Date post: | 10-Oct-2015 |
Category: |
Documents |
Upload: | luiz-novaes |
View: | 54 times |
Download: | 1 times |
CURRCULO BSICO ESCOLA ESTADUAL
Guia de implementao
Ensino Fundamental
Anos IniciaisEnsino Fundamental
Anos FinaisVol. 01 - rea de Linguagens e Cdigos
Ensino Fundamental
Anos FinaisVol. 02 - rea de Cincias da Natureza
Ensino Fundamental
Anos FinaisVol. 03 - rea de Cincias Humanas
Ensino Mdio
Vol. 01 - rea de Linguagens e Cdigos
Ensino Mdio
Vol. 02 - rea de Cincias da Natureza
Ensino Mdio
Vol. 03 - rea de Cincias Humanas
CURRCULO BSICOESCOLA ESTADUAL
Guia de Implementao
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAOAv. Csar Hilal, n 1.111, Santa Lcia - Vitria/ES - CEP 29.056-085
Dados Internacionais de Catalogao-na-Publicao (CIP)(Gesto.Info Consultoria, ES, Brasil)
E-mail: [email protected]
Esprito Santo (Estado). Secretaria da EducaoE77g Guia de implementao / Secretaria da Educao. Vitria : SEDU, 2009.
72 p. ; 26 cm. (Currculo Bsico Escola Estadual)
Contedo dos volumes : v. 01 - Ensino fundamental, anos finais, rea de Linguagens e Cdigos; v. 02 - Ensino fundamental, anos finais, rea de Cincias da Natureza; v. 03 - Ensino fundamental, anos finais, rea de Cincias Humanas; v. 01 - Ensino mdio, rea de Linguagens e Cdigos; v. 02 - Ensino mdio, rea de Cincias da Natureza; v. 03 - Ensino mdio, rea de Cincias Humanas.
Volumes sem numerao : Ensino fundamental, anos iniciais; Guia de implementao.
ISBN 978-85-98673-09-7
1. Ensino - Esprito Santo (Estado) - Currculo. 2. Ensino fundamental - Currculo. 3. Ensino mdio - Currculo. I. Ttulo. II. Srie.
CDD 371 CDU 37.016
GOVERNADOR Paulo Hartung
VICE-GOVERNADOR Ricardo de Rezende Ferrao
SECRETRIO DE EDUCAO Haroldo Corra Rocha
Subsecretria de Estado de Educao Bsica e Profissional Adriana Sperandio
Subsecretria de Estado de Planejamento e Avaliao Mrcia Maria de Oliveira Pimentel Lemos
Subsecretrio de Estado de Suporte Educao Gilmar Elias Arantes
Subsecretrio de Estado de Administrao e Finanas Jos Raimundo Pontes Barreira
CURRCULO BSICOESCOLA ESTADUAL
... nas condies de verdadeira aprendizagem os educandos vo se transformando em reais sujeitos da construo e da reconstruo do saber ensinado, ao lado do educador, igualmente sujeito do processo.
Paulo Freire
COORDENAO GERALAdriana SperandioSubsecretria de Educao Bsica e Profissional
Leonara Margotto Tartaglia Gerncia de Ensino Mdio
Patricia Silveira da Silva TrazziSubgerncia de Desenvolvimento Curricular do Ensino Mdio
Janine Mattar Pereira de CastroGerncia de Educao Infantil e Ensino Fundamental
Valdelina Solomo LimaSubgerncia de Desenvolvimento Curricular do Ensino Fundamental
Maria do Carmo Starling de OliveiraGerncia de Educao, Juventude e Diversidade
COMISSO CURRICULAR - SEDUAna Beatriz de C. Dalla Passos, Aparecida Agostini Rosa Oliveira, Conciana N. Lyra, Danilza A. Rodrigues, Denise Moraes e Silva, Eliane Carvalho Fraga, Hulda N. de Castro, Jane Ruy Penha, Josimara Pezzin, Lcia Helena Maroto, Luciane S. Ronchetti, Luiza E. C. de Almeida, Malba Lucia Gomes Delboni, Mrcia Gonalves Brito, Mrcia M. do Nascimento, Maria Cristina Garcia T. da Silva, Maria da Penha C. Benevides, Maria Geovana M. Ferreira, Maria Jos Teixeira de Brito, Mirtes ngela Moreira Silva, Nadina Barbieri, Neire Longue Diirr, Rita de Cssia Santos Silva, Rita Nazareth Cuquetto Soares, Rosemar Alves de Oliveira Siqueira, Sandra Fernandes Bonatto, Sidinei C. Junqueira, Snia A. Alvarenga Vieira, Tania Mara Silva Gonalves, Tnia Maria de Paiva Zamprogno, Telma L. Vazzoler, Teresa Lcia V.C. Barbosa, Valria Zumak Moreira, Verginia Maria Pereira Costa, Zorailde de Almeida Vidal
Equipe de ApoioAna Amlia Quinopi Tolentino de Faria, Eduarda Silva Sacht, Luciano Duarte Pimentel, Mrcia Salles Gomes
Assessora Especial Marluza de Moura Balarini
CONSULTORASNajla Veloso Sampaio BarbosaViviane Mos
ESPECIALISTASCincias Humanas Andr Luiz Bis Pirola e Juara Luzia Leite - HistriaEberval Marchioro e Marisa Teresinha Rosa Valladares - GeografiaLus Antnio Dagis - Ensino ReligiosoMarcelo Martins Barreira - FilosofiaMaria da Conceio Silva Soares - Sociologia
Cincias da Natureza e Matemticangela Emlia de Almeida Pinto e Leonardo Cabral Gontijo - FsicaClaudio David Cari - Biologia/CinciasGerson de Souza Mol - QumicaMaria Auxilidora Vilela Paiva - Matemtica
Linguagens e Cdigos Ana Flvia Souza Sofiste - Educao FsicaCarlos Roberto Pires Campos - Lngua Portuguesa Adriana Magno, Maria Gorete Dadalto Gonalves e Moema Lcia Martin Rebouas - ArteRita de Cssia Tardin - Lngua Estrangeira
DIVERSIDADE
Andressa Lemos Fernandes e Maria das Graas Ferreira Lobino - Educao AmbientalIns de Oliveira Ramos Martins e Maringela Lima de Almeida - Educao Especial Leomar dos Santos Vazzoler e Nelma Gomes Monteiro - Educao tnico RacialKalna Mareto Teao - Educao IndgenaErineu Foerste e Gerda M. S. Foerste - Educao no Campo
Elieser Toretta Zen e Elizete Lucia Moreira Matos - Educao de Jovens e Adultos
PROFESSORES REFERNCIACincias Humanas Adlia M. Guaresqui Cruz, Agnes Belmonci Malini, Alade Trancoso, Alarcio Tadeu Bertollo, Alan Clay L. Lemos, Alcimara Alves Soares Viana, Alecina Maria Moraes, Alexandre Nogueira Lentini, Anelita Felcio de Souza, ngela Maria Freitas, Anglica Chiabai de Alencar, Angelita M. de Quadros P. Soprani, Antnio Fernando Silva Souza, Cristina Lcia de Souza Curty, Dileide Vilaa de Oliveira, Ediane G. Morati, Edlson Alves Freitas, Edimar Barcelos, Eliana Aparecida Dias, Eliana C. Alves, Eliethe A. Pereira, Elisangela de Jesus Sousa, Elza Vilela de Souza, Epitcio Rocha Quaresma, Erilda L. Coelho Ambrozio, Ernani Carvalho Nascimento, Fabiano Boscaglia, Francisco Castro, Gilcimar Manhone, Gleydes Myrna Loyola de Oliveira, Gracielle Bongiovani Nunes, Hebnezer da Silva, Ilia Crassus Pretralonga, Ires Maria Pizetta Moschen, Israel Bayer, Ivanete de Almeida Pires, Jane Pereira, Jaqueline Oliozi, Joo Carlos S. Fracalossi, Joo Luiz Cerri, Jorge Luis Verly Barbosa, Jos Alberto Laurindo, Lea Silvia P. Martinelli, Leila Falqueto Drago, Lcia H. Novais Rocha, Luciene Maria Brommenschenkel, Luiz Antonio Batista Carvalho, Luiz Humberto A. Rodrigues, Lurdes Maria Lucindo, Marcia Vnia Lima de Souza, Marcos Andr de Oliveira Nogueira Goulart, Marcelo Ferreira Delpupo, Margarida Maria Zanotti Delboni, Maria Alice Dias da Rosa, Maria da Penha E. Nascimento, Maria da Penha de Souza, Maria de Lourdes S. Carvalho Morais, Maria Elizabeth I. Rodrigues, Maria Margaretti Perini Fiorot Coradini, Marlene M. R. Patrocnio, Marluce Furtado de Oliveira Moronari, Marta Margareth Silva Paixo, Mohara C. de Oliveira, Mnica V. Fernandes, Neyde Mota Antunes, Nilson de Souza Silva, Nilza Maria Zamprogno Vasconcelos, Paulo Roberto Arantes, Pedro Paulino da Silva, Raquel Marchiore Costa, Regina Jesus Rodrigues, Rodrigo Nascimento Thomazini, Rodrigo Vilela Luca Martins, Rosangela Maria Costa Guzzo, Rosiana Guidi, Rosinete Aparecida L. P. Manzoli, Sabrina D. Larmelina, Salette Coutinho Silveira Cabral, Sandra Renata Muniz Monteiro, Sebastio Ferreira Nascimento, Srgio Rodrigues dos Anjos, Sulne Aparecida Cupertino, Tnea Berti, Terezinha Maria Magri Rampinelli, ltima da Conceio e Silva, Valentina Hetel I. Carvalho, Vaneska Godoy de Lima, Vera Lcia dos Santos Rodrigues, Zelinda Scalfoni Rodrigues.
Cincias da Natureza e MatemticaAdamar de Oliveira Silva, Amrico Alexandre Satler, Aminadabe de Farias Aguiar Queiroz, Ana Paula Alves Bissoli, Anderson Soares Ferrari, Anglica Chiabai de Alencar, Bruna Wencioneck de Souza Soares, Carlos Sebastio de Oliveira, Ctia Aparecida Palmeira, Chirlei S. Rodrigues Soyer, Claudinei Pereira da Silva, Cristina Louzada Martins da Eira, Delcimar da Rosa Bayerl, Edilene Costa Santana, Edson de Jesus Segantine, Edy Vinicius Silverol da Silva, Elizabeth Detone Faustini Brasil, Elzimeire Abreu Arajo Andrade, rika Aparecida da Silva, Giuliano Csar Zonta, Irineu Gonalves Pereira, Janana Nielsen de Souza Corassa, Jarbas da Silva, Jomar Apolinrio Pereira, Linderclei Teixeira da Silva, Luciane Salaroli Ronchetti, Mara Cristina S. Ribeiro, Marcio Vieira Rodrigues, Maria Alice Dias da Rosa, Maria Aparecida Rodrigues Campos Salzani, Maria Nilza Corra Martins, Maria de Glria Sousa Gomes, Marlene Athade Nunes, Organdi Mongin Rovetta, Patrcia Maria Gagno F. Bastos, Paulo Alex Demoner, Paulo Roberto Arantes, Pedro Guilherme Ferreira, Renan de Nardi de Crignis, Renata da Costa Barreto Azine, Renato Khler Zanqui, Renato Santos Pereira, Rhaiany Rosa Vieira Simes, Sandra Renata M. Monteiro e Wagna Matos Silva.
Linguagens e Cdigos Alessandra Senna Prates de Mattos, Ana Cludia Vianna Nascimento Barreto, Ana Helena Sfalsim Soave, Antnio Carlos Rosa Marques, Carla Moreira da Cunha, Carmenca Nunes Bezerra, Christina Arajo de Nino, Cludia Regina Luchi, Edilene Klein, Eliane dos Santos Menezes, Eliane Maria Lorenzoni, Giselle Peres Zucolotto, Ilza Reblim, Izaura Clia Menezes, Jaqueline Justo Garcia, Johan Wolfgang Honorato, Jomara Andris Schiavo, Ktia Regina Zuchi Guio, Lgia Cristina Magalhes Bettero, Luciene Tosta Valim, Magna Tereza Delboni de Paula, Mrcia Carina Marques dos Santos Machado, Maria Aparecida Rosa, Maria do Carmo Braz, Maria Eliana Cuzzuol Gomes, Marta Gomes Santos, Nbia Lares, Raabh Pawer Mara Adriano de Aquino, Renata Garcia Calvi, Roberto Lopes Brando, Rosngela Vargas D. Pinto, Sebastiana da Silva Valani, Snia Maria da Penha Surdine Medeiros, Vivian Rejane Rangel.
DiversidadeAdalberto Gonalves Maia Junior, Adna Maria Farias Silva, Ana Paula Alves Bissoli, Anderson Soares Ferrari, Anglica Chiabai de Alencar, Antnio Fernando Silva Souza, Aurelina Sandra Barcellos de Oliveira, Ctia Aparecida Palmeira, Crlia Silva de Oliveira, Christina Arajo de Nino, Edna dos Santos Carvalho, Elenivar Gomes Costa Silva, Eliane dos Santos Menezes, Elzimeire Abreu Arajo Andrade, Evelyn Vieira, Hebnzer da Silva, Ires Maria Pizzeta Moschen, Irineu Gonalves Pereira, Ivonete Ribeiro de Oliveira Pereira, Joo Luiz Cerri, Joo Firmino, La Silvia P. Martinelli, Luciene Tosta Valim, Luciete de Oliveira Cerqueira, Marcos Leite Rocha, Margareth Zorzal Faf, Maria Adlia R. Braga, Maria Aparecida Rodrigues Campos Salzani, Maria da Ressurreio, Patrcia Maria Gagno F. Bastos, Paulo Roberto Arantes, Pedro Paulino da Silva, Rachel Miranda de Oliveira, Renan de Nardi de Crignis, Sebastio Ferreira Nascimento, Simone Carvalho, Terezinha Maria Magri Rampinelli, Vera Lcia dos Santos Rodrigues.
Sries IniciaisAdna Maria Farias Silva, Anglica Regina de Souza Rodrigues, Dilma Demetrio de Souza, Divalda Maria Gonalves Garcia, Gleise Maria Tebaldi, Idalina Aparecida Fonseca Couto, Ktia Elise B. da Silva Scaramussa, Maria Lcia Cavati Cuquetto, Maria Vernica Espanhol Ferraz, Maura da Conceio, Rosiane Schuaith Entringer, Vera Lcia dos Santos Rodrigues.
PROFESSORES COLABORADORESAldaires Souto Frana, Alade Schinaider Rigoni, Antonia Regina Fiorotti, Everaldo Simes Souza, Giovana Motta Amorim, Jos Christovam de Mendona Filho, Karina Marchetti Bonno Escobar, Mrcio Correa da Silva, Marilene Lcia Merigueti, Nourival Cardozo Jnior, Rafaela Teixeira Possato de Barros, Rogrio de Oliveira Arajo, Rony Cludio de Oliveira Freitas, Roseane Sobrinho Braga, Sara Freitas de Menezes Salles, Tarcsio Batista Bobbio.
SUPERINTENDNCIAS REGIONAIS DE EDUCAO - TCNICOSSRE Afonso Cludio: Iracilde de Oliveira, Lcia Helena Novais Rocha, Luzinete de Carvalho e Terezinha M. C. Davel. SRE Barra de So Francisco: Ivonete Ribeiro de Oliveira Pereira, Luciana Oliveira, Maria Adelina Vieira Clara, Marlene Martins Roza Patrocnio e Mnica Valria Fernandes. SRE Cachoeiro de Itapemirim: Janet Madalena de Almeida N. Cortez, Regina Zumerle Soares, Silma L. Perin e Valria Perina. SRE Carapina: Lucymar G. Freitas, Marluce Alves Assis e Rita Pellecchia. SRE Cariacica: Ivone Maria Krger Volkers, Iza klipel, Madalena A. Torres, Maria Aparecida do Nascimento Ferreira, Neusimar de Oliveira Zandonaide e Silvana F. Cezar. SRE Colatina: Ktia Regina Zuchi Guio, Magna Maria Fiorot, Maria Angela Cavalari e Maria Teresa Lins Ribeiro da Costa. SRE Guau: Alcides Jesuna de Souza e Elizaldete Rodrigues do Valle. SRE Linhares: Carmenca Nunes Bezerra, Geovanete Lopes de Freitas Belo, Luzinete Donato e Mnica Jorge dos Reis. SRE Nova Vencia: Cirleia S. Oliveira, Edna Milanez Grechi, Maristela Contarato Gomes e Zlio Bettero. SRE So Mateus: Bernadete dos Santos Soares, Gina Maria Lecco Pessotti, Laudicia Coman Coutinho e Sebastiana da Silva Valani. SRE Vila Velha: Aleci dos Anjos Guimares, Ilza Reblim, Ivone Braga Rosa, Luciane R. Campos Cruz, Maria Aparecida Soares de Oliveira e Marilene O. Lima.
A Secretaria da Educao do Estado do Esprito Santo autoriza a reproduo deste material pelas demais secretarias de educao, desde que mantida a integridade da obra e dos crditos.
Este Documento Curricular uma verso preliminar. Estar em avaliao durante todo o ano de 2009 pelos profissionais da Rede Pblica Estadual de Ensino.
Caros Educadores,
Dentre os grandes desafios que temos na educao capixaba, destaca-se a implementao do novo currculo escolar. Essa importante ao envolve a garantia do direito de aprender de todos e de cada aluno da Educao Bsica.
A educao que pretendemos est comprometida com a construo de uma cidadania consciente e ativa, que oferea aos alunos conhecimentos que lhes possibilitem compreender e posicionar-se frente s transformaes da sociedade, participando da vida produtiva; que possam relacionar-se com a natureza, produzir e distribuir bens e servios, convivendo com o mundo contemporneo.
Em nossas escolas estudam crianas, jovens e adultos, em sua grande maioria, filhos da classe trabalhadora. Nessa escola contempornea algumas novas tarefas passaram a se integrar dinmica educacional, no porque seja a nica instituio responsvel pela educao, mas por ser aquela que desenvolve uma prtica educativa planejada e sistemtica durante um perodo contnuo e extenso de tempo na vida das pessoas. A escola reconhecida pela sociedade como a instituio da aprendizagem.
No atendimento educacional aos ensinos Fundamental e Mdio, espera-se que os alunos aprendam, de forma autnoma, a valorizar o conhecimento, os bens culturais e o trabalho; selecionar o que relevante, investigar e pesquisar; construir hipteses, compreender e raciocinar logicamente; comparar e estabelecer relaes, inferir e generalizar; adquirir confiana e capacidade de pensar e encontrar solues. tambm necessrio aprender a relativizar, confrontar e respeitar diferentes pontos de vista, discutir divergncias, exercitar o pensamento crtico e reflexivo, comprometendo-se e assumindo responsabilidades. importante tambm que aprendam a ler criticamente diferentes tipos de texto, a utilizar diferentes recursos tecnolgicos, a expressar-se e comunicar-se em vrias linguagens, opinar, enfrentar desafios, criar, agir de forma autnoma e que aprendam a diferenciar o espao pblico do privado, a serem solidrios, a conviver com a diversidade e a repudiar qualquer tipo de discriminao e injustia.
Em particular, no Ensino Mdio, tais competncias implicaro em promover uma mudana em seu contexto de vida, superando a viso de mera preparao para o vestibular com vistas ao ingresso no Ensino Superior. A perspectiva dos jovens brasileiros que hoje esto nessa escola obter qualificao mais ampla para a vida e o trabalho, j ao longo de sua escolarizao bsica. A relao entre o jovem e o conhecimento no se encerra na aprendizagem mecnica e de memorizao dos contedos. A formao do jovem deve passar pela formao cidad, do trabalho como condio humana, do conhecimento cientfico, tecnolgico e socio-histrico,
6criando condies para que ele possa aprender a aprender. Adequar a escola a seu pblico atual torn-la capaz de promover a realizao pessoal, a qualificao para um trabalho digno, para a participao social e poltica, enfim, para uma cidadania plena da totalidade de seus alunos e alunas. Isso indica a necessidade de reviso do projeto pedaggico de muitas escolas que no se renovam h dcadas, criadas em outras circunstncias, para um outro pblico e para um mundo diferente deste dos nossos dias.
O Currculo Bsico da Escola Estadual como instrumento organizador da ao educativa vem assegurar um mnimo de unidade na rede estadual de ensino e pressupe ainda a articulao necessria, em cada unidade escolar, com o Projeto Poltico Pedaggico.
Estamos animados e esperanosos com o trabalho que juntos vamos realizar neste ano de 2009 na implementao e, consequentemente, na avaliao do novo currculo. Recomendamos que, de maneira saudvel, possamos conhecer, aplicar, discutir e criticar o novo currculo, para que depois faamos as mudanas necessrias previstas no ltimo trimestre deste ano.
Como j de seu conhecimento, a organizao da impresso do documento curricular traz 7 volumes assim distribudos:
1 Volume Anos Iniciais do Ensino Fundamental3 Volumes Anos Finais do Ensino Fundamental (reas do Conhecimento)3 Volumes Ensino Mdio (reas do Conhecimento)
Todos contm de forma idntica o CAPTULO INICIAL do documento que versa sobre: Apresen-tao, O processo de construo do currculo, Princpios norteadores e Concepo de currculo, com nfase na organizao por competncias e habilidades, seguido do texto O sujeito da ao educativa: o aluno. Destacamos a diversidade na formao humana que trazem as razes episte-molgicas e sociolgicas sobre a Educao Ambiental, as Relaes tnico-raciais e a Populao Indgena como aspectos da diversidade biolgica e cultural. A seguir organizamos um item que discorre sobre a Dinmica do Trabalho Educativo, apresentando reflexes acerca do processo ensino-aprendizagem, a avaliao da aprendizagem, os ambientes de aprendizagem existentes na escola, a relao professor e aluno e a pesquisa como metodologia de ensino.
O 2 CAPTULO do documento curricular especfico de cada nvel e etapa da Educao Bsica, trazendo o Contedo Bsico Comum (CBC). Abordamos a concepo de rea de conhecimento,
7a contribuio da disciplina para a formao humana, os objetivos da disciplina, as principais alternativas metodolgicas e as competncias, habilidades e contedos.
Cabe observar que o currculo no se restringe aos componentes do CBC. Na verdade, o CBC , simplesmente, parte do currculo que est contextualizado no captulo inicial e se concretiza no mbito de cada unidade escolar.
O Guia de Orientao para Implementao do Novo Currculo pretende subsidiar diretores, pedagogos e coordenadores de cada escola na coordenao e mobilizao de todos os docentes em um intenso estudo e anlise sobre o currculo escolar, direcionando as reflexes sobre as diferentes demandas sociais que chegam ao cotidiano escolar.
Este Guia est organizado em trs captulos, estabelecendo os diferentes nveis de coordenao da gesto do novo currculo. O primeiro captulo traz a gesto no mbito da unidade escolar. Nessa etapa montamos seis indicaes de roteiros para estudo do documento, quais sejam:
Indicao 1 - Roteiro de Estudo da Parte I do documento (especfico para a Jornada Pedaggica)
Indicao 2 - Roteiro para elaborao dos Planos de Ensino (especfico para a Jornada Pedaggica)
Indicao 3 - Roteiro bsico de Anlise Situacional da escola
Indicao 4 - Roteiro bsico de Anlise da Gesto Pedaggica
Indicao 5 - Roteiro para estudo e anlise do CBC
Indicao 6 - Roteiro bsico para proposio do Projeto Poltico Pedaggico, que se articule com o novo currculo
Compreendemos que a escola reconhece o grande desafio que imputado rea educacional em relao ao enfrentamento dos problemas sociais, econmicos, polticos, culturais, ambientais, morais, religiosos, enfim, de toda a ordem, que caracteriza o mundo contemporneo, exigindo posicionamentos e respostas no mbito da instituio escolar.
A nova educao pretendida a partir do Novo Currculo certamente mais ampla do que aquela contida no antigo projeto pedaggico. Antes se desejava transmitir conhecimentos na forma de informaes e procedimentos estanques; agora se deseja promover competncias gerais, que articulem conhecimentos disciplinares ou no.
8Para tanto, necessrio que os tempos/espaos de debate coletivo entre os docentes sejam assegurados em cada unidade escolar, conforme estabelece o Calendrio Escolar 2009 (dias 02 e 03/02, 20/07 e 02/10/2009). Recomendamos ainda que, em cada escola, sejam realizados encontros por rea de conhecimento, organizados antecipadamente pelos pedagogos e coordenadores, com frequncia de, pelo menos, um encontro de 5 horas/ms, tendo como referncia as 20h mensais da carga horria, de cada professor, que destinada hora-atividade.
No segundo captulo detalhamos as competncias das equipes regionais SRE na gesto do novo currculo, junto s escolas jurisdicionadas, apoiando, orientando e intervindo no desenvolvimento dos seis Roteiros de Estudo, alm da estruturao de relatrios regionais a serem encaminhados a Unidade Central. Destaca-se tambm a coordenao da elaborao do CBC regional, envolvendo os Professores Referncias, correspondente a 30% dos contedos curriculares, seguindo o que estabelece o Plano de Trabalho.
O terceiro captulo apresenta as aes que sero desenvolvidas no mbito da Sedu Central. Destacam-se o programa de formao de professores, contendo o Ciclo de Aprofundamento de Estudos Currculo em Ao, que ser realizado nas SRE, a Avaliao do Currculo Bsico da Escola Estadual e a produo dos Cadernos Metodolgicos por disciplina. Destaca-se ainda o Ciclo de Seminrios Descentralizados com a coordenao das consultoras sobre o Novo Currculo da Rede Estadual.
O currculo escolar, no nosso entendimento, elaborado com a efetiva participao dos profissionais da rede, aponta de forma intencional e clara a funo precpua e especfica da escola na construo, apropriao e socializao do conhecimento, o que lhe confere sentido social no processo de transformao coletiva.
Assim, conclamamos nossos educadores, professores e demais profissionais da educao (docentes e pedagogos, tcnicos pedaggicos, administrativos e de apoio ao trabalho escolar) a priorizarem, em suas rotinas de trabalho, essa importante ao coletiva, para juntos participarmos de uma ampla discusso sobre as nossas intenes educacionais e compartilharmos a construo de mais um captulo na histria da educao pblica do Esprito Santo.
Adriana SperandioSubsecretria de Educao Bsica e Profissional
9Sumrio
APRESENTAO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
A ESCOLA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15INDICAO 1 Roteiro de estudo do captulo inicial do documento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
INDICAO 2 Roteiro para elaborao dos planos de ensino . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
INDICAO 3 Roteiro bsico de anlise situacional da escola - acompanhamento e avaliao do desenvolvimento educacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
INDICAO 4 Roteiro bsico de anlise da gesto pedaggica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
INDICAO 5 Roteiro para estudo e anlise do CBC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
INDICAO 6 Roteiro bsico para proposio do PPP que se articule com o novo currculo . . . . . . . . . 32
AS SUPERINTENDNCIAS REGIONAIS DE EDUCAO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
A SEDU/CENTRAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
APNDICES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45Leituras Complementares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
Material de Apoio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
Apr
esen
ta
o
13
A construo da qualidade da educao
requer, simultaneamente, condies escola-
res adequadas para o desenvolvimento das
atividades pedaggicas, dinmica escolar
voltada para o processo de aprendizagem,
profissionalizao do docente, democratiza-
o da gesto pblica educacional e, conse-
quentemente, escolar, estabelecimento de
articulao entre instncias governamentais
e sociedade civil, avaliao peridica dos
resultados pedaggicos, tcnicos e de gesto
obtidos e presena ativa da comunidade nos
assuntos educacionais.
Portanto, a qualidade da educao formal
constitui processo multifacetado que, alm
do setor educacional, envolve ao mesmo
tempo os diversos grupos sociais e segmen-
tos institucionais, entidades da sociedade
civil e o conjunto da sociedade, e tambm
a prpria histria das relaes entre todos
esses segmentos na oferta dos diferentes
nveis de escolaridade.
O reconhecimento da qualidade como
princpio constitucional e diretriz de po-
ltica educacional no somente fortalece
a concepo de que a ao educativa na
qualidade de prtica especificamente pe-
daggica cumpre uma funo poltica, mas,
sobretudo, resgata a atuao dos agentes da
disseminao de conhecimentos, tecnologia,
arte e cultura como processos histricos
apresentados segundo ticas prprias; de
produo do saber para os alunos, esti-
mulando o desenvolvimento de posturas
ativas perante o aprendido e o aprender, de
sentimentos de cooperao e solidariedade
ou competio na convivncia social; de
envolvimento crtico no mundo e nas esferas
de trabalho, da poltica e da cultura.
A educao tornou-se vetor estratgico para
o desenvolvimento sustentvel e equitativo
na sociedade contempornea e deve ser
entendida como responsabilidade social
onde a famlia e a comunidade tambm
exeram seus papis.
Tratar a educao como prioridade no Es-
prito Santo, para alm da escolarizao da
populao capixaba, tem significado para
os governantes construir uma poltica de
Estado em que o poder pblico atue como
mobilizador e catalizador da e na sociedade
e das diferentes instituies que organizam
o Estado maior em torno de um pacto pela
educao.
UMA NOVA ESCOLA PARA O ESPRITO SANTO
14
O documento Esprito Santo 2025, plano que
apresenta diretrizes estratgicas de longo
prazo, prope a organizao da gesto pbli-
ca, valorizando a educao como patrimnio
por um desenvolvimento sustentvel. Na
Secretaria de Estado da Educao, o Plano
Estratgico Nova Escola vem propor avanos
na educao pblica estadual no sentido de
conceber, como referencial para o trabalho,
o estudante enquanto sujeito de direitos e a
escola como lcus do processo de ensino-
aprendizagem. Ressignificar os espaos e
tempos escolares numa perspectiva criativa
e inovadora, apresentando como resultado
a efetiva aprendizagem dos alunos, deve ser
compromisso assumido por todos os sujeitos
envolvidos: Unidade Central, Superintendn-
cias Regionais de Educao, unidade escolar,
famlia e comunidade.
Uma nova escola para o Esprito Santo pres-
supe um novo olhar sobre o cotidiano,
sobre o aluno e suas necessidades. Pressupe
mudana de postura, de deslocamento do lu-
gar do saber para o lugar do saber-aprender,
de valorizar a permanente atualizao, a
construo de sujeitos coletivos, politica-
mente envolvidos e comprometidos com
a formao de um cidado.
Portanto, o eixo principal da proposta da Nova
Escola a conexo entre as diversas aes, ou
seja, a elaborao de um plano integrado para
a melhoria da educao no Esprito Santo.
Tendo sempre como foco a promoo da
aprendizagem, a Sedu estabelece como
prioridade: a valorizao do planejamento e
a inovao da gesto; o desenvolvimento das
pessoas; a oferta e eficincia de infraestrutura
e suporte; a efetivao de parcerias com a
sociedade; a construo de um sistema de
avaliao das escolas, gestores, tcnicos e
professores; a criao de um eficiente sistema
de comunicao interna; e a valorizao de
inovaes pedaggicas.
Essas diversas aes, conectadas umas s outras,
tendo sempre como valores o respeito ao ser
humano, a igualdade de oportunidades, o
comprometimento com resultados, a atitude
tica, a transparncia, o compromisso com o
desenvolvimento do Esprito Santo e a valo-
rizao da identidade capixaba, com certeza
possibilitaro no somente a melhoria de nossa
rede de ensino, mas a concretizao de uma
nova escola no Esprito Santo, preparada para
enfrentar os desafios e impasses presentes em
nosso mundo contemporneo.
A E
scol
a
17
Este roteiro orienta os estudos da funda-
mentao da Parte I do Currculo e pr-
requisito para o estudo das outras partes
do documento.
Data: 02/02 (Jornada de Planejamento Pedaggico)Local: na escola
Equipe de Coordenao:
Pedagogo (caso a escola tenha professor referncia, ele dever participar da coorde-
nao deste estudo).
Participantes: Direo, Pedagogo, Coorde-nador, Professores e demais funcionrios.
Propsito: Levar toda equipe da escola a conhecer o CURRCULO BSICO DA ESCOLA
ESTADUAL: bases conceituais, princpios,
concepes do trabalho educacional, entre
outros.
Primeiro momento: 1 hora Brevedepoimentodoprofessor refe-
rncia ou do dinamizador, registrando o processo de construo participativo do documento curricular.
Registraraimportnciadestedocumentopara a aprendizagem dos alunos, o sentido
de unidade que ele representa para a rede estadual e o compromisso coletivo dos educadores na sua implementao.
Apresentar a estrutura geral do do-cumento (organizao do impresso e sumrio).
ApresentaroGuiadeImplementao.
Segundo momento: 1 hora EstudodoDocumentoCurricularParte
Geral.
Leituraedebatedostextos-Apresentaoe Princpios.
Terceiro momento: 2 horasTrabalho em Grupo: Diviso em 3 grupos.
Explicar que cada grupo far a leitura dos
textos iniciais do documento para apresen-
tao posterior plenria.
Grupo 1 Textos Conceituando Currculo e O Sujeito da Ao educativa: o aluno.
Grupo 2 Textos A Diversidade na Formao Humana; A Educao de Jovens e Adultos:
saberes, experincia de vida e de trabalho;
Educao do Campo: o campo como lcus
de produo de saberes; A Educao Especial:
a dimenso escolar da incluso.
INDICAO 1 Roteiro de estudo do captulo inicial do documento
18
Grupo 3 Textos A Diversidade na Forma-o Humana; A Educao Ambiental na
perspectiva de uma sociedade sustentvel;
A Educao para as Relaes tnico-raciais:
afrobrasileiros e povos indgenas; e A Din-
mica do Trabalho Educativo.
Discussonaplenria, referenciandoa dinmica pedaggica da unidade escolar.
Questes:1. A partir do que foi apresentado pelos
grupos, como nossa escola pode me-lhorar a aprendizagem do aluno?
2. O Projeto Poltico Pedaggico da escola atende s demandas do novo currculo?
3. Quais so os pontos que nossa escola precisa mudar para promover a apren-dizagem?
INDICAO 2 Roteiro para elaborao dos planos de ensino
Este roteiro orienta a elaborao dos planos
de ensino, que devem estar em consonncia
com o currculo, bem como com sua funda-
mentao. Seguir, em anexo, uma matriz
de registro deste plano. fundamental que
a produo coletiva seja garantida, para
dar consenso pedaggico s atividades e
proposta da escola.
Data: 03/02 (Jornada de Planejamento Pedaggico) e MaroLocal: na escola
Equipe de Coordenao:
Pedagogo (caso a escola tenha professor referncia, ele dever participar da coorde-
nao deste estudo).
Participantes: Direo, Pedagogo, Coorde-nador e Professores.
Propsito: Elaborar o plano de ensino de cada disciplina e srie, articulado viso de
rea do conhecimento.
Primeiro momento: 30min
Coordenao do Pedagogo
Apresentaoinstrumentoreferencialparaelaborao do plano de ensino.
Apresenta alguns destaques do anoanterior, a partir das avaliaes: refle-xes do Conselho de Classe, projetos que se destacaram pela promoo da
19
aprendizagem, prticas inovadoras de alguns professores (exemplo).
Segundo momento 3h30min TrabalhoemgrupoPorreadoconhe-
cimento e nveis de ensino.
LeituraedebatedoCBCeelaboraodoplano de ensino de cada disciplina.
Obs .1. Alertamos a equipe pedaggica para
que a escola organize os grupos por rea, contemplando todas as disciplinas e sries em cada nvel (EF e EM) para a produo do plano de ensino.
2. A complementao da elaborao do plano de ensino dever ser organizada pelo pedagogo da escola, considerando a hora/atividade do professor, conforme orientao no texto inicial, sendo 5h em fevereiro (JPP) e 5h em maro.
20
Plano de Ensino Anual
SRE Escola Disciplina rea de Conhecimento Professor Srie
1 BIMESTRE - N . de aulas previstas:
Contedos Competncias HabilidadesMetodologias e materiais
de apoio pedaggico Projetos propostos
Proposta de atendimento demanda especfica da turma, considerando o desempenho no ano anterior:
2 BIMESTRE - N . de aulas previstas:
Contedos Competncias Habilidades Metodologias e materiais de apoio pedaggico Projetos propostos
Proposta de atendimento demanda especfica da turma, considerando o desempenho no ano anterior:
3 BIMESTRE - N . de aulas previstas:
Contedos Competncias Habilidades Metodologias e materiais de apoio pedaggico Projetos propostos
Proposta de atendimento demanda especfica da turma, considerando o desempenho no ano anterior:
4 BIMESTRE - N . de aulas previstas:
Contedos Competncias Habilidades Metodologias e materiais de apoio pedaggico Projetos propostos
Proposta de atendimento demanda especfica da turma, considerando o desempenho no ano anterior:
21
INDICAO 3 Roteiro bsico de anlise situacional da escola - acompanhamento e avaliao do desenvolvimento educacional
As reflexes acerca do desenvolvimento
educacional so apresentadas de forma
a ressaltar a responsabilidade da escola
e do sistema como um todo no sentido
de fazer um acompanhamento criterioso
desse desenvolvimento, como forma de
garantir aquilo que direito do educan-
do: a apropriao de conhecimentos
cient f icos, culturais e tecnolgicos
significativos, comprometidos com a
formao humana.
Este roteiro prope escola um estudo
sobre si mesma, as relaes estabelecidas,
os xitos, as limitaes. Esto propostos
itens a serem preenchidos para anlise
da prpria escola a partir de uma pers-
pectiva pedaggica, apresentada em
todo currculo: a promoo da apren-
dizagem. A anlise situacional prev a
reflexo da prtica pedaggica a partir
da realidade apresentada nos indicadores
e nas dificuldades objetivas. Esse roteiro
deve ser desenvolvido em duas etapas,
respeitando a hora-atividade no limite
de 5h/ms.
Data: Maio e JunhoLocal: na escola
Equipe de Coordenao:
Pedagogo (caso a escola tenha professor referncia, ele dever participar da coorde-
nao deste estudo).
Participantes: Direo, Pedagogo, Coorde-nador, Professores.
Propsito: Levar toda equipe da escola a conhec-la sistematicamente a fim de orga-
nizar suas aes e atividades pedaggicas a
partir da realidade da mesma.
Primeiro momento Deve-se fazera leituradocaptuloda
Diversidade na Formao Humana, que destaca os diferentes sujeitos atendidos nos nveis e modalidades de ensino.
RetomaraleituradoprincpionorteadorA aprendizagem como direito do edu-cando.
Leitura:Adinmicadaaoeducativacom destaque para o item avaliao.
22
Valorize e utilize avaliaes sobre a qualidade
do ensino como um instrumento para me-
lhorar a escola e promover a transparncia
e a participao de todos os envolvidos no
processo de ensino-aprendizagem.
Segundo momentoResponder coletivamente o instrumento de
anlise situacional (anexo) e debater sobre
os desafios e metas da escola para melhorar
o desempenho dos alunos. Ateno, mais
importante que preencher o instrumento
conversar coletivamente sobre cada dado
contido para que todos conheam de fato
a escola que trabalham.
Instrumento Bsico para Anlise Situacional
O primeiro passo para melhorar a educao
entender a situao em que sua escola
est. Busque elementos complementares,
conhecendo a situao da educao no seu
municpio, seu Estado e a mdia do pas.
Reflita sobre suas causas e consequncias.
Informe-se, reflita, discuta. Quando voc
entende o problema, tem mais chances
de fazer sua parte para resolv-lo e voc,
como educador, o principal agente da
melhoria da educao.
SRE
ESCOLA
Dados da escola
1 . Perodos de funcionamento da sua escola:
A. Matutino( ) EF - anos iniciais ( ) EF anos finais ( ) EM ( ) EM Integrado a EP ( ) EP ( )EJA
B. Vespertino( ) EF - anos iniciais ( ) EF anos finais ( ) EM ( ) EM Integrado a EP ( ) EP ( ) EJA
C. Noturno( ) EM ( )EP ( ) EJA
23
2 . Atendimento Educao Especial (sala de recursos, atendimento itinerante e Escola Oral-auditiva)
3 . Outros atendimentos - Classe hospitalar, alunos privados de liberdade, comunidade quilombola, indgena, pomerano, italiano .
4 . Total de alunos matriculados em 2009
5 . Como so organizadas as turmas em sua escola? (as turmas e no a srie)
A. ( ) Por idade.B. ( ) Por ordem de chegada.C. ( ) Pelo comportamento.D. ( ) Por desempenho.E. ( ) Outras formas:
6 . Como foi indicado o processo de definio dos professores das turmas dos anos iniciais? Buscou-se o perfil do professor alfabetizador? A equipe conhece o Projeto Ler, Escrever e Contar?
24
7 . Qual foi o ndice de repetncia, em sua escola:
SRIES ANO 2008 META PARA 2009ANOS INICIAIS1 srie2 srie3 srie4 srieANOS FINAIS5 srie6 srie7 srie8 srieENSINO MDIO1 ano2 ano3 anoEJA
Medidas que sero adotadas para alcanar a meta:
8 . Qual foi o ndice de evaso em sua escola dos alunos:
SRIES ANO 2008 META PARA 2009ANOS INICIAIS1 srie2 srie3 srie4 srieANOS FINAIS5 srie6 srie7 srie8 srieENSINO MDIO1 ano2 ano3 anoEJA
25
Principais causas da evaso no ano passado:
Medidas que sero adotadas para minimizar a evaso:
9 . Considerando a idade apropriada do aluno, a taxa de defasagem idade/srie dos alunos da sua escola em 2008, por srie e segmento, :
A. Ensino Fundamental Anos Iniciais:
B. Ensino Fundamental Anos Finais:
C. Ensino Mdio:
10 . Quantos professores lecionam em sua escola em 2009?
A. Ensino Fundamental Anos Iniciais:
B. Ensino Fundamental Anos Finais:
C. Ensino Mdio:
D. EJA:
11 . Qual foi o desempenho da sua escola no ENEM (Exame Nacional do Ensino Mdio) realizado em 2008?
A. ( ) A escola no participou.
B. ( ) Desconheo os dados do ENEM.
MDIA GERAL COM CORREO ENEMBrasilEstadoMunicpioEscola
26
12 . Qual foi a mdia das proficincias da sua escola no PAEBES (Programa de Avaliao da Educao Bsica do ES)?
DISCIPLINAPAEBES 2004 MDIA ESTADUAL 2004 PAEBES 2008 MDIA ESTADUAL 2008
4 8 1 EM 4 8 1 EM 1 EM 1 EMLngua Portuguesa
Matemtica
13 . Resultado do IDEB:
IDEB 4 8IDEB 2005 da escolaIDEB 2007 da escolaProjeo do IDEB para 2009Projeo do IDEB para 2011
14 . Outras avaliaes:
A. PROVA BRASIL (2007)SRIE LNGUA PORTUGUESA MATEMTICA
48
B. PROVINHA BRASIL (2008)MDIA DA ESCOLA NO TESTE 1MDIA DA ESCOLA NO TESTE 2
C. LER, ESCREVER E CONTAR (2008)AVALIAO DIAGNSTICA DE ALFABETIZAO
BAIXO INTERMEDIRIO ALTO
1 SRIE1 ONDA2 ONDA
2 SRIE1 ONDA2 ONDA
15 . Em sua escola, os dados das avaliaes anteriormente citadas so: (assinale quantas alternativas desejar):A. ( ) So bsicos para a formulao de intervenes pedaggicas junto aos alunos.B. ( ) No so considerados para a formulao de intervenes pedaggicas junto aos alunos.C. ( ) So divulgados e discutidos com os professores.D. ( ) No so divulgados e discutidos com os professores.E. ( ) So divulgados e discutidos com os pais e alunos.F. ( ) No so divulgados e discutidos com os pais e alunos.G. ( ) Geram mudanas nas prticas dos professores em sala de aula.H. ( ) No geram mudanas nas prticas dos professores em sala de aula.
27
16 . No geral, em qual componente curricular os alunos apresentam maior dificuldade de apren-dizagem e baixo desempenho (Ensino Fundamental e Ensino Mdio)?
DISCIPLINA EF ANOS INICIAIS EF ANOS FINAIS ENSINO MDIO EJALngua PortuguesaLngua EstrangeiraEducao FsicaArtes/ArteMatemticaCinciasFsicaQumicaBiologiaFilosofiaSociologiaEnsino ReligiosoHistriaGeografia
17 . No geral, em qual componente curricular os alunos apresentam maior facilidade de aprendizagem e melhor desempenho (Ensino Fundamental e Ensino Mdio)?
DISCIPLINA EF ANOS INICIAIS EF ANOS FINAIS ENSINO MDIO EJALngua PortuguesaLngua EstrangeiraEducao FsicaArtes/ArteMatemticaCinciasFsicaQumicaBiologiaFilosofiaSociologiaEnsino ReligiosoHistriaGeografia
Das questes avaliadas, qual(is) dela(s) o grupo considera o maior destaque (positividade) da escola? Descrever aes concretas que justifiquem a escolha do grupo .
Das questes avaliadas, qual(is) dela(s) o grupo considera a maior fragilidade da escola? Propor aes concretas que a escola possa implementar para a superao dessa fragilidade .
28
INDICAO 4 Roteiro bsico de anlise da gesto pedaggica
Este roteiro trata da reflexo sobre a dinmica da ao educativa no que diz respeito a: professor como mediador da aprendizagem, relao professor-aluno, o educar pela pes-quisa e a avaliao da aprendizagem.
Data: 20/07 (Jornada de Planejamento Pedaggico)Local: na escola
Equipe de Coordenao:
Pedagogo (caso a escola tenha professor referncia, ele dever participar da coorde-nao deste estudo).
Participantes: Direo, Pedagogo, Coorde-nador, Professores.
Propsito: Levar a equipe a avaliar o traba-lho de gesto da escola, a partir dos itens apresentados, propondo inovaes para a melhoria da aprendizagem dos alunos.
Primeiro momento: 1hPedagogo
1. Apresentar em tpicos os conceitos do currculo estudados no captulo inicial, item 2.2 concentuando o currculo.
2. Apresentar os princpios norteadores (item 2.1) alinhados ao conceito do currculo.
3. Apresentar os indicadores de desem-penho da escola discutidos na Anlise Situacional:- Evaso;- Repetncia;- Nota Enem;- Nota Paebes;- Ideb; - Prova Alfabetizao.
Segundo momento: 1h30
Trabalho em grupo
1. Leitura do item 2.3: o sujeito da ao educativa. (30min)
2. A partir do momento inicial e da leitura realizada, discutir coletivamente propo-sies para o enriquecimento da prtica pedaggica, a partir dos itens sugeridos abaixo:
O AMBIENTE EDUCATIVOAs questes propostas esto centradas na ideia de que a escola o local onde se concretiza o processo ensino-aprendizagem, e para que esse processo se fundamente na formao humana necessrio que o ambiente escolar seja inclusivo e que as relaes sejam ticas e democrticas.
29
ITEM PROPOSIO
O ambiente escolar favorece o desenvolvimento do trabalho dos profissionais da escola.
So realizadas atividades e dinmicas de integrao entre os profissionais da escola.
So promovidas atividades escolares que visem integrao entre os profis-sionais da escola e alunos.
As relaes profissionais pautam-se pela tica e pelo respeito mtuo.
O dilogo e a negociao so as estratgias mais utilizadas na resoluo de problemas e conflitos no ambiente escolar.
A discriminao entre os profissionais da escola, velada ou no, combatida. E tambm a discriminao em relao aos alunos e suas famlias.
No ambiente escolar os debates e as crticas so feitos de forma franca e aberta.
Em sala de aula priorizam-se o dilogo e o respeito mtuo.
Aplica-se e ou recomenda-se a utilizao de metodologias inovadoras. Essas so registradas.
Estimulam-se aes pelo dever de casa. A equipe reconhece que est varivel e indicada como de forte influncia para a aprendizagem.
O uso do livro didtico orientado.
Existe com frequncia a utilizao dos ambientes de aprendizagem (salas ambiente, biblioteca, laboratrios, quadra, etc.)
A organizao da sala de aula pensada, planejada e reflete a prioridade no direito de aprender.
A correo das atividades, exerccios e pesquisas so tratadas como oportuni-dade para aprender mais e melhor.
O Conselho de Classe utilizado para discusso dos avanos e das dificuldades verificados no processo ensino-aprendizagem, na busca de solues.
So definidas aes para a promoo da melhoria do processo de ensino-aprendizagem a partir das questes levantadas pelo Conselho de Classe.
Os alunos ou seus representantes participam de discusses relativas ao processo de ensino-aprendizagem, inclusive no Conselho de Classe.
So definidas diretrizes pblicas especficas e funcionais de disciplina de alunos e professores.
As normas e regras so reconhecidas e respeitadas pelos professores.
Participao dos alunos nas produes que organizam e regulamentam as relaes de convivncia na escola.
Aspectos relevantes nas dificuldades na disciplina em sala de aula (especial contribuio dos coordenadores).
Organizao e comportamento dos alunos nos demais ambientes da escola (especial contribuio dos coordenadores).
Os planos de aula so compartilhados regularmente com pedagogos e demais professores.
30
Das questes consideradas, qual(ais) dela(s) o grupo considera o maior destaque (positividade) da escola? Descrever aes concretas que justifiquem a escolha do grupo .
Das questes consideradas, qual(ais) dela(s) o grupo considera a maior fragilidade da escola? Propor aes concretas que a escola possa implementar para a superao dessa fragilidade .
Obs. O pedagogo ser o responsvel pela sntese dos trabalhos em grupo, apresentando um plano de trabalho com as inovaes propostas.
INDICAO 5 Roteiro para estudo e anlise do CBC
Este roteiro trata da avaliao do CBC, a partir de sua vivncia no ano letivo, at o momento, oportunizando aos professores propor altera-es em cada disciplina. As reunies devem ser feitas por rea de conhecimento, respeitando a hora-atividade no limite de 5h/ms.
Data: Agosto, Setembro e Outubro Local: na escola
Equipe de Coordenao:
Pedagogo (caso a escola tenha professor referncia, ele dever participar da coorde-nao deste estudo).
Participantes: Pedagogo, Coordenador e Professores.
Propsito: Avaliar o CBC e propor altera-es por disciplina sugerindo, se possvel,
contedos a serem desenvolvidos por rea
de conhecimento.
O pedagogo organiza a reunio por rea
de conhecimento. Orientar os professores
para que faam um paralelo do CBC junto
ao plano de ensino.
31
Primeiro momento
AVALIAO DO CBC
Quanto ao CBC Contedo Bsico Comum
ITENS SUGERIDOS PROPOSIO
Quanto ao texto de rea do conhecimento.
Quanto ao texto: Importncia da disciplina para formao humana".
As competncias, habilidades e contedos possibilitam ao aluno desenvolver o exerccio da cidadania.
As competncias, habilidades e contedos possibilitam ao aluno desenvolver a participao social.
As competncias, habilidades e contedos possibilitam ao aluno desenvolver a autonomia para a aprendizagem.
Mudanas que prope para a introduo de novos contedos por srie. Quais e argumente as razes das mudanas (ex. livro didtico, inadequao...)
Mudanas para a transferncia de contedos para outra srie. Quais e argumente (ex. excesso de contedo, pr-requisito...)
Houve o desenvolvimento de projetos por rea de conhecimento? Qual(is)? Faa um breve relato do(s) projeto(s).
Os princpios norteadores so considerados na atividade educacional diria.
Sugestes e alteraes no CBC: nas propostas de alterao, se possvel, propor pela rea. Ou seja, propor competncias, habilidades e contedos comuns rea do conhecimento.
Quanto proposta de implementao do currculo.
Registre vantagens do uso sistemtico do Novo Currculo.
Outras sugestes.
32
INDICAO 6 Roteiro bsico para proposio do Projeto Poltico Pedaggico que se articule com o novo currculo
Este roteiro pretende orientar a escola a
articular o PPP com o currculo , pois nele
so estabelecidas as diretrizes e as bases
norteadoras das aes que levam formao
dos cidados, tanto com relao aos conhe-
cimentos, hbitos e atitudes que se entende
devam integrar essa formao, quanto com
relao ao papel da escola no seu entorno. O
roteiro deve ser desenvolvido respeitando a
hora/atividade no limite de 5h/ms.
Alertamos para a utilizao dos demais
instrumentos de avaliao contidos nos
outros roteiros de estudo.
Data: NovembroLocal: na escola
Equipe de Coordenao:
Pedagogo (caso a escola tenha professor referncia, ele dever participar da coorde-
nao deste estudo).
Participantes: Direo, Pedagogo, Coorde-nador, Professores e demais funcionrios.
Propsito: Reescrita do Projeto Poltico Pedaggico por professores, diretor, coor-
denador e pedagogo, a partir da vivncia
do novo currculo.
Primeiro momento: 30 min O Pedagogo vai apresentar ao grupo os
principais pontos do Projeto Poltico Pe-
daggico da escola, no que diz respeito
prtica pedaggica, avaliao, e aos pro-
jetos que revelem a identidade pedaggica
da escola.
Segundo momento: 2h30minTrabalho em grupos: O pedagogo faz a
diviso dos grupos, conforme a apresentao
anterior. Cada grupo ir propor uma redao
para o seu item, por exemplo, avaliao.
Dessa forma, importante que o sumrio
do Projeto Poltico Pedaggico seja revis-
to anteriormente pelo pedagogo para j
adequ-lo antes da produo.
Terceiro momento: 1hCada grupo apresenta a produo e deve-se
reservar um tempo para a discusso, de
acordo com o quantitativo de grupos.
Aps a apresentao e discusso, o pe-
dagogo ficar responsvel por compor
33
o novo Projeto Poltico Pedaggico da
escola e agendar uma outra reunio de
apresentao do material para validao
dos professores, coordenadores, diretor.
Obs. Verificar se o Projeto Poltico Pedaggico atende s legislaes estadual e federal.
Para a adequao do Projeto Poltico Peda-
ggico ao Novo Currculo estamos apresen-
tando um referencial de autoavaliao.
As reflexes acerca da prtica pedaggica
procuram evidenciar que no basta que a
escola tenha profissionais com conheci-
mento em sua rea de atuao. preciso
que esses conhecimentos estejam inseridos
criticamente na realidade socioeconmica
e poltica de nossa sociedade. Devem estar
articulados a uma prtica comprometida
com o direito de aprender de todos e de
cada um.
Registramos que todos os demais itens con-
tidos nos vrios roteiros so complementares
para o desenvolvimento deste trabalho de
articulao do Projeto Poltico Pedaggico
ao Currculo.
ITENS DO PPP PROPOSIO
O Projeto Poltico Pedaggico foi construdo coletivamente (professores, direo, equipe pedaggica, funcionrios, pais e alunos).
A concepo de educao que fundamenta o PPP objetiva a aquisio crtica do conhecimento sistematizado pelo educando.
O PPP discutido e atualizado.
Os profissionais e os alunos da escola conhecem e valorizam a histria da instituio.
A escola procura registrar os eventos mais relevantes de sua histria atual.
As questes relativas prtica pedaggica da escola so discutidas coletivamente.
As decises coletivas orientam o planejamento das atividades desenvolvidas pela escola.
O planejamento das atividades de sala de aula fundamentado no PPP.
O planejamento das atividades de sala de aula elaborado de forma integrada (por REA preferencialmente, nas diferentes sries).
O planejamento de contedos das disciplinas considera o tempo necessrio ao educando para a aprendizagem.
A elaborao e o desenvolvimento do planejamento de ensino so acompanhados pela equipe pedaggica.
34
ITENS DO PPP PROPOSIO
Os professores organizam sua prtica pedaggica de modo a proporcionar o tempo necessrio aprendizagem do educando.
Os professores procuram utilizar estratgias e recursos variados em sua prtica pedaggica.
O processo pedaggico considera e valoriza o conhecimento trazido pelo aluno.
Os contedos so trabalhados de forma contextualizada.
A escola trabalha questes sociais (violncia, drogas, sexualidade e outras) em seu planejamento de ensino.
A indisciplina dos alunos tratada a partir da identificao de suas causas.
As estratgias para enfrentamento dos problemas disciplinares so definidas coletivamente.
Na busca de solues dos problemas disciplinares, quando necessrio, trabalha-se em conjunto com os pais e/ou com familiares.
A disciplina considerada uma questo pedaggica e, portanto, somente como ltimo recurso recorre-se a elementos externos escola (Conselhos Tutelares, policiais, etc.).
O Conselho de Classe utilizado para discusso dos avanos e das dificuldades verificados no processo ensino-aprendizagem, na busca de solues.
So definidas aes para a promoo da melhoria do processo de ensino-aprendizagem a partir das questes levantadas pelo Conselho de Classe
Os alunos ou seus representantes participam de discusses relativas ao processo de ensino-aprendizagem, inclusive no Conselho de Classe.
So desenvolvidas atividades diferenciadas de reforo de aprendizagem para alunos com dificuldades.
A aplicao dos recursos fsicos e financeiros priorizam as questes pedaggicas.
Os alunos tm oportunidade de propor e realizar atividades na escola.
Existem mecanismos para o efetivo envolvimento dos pais nas questes pedaggicas da escola, especialmente nas que dizem respeito ao processo de ensino-aprendizagem dos seus filhos.
As programaes especiais desenvolvidas pela escola so comunicadas aos profissionais, alunos, pais e comunidade de forma clara e em tempo hbil.
Existem projetos articulados com rgos pblicos e outras instituies da sociedade civil para o desenvolvimento pedaggico e/ou atendimento s necessidades da comunidade escolar.
35
ITENS DO PPP PROPOSIO
As matrizes curriculares esto contempladas de forma a organizar o conhecimento necessrio a cada grau e modalidade de ensino.
A equipe pedaggica e os professores discutem a forma de organizao curricular da instituio.
A avaliao do desenvolvimento escolar prioriza o processo de ensino-aprendizagem e no a nota.
A hora-atividade garante o tempo necessrio ao professor para o trabalho individual e tambm para o trabalho coletivo.
A hora-atividade organizada de forma a possibilitar encontros dos professores que atuam na mesma rea.
A equipe pedaggica acompanha e contribui com os professores durante a hora-atividade.
A hora-atividade utilizada exclusivamente para o desenvolvimento das atividades relacionadas funo docente.
A escola desenvolve um trabalho de acompanhamento junto aos seus profissionais no atendimento de alunos com necessidades educativas especiais.
So realizadas avaliaes diagnsticas no incio do ano letivo para o conhecimento do nvel de aprendizagem dos alunos.
So elaborados planejamentos de ensino a partir da realidade evidenciada na avaliao diagnstica.
Feiras e exposies dos trabalhos de professores e alunos so realizadas com a participao da comunidade.
Existem projetos culturais (teatro, msica, dana, etc.) desenvolvidos pela escola.
A escola no permite o adiantamento de aulas e/ ou sadas antecipadas de alunos.
Das questes consideradas, qual(is) dela(s) o grupo considera o maior destaque (positividade) da escola? Descrever aes concretas que justifiquem a escolha do grupo .
Das questes consideradas, qual(ais) dela(s) o grupo considera a maior fragilidade da escola? Propor aes concretas que a escola possa implementar para a superao dessa fragilidade .
As
Supe
rint
end
ncia
s R
egio
nais
de
Educ
ao
39
As superintendncias so importantssimas
nessa etapa da implantao do currculo.
Elas devero acompanhar e monitorar todas
as atividades de estudos das escolas, bem
como participar dos trabalhos.
Sempre oportuno relembrar que essa
proposta de organizao curricular vai
possibilitar que sejam garantidas as mes-
mas oportunidades a todos os alunos da
rede estadual, independente das escolas
que frequentem e, alm disso, todos tero
acesso aos mesmos conhecimentos atu-
alizados e significativos, valorizados pela
sociedade.
A partir do CBC possvel definir metas
que todos os alunos tem direito a alcanar
nas disciplinas estaduais. Da mesma forma
possvel e necessrio avaliar o progresso
de todos os alunos e as escolas em direo
s metas definidas, de modo que possam
melhorar o prprio desempenho.
Para a Superintendncia Regional de Educa-
o necessrio registrar a responsabilidade
no mbito de sua jurisdio, especialmente
no que se refere ao papel que devero de-
senvolver junto s escolas jurisdicionadas.
Entenda a situao da educao nas es-colas que compem a regional. Conhea
todos os indicadores e destaque aquelas escolas que, pelos dados, mais precisam de ajuda.
Cumpra a legislao da educao. Co-nhea aquelas de mbitos nacional e estadual.
Acompanhe o desenvolvimento dos projetos que dinamizam o currculo. Faa um quadro demonstrando quais projetos esto presentes em quais escolas. Como esto sendo desenvolvidos.
Verifique o quadro de profissionais da rea pedaggica, especialmente pedagogos e coordenadores, de cada escola e, se necessrio, monte um plano emergencial para atender aquelas com deficincia.
Organize uma reunio anterior s agendas aqui planejadas, envolvendo o Corpo Tcnico Administrativo (diretor, pedagogos e coordenadores), e orien-tando e auxiliando em cada etapa do planejamento.
Monte um cronograma envolvendo a equipe tcnica da SRE para acompanhar as etapas de implementao do currculo. Supervisione o trabalho em cada escola. Assegure registros por escola contando o desdobramento das etapas.
Envie relatrios compatibilizados a Sedu/Central de cada roteiro. As orientaes para compatibilizao sero definidas em reunio prpria.
40
Outra ao de responsabilidade das SRE
a coordenao da elaborao dos aspectos
regionais do currculo. Est ligado aos 30%
de CBC que se dar em nvel regional e
local. Para esse trabalho a Sedu/Central est
agendando reunio para o ms de maro,
na qual vamos apresentar um plano de ao
prprio para as devidas adequaes que a
equipe regional sugerir.
A coordenao geral desse trabalho do
supervisor pedaggico, com o apoio local
dos tcnicos do currculo e das equipes de
EF e EM.
A S
edu/
Cent
ral
43
Na implantao do currculo, a Unidade
Central tem a responsabilidade de planejar e
organizar o trabalho a ser desenvolvido pelas
Unidades Escolares, coordenadas pelas Su-
perintendncias Regionais de Educao.
So atribuies da Unidade Central em
2009:
1. Acompanhar a implementao do Novo Currculo por meio dos relatrios das Superintendncias Regionais de Educa-o e reunies peridicas centralizadas e descentralizadas.
2. Coordenar a pesquisa de avaliao do Novo Currculo a partir da contratao de uma instituio de pesquisa. Questes de investigao:
Os contedos esto adequados ssries?
Ostemastransversaisforamtrabalha-dos?
Odocumentocurricularfacilitouaaodocente?
Odocumentodefcilcompreensoe utilizao?
3. Planejar e efetivar, a partir dos resultados da pesquisa e dos relatrios encaminha-dos pelas SRE dos roteiros da Indicao 5, as mudanas do currculo bsico da rede estadual.
4. Organizar o Ciclo de Seminrios Descen-tralizados sobre o Currculo da Educao Bsica.
5. Organizar o Ciclo de Aprofundamento de Estudos Descentralizados Currculo em Ao, junto a Gefor. Temas de referncia para os estudos:
Asreasdoconhecimento.
Competnciasehabilidades.
Oensinopelapesquisa.
Ambientese recursosdeaprendiza-gem.
6. Coordenar a elaborao dos Cadernos Metodolgicos junto aos Professores Referncia.
7. Acompanhar a elaborao do CBC regio-nal junto s Superintendncias Regionais de Educao.
Ap
ndic
es
47
Leituras Complementares
Ensinar, aprender: leitura do mundo, leitura da palavra1
Paulo Freire
Nenhum tema, mais adequado para constituir-
se em objeto desta primeira carta a quem ousa
ensinar do que a significao crtica desse
ato, assim como a significao igualmente
crtica de aprender. que no existe ensinar
sem aprender e com isso eu quero dizer mais
do que diria se dissesse que o ato de ensinar
exige a existncia de quem ensina e de quem
aprende. Quero dizer que ensinar e aprender
se vo dando de tal maneira que quem ensina
aprende, de um lado, porque reconhece
um conhecimento antes aprendido e, de
outro, porque, observada a maneira como a
curiosidade do aluno aprendiz trabalha para
apreender o ensinando-se, sem o que no
o aprende, o ensinante se ajuda a descobrir
incertezas, acertos, equvocos.
O aprendizado do ensinante ao ensinar no
se d necessariamente atravs da retificao
1 Esta carta foi retirada do livro Professora sim, tia no. Cartas a quem ousa ensinar (Editora Olho Dgua, 10 ed., p. 27-38) no qual Paulo Freire dialoga sobre questes da construo de uma escola democrtica e popular. Escreve especial-mente aos professores, convocando-os ao engajamento nessa mesma luta. Este livro foi escrito durante dois meses do ano de 1993, pouco tempo depois de sua experincia na conduo da Secretaria de Educao de So Paulo.
que o aprendiz lhe faa de erros cometidos.
O aprendizado do ensinante ao ensinar se ve-
rifica medida em que o ensinante, humilde,
aberto, se ache permanentemente disponvel
a repensar o pensado, rever-se em suas
posies; em que procura envolver-se com
a curiosidade dos alunos e dos diferentes
caminhos e veredas, que ela os faz percorrer.
Alguns desses caminhos e algumas dessas
veredas, que a curiosidade s vezes quase
virgem dos alunos percorre, esto grvidas
de sugestes, de perguntas que no foram
percebidas antes pelo ensinante. Mas ago-
ra, ao ensinar, no como um burocrata da
mente, mas reconstruindo os caminhos de
sua curiosidade razo por que seu corpo
consciente, sensvel, emocionado, se abre s
adivinhaes dos alunos, sua ingenuidade
e sua criatividade o ensinante que assim
atua tem, no seu ensinar, um momento
rico de seu aprender. O ensinante aprende
primeiro a ensinar, mas aprende a ensinar
ao ensinar algo que reaprendido por estar
sendo ensinado.
O fato, porm, de que ensinar ensina o ensi-
nante a ensinar um certo contedo no deve
significar, de modo algum, que o ensinante
se aventure a ensinar sem competncia para
faz-lo. No o autoriza a ensinar o que no
sabe. A responsabilidade tica, poltica e
profissional do ensinante lhe coloca o dever
48
de se preparar, de se capacitar, de se formar
antes mesmo de iniciar sua atividade docen-
te. Esta atividade exige que sua preparao,
sua capacitao, sua formao se tornem
processos permanentes. Sua experincia
docente, se bem percebida e bem vivida, vai
deixando claro que ela requer uma formao
permanente do ensinante. Formao que se
funda na anlise crtica de sua prtica.
Partamos da experincia de aprender, de
conhecer, por parte de quem se prepara para
a tarefa docente, que envolve necessaria-
mente estudar. Obviamente, minha inteno
no escrever prescries que devam ser
rigorosamente seguidas, o que significaria
uma chocante contradio com tudo o que
falei at agora. Pelo contrrio, o que me inte-
ressa aqui, de acordo com o esprito mesmo
deste livro, desafiar seus leitores e leitoras
em torno de certos pontos ou aspectos,
insistindo em que h sempre algo diferente
a fazer na nossa cotidianidade educativa,
quer dela participemos como aprendizes,
e portanto ensinantes, ou como ensinantes
e, por isso, aprendizes tambm.
No gostaria, assim, sequer, de dar a impres-
so de estar deixando absolutamente clara
a questo do estudar, do ler, do observar, do
reconhecer as relaes entre os objetos para
conhec-los. Estarei tentando clarear alguns
dos pontos que merecem nossa ateno na
compreenso crtica desses processos.
Comecemos por estudar, que, envolvendo
o ensinar do ensinante, envolve tambm de
um lado a aprendizagem anterior e concomi-
tante de quem ensina e a aprendizagem do
aprendiz que se prepara para ensinar amanh
ou refaz seu saber para melhor ensinar hoje
ou, de outro lado, aprendizagem de quem,
criana ainda, se acha nos comeos de sua
escolarizao.
Enquanto preparao do sujeito para apren-
der, estudar , em primeiro lugar, um que-
fazer crtico, criador, recriador, no importa
que eu nele me engaje atravs da leitura
de um texto que trata ou discute um certo
contedo que me foi proposto pela escola ou
se o realizo partindo de uma reflexo crtica
sobre um certo acontecimento social ou
natural e que, como necessidade da prpria
reflexo, me conduz leitura de textos que
minha curiosidade e minha experincia
intelectual me sugerem ou que me so
sugeridos por outros.
Assim, em nvel de uma posio crtica, a
que no dicotomiza o saber do senso co-
mum do outro saber, mais sistemtico, de
maior exatido, mas busca uma sntese dos
contrrios, o ato de estudar implica sempre
49
o de ler, mesmo que nesse no se esgote.
De ler o mundo, de ler a palavra e assim ler a
leitura do mundo anteriormente feita. Mas ler
no puro entretenimento nem tampouco
um exerccio de memorizao mecnica de
certos trechos do texto.
Se, na verdade, estou estudando e estou
lendo seriamente, no posso ultrapassar
uma pgina se no consegui com relativa
clareza, ganhar sua significao. Minha
sada no est em memorizar pores de
perodos lendo mecanicamente duas, trs,
quatro vezes pedaos do texto, fechando
os olhos e tentando repeti-las como se sua
fixao puramente maquinal me desse o
conhecimento de que preciso.
Ler uma operao inteligente, difcil, exigen-
te, mas gratificante. Ningum l ou estuda
autenticamente se no assume, diante do
texto ou do objeto da curiosidade a forma
crtica de ser ou de estar sendo sujeito da
curiosidade, sujeito da leitura, sujeito do
processo de conhecer em que se acha. Ler
procurar buscar criar a compreenso do
lido; da, entre outros pontos fundamen-
tais, a importncia do ensino correto da
leitura e da escrita. que ensinar a ler
engajar-se numa experincia criativa em
torno da compreenso. Da compreenso e
da comunicao.
E a experincia da compreenso ser to
mais profunda quanto sejamos nela capazes
de associar, jamais dicotomizar, os concei-
tos emergentes da experincia escolar aos
que resultam do mundo da cotidianidade.
Um exerccio crtico sempre exigido pela
leitura e necessariamente pela escuta o de
como nos darmos facilmente passagem
da experincia sensorial que caracteriza a
cotidianidade generalizao que se opera
na linguagem escolar, e dessa ao concreto
tangvel. Uma das formas de realizarmos esse
exerccio consiste na prtica que me venho
referindo como leitura da leitura anterior do
mundo, entendendo-se aqui como leitura
do mundo a leitura que precede a leitura
da palavra e que perseguindo igualmente a
compreenso do objeto se faz no domnio da
cotidianidade. A leitura da palavra, fazendo-se
tambm em busca da compreenso do texto
e, portanto, dos objetos nele referidos, nos
remete agora leitura anterior do mundo.
O que me parece fundamental deixar claro
que a leitura do mundo que feita a partir
da experincia sensorial no basta. Mas,
por outro lado, no pode ser desprezada
como inferior pela leitura feita a partir do
mundo abstrato dos conceitos que vai da
generalizao ao tangvel.
Certa vez, uma alfabetizanda nordestina
discutia, em seu crculo de cultura, uma
50
codificao que representava um homem
que, trabalhando o barro, criava com as
mos, um jarro. Discutia-se, atravs da
leitura de uma srie de codificaes que,
no fundo, so representaes da realidade
concreta, o que cultura. O conceito de
cultura j havia sido apreendido pelo grupo
atravs do esforo da compreenso que
caracteriza a leitura do mundo e/ou da
palavra. Na sua experincia anterior, cuja
memria ela guardava no seu corpo, sua
compreenso do processo em que o ho-
mem, trabalhando o barro, criava o jarro,
compreenso gestada sensorialmente,
lhe dizia que fazer o jarro era uma forma
de trabalho com que, concretamente,
se sustentava. Assim como o jarro era
apenas o objeto, produto do trabalho
que, vendido, viabilizava sua vida e a de
sua famlia. Agora, ultrapassando a ex-
perincia sensorial, indo mais alm dela,
dava um passo fundamental: alcanava a
capacidade de generalizar que caracteriza
a experincia escolar. Criar o jarro como
o trabalho transformador sobre o barro
no era apenas a forma de sobreviver,
mas tambm de fazer cultura, de fazer
arte. Foi por isso que, relendo sua leitura
anterior do mundo e dos que-fazeres no
mundo, aquela alfabetizanda nordestina
disse segura e orgulhosa: Fao cultura.
Fao isto.
Gaiolas e asas2
Rubem Alves
Os pensamentos me chegam de forma inespe-
rada, sob a forma de aforismos. Fico feliz porque
sei que Lichtenberg, William Blake e Nietzsche
frequentemente eram tambm atacados por
eles. Digo atacados porque eles surgem re-
pentinamente, sem preparo, com a fora de
um raio. Aforismos so vises: fazem ver, sem
explicar. Pois ontem, de repente, esse aforismo
me atacou: H escolas que so gaiolas. H
escolas que so asas. Escolas que so gaiolas
existem para que os pssaros desaprendam a
arte do voo. Pssaros engaiolados so pssaros
sob controle. Engaiolados, o seu dono pode
lev-las para onde quiser. Pssaros engaiolados
sempre tm um dono. Deixaram de ser pssaros.
Porque a essncia dos pssaros o voo.
Escolas que so asas no amam pssaros
engaiolados. O que elas amam so os ps-
saros em voo. Existem para dar aos pssaros
coragem para voar. Ensinar o voo, isso elas
no podem fazer, porque o voo j nasce
dentro dos pssaros. O voo no pode ser
ensinado. S pode ser encorajado.
Esse simples aforismo nasceu de um sofri-
mento: sofri conversando com professoras
2 Gaiolas e asas Rubem Alves. Folha de So Paulo. Tendncias e Debates. (05/12/2001)
51
de segundo grau, em escolas de periferia.
O que elas contam so relatos de horror
e medo. Balbrdia, gritaria, desrespeito,
ofensas, ameaas... E elas, timidamente,
pedindo silncio, tentando fazer as coisas
que a burocracia determina que sejam feitas,
como dar o programa, fazer avaliaes...
Ouvindo os seus relatos, vi uma jaula cheia
de tigres famintos, dentes arreganhados,
garras mostra - e a domadoras com seus
chicotes, fazendo ameaas fracas demais
para a fora dos tigres.
Sentir alegria ao sair de casa para ir escola?
Ter prazer em ensinar? Amar os alunos? O
sonho livrar-se de tudo aquilo. Mas no
podem. A porta de ferro que fecha os tigres
a mesma porta que as fecha com os tigres.
Nos tempos de minha infncia, eu tinha um
prazer cruel: pegar passarinhos. Fazia minhas
prprias arapucas, punha fub dentro e ficava
escondido, esperando... O pobre passarinho
vinha, atrado pelo fub. Ia comendo, entrava
na arapuca e pisava no poleiro. E era uma
vez um passarinho voante. Cuidadosamente
eu enfiava a mo na arapuca, pegava o pas-
sarinho e o colocava dentro de uma gaiola.
O pssaro se lanava furiosamente contra
os arames, batia as asas, crispava as garras
e enfiava o bico entre os vos. Na intil
tentativa de ganhar de novo o espao, ficava
ensanguentado... Sempre me lembro com
tristeza da minha crueldade infantil.
Violento, o pssaro que luta contra os arames
da gaiola? Ou violenta ser a imvel gaiola
que o prende? Violentos, os adolescentes
de periferia? Ou sero as escolas que so
violentas? As escolas sero gaiolas? Vo me
falar sobre a necessidade das escolas dizendo
que os adolescentes de periferia precisam
ser educados para melhorarem de vida. De
acordo. preciso que os adolescentes, que
todos, tenham uma boa educao. Uma boa
educao abre os caminhos de uma vida
melhor. Mas eu pergunto: nossas escolas
esto dando uma boa educao? O que
uma boa educao?
O que os burocratas pressupe sem pensar
que os alunos ganham uma boa educao
se aprendem os contedos dos programas
oficiais. E, para testar a qualidade da educa-
o, criam mecanismos, provas e avaliaes,
acrescidos dos novos exames elaborados
pelo Ministrio da Educao.
Mas ser mesmo? Ser que a aprendizagem
dos programas oficiais se identifica com o
ideal de uma boa educao? Voc sabe o que
dgrafo? E os usos da partcula se? E o
nome das enzimas que entram na digesto?
E o sujeito da frase Ouviram do Ipiranga
52
as margens plcidas de um povo herico
o brado retumbante? Qual a utilidade da
palavra mesclise? Pobres professoras, tam-
bm engaioladas... So obrigadas a ensinar o
que os programas mandam, sabendo que
intil. Isso hbito velho das escolas. Bruno
Bettelheim relata sua experincia com as
escolas: Fui forado (!) a estudar o que os
professores haviam decidido que eu deveria
aprender. E aprender sua maneira.
O sujeito da educao o corpo, porque
nele que est a vida. o corpo que quer
aprender para poder viver. ele que d as
ordens. A inteligncia um instrumento do
corpo cuja funo ajud-lo a viver. Nietzsche
dizia que ela, a inteligncia, era ferramenta
e brinquedo do corpo. Nisso se resume o
programa educacional do corpo: aprender
ferramentas, aprender brinquedos.
Ferramentas so conhecimentos que nos
permitem resolver os problemas vitais do dia
a dia. Brinquedos so todas aquelas coisas
que, no tendo nenhuma utilidade como
ferramentas, do prazer e alegria alma.
Nessas duas palavras, ferramentas e brin-
quedos, est o resumo da educao. Ferra-
mentas e brinquedos no so gaiolas. So
asas. Ferramentas me permitem voar pelos
caminhos do mundo.
Brinquedos me permitem voar pelos ca-
minhos da alma. Quem est aprendendo
ferramentas e brinquedos est aprendendo
liberdade, no fica violento. Fica alegre, ven-
do as asas crescer... Assim, todo professor, ao
ensinar, teria de se perguntar: Isso que vou
ensinar, ferramenta? brinquedo? Se no
for, melhor deixar de lado.
As estatsticas oficiais anunciam o aumento
das escolas e o aumento dos alunos matri-
culados. Esses dados no me dizem nada.
No me dizem se so gaiolas ou asas. Mas
eu sei que h professores que amam o voo
dos seus alunos.
H esperana...
A educao no sculo XXI
No sculo XXI, a educao considerada um
indispensvel patrimnio da humanidade na
construo de seus ideais, de suas relaes e
de sua prpria sobrevivncia. Nesse sentido,
h uma exigncia de debate conjunto da
educao, que ultrapassa os limites de seu
prprio campo. Estamos dizendo que discutir
educao e suas finalidades no tarefa
apenas dos educadores; que a sociedade
deve incorporar essa exigncia e compre-
ender na educao suas possibilidades de
53
avanar e acompanhar um mundo de rpidas
transformaes.
A Unesco, por meio do Comisso Internacional
sobre a Educao para o Sculo XXI presidida
por Jacques Delors, estabelece quatro pilares
que sustentam, de modo interdependente
e integrado, o seu conceito de educao de
qualidade: aprender a conhecer, aprender a
fazer, aprender a viver junto e aprender a ser.
Podemos compreender esses pilares como
grandes desafios da educao e da sociedade,
ao longo da histria de homens e mulheres.
O primeiro deles, aprender a conhecer, nos
remete dimenso humana do compreender,
de conhecer e de descobrir. Sem dvida, uma
das principais contribuies da educao para
o indivduo favorecer o acesso informao.
De igual modo importante oferecer a ele a
oportunidade de construir as competncias
necessrias para garantia desse acesso. Em
outras palavras, no basta disponibilizar a
informao, fundamental instrumentalizar
as pessoas para utiliz-las. E ainda, utiliz-las a
servio de sua gerao e da humanidade.
Como sabemos, o conhecimento infinito
e o homem, como espcie, no cessa em
produzi-lo e reproduzi-lo. Desse modo, apren-
der a conhecer nos remete para o trabalho
de descoberta dos mecanismos de constru-
o e apreenso dos conhecimentos. Vale
considerar que essa uma das prementes
tarefas da escola.
Esse pressuposto nos orienta a pensar que
educar pela pesquisa uma importante estra-
tgia conceitual e metodolgica no sentido
de viabilizar, dentro da escola e da sala de
aula, os caminhos para o desenvolvimento
desse pilar. A investigao se configura a
estratgia de orientar a descoberta, de es-
timular a construo de conhecimentos.
O segundo pilar indicado pela Comisso
relativo capacidade humana de viver junto,
de com-viver. Esse pilar ressalta as demandas
do mundo contemporneo e a importncia
das relaes diante dele. Na realidade, enfoca
a necessidade planetria da compreenso
mtua, de respeito e convivncia pacfica
com as diferenas e com o outro. Conforme
o relatrio, trata-se de aprender a viver con-
juntamente, desenvolvendo o conhecimento
dos outros, de sua histria, de suas tradies
e de sua espiritualidade.
Essa dimenso diz respeito qualidade de
vida dos humanos nas suas correlaes com
seus pares. A escola, por trabalhar com pes-
soas diferentes em espaos comuns, pode
promover o dilogo permanente sobre as
relaes estabelecidas na vida social.
54
O sentido do terceiro pilar, aprender a fazer,
afirmar que a educao no pode aceitar
a imposio de opo entre a teoria e a
tcnica, o saber e o fazer. As velhas dico-
tomias do passado devem ceder espao
a uma prxis pedaggica que admita que
quem pensa, tambm executa; que quem
executa tambm pensa; que o corpo e a alma
so indissociveis; que a ideia e a matria
so complementares no entendimento da
totalidade.
A vida neste novo sculo solicita uma edu-
cao que permita aos educandos associar a
tcnica com a aplicao de conhecimentos
tericos, relacionar o que se estuda com o
que se faz, com as demandas do cotidiano,
com a utilizao de conhecimentos no con-
texto de vida dentro e fora da escola.
O aprender a ser est entre os elementos
preconizados no relatrio. Refere-se de-
manda contempornea de uma postura
tica, pautada no princpio de que as atitudes
e responsabilidades pessoais interferem no
destino coletivo. Esse pilar sinaliza que os
humanos no nascem prontos para a vida
em sociedade. Sugere que os processos
educativos, tanto das escolas quanto das
famlias, qualifiquem as pessoas para a
vida em conjunto. Isso se torna, pois, uma
responsabilidade de gerao com relao
sua prxima.
Em suma, vale afirmar que a educao no
sculo XXI est estreitamente vinculada ao
desenvolvimento da capacidade intelectual
dos estudantes e a princpios ticos, de
compreenso e solidariedade humana.
55
O educador o principal trabalhador bra-
sileiro, pois ele quem est com o aluno
diariamente e tem nas mos as ferramentas
para ensin-lo. Veja como voc, educador,
pode fazer a sua parte.
Recomendaes
Entenda a situao da educao
O primeiro passo para melhorar a educao
entender sua situao atual. Procure se informar
sobre a qualidade do ensino no pas, no seu
Estado, na sua cidade, nas escolas prximas. Na
seo Nmeros da Educao voc encontra
essas informaes. Secretarias de Educao
municipais e estaduais tambm tm esses
dados, e direito de todos conhec-los. Alm
disso, todos podem procurar saber quais so
as aes e medidas tomadas pela Secretaria de
Educao para melhorar o desempenho das
escolas que no tiveram bons resultados, tanto
no Ideb como em avaliaes educacionais,
como a Prova Brasil e o Saeb.
Procure entender quais so os problemas da
educao brasileira, suas causas e consequn-
cias. Informe-se, reflita, discuta. Quando voc
entende o problema, tem mais chances de
fazer sua parte para resolv-lo e voc, como
educador, o principal agente da melhoria
da educao.
Busque sempre aprimorar seus conhecimentos
Procure sempre dar sequncia sua for-
mao acadmica, por meio de cursos de
graduao ou ps-graduao e programas
de capacitao. H sempre algo novo e
interessante para ser aprendido, e que
poder te ajudar a influir positivamente
na educao das pessoas ao seu redor.
Proponha que sua escola seja um espao de
aprendizado. Para ser educador, preciso
estudar sempre e ter em vista onde voc
quer chegar com seus alunos.
Encare a diversidade de maneira positiva
Tire proveito da heterogeneidade de saberes,
conhecimentos e experincias dos alunos e
da comunidade escolar. Promova a interao
entre eles.
Documento integrante do Todos pela Educao3
3 www.todospelaeducacao.org.br/ Faa sua parte
56
Escola boa aquela em que o aluno aprende
A melhor forma de avaliar a qualidade do ensino por meio da aprendizagem dos alunos. E, se a escola existe para ensinar, a avaliao capaz de dizer se a escola boa ou ruim aquela que nos mostra se os alunos esto ou no aprendendo.
Valorize e utilize avaliaes sobre a qualidade do ensino como um instrumento para me-lhorar a escola, e promover a transparncia e a participao de todos os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem.
Diretor: Assuma a liderana
Assuma a liderana de forma democrtica e cooperativa com todos os segmentos da equipe. A presena constante do diretor da escola fun-damental. Ele deve ter competncia para ocupar um papel central na gesto do cotidiano escolar e na articulao da escola com a comunidade escolar. Como lida com questes internas e externas da escola, necessrio ter sempre em mente o que e o que no prioritrio, para organizar seu tempo de forma eficiente.
Diretor: Seja responsvel pela qualidade de ensino
A melhor gesto administrativa de nada vale se
os alunos no estiverem aprendendo. O diretor
no deve ser visto apenas como o administra-
dor do prdio da escola, mas como o grande
administrador da aprendizagem dos alunos.
O diretor o responsvel maior para a escola
ter e cumprir o regimento escolar e a proposta
pedaggica que dar origem aos planos
de curso e de aula. Alm de ser pea-chave
na identificao das necessidades locais, o
diretor deve garantir um sistema eficaz de
reforo escolar para os alunos com dificulda-
des em algum contedo especfico, e deve
fazer funcionar um sistema de superviso
de professores com foco no desempenho
dos alunos.
Diretor: Articule-se com a Secretaria de Educao
Como a escola no trabalha de forma isolada,
o diretor deve conduzir as aes da escola
de forma articulada com as polticas ema-
nadas pela Secretaria de Educao que
deve receber, mensalmente, os dados da
escola. As metas da escola tambm devem
ser estabelecidas, anualmente, de forma
integrada s metas da rede de ensino.
As escolas devem ter algum grau de autono-
mia, mas so parte de um organismo muito
maior, que a rede de ensino, gerida pela
Secretaria de Educao.
57
Diretor: Assegure o cumprimento do ano letivo
Assegure o cumprimento integral do ano
letivo. As escolas precisam garantir um mni-
mo de 200 dias letivos, com um mnimo de
quatro horas de aula por dia, descontados
os intervalos escolares. Isso lei.
Assegurar a pontualidade e frequncia dos
professores e funcionrios da escola tambm
necessrio.
Diretor: Assegure as condies de trabalho
Assegure as condies e os meios para que
os professores implementem a proposta
poltico-pedaggica da escola.
Diretor: Abra a biblioteca e a sala de computao
No tranque livros e computadores, pois
eles so material de uso dirio. Os alunos
precisam t-los em mos para poder tirar o
melhor proveito possvel do que esses ma-
teriais podem trazer para seu aprendizado.
Cuide e melhore o acervo da biblioteca,
disponibilizando, alm dos livros didticos,
obras d