+ All Categories
Home > Documents > Revista Digital de Podologia - Revistapodologia.com Digital Gratuita... · Primeiros Socorros....

Revista Digital de Podologia - Revistapodologia.com Digital Gratuita... · Primeiros Socorros....

Date post: 10-Nov-2018
Category:
Upload: truongmien
View: 214 times
Download: 0 times
Share this document with a friend
37
Revista Digital de Podologia Revista Digital de Podologia Gratuita - Em Português Gratuita - Em Português N° 54 - Fevereiro 2014
Transcript

Revista Digital de PodologiaRevista Digital de PodologiaG r a t u i t a - E m P o r t u g u ê sG r a t u i t a - E m P o r t u g u ê s

N° 54 - Fevereiro 2014

www.revistapodologia.com 3

DiretorSr. Alberto Grillo

[email protected]

Marketing e VendasAlberto J. Grillo

[email protected]

Revistapodologia.comMercobeauty Importadora e Exportadora de Produtos de Beleza Ltda.

Tel: #55 19 3365-1586 - Campinas - São Paulo - Brasil.www.revistapodologia.com - [email protected]

A Editorial não assume nenhuma responsabilidade pelo conteúdo dos avisos publicitários que integram a presente edição, nãosomente pelo texto ou expressões dos mesmos, senão também pelos resultados que se obtenham no uso dos produtos ou servi-ços publicados. As idéias e/ou opiniões expressas nas colaborações firmadas não refletem necessariamente a opinião da direção,que são de exclusiva responsabilidade dos autores e que se estende a qualquer imagem (fotos, gráficos, esquemas, tabelas, radio-grafias, etc.) que de qualquer tipo ilustre as mesmas, ainda quando se indique a fonte de origem. Proíbe-se a reprodução total ouparcial do material contido nesta revista, somente com autorização escrita da Editorial. Todos os direitos reservados.

Rev ista podo log ia . c om n ° 5 4 F e v e re i r o 2 0 1 4

ÍNDICEPag.

5 - Patologias no pé do idoso.Sabrina Canhada Ferrari, Fânia Cristina dos Santos, Miriam da Silva Lopes Araújo, Maysa Seabra Cendoroglo, Virginia Fernandes Moça Trevisani. Brasil.

18 - Estudo de Caso - Ferida.Enfermeira e Podóloga Maxsandra Ferreira. Brasil.

24 -Neuropatia de Charcot (II). Tratamento com ortese.Jordi Viadé Julià - Jordi Carbó Perez. Espanha.

Humor Gabriel Ferrari - Fechu - pag. 35.

E N C O N T R ODAS ESTRELASNA PODOLOGIA

Pdga. Rosana Ribeiro- Atuação do Podólogo no HPV.Pdga. Lorraine Cristina de Oliveira- Procedimentos podológico em úlcera de

pé diabético.Pdga. Luciana Terrosse- Urgências em emergências na Podologia.

Primeiros Socorros.Pdga. Jane Cristina de Carvalho- Procedimentos podológico en calo sub-

ungueal e periungueal.Pdgo-Dr. Alberto Malachias Rascassi- Ação das órteses plantares nas patologias

podológicas.Pdga. Gilvânia de Araújo Carvalho- Biossegurança: risco e prevenção respi-

ratoria.Dr. Caio Nery - Deformidades do antepé.

Uma visita ao centro cirúrgico.

Dra. Natalia Mayumi Inada- Tratamento de onicomicose por terapia

fotodinâmica: Mecanismos de ação, proto-colo clínico e resultados.

Pdgo. Adelcio Cordeiro- Atuação do podólogo no pé do idoso.Pdga. Marcia Helena Garcia Nascimento- Procedimento podológico en ceratodermia

plantar.Pdga. Maria Aparecida Lima- Procedimentos podológicos variados em

pacientes portadores de Diabetes Mellitus.Pdgo. Ezequiel Pereira Rocha- Pé reumático.Pdgo. Orlando Madella Jr.- Terapias de Resultados aplicadas na

Podologia.Pdga. Rosalia Prieto- Podopediatria.

LOCAL do EVENTO

EXPOSITORES na feira simultánea ao congresso

CURSO PÓS-EVENTO - 06 de Maio 2014Podologia esportiva - Teórico e Prático

Ministrado pelo Pdgo. Ezequiel Pereira Rocha

4-5 de Maio2014

São PauloBrasil

Realização: Orlando Madella Jr. Podologia ME

Informações e incrições: www.podologiabr.com

Av. Casper Líbero, 115Centro - São Paulo/SP

www.daninnhotel.com.br

PROGRAMAÇÃO - Palestrantes e Temas

www.revistapodologia.com 5

RESUMO

Com o aumento da expectativa de vida, o pro-cesso de envelhecimento populacional vem oco-rrendo num ritmo acelerado e, por consequência,ocorrem inúmeras alterações, que interferem nacapacidade funcional e na qualidade de vida dosidosos, entre as quais estão as patologias nospés.

Este trabalho visa relatar os principais proble-mas nos pés dos idosos, descrevendo as respec-tivas abordagens terapêuticas. Como método delevantamento bibliográfico utilizaram-se asbases de dados Medline Lilacs, Scielo e Scad.

Observou-se que com o envelhecimento oco-rrem várias modificações nas estruturas anatô-micas e fisiológicas do pé, as quais se relacio-nam a problemas comuns nos idosos, como asmetatarsalgias, fasciite plantar, hálux valgo,hálux rígido, deformidades dos dedos, alteraçõesdo arco plantar, dor no calcanhar, talalgias, pro-blemas periarticulares, alterações na pele e ane-xos, artropatias, afecções vasculares e neurológi-cas.

Tais alterações estão relacionadas à incapaci-dade funcional e à diminuição da qualidade devida dos idosos. Conclui-se que os problemasnos pés dos idosos são frequentes e necessitamde atenção quanto ao diagnóstico e tratamentoadequados, em decorrência do declínio funcionalassociado a essas patologias.

Palavras-chave: Patologia. Pé. Idoso.

Pathology in the foot of the elderly people

Abstract

With the increase in expectation of life, the processof population aging in a very high process, and withthis course, a lot of changes hapening, that interfe-res in the functional capable and in the quality of lifein the elderly people, and, between those, are thepathologies in the feets. This work aims to study thepathologies usuals in the feets of the elderly people,describing the mains therapeutic pproaches. As amethod of lifting bibliographic, were used databasesMedline, Lilacs, and Scielo e Scap. As a result, wereobserved that, with aging, a lot of changes occurs inthe physiogical and anatomical structures of the

foot, leading to commom problems on the feet ofelderly, as metatarsalgias, fasciite plant, hálux val-gus, hálux hard, deformities of the fingers, changesin the plantar arch, pain in the heel, talalgias, periar-ticular problems, skin (and supplementares) chan-ges, artorpatias, problemas (problems) periarticula-res, vascular and neurological disorders. These dis-turbs are related with an incapacity functional andthe decrease in the quality of lifeof the elderly peo-ple. In conclusion, the problems in the feets of theelderly people happening with frequency and itneeds to have a lot of pay attention about the diag-nostic and the correct treatment, deriving of thefunctional decrease on this kind of pathologies.

Key words: Pathologies. Elderly. Foot.

INTRODUÇÃO

O envelhecimento populacional, resultado daredução da taxa de mortalidade e do aumento daexpectativa de vida, é um dos grandes desafiosque o mundo terá de enfrentar neste século. Apopulação idosa é a parcela que mais cresce,tanto que, segundo estimativa da Organizaçãodas Nações Unidas, em 2050 22,1% da popula-ção do mundo terão sessenta anos ou mais, oque equivale a aproximadamente 1,97 bilhões depessoas. (SALGADO, 1998).

Em 1950, com 4% de sua população constituí-da de idosos (2,1 milhões), o Brasil representavaa 16ª população de idosos do mundo, em núme-ros absolutos. Projeções demográficas indicamque em 2025 o país terá a sexta população deidosos do mundo, com 32 milhões de idosos.(BERQUÓ, 1999).

Os avanços da medicina, o diagnóstico preco-ce, a prevenção de determinadas doenças, aampliação das possibilidades de acesso aos ser-viços de saneamento básico, a alteração noshábitos alimentares e de higiene, a prática deexercícios físicos, dentre outros fatores, contribu-íram decisivamente para a aceleração do envel-hecimento.

Com o envelhecimento ocorrem vários proble-mas que interferem na capacidade funcional e naqualidade de vida dos idosos, dentre os quais

Patologias no Pé do Idoso

Sabrina Canhada Ferrari, Fânia Cristina dos Santos, Miriam da Silva Lopes Araújo, Maysa SeabraCendoroglo, Virginia Fernandes Moça Trevisani. Brasil.

www.revistapodologia.com 6

estão as modificações nas estruturas anatômicase fisiológicas dos pés, que acarretam uma insta-bilidade postural e um maior risco de quedas.(MEILSLER, 1998).

As evidências obtidas de estudos detalhadossobre diversos males dos pés sugerem que maisde 80% da população têm algum tipo de proble-ma com os pés. (GARROW et al., 2000). As modi-ficações que ocorrem nos pés dos idosos podemser decorrentes de doenças sistêmicas, de trans-tornos da marcha, maus-tratos aos pés ou trau-matismos nos pés que comprometem a integri-dade das unhas, da pele, dos nervos, dos vasos edas estruturas ósseas.

O estudo de Chan e Chong (2002), realizadoem Hong Kong, confirma que doenças nos péstêm um impacto significante na qualidade devida dos chineses.

Neste estudo, realizado com 877 pacientes,21% deles apresentavam desconforto nos pés aocaminhar; 17% relataram dores nos pés; 8%,limitação nas atividades da vida diária e 6%apresentaram algum tipo de dificuldade emrazão de problemas nos pés. Entre as principaispatologias nos pés foram encontradas as onico-micoses, os calos em metatarsos, os dedos emgarra e outras deformidades, as quais, signifi-cantemente, reduziriam a locomoção da popula-ção geriátrica chinesa.

Helfand (2004) relata que problemas nos péssão prevalentes na população idosa, os quaisestão relacionados a doenças crônicas, comodiabetes melito, doença arterial periférica, alte-ração musculoesquelética e deficit motor. Assim,tais problemas estariam diminuindo a capacida-de funcional e aumentando o risco de hospitali-zações.

Considerando a prevalência de transtornosdolorosos e debilitantes dos pés na populaçãogeriátrica, deve ser dada uma assistência espe-cial a esses, de modo que os idosos se manten-ham deambulando.

OBJETIVO

Estudar as principais patologias que acometemos pés dos idosos, descrevendo as respectivasabordagens terapêuticas.

MÉTODO

A metodologia utilizada foi o levantamentobibliográfico de artigos nacionais e internacio-nais nos últimos dez anos (1997-2007) na biblio-teca virtual Bireme, acessando as bases dedados referenciais do Medline, Lilacs, Scielo e

Scap.Para a realização da busca utilizaram-se as

palavras-chaves “patologia”, “pé” e “idoso”.Foram encontrados na base de dados do Medline225 artigos; na Lilacs, 32 artigos; no Scielo e naScap, três artigos com essas palavras. Os maisexpressivos artigos estudam os problemas quemais comumente acometem os pés dos idosos eas principais abordagens terapêuticas.

Principais patologias nos pés dos idosos

Metatarsalgia

É a localização mais frequente de dor no pé,sendo a parte plantar anterior a mais acometidapor causas biomecânicas. A nítida predominân-cia do sexo feminino é atribuída ao uso de sapa-tos de salto e com a parte anterior mais fina. Asdores estão localizadas na região plantar poste-rior e anterior e constituem-se na maioria dasqueixas clínicas referentes aos pés, principal-mente após a quarta década de vida.

No idoso observa-se com frequência uma“queda” das cabeças metatarsianas centrais,com formação de garra dos dedos; o coxim adi-poso sob as cabeças desloca-se para posiçãomais distal, reduzindo a posição dessa região dopé. Essas alterações levam a um quadro demetatarsalgia de caráter difuso tipo queimação,que às vezes impossibilita o uso de sapatos habi-tuais.

O tratamento é feito com mudanças de hábitose correções no uso dos sapatos. (SILVEIRA,1999). Nos casos de associação com os dedosem garra, o uso de órtese tipo bolha ou barraretrocapital associado a sapatos confortáveisreequilibra a funcionalidade perdida, aliviandomuito os sintomas dos pacientes. (MENZ;MORRIS, 2005).

Fasciite plantar

A fasciite plantar caracteriza-se por dor na fás-cia plantar, principalmente na região do calcâneoonde ocorre a sua inserção. É notada com maisfrequência em indivíduos que exibem o pé pro-nado com arco longitudinal achatado e cuja ativi-dade exige ficar em pé ou caminhar por muitotempo; os homens são mais suscetíveis. (CAI-LLIET, 2005).

O tratamento é sempre conservador e incluianalgésicos, anti-inflamatórios e fisioterapia,esta para alongar o complexo aquileo-calcâneo-plantar. O uso de sapatos mais elevados com cal-canheiras é importante para a redução da sobre-carga no local. (MENZ; MORRIS, 2005).

HairBrasil

CONGRESSOBrasileiro de PODOLOGIA6O

Expo Center Norte São Paulo

abril201413

Evento do Fórum de Beleza HAIR BRASIL 2014

12 A 15 DE ABRIL Expo Center Norte São Paulo

Faça já sua inscrição no www.hairbrasil.com e ganhe desconto promocional

Realização ApoioApoio Institucional

Associação Brasileira da Indústria deHigiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

Atualização técnica sobre os cuidados dos pés

*

abrilHairBrasil

6

CONGRESSOBrPODOLOGIAO

HairBrasil

CONGRESSOileiro de as

PODOLOGIA

Expo Center Norte São P

13

Expo Center Norte auloSão P

abril201413

Atualização técnica sobre os cuidados dos pés

PROGRAMAÇÃO -

Produção de óleos essenciais e produtos derivados de óleos essenciais para uso na P

Cenários e práticas simuladas no ensino da P

Uso de fitoterápicos na prevenção e tratamento de doenças da pele

Atualização técnica sobre os cuidados dos pés

PROGRAMAÇÃO - 11h00 às 18h30

Produção de óleos essenciais e produtos derivados de óleos essenciais para uso na P

Cenários e práticas simuladas no ensino da P

Uso de fitoterápicos na prevenção e tratamento de doenças da pele

Atualização técnica sobre os cuidados dos pés

11h00 às 18h30

Produção de óleos essenciais e produtos derivados de óleos essenciais para uso na P

odologiaCenários e práticas simuladas no ensino da P

Uso de fitoterápicos na prevenção e tratamento de doenças da pele

Atualização técnica sobre os cuidados dos pés

odologiaProdução de óleos essenciais e produtos derivados de óleos essenciais para uso na P

Uso de fitoterápicos na prevenção e tratamento de doenças da pele

Atualização técnica sobre os cuidados dos pés

odologia

Órteses plantares para diabéticos: atenção completa

Alterações ungueais e dermatológicas em pacientes idosos

Marcadores cutâneos de diabetes mellitus

A importância da prevenção das hepatites virais em P

Uso de fitoterápicos na prevenção e tratamento de doenças da pele

Órteses plantares para diabéticos: atenção completa

Alterações ungueais e dermatológicas em pacientes idosos

Marcadores cutâneos de diabetes mellitus

A importância da prevenção das hepatites virais em P

Uso de fitoterápicos na prevenção e tratamento de doenças da pele

Órteses plantares para diabéticos: atenção completa

Alterações ungueais e dermatológicas em pacientes idosos

Marcadores cutâneos de diabetes mellitus

odologiaA importância da prevenção das hepatites virais em P

Evento do Fórum de Beleza HAIR BRASIL 2014

aça já sua inscrição no F

Evento do Fórum de Beleza HAIR BRASIL 2014

12 A 15 DE ABRILaça já sua inscrição no .hairbrasil.comwww

* Na compra do ingresso para o Congresso você gan

Evento do Fórum de Beleza HAIR BRASIL 2014

12 A 15 DE ABRIL Expo Center Norte

.hairbrasil.com e ganhe desconto promocional

trada parha a en Na compra do ingresso para o Congresso você gan

Evento do Fórum de Beleza HAIR BRASIL 2014

aulo São P

e ganhe desconto promocional

eiraa visitar a ffea parra

e

Realização

BssociaçãoAessoal, PHigiene P

VVe

iagens:

Apoio Institucional

ndústriaIdarasileiraB deerfumaria e Cosméticosessoal, P

enha com o Hair Brasil V

iagens:

Apoio

INFORMAÇÕES

el: (11) [email protected]

as melhores opções em passagem e hotel.hairbrasilviagens.com.brwww

as melhores opções em passagem e hotel

INFORMAÇÕES

ax: (11) 3897.6159el: (11) 3897.6192 / (11) 3199.6185 / [email protected] .hairbrawwww.

.hairbrasilviagens.com.br

ax: (11) 3897.6159.hairbrasil.com

Hálux valgo

O hálux valgo é uma subluxação estática da pri-meira articulação metatarsofalangeana. É vulgar-mente chamado de “joanete” e leva a uma alte-ração tanto na estabilidade estrutural como pos-tural dos pés, podendo ou não estar associada aoutras deformidades naquela região. (CARVAL-HO, 2001).

É mais frequentemente encontrado em mulhe-res idosas que têm o antepé alargado com o arcotransverso achatado e o pé pronado e ocorrequase que exclusivamente em pessoas que usamcalçados inadequados. (CAILLIET, 2005). O cal-çado pode ser considerado o maior contribuintepara patologias nos pés, tais como hálux valgo,deformidades nos dedos e calosidades. (FREY,2000).

O tratamento é conservador e consiste de pres-crição de calçados com a frente mais larga e autilização de um separador de dedos para esta-bilização que deve ser usado à noite. Em casosgraves, o tratamento cirúrgico é indicado, contu-do a identificação de fatores que levaram àqueladeformidade é imprescindível para a atuaçãocirúrgica e também para se evitar a recidiva.

Trata-se de uma afecção complexa, que comotal deve ser avaliada, para que se possa indicartambém a técnica cirúrgica mais adequada. (SIL-VEIRA, 1999; IGNÁCIO et al., 2006). No estudode Nery et al. (2001) estabeleceram-se os valoresmédios angulares da primeira articulação meta-tarsofalangiana indicado para cirurgia, evitandoou diminuindo ao máximo a porcentagem decorreções insuficientes ou recidivas.

Hálux rígido

O hálux rígido é o segundo problema maiscomum do hálux. Define-se como artrose da pri-meira articulação metatarsofalangiana (SALÓ,2003) e caracterizase por dor e limitação dosmovimentos do pé, quase sempre acompanhadapor aumento de volume e da consistência ósseaao nível da região dorsal da articulação metatar-sofalangiana. Pode ser de etiologia congênita ouadquirida, como resultado de um trauma ou deuma artrite generalizada.

O tratamento inicial é conservador, com o usode sapato com sola rígida, que evite pressãosobre a articulação metatarsofalangiana. A inje-ção interarticular de um agente analgésico comou sem esteróides oferece alívio temporário. Osmedicamentos anti-inflamatórios orais tambémoferecem algum benefício. (CAILLIET, 2005) Emrazão de o movimento articular sofrer uma dimi-nuição gradual até a fusão total, a intervenção

cirúrgica é indicada. (SILVEIRA, 1999; MARTO-RANA, 2001).

Deformidades dos dedos

As deformidades dos dedos apresentam-sebasicamente de três formas: garra, martelo oumalho. São todas de formas rígidas ou flexíveis.A causa mais comum é o uso de sapato inade-quado, mas podem também ser secundárias afatores congênitos, ou alterações neuromuscula-res. Nos casos flexíveis, pode-se tentar o trata-mento conservador, com o uso de sapatos apro-priados, com medidas de reabilitação da muscu-latura extensora e intrínseca do pé e uso detubos de esponja de plástico para proteger e evi-tar atritos nos dedos. (MASCARÓ,

2003). Nos casos rígidos ou na falha do trata-mento conservador indica-se o tratamento cirúr-gico. (COLLET, 2002).

Alterações do arco plantar

Embora frequentes, as alterações do arco plan-tar longitudinal, sobretudo na infância, não pas-sam de uma variação do normal. A persistênciada deformidade após os seis anos de idade, seassimétrica e com rigidez articular, merece abor-dagem mais precisa.

Pé cavo: definido como um aumento, no sentido verti-

cal, do arco longitudinal do pé, ocasiona dimi-nuição da área de apoio plantar. A etiologia équase sempre relacionada a alterações neuro-musculares. O tratamento é cirúrgico, mas noscasos leves e pouco sintomáticos podem ser uti-lizadas órteses e fisioterapia.

Pé plano: há uma característica da queda do arco plantar

longitudinal, associada quase sempre a um val-gismo do calcâneo de grau variável. Inicialmente,o tratamento indicado consiste no uso de umsapato adequado, fisioterapia e, eventualmente,no uso de palmilha. Em casos mais avançados háindicação para cirurgia, que consiste em osteoto-mia de calcâneo (transferência tendinosas) eartrodeses. (SILVEIRA, 1999).

Dor no calcanhar ou calcaneodínia

Segundo Martorana (2001), as causas de dorno calcanhar podem ser classificadas em:

• doenças inflamatórias sistêmicas: como atritereumatóide e psoriásica, espondilite anquilo-sante e artrite reativa;• doenças inflamatórias localizadas: como tendi-nite do tendão de Aquiles, bursite retrocalcâ-nea ou bursite calcânea inferior;• compressões de nervos: nervos plantares

www.revistapodologia.com 8

medial e lateral, nervo calcanear medial, sín-drome do túnel tarsiano, radiculopatia lom-bossacral e neuropatia periférica;• doenças metabólicas: gota;• infecções;• síndrome traumática e/ou “uso abusivo”: fratu-ras por tensão, periostite e fasciite plantar.

Segundo Collet (2002), na maior parte doscasos de dor no calcanhar a causa principaldecorre do esporão do calcâneo, que se relacio-na à fasciite plantar.

Síndrome do esporão do calcâneo: Caracterizada por crescimento ósseo extra no

calcanhar, pode se formar quando a fáscia plan-tar faz excessiva tração sobre o calcanhar. A quei-xa típica de apresentação de um paciente com asíndrome do esporão do calcâneo é a discinesiapós-estática, especialmente após se levantar deuma noite de descanso. Com os primeiros pas-sos há a necessidade de se segurar em objetospara o apoio e a marcha ocorre nas pontas dosdedos para suporte do peso. A dor no calcanhargeralmente diminui após um período de ativida-de. O tratamento é feito com analgésicos e anti-inflamatórios orais, infiltrações locais com corti-coesteróides, imobilização plantar e, posterior-mente, fisioterapia e uso de palmilhas para alívioda tensão no calcanhar. (COLLET, 2002; CAI-LLIET, 2005).

Talalgias:São bastante frequentes nos indivíduos depois

dos cinquenta anos, caracterizando-se por doreslocalizadas no retropé, envolvendo estruturascomo o tendão de Aquiles, o calcâneo e a inser-ção da fáscia plantar. Esse quadro doloroso podeestar associado à existência de um tubérculopóstero-superior do calcâneo proeminente,assim como a processos inflamatórios nas bur-sas localizadas no retropé. A causa mais fre-quente é atrito repetitivo entre a região posteriordo pé e o sapato.

O tratamento é basicamente conservador,incluindo, além de medicamentos analgésicos eanti-inflamatórios, o uso de sapato tênis comuma pequena elevação do salto e o uso de umacalcanheira de espuma ou material sintético, quereduzem a sobrecarga da região. Outra medida éa prevenção do atrito do sapato com o tendão deAquiles, utilizando-se certas órteses. (MENZ;MORRIS, 2005).

Periarticulares

As principais tendinites que afetam os pés sãoas que envolvem os tendões de Aquiles e o ten-dão tibial posterior. Esses são de difíceis trata-

mentos, pois são tendões que estão constante-mente “lutando” contra a força da gravidade. Oresultado é uma tensão excessiva sobre os ten-dões, levando ao estiramento e à laceração,seguidos de uma resposta inflamatória reparado-ra e dor.

A persistência daquelas forças não verificadaspode levar ao enfraquecimento ou ao alonga-mento do tendão e a eventual deformação e rup-tura. O tratamento é medicamentoso, com anal-gésicos, anti-inflamatórios e fisioterapia. (DANDY,2000).

Afecções cutâneas e de anexos

Hiperqueratose:Segundo Pinto (2002), são zonas de calosida-

des que ocorrem em locais de proeminênciaóssea depois de muito tempo de hiperpressão ede atrito.

Podem ocasionar dor e dificuldade para deam-bular e também podem ulcerar e infectar.Classificam-se os calos em rígidos e pouco con-sistentes.

Os rígidos se desenvolvem no dorso dos dedosdo pé (pequenos) ou na superfície plantar (proje-tando-se sobre a cabeça do metatarso), ao passoque os pouco consistentes se formam entre osdedos e, habitualmente, apresentam-se macera-dos e úmidos.

O tecido hiperqueratósico constitui uma reaçãode defesa e não deve ser eliminado, a menos queesteja prejudicando o paciente.

A retirada do tecido hiperqueratósico deveestar dentro dos princípios podológicos de nãolesar a área profunda, não expor cavidades e pro-tegê-la lateralmente com órteses ou palmilhasespecíficas, procurando aliviar a sua região cen-tral.

As calosidades tratadas recidivam frequente eprecocemente se, paralelamente, os transtornosestáticos do antepé, que os ocasionam, nãoforem compensados.

Segundo Sodeman e Sodeman (1999), o trata-mento dos calos duros geralmente se dá com odesbridamento, que deve ser muito cuidadoso,sem se atingir o tecido normal.

Um debridamento agressivo pode causar infec-ção secundária, que seria muito prejudicial tra-tando-se de idosos com diabetes melito ou com-prometimentos vasculares diversos.

Os calos pouco consistentes devem ser trata-dos colocando-se algodão ou pequena proteçãomacia no espaço interdigital.

Os sapatos abertos são também muito úteis. O desenvolvimento dos calos diminui ou des-

aparece ao se protegeram as proeminênciasósseas.

www.revistapodologia.com 9

Alterações ungueais:As onicomicoses são infecções fúngicas

comuns nas unhas dos idosos, tanto das mãosquanto dos pés. Sua prevalência pode ser expli-cada por fatores como aumento da incidência deimunodeficiências relacionadas à idade da popu-lação. O uso de calçados fechados e/ou úmidos,andar descalço em banheiros públicos e traumasfrequentes são fatores que influenciam essa ele-vada taxa de prevalência. Os diagnósticos dife-renciais das onicomicoses e que devem serobservados são, principalmente, onicólise, hiper-queratose subungueal, alterações de coloraçãodas unhas, como a leuconíquia e melanoníquia eas distrofias ungueais. Há grande dificuldadepara se chegar ao diagnóstico de infecção fúngi-ca das unhas, mas essa diferenciação no diag-nóstico é importante, pois implica diferentes tra-tamentos. (SILVA, 2000; CHANUSSOT; ARENAS,2007).

Onicólise:Caracteriza-se por um descolamento da unha

de seu leito na sua região, criando um espaçosubungueal onde se acumulam germes, sujeira,queratina e outros detritos. Nesses casos é pre-ciso ter certos cuidados, como evitar traumatis-mos. O uso de detergentes e certos medicamen-tos tenta erradicar os fungos e bactérias porven-tura presentes. (SILVA, 2000).

Hiperqueratose subungueal: Pode ser congênita ou adquirida e ocorre por

hiperplasia epitelial dos tecidos subungueais emrazão de doença cutânea exsudativa ou por doen-ças crônicas inflamatórias que envolvem aregião, incluindo as infecções fúngicas. (SILVA,2000).

Distrofias ungueais parciais:Vão desde unhas frágeis, quebradiças, com fen-

das longitudinais ou transversais, chegando até àalteração completa na lâmina ungueal. As causasdas alterações leves são várias, desde um sim-ples processo relacionado à idade, exposiçãoexagerada a detergentes, uso de esmaltes, remo-vedores e outras substâncias que ressecam asunhas. As formas graves com distrofias quasetotais estão, em geral, associadas a outras doen-ças e/ou infecções. (SILVA, 2000).

Unha encravada ou criptonicose:Quando as unhas dos pés são curvas, não pla-

nas, as suas bordas podem cavar para a polpa dodedo. A borda medial da unha do hálux é afetadamais frequentemente e cavará na polpa do artel-ho, causando uma lesão de partes moles. A árealesada poderá, então, ficar infectada e produziruma lesão granulomatosa crônica infectada ao

longo do lado medial da unha. O tratamento con-servador geralmente é efetivo e consiste de lim-peza regular das unhas; colocação de uma bolin-ha de algodão abaixo da borda da unha; permis-são para que a unha cresça além da extremidadedo dedo. Se as medidas conservadoras falharem,poderá ser necessária uma intervenção cirúrgica.(DANDY, 2000).

Periartropatias

As principais tendinites que afetam os pés sãoas que envolvem os tendões de Aquiles e os ten-dões tibiais posteriores. Esses tendões são dedifíceis abordagens, pois estão constantemente“lutando” contra a força da gravidade, o queresulta quase sempre, se não controlada, numatensão excessiva sobre os tendões, levando aoseu estiramento e laceração, seguidos de respos-ta inflamatória reparadora e dor importante.

A persistência daquelas forças poderá levar aoenfraquecimento ou ao estiramento do tendão,com uma eventual deformação e ruptura. O tra-tamento é frequentemente medicamentoso, comanalgésicos, antiinflamatórios e fisioterapia.(DANDY, 2000).

Artropatias

As doenças articulares são comuns nos idosos,podendo afetar o tornozelo e o pé, que tem apro-ximadamente vinte articulações. (ROTÉS; COTS,2003).

Osteoartrite:Antes conhecida como osteoartrose ou sim-

plesmente artrite, corresponde a um grupo deproblemas que resultam em alterações nas arti-culações, principalmente em joelhos, quadris,mãos, coluna vertebral e pés. Algumas vezes,apenas uma única articulação do pé é compro-metida; em outras situações, algumas ou muitasdelas podem ser afetadas ao mesmo tempo ecom intensidades diferentes.

Além de provocar dor no pé, sensação de rigi-dez e edema, a osteoartrite nos pés pode oca-sionar limitações funcionais, como perda demovimentos, deformidades e até grande incapa-cidade do membro inferior.

Os tratamentos disponíveis para aliviar os sin-tomas envolvem desde a simples orientação edu-cacional para os pacientes, o uso de medicaçõesanalgésicas, fisioterapia e cirurgia em casosextremos. É importante que o indivíduo acometi-do mantenha boa saúde geral, elimine os fatoresde risco, o excesso de peso corporal; preserveuma boa força muscular e, acima de tudo, recon-heça a sua própria responsabilidade no controledo tratamento. (CAILLIET, 2005).

www.revistapodologia.com 11

Artrite reumatóide: A história natural da artrite reumatóide no pé

pode ser uma deformidade progressiva, associa-da com dor e incapacidade e de natureza dinâ-mica, uma vez que as forças mecânicas queatuam durante a marcha se sobrepõem, ocorren-do a destruição articular produzida pela sinovitecrônica. (SILVEIRA, 1999).

A sinovite é um evento precose no curso dadoença, podendo ser vista antes da destruiçãocartilaginosa ou óssea. (FIRESTEIN, 2003). Nafase inicial ocorre edema ou dor no antepé em80% a 90% dos casos. (KIHARA et al., 2007).

As manifestações da artrite reumátoide no pésão muito frequentes, precoces e incapacitantes,sendo às vezes o primeiro sinal da doença. A evo-lução clínica do pé reumatóide pode ser divididaem quatro estágios, segundo Silveira (1999):

• primeiro estágio: não existem deformidadesósseas nem indicação para tratamento cirúr-gico;• segundo estágio: há comprometimento arti-cular, mas sem deformidades fixas;• indicação de sinovectomia: nos casos emque não haja resposta ao tratamento clínico,as articulações do tornozelo, metatarsofalan-gianas e interfalangianas respondem melhorcom sinovectomia;• terceiro estágio: deformidades com lesõesdas partes moles; há indicação de sinovecto-mia, transferências tendinosas, liberação departes moles periarticulares e capsulotomias;• quarto estágio: presença de deformidades edestruição articular, estando indicados proce-dimentos cirúrgicos reconstitutivos.

A terapia precoce com drogas modificadorasda história natural da doença é fundamental paramelhorar a evolução radiológica e funcional dospacientes e tem como finalidade a supressãocompleta do processo inflamatório articular,reduzindo o dano estrutural e funcional.

Para isso, são necessários um diagnóstico pre-coce e um bom método para acompanhar a pro-gressão da doença. (MÖTTÖNEN; HANNOVEN;LEIRISALO-REPO, 1999; BARTHON et al., 2000;PINTO; MIGUEL; REZENDE, 2006).

O uso de palmilhas tem sido rotineiro no trata-mento dos pés reumatoides, visando à melhordistribuição de carga na superfície plantar, a mel-hor apoio para os pés e, em decorrência, ao alí-vio da dor e melhora funcional. (MAGALHÃES;JORGE FILHO; BATTISTELLA, 2003; LI et al.,2000; WOODBUM; BARKER; HELLIWELL, 2002).

O tratamento fisioterápico é utilizado para pre-servar a capacidade funcional da articulação, evi-

tar as atrofias musculares e prevenir de deformi-dades articulares. (ROTÉS; COTS, 2003).

Artrite psoriásica: É uma doença associada à psoríase da pele ou

das unhas, com fator reumatoide negativo. Podeser exatamente agressiva, deixando o pacienteincapacitado para realizar funções do dia a dia.(MACHADO; ATAÍDE; SANDRI, 2005). É frequenteo acometimento assimétrico dos pés e principal-mente das articulações interfalangeanas distais,associado com lesões psoriásicas das unhasadjacentes.

Observa-se reabsorção óssea, com hipotrofiadas partes moles, e, às vezes, há destruição dasfalanges proximais. (MARTORANA, 2001). O tra-tamento é medicamentoso com analgésicos edebridamentos periódicos. (LOYOLA et al.,2005).

Gota:É uma das enfermidades de mais longa histó-

ria, de patogenia relacionada com o metabolismodo ácido úrico. Entre 50 e 70% dos ataques ini-ciais ocorrem na articulação metatarsofalangia-na do hálux e o tratamento é sempre clínico. Aartrite gotosa crônica com depósitos tofáceos épouco frequente. É mais frequente em homem demeia idade, obeso, hipertenso e por vezes diabé-tico, que usualmente apresenta consumo aumen-tado de bebidas alcoólicas.

Nos casos crônicos, com grandes depósitos detofáceos ou de deformidades articulares, estãoindicados a ressecção desse material e o debri-damento periarticular, desde que sob controleclínico eficaz do paciente. (COLLET, 2002; CRUZ,2006).

Afecções vasculares

As afecções vasculares são, provavelmente, osproblemas nos pés de maior gravidade, por contada rapidez de seu aparecimento, da lentidão, daimprevisibilidade de sua evolução e da impotên-cia funcional que provocam e dos riscos deamputação no caso de má evolução.

A constituição de úlceras vasculares, as maisfrequentes de origem venosa, explica-se facil-mente pelas modificações da pele e da estáticado pé da pessoa idosa.

As insuficiências venosas podem provocar a for-mação de úlceras; por isso, precauções devemser tomadas, como, por exemplo, usar um bomcalçado para evitar os traumatismos, tratar pron-tamente infecções, corrigir as deformações eassegurar uma boa contenção por meio de meiasmacias. (ROACH, 2003).

www.revistapodologia.com 12

O exame sistemático do pé deve pesquisar aspequenas lesões dos dedos e dos espaços inter-digitais, especialmente nos doentes que tenhamcomprometimento arterial dos membros inferio-res. A desconsideração desses aspectos podelevar à amputação com prognóstico reservadonuma pessoa idosa.

As úlceras são frequentes nos calcanhares eatingem também as regiões maleolares e os bor-dos dos pés. A fragilidade da pele do idoso faci-lita sua formação. O mau estado geral do pacien-te é outro fator de risco e, provavelmente, o maisrelevante. Não se pode deixar de comentar asúlceras por pressão, muito frequentes nos idososacamados e que se desenvolvem por conta depressão exercida em pontos principalmente deprotusões ósseas nos pés.

O diabetes melitos desempenha um papelimportante nas alterações tróficas por causarvasculopatias, facilitar a infecção de feridas epelas alterações neurológicas que provoca.(MARTINEZ; AUN, 2006).

Afecções neurológicas

Várias afecções neurológicas afetam as pesso-as idosas. Muitas delas podem afetar a função dopé, como, por exemplo, as neuropatias periféri-cas por alterações metabólicas, carências, pós-traumáticas e degenerativas. Frequentementemuito dolorosas, podem prejudicar e até mesmoimpedir a marcha.

A espasticidade causada pelas síndromes pira-midal e extrapiramidal pode comprometer a mar-cha tanto pelo componente doloroso como pelasmodificações das pontas de apoio. O pé flácidopós-hemiplégico está na origem das deformaçõ-es, como o pé varo equino, se não forem tomadasmedidas de prevenção.

A síndrome de compressão do nervo tibial pos-terior, ou síndrome do túnel tarsal, é muito fre-quente, mas pouco diagnosticada, e ocorre emvirtude da compressão do nervo tibial posterior eseus ramos no seu trajeto retromaleolar medial,provocando um quadro doloroso muito confundi-do com a fasciite plantar.

A dor, às vezes bastante incapacitante, irradia-se desde o ponto de compressão retromaleolaraté a face medial e plantar do calcâneo, podendose estender até a região metartasal. Queixa dedor matinal é frequente antes de iniciar a deam-bulação.

O tratamento desta condição patológica geral-mente é cirúrgico (transferência tendinosa ouartrodese) e visa, fundamentalmente, ao restabe-

lecimento da anatomia e função do pé. (CAI-LLIET, 2005).

A neuropatia diabética perturba frequentemen-te a sensibilidade superficial do pé, com perdade sensibilidade à dor, que pode contribuir parao aparecimento de lesões tróficas graves e oste-oartropatias. (GARBINO, 2006).

Neuroma de Morton:É causa comum de metatarsalgia, desencadea-

do frequentemente pela compressão mecânicados ramos digitais dos nervos plantares, com aformação de uma pequena massa ao redor donervo plantar comum que passa embaixo do pé,no ponto em que este se divide em dois ramos,que se dirigem aos dedos. (BARRÔCO; NETTO;NERY, 1998). Localiza-se entre a terceira e aquarta cabeça dos metatarsos.

A predileção pelo sexo feminino sugere que alesão seja desencadeada pelo uso de sapatos desalto alto, com o que ocorre um aumento dapressão na cabeça dos metatarsos e, consequen-temente, compressão do nervo.

O neuroma causa dor lancinante no antepé,levando o paciente, em certas ocasiões, a retiraro sapato e massagear os dedos. A dor irradia-separa os dedos, podendo ocorrer fenômenosparestésicos nas áreas inervadas por seusramos, com a sensação de queimação. (BARBO-SA et al., 2005).

O tratamento inicial é direcionado à mudançade hábito quanto ao uso de calçados, dando-sepreferência ao uso de salto menor e bico maislargo; também é instituído o uso de anti-inflama-tórios não hormonais e fisioterapia com alonga-mento da fáscia plantar e flexores dos dedos eultrassom.

Podem ser usadas como coadjuvantes palmil-has para supressão de carga na região metatar-sal acometida, com barra retrocapital. Tambémpodem ser utilizadas infiltrações com esteroide eanestésico local para um alívio mais prolongado(HIGGINS et al., 1998). Quando o tratamentoconservador falhar, outros métodos podem serutilizados, incluindo neurólise e liberação cirúrgi-ca do ligamento metatarsal transverso para des-compressão. (WU, 2000).

CONCLUSÃO

Conclui-se que os problemas nos pés dos ido-sos são frequentes e exigem grande atençãoquanto ao diagnóstico correto e ao tratamentoadequado, em decorrência do grande declíniofuncional que poderá estar associado a esses.

A perda da capacidade de locomoção pode ter

www.revistapodologia.com 13

um efeito em cascata sobre a autoestima, digni-dade e desejo do idoso de continuar contribuin-do para a sociedade em que vive.

Muitos dos problemas relatados podem serprevenidos facilmente, possibilitando condiçõesde autonomia e independência aos idosos.

Autores

Sabrina Canhada FerrariFisioterapeuta. Mestra e doutoranda em

Medicina Interna e Terapêutica pelaUniversidade Federal de São Paulo.

Fisioterapeuta afiliada ao Instituto de GeriatriaGerontologia da Escola Paulista de Medicina da

Universidade Federal de São Paulo. Endereçopara correspondência: Sabrina Canhada Ferrari,Rua Antonio Carlos, 196/43a, CEP 01309-010,

São Paulo SP, E-mail:[email protected].

Fânia Cristina dos SantosMédica. Doutora em Medicina Interna e

Terapêutica pela Universidade Federal de SãoPaulo. Médica Geriatra do Instituto de Geriatriae Gerontologia da Universidade Federal de São

Paulo.

Miriam da Silva Lopes AraújoEspecialista em Geriatria e Gerontologia pela

Universidade Federal de São Paulo.

Maysa Seabra CendorogloMédica. Mestra em Epidemiologia e Doutora

em Ciências da Nutrição pela Unifesp. Chefe dadisciplina de Geriatra e Gerontologia pela

Universidade Federal de São Paulo.

Virginia Fernandes Moça TrevisaniMédica. Mestra e Doutora em Reumatologia

pela Universidade Federal de São Paulo.Docente da disciplina de Medicina Interna eTerapêutica da Universidade Federal de São

Paulo.

Matéria publicada na Revista Brasileira deCiências do Envelhecimento Humano, RBCEH,Passo Fundo, v. 6, n. 1, p. 106-118, jan./abr.

2009

REFERÊNCIAS

BARBOSA, G. G. et al. Estudo retrospectivo dotratamento cirúrgico do neuroma de morton porvia plantar. Acta Ortop. Bras., v. 13, n. 5, p. 258-260, 2005.

BARRÔCO, R. S.; NETTO, A. A.; NERY, C. A. S.Tratamento do neuroma de morton pela via plan-tar: avaliação dos resultados cirúrgicos. Rev.Bras. Ortop., v. 33, n. 7, p. 532-536, 1998.

BARTHON, J. M. et al. A comparison of et aner-cept and methotrexate in patients witch earlyrheumatoid arthritis. N. Engl. J. Med., v. 343, p.1586-1593, 2000.

BERQUÓ, E. Considerações demográficassobre o envelhecimento da população no Brasil.In: NERI, A. L. (Org.). Velhice e sociedade.Campinas: Papirus, 1999. p. 11-40.

CAILLIET, R. Dor no pé e no tornozelo. 3. ed.Porto Alegre: Artmed, 2005.

CARVALHO. A. E. J. Hálux valgo no adulto. Clin.Orthop., v. 2, p. 365-378, 2001.

CHAN, M. K. T.; CHONG, L. Y. A prospective epi-demiologic survey on the prevalence of foot dise-ase in Hong Kong. Journal of American PodiatricMedical Association, v. 92, n. 8, p. 450-456,2002.

CHANUSSOT, C.; ARENAS, R. Infección micóti-ca plantar e interdigital en pacientes con onico-micosis. Rev. Iberoam. Micol., v. 24, p. 118-121,2007.

COLLET, B. S. Problemas do pé. In: ABRAMS,W. B.; BERKOW, R. (Ed.). Manual Merck de infor-mações médica. 2. ed. São Paulo: Manole, 2002.p. 281-288.

CRUZ, B. A. Gota. Rev. Bras. Reumatol., SãoPaulo, v. 46, n. 6, p. 419-422, 2006.

DANDY, D. J. Distúrbios do tornozelo e do pé.In: Ortopedia e traumatologia prática.Diagnóstico e tratamento. 2. ed. Rio de Janeiro:Revinter, 2000. p. 415-429.

FIRESTEIN, G. S. Rheumatoid synovitis andpannus. In: HOCHBERG, M. C. et al.Rheumatology. 3. ed. St. Louis: Mosby, 2003. p.855-884.

FREY, C. Foot health and shoewear for women.Clin. Orthop., v. 372, p. 32-44, 2000.

GARBINO, J. A. Avaliação eletroneuromiográfi-ca da neuropatia diabética. In: KUHN, P. O pé dia-bético. São Paulo: Atheneu, 2006. p. 159-167.

GARROW, P. A. et al. Development and valida-tion of a questionnaire to assess disabling footpain. Pain, v. 85, p. 107-113, 2000.

HELFAND, A. E. Foot problems in older patients– A focused podogeriatric assessment study inambulatory care. Journal of American PodiatricAssociation, v. 94, n. 3, p. 293-304, 2004.

HIGGINS, K. R. et al. Soro negative rheumatoidarthritis and morton’s neuroma. J. Foot. Surg., v.27, p. 404-407, 1998.

IGNÁCIO, H. et al. Estudo retrospectivo da oste-otomia da base do primeiro metatarso como tra-tamento do hálux valgo. Acta Ortop. Bras., v. 14,n. 1, p. 48-52, 2006.

KIHARA, A. et al. Diagnóstico por imagem do

www.revistapodologia.com 15

antepé de pacientes com artrite reumatóide ini-cial. Rev. Bras. Reumatol., São Paulo, v. 47, n. 2,p. 123-126, 2007.

LI, C. Y. et al. Biomechanical evalution of footpressure and loading force during gait in rheu-matoid arthritic patients with and without footorthosis. Kurume. Med. J., v. 47, p. 211-217,2000.

LOYOLA, A. J. C. et al. Infliximab no tratamentoda artrite psoriásica grave. An. Bras. Dermatol.,v. 80, n. 5, p. 535-537, 2005.

MACHADO, A. P. B.; ATAÍDE, D.; SANDRI, C.Importância do raio X e exame físico no diagnós-tico da artrite psoriática e sua prevalência noHospital Universitário Evangélico de Curitiba.Rev. Bras. Dermatol., v. 80, n. 3, p. 345-351,2005.

MAGALHÃES, E. P.; JORGE FILHO, D.; BATTIS-TELLA, L. R. Pés reumatóides: avaliação pelapodobarometria dinâmica computadorizada erestauração funcional com órteses plantares.Acta Fisiátrica, v. 10, n. 2, p. 78-82, 2003.

MARTINEZ, A. R.; AUN, R. Avaliação e interven-ção vascular. In: KUHN, P. O pé diabético. SãoPaulo: Atheneu, 2006. p. 77-92.

MARTORANA, V. J. A saúde dos pés no idoso. In:GALLO, J. J. et al. (Org.). Assistência ao idoso:aspectos clínicos do envelhecimento. 5. ed. Riode Janeiro: Guanabara-Koogan, 2001. p. 360-367.

MASCARÓ, R. Patologia dos dedos. In: VILA-DOT, A. 15 lições sobre patologia do pé. 2. ed.Rio de Janeiro, 2003. p. 165-187.

MEILSLER, J. G. Toward optimal health: theexperts discuss foot care. J. of Women’s Health,v. 7, n. 6, p. 659-663, 1998.

MENZ, H. B. MORRIS, M. E. Footwear characte-ristics and foot problems in older people.Gerontology, v. 51, p. 346-351, 2005.

MÖTTÖNEN, T. et al. Comparison of combina-tion therapy with single-drug therapy in earlyrheumatoid arthritis: a randomised trial. Lancet,

v. 353, p. 1568-1573, 1999.NERY, C. A. S. et al. Avaliação radiológica do

hálux valgo: Estudo populacional de novos parâ-mentros angulares. Acta Ortop. Bras., v. 9, n. 2,p. 41-48, 2001.

PINTO, M. J. Os pés do idoso e suas repercus-sões na qualidade de vida. In: FREITAS, E. V. etal. (Org.). Tratado de geriatria e gerontologia. Riode Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. p. 690-698.

PINTO, M. R. C.; MIGUEL, R. C. C.; REZENDE,G. G. Tratamento da artrite reumatóide. Ver.Bras. Reumatologia, v. 46, n. 3, p. 219-223,2006.

ROACH, S. Introdução à enfermagem geronto-lógica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.

ROTÉS, M. T.; COTS, R. O pé na artrite reuma-tóide. In: VILADOT, A. 15 lições sobre patologiado pé. 2. ed. Rio de Janeiro: Revinter, 2003. p.189-199.

SALGADO, M. A. Envelhecimento populacional:desafio do próximo milênio. A Terceira Idade, SãoPaulo, v. 10, p. 31-37, 1998.

SALÓ, J. M. Metatarsalgias. In: VILADOT, A. 15lições sobre patologia do pé. 2. ed. Rio deJaneiro: Revinter, 2003. p. 146-164.

SILVA, M. R. Onicomicoses: diagnóstico dife-rencial. Dermatologia Atual, v. 6, p. 627-634,2000.

SILVEIRA, A. C. M. Pé do idoso. In: PETROIANU,A.; PIMENTA, L. G. (Ed.). Clínica e cirurgia geriá-trica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1999.p. 503-512.

SODEMAN, W. A. J.; SODEMAN, T. M.Instructions for geriatric patients. 2. ed.Philadelphia: Saunders, 1999.

WOODBUN, J.; BARKER, S.; HELLIWELL, P. S. Arandomized controlle trial of foot orthoses inrheumatoid arthritis. J. Rheumatol., v. 29, p.1377-1383, 2002.

WU, K. K. Morton neuroma and metatarsalgia.Cur. Opin. Rheumatol., v. 12, p. 131-142, 2000.

www.revistapodologia.com 16

w w w . r e v i s t a p o d o l o g i a . c o mVisite nosso site e confira as novidades:C o n g r e s s o s , C u r s o s , E m p r e s a s , e t c .

PACIENTE

Paciente sexo masculino, 35 anos,diabético, hipertenso, nefropata ecardíaco. Usuário de Inalapril,Alodipina, Flurosemida e Etanolol.

CARACTERÍSTICAS DA FERIDA

Ferida de pequeno diâmetro aber-ta há dois meses, decorrente dapressão da última articulação dosdedos 2° e 3° do pé direito, com pre-sença de pequeno calo ósseo.

Presença de onicomicose emtodas as unhas do pé.

TRATAMENTO

Após desbridamento no dia06/12/13, iniciou o tratamento comalginato de cálcio com troca a cadadois dias para controlar a exsudaçãomoderada.

Em 10/12/13 iniciou tratamentocom hidrogel com trocas diárias,para manter meio úmido ideal.

Em 17/12/13 iniciou tratamentocom PROMOGRAN PRISMA® matrizde colágeno/ORC e prata para esti-mular a cicatrização coberto commalha não aderente de silicone comdupla malha de algodão ADAPTIC®DIGIT, para evitar aderência e pro-porcionar conforto e mobilidade aodedo, com trocas a cada quatrodias.

Em 06/01/14 a ferida apresentavaexcelente evolução, foi mantido tra-tamento com PROMOGRAN PRIS-MA® e ADAPTIC® DIGIT como cura-tivo secundário.

Em 28/01/14 a ferida estavafechada, e foi mantido apenas oADAPTIC® DIGIT para manter o con-forto e proteger tecido neo formado.

www.revistapodologia.com 18

Estudo de Caso - Ferida

Enfermeira e Podóloga Maxsandra Ferreira. Brasil.

Figura 1 - 17/12/13

Figura 2 - 23/12/13

RESULTADOS

Cicatrização rápida e com boa qualidade. Aduração total do tratamento foi de 42 dias.Considerando a clínica do paciente, este podelevar a sua vida normalmente.

CONCLUSÃO

As trocas de curativos eram rápidas e indolo-res. O paciente relatou que não teve mudança em

sua rotina, sendo muito confortável e seguro. Ótima aparência do curativo.

Autora: Enfermeira e Podologa Maxsandra Ferreira

maxsandra@clinicapodologicasaocamilo.com.brwww.clinicapodologicasaocamilo.com.br

Belo Horizonte - MG - Brasil

www.revistapodologia.com 19

Figura 3 - 06/01/14

PROMOGRAN PRISMA® como cobertura primária.

ADAPTIC® DIGIT aplicado.

Figura 4 - 28/01/14

1

2

3

4

tubular em bandaguma omposto cé T DIGIIC® TAPAD

AO NÃALHA MAPTADDA

oncebida cte especificamendupla tubular acetade malha uma por omposto

ALTTAIGIDE TNEDERAITDIG®IC

dedos aos ajustar se a paroncebida one silicom cestida verto aceta

pés.dos e mãos das dedos a ada ligadesão e vsuade

ormaffode vido emoR• az fnão e el vAdaptá•

e ápido rto tamenarT•

tubular em bandaguma

paraqui Clique

dor a a inimizmerida,fda limpa a assim permitindo olume,v

digitais lesões a parte enienvonc

oncebida cte especificamendupla tubular

omo cde vídeo ao assistir a par

1aumatro e dor dedosdos xibilidade flemáxima

1esvagrou simples digitais

dedos aos ajustar se a paroncebida

usar

dedos Também

1dedos

pés.dos e mãos das dedos

pés.dos dedos paraonível dispTambém

om.br.cenixstagy.swww

61169370800-ou podologia@so:ttaoncem e trenões ormaçinfmais a arP

Whittak.1

om.cenixstagypodologia@svisita,uma solicitar ou ões

co essings fo drtwf trial oe tivaomparcasion? A cthe ocoressing ffoA drr. S,err,Whittak

dedos

732 729-1994,azine,essional Nurse Magffeo Pr injuries.or digitngs ffo

pés.dos dedos

10 de Agosto - Congresso de Podologia

DeB

RITO

www.revistapodologia.com 24

INTRODUÇÃO

A órtese é um dos pilares imprescindíveis notratamento do pé de Charcot. Não existe ummétodo standard eficaz 100%, tendo em vistaque cada paciente é diferente, e também, o tra-tamento deve estarde acordo com a fase, o graude deformidade e a presença ou não da ulcera.

O pé de Charcot, na maioria dos casos sole serunilateral, mas não tem que deixar de lado asobrecarga da extremidade “sadia”, posto quetambém pode desenvolver a doença ou gerarincômodos de quadril pela diferença da altura acauda da órteses.

FASE I OU DE FRAGMENTAÇÃO

Nesta fase, o pé tem um aspecto praticamentenormal, ainda que já possa existir uma serie decâmbios visíveis radiologicamente (figura 1 e 2)como osteopenia, fragmentação periarticular,subluxação ou luxação articular ou aumento dafrouxidão ligamentosa; na maioria dos casosessas trocas passam inadvertidas ou recebemum diagnostico errôneo (gota, celulite, entorse,tromboses venosa profunda [TVP]) e, por conse-quência, recebem um tratamento inadequado.

Com isso se retarda o diagnostico correto eeste fator comportara uma progressão da defor-

Neuropatia de Charcot (II). Tratamento com ortese.

Jordi Viadé Julià - Jordi Carbó Perez. Espanha.

Fig. 1

Fig. 2

www.revistapodologia.com 25

midade (figura 3) e complicações tardias importantes.Durante esta fase, existe um aumento da temperatura dérmica devido ao aumento do fluxo san-

guíneo á causa da denervação simpática das arteríolas, o qual também contribui a uma porosidadeanormal do osso; agora é quando a deformidade pode-se desenvolver mais.

Nesta fase é primordial a imobilização e descarga das articulações.Por isso estarão indicadas as órteses de descarga total (figura 4).

Em nossa Unidade utilizamos para a imobiliza-ção o Plasticcast, já que nos permite controlar eestabilizar a deformidade, na maioria dos casos,evitando sua progressão, assim como favorecer orepouso dos tecidos, diminuir o edema e impedira ulceração.

A utilização precoce do Plasticcast é funda-mental para a evolução do pé. Esta fase pode-seprolongar durante 2-3 meses ou mais se existeulcera e infecção (figura 5). Alguns casos podemprecisar estabilizações de caráter cirúrgico deentrada (figuras 6 e 6a).

FASE II, OU DE COALESCÊNCIA

Representa a etapa inicial da cicatrização, enela a hiperemia e o edema quase não estão pre-sentes.

Nesta fase tem que analisar se já é possívelsubstituir o Plasticcast por um suporte plantar.Por isso, tem que conhecer se o pé segue comatividade ou não. Para isso, existem duas técni-cas.

Fig. 3

Fig. 5

Fig. 4

A mais simples consiste em medir a temperatura dérmica com um termômetro laser (único sinalde inflamação quantificável, figura 7), na zona afetada comparando-o com o membro lateral (nomesmo lugar).

www.revistapodologia.com 26

Fig. 6 Fig. 6a

Fig. 7

Quando a diferença entre o membro afetado eo sadio é maior de 2ºC, descartando a possibili-dade de infecção, é altamente sugerível deCharcot com atividade.

Quando a diferença de temperatura entreambos os pés é menor ou igual a 2º C, pode-seinterpretar como a finalização do período agudoe poderemos substituir o Plasticcast por umsuporte plantar. Caso contrario, terá que repetira medição ao final de umas 4 semanas, ate quese normalize.

O outro método, mais complexo e custoso, é atomografia por emissão de pósitrons (PET, figura8). Mediante esta técnica calcula-se a atividadedo pé ou SUV (índice captação delesão/doses/peso do paciente).

O valor de normalidade oscila entre 1,8 e 2,3.

FASE III OU DE RECONSTRUÇÃO

Já não existem sinais inflamató-rios e o pé pouco a pouco vai pro-gredindo para a estabilidade, opaciente quase realiza uma ativida-de normal (figura 9).

Neste período utilizam-se supor-tes plantares para contribuir com aestabilidade, evitar no possível ocolapso ósseo e prevenir ulceras(figuras 10 e 11).

Como elaborar uma órtese para opé de Charcot?

Para confeccionar uma órtesecom a eficácia desejada para o péde Charcot, já seja um suporte plan-tar ou um Plasticcast, devera cum-prir-se uma serie de objetivos:

- Descarregar e isolar os pontosde pressão.

- Diminuir os impactos.

- Compensar estruturas articula-res e ósseas.

- Proporcionar estabilidade.

- Substituir a almofadinha plantar.

www.revistapodologia.com 29

Fig. 8

Fig. 9

Fig. 10

Fig. 11

Órtese de descarga total: Plasticcast

O Plasticcast esta indicado na fase aguda, com ulcera ou sem ela. As proeminências ósseas mar-cam-se como se fossem zonas com ulcera e realiza-se a descarga correspondente com feltros de 1cm ou mais. A órtese se calçará com uma base inteira tipo Tovipie® longo ou calçado pós-cirúrgico(figura 12).

Suportes Plantares

Estão indicados nas fases II e III, ulceras muito superficiais ou cicatrizadas.

Características: Gerais- Confeccionados com materiais muito absorventes.- Largura suficiente (pés muito deformados).- Evitar a hipercorreção (arco interno e externo).- Descargas amplas dos pontos de pressão.

Materiais para a confecção de suportes plantares

O controle biomecânico em pacientes de risco requer que os materiais sejam capazes de resistir asgrandes deformidades, mas respeitando as características da sensibilidade alterada, edemas, fragi-lidade dérmica, ou ulcera. Por isso devemos conhecer principalmente as características dos mate-riais, suas propriedades físicas e usos biomecânicos. Devemos excluir os materiais rígidos semnenhum grau de flexibilidade (figura 13).

www.revistapodologia.com 30

Fig. 12

Fig. 13

Sempre utilizar mate-riais flexíveis, com grausde elasticidade variá-veis.

Em função da morfolo-gia e da mobilidade arti-cular de cada zona dopé, a flexibilidade será-variável. Os parâmetrosque se deve ter emconta e que determinama rigidez e flexibilidadesão a grossura, a densidade e a dureza do mate-rial. (veja” Revista Pie Diabético Digital Nº 2”).

Os materiais que utilizamos, permitem adaptara flexibilidade desejada mediante a grossura, opolido e as capas do mesmo; desta forma temosem conta as trocas de volumem do pé, a fragili-dade dérmica, os pontos de hiperpressão e ascompensações biomecânicas já instauradas eirredutíveis.

Para conseguir absorver a pressão e amortece-las, os materiais devem basear-se fundamental-mente nas propriedades da elasticidade e resti-tuição, compressibilidade e flexibilidade. Aabsorção de impactos pode ser necessária emqualquer zona plantar e lateral do pé de Charcote é o objetivo terapêutico mais presente na maiorparte dos tratamentos ortopodologicos nestespacientes.

A característica da compressibilidade é essen-cial nos pacientes de risco com edemas vascula-res para evitar fricções e lesões por compressãonos momentos de máximo edema.

Como os edemas em pacientes de risco solemser variáveis, a elasticidade do material e a resti-tuição deste também terão grande importância.

Os materiais utilizados com todas estas pro-priedades e que cumprem estas característicastem o inconveniente de que vão perdendo gros-sura, memoria e elasticidade.

Devido á ação continua de cargas e impactos,acabam perdendo parte de suas propriedades equalidades, por isso exigem uma revisão e umarenovação mais frequente.

Calçado

Diferentes estudos tem demostrado à relaçãoexistente entre um calçado adequado e a reduçãodo numero de lesões e recidivas.

Em consequência, utilizar um calçado apro-priado é fundamental para o paciente diabéticocom perca sensorial e/ou deformidade, para

melhorar a estabilidadee conforto do pacientese utilizara um calçadocom largura 16, fecha-dura de lycra e taco alto(figura 14).

A utilização de um calçado de taco alto ou deprofundidade superior é para contra restar a ele-vação do calcâneo (figura 15), que, por afunda-mento do médio pé e a grossura do suporte plan-tar, faz com que o retro pé não fique bem fixadoao sapato.

Jordi Viadé Julià * - Jordi Carbó Perez ***Fundación Rossend Carrasco i Formiguera.

Barcelona**Podólogo especialista en diabetes. Pamplona

Materia extríada da Revista Pie Dibético Nº 13 - Octubre 2011

www.revistapiediabetico.com

BIBLIOGRAFÍA

Viadé, J; Huguet,T. Plasticcast www.revistapie-diabetico.com Octubre 2010

Carbó, J Propiedades y criterios de elección dematerialesenlaconfección de soportes plantarespara pacientes de riesgo. www.revistapiediabeti-co.com febrero 2008

Viadé J. Pie diabético: Guíapráctica para laeva-luación diagnostico y tratamiento Madrid:Editorial médica Panamericana 2006.

Fractures associated with neuropathic arthro-pathy in adults Who have juvenile-onset diabetes.Clohisy DR, Thompson, RC Jr: J Bone Joint SurgAm 70(8):1192–1200

The diabetic foot Marvin E. Levin, Lawrence W.O’Neal,John H. Bowker, Michael A. Pfeifer

The diabetic foot Lee C. Rogers, Vincent J.Mandracchia – 2008

NEUROPATIA DE CHARCOT. Jordi Asunción,Paula Andrea Valcárcel, Daniel Poggio. Unidad dePie y Tobillo. Hospital Clínic. Universidad deBarcelona. www.revistapiediabetico.com junio2011.

www.revistapodologia.com 31

Fig. 15 Fig. 14

Formulado com Óleo de Girassol que é rico em áci-dos graxos essenciais (A.G.E), Vitamina A e Vita-mina E. Auxilia nos procedimentos podológicos com açãohidratante, e alto poder emoliente, ajudando a re-cuperação da suavidade dos pés mantendo a in-tegridade da pele.

Loção suave e rica em ácidos graxos essen-ciais poli-insaturados provenientes do óleode girassol. Possui Vitaminas A e E e AloeVera que agem na hidratação preventiva dospés. Tem toque seco e não gorduroso, deixaos pés macios e aveludados. Não contem fra-grância.

É um creme naturalmente amanteigadoque forma uma forte base hidratante dealta fixação, ideal para recuperação depeles sensíveis, secas e extremamentesecas. As manteigas especiais que compõem aformula amaciam a pele e recuperam suaelasticidade e mantém a pele protegida ehidratada por um longo período. Ideal para amolecer cutículas, calosidades,

e recuperar as peles ásperas e doentes dos pés.

Possui propriedades antimicrobiana (fungos,bactérias e vírus), antisséptico, analgésico,imuno-estimulante. Tem ação eficaz na recupe--ração de unhas doentes, no fortalecimento daunha, e na manutenção de sua saúde.

Fórmula diferenciada, elaborada com óleos vege-tais nobres de Groselha negra, de Framboesa e deCopaíba acrescidos da Vitamina A e E. Composição potente e concentrada nos ácidosgraxos essenciais poli-insaturados linoleico elinolênico, muito eficaz no tratamento das dis-funções cutâneas, principalmente àquelas com in-flamação e vermelhidão. Auxilia nos procedimentos podológicos que ne-cessitam cicatrização, recuperação celular e pro-teção da pele.

Fórmula de alta tecnologia, com pro-priedades de proteção e hidratação re-forçadas. Os Biossacarídeos presentes nafórmula são formadores de barreira efilmes protetores. Os óleos de GroselhaNegra e Framboesa possuem alta concen-tração de ácidos graxos essenciais poli-in-saturados. Ação eficaz onde há o comprometimentoda função barreira e da capacidade rege-nerativa da pele. Possui ainda a TEFLOSE, um biossacarídeoque impede a aderência de bactérias na pele, ajudando acombater o mau cheiro nos pés.

Fórmula balanceada, excelente para serusada no início e no final dos procedimen-tos podológicos com o objetivo depreparar os pés para receber o tratamento.É um produto desenvolvido a base deóleos essenciais, álcool de cereais e ex-trato especial de Aloe Vera que juntos au-xiliam na assepsia inicial dos pés,refrescância e também em sua hidratação.

Disponível em duas versões:GREEN: com óleos essenciais de Tea Tree, Alecrim e MentaLAVANDA: com óleos essenciais de Lavanda e Menta

AGE DAILYBIOSOMA DAILY LOÇÃO CREMOSA

BIOSOMA PROFESSIONAL LOÇÃO CREMOSA BIODOMANI LOÇÃO PREPARATÓRIA PARA OS PÉS

BIOSOMA PROFESSIONAL CREME HIDRATANTE

ÓLEO ESSENCIAL DE MELALEUCA (TEA TREE)

AGE PROFESSIONAL

BIOSOMA DAILY LOÇÃO DÉRMICA A.G.E.

BIOSOMA PROFESSIONAL LOÇÃO DÉRMICA A.G.E.

A linha BIODOMANI / BIOSOMAvocê encontra nos melhores

Distribuidores de produtos paraPodologia.

Consulte nosso site: www.biodomani.com.br

Alcalde José Ridaura, 27-29 (Pol. Ind. El Molí) · 46134 Foios VALENCIA (Spain) · Tnos.: 96 362 79 00* Fax: 96 362 79 05 · E-mail: [email protected] · www.herbitas.com · Para pedidos: 900 712 241

NUESTRAS SILICONAS

ESTRELLA

Nueva fórmula para una silicona de gran éxito. El departamento de desarrollo de Productos Herbitas ha logrado modifi car la formulación de esta exitosa silicona, con unos resultados fantásticos. Densidad media, de aprox. 20 A Shore. En efecto ahora es más uniforme, de mejor aspecto, más fácil de trabajar, y sobre todo con mejores resultados. Ortesis fáciles de obtener y con garantías de éxito. No se rompen.

Densidad muy blanda. Ideal para Ortesis Paliativas. Muy fácil de trabajar. No huele. Incluye aceites medicinales. Puede mezclarse con otras siliconas. Dureza Shore Å: 6 a 8. Envase de 500 grs.

SILICONAPODIABLANDMEJOR ASPECTO · MAYOR DURABILIDADMÁS FACIL DE TRABAJAR · MEJOR CATALIZADO

SILICONA PODOLÓGICA EXTRABLANDA

MUY BLANDA

SEMI

www.revistapodologia.com 35

Visite nosso Shop Virtualwww.shop.mercobeauty.com

ww

w.re

vis

tap

od

olo

gia

.co

m

www.revistapodologia.com 36

Temos a satisfação de colocar em suas mãos o primeiro livrotraduzido para o português deste importante e reconhecidoprofissional espanhol, e colaborar desta forma com o avançoda podologia que é a arte de cuidar da saúde e da estéticados pés exercida pelo podólogo.

- Podólogo Diplomado em Podologia pela Universidade Complutense de Madri.

- Doutor em Medicina Podiátrica (U.S.A.)- Podólogo Esportivo da Real Federação Espanhola de

Futebol e de mais nove federações nacionais, vinte clubes, associações e escolas esportivas.

- Podólogo colaborador da NBA (liga nacional de basquete de USA).

Autor dos livros:- Podologia Esportiva - Historia clínica, exploração e caracte-rísticas do calçado esportivo - Podologia Esportiva no Futebol - Exostoses gerais e calcâneo patológico - PodologiaEsportiva no Futebol.

Professor de Cursos de Doutorado para Licenciados em Medicina e Cirurgia, Cursos de aperfeiçoamentoem Podologia, Aulas de prática do sexto curso dos Alunos de Medicina da Universidade Complutense deMadrid e da Aula Educativa da Unidade de Educação para a Saúde do Serviço de Medicina Preventiva doHospital Clínico San Carlos de Madri. Assistente, participante e palestrante em cursos, seminários, simpó-sios, jornadas, congressos e conferências sobre temas de Podologia.

Introdução - Lesões do pé - Biomecânica do pé e do tornozelo.- Natureza das lesões.- Causa que ocasionam as lesões.- Calçado esportivo.- Fatores biomecânicos.

Capitulo 1 Explorações específicas.- Dessimetrias. - Formação digital.- Formação metatarsal.

Capitulo 2 Exploração dermatológica.Lesões dermatológicas.- Feridas. - Infecção por fungos.- Infecção por vírus (papilomas).- Bolhas e flictenas. - Queimaduras.- Calos e calosidades.

Capitulo 3 Exploração articular.Lesões articulares.- Artropatias. - Cistos sinoviais.- Sinovite. - Gota.- Entorses do tornozelo.

Autor: Podólogo Dr. Miguel Luis Guillén Álvarez

Capitulo 4 Exploração muscular, ligamentosa etendinosa.Breve recordação dos músculos do pé.Lesões dos músculos, ligamentos e tendões.- Tendinite do Aquiles. - Tendinite do Tibial. - Fasceite plantar.- Lesões musculares mais comuns.- Câimbra. - Contratura. - Alongamento.- Ruptura fibrilar. - Ruptura muscular.- Contusões e rupturas.- Ruptura parcial do tendão de Aquiles.- Ruptura total do tendão de Aquiles.

Capitulo 5 Exploração vascular, arterial e venosa.Exploração. Métodos de laboratório.Lesões vasculares.- Insuficiência arterial periférica.- Obstruções. - Insuficiência venosa.- Síndrome pós-flebítico.- Trombo embolismo pulmonar.- Úlceras das extremidades inferiores.- Úlceras arteriais. - Úlceras venosas.- Varizes. - Tromboflebite.

Capitulo 6Exploração neurológica.Lesões neurológicas.- Neuroma de Morton. - Ciática.

Capitulo 7Exploração dos dedos e das unhas.Lesões dos dedos.Lesões das unhas.

Capitulo 8 Exploração da dor.Lesões dolorosas do pé.- Metatarsalgia. - Talalgia. - Bursite.

Capitulo 9Exploração óssea.Lesões ósseas.- Fraturas em geral.- Fratura dos dedos do pé.- Fratura dos metatarsianos.

Capitulo 10 Explorações complementares- Podoscópio. - Fotopodograma.- Pé plano. - Pé cavo.

Vendas: Mercobeauty Imp. e Exp. Ltda. Tel: (19) 3365-1586Loja virtual: www.shop.mercobeauty.com

[email protected] - w w w. r e v i s t a p o d o l o g i a . c o m

Indice

Email : [email protected] - Tel.: #55 - 19 - 3365-1586 - Campinas - SP - BrasilA venda no nosso Shop vir tual : www.shop.mercobeauty.com

Envios desde o Brasi l para todo o mundo

POSTERS PODOLÓGICOSDIDÁTICOS - 40 x 30 cm


Recommended