidades e insatisfao com a sobrecarga de trabalho). Para realizar esse estudo foram investigados 82 trabalhadores de empresas diversas da cidade de Uberlndia, trabalhando na mesma empresa e submetidos ao mesmo chefe h, no mnimo, 3 meses; a maioria (78%) era do sexo feminino, com mdia de 27 anos e escolaridade variando entre ensino fundamental completo e ps-graduao, sendo que a maior parte desses sujeitos (46,3%) possua nvel superior incompleto e ocupavam cargos operacionais (47,6 %). Para medir as variveis desse estudo, foram utilizadas a Escala de Conflito Supervisor-subordinado, que avalia, a partir da percepo do subordinado, dois fatores, o conflito de relacionamento (5 itens, = 0,82) e o conflito de tarefa ( 4 itens, = 0,89); e a Escala de Satisfao no Trabalho composta por 45 frases que descrevem seis fatores: satisfao com reconhecimento profissional (9 itens; 0,82), satisfao com a utilidade social da organizao e do trabalho (4 itens; =0,81), satisfao com o suporte organizacional (8 itens; 0,86), satisfao com o relacionamento afetivo no trabalho (6 itens; =0,80), insatisfao com a falta de suporte social (10 itens; α 0,85)e insatisfao com a sobrecarga de trabalho (8 itens; =0,81). Para responder, os sujeitos dispunham de uma escala de quatro pontos para a Escala de Conflito Supervisor-subordinado e de uma escala de cinco pontos para a Escala de Satisfao no Trabalho. Os dados foram codificados no SPSS e submetidos a clculos descritivos, de correlao e anlise de regresso linear mltipla padro. Os resultados revelam que no h correlao significativa entre as variveis independente e dependentes. Os resultados da regresso revelaram que conflitos supervisor-subordinado (tarefa e relacionamento) no predisseram nenhum fator especfico de satisfao, nem satisfao geral no trabalho. No predisseram tambm nenhum fator especfico de insatisfao nem a insatisfao geral no trabalho. Estudos revelam que boa qualidade da relao supervisor-subordinado associa-se a melhores ndices de satisfao, o que levou expectativa deste estudo de que conflitos pudessem levar a menores ndices de satisfao no trabalho, o que no se confirmou. Todavia, como os estudos sobre relaes entre conflitos supervisor-subordinado e satisfao no trabalho so escassos, prope-se que novas pesquisas sejam realizadas com amostras mais heterogneas (principalmente quanto ao sexo dos sujeitos, idade e nveis dos cargos ocupados), de forma que a estabilidade destes achados possa ser checada.

  • Palavras-chaves: conflito supervisor-subordinado,conflito de tarefa,conflito de relacionamento,satisfao no trabalho

    Atividade: REFLEXO: REDE DE SIGNIFICAES E O PROCESSO SOCIAL DO COOPERATIVISMO (Experincias em Debate)

    Trabalho:REFLEXO: REDE DE SIGNIFICAES E O PROCESSO SOCIAL DO COOPERATIVISMO

    Autor(es): Renata Christina Santos do Valle,Lara Nassar Scalise

    Resumo: Aproveitando a simbologia que Melo Neto traz em sua poesia sobre a construo de uma rede de contatos (entre galos) que resulta na confeco de uma manh, corroboro com o intuito de Rossetti-Ferreira em utilizar esta poesia para retratar a estrutura e a condio fundamental das interaes sociais.Percebi que a poesia retrata minha experincia com empresrios do segmento de bares e restaurantes realizado de 2003 a 2006, por meio de um Programa do Sebrae/MS que tem como objetivo apoiar micro e pequenas empresas e participar dessa forma no desenvolvimento e progresso das mesmas e conseqentemente da regio. O Programa contava com vrios mdulos que procuravam atender a demanda do referido segmento e estavam classificados da seguinte forma: cursos para aprimoramento das competncias tcnicas - identificao dos custos dos pratos, confeco de cardpios, normas de higiene na preparao dos alimentos, entre outros e cursos para aprimoramento das competncias interpessoais desenvolvimento interpessoal, aspectos motivacionais do grupo. Neste ltimo que se referia ao desenvolvimento interpessoal entre os empresrios envolvidos no Programa, tive a oportunidade de acompanha-los por trs anos. importante destacar que inicialmente este mdulo estava previsto para ser realizado em 12 meses, porm o trabalho foi prorrogado a pedido do grupo de empresrios por mais um ano por duas vezes. As reunies aconteciam mensalmente, sendo as primeiras com durao de 16 horas distribudas em dois dias com o objetivo de o grupo se conhecer melhor e as reunies posteriores tinham durao de 4 horas. O objetivo maior deste mdulo era promover um espao para que os empresrios pudessem compartilhar suas experincias pessoais e profissionais e com isso estreitar vnculos efortalecer a identidade do grupo enquanto segmento, tendo como pano de fundo a idia de que possvel cooperar para competir. O grupo iniciou com 19 empresrios e ao final do trabalho o grupo contabilizava 14 pessoas, havendo a desistncia de 5 empresrios no primeiro ano.O processo deste grupo foi sui generis no que se refere disponibilidade para o estabelecimento de vnculos e o nvel de abertura para auto-exposio. Como no mesmo perodo eu acompanhava outros grupos de segmentos e Programas diferentes, foi possvel identificar com clareza esta peculiaridade do grupo, que fez com que aps o trabalho, novas parcerias e sociedades fossem estabelecidas e projetos realizados na associao que representava o segmento (ABRASEL regional). Meu questionamento maior era: o que determina o sucesso ou o fracasso de uma forma de agrupamento, seja associaes, cooperativas ou sindicatos.Baseado nesta experincia muitos questionamentos surgiram e a busca foi inevitvel; portanto compartilho algumas reflexes realizadas a partir da leitura de literatura pertinente ao assunto.Sabe-se que as associaes de micro e pequenas empresas, assim como outras formas associativas, entre as quais as cooperativas, vm sendo consideradas como alternativa vivel na atual conjuntura econmica do Pas, devido a sua peculiaridade maior que a fora do conjunto que opera nas mais diversas reas e atividades de conhecimento humano e na vida das pessoas, da a idia que traz o tecer da rede.Deste modo, justifico meu interesse pela perspectiva da Rede de Significaes, a qual contempla a discusso sobre a compreenso desta interelao indivduo grupo.

    Palavras-chaves: interaes sociais,rede de significaes,grupo

    Atividade: Quando o trabalho adoece (Paineis)

  • Trabalho:Quando o trabalho adoece: o hospital como lugar adoecedor

    Autor(es): Danielle Rebouas S,Roberta Kelle Venuto Barbosa,Maria Rosemary Cardoso Herculano,Clarisse Maurcio de Andrade,Tereza Glucia Matos

    Resumo: Com o presente estudo prope-se compreender os diferentes aspectos que afetam as relaes profissionais e tornam o homem que trabalha doente. A pesquisa teve como objeto de estudo o processo relacional do ser humano no ambiente de trabalho. Foi aplicado um questionrio para coleta de dados da amostra em forma de entrevista semi-estruturada, onde os respondentes eram auxiliares de enfermagem das unidades de neonatologia, alojamento conjunto e banco de leite humano. Participaram da pesquisa seis auxiliares de enfermagem, com nvel mdio educacional e uma enfermeira geral com nvel superior, que prestam servios em sistema de cooperativa sem vnculos empregatcios com o Estado. Trata-se, portanto de uma pesquisa qualitativa caracterizada por defender uma viso holstica de homem e dos fenmenos, apresentando carter descritivo que se adequa a aprofundar a complexidade dos fatos, processos particulares de indivduos e grupos, sendo baseada na observao de fatos da situao social e dos problemas encontrados na escuta dos relatos sobre os mais diversos cotidianos. Atravs de um roteiro de entrevista semi-estruturada e observao participante, realizada num hospital estadual situado no municpio de Fortaleza-Cear. O contato com essas profissionais revelou-nos que o trabalho de um hospital bastante desgastante e, encontramos no mesmo, um amplo campo dos Transtornos Mentais Comuns (TMC). Entende-se por TMC a presena de sintomas como irritabilidade, fadiga, insnia, dificuldade de concentrao, esquecimento, ansiedade, depresso e queixas somticas. A instabilidade, a insatisfao, o estresse no ambiente de trabalho, a baixa remunerao, o risco do desemprego, o pagamento por produtividade e o controle rgido e autoritrio dos indivduos so fatores desencadeantes dos Transtornos Mentais Comuns (TMC) entre homens e mulheres. Esse contato revelou-nos tambm a importncia do trabalho na constituio do sujeito e do lugar que o mesmo ocupa na sociedade. Nas entrevistas, apesar de inicialmente as entrevistadas relatarem apenas Transtornos Fisiolgicos, relatou-se posteriormente fadiga, stress, desnimo, etc. Alm disso, podemos perceber que a baixa renda e a falta de reconhecimento contribuem para a produo de TMC. Os dados da pesquisa permitiram examinar que a representao que os entrevistados fazem da doena e do dia-a-dia estressante no trabalho refletem no seu estado psicolgico onde so afetados por uma baixa auto-estima, irritabilidade, chateao e desestmulo. Necessidades individuais, familiares e coletivas, restringem-se no ambiente profissional onde se embute em grande parte as principais causas do sofrimento psquico do trabalhador. O trabalhador domesticado a acreditar que a empresa sua amiga e que o modo como ela pensa o melhor para ele, pois medida que ajuda a empresa a crescer, o seu emprego est garantido para sua sobrevivncia. Neste aspecto o homem se pressiona e pressionado colocando em risco a sua sade fsica e mental. Por outro lado muitos deles submetem-se a tais condies para equilibrarem-se dentro do contexto social, fragilizando sua mente, sua identidade e autonomia, abandonando a idia de organizao grupal, caminhando rumo a uma postura individualista. importante o olhar criterioso do psiclogo, sobre esses estudos e questionamentos para assim poder interpretar os significados lidos e entender criticamente a realidade que o cerca. Em uma sociedade como a nossa, capitalista e individualista, onde as questes humanas esto sendo deixadas cada vez mais de lado, achamos que o tema proposto est cada vez mais atual e presente e, fica evidente a importncia do trabalho do psiclogo num ambiente estressante e adoecedor como o hospital para trabalhar as relaes laborais, a qualidade do ambiente de trabalho e a questo, contraditria ao nosso ver, do no reconhecimento do adoecimento nesse ambiente.

    Palavras-chaves: trabalho,adoecimento,relaes

    Atividade: ASSDIO MORAL NO TRABALHO:

  • (Comunicaes Cientficas)

    Trabalho:ASSDIO MORAL NO TRABALHO: CICATRIZES PSICOLGICAS DE UMA AGRESSO VELADA.

    Autor(es): Maria Quitria Lustosa de Sousa

    Resumo: O assdio moral no trabalho est relacionado exposio do trabalhador a situaes humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante o exerccio de suas funes. Trata-se de um processo geralmente velado e que ocorre em relaes assimtricas e autoritrias. Dentre as possveis causas do assdio encontram-se a inveja, o cime, a rivalidade e o medo. As estratgias do agressor se baseiam no isolamento da vtima no grupo e na desestabilizao emocional e profissional desta. Este trabalho prope um estudo terico acerca do tema, levando em considerao as nuances que envolvem agressor e vtima. Observam-seaspectos ainda pouco abordados deste assunto o qual to comentado e, ainda, polmico nos meios tanto acadmicos quanto organizacionais. Neste tipo de assdio, expe-se o outro, ridicularizando-o e menosprezando-o na frente de terceiros, alm de responsabilizar aquele pelos erros ou problemas ocorridos. Como conseqncias na sade fsica e mental do trabalhador, observam-se distrbios do sono e do apetite; palpitaes; depresso; tremores; hipertenso; dores generalizadas e, at, pensamentos ou tentativas de suicdio. De acordo com Hirigoyen (2002), pesquisas envolvendo pessoas assediadas moralmente, apontam que cerca de 18% dos homens tentaram o suicdio devido ao assdio praticado contra os mesmos. O assdio um processo perverso no qual o assediador manipula para conseguir poder. Esta situao pode deixar seqelas marcantes ou cicatrizes psicolgicas as quais tornam o indivduo fragilizado, e se revelam atravs de fobias, pesadelos e distrbios psicossomticos, entre outros sintomas. Uma das categorias que mais revelam casos de assdio moral a de bancrios. Este setor conta com programas especficos que discutem o problema; elaboram material de divulgao e informao, alm de oferecer apoio s vtimas, atravs, por exemplo, dos seus Sindicatos. Em todo o pas esto sendo empreendidos esforos para prevenir e combater o assdio moral e suas conseqncias. Sabe-se que estas so bastante especficas deste tipo de abuso e que so danosas sade fsica e mental do indivduo. Em Pernambuco, o Projeto de Lei da Assemblia Legislativa do Estado, caracteriza assdio moral como sendo toda ao repetitiva, praticada por servidor de qualquer nvel que, abusando da autoridade inerente s suas funes, venha causar danos integridade psquica ou fsica e auto-estima do servidor. Diversas reas da cincia abordam esta temtica, com destaque para: Direito, Psicologia, Cincias Sociais e Administrao. A Psicologia Organizacional e do Trabalho pode (e deve) elaborar estudos mais aprofundados sobre o tema no sentido de sistematizar o conhecimento j existente e a realizar pesquisas sobre as causas e conseqncias desta violncia presente em diversas atividades. Alm disto, percebe-se a necessidade de uma inter-relao desta disciplina com a Clnica para melhor aproximar-se do problema, atravs do estudo no s da vtima e de seu sofrimento, como tambm do agressor, ampliando assim sua anlise sobre os casos.

    Palavras-chaves: Assdio Moral,Trabalho,Sade Mental e Trabalho,Violncia e Trabalho,Psicologia Organizacional

    Atividade: RUMO AO POTE DE OURO DO ARCO-RIS: PLANEJAMENTO ESTRATGICO DE UMA ONG VOLTADA PARA O PBLICO GLBT. (Experincias em Debate)

    Trabalho:RUMO AO POTE DE OURO DO ARCO-RIS: PLANEJAMENTO ESTRATGICO DE UMA ONG VOLTADA PARA O PBLICO GLBT.

    Autor(es): Mabel Melo Sousa

    Resumo: O MAISH Movimento Arco-ris da Sociedade Horizontina -, uma organizao no-governamental do municpio cearense Horizonte, que foi pensada a partir da experincia de realizao de jogos de futebol de salo, com times compostos por gays, e que, diante do preconceito e da repulsa de alguns setores da sociedade, decidiram abraar integralmente a

  • causa pela cidadania homossexual. A instituio desenvolve um trabalho de conscientizao e orientao ao pblico em geral e especificamente comunidade GLBT gays, lsbicas, bissexuais, travestis, transexuais e transgneros. Desde que foi fundado, em 25 de Setembro de 2003, o MAISH vem conquistando cada vez mais espaos na comunidade de Horizonte e aumentando sua visibilidade em todo o estado do Cear, o que pode ser comprovado com a sua participao no Somos, projeto de alcance nacional financiado pela UNESCO, que tem como objetivos a preveno das doenas sexualmente transmissveis (DST) e Aids, bem como a promoo de cidadania, junto populao de gays e outros homens que fazem sexo com homens (HSH). No final de 2006, os componentes da organizao resolveram fazer um momento com as pessoas que fazem parte do movimento GLBT com o intuito de organizar as prioridades e aes do grupo para o ano de 2007. Porm, o que deveria ser uma simples reunio resultou em um grande planejamento estratgico que originou no apenas aes prioritrias, mas muitos outros produtos. A primeira etapa do planejamento foi facilitada pela psicloga Mabel Sousa, que adotou a metodologia participativa na conduo das atividades do processo, tendo sido este dividido em cinco fases principais: acolhimento, apresentao, avaliao do ano de 2006, trabalhos em grupo e fechamento. O acolhimento consistiu em um momento de boas-vindas com msica de relaxamento para o grupo de cerca de quinze pessoas que passariam o dia inteiro reunidas em torno de um objetivo comum: pensar o MAISH e definir suas linhas de ao. Durante a apresentao, foi solicitado que os participantes falassem acerca de suas expectativas para o planejamento e para o ano de 2007, alm de seu histrico e participao na instituio. Esse momento se mostrou de fundamental importncia tendo em vista que nem todos os presentes se conheciam, apesar de defenderem a mesma causa. A fase de avaliao do ano de 2006 consistiu em uma breve retrospectiva de aes do MAISH no municpio de Horizonte e de acontecimentos importantes para o grupo, considerando os principais problemas e dificuldades enfrentadas pelos membros, as conquistas e vitrias atingidas e os desafios que ainda persistiam. A partir da, iniciou-se o planejamento propriamente dito. Em grupos, os participantes foram convidados a repensar os planos de ao vigentes da instituio, no sentido de averiguarem se ainda condiziam com os propsitos discutidos durante as outras fases do processo. Chegou-se ento elaborao de uma nova misso institucional para o MAISH, bem como a determinao de novos objetivos e eixos de ao e a definio de um cronograma inicial de atividades que contemplava os eixos de aes. Por fim, a primeira grande etapa do planejamento estratgico contou com um momento de avaliao e fechamento, durante o qual foi ressaltada a importncia do trabalho conjunto de todos participantes em prol dos seus ideais. Nesse momento, foi sugerido pelos prprios participantes a criao de um GT - Grupo de Trabalho, com o objetivo de dar continuidade ao processo iniciado. A implantao desse grupo de trabalho consistiu na segunda etapa do planejamento e culminou com o desenvolvimento dos eixos de ao e a finalizao do cronograma de atividades em um perodo posterior. Assim, mais do que uma reunio para a elaborao de aes e atividades, acredita-se que o planejamento estratgico consistiu em um momento de troca de experincias, planos e aspiraes e proporcionou um espao propcio para a integrao dos participantes. Alm disso, contribuiu para a evoluo de um grupo social que, sempre pautado no lema juntos somos MAISH fortes, busca a igualdade social e a promoo dos direitos humanos e de polticas pblicas em favor da populao GLBT, auxiliando-o a buscar o pote de ouro que corresponde aos ideais almejados e que, segundo a lenda, encontra-se no final do arco-ris (smbolo do movimento homossexual), ou seja, no alcance dos objetivos do Movimento Arco-ris da Sociedade Horizontina.

    Palavras-chaves: Planejamento Estratgico,GLBT,Arco-ris,ONG,Horizonte

    Atividade: A Relao Trabalho e Sade dos Psiclogos Jurdicos (Comunicaes Cientficas)

    Trabalho:A Relao Trabalho e Sade dos Psiclogos Jurdicos

    Autor(es): Camila Yamaoka Mariz Maia,Ansio Jos da Silva Arajo

    Resumo: A Psicologia Jurdica uma rea emergente da cincia psicolgica, se comparada s reas tradicionais de atuao da Psicologia. A histria mostra que a primeira aproximao da

  • Psicologia com o Direito ocorreu no final do sculo XIX com a psicologia do testemunho. Esta, segundo Alto (2004), buscava verificar, por meio da aplicao de testes, a fidedignidade do relato do sujeito envolvido em processo jurdico. Esses primrdios fizeram com que a Percia se estabelecesse como campo de atuao da Psicologia Jurdica, cujo objeto era a busca da verdade por meio da prova pericial. Nos dias de hoje, seja devido a aspectos inconscientes que permanecem inacessveis investigao, seja pelo distanciamento entre o discurso racional e objetivo do Direito e o discurso afetivo e subjetivo da Psicologia, Silva (2003), afirma que a Psicologia Jurdica no busca provas (no sentido jurdico do termo), mas sim, indicadores da situao dos envolvidos no processo jurdico, que nortearo a atuao do advogado, do promotor e do juiz. Se antes, o trabalho do psiclogo jurdico restringia-se a fazer percias e pareceres, hoje vem ganhando novas modalidades, como a de informar, apoiar, acompanhar e dar orientao pertinente a cada caso atendido nos diversos mbitos do sistema judicirio. Diante disso, o objetivo geral de nossa pesquisa de mestrado, em andamento, analisar a relao entre o trabalho e a sade dos psiclogos que atuam no Tribunal de Justia da Paraba. Como objetivos especficos, destacamos os seguintes: verificar a defasagem entre a prescrio e a atividade dos psiclogos que atuam junto justia; identificar as fontes de prazer e de sofrimento no trabalho; identificar/compreender as estratgias de defesa elaboradas por esses psiclogos; investigar as relaes entre os psiclogos, com os magistrados, com a hierarquia, os usurios, e os seus familiares e, por fim, analisar as relaes no interior da equipe multiprofissional de atendimento s pessoas que buscam a justia e, nesse sentido, o grau de autonomia dos psiclogos frente aos outros saberes profissionais. Para dar conta de tais objetivos utilizaremos dois aportes tericos: a Psicodinmica do Trabalho (Dejours, 1980, 1994) e a Ergonomia da atividade (Lima, 1992). A Psicodinmica do Trabalho (PDT) dedica-se discusso da relao trabalho e sade mental, a partir da anlise do sofrimento e das defesas acionadas para minimiz-lo. Procura, desse modo, entender o destino desse sofrimento: a desmobilizao, o adoecimento, a descompensao ou a criatividade e o prazer no trabalho. De acordo com Dejours e Abdoucheli (1994), entre o trabalho e o sofrimento interpe-se um indivduo que compreende sua situao, que capaz de agir e de se defender de forma singular. A outra abordagem, a Ergonomia da atividade, est voltada a transformao do trabalho a partir da anlise da atividade. Tal perspectiva ergonmica viabilizou a descoberta de uma defasagem entre o trabalho prescrito e o real, ou seja, entre uma tarefa pr-definida e a sua execuo pelos trabalhadores. Tal defasagem responde pela mobilizao de uma inteligncia prtica no sentido de gerir as variabilidades das situaes de trabalho. A perspectiva metodolgica adotada nesse estudo de base qualitativa e os participantes da pesquisa so 09 psiclogos que trabalham no Tribunal de Justia da Paraba (Setor Psicossocial e nas 1 e 2 Varas da Infncia e Juventude). O Setor Psicossocial atende s Varas de Famlia e aos psiclogos demandada a anlise dos aspectos psicolgicos das pessoas envolvidas em processos judiciais, sobretudo no que se refere s questes afetivo-comportamentais da dinmica familiar, ocultas nas relaes processuais. Esses profissionais buscam garantir o direito e o bem-estar da criana e/ou adolescente, a fim de auxiliar o juiz na tomada de uma deciso que melhor atenda s necessidades dessas pessoas. As Varas da Infncia e da Juventude lidam, predominantemente, com questes ligadas adoo, maus tratos, negligncia dos pais ou responsveis, abuso sexual e acolhimento da criana ou adolescente em instituies. Nestes casos, a presena e o acompanhamento do psiclogo so fundamentais para um adequado estudo de caso e redao de um laudo pericial que auxilie o juiz na tomada de uma deciso mais favorvel aos interesses da criana e/ou adolescente. Como tcnicas de pesquisa, utilizaremos a entrevista individual semi-estruturada, e o grupo de discusso. De acordo com observaes in loco j realizadas, podemos observar como antecipao de resultados, que a insero profissional desses psiclogos no se deu por via de concurso pblico, sendo todos cedidos de outras instituies, o que causa uma certa insegurana nesses profissionais. A nossa perspectiva nesse estudo , por meio do mergulho na atividade do Psiclogo jurdico, compreender melhor o seu trabalho, os mtodos de que se utiliza, os dilemas e variabilidades enfrentadas e as solues encontradas. Desse modo, estaremos contribuindo para a consolidao de um campo de atuao da Psicologia que vem adquirindo uma importncia crescente.

    Palavras-chaves: Trabalho,Sade,Psicologia Jurdica

    Atividade: O PERCURSO DO PSICLOGO DO TRABALHO

  • (Comunicaes Cientficas)

    Trabalho:O PERCURSO DO PSICLOGO DO TRABALHO: EM BUSCA DE VISO E INTERVENO HUMANISTAS E SOCIAIS

    Autor(es): Maria Izabel Migueis Quintas Calheiros,Martha Andrade da Mota Silveira

    Resumo: A interveno do profissional de Psicologia nos espaos de trabalho, ao longo dos ltimos anos, tem se tornado de real importncia para a eficcia organizacional e para que a escuta e interveno oportunizem uma considerao mais humana e social do trabalhador. Perceber que as aes intervencionistas do psiclogo do trabalho por muito tempo foram essencialmente restritas a uma atuao tcnica, reducionista, visando adaptar o ser humano ao trabalho, de uma forma unilateral, foi algo que sempre estimulou a refletir, escrever e compartilhar idias sobre o papel deste profissional nas organizaes. O interesse por esse tema originou-se ainda da prtica como professoras, consultoras e supervisoras de estgio curricular de Psicologia Organizacional e do Trabalho. Para aprofundar essa reflexo que ora se prope para comunicao cientfica, realizou-se uma pesquisa bibliogrfica na qual analisou-se essa passagem da atuao tradicional, eminentemente tcnica do psiclogo no trabalho para novos paradigmas que esto servindo de inspirao para uma interveno mais humana e social. Tentando explorar o tema, possvel encontrar estudiosos que levam o leitor interessado a um passeio histrico revelador de uma postura pragmtica, onde os psiclogos voltaram-se apenas para o que acontecia dentro das organizaes. (ZANELLI, 2002, p.23). Alm de Zanelli (2002 e 2004), outros profissionais da psicologia vm se preocupando com o que tem norteado a interveno do psiclogo do trabalho, identificando uma prtica, que objetiva unicamente as adaptaes dos trabalhadores s suas tarefas. Entre eles, destacam-se Bastos (1992, 2003 e 2004), Spector (2006), bem como, Guareschi; Grisci (1993 p.92), os quais analisam a (...) to conhecida abordagem tecnicista que exalta pelo famoso homem certo no lugar certo que vem norteando a ao profissional do psiclogo do trabalho. Este aprofundamento cientfico pretende ento discutir como o profissional de Psicologia Organizacional e do Trabalho, vem redimensionando a forma de olhar e intervir nas relaes de trabalho. Para tanto, buscou-se compreender como a formao acadmica poder contribuir para propiciar a mudana de uma interveno dirigida ao indivduo e no voltada unicamente para os processos organizacionais. Objetiva-se, ainda, com essa incurso terica proposta para comunicao cientfica, refletir como o Psiclogo, atravs da escuta e interveno em reas tradicionais de trabalho, entre estas a captao e seleo de pessoal, treinamento e desenvolvimento, acompanhamento funcional, e sade mental e bem-estar no trabalho, poder ser um facilitador de contextos e relaes de trabalho onde os trabalhadores, possam atuar como sujeitos criativos, flexveis, em relao de reciprocidade e parceria. H, finalmente, o interesse em discutir tambm at que ponto o Psiclogo do Trabalho vem intervindo para facilitar acordos pessoais e organizacionais, incentivando para que sejam consideradas tanto as necessidades e metas da organizao, como as advindas dos seus trabalhadores. As consideraes tericas apontam ento para um processo em transio, tanto nas empresas, como na interveno e escuta do Psiclogo do Trabalho, onde se convive, com gestes participativas, que respeitam a diversidade, com preocupaes sociais, que tm o trabalhador como foco e valorizam seus potenciais e competncias. E, simultaneamente, vivencia-se lideranas centralizadoras, preocupadas unicamente com produtividade, bem como, intervenes psicolgicas, que desconsideram a subjetividade dos trabalhadores e, as necessidades dos clientes, da comunidade e do meio ambiente.PALAVRAS-CHAVE: Psicologia do Trabalho, Interveno, Seleo por Competncias, Treinamento & Desenvolvimento, Sade e Bem-estar.REFERNCIASBASTOS, Antonio Virgilio B. A Psicologia no Contexto das Organizaes tendncias inovadoras no espao de atuao do psiclogo. Conselho Federal de Psicologia. Psiclogo Brasileiro: Construo de novos espaos. Campinas: tomo, 1992.BASTOS, A.V.B. Psicologia organizacional e do trabalho: que respostas estamos dando aos desafios contemporneos da sociedade brasileira? In: YAMAMOTO, O. H. & GOUVEIA, V. V (orgs). Construindo a Psicologia Brasileira: desafios da cincia e prtica psicolgica. So Paulo: Casa do Psiclogo, 2003.GUARESCHI, Pedrinho A. & GRISCI, Carmem Lgia Iochins. A fala do trabalhador. Petrpolis, Editora Vozes, 1993.SPECTOR, P. E. Psicologia nas organizaes. So Paulo: Saraiva, 2002.ZANELLI, Jos

  • Carlos. O psiclogo nas organizaes de trabalho. So Paulo: Artmed Editora, 2002.ZANELLI, Jos Carlos; BORGES-ANDRADE, Jairo E.; BASTOS, Antonia Virglio B. Psicologia, organizaes e trabalho no Brasil. Porto Alegre: Artmed, 2004.

    Palavras-chaves: Psicologia do Trabalho,Interveno,Seleo por Competncias,Treinamento e Desenvolvimento,Sade e Bem-estar

    Atividade: FAMLIA, ESCOLA E EMPRESA INCLUSIVAS (Comunicaes Cientficas)

    Trabalho:FAMLIA, ESCOLA E EMPRESA INCLUSIVAS

    Autor(es): Martha Andrade da Mota Silveira,Maria Izabel Migueis Quintas Calheiros

    Resumo: A necessidade de incluso de pessoas com deficincias especficas surge com o reconhecimento de prejuzos de ordem biopsicossocial, conseqentes da atitude de excluso, tanto por parte de quem exclui, quanto de quem excludo. Configura-se assim como processo complexo que envolve fatores operativos como intervenes em acessibilidade, polticas pblicas, educacionais e empresariais, alm dos aspectos subjetivos como as relaes interpessoais. A sociedade possui uma viso de homem padronizada e classifica as pessoas de acordo com essa viso. Dessa forma, elege-se um padro de normalidade dentro desta sociedade, ignorando que sua composio de pessoas diversas e que se constitui atravs dessa diversidade, levando-se em considerao fatores econmicos, sociais e histricos, onde o homem constri sua identidade nas relaes que estabelece consigo mesmo e com os outros. Esta incurso cientfica objetiva identificar, neste contexto, o papel da famlia, da escola, da empresa e da sociedade neste movimento de incluso em atividades laborativas de pessoas com deficincias especficas. Pretende-se analisar em que momento a participao destas diversas instncias se caracteriza por reais atitudes de acolhimento, integrao e desenvolvimento de potenciais at ento despercebidos e, quando trilham caminhos de desvalorizao, discriminao e fragilizao psicolgica e social das pessoas com deficincias especficas. O trabalho em tela constitui-se no somente de uma reviso de literatura, como tambm de uma experincia prtica interativa, dentro de uma perspectiva interdisciplinar. Percorrendo-se teoricamente nesta temtica, encontram-se estudiosos como Barbosa citado em Mezzacappa (2004, p.1) que ressalta que (...) o grande mrito da Lei de cotas foi trazer o debate da incluso para a ordem do dia. Fruto de intensa fiscalizao das Delegacias Regionais de Trabalho percebe-se um significativo aumento do ndice de empregabilidade das pessoas com deficincias especficas. Porm este estudo aponta que muitas empresas se encontram limitadas apenas ao cumprimento do dispositivo legal, no investindo na qualificao destes novos trabalhadores e no sensibilizando gestores e demais trabalhadores para o desenvolvimento de atitudes inclusivas. Glat (2004) ento registra que cumprir a lei no significa integrao social, se no se investe na qualidade desta incluso. Como resultados, esta produo cientfica apontou para um grande impeditivo do desenvolvimento de pessoas com deficincias especficas, o qual reside no desconhecimento e negao dos reais potenciais destas pessoas, de suas competncias tcnicas e comportamentais. Pontuou-se que o desconhecimento de potenciais passa tambm pela prpria pessoa com deficincia especfica e que se trata de uma problemtica que antecede o momento do ingresso no trabalho. A maneira como a famlia lida com a deficincia pode favorecer o fortalecimento do deficiente como pessoa, como sujeito ativo e com sociabilidade saudvel. Em contra partida identificou-se que famlias que superprotegem ou afastam o deficiente do convvio social, podem gerar adultos frgeis, com baixa auto-estima e que subutilizam suas competncias. Este quadro tende a se agravar quando a vivncia escolar no foi caracterizada por estratgias inclusivas no processo ensino-aprendizagem. A conjuno da sujeio e a excluso no espao familiar, escolar e empresarial podem desencadear prejuzos na sade e bem estar biopsicossocial destas pessoas. Como concluses foi fundamental trazer a contribuio dos estudos da APABB (2006), onde se ressalta que A incluso uma meta revolucionria porque pretende melhorar a vida de todas as pessoas. a filosofia necessria ao prximo milnio (...). Assim agindo, se estaria colocando um novo olhar sobre as pessoas com deficincias especficas, olhar este que no perceber apenas limitaes e sim eficincias.

  • Retomando o pensamento de Werneck (2002) numa sociedade inclusiva no se bonzinho e sim cidado responsvel pela qualidade de vida das outras pessoas, por mais diferentes que elas sejam ou paream ser.

    Palavras-chaves: Trabalho,Famlia,Incluso,Deficincia,Empresa Inclusiva

    Atividade: VIOLNCIA NO EXERCCIO DO TRABALHO (Comunicaes Cientficas)

    Trabalho:VIOLNCIA NO EXERCCIO DO TRABALHO

    Autor(es): Joao Carlos Alchieri,Mariana Borges Machado Vieira

    Resumo: A violncia um tema que desperta amplo interesse por ser um fenmeno que atinge direta ou indireta toda a sociedade. Na literatura tal construto conceituado de diversas maneiras (Ristum e Bastos, 2004). Nesse estudo a violncia retratada dentro da tradio da aprendizagem social, a qual considera que um comportamento agressivo desenvolvido por modelao e/ou por experincia direta (Bandura, 1973, conforme citado por Ristum e Bastos) e da Psicologia Sociolgica que advoga que a violncia um fenmeno gerado por processos culturais, histricos e sociais que no pode ser estudado sem considerar a sociedade na qual se produz (Martin-Bar, 1989; Ristum e Bastos, 2004). O objetivo dessa pesquisa , partindo da concepo de violncia j exposta, identificar, caracterizar e avaliar os principais indicadores, e a respectiva magnitude da exposio da violncia no trabalho no Brasil, com o conseqente custo social desta exposio. Tal estudo justifica-se visto a escassez de pesquisas nessa perspectiva no pas, j que as produes cientficas nacionais sobre atividades profissionais e violncia so incipientes e no articuladas em torno do conceito de violncia, mas sim sobre os conceitos de sade mental e/ou psquica e bem-estar. E para, partindo da noo de que a violncia no trabalho tomada como passvel de ser preventivamente trabalhada (OIT, 1998; OSHA, 2002), auxiliar na produo de polticas pblicas que garantam a sade e o bem estar do trabalhador brasileiro. Dados da Organizao Internacional do Trabalho (OIT, 2003) indicam que cerca de 160 milhes de trabalhadores sofreram de molstias ocupacionais em 2002 e que o nmero de acidentes, fatais ou no, esto na ordem dos 270 milhes anuais, a um custo estimado de US$ 1,25 trilhes de dlares, que corresponde a aproximadamente 4% do PIB mundial. Diversos pases e instituies internacionais vm adotando, nos ltimos anos, programas e emitindo alertas sobre o crescente desenvolvimento de riscos e danos provenientes da violncia no trabalho (OIT, 1998). A Agncia Europia de Segurana e Sade no Trabalho (OSHA, 2002) advoga que as categorias de trabalho mais expostas violncia so: enfermeiros e outro pessoal de sade, motoristas de txi, condutores de coletivos, trabalhadores que realizam consertos domiciliares, caixas, trabalhadores da segurana, agentes da polcia, guardas prisionais, assistentes sociais, partindo gradualmente das empresas que lidam com mercadorias de valor. Dessa forma desenvolveu-se esta atividade de investigao tomando-se como base de estudo categorias profissionais que lidam com uma alta freqncia de relaes interpessoais e ou grupais em um curto espao de tempo. Tais categorias so aqui interpretadas como tendo um alto risco de exposio ao fenmeno da violncia, so elas: agentes de segurana pblica, atendentes de telemarketing, profissionais de sade, bancrios e motoristas profissionais. A delimitao da amostra dessas categorias objeto de investigao est sendo conduzida com base nos indicadores oficiais existentes nos estados da federao participantes deste projeto (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais, Paraba e Rio Grande do Norte), junto aos rgos de classe e sindicais. Para a execuo da presente pesquisa esto sendo elaborados instrumentos que contemplam a especificidade de cada categoria profissional, especialmente, no que diz respeito s manifestaes de violncia e os mecanismos utilizados para atenuar o impacto. Esto sendo utilizados tambm instrumentos disponveis para a verificao de alteraes comportamentais como o stress, as alteraes cognitivas e psico-emocionais. Incluindo-se ainda uma ficha sociodemogrfica. Os resultados da coleta sero analisados primeiramente tomando como referencia cada uma das atividades profissionais. O projeto conta com a identificao e caracterizao dos indicadores de desempenho entre as categorias profissionais, buscando verificar correspondncia entre a exposio violncia e conseqente

  • presena de danos ou limitaes no exerccio profissional. Nesta etapa estaro sendo identificados e analisados os principais indicadores referentes aos riscos potenciais e situaes de dano provenientes da exposio violncia dos trabalhadores. Espera-se ao final da pesquisa responder as seguintes questes: Nos diversos mbitos das relaes interpessoais e grupais, como se processam as atividades profissionais sob efeito, antecipatrio, imediato ou mesmo, a posteriori, de violncia? Quais so as aes adotadas enquanto protetoras, supressoras, minimizadoras e atenuantes da exposio da violncia? Frente s atividades profissionais, quais so as conseqncias diretas e indiretas da exposio violncia por parte de trabalhadores? H mecanismos de proteo, preparo e mesmo treinamento, capazes de minimizar seus efeitos de forma a evitar prejuzos ao exerccio profissional? Quais so os efeitos da exposio ou mesmo, dos riscos de uma possvel exposio constante para o desempenho profissional e familiar? Seus efeitos possibilitam prejuzos individual, grupal ou mesmo financeiro? Quais so os custos sociais da violncia?

    Palavras-chaves: Violncia no trabalho,Categorias profissionais mais atingidas,danos ou limitaes no exerccio profissional

    Atividade: DO ESTRESSE AO BURNOUT: AVANOS TERICOS E METODOLGICOS (Mesas Redondas)

    Trabalho:Modelos e mtodos recentes na abordagem do estresse e do burnout

    Autor(es): Maria Cristina Ferreira,EVELINE MARIA LEAL ASSMAR

    Resumo: A sade, o bem-estar e o trabalho constituem fenmenos intimamente relacionados e vm despertando cada vez maior interesse dos estudiosos de diferentes disciplinas, o que se deve, em grande parte, crescente conscientizao acerca dos inmeros prejuzos que os problemas de sade acarretam s organizaes. Assim que as ausncias ao trabalho motivadas por esse tipo de problema costumam implicar em perda de receita, queda na produtividade, rotatividade, diminuio do ritmo de trabalho, etc. Entre os fenmenos mais investigados ao se pensar na sade do trabalhador encontram-se o estresse e o burnout, em virtude de serem eles os principais responsveis pelas inmeras reaes fsicas e psquicas provocadas pela vivncia de condies adversas no ambiente organizacional, as quais trazem graves prejuzos no apenas sade do indivduo, mas tambm organizao e sociedade em geral. Nesse sentido, estatsticas recentes revelam que, entre os pases membros da Unio Europia, de 50 a 60% das ausncias no trabalho se devem ao estresse e que, nos Estados Unidos da Amrica, a ansiedade e o estresse foram os principais responsveis pelo absentesmo nas duas ltimas dcadas, com uma mdia individual de 20 dias parados. No Brasil, pesquisas realizadas pela Associao Internacional para o Manejo do Estresse (ISMA-BR) demonstram que pelo menos 70% dos trabalhadores brasileiros sofrem de estresse no trabalho, enquanto 30% so acometidos de burnout. Em face da gravidade de tais fenmenos, e na tentativa de aprofundar a sua compreenso, os estudiosos das organizaes e os profissionais de sade voltaram inicialmente seus esforos para a anlise dos fatores ambientais e pessoais que interferem no estresse e no burnout, concentrando-se, assim, no contexto imediato em que o trabalho ocorre. Mais recentemente, porm, as investigaes nessa rea tm avanado em direo busca de modelos mais complexos e abrangentes, que possam oferecer explicaes capazes de integrar de forma mais consistente os mltiplos fatores que concorrem para a deflagrao de tais fenmenos. O objetivo do presente trabalho apresentar a teorizao mais recente sobre o estresse e o burnout e discutir as possibilidades que ela oferece ao desenvolvimento da pesquisa sobre o assunto. Para tanto, faz uma apresentao inicial dos modelos tericos que incorporaram em seus pressupostos as caractersticas de natureza macro-organizacional, em especial os que buscam articular os valores, prticas e percepes de justia organizacional com o estresse e o burnout, assim como dos resultados empricos que vm lhes dando suporte. Em seguida, discute os mtodos de anlise multivariada e multinvel que esto sendo adotados no teste dos referidos modelos. guisa de concluso, tece consideraes sobreas maneiras pelas quais essas novas tendncias de investigao podero contribuir para a implementao de estratgias de gesto voltadas para a promoo da sade do trabalhador .

  • Palavras-chaves: Burnout,sndrome do esgotamento emocional,modelos tericos de burnout

    Trabalho:A QUESTO DA MEDIDA DO BURNOUT: PREVALNCIA E DIAGNSTICOS DIFERENCIAIS

    Autor(es): Livia de Oliveira Borges

    Resumo: Os estudos sobre a sndrome de burnout se intensificaram bastante nas ltimas duas dcadas de forma que paulatinamente vem sendo reconhecida como uma enfermidade que afeta aos indivduos por ela acometidos, mas tambm as organizaes e a suas clientelas, constituindo assim em um problema social. Reconhecem-se muitos casos que, sejam diretamente pelos seus sintomas especficos esgotamento emocional, diminuio da realizao pessoal, despersonalizao do outro e/ou cinismo sejam pelos sintomas psicossomticos associados, conduzem os indivduos a elevarem o absentesmo ao trabalho ou a se afastarem por perodos extensos. Estes fatos implicam em despesas pela convivncia com a enfermidade, tanto para as organizaes empregadoras, quanto para os rgos que lidam com sade pblica. Por conseqncia, deixou de ser uma preocupao exclusiva de pesquisadores da Psicologia e encontrou lugar na grande imprensa, nas pautas de negociao sindical e na legislao de proteo ao trabalhador. Por isso, a preocupao com a exatido, consistncia e validade de seu diagnstico, alm da sua importncia para a qualidade das pesquisas, passou a constituir em problema prtico que afetam por vezes decises judiciais. Diante das polmicas no campo da Sade Mental e do Trabalho em se reconhecer o nexo causal epidemiolgico e diante de proposta de lei trabalhista que tramita no congresso nacional, o problema tem ganhado relevncia. A literatura especializada tem sido sistemtica em apontar problemas de medida ou de avaliao da sndrome. Os questionrios elaborados e submetidos a testes empricos j so numerosos. No Brasil, no entanto, o MBI tem sido o questionrio predominantemente utilizado a exemplo de vrios pases. A literatura e a prtica em pesquisa tm apontado vrios problemas, no uso do MBI (Maslach Burnout Inventory) e no diagnstico da sndrome, entre eles: ambigidade de alguns itens; coeficientes alfa de Cronbach (consistncia) inferior a 0,70 em um dos fatores mensurados; o uso de um critrio estatstico para classificar os escores em cada fator como baixo, mdio e alto em detrimento de um critrio clnico; inadequaes em extrapolar os pontos de corte para cada nvel referido para fora dos Estados Unidos; falta de um critrio ou ponto de corte claro para diferenciar os indivduos segundo a intensidade da sndrome como um todo; dvidas quanto codificao da enfermidade para fins de laudos de sade; dificuldades de identificar as ocupaes nas quais a ocorrncia da sndrome prevalente; e divergncias amplas entre as pesquisas quanto ao percentual de pessoas acometidas em cada ocupao. O objetivo do presente trabalho revisar as diversas medidas utilizadas nas pesquisas e as estratgias utilizadas para o seu diagnstico e/ou para avaliar sua incidncia nas diferentes ocupaes. Em outras palavras, descrever-se- o que se tem realizado para superar os referidos problemas. Apresentar-se-o instrumentos alternativos desenvolvidos no Brasil e na Espanha, como o ECB (Escala de Caracterizao do Burnout), CESQT (Cuestionario para la Evaluacion del Sndrome por el Trabajo) e o CBP-R (Cuestionario de Burnout del Profesorado Revisado) as diferenas e convergncias entre as classificaes dos nveis nos Estados Unidos, Espanha e Brasil, o uso de anlises de cluster para apoiar a apreenso da sndrome como um todo nos estudos epidemiolgicos e o uso de entrevistas para o diagnstico individual. No momento, deixam-se as indagaes: possvel um diagnstico diferencial seguro? Que pautas de pesquisa se deve priorizar para superar os problemas atuais?

    Palavras-chaves: diagnstico diferencial,tcnicas estatsticas,medida,anlise de clusters

    Trabalho:ESTADO ATUAL DAS PESQUISAS SOBRE BURNOUT: RESULTADOS DE UM ESTUDO EMPRICO

    Autor(es): Helenides Mendona,Ivone Flix Sousa

    Resumo: O Trabalho ocupa lugar de destaque na vida dos indivduos de diferentes culturas.

  • Constitui-se em uma categoria que, alm de ser meio de sobrevivncia, o processo pelo qual o indivduo ou se reconhece, ou se aliena. atravs do trabalho que o homem se humaniza, cresce, exerce a criatividade e forma a sua identidade. Ao longo dos tempos, o mundo do trabalho vem sofrendo diversas transformaes que esto refletindo no percurso da histria cultural, poltica e econmica da sociedade organizada. Essas transformaes advm de processos como a globalizao, aumento dos instrumentos tecnolgicos, competitividade, perda do sentimento de coletividade, alm de colocar o ambiente profissional como espao que no propicia a satisfao pessoal, provocando desgastes fsico e emocional. Todos esses fatores geram incompatibilidade entre trabalho-trabalhador e compromete o ajuste do trabalhador em seu contexto de trabalho, levando-o ao desenvolvimento da sndrome de burnout. Alm da influncia de fatores intrnsecos ao trabalhador, estudos empricos tm demonstrado que a ocorrncia do burnout est relacionada, prioritariamente, falta de reconhecimento e recompensa, percepo de estar sendo injustiado e percepo dos trabalhadores de que h incompatibilidade entre os valores organizacionais ideais e reais, dentre outros aspectos. Diante do exposto, percebe-se que as transformaes que ocorrem no mundo do trabalho fazem com que o trabalhador diminua o seu envolvimento com seu trabalho, resultando no aumento da tenso emocional, o que pode lev-lo ao estresse crnico e ao desenvolvimento da sndrome de burnout, estado que contrape o envolvimento do trabalhador. O objetivo do presente estudo apresentar o estado atual das pesquisas sobre o burnout. Para tanto, inicialmente so apresentadas pesquisas sobre esta sndrome, apontando seus antecedentes e conseqentes. Em seguida apresentar-se- um estudo emprico realizado com docentes universitrios, em uma instituio situada no centro-oeste do Brasil e que teve como objetivo analisar o poder preditivo das variveis percepo de (in)justia distributiva, processual e interacional e comprometimento organizacional afetivo sobre o burnout em suas trs dimenses exausto emocional, cinismo e ineficcia. Para essa anlise, foram realizadas regresses mltiplas (stepwise). Os resultados demonstraram que a percepo de estar sendo injustiado na forma de distribuio de recursos prediz a exausto emocional, e que a falta de comprometimento afetivo com a organizao prediz o burnout em suas trs dimenses. Diante destes resultados constata-se que a percepo de estar sendo injustiado na forma de distribuio de recursos pode contribuir para o desenvolvimento da exausto emocional e que o comprometimento afetivo do trabalhador para com a instituio empregadora de extrema importncia para manuteno da sade organizacional. Em sntese, nota-se uma preocupao de diversos cientistas do comportamento, a nvel internacional, em desvendar e prevenir o burnout. Observa-se que existem diversas pesquisas que buscam desvelar os antecedentes e conseqentes desta sndrome, porm ainda h um vasto campo de estudos para que se compreenda o burnout em sua complexidade multifacetada. guisa de concluso, sugere-se a realizao de novas pesquisas adotando modelos mais complexos, como os modelos que permitem desvendar no s as variveis preditoras, mas tambm, aquelas que medeiam e moderam a sndrome de burnout.

    Palavras-chaves: moderao,mediao,burnout

    Atividade: A SADE DOS TRABALHADORES TCNICO-ADMINISTRATIVOS EM EDUCAO DE UMA INSTITUIO FEDERAL DE ENSINO SUPERIOR. (Comunicaes Cientficas)

    Trabalho:A SADE DOS TRABALHADORES TCNICO-ADMINISTRATIVOS EM EDUCAO DE UMA INSTITUIO FEDERAL DE ENSINO SUPERIOR.

    Autor(es): Carla Vaz dos Santos Ribeiro

    Resumo: Esta comunicao visa tecer algumas consideraes preliminares sobre as possibilidades de vivncias de sofrimento e prazer no trabalho e suas implicaes na sade dos tcnico-administrativos de uma Instituio Federal de Ensino Superior (IFES). A autora na condio de Diretora de Recursos Humanos e docente da rea de psicologia organizacional e do trabalho desta instituio, a partir de observaes na sua prtica profissional, sentiu-se instigada a investigar as relaes desses tcnicos no ambiente de trabalho. Pensar em uma instituio de ensino, nos remete de imediato a professores e alunos, muitas vezes acreditamos que este

  • ncleo se basta e esquecemos ou ficamos no mnimo indiferentes a toda a constituio de organizaes to complexas, como so as organizaes de ensino. Para que o clebre e conhecido trip de atividades finalsticas de toda e qualquer IFES com porte de Universidade: o ensino, a pesquisa e a extenso, venha a ser executado a contento pelos docentes, haver que existir outro conjunto potencializador, formado pelas atividades meio, as quais so realizadas principalmente por tcnico-administrativos. Contudo, esta interao afinada entre atividades meio e fim, ainda deixa muito a desejar. visvel o conflito entre as categorias de docentes e tcnicos nesta instituio. O sentimento de desvalorizao da atividade meio comparece frequentemente no discurso dos tcnicos, no momento em que reivindicam acesso aos cargos de chefia mais cobiados e maiores oportunidades de capacitao e qualificao, assim como, pesos iguais de votos nas eleies, maior representatividade nos Conselhos, enfim, quando buscam igualdades de direitos e tratamento, contrapondo-se aos que muitos deles denominam de privilgios dos docentes. Em janeiro de 2005, uma aliada legal, a Lei 11.091, regulamenta a implantao do Plano de Carreira dos Cargos Tcnico-Administrativos em Educao, amplia as possibilidades de desenvolvimento profissional dos servidores integrantes do plano, e, por conseguinte, a sua insero no planejamento estratgico e no desenvolvimento organizacional, muda terminologia de tcnico-administrativo para tcnico-administrativo em educao e traz nas descries de seus cargos a necessidade de articulao das atividades dos tcnicos com o ensino, a pesquisa e a extenso. Os representantes do sindicato apontam ganhos gerados com a publicao da referida lei, destacando que agora eles esto sendo valorizados, que tm uma carreira e especialmente uma identidade. Fundamentando-nos na abordagem da psicodinmica do trabalho, podemos entender a atividade laboral como um dado fundamental na sade, o trabalho pode constituir fonte de sofrimento e adoecimento, como tambm ser um canal para o prazer e a realizao, favorecendo desta forma o fortalecimento da identidade pessoal e social do indivduo. No contexto organizacional em questo, comum se observar tcnicos limitados s tarefas rotineiras, padronizadas, prescritas, com chances mnimas de interveno, com potenciais subutilizados e normalmente colocados margem dos processos de deciso, funcionando como mero apoio s atividades acadmicas, provavelmente vivenciando sofrimento nas suas relaes com o trabalho. Entretanto, identificamos tambm tcnicos que apesar das adversidades experimentadas, conseguem transgredir o trabalho prescrito, tornando-se necessrios e muitas vezes indispensveis para o funcionamento eficaz do seu setor. Alguns desses profissionais chegam a ser homenageados em convites de formatura, em datas comemorativas da instituio e comumente tm a sua lotao disputada por outros gestores. Estes servidores, mesmo diante de desafios e dificuldades do cotidiano, procuram alternativas para lidar com os problemas encontrados, transformando muitas experincias de sofrimento em oportunidades de vivncias de prazer e realizao. Segundo a psicodinmica do trabalho, a sade do trabalhador no implica em ausncia de sofrimento, e sim, como as pessoas enfrentam as restries e as presses no ambiente de trabalho. Assim, para a referida abordagem esta atitude indica a existncia de uma relao saudvel dos mesmos com o trabalho, pois apesar de estarem expostos a situaes adversas, continuam combativos, movimentando-se em busca de solues. Objetivamos, portanto com estas reflexes preliminares, baseadas em observaes e testemunhos do cotidiano destes tcnicos, propor uma investigao mais aprofundada, considerando todo o contexto em que os mesmos esto inseridos e em especial este momento de implantao do plano de carreira, que est em andamento desde 2005 e que pelos prazos legais estabelecidos, provavelmente se concluir neste ano de 2007. Deste modo, temos o intuito de averiguar a inter-relao de vivncias de prazer e sofrimento no ambiente laboral com a sade dos tcnico-administrativos.

    Palavras-chaves: sade,trabalho,tcnico-administrativo em educao

    Atividade: A Satisfao no trabalho: (Paineis)

    Trabalho:A satisfao no Trabalho

    Autor(es): Cristiane Fonseca Cunha,Ana Paula dos Santos Moitinho

  • Resumo: Desde que o indivduo passou a vender sua fora de trabalho, este passou a ser manipulado pelo sistema, se tornando cada vez mais complexas a relao entre o homem e o trabalho. As diversas mudanas ocorridas, no que refere ao trabalho, foram prioritariamente visando adequar o trabalhador de maneira a gerar mais lucros aos patres. Em virtude disto, pouco se percebe a preocupao por parte das organizaes de trabalho, para com a sade do trabalhador, seja fsica ou mental. Na contemporaneidade o que se tem constatado, seja no nosso dia a dia ou por pesquisadores que vrias doenas novas tm surgido entre os trabalhadores. O trabalho enquanto categoria de mediao das relaes entre os sujeitos de diferentes contextos e classes sociais, estabelece a dinmica inerente s relaes de poder e autoridade presentes nas organizaes e na sociedade como um todo. A organizao do trabalho exerce sobre o homem uma ao especfica, cujo impacto no aparelho psquico. Em certas condies emerge um sofrimento que pode ser atribudo ao choque entre uma histria individual, portadora de projetos, de esperanas e de desejos, e uma organizao do trabalho que os ignora. (Dejours, 1992). Dejours designa por organizao do trabalho, a diviso do trabalho, o contedo da tarefa, o sistema hierrquico, as modalidades de comando, as relaes de poder, as questes de responsabilidade entre outros. O sofrimento do trabalho se expressa pela insatisfao e pela ansiedade. A satisfao com o trabalho a atitude geral de uma pessoa em relao ao trabalho que realiza. Segundo os autores Baker e Karasek, o stress no trabalho visto como as respostas fsicas e emocionais prejudiciais que ocorrem quando as exigncias do trabalho no esto em equilbrio com as capacidades, recursos ou necessidades do trabalho. Objetivos Geral: Este trabalho tem como objetivo verificar o nvel de satisfao e as dificuldades que os agentes de trnsito encontram ao realizar seu trabalho na cidade de Vitria da Conquista - Bahia. Objetivo Especifico: Prope-se ainda a motivar os agentes para uma maior participao na resoluo dos problemas por eles encontrados. Mtodo: Foram aplicados questionrios, que continham perguntas abertas e de mltipla escolha, as quais os respondentes falariam sobre as dificuldades na realizao do trabalho apontando os fatores positivos, as possveis solues para melhoria e o nvel de satisfao no exerccio de suas funes. Resultados e discusso: Responderam ao questionrio 28 agentes de transito, homens e mulheres.. A principal dificuldade encontrada na realizao do trabalho pelos agentes foi na infra-estrutura, que engloba falta de viaturas, sinalizaes virias e estacionamentos, seguida pelo cansao fsico e mental. O bom relacionamento entre os colegas, o profissionalismo, e o reconhecimento por parte do pblico foram os pontos positivos mais citados. Outro ponto relevante apresentado na pesquisa foi a questo da desvalorizao do material humano por parte do rgo como dificuldade e ao mesmo tempo um reconhecimento por parte da sociedade como ponto positivo, o que demonstra uma espcie de compensao na realizao do trabalho.A infra-estrutura, aumento de salrio, trabalho em dupla, esforo fsico e mental e o aperfeioamento, foram as solues mais citadas. Contudo a maioria dos agentes consideram-se satisfeitos com o trabalho que realizam. Concluses: O trabalho deve ser uma atividade geradora de prazer e satisfao, no apenas uma fonte de sobrevivncia, pois, a frustrao poder causar danos irreparveis sade do trabalhador. Com base nos resultados obtidos e analisados, verificamos que a maioria dos agentes de trnsito de Vitria da Conquista, considerou no momento de realizao da pesquisa, estarem satisfeitos com o trabalho que realiza.

    Palavras-chaves: Trabalho,Satisfao,dificuldades

    Atividade: A Carga Psquica Positiva do Trabalho: (Paineis)

    Trabalho:A Carga Psquica Positiva do Trabalho: Um Indicador de Sofrimento da Subjetividade Humana

    Autor(es): Anne Cristine Cavalcanti da Silva,Diego Arthur Pinheiro de Moura,Rafaela Valentim,Renata Viana

    Resumo: Considerando o processo de evoluo das relaes de trabalho, percebe-se que a

  • relao organizao trabalhador tem influenciado cada vez mais a sade tanto fsica quanto mental do sujeito. Guiado por essa percepo, o presente estudo foi construdo com o objetivo deverificar a existncia de carga psquica positiva do trabalho (sofrimento psquico gerado pelo trabalho) em uma motorista de nibus coletivo da regio metropolitana do Recife. Tal investigao foi baseada nas seguintes hipteses: 1) a atividade ser exercida em sua grande parte por pessoas do sexo masculino; 2) ser realizada fora do espao fsico da organizao (o que possibilita imprevistos que no podem ser diretamente controlados por esta); 3) ser controlada pelas prprias empresas de nibus e rgo responsvel pelos meios de transportes urbanos do Recife; 4) o desempenho da profissional ser afetado pela insatisfao dos usurios com o servio; e 5) a possvel fora fsica necessria para a realizao desta atividade, juntamente com as condies fsicas de trabalho. Para tal intento, foi elaborado um roteiro de entrevista semi-estruturada com questes relacionadas organizao do trabalho (diviso de tarefas, hierarquia, controle, regras, atribuies, horrios, dentre outras), s condies de trabalho (rudos, moblia, iluminao, calor, etc), alm de referentes a preconceitos de gnero e significado do trabalho, e entrevistou-se uma profissional de 38 anos de idade, que trabalha h sete anos e sete meses como motorista de transporte urbano. A entrevista foi gravada em udio e posteriormente transcrita e analisada a luz do referencial terico de Christophe Dejours sobre Psicodinmica do Trabalho. Na anlise da entrevista, observou-se que a profissional possui uma carga psquica positiva de trabalho, embora expresse se sentir realizada na execuo de suas atividades, e gostar muito de dirigir. Existe um sofrimento psquico relacionado ao trabalho, primordialmente evidenciado, na percepo da falta de reconhecimento por parte da empresa e da sociedade do seu trabalho. Isto porque o significado que ela atribui ao seu trabalho est, sobretudo ancorado no reconhecimento da empresa e da sociedade de que ela uma das mulheres pioneiras neste ramo de atividades e executa muito bem a sua profisso. Percebeu-se ainda que outros elementos foram, tambm, geradores de sofrimento psquico, como o preconceito, a fiscalizao, as doenas fsicas, o relacionamento com seus colegas de trabalho, dentre outros e, que algumas das hipteses levantadas, como a insatisfao dos usurios e as condies fsicas de trabalho como sendo geradores de carga psquica positiva no foram corroboradas. O uso de estratgias de defesa individuais, tais como, ler uma revista durante o engarrafamento ou manter certa distncia dos seus colegas de trabalho, demonstraram ser de vital importncia para a sua permanncia at hoje no emprego.

    Palavras-chaves: Relao trabalho - sade mental,Christhophe Dejours,Carga psquica positiva

    Atividade: Ao Ergonmica na Aviao Civil - O Papel do Psiclogo numa Equipe Interdisciplinar (Comunicaes Cientficas)

    Trabalho:Ao Ergonmica na Aviao Civil - O Papel do Psiclogo numa Equipe Interdisciplinar

    Autor(es): Lisia Maria Espinola da Silva Pacheco Cabral

    Resumo: Fatores Humanos ou Ergonomia consistem de uma disciplina interdisciplinar, ainda, pouco abordada no ensino superior, adotada para a compreenso e interveno nas atividades laborativas. Apresenta, por definio, a adaptao de sistemas de gerenciamento, operao e manuteno s caractersticas, habilidades e limitaes do ser humano, com vistas maior efetividade, segurana, confiabilidade e conforto, nos aspectos teis, prticos e aplicados do trabalho.Assim sendo, os Fatores Humanos ou Ergonomia pressupem a idia de interao do saber tcnico-cientfico de profissionais com formaes diferenciadas, voltada para o objetivo comum de se operar uma sntese dentro de determinado contexto. Isso caracteriza a sua interdisciplinaridade, que consiste no passo anterior transdisciplinaridade, esta representando um desafio a ser alcanado de integrao global entre as diversas cincias.Os Fatores Humanos ou Ergonomia, mundialmente, so congregados pela Associao Internacional de Ergonomia (International Ergonomics Association IEA). Nos Estados Unidos, encontra-se a Sociedade de Fatores Humanos e Ergonomia (Human Factors and Ergonomics Society) e, no Brasil, a Associao Brasileira de Ergonomia ABERGO. No caso da aviao civil, especificamente, o organismo que emana os conceitos relativos a essa rea a Organizao Internacional de Aviao Civil OACI (International Civil Aviation Organization ICAO).Atravs de tais rgos, e,

  • ainda, no Brasil, do Centro de Investigao e Preveno de Acidentes Aeronuticos - CENIPA (BRASIL, 2001), os Fatores Humanos ou Ergonomia em ambiente de aviao regulamentam a atuao dos profissionais, inclusive do psiclogo, em prol do objetivo comum da Segurana de Vo. Alm disso, o Instituto de Psicologia da Aeronutica (IPA) regulamenta as atividades do psiclogo na aviao militar. Nesse sentido, este pode contribuir com os seus conhecimentos especficos em Psicologia, inserida nas Cincias Humanas, para a conteno / minimizao de ocorrncias aeronuticas, e, por sua vez, para a sade e o bem-estar dos trabalhadores desse setor.Nesta apresentao, pretende-se descrever, sinteticamente, um estudo de Ao Ergonmica na aviao civil, a partir da realizao do Curso de Especializao Superior em Ergonomia (CESERG) , ressaltando o papel do psiclogo numa equipe interdisciplinar de trabalho.O estudo foi realizado numa Organizao operadora de helicpteros, que presta servios de transporte aeromdico, com vistas identificao de possveis demandas organizacionais, o que resultou em propostas de mudanas necessrias para uma maior efetividade no desempenho do trabalho das equipes em observao. Como Metodologia, foram utilizadas a Anlise Ergonmica do Trabalho AET (VIDAL, 2001) e a Anlise Coletiva do Trabalho ACT (FERREIRA, 2003), se subdividindo nas seguintes etapas: Demanda Gerencial, Anlise Global, Demanda Ergonmica, Anlise Focal, Anlise Focada, Validao e Restituio.A Ao Ergonmica requereu uma construo social da estrutura do estudo, assim constituda: a) Equipe de Ergonomia do CESERG, composta por equipe interdisciplinar, constituda por engenheiros, uma psicloga e uma fisioterapeuta; b) Grupo de Suporte (GS) - Diretorias de Manuteno e de Resgate Aeromdico; c) Grupo de Acompanhamento (GA) - uma Mdica do Trabalho e o Chefe de Operaes; e, d) alguns Grupos de Trabalho (GT) - uma amostra das equipes mdica (mdicos e enfermeiros) e operacional (pilotos e mecnicos) existentes na Organizao.O estudo foi conduzido ao longo de 13 (treze) meses (de maio / 2002 a junho / 2003), perfazendo, ao todo, 24 (vinte e quatro) visitas e reunies externas quinzenais (entre a Equipe de Ergonomia do CESERG e os Grupos de Suporte, de Acompanhamento e de Trabalho); e 52 (cinqenta e duas) reunies internas (da prpria Equipe de Ergonomia do CESERG). Foi respeitada cada etapa da Ao Ergonmica, tendo sido utilizadas as tcnicas de entrevista dirigida e observao direta para o levantamento e a anlise dos dados, evoluindo at chegar finalizao do trabalho.Foram pesquisadas todas as fases do vo em dois tipos de helicpteros: BK 117 e ESQUILO AS 130, ambos da EUROCOPTER, possibilitando, no apenas, a verificao da interao entre as diferenciadas equipes (mentefatos e sciofatos), como tambm a interao humano-mquina (mentefatos e artefatos). O estudo foi concludo aps as etapas de Validao, que resultou em algumas recomendaes, e de Restituio, atravs do encaminhamento de seus resultados, no apenas Organizao, bem como Autoridade Aeronutica e ao fabricante.Aqui ser apresentado um resumo do estudo, focando o papel do psiclogo durante o desenvolvimento do mesmo, na tentativa de demonstrar como este pode atuar, em conjunto com uma equipe interdisciplinar, em Fatores Humanos ou Ergonomia na aviao civil, contribuindo, assim, para a consolidao desta disciplina junto comunidade de psiclogos.REFERNCIAS: BRASIL. MINISTRIO DA DEFESA. COMANDO DA AERONUTICA. Atualizao tcnico-profissional do pessoal do Sistema de Investigao e Preveno de Acidentes Aeronuticos SIPAER (NSCA 3-10). Centro de Investigao e Preveno de Acidentes Aeronuticos (CENIPA). Braslia: Autor, 2001.FERREIRA, L. L. Anlise Coletiva do Trabalho. Revista Brasileira de Sade Ocupacional, n. 78, vol. 21, abril/junho, p.7-19, So Paulo: Fundacentro, 1993.VIDAL, M. C. R. Ergonomia na empresa: til, prtica e aplicada. Rio de Janeiro: Ed. Virtual Cientfica, 2001.

    Palavras-chaves: Fatores Humanos ou Ergonomia,Interdisciplinaridade,Aviao Civil,Ao ergonmica

    Atividade: Avaliao de necessidades de treinamento de consultores de vendas de duas concessionrias de Braslia (Paineis)

    Trabalho:Avaliao de necessidades de treinamento de consultores de vendas de duas concessionrias de Braslia

  • Autor(es): Raphael Andrade Nunes Freire,Maria Emlia Barroso de Oliveira Arajo,Juliana Carvalho Bittar,Carolina Guidi Gentil,Nathalia de Paula Santos

    Resumo: Treinamento consiste em atividades previamente elaboradas pelas organizaes para proporcionar oportunidades de aprendizagem aos seus integrantes. Est diretamente relacionado identificao, superao de lacunas no repertrio de competncias ou de falhas no desempenho profissional do trabalhador. Treinamentos visam tambm a preparao da mo de obra para novas funes e para mudanas tecnolgicas no trabalho. Para desenho de treinamentos, faz-se uso da tecnologia instrucional, focando-se na avaliao de necessidades, na elaborao do planejamento instrucional, execuo e avaliao de treinamento. Com base na abordagem de sistemas instrucionais, este trabalho foi realizado com o intuito de avaliar necessidades de treinamento e planejar um curso para consultores de vendas de duas concessionrias localizadas em Braslia, Distrito Federal. Para a coleta de dados, foram realizadas anlises documentais e entrevistas semi-estruturadas para elaborao das anlises organizacional e de tarefas. Posteriormente, utilizou-se mtodo de incidentes crticos para construo de instrumento de levantamento de necessidades de treinamento. O questionrio de levantamento de necessidades, elaborado a partir dessas anlises, composto por 30 itens, associados a duas escalas tipo Likert de 4 pontos, em que 0 corresponde a Sem importncia para o meu desempenho na primeira escala e No domino a habilidade na segunda; e 3 a Muito importante para o meu desempenho, na primeira escala e Domino completamente a habilidade na segunda. Esse instrumento, aplicado individualmente, visava identificar se havia discrepncia entre o nvel de domnio e de importncia das tarefas esperadas para o cargo analisado. Participaram da pesquisa treze consultores de venda de ambos os sexos, com idade variando entre 24 e 41 anos, com desvio padro de aproximadamente cinco anos. Tambm foram entrevistados os gerentes de venda e a estagiria da rea de Recursos Humanos para validao semntica dos itens e instrues. As respostas numricas dos consultores de vendas ao questionrio foram submetidas a anlises estatsticas descritivas por meio do software SPSS, verso 13.0. Foram calculados ndices de prioridades de treinamento para cada conhecimento, habilidade e atitude descrita no questionrio, de modo a identificar em quais itens e quem necessitava de treinamento, entre os consultores de vendas. Os resultados, alm de mostrarem confiabilidade ao instrumento, mostraram baixas necessidades de treinamento com baixos desvios-padro, indicando homogeneidade da amostra. Entretanto, para apenas duas habilidades foram detectadas necessidades de treinamento, so elas: Avaliar o carro usado do cliente de acordo com os preos do mercado e Apontar corretamente os preos dos modelos de diferentes marcas de acordo com o mercado. Utilizando como referncia a teoria sobre resoluo de problemas organizacionais de desempenho, foi sugerido s concessionrias, um treinamento presencial focado no custo cognitivo, mais especificamente no processo de aplicao de conhecimentos. Baseado em teorias instrucionais, o curso foi desenhado para treinar os consultores de vendas na identificao, avaliao e comparao das caractersticas dos carros de diferentes marcas, a fim de melhorar as habilidades de negociao com o cliente, ao mostrar as vantagens associadas a cada carro e marca. Ressalta-se, por fim, a importncia deste trabalho, ao elaborar um treinamento para o alcance ou superao de lacunas no desempenho profissional dos pesquisados, a partir de um levantamento sistemtico de necessidades de treinamento. Os resultados da pesquisa so discutidos em termos da importncia de criar suportes organizacionais ao desempenho dos consultores de vendas para que os mesmos possam reter, aplicar e atualizar-se constantemente em relao aos modelos e marcas de automvel. Os resultados decorrentes dos dados qualitativos e quantitativos mostram que muito valiosa a utilizao de vrias fontes de informao sobre necessidades de treinamento, incluindo os prprios funcionrios e gerentes durante a coleta, validao dos resultados e desenho das situaes de ensino-aprendizagem.

    Palavras-chaves: Treinamento,Levantamento de Necessidades de Treinamento,Planejamento Instrucional,Consultor de Vendas

    Atividade: A equipe de enfermagem no contexto atual da Reforma Psiquitrica Brasileira

  • (Comunicaes Cientficas)

    Trabalho:A equipe de enfermagem no contexto atual da Reforma Psiquitrica Brasileira

    Autor(es): Ana Carla Bastos Armaroli,Claudia Osorio da Silva,Hlder Pordeus Muniz

    Resumo: A equipe de enfermagem no contexto atual da Reforma Psiquitrica Brasileira Este estudo sobre o processo de trabalho da equipe de enfermagem psiquitrica no contexto da Reforma Psiquitrica Brasileira, que hoje est em um perodo de implantao de um novo modelo assistencial. Por ser um perodo de transio, ocorre a desestruturao do modelo antigo sem a plena implantao do outro. Assim sendo, se faz necessrio, um olhar cuidadoso nas formas de trabalho que esto inseridas neste contexto.A apresentao deste estudo promove e amplia a discusso entre os vrios saberes que envolvem o processo de trabalho. Entende-se o trabalho como um processo, incluindo a concepo de que nele existe dinamismo, fora, movimento. E sob este ponto de vista, no mais cabe a percepo causalista que vincula a doena a um agente especfico ou a um grupo de fatores de risco presentes no ambiente de trabalho. E sim, a concepo de um sistema complexo de fatores que esto em constante interao.Os servios nas instituies de sade tm atualmente como proposta um funcionamento transdisciplinar, que a atividade em equipe dos vrios tcnicos com especificidades diferentes, mas com o mesmo objetivo: o cuidado mais abrangente possvel , nohavendo assim o domnio de uma especialidade sobre a outra, em um constante processo de construo e reconstruo de saberes e tambm de fortalecimento do coletivo de trabalho. Este modelo aponta a passagem de um funcionamento hierrquico, de saberes e de poder, da categoria mdica tanto sobre as outras categorias que formam a equipe, quanto sobre o usurio do servio, para uma outra dinmica direcionada primordialmente para as funes destes atores, referentes ao cuidado.A passagem de tcnico, este que executa uma atividade especializada, em um contexto onde a prescrio e objetivos de trabalho definidos de modo unidisciplinar e tecnicista, para um sujeito disponvel a acolher a dor alheia, ou seja, um ator social que no exerccio da sua atividade convocado a todo o momento a se implicar e fazer escolhas, construindo assim micro-histrias, marcada por variabilidades, um processo de mudana contnuo de si e do meio. Este momento de ter que implicar (se) , escolher (se), gerir (se) com dificuldades para recorrer a um patrimnio construdo coletivamente e s prescries, j que o momento de transio dos modelos, constitui-se por inmeros fatores. A configurao taylorista na diviso do trabalho da enfermagem, representa um dos entraves para a formao de um modelo de assistncia que seja delineado por propostas de construo e acompanhamento dos projetos teraputicos dos usurios do servio, atravs uma equipe de referncia, onde seus componentes se articulam pelo princpio da cooperao e no pelo mdico, o nico que prescreve os procedimentos a serem seguidos. importante destacar aqui o papel primordial do coletivo de trabalho, que , por ser enfraquecido, ocasiona a reduo de sentido da atividade para o trabalhador e compromete a sua eficcia. Sendo a funo psicolgica que o trabalho desempenha na vida dos sujeitos, tambm atingida por este enfraquecimento. As transformaes que esto ocorrendo nos servios de sade mental, com a implantao do novo modelo de assistncia, esto ocasionando uma sobrecarga nos profissionais que trabalham nestas instituies.Esta nova forma de se exercer a atividade, a meu ver, provoca desengajamentos pela dificuldade que estes profissionais de base tm em precisar qual o seu ofcio, tanto pela falta de prescrio ou de delineamento da funo exercer, quanto pela exigncia de lanar mo de recursos subjetivos. O lanar mo de recursos subjetivos, se torna um problema, pelo fato da constituio subjetiva do trabalho e mesmo do humano se fazer no coletivo, e isto inclui a circulao da fala entre os trabalhadores, a gesto co-participativa na atividade, a formao de laos de cooperao. Prticas que fazem com que o trabalhador se sinta com mais autonomia em suas atividades. Porm, essas atividades so dificultadas, dentre outros fatores, pela organizao do trabalho da equipe de auxiliares, ser feita por plantes/turnos, favorecendo um desencontro entre os sujeitos.Como foram apontadas acima, as experincias do trabalho e a proposta da Reforma se chocam (vo contra mo) ao que determinado como trabalho prescrito para o auxiliar de enfermagem psiquitrica. Sendo assim, o que sustenta o trabalho dos tcnicos e auxiliares de enfermagem no hospital psiquitrico, este marcado por

  • tantas exigncias contraditrias advindas do mundo do trabalho e da proposta da Reforma?Questes sobre a atividade s podem ser compreendidas e possivelmente transformadas a partir do conhecimento histrico e conceitualmente adquiridos, pelos operadores durante a prpria prtica. Certamente, apesar de toda infidelidade do meio, os auxiliares psiquitricos encontram algum sentido em seu trabalho, e usam de suas inteligncias criativas para alcanarem os resultados com eficincia, porm a invisibilidade de suas capacidades renormativas contribui para a sobrecarga desta categoria.

    Palavras-chaves: Enfermagem,Trabalho,Reforma Psiquitrica Brasileira

    Atividade: CONSTRUINDO UMA NOVA REALIDADE: MONITORAMENTO DAS CONDIES DE SADE, GNERO E TRABALHO NAS ESCOLAS PBLICAS MUNICIPAIS DE JOO PESSOA PB (Paineis)

    Trabalho:CONSTRUINDO UMA NOVA REALIDADE: MONITORAMENTO DAS CONDIES DE SADE, GNERO E TRABALHO NAS ESCOLAS PBLICAS MUNICIPAIS DE JOO PESSOA PB

    Autor(es): Mary Yale Rodrigues Neves,Mateus do Amaral Meira,Aline Kelly Cassimiro P Ribeiro,Cinthia Lopes Santos,Julianne Patrcia Leiros da Silva,Luciano de Sousa Silva,Heddylamarr Rosas de Melo Filha,Edil Ferreira da Silva,Francecirly Alexandre dos Santos,Jana Gabriela Barros Silva,Liliane Tubino,Mni


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