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Tempo, No. 16psimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem1971… · Oturismo está...

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Tempo, No. 16 http://www.aluka.org/action/showMetadata?doi=10.5555/AL.SFF.DOCUMENT.ahmtem19710130 Use of the Aluka digital library is subject to Aluka’s Terms and Conditions, available at http://www.aluka.org/page/about/termsConditions.jsp. By using Aluka, you agree that you have read and will abide by the Terms and Conditions. Among other things, the Terms and Conditions provide that the content in the Aluka digital library is only for personal, non-commercial use by authorized users of Aluka in connection with research, scholarship, and education. The content in the Aluka digital library is subject to copyright, with the exception of certain governmental works and very old materials that may be in the public domain under applicable law. Permission must be sought from Aluka and/or the applicable copyright holder in connection with any duplication or distribution of these materials where required by applicable law. Aluka is a not-for-profit initiative dedicated to creating and preserving a digital archive of materials about and from the developing world. For more information about Aluka, please see http://www.aluka.org
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Tempo, No. 16

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Tempo, No. 16

Alternative title Tempo

Author/Creator Tempográfica

Publisher Tempográfica

Date 1971-01-03

Resource type Magazines (Periodicals)

Language Portuguese

Subject

Coverage (spatial) Mozambique

Coverage (temporal) 1971

Source Arquivo Histórico de Moçambique, PP 570 AHM

Rights By kind permission of Tempografica.

Description O ano passado em revista. Nem negócio, nem escuro.Nasceu um novo ano. Discos voadores. A cascata daNamaacha em perigo. B.I.: uma ilegalidade flagrante. Ocasal, diálogo difícil. SMAE: contadores em vala comum.Os melhores filmes do ano. A semana (noticiário nacional).Internacional. Tempo da mulher. Passatempo. Semanaastrológica. Opiniáo, de Rui Cartaxana.

Format extent(length/size)

68 page(s)

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NOTA DA BEDACÇÃOCá estamos neste inicio de um novo ano - que lhe desejamos próspero, caro Leitor- a entabular os habituais dois dedos de conversa preliminar.Pela capa, forma-se a ideia de quais os assuntos principais deste número: osacontecimentos de 1970 e os melhores filmes do ano eleitos pela Redacção do-Tempo». (Para a semana, publicaremos a lista dos filmes escolhidos pelosleitores). Um inquérito - realizado entre todos aqueles que, semana após semana,põem o melhor do seu saber e esforço para lhe oferecerem uma revista que sejauma montra viva do que vai por Portugal e pelo Mundo - conduziu-nos aoapuramento dos factos mais impressionantes de 1970 e aos desejos mais ardentespara 1971. A morte de três estadistas - Salazar, De Gaulle e Nasser - o arranqueem Cabora Bassa, e o arejamento da vida política portuguesa encontram-se entreos acontecimentos mais relembrados. Liberdade de Imprensae paz total entre osvotos mais formulados para 1971.No outro inquérito realizado, o género «western» provou, uma vez-mais, ser opreferido. A lista dos dez melhores filmes do ano inclui à cabeça três «westerns» -norte-americanos, nada de confusões.... Não quisemos deixar de assinlar também,como o Leitor poderá ver, o «pior filme»e do ano. Escolha que recaiu, como éevidente, não sobre o filme tècnicamente mais-pobre ou maismal feito mas simsobre uma daquelas obras que embora precedidas de vasta publicidade eproduzidas com muito dinheiro mais falharam quer sob o pontode vistaideológico quer sob o ponto de vista artístico.Neste número falamos ainda de discos voadores--há ou não?- e publicamos uma entrevista com o Presidente daCâmaraMunicipal de L. Marques que esclarece em definitivo à questão dos reclamesluminosos nos postes de iluminação pública da capital.Não lhe tomamos mais tempo, com o preâmbulo. Prossiga Leitor, franqueie aterceira página, que para a semana aqui nos encontrará.Mas antes - um feliz 19711

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A NOSSA CAPA:A esperança num Novo Ano Feliz e duas referências aos melhores filmes do anopassado: Maria Cabral (o «Cerco») e Robert Redford («WillieBoy Regressou» e«A Quadrilha da Caverna»).00m0.=.or Eng.q Rogério F. de Moura. Director-Adlsato Rui Carte"N sana.Chefe de Redacçio: .Mofa Lopes. Redacçio: Areosa Pena, Ribeiro Pacheco,Manuel Salvado, Auguso Carvalho (Lisboa), Fernanda Gomes eSantos Ribeiro(Porto). Secções especializadas: Feminina - Maria de Lurdes Ferreiro; Economia-Parcidio Costa; Desporto - José Craveirinha; Pop - Miguéis Lopes Júnior;Automobilismo -Carlos Caiano. Fotografia: Ricardo Range[(chefe); Kock Nam eArmindo Afonso. Maquetização: Anfbal Marfins. Expansão i Publicidade: CariosCarvalho. Oficinas: A. Gonçalves (chefe-geral). Compo. siç5o - Carios Manuel,Emfdio Campos, Henrique Pais, José Gonçalves e C. Anane; Impressão - JoséArede e Alexandre Fernandes; Offset - Jaime Duarte, A. Simões, J. Rosúrio, VítorManuel, Nelson Amara] e Nicolau Dias. Propriedade: Tempogrúfica, S. A. R. L.Redacção Administraçio o Oficinas: Avenida Afonso de Albuquerque, n.~' T078A e B (Prédio Invicta) -Telefones: 6191, 6192 e 6193. Lourenço MarquesBib loteca doe,. 4, --. -~hirc 1st, de Moç. N.uCota-umam Su...arloReportagens:O ANO PASSA EM REVISTA O 6NEM NEGóCIO, NEM ESCURO 0 19NASCEU UM NOVO ANO 0 22 DISCOS VOADORES * 29 A CASCATA DANAMAACHA EM PERIGO * 34B. L: UMA ILEGALIDADE FLAGRANTE * 43o CASAL. DIALGO DIICIL 0 49 SMAE: CONTADORES EM VALACOMUM o 55 OS MELHORES FIMES DO ANO * 59Secçem:A SEMANA (Noticiário Nacional)INTERNACIONALTEMPO DA MULHERPASSATEMPOSEMANA ASTROLÓGICA OPINIAO, DE RUI CARTAXANAu:uIASSINATURASVIA AEREA (Moçambique) -Número avulso, 7$50; trimestral (13 números),9000; semestral (26 números), 18000; anual (52 números), 350$00. VIASUPERFICIE (Outros territ6rios portugueses) - Número avulso, 10$00; semestral(26 números), 220$00; anual (52 números), 40000. Africa do Sul. Suazilndia,Rodésla o Malãwi- Número avulso, 10$00; samesêral (26 números), 220$00;anual (52 números), 400$00. Outros países- -Número avulso,12$50; semestral(26 números), 320$00; anual (52 números), 400$00. O envio por Via Aéreaimplica um 'acréscimo. por cada exemplar, da respectiva sobretaxa: Metrópole e

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ilhas, 101150; Angola, 9$50; Africa do Sul, Rodésia, Suazilindia e Malawi,5$00VISADO PELA COMISSÃO DE CENSURAmo 16-3 de Janeiro de 1971-7.50

PAGINA 4A MELHOR FOTO DOS NOSSOS LEITORESEsta magnífica fotografia de A. S. Alves, de Lourenço Marques é,indiscutivelmente, a «melhor foto dos nossos leitores» desta semana. Escolhidaentre uma surpreendente avalancha de trabalhos recebidos nos últimos dias paraesta secção semanal, foi intitulada «0 TEMPO» pelo seu autor.. A sua publicaçãoneste local garante a A. S. Alves uma assinatura de três mesesda nossa revista.

TURISMOEx.n'» Senhores:O turismo está na moda. Representa movimento, vida e dinheiro. É também umafonte de receita. A sua import.ncio faz-se sentir na economia e promoção socialdos povos, levando os Estados a uma aproximação mais efectiva e valiosa.Processa-se principalmente pelo Intercâmbio da populaçãoque vem e vai, quecompra, consome o ajuda o progresso. Com todos estes beneficios não vamosjulgar que o turismo encerra o segredo fundamental da prosperidade, constituindoum novo veio de oiro da mitologia. 56 o devemos creditar pelo valor real querepresenta, interessante o útil, mas sem o exagero de o considerarmos o melhorexpoente da economia. Trata-se de uma riqueza nómada, sujeita a flutuações,incerta, com as implicações de que se reveste o problema. Para se fomentar oturismo têm de ser criadas atracções originais que o chamem eretenham, sempousarmos sômente na ex. ploração do turista. É claro, sem atracções, o turistadeixa de ter interesse em visitar-nos, preferindo outros países. Há que criar novasinstalações, montar parques de campismo, facilitar o acesso, evitar a exploração,criando as necessárias condições par a promoção turística.Que serve possuirmoslugares de sonho e de repouso encantador, se não lhe dermos a poesia e o perfumedas flores e o sol radioso da civilização?Temos em Moçambique, bem perto de Lourenço Marques, verdadeiras pé. rolasde beleza turística à beira do Oceano. Vla Luisa, Macaneta, Ponta do Ouro,Bilene, etc., mas para que nos servem estas riís estâncias senão possuíremestradas de acesso que as sirvam condignamente? Não valerá apena ligar a Costado Sol a Vila Luísa por autoestrada e esta a Macaneta? Não valerá a pena umestudo antecipado dos empreendimentos futuros, a fim de evitarmos o improvisona selução dos problemas? Não será conveniente que a par de o incrementoturístIco sejam criadas fontes de riquezaregional que sirvam o turista, tais como conservas de camarão, lagosta,caranguejo, etc., não falando já nas conhecidas embalagensde castanha de caju eoutras epcialidades?A venda-dos nossos produtos tem um interesse muito especialna propaganda, seforem realmente bons. O turista compra o que for bom. Nós temos de produzirbom para lhe vender. O que mais pretende o turista? Divertir-se sem ser

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explorado. Pretende passar umas férias alegres e felizes que lhe deixem boasrecordações. Os roteiros turísticos, com itinerários perfeitamente definidos,dispondo de cicerones à altura da situação, que dominem bem os idiomas e oconhecimento das coisas, para tornarem útil e agradável o pograma esta. belecido,tal iniciativa não seria de excelente interesse regional? Por exemplo um pa io aoParque- da Gorogosa passando pela Beira e Cabora Bossa, não seria um passeiointeressante?Aqui deixamos, pois, o assunto à consideração dos responsáveis para que sejaestudado e revisto o problema, que nos merece a classificação de interesseNacional.ANTÕNIO MANUEL RALHAPUBLICIDADE... E PUBLICIDADEEx.«~ Senhores:Venho com estas poucas e modestas linhas falar de algo que é - em revistas,jornais, emissoras radiofónicas, tc. -, o pão nosso de cada dia: publicidade. Aocontrário do que poderiam pensar, não será para dizer mal dela, uma vez queacredito no que um dia li algures, que era pouco mais ao menos isto: «Querervender sem anunciar é como piscar para uma moça no escuro: você sabe o queestá fazendo, mas os outros não.>»Como podem ver, eu apoie toda e qualquer espécie de publicidade, e até acho queesta deve ser o mais disparatada possível, para que possa atrair a atenção do'ouvinte, ou mesmo do leitor mais distraído. Mas - o eterno mas- houve hoje algoque me deixou um pedaço apreensivo -se iria ou nãoter um Natal alegre - felicididade longe de familiares seriapedir demais. ,Tenhaum Natal Feliz dormindo num colchão ...n de determinada marca à venda nomercado (?!!). Ora eu que sou por natureza um indivíduo cem por centosupersticioso, dei em mim a magicar... , Ex.m«1 Senhores, não haverá por acasoaí em Lourenço Marques uma alma caridosa que nos envie esses ditos colchões?!É que o Natal aproxima-se a passos largos...AtenciosamenteJORGE CALDEIRA JUR.AGRADECIMENTOEx."«' Senhores:Li embevecído a vossa revista tipo magazine o «Tempo». Francamente elaagradou-me na verdadeira acepção da palavra. Pena que não possa adquirir todosos números dado o local em que me encontro.É justo subli.nhar que têm muito interesse as páginas reservadas aos articulistas,as reportagens e o «Tempo desportivo-.Também é justo assinalar que a vossa revista tem algumas falhas de impressão,que por acaso, já me fizeram an-, dar «às aranhas- por não achar a continuidadedas proposições. Mas felizmente, depois de uma busca pude concatenar as frases einteirar-mo do sentido delas.Com certeza que V. saberão debelar estes males que parecem muito mal numarevista que grangeou as simpatias do público ledor.Muito grato por terem-nos obsequiado com uma revista desse quilate, que é afinala melhor revista de Moçambique e que dela se pode orgulhar.

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Uma vez que estou interessado na assinatura deste magazine,muito agradecia queme informassem, como deverei proceder para começar a recebê-lo. É muitoimportante informarem as condições de pagamento, no meu caso trimestral,incluindo as despesas de correio.,Atentamente .ROMÃO DOMINGOS' PINTOROMÃO .-4CARTAS IMPUBLICAVEIS - Recebemos, assinadas pelo sr. Firmino Pires, duascartas que não nos é possível publicar Não porque nós sejam menos agradáveis -temos publicado neste local muitas cartas em que os leitores«não nos poupam» econtinuaremos a fazê-lo- mas porque as duas cartas em questão contém matériadifamatória para terceiros e estão escritas em termos, digamos, menos próprios.Seo sr. Firmino Pires, que não temos a dita de conhecer, quiser dizer o mesmo poroutras palavras, sem ofender nem difamar ninguém, estas colunas estarão ao seudispor.

1970 ANO E«Cinco mortos na estrada de Boane». «Nixon visita a Elropa central». «Senhorainglesa dá à luz seis gémeos».«A lei do divórcio é aprovada em Itália». «Os comandos árabesdestroem trêsBoeings». «Tangerineira da Matola dá frutos de um quilo». ,Dois jovens batem orecorde mundíal do beijo». «Um tractor soviético pesquisa aface da Lua» - tudonotícias que durante um ano entram numa redacção. Notícias que muitas vezes oleitor apressado nem leu mas que tomaram toda a atenção e perícia profissionaldos que tornaram possível a sua divulgação. Gente esta que lidando, minuto aminuto, com os acontecimentos mais díspares, não é fãcilmente emocionável pelaocorrência do que quer que seja. Embora leiam sempre os telegramas - bem antesde si Leitor - ficam, na maioriados casos, absolutamente indiferentes. Para eles, trata-se de rotina de trabalho enada mais.No entanto, nos milhares de telegramas, textos, fotos que anualmente manipulam,há sempre alguns quelogram captar-lhes um interesse mais vivo. Qualquer coisa que jamais esquecerão.Sucede isto em todos os jornais do mundo.Também em 1970 e para o pessoal que faz o «Tempo» houve acontecimentos -mais impressionantes ou~Iais importantes - que obtiveram o favor (raro entre nós) deum reparoapaixoiado e de ser ainda retido pela>sa memória.Claro que cada pessoa se interessa mais ou menos por cada assunto, de acordocom o temperamento, aster.dências e a esfera de interesses.Se o leitor quiser tentar a experiência, e eleger como mais impressionante dois outrês acontecimentos de1970, verá que dificilmente <oncidirão com os escolhidos pelos seus amigos.

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O mesmo se verificou entre nós, no rápido inquérito-sufrágio que realizámos e emque grande parte dosque fazem o «Tempo» escolheu as noticias que lhe pareceu maisdignas de nota.Para o leitor fazer uma comparação com a sua própria escolha damos a seguir oresultado deste despretensioso inquérito da última hora.Estas são as perguntas a que obedeceu:

MPÁGINAREVISTA1 -~ ~ ~RUI CARTAXANA (director-adjunto)No plano nacionai, a cuidadosa mas inegável política de degelo o abertura, de queo Governo de Marceilo Caetano tem dado alguns sinais a se traduzem já emmedidas concretas: legislação sindical, maiores garantias judiciais, proposta deLei de Imprensa, revisão constitucional e, como maior sintoma do fim do talisolacionismo orgulhosamente só, a declarada política- deaproximação com aEuropa e o Mundo. Ainda no plano nacional, mas no que a Moçambiquo serefere, parece-me que posso sublinhar, sem parecor ujacobino», o aparecimentodesta revista - sem dúvida um caso original no panorama da Imprensa deMoçambique.Internacionalmente, de uma forma genérica 1970 ficará assinalado por doissintomas profundos, mas de sinais contrários: um, a nítida eirreversível tomadade'consciência de uma apreciável camada de juventude mundial, cada vez maissensibilizada para os grandes e verdadeiros problemas do homem, de tal formaque se poderá falar no aparecimento de um novo humanismo, numa novamentalidade, numa <nova esquerda». A juventude é o melhor que há neste Mundoatónito e perturbado dos nossos dias. Estamos, creio, no limiar de uma nova Era -uma Era mais justa, mais verdadeira, mais humana. Outro, a generalização daviolência como arma política ou de pressão política, de que tivemos tãolamentáveis exemplos.Um voto para 1971? Desenvolvimento. Desenvolvimento económico e social paratodos os povos. Creio, como Paulo VI, que desenvolvimento é overdadeiro nomeda Paz...MOITA LOPES (chefe de redacção)1 -A facilidade com que o Mundo continua a esquecer os seus problemasfundamentais, debruçando-se evasivamente sobre particularidades que apenas sãodébeis reflexos desses mesmos problemas, é - continua a ser,na minha opinião - amais impressionante faceta deste tempo que vivemos. Por outro lado, eparalelamente a isto, o que julgo ser maís importante foi o prosseguimento dascertezas que se mantiveram apesar dasconsolidadas e indestruidas estruturas que um dia pareceram já definitivamenteabaladas.2- Talvez a procura comum do que, para além de todas as ideologias ou posições,seja verdadeiramente essencial; a possibilidaae de construir mesmo que seja a

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partir de todas as ruínas; a alegria; a responsabilidade concedida e assumidalivremente. Por outras palavras, a certeza da esperança.AREOSA PENA (redactor)1- No sector nacional aponto como facto mais importante de 1970 o aumento devencimentos dos funcionários públicos ultramarinos; e, nosector internacional, aaproximação Bonna-Moscovo que entendo como passo decisivono caminho dacoexistência pacífica.2- Para 1971 desejo: Nacional aprovação e entrada em vigor demedidas maisliberalizadoras; Internacional - voz activa para 700 milhões de chineses (1/5 daHumanidade) cuja existência, o mundo não pode continuar a ignorar e a manterafastada da O. N. U.

PÁGINA91970'IsMANUEL SALVADO (tradutor)1 - Generalizando, creio que o que mais me tem impressionado tem sido a quaseincomensurável capacidade criadora do génio humano em todos os campos daCiência, nomeadamente os avanços, alcançados em astronáutica, e asMUIÉISinvestigações e pesquizas com a finalidade de combater os grandes maoles fisicosque afectam a Humanidade.2-Esperança num mundo melhorpara todos!LOPES JONIOR (repórter)1 -No campo nacional o acontecimonto que mais me impressionou foi talvezprecisamente a falta de acontecimentos nacionais.No campo internacional posso citar asubida ao Poder na Bolívia do general Torrez e a eleição de Allende para apresidência do Chile e a invasão da Rek 'pública da Guiné.2- Como principais desejos paraJOSÉ AREDE (impressor)1- Nacional: A entrada na Cma Corporativa da proposta de lei referente àliberalização da Imprensa. Internacional: A morte de Çharles De Gaullo.'2-Paz no Mundo que os 8. M.A. E. nos foreçam sem as habituais interrupções o líquido de que tanto carecemos,eis os meus votos para 1971.ALEXANDRE FERNANDES (impressor)Para mim os acontecimentos mais impornte da 1970 foram o inicio das obres deCabora sas a morte de Charas Do GaulIe. E para 1971 desejo que e.Tempocontinue a sua rápida1quatro ponte a contos com a a: Aem Fra2Imprens vida.

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osso citar, na minha qualidade lista, o desejo de liberdade de a, o aparecimento acoadjuvar nário «,Tempo-, de um diário vermente independente e válido, ieMoçambique se encontra paumente servida nesse sector. E de lo geral, que aliberdade se esnais e mais a todos que hoje ara se soltarem do jugo dos seusres.CAMPOS (linotipista)N : O facto, de ao fim deanos de cobrança de portagem, a ibra Tejo já ter rendido 397 000 e ai se mantera portagem mna taxa inicial. Intemaciomorte por carbonização de 140 que seencontravam num baile nça.Votos para 1971: Paz universal, a livre e melhoria do nível de

PORNOSANTóNIO GONÇALVES (chefe das oficinas)1 - Nacional: A saída da revista «Tempo- que marcou o aparecimento de umaImprensa séria em Moçambique. Internacional: O incêndio emFrança ondemorreram 140 jovens que se encontravam a divertir-se num baile.2-Desejos para 1971: Uma Imprensa livre e um maior número de jornais, tanto emMoçambique como na MetrópoleARMINDO AFONSO (repórter fotográfico)1 - O acontecimento mais importante do ano foi o aparecimentoda nossa revistaque veio revolucionar a Imprensa local e beneficiar todos osprofissionais daInformação. Na vida internacional o que mais me impressionou foi orecrudescimento dos raptos dos diplomatas e da pirataria aérea.2- Os meus votos para 1971 são liberdade de Imprensa e continuação do, êxito do,Tempo,,.KOK NAM (repórter fotográfico)1 - No plano nacional atribuo maior importânia à discussão dos dois projectos deLei de Imprensa. No plano internacional, a eleição de Allaeopara a presidência daRepública do Chile.2 - Que se consolide a paz no mundo e se e ie mis os direitos humanos.RICARDO RANGEL (chefe depart. fotográfico)1-No sector nacional o que mais ma inpreselonou foi a discussão do projecto danova lei de Imprensa. No sector internacional foi a destruição dos-Bosgms pelos comandos palestinianos. . 2-Para 1971 apenasum desejo: aabolição da cenura. Enquento esta existir, sinto-ma frustrado come profissionalpois não é posive fazer jornalismo verdadábo.VÍTOR MANUEL (montador de off-set)- O arranque para a construção, de Cabora Bassa é que me parecede maisimporância na vida nacional de 1970. Na vida internacional,a decisão de NI. xonde ritirar as suas tropas do Vietnm.2 - Gostava que em 197 1 acabassenm todas as guerras e que Portugal entrassepara o;Mercado Comum.ANTÓNIO SIMÕES (fotógrafo de off-set)

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1 -,0 que mais me impressionou em 1970 foi, em Portugal, a nomeação de umamulher para o Governo e, no estrangeiro, os acontecimentos de Conacri.2-Para 1971, desejava um maior desenvolvimento na agricultura o omalIbramsnto da nossa rede de estradas.CONSTANTINO ANANE (compositor)1 - Para mim o acontecimento nacional que mais me impressionou foi o inicio dasobras de Cabora Bassa é o internacional foi a conquista do Campeonato deFutebol pelo Brasil.2- Desejava que em 1971 acabasse o racismo em todo o mundo.PÁGINA 9

oMAIORDESEJOPARA1971LIBERDADEDEIMPRENSAELVINO PEREIRA (chefe da expansão)1 - O arejamento dado por Marcelio Caetano à vida política nacional, por umlado, e a fome que continua a escra vizar mais de dois terços doGlobo, pelooutro, foram os factos que mais me impressionaram em 1970.2- Para 1971, desejo que os' dirigentes se entendam pela voz da razão e não pelavoz dos canhões e que apro veitem o dinheiro gasto nas guerras- em que o povo é que fica sempre a perder- na promoção social das populaçõesque lhes confiaram (quando con. fiaram ...) o Poder.ANUIA AMADE (encadernadora)1- Barragem de Cabora Bania (nacional) e a conquista do Campeonato do Mundode Futebol pelo Brasil (internacional).2 - Para 1971 quero um marido novo.FÉLIX FILIPE (ajudante de impressor)1 - A morte de Salazar (nacional); os raptos dos diplomatas (internacional).2 - 1971: aumento de salário para poder casar.SEBASTIÃO BENJAMIM (oper. de guilhotina)Para mim os acontecimentos que me parecem mais importantes em Portugal e õestrangeiro foi a saída do ,Tempo» e a vitria de Cassius Clay.Para 1971 desejoque haja água e luz para o Chamanculo.A morte de Nasser é, até por recente, um dos acontecimentos que mais fàcilmenterecordo. O desaparecimento abrupto do presidente da R. A., U., sem deixar deser um facto realmente importante no xadrez internacional,foi além do mais 'umevento verdadeiramente impressionante. E para o sentir, bastaria conhecer a formaalucinante como milhões de individuos - e aqui. sim, o termo expontâneo temrealmente significado - viveram o passamento do prestigiado político. Não foipreciso mais para se saber que tinha desaparecido um Homem deenvergaduraexcepcional, um chefe inquestionàvelmente aceite pelo seupovo. Outros

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dirigentes políticos desapareceram no decorrer de 1970, e,se em lado algum umpovo chorou sentidamente a morté de algum deles, isso aconteceu no Egipto.Dentro de casa, que acontecimento me teria impressionado mais? Não sei. Prefiroesperar por 1971 para julgar do significado de uma ou outra reforma de que sefalou, este ano, mas cujos resultados, à «nossa» - velocidade, é ainda cedo paraavaliar. É que, no nosso caso. as questões só podem impressionar-nos ou não, apartir do conhecimento dos efeitos - e esses, mal ou bem, surgem geralmente forade tempo.O que mais me agradaria em 1971? Poder ter razões para, favorâvelmente, memanifestar em relação à questão anterior.

a emanaPÁGINA 11REOUISITADO E OCUPADO PELA AUTORIDADE UM EDIFICIOACABADO DE CONSTRUIR EM LISBOAA operação teve muito coisa de inédito: uma força de sapa-. dores bombeiros deLisboa forçou há dias com traves de ferro as portas metálicasde um edifícioacabado de construir há re-Vista parcial da fachada do imóvel, desde ontem ocupado oficialmente pelaUniversidade de Lisboa, vendo-se, ainda, à porta. dois guardas da P. S. P. e uma-viatura dos SapadoresBombeiroslativamente pouco tempo, na Travessa do Rosário, à Praça da Alegria.O edifício, que tem quatro andares, com cav, e rés-do-chão, ficou assim ocupadooficialmente pela Universidade de Lisboa, que o vai entregar à Faculdade deCiéncias.O secretário daquela Universidade. dr. Nuno Sampaio de Lemos, que assistiu aoacto da entrada das autoridades no edifício, explicou a alguns jornalistas presentesque o mesmo fora executado com base numa lei de 1948, que autoriza o Es. tado arequisitar para os seus serviços certas instalações, quando se verifiquenecessidade urgente. Irão ali funcionar aulas e outros serviços da Faculdade deCiências de Lisboa e a decisão de o ocupar, aprovada na últimareunião doConselho de Ministros, é o remate de uma demanda judicial quese arrastoudurante algum te.ntpo, pois, embora os donos do ,prédio tenham o direito derecorrer, julga-se que o não farão.O arrombamento das portas principais do prédio pelos sapadores bombeiroscausou aiguma sensação naquela pacata zona de Lisboa, tendo-se juntado muitoscuriosos nas imediações.Segundo o capitão que comandou os sapadores, os proprietárias do edifício,senho-"MISS" MOÇAMBIOUE 1911Numa oportuna iniciativa do «Notícias da Beira», em colaboração com o «DiárioPopular», de Usboa, vai realizar-se em Março próximo a eleição de «Missa>Meçambique 1971, abrindo no dia 1 e encerrando em 31 de Janeiro as inscricõasentre as jovens belezas da nossa terra interessadas em candidatar-se.

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Paralelamente serão escolhidas entre as concorrentes as ,misses» Popularidade eSimpatia.Segundo o regulamento, játornado público, poderão participar no interessante concurso todas as jovenssolteiras de Moçambique cujas idades oscilem entre os 18 e os26 anos (acompletar até Maio próximo).Entre os valiosos prémios previstos pela organização (e semesquecer apossibilidade da eleita poder concorrer ao concurso de «Miss» Portugal, a efectuarem Lisboa), contam-separa a vencedora (tftulo de 2- 'Miss Moçambique 1971),um Wautomóvel, um conjunto de coSlar e brincos, uma taça come-morativa e um corte de vestido de noite; para «Miss» Popularidade: umautomóvel e uma taça comemorativa; e para «Miss Simpatia, umconjuntoest'ýreof0nico de alta fidelidade composto por gira-discos, amplifica2or e doisalti-falantes, oito dias de férias numa estância turísticade Moçambique, a indicar,e uma taça comemorativa.A iniciativa do «Noticias da Beira» está a despertar o mais vivo interesse entre asjovens moçambicanas e é de esperar elevado número de inScrições.rios forçados da Faculdade de Ci6ncias, pretendiam arrendá-lo para escritórios enão compareceram ao acto de ocupação,arrolamento e entrega do mosmo & Universidade de Lisboa, apesar de terem sidoconvocados para isso. ,,ssembleia Nacional:Eleições suplementares ou dissoluçãO?No caso de o número de deputados vir a ser aumentado para 150 (conforme aproposta de revisão constitucional apresentada pelo ,Governo), haverá dis.solução da Assembleia e novas eleições ou apeneseleições suplementares?A pergunta, feita com muita oportunidade pelodeputado Sá Carneiro, há dias, respondeu já a Presidência doConselho: nostermos constitucionais, o assunto é da competência do Presidente da República,depois de ouvido o Conselho de Estado.Terá reparado, certamente, Caro Leitor, que o papel em que foi impressa a suarevista é ligeiramente diferente do habitual. Diferente natextura e nas dimensões,o que nos obrigou a uma ligeira mas-talvez perceptível alteração n. largura darevista. Seria uma história longa contarmos-lhe o que se passou, mas seconseguimos papel para fazer o «Tempo» tivemos de o ir buscar, em condiçõesaltamente desvantajosas, à Africa do Sul, pois o nosso fornecedor habitual, aempresa metropolitana, Indústria de Papel da Abelheira, apesar dos compromissosque tinha assumido para connosco, pura e simplesmente não oshonrou.Imagine o Leitor a ideia que fazem de nós alguns senhores da Metrópole: saiurecentemente um decreto que-obriga a boletim de importaçãoalguns produtosmetropolitanos, entre eles o papel de jornal; trata-se de uma diligência meramenteburocrática, feita aqui pelos importadores, que são agentes da «Abelheira»; poiseste fabricante nacional, cujo produto temos estado a consumir (e a pagar) emcondições desvantajosas 'em relação a similares estrangeiros, não em-, barcou opapel na data marcada... por causa de um decreto que nada tinha a ver com ele,

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mas com o seu agente aqui e connosco. Receou, ao que parece, que nãosoubessemos ler o diploma legal e não lhe levantássemos aquia mercadoria. Ahistória dos leões, sabe ...Claro que vamos ver ainda como responder a esta atitude anticomercial,indesculpável e semimedieval, mas, ao dar-lhe conta de uma anomalia de que nãotemos culpa elamentamos profundamente, não podemos deixar de lhe pedir,Caro Leitor, asnossas mais pesarosas desculpas.E não podemos também deixar de ficar a pensar como será possível à indústriametropolitana, enquanto houver por lá mentalidades deste tipo, sobreviver nummundo cada vez mais competitivo ou aproximar-se, sequer, daEuropa - umproblema que tratámos já, .por diversas vezes, nas nossas colunas e do quálacãbãífíôí ior se r vítimas.

MPÁGINA 12(DO OSSO CORERpONDENAUGUSTO DE CARVALHO)LISBOA - Nesta quadra natalicia com temperaturas negativase emigrantes aentrarem por todas as fronteiras (só na de Irun em' 48 horas foran 22 mil onúmero de portugueses que carimbaram os seus passaportes, rumo a torrão natal),a Assembleia Nacional deu provas de vitalidade e vigilânciaa queverdad4eiramente não estávamos muito habituados. Está lentamente a prócessar-se uma renovação politica que, a longo prazo, dará os seus frutos, talvez nãosonhados no momento actual. No entanto, .caminha-se lentamente, demasiadolentamente com cautelas exScessivas ou então visões pouco aderentes à realidadeque nos cerca. A expressão regime-Marcel1o Caetano vai ganhando foros decidade, inclusive atravésde uma legislação que, se na fundamentalidade das determinações se não afastado salaza-rismo, admite cláusulas impensáveis no tempo do falecido -leader».Haja em vista a proposta para a remodelação da Constituição em que na partereferente ao Ultramar se perfilha uma descentralização administrativa e política.UMA DECISAODIFICIL DE TOMAREsta segunda sessão da décima legislatura terminou no passado dia 18 a primeiraparte dos trabalhos. Entrou em férias de Natal para abrir a 5 de Janeiro. Derealmente importante não apenas pelas matérias versadas, mas também pelo seusignificado politico, são de salientar dois projectos (sobretudo um) de altera-Diálogo metafóricoem ambiente descontraídoO projecto do alteraçio constitucional Sá Carneiro-Mota Amaral encontrou, comose uabe, algumas dificuldades, tendo empatado a votação da comissão deaceitaçao, a qual s6 funcionou com o voto de desempate do Presidente AmaralNeto. As diligências que antecederam este acto chegaram a atrasar o começo dostrabalhos da Assembleia em mais de 50 minutos, depois de uma reunião do

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Presidente com o Conselheiro Albino dos Reis, presidente daComissão deLegislação e Redacção.De regresso à sala de sessões o decano dos actuais deputados àAssembleiaNacional dirigiu-se ao grupo de jovens colegas em que se encontrava o dr. SãCarneiro e comentou, no seu jeito habilissimo de gracejar:- Os senhores sã arranjam trabalhos: não só me obrigam a vir cáamanhã demanhã como andam para ai com projectos, a fazer subir a temperatura da sala....Resposta (metafõrica) do dr. Sá Carneiro:- Fazer subir a temperatura, sr. Conselheiro? Pois se isto ainda não passou dos dezgraus? (referia-se ao númerode assinaturas, até então recolhidas para o projecto).- S6 dez?1 - ironizou o primeiro:- É verdadel -' retorquiu o dr. Sã Carneiro. E de qualquer modo, isto nunca pode iralém dos 15 - insistiu o deputado pelo Porto, aludindo ao número máximo designatários previsto pela Constituição.O conselheiro Albino dos Reis manteve o tom:- Acho que é uma temperatura demasiado baixa....E o dr. Sã Carneiro rematou:--Digamos que é um projecio de revisão constitucional morno.iywjut~-ção constitucional à proposta da entre os qu ,.revisão da iniciativa do Governo.haviam sido Os dois projectos já foram en- pelo prof. M viadosà CâmaraCorpõrativa projecto cir para a emissão do respectivo pa- go8." (dire recer, masnão sem terem pri- rantias) e a meiro atravessado na Câmara, da Repúblic umcaminho cheio de escolhos. O gio directo Presidente teve de os sujeitar, Chefe doE nos termos do Regimento da texto constit Assembleia, às comissões de Le- deliberdad gislação e Redacção e de Poli- blemas relc tica de Administração Geral evação da 1 Local, para que estas se pronun- tensão da c ciassemacerca da suaoportu- da Assemb nidade e conveniência de acei- maior pod tação. A conclusãonão foi fácil, sobre a ad sobretudo no que se refere ao. Governo. projectoapresentado pelo grupo do dr. Só Carneiro (quinze ao todo), aavaliar pela demora(as DE NOVO referidas comissões reuniram-se O NOME durante dois dias etiveram mui- - 0 " tas horas de discusão). Mas há mais: na comissão politica talQuanto e projecto foi admitido com algu- sentado p mas restrições (esta comissãoé com o en presidida pelo prof. Gonçalves à cabeça, de Proença), enquanto aComis- mente, a p são de Legislação e Redacção de novo le lhe não chegou a daro seu acor- inclusão d do. Verificou-se um empate a Constituiça quatro votos,que não foi possi- sua lei fun vel resolver, por se encontrar au- tuguesa in sente onono elemento da comis- inclusão e são, o dr. Meio e Castro. Não proposta rideixa de ter interesse conhecer tra o pare os nomes dos deputados que rotada poconstituem esta comissão. Além votos. Por do dr. Meio e Castro são eles os pedemai: seguintes: Albino dos Reis, Fran- legislativa co Nogueira, Serras Pereira,Veiga de Macedo, Mata Amaral, Magalhães Mota, Miguel BastosA IMPREN eAvila de Azevedo. O projecto DE NOVO foi admitido, finalmente, no dia 1 8.pois o presidente da Assembleia Nacional assim o decidiu, O projec usando dos

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poderes que lhe con- e respecti fere o § 1. do artigo 11.° do Re-rias que gimentoque diz: «Sendo diver- cutido dur gentes os votos 'das comissões tor na C ouvidas,o presidente decidirá-, professor Dos quinze deputados queapre- dade de Csentarpm este Projecto, seis deles. aue iá éais o dr. Sã Carneiro, recebidos no dia 15 [arcello Caetano. Este cunscreve-se .aoartiitos, liberdades e gaeleição do Presidente ca: em resumo: sufrápara a eleiçãodo stado, consignação no tucional dos princípios. e de informação, proicionadoscom a priiberdade pessoal, exompetência legislativa leia Nacional e um er decontrolo desta tividade legislativa do,DE DEUSio outro projecto, apre,r catorze deputados ;., Duarte do Amaral ele refere-se,essencialarte da religião e vem vantar o problema da o nome deDeus na o («Noprincipio da damental a Nação Porvoca o nome de Deus»), sta que já havia sido aúltima revisão, concer do Governo, e derr escassa maioria deoutro lado, tambéms ampla competência para a Assembleia.ISAEM FOCOtio do dr. Sã Carneiro vo grupo, pelas matéabrange, vai ser disamente. Será seurelaâmara Corporativa, o, de Direito da Universi-k 3oimbra, Afonso Queirórelator da nronosta ,inSEMBLEIA NACIONALDIA SEMANA AGITADiIII

PAGINA 13EALGUMAS PRO0POSTAS IMPORTANTESGoverno. Colabora estreitamente boa, na Imp] com este catedrático o regentetanto, o Sinu da cadeira de Direito Adminis- Jornalistas, trativo da Faculdade deLisboa bleia Geral, e antigo assistente do prof. Mar- do projecto cello 'Caetano,dr. Diogo Freitas Sã Carneirodo Amaral. do-o na gen. Quanto á Imprensa, propõe-se viado telegrc no projecto-SáCarneiro que o doisdeputad princípio de liberdade, com ex- Presidente dc clusão de censura prévia,fique nal pedindo consignado na Constituição com nhecimento uma únicaressalva, «o caso de Câmara. Algi guerra, durante o qual poderá apresentadasser'imposto o regime de consulta forma da Co prévia obrigatório para noticiassido consign de carácter militar». A ser admi- lei da Impr tido tal projecto reatar-se-á uma tradição nacional, interrompida bruscamente em 1926, tradição esta quemergulha raizes nos tempos já longínquos da monar- OUTRAS ALquiaconstitucional e desde o PROPOSTAS aparecimento dos primeiros jornais emPortugal. O primeiro jornal diário português, o «Diário Entre outra Lisbonense»,apareceu em 1 de tas constam Maio de 1809, impresso em Lis- 9.'- Nãoressão Régia. Entredicato Nacional dos reunido em Assemdeclarou-se a favor deLei de Imprensa, Balsemão, aprovaneralidade, tendo" enmias de apoio aos los eum outro ao Assembleia Naciopara que desse coio seu conteúdoà umas dasalterações à proposta de renstituição, já haviam idas no projecto de ensa.rERAÇOES

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5 alteraç5es proposas seguintes: ser condenado empenas privativas ou restritivas da liberdade pessoal, nem atingido por medidas desegurança, senão por decisões de tribunais comuns de jurisdição ordinária,excepto por crimes essencialmente militares e em virtude delei anterior quedeclare punível o acto ou ompsão, nem sofrer pena mais grave do que aquela queestiver fixada ao tempo da prática do crime.10- Haver instrução judiciária escrita, preparatória e contraditória, dando-se aossuspeitos e aos arguidos, tanto no decurso das investigações como antes e depoisda formação da culpa e da aplicação de medidas de segurança, aassistência deadvogado de sua escolha ou de defensor oficioso, bem como as demais garantiasde defesa.11.* - Não haver pena de morte, salvo no caso de beligerância com paisestrangeiro e para ser aplicada no teatro de guerra, nos termos da lei marcial, nempenasDu medidas de segurança privativas ou restritivas da liberdade pessoal comcarácter 'perpétuo, com duração ilimitada ou estabelecidas por períodosindefinidamente prorrogáveis.§ 2."- Leis especiais regularão o efectivo exercício das liberdades de informação,de expressão do pensamento, de ensino, de reuniáo, de associação, de práticareligiosa e de emigraçáo, por forma a impedir únicamente a alteração da ordempública, não podendo em caso algum o exercício efectivo dessas liberdades sersubmetido a poder discricionário do governo ou da administração ou serem-lhecriadas limitações que redundem na sua supressão prática, sob a responsabilidadecominada no art." 115."'.§ 3." - A lei poderá autorizar a prisão preventiva em flagrante delito ou por crimedoloso a que corresponda pena maior.A prisão preventiva sem culpa formada não pode ter duração superior a 72 horas,improrrogáveis, e s6 pode ser ordenada havendo fortes indícios da prática docrime.Segundo declarou o dr. Mtcár Amaral, segundo secretário da mesa da AssembleiaNacional e co-autor material do projecto de revisão que elaborou com o dr. SãCarneiro, é provável que a revisão d Constituição venha a serdiscutida em sessãoextraordinária, durante o pr6ximo mês de Junho ... .... ;_

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ECONOMICOS EM AFRICA

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ConferênciaMissionária IslamicaO Isio poderé expandir-.s por todo o mundo se os muçulmanos trabalhlrem.ôelamnte nega. sen. tido, disse recentemente em Tripoli o dirigente líbio coronelMuamar El Kaldhafl, na sessão Inaugural da 1 Conferência Misuionáula Islda alirealizada.Cerca de 50 eruditos representantes do Egipto, Paquistão, Argélia, Tunlsia, ArábiaSaudita, Síria, Inglaterra e Jugoslávia, assistiram à conferência.O coronel El Kadhafi fez um apelo no sentido de uma moderna interpretação doIslão que revelaria a sua progressiva essência e ajudaria a sua expansão pelospaíses não-muçulmanos de hoje, dentro da tradição do trabalho missionárioiniciado pelo profeta Maomé. El Kadhafi negou que o Islão fosse uma religiãoreaccionária incapaz de se adaptar à mudança. «se o comunismo reivindica o seucarácter progressivo e condena as religiões, então a religião muçulmana é aindamais progressiva do que o próprio comunismo», afirmou o coronel.El Kadhafi afirmou ainda que a religião muçulmana havia estabelécido as basesda economia, das relações entre o trabalho e os trabalhadores, e uma livre,próspera e auto-suficiente comunidade dedicada ao bem estar, tanto do individuocomo da própria comunidade. Os Islão, acrescentou, definiuestes princípiosmuito antes de Lenine, Marx, Mao ou Castro.Os círculos afectos à reunião informaram que as discussões ali travadas bemcomo as comunicaSções escritas apresentadas giraram ao redor das questões dequaliflcações para o trabalho missionálio, as regiões maisadequadas a essetrabalho e, principalmente, a questão do trabalho missionário em Africa, porforma a fazer face à influíncía dos missionários cristãos.O presidente da conferência,Salah Boussier, antigo ministro dos Estrangeiros da Líbia,acusou os missionárioscristãos de agirem como a «vanguarda» do colonialismo, e disse que as;igrejascatólicas que existem no país desde o tempo da colonização italiana Nnao seriamdestruidas mas trans» formadas em lugares de culto muýçulmano.GAMQUINÍASlERRE LE- DBI 51SIA AFAR & ISSARWJ.-Proposta Comunidade ;comica da Africa Cen.troOrlental 1 Unido dos Estados Centro-Afrieanos- Actual Unio doe Estados Ceatro-Afri=aos0~a~eiad da Untia Oriental,a...aUnião Ecedvmica Centro-AfricanaProposta Comunidade Econdmica da Africa-Central ,Orgnlao dos Estados do Rio SenegalConeeli de I'Entente (Estados ra~cóons)SONO

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A TANZANIA FIRMA A SOA ECONOMIAA Suécia e o Banco Mundial deram mãos a fim de financiar o maiorprojectohidroeléctrico jamais empreendido pela Tanznia,.O Banco Mundial contribuirá com um empréstimo de 30 milhões de dólaresenquanto o Governo sueco concederá um crédito equivalente a12 milhões dedólares, para cobrir o custo em divisas estrangeiras, de um complexohidroeléctrico em Kidatu sobre o rio Ruaha. O projecto compreende a construçãode uma barragem, uma central geradora e uma linha de transmissão de 304quilómetros de Kidatu a Dar-es-Salaam.O empréstimo do Banco Mundial é por um periodo de 25 anos ao juro de 7,25 porcento. O crédito sueco é pelo prazo de 50 anos e isento de juros.PESQUISAB PETROLM ASPor outro lado, a companhia italiana A. G. 1. P. realizará prospecções de petróleoem »novas áreas da Tanzânia, segundo um acordo assinado recentemente em Dar-es-Salaam. Por este acordo foi ampliado em mais de 7487 quilómetros quadradosa área da concessão anteriormente feita à A.G.I.P.Tendo já sido anunciado que os primeiros resultados das operaçes de prospecçãode petróleo na Tanzânia eram «muito encotIajadoras». Em nome da A. G. 1. P.,uma empresa americana realiza as operações sismográficas.De um modo geral,espera-se que a economia da Tanzânia se desenvolva mais depressa, do que amédia prevista - 6,7 por cento ao ano.A colheita do algodão, chá castanha c<e caju deverá, bater e 1971 novos recordes,ao mesr tempo que entrarão em operaç, diversas fábricas, contribuindo 1 dos estesfactos para a reduç, das importações..... Espera-se que, nopróximo ar a Tanzâniaseja visitada por a 70 mil turistas, o que també aumentará as reservas de divis<estrangeiras do pais. - (AFP).iV para a Africa:doze línguas simultaneasOs laboratórios da International Telephone and Telegraph Corporation»,emEsslingen, Alemanha Ocidental, estão desenvolvendo um sistema ,de televisãocapaz de transmitir simultâneamente en<í doze línguas.Normalmente, a imam de televisão é acompanhcala de apenas uma banda sonoranuma única língua. Agora, será possível acompanhar a imagemcom doze canaissonoros. Assim, enquanto a imagem se mantém a mesma, o telespectador poderáescolher à sua vontade a banda sonora.A companhia informa que sistemas de televisão deste tipo sãodestinados,principalmente, para os mercados africanos.

PÁGINA 16 ____________ierncinaL Paulo VI durante a sua visita a Africa em 1970: os homens são meus irmãos»o terrorismo da subversão não podeisponder-se com o terrorismoa repressãodizem os bispos brasileirosOs bispos do Brasil, na conclusão da sua reuniãó extraordin i, realizada no Rio deJaneiro a 15 e 16 do corrente publicou .cumento de que se reproduz o ,seguinte:

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O Papa Pauldenuncia eO -Osservatore Romano» publicou no dia 25 do mês passado o texto de umaalocuçáo papal que visa as torturas, a sUbversão,repressdo e a violência.O Papa esclarece nesse discurso que é levado a t omar posição nesses assuntos,aparentemente de carácter intemporal, evocando S. Paulo que disse: «o homemespiritual julga de tudo ..."e também porque: "os olhares críticos que de toda a parte se fixam sobre nós paraver se realmente exercemos uma funçáo universal de magistério doutrinal emoral».. E prosseguindo no que chama o seu «dever doloroso-, o Papa condena: «astorturas ' por exemplo. Fala-se delas como de uma epidemia que alastra pormuitas partes do mundo, e diz-se talvez com certa intenção, política, que têm oseu centro num grande país, até aqui estimado e respeitado por todos como umpais livre e digno".Após esta referência círamentedirigida ao Brasil, Paulo VI afirmou: «As torturas, isto é osmétodos policiaiscruéis e desumanos, para extorquir confissões dos lfbios dos prisioneiros, sãoabsolutamente condenáveis Elas não são hoje admissíveis, nem mesmo com o fimde exercer a justiça ou de defender a ordem pública. Não são toleráveis mesmoquando são praticadas por órgáos subalternos, som mandato nem autorização dasào'Vicondena asautoridades superiores, sobre quem podem recair a responsabilidade desemelhantes prepotências abusivas e degradantes. Devem ser condenadas eabolidas. Não só ofendem a integridade física, mas também a dignidade da pessoahumana. Degradam o sentido e a majestade da justiça. Inspiram sentimentosimplacáveis e contagiosos de ódio e de vingança, Nas circunstâncias em que foipossível, deplorámos estes procedimentos bárbaros e. procuramos dissuadir oshomens de os empregarem. As autoridades da Igreja e a opiniãopública doscatólicos ergueram a sua voz contra estes iníquos abusos de poder.Os delitos dasubversãoEm seguida Paulo VI abordou «a violência e o terrorismo empregados comométodos normais para subverter a ordem estabelecida, quando esta ordem náo seapresenta, também ela, de uma forma clara, violenta e injusta, de opressãoinsuportável, que não possa ser reformada por outros meios.Estes métodos devemtambém ser deplorados. Produzem danos injustos e provocam sentimentos ecostumes deletérios para a vida comunitária, levando lógicamente à diminuiçãoou a perda da liberdade e da coexistência social»,A Comissão Central da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil convocadaextraordinàriamilente, reuniu-se no Rio de Ianeir, nos dias 15 e 16 do corrente,para apreciar as presentes condides-de garantia e plena realizadao da acçãoapostólica da Igreja, no desenvolvimento social e culturaldo pais.

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No empenho da constante orientação do povo de Deus, examinouacontecimentosrecentes verificades em entidades relacionadascóm a sua misso.A invasáo da sede nacional daJuventude Operária Católica (JOC) e do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento(IBRADES), com a prisão de membros dessas entidades, veio somar-se aosnumer sos casos de sacerdotes e leigos encarcerados, em claro desentendimentodas condições, embora Smínimas, inequivocamente estabe'ecidas pela legislaçãodo pais, quanto à comunicação de detenção à autoridade judiciária equanto ãs limitações à incomunicabilidade estabelecidas pelo parágrafo primeirodo artigo 59 do Decreto-Lei n." 898, de 29 de Setembro de 1969.Ao reconhecer no desenvolvimento económico e sociql do Brasil as realizaçõesdo Governo, a Comissão Central encarece entretanto que a promoçao do homemem suas. várias implicações- objectivo assumido pelo Governo em seus documentos oficiais-, deva serplenamente, assegurada em todos os escalões de sua organização política e *hdministrativa.Tal objectivo no será alcançado quando, para eliminar o terrorismo subversivo eaviltante, cuja maior vitima é o próprio povo, a exacerbaçãode uma justapreocupação pela segurança nacional, gera um clima de crescente insegurança. Oterrorismo da subversão náo pode ter como resposta o terrorismo da repressao.MENSAGEM PAPAL DOVinte e cinco anos depois do termo da i Guerra Mundial, as guerras continuam aassolar o Mundo e parecem ser um mal incurável qu< ameaça alastrar e agravar-se,, afirma o Papa Pulo VI na sua mensagen de Ano Novo. A paz, uma vez mais, étida apenas como o equilíbrio d. forças poderosas e armamentos terrificos. Noentanto, parece também ëi tar a tomar forma no mundo uma coesão que favorecea paz - acres centa Sua Santidade.Na sua mensagem do Ano Novo, o Papa propõe como tema o 4." Dil daPaz, em 1de laneiro de 1971, a frase «cada homem'é meu irmão, Os princípios básicosdesse tema devem ser a fraternidade dos homen e a rejeição do rácismo.Após a última guerra nasceram esperanças que não são realistas. «Fj zeram-segrandes gestos: os vencedores, por exemplo, vieram em auxiliý dos vencidos.Grandes instituições se fundaram. Mas a guerra continua,Continuou a haver discriminação social, racial e religiosa... Os demd nios deontem estão a erguer-se de novo e a supremacia do poderi económico estáregressando com a fácil exploração do fraco, «tal com, o ódiode classes e aguerra de classes, e assim nasceu de novo a lut civil internacional».«A luta pelo prestigio nacional e pelo poder político ressurgiu, assiz como oinflexível conflito de ambições e os enraizados preconceitos d

rorturas e, a repressaoOpressão a repressãoO Papa condena abertamente a guerra agressiva, os métodos violentos em geral:«Que dizer das repressões homicidas, não só contra formações armadas rebeldes,mas até contra populações desarmadas e inocentes?» «Todos vêem que a guerra

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continua no Mundo. O juízo torna-se tanto mais difícil e reservado, quanto mais acomplexidade dos 'factos e dos seus componentes foge a um conhecimentoadequado. Mas, também aqui, não se 'pode omitir uma condenação, pelo menosno campo dos princípios. Nós não somos pela guerra, embora infelizmente ela'possa algumas vezes ser imposta por extremas necessidadesde defesa». -Fazemos votos para que as aspirações à justiça, ao direito e ao progressoencontrem os seus caminhos pacíficos, humanos e cristãos, nas organizaçõesinternacionais já instituidas ou que se venham a instituir para esse fim».O Papa exprime ainda a sua «inquebrantável confiança em encontrar no homemdelinquente, a forma humana de todo o rosto que traz o reflexodo de Deus».As torturas no BrasilEsta condenação da tortura no Brasil, feita por Paulo VI e quefqi feita poucosdias depois de pu-blicado um documento episcopal brasileiro, censurando as violências e abusos doPoder, suscitou ýdecerto inquietação sobre alguns dos bispos ee cardeais, queainda se negam a aceitar como definitivas todas as graves acusações dirigidas aoGoverno de Brasília por grandes partes do clero brasileiro ede todo o mundo.Assim o cardeal Rossi, arcebispo de S. Paulo, ao regressar doVaticano, afirmouque Sua Santidade tinha sido posto ao corrente de que «não havia perseguiçõesreligiosas no Brasil» Esta afirmação, que contradiz as imensas afirmações depadres e dirigentes juvenis católicos presos, provocou viva surpresa no Vaticano,pois está cm manifesta contradição com o verdadeiro sentir do Papa.A alocução do Papa, excepcionalmente traduzida em cinco línguas, deve tambémter embaraçado o Governo do Brasil que see obstina em negar a prática de torturaspela Polícia, na mesma altura em que são públicas por exemploas declarações deMaria Luisa Araújo, professora e militante católica, que afirmou ter sido torturadacom electricidade, após a sua prisão.Assim e como prova do mal-estar das autoridades brasileiras, o 'OsservatoreRomano» foi apreendido, e censuradas todas as referências de qualquerproveniência, à «tortura de sacerdotes no Brasil».A direita, de cima para baixo: D. Hélder da Câmara, arcebispode Recife durante asua recente estada em Paris e outros bispos brasileiros:«Ao terrorismo da subversão não pode responder-se com o terrorismo darepressão»ANO NOVOaça e ideologias. Recorre-se ao crime e à 'violência como um ideal scaldante,indiferente à conflagração que se possa seguir».A paz, diz o Pontífice, é novamente tida como o equilíbrio de forças hderosas e dearmamentos terrificos. Mais uma ,vez, o homem sentiu medo deque qualquercatastrófica imprudência possa conduzir a um utrivel e incontrolável holocausto.No entanto, parece também estar a tomar forma em todo o mundo Ema coesãofavorável à paz, às relações internacionais que formam a )remissa e são, também,garantia de uma certa concórdia. As grandes istituições internacionais esupranacionais são tidas como providenciais«Esta é a nossa mensagem para o ano de 1971. Ela ressoa como .mavoz que selevanta de nova da consciência da sociedade civil, a eclaração dos Direitos

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Humanos: todos os seres humanos nasceram .vres e iguais na dignidade e nosdireitos. Eles são dotados de razão consciência e devem agiruns para com osoutros dentro de um espi[to de fraternidade».Isto, disse Paulo VI, foi o zénite alcançado pelos ensinamentos da :ivilização.«Não recuemos.., antes prestemos, todos nós, atenção racional e ýsoluta a estafórmula, a este objectivo do progresso humano: «Todo o omem émeu irmão». Eisto é a Paz, que a todos aproveita.m

Mlhares de kms de fios produzidos pela Celmoque para : Transmissão de luz eenergia Sinalização, comando e campainhas Telégrafo, T. S.F. e telefonesAutom6veis e térmicos, Reclamos luminosos ...estendem a sua teia por,Moçambique, ligando os homens ao caminho do progresso.M~MISJGA *1P - 161--ATEIA DO -

Com foros de escândalo, uma revista de Angol PÁGINA 1 tícia»,publicava numdos seus últimos números um areportagem sobre. os anúncios luminosos quecomeçaram a ser colocados nos postes de iluminação pública de LourençoMarques, chamando-lhe «um negócio de iluminação muito escuro... » ereproduzindo as declarações do gerente de uma firma da capital moçambicana queteria sido gravemente prejudicada pela negociata.0 assunto foi oportuna e devidamente relatado na Imprensa diária deMoçambique. Mas a reportagem da uNotícia», pondo a Câmara Municipal deLourenço Marques em cheque (uma Câmara não faz negócios, muito menosescuros), veio, de certo modo, trazê-lo novamente à luz da ribalta.Que se passa ou passou, afinal, com os anúncios luminosos dospostes deiluminação pública?Nem negócio nem escuroQuem melhor que o Presidente da Câmara Municipal de LourençoMarques nospoderia esclarecer sobre o problema, esclarecendo o público?O eng.0 Emílio Mertens acedeu prontamente a prestartodos os esclarecimentos que julgássemos necessários, masprometeu que nãovoltaria a falar no assunto, «a não ser por via judicial». «Tudo é claro e simples -disse-nos - e só por mero gosto de especular é que se pode admitir o que selevantou à volta dos anúncios luminosos dos postes: nãi há negócios, nemescuridão...» E passando directamente ao assunto: Tinha prometido não voltar aabordar e assunto dos anuncios luminosos, em virtude da espeulao que se temlevantado à sua volta, mas o respeito que os munícipos me merecem, leva-me ahistoriar os factos, com verdade.Em 14 -de, Janeiro de, 1969, requereu a Sociedade Org. nizadora de Seguros,Lda., a concessão de uma licença, em exclusivo, para utilização dos postes de*uminação como veículo de publicidade.

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Em 22 do mesmo mês, depois da apreciaão sucinta a Direcção dosServiços deUrbanização , Obras foi o processo enviado para os Serviços Municipalizados deAgua~ e Electricidade, para estudo.ANUNCIO SIUMINOSOS:nem negócio nem escuro,O Afirma ao «Tempo» o Presidente da Câmara Municipal de Lourenço Marquesa propósito de uma reportagem publicada numa revista de Angola

Presidente da Câmara de L. M.: «Só voltarei a falar sobre o assunto por viajudicial»Como parntl. deterina o Decreto n.o 48 575 pbi cado no B. O. n.°39de 28 deSetembro de 1968 na alinem K) do art.- 26. e art.o 27.0 que a concessão deexclusivos carecem da deliberação da Câmara Municipal, em sessão, e de a¥rovação tutelar.Mas retomemos o andamento do processo.Em 2 de Janeiro de 1970 a Comissão Administrativa dos SMAE aprovou a minutado caderno de encargos que foi submetida à Câmara em 21 do mesmo mês, sendoambas as deliberações submetidas à entidade tutelar, em 5 deFevereiro de 1970.Em 6 de Março de 1970, a Comissão Administrativa dos SMAE mandou abrirconcurso e em 20 de Março foi feito o anúncio n.* 31/1970 da Comissão deCompras da Câmara Municipal do seguinte teor:.1) -Faz-se público que no dia 17 do próximo mês de Abril. pelas 14,20 horas, emsessão semanal da Comissão de Compras, nos Paços do Concelho, será realizadoo concurso para a arremtação da oCONCESSÃO, EM EXCLUSIVO, DAUTILIZAÇÃO DOS POSTES DE ILUMINAÇÃO PúBLICA COMOVEICULOS PUBLICITÂRIOSu. nos termos das condições constantes doprocesso n.° 100/SMAE/1970, quese encontra patente aos interessados na Secçãode Compras desta Câmara Municipal, durante as horas normaisde expediente.2) - O depósito provisório a efectuar prèviamente pelos interessados é de Esc.:5000$00u que foi publicado nos jornais «Notícias» e «Diário» em 21 do mesmomês.Em 17 de Abril é aberta a proposta apresentada de firma Centrode PromoçãoComercial, Lda. (CEPROM), único concorrente.Os serviços técnicos dos SMAE apreciam a proposta e consideram-na emcondições de ser aprovada, exigindo contudo uma pequena alteração técnica quese resume na obrigatoriedade de colocar uma chapa de borracha entre o poste e asbraçadeiras, para não ferir aqueles.MAEm 1 de Maio de 1970, a Comisso Administrativa dos SMAE delibera aceitar aproposta arematar e assunto à Câmara Municipal para efeitosde contractos o queé comunicado à CEPROM em 13 do mesmo mis.Em 5 de Junho é elaborado o contrato.Em 25 de Junho dá entrada na Câmara um requerimento da SociedadeOrganizadora de Seguros, Lda (808) pedindo ceridão do despacho que recaiu

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sobre o seu requerimento de 22 de Janeiro de 1989 o em 17 de Junho é-lhepassada a certidão de onde consta na integra a deliberação camarária, de 21 deJaneiro de 1970.Em 18 de Agosto é submetida k sessão da Câmara Municipal a rectificaçãocondicional do contrato a fim de ser submetido, como determina o Decreto n.o 48575. à entidado tutelar.Finalmente em 24 de Outubro, pela Portaria n.° 23 539 é aprovada a deliberaçãoda C. Municipal.Como aparece a S. O. S.- Como aparece a firma S. O. S. a reclamar os seuspresumíveis direitos?- Em Agosto. em data que não posso precisar pois não costumo anotar as datas emque recebo as passos, reneb o sr. José Tomé Ribeiro que era acompanhado do ar.Norberto Condesso dos Santos, que me vieram pôr o assunto, declarando-me quetinham registado a sua patente e portanto que mais ninguém a podoria utilizar.Pedi-lhes que a apresestassem na Câmara, apesar de ser assunto a ser resolvidopelas vias judiciais, se houvesse caso para isso.Durante a troca de Impressões exibiram-mo documentos, que dizem ter sidofornecidos por um funcionário dos SMAE, sendo um deles a minuta dascondições da hasta pública. Como sentisse da parte do sr. José Tomé Ribeiro avontade de tentar, por todo sos meios, atirar responsabilidades para o pessoal dosSMAE por não ter comparecido ou concorrido à hasta pública, da qual estavaabsolutamente ciente

GOLA lAMBEM...e sabia com certeza a usual tramitação, por até já ter sido Só por via judicialfuncionário dos 8. M. V., determinei que fosse ouvido emauto de declarações, sendo-lhe até r fornecida -- registe-se Se colocássemos nospratos de uma balança as opinis a boa fé a a Isenção dos serviços- uma cópia doque que tenho colhido, haveria alguma vantagem-para os que declarou,apoiam este género de publicidade e até gostam. A propóPerante tal auto foiimediatamente aberto um inquérito sito, posso dizer-lho que recebemos naCâmara pedidos de que está em curso nos SMAE. Mas para averiguar como écópias do caderno de encargos de Câmaras Municipais de que e documentos a queme referi foram parar às mãos do Angola e Moçambique, e até particularmente jáfóram também or. Tomé Ribeiro. solicitadas mais cópias,de pessoas e entidades interessadas- Leu o artigo publicado no «Notícia» de Luanda? neste génerode publicidade.De Angola as cidades de Sá da - Li e abstenho-me de fazer comentários pois osnossos da Bandeira e Lobito e de Moçambique, Inhambane, porleitores sabem destrinçar o que há realmente de verdade no exemplo, pediram-nosinformações sobre o assunto, por nele que lá se diz.estarem interessadas.Foram colocados editais e publicados anúncios nos jornais,Espero que o assuntofique encerrado e sòmente por viao d. José Tomé'Ribeiro, sabia que o seu pedido teria de ser judicial o voltarei atratar quando julgar oportuno e necesobjecto de hasta pública e portanto, se não

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concorreu, foi ori fazê-lo. simplesmente porque descurou oassunto, ou entãoconfiou Agradeço sincoramento ao «TEMPO,, a oportunidade deste no avisoindividual, o que é contra a ética da hasta pública, esclarecimento e faço-oplenamente consciente que o vosso como de resto é óbvio.Semanário não mo abordaria se não o julgasse justo, porqueAgora a que não se compreende é porque tenta, por todos já várias vezes têm sidopublicados artigos discordando e os meios, atirar as culpaspara os Serviços.criticando a actuação tanto da Câmara Municipal como dosServiços Municipalizados.As ,sessões são públicas 5000 contos de receitas para aCâmara- Poder-se-á objectar: porque 'é feito então o inquérito " previsão mínimaque está em curso? Procurámos ainda obter da CEPROM,firma adjudica"Este inquérito tem como finalidade única apurar res- tária doexclusivo dos anúncios, um depoimento sobre ponsbilidadessobre as acusaçõesfeitas pelo sr. José Tomé o assunto. Um porta-voz qualificado da empresa disse-nos que Ribeiro a um funcionário dos SMAE, que lhe teria fornecido a mesmaapenas tivera conhecimento, pelos anúncios publielementos, dando-lheconhecimento do que se passava, quando cados nos jornais, deque o respectivoconcurso estava aberto; o processo ainda estava em fase de instrução,tratando-se de uma firma especializada em publicidade exteDe resto, nada foiescondido porquanto, tanto as sessões nior, concorrera e ganhara, até porque foraúnico concorda Comissão Administrativa dos SMAE, como as daCâmara rente.Municipal, são públicas. Segundo ainda outras informaçõesque obtivemos, osSobre a opinião dos Ex.m=»' Senhores Vereadores há que anúncios luminososcolocados e a colocar representarão fácilrespeitar, pois cada um pode gostar ounão dos anúncios mente uma receita de 5000 contos para a Câmara, nos termos ~postos. do contrato. *

tuxto de areosa pena fotos de ricardo rangelNASCE U-M,NASCEUMAC R

Protesta assim que vem ao muno.Não um protesto timido, em vozhesitante, mas tão veemente e resoluto quanto o seu pequenino corpolhe permite.A primeira golfada de ar, que aspiram os seus pulmões virgensde oxigénio,logo é expulsa para exprimir a sua justa indignação.Sente 'pela primeira vez frio, muito frio. A sua carne maciaestá a ser apertada por dez dedos rijos e decididos.Acabam de lhe dar duas nalgadas. Isto é demais. E, num supremoesforço,expande e contrai o peito, e berra o seu desagrado,

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o seu imenso desespero. «Mundo abominável e hostil! Eu querovoltar.Voltar para donde vim.»Impossíveil Hitler ou João XXIII, ínfimo servo ou rei esperadoimbecil ou génio, terá de cumprir o seu destino. Um novo homemestá no mundo.A sua viagem (longa ou curta, mas sempre sem regresso)começou. E só no termo se saberá o que o mundo lhe fezou o que ele fez ao mundo.ANALOGIA de hoje e de sempre, os anos vêm ao mundo como os meninos.Nasce agora mais um. Tudo são interrogações. Crescerá alegre e fútil?Medíocre e apático? Turbulento e cruel? Empreendedor e generoso?Para 1971, como para os meninos, se dirigem os melhores auguros,os votos mais esperançosos.«Ano Novo, Ano Bom! Feliz Ano Nõvol»NASCE uma criança, nasce um ano. Para algumas mãesnascem ambos ao mesmo tempo. Chegam (no último momentopois não é sempre assim?) aos leitos de dolorosa espera das maternidades'As mãos experientes das parteiras apalpam os contornos da pequena formaque dorme as últimas horas do seu longo e tranquilo sono fetal.A mãe é sossegada: «Está em boa posição. Está aqui está cá fora,>.

Q U E CU M PRAAs guinadas surgem cada vez mais amiúde e mais fortes.Os dentes cravam-se sobre o lábio. As unhas dilaceram'o lençol.A garganta abafa um gemido. Oh a espera, a espera! A longa e dolorosa espera!Só o sorriso da parteira anima: «Então? Então? Coragem que jáfalta pouco!»Coragem sim, é fácil de dizer-se, mas.., está sem forças.Sente-se prostrada. Tem sono. Se pudesse dormir um bocadinho.Só um bocadinho para recobrar nova energia...Descem as pálpebras. na busca de um segundo de repouso.Mas logo se abrem numa crispação de dor. Foram as doresou os foguetes e as buzinas que a acordaram?ESCOA-SE a última hora do ano velho. Desce o nivel nas garrafase sobe a alegria no ambiente. Nas ruas conduz-se loucamente.A meia-noite não espera e toda a gente está atrasada.Buzina-se nos cruzamentos e sem ser nos cruzamentos.Em sinal de pressa ou de euforia. É preciso fazer barulho. Inventar a folia. ( Oslocutores anunciam cada um dos últimos minutos do ano.Já todos miram os relógios entre cada passo de dança. 60... 59... 58... 57... 56...a contagem decrescente aproxima-se ràpidamente do fim.PARA a jovem mãe, de olhos, dedos e dentes cerrados,desfeita em suor e lágrimas, a contagem também está prestes aterminar.Assiste-a o pessoal atento da maternidade (o pessoal que nãoteve «reveillon»)que a anima e lhe pede mais um esforço. O último.O grito há muito contido partiu, solto pela dor maior.RÁPIDOS fogem os segundos derradeiros... 10.., 9... 8.. E nas .boites,,os dedos atrapalham-se sobre as rolhas do espumoso, agarram-se às taças,

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os olhos procuram os rostos queridos, as bocas aproximam-sea música sobe de tom... 3... 2... 1...

PÁGINA 251 AO MUNDO SEU DES INO1

NOSRESERVAMNO limite das suas forças, a mãe abandona-s... Lá de fora,thegam-lhe aos ouvidos o gritar profundo das sereias.o estralejar dos foguetes, o repicar dos sinos e o apitar de mil buzinas. Mas maisforte, muito mais imperioso, abafando todos os outros sons do mundo ouve ochoro de um bebé. Do seu bebé. Ele ai está] Hitler ou João XXIII, ínfimo servo ourei esperado, imbecil ou génio, terá de cumprir o seu destino. E cumprirá.ELES?

FarinhaZAMBEZEpara o seu pãou o Leira1 mpouoa 06

conheça o mundoviajando na tapBOSTONYORKCOPENHAGENEW AMSTDS ~ PARIS' ALIS8UR BEIRAJOHANNESBURG LOURENÇO MARQUESA linha aérea portuguesa internacional que o, transporta aos grandes centroseuropeus e' americanos.,Procure uma solução na tap ou no, seu agente de viagens.o TJog TRANSPORTES AÉREOS PORTUGUESES

DISCOS VERD.ADENessa tarde de 23 de Junho de 1947, o calor apertavaem Washington. E Kenneth Arnold sentiazse bem a voar a 2500 metros dealtitude, longe do solo que escaldava. Dirigia o, seu aparelho pessoal com calma,mal sabendo que, dentro de momentos, ia entrar muito simplesmente para aHistória ao dar conta do primeiro caso oficialmente registado de tUFOs» e aobaptizar os estranhos objectos como adiscosvoadores» .

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O seu olhar circundava 'lentamente a paisagem que se estendia dos pés, quandouma sucessão de luzes intermitentes, no quadrante Norte, lhe atraiu a atenção.Fixou melhor.Nove objectos de aparência metálica evolucionavam em linha.No seu relatório definiu os objectos como «discos voadores»eo nome ficou.Chovem os relatórios sobre «UFOs»A partir daquela data, os relatórios sobre a presença deobjectos estranhos no céu foram-se amontoando nas secretá.rias dos serviços meteorológicos e aeronáuticos de todo o mundo. Escreviam-nosquase sempre pilotos das linhas aéreas civis ou pilotos militares, veteranos cujaexperiência não era susceptível de se enganar com falsos rebates.Algumas vezes o fenómeno era surpreendido e relatado por quaisquer pacíficoscidadãos que muito calmamente re. gressavam a casa à noite. Os inquéritosposteriores vinham a apurar tratar-se de pessoas idóneas.A Imprensa começou a interessar-se pela questão e a especular. E as primeirasmistificações fizeram a sua aparição lançando o descréditosobre as possíveistestemunhas de boa fé e criando confusão no grande público.Foi assim que Edward Waters ganhou uma fortuna a congtar paraas cadeias detelevisão, jornais e rádio de todo oVOADORES:O1UFICÇÃO?mundo, como havia perseguido uma tripulação de homenzinhosverdes até matarum. Quando os cientistas examinaram o cadáver do anão verde verificaram tratar-se de um pobre macaco a quem tinham cortado a cauda, feito a barba, rapando-lheo pêlo todo e pintado de verde ...Como Edward Waters, muitos buscaram a notoriedade. entrando esbaforidospelas redacções dos jornais, fazendo declarações mirabolantes e apresentandoprovas «insofismá. veis» de como tinham visto ou contactadocom discosvoadores. Num dia saía a história e duplicava-se a tiragem. Na edição seguintepublicava-se o desmentido e eram metidos a ridículo os autores da narrativa.1952 -Ano fértil em «UFOs»De qualquer forma e por estranha coincidência - mas será mesmo estranha? - oano em que se constatou maior aparecimento de discos voadores, à média de umpor dia para os aviadores civis norte-americanos, foi o de 1952, quando Marte seencontrou mais próximo da Terra.Os «UFOs» cruzavam frente aos enormes aviões das carreiras aéreas;ultrapassavam-nos «cuspindo fogo»; apareciam e desapareciam dos radares decontrolo aéreo lançando pânico nos funcionários responsáveis; pairaram sobre asgrandes cidades ou atravessaram-nas velozmente deixando atrás de si umamultidão de bocas abertas e dedos apontados para o céu.Na noite de 19 de Julho de 1952, sete «UFOs» apareceram no radar do aeroportode Washington. Os controladores de serviço verificaram ràpidamente os seusmapas de movimento: não estavam previstos nenhuns aviões naquela zona e

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àquela hora. Os objectos passaram vertiginosamente sobre aCasa Branca e oCapitólio, dois locais que é absolutamente

PAGINA »0:proibido sobrevoar, puseram a funcionar todos os sistemasde olarme edesencadearam uma série de operações defensivas ,. %embramos que a guerrafria entre os E. U. A. e a U. R. S. S. estava no auge) que culminoucom a largadade várias esqua>drilhas de caças a jacto prontos a interceptar os insólitosengenhos.Os caças foram pura e simplesmente despistados pelos .UFOs»que, assim comoapareceram, assim desapareceram sem deixar rasto.Logo voltaram. no entanto, chacoteando nitidamente dos seus perseguidoresassim que estes, cansados de uma pesluisa inútil, regressaram às bases.Ao todo, os «UFOs» permaneceram, durante cinco horas e em flagrante desafio,sobre os telhados da capital da nação mais poderosa do mundo.A C. I. A. interèssa-se pelos discos voadoresA partir desse ano, os Serviços Secretos dos Estados Unidos ea C. 1. A.chamaram assim o assunto e foram dadas instruções rigorosasaos pilotos para nãodivulgarem quaisquer pormenores -referentes ao aparecimento de discosvoadores.bem nítida as evoluções de um disco voador em pleno céu.Da década de 50 para cá, os cientistas de todo o mundo começaram a coligir e atrocar pormenores sobre os discos voadores. Comissões foram constituídas emdiversos pontos do Globo para estudo do assunto. E os governos lograram utilizar,hàbilmente, os discos voadores em proveito do sua política para distrair o homemda rua dos problemas verdadeiramente essenciais e que o ameaçam mais de perto.Na Rússia fez-se saber ao povo que os discos voadores são uma invenção dosjornalistas americanos.Nos Estados Unidos os discos voadores tem aparecido em alturas «muitoconvenientes» como «manobra de distracção»: no auge de crises governamentais,durante a guerra da Coreia, no momento da substituição no Vietnam dos 35conselheiros militares norte-americanos por centenas de milhares de soldados, noinício dos bombardeamentos ao Vietnam do Norte, etc.O livro-azulNo entanto o Governo de Johnson ordenou um inquérito, encarregando de o fazeruma comissão constituída por militares que publicaram, 18 meses depois, em.1968, o Projecto Livro Azul, extenso relatório de 1456 páginas que reduzia a nadaa teoria dos discos voadores.'UMPADREJESUI I, Demasiado tarde. Já não se ia a tempo de abafar a questão fosse ela qual fosse asua origem.O público tomara conhecimento de um volume assaz grande de casos para quepudesse esquecer que uma ameaçapasseava pelos céus.

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A primeira vítimaTodos os americanos tinham ainda bem presente o caso dopiloto Charles Mantell. Fazia parte de uma formação de tirs caças da U. S. AirForce incumbida de perseguir um «UFO,.Dois dos aparelhos tiveram de desistir da intercepção, cadavez mais distantes,devido à velocidade do misterioso engenho.o capitão Charles Mantell teimou em prosseguir na mislisão ecomunicou para abase:,Voo a 600 quilómetros por hora a aproximo-mo do objectivo. Mede cerca desessenta metros de dilmetro. Procurasquva-e a move-se em todas as direc~ e...,,Não disse mais nada. A comunicação foi abruptamenteinterrompida. As equipas de busca e salvamento viriam a encontrar no diaseguinte os restos do avião e do piloto.Um jesuíta acredita em navesextra-terrenasDe entre os testemunhos que mais garantias oferecemsurge-nos o do jesuíta, padre Segundo Reyna. director de um observatório deBuenos Aires, para quem a presença, na nossa -atmosfera, de discos voadores,tripulados por populações extra-terrestres, não suscita quaisquer dúvidas.Ele próprio, que já analisou 10 407 casos «irrefutáveis. deaUFOs- relatados por testemunhas idóneos, narra o facto de as câmaras de cinemaao seguirem o satélite artificial «Eco IIa posto em órbita pelos americanos teremdetectado de forma

TAMBEMosviU

O RQ01UECIENTISTASMO RR E MCURIOSOS?Cientistas civis e pessoas mais ou menos influentes que se recusaram a aceitar asconclusões publicadas no Livro Azul constituíram-se no seupróprio grupo deestudo, a N. 1. C. A. P. (Comité Nacional de Investigação Sobre os FenómenosAéreos) e acusaram as autoridades:«O Governo financia este inquérito com o único propósito de enganar aindamelhor o público».O facto de a C. 1. A. puxar nos bastidores os cordelinhos que moviam os militaresque ditaram as conclusões do Livro Azul, ainda mais desacreditou a iniciativa doGoverno ao mesmo tempo que abonava a N. 1. C. A. P.buas ordens governamentais aplicando 10 mil dólares de multa e dez anos deprisão a quem divulgasse qualquer pormenor sobre os objectos «nãoidentificados», altamente criticadas peío N. 1. C. A. P., demonstraram, segundoesta. a má fé do Governo de Johnson em relação ao assunto.

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raxa de mortalidade altaA resposta ao Livro Azul não se fez esperar: surgiram em diversos países váriascomissões constituídas por sábios civisque se colocaram na posição de não afirmar a existência de discos voadores nemde a negar, mas outrossim de investigar honesta e exaustivamente até à descobertada causa ou causas dos fenómenos até aqui inexplicáveis, maspresenciados pormilhares de testemunhas.Esta tomada de posição por parte dos cientistas civis da Europa e América é tantomais corajosa quanto é certo os serviços secretos das grandes potênciasprocurarem manter a todo o custo confidencial e dentro do círculo estrictamentemilitar todos os factos concernentes aos ,UFOs». Aqueles serviços não hesitamem utilizar os poderosos meios de que dispõem para coagir curiosos impertinentesa afastar-se do sector que tão ciosamente guardam.Cabe-nos aqui dizer que não será por acaso que é entre os cientistas civis que sededicam ao estudo dos discos voadores que se regista o maior índice demortalidade.Ameaça ou farsa o problema dos discos voadores existe. Cabe aos cientistaschegarem a uma conclusão unãnime e informarem a Humanidade doque se passa.São naves extraterrestres a espiar-nos ou meia dúzia de brincalhões que se andama divertir à custa da credulidade do mundo há 23 anos?AREOSA PENA

nevesdecuda oe o, futuro do seu filho _Providencie hoje para que amanhã o seu filho seja um homem comfuturo pelafrente. .,,Ofereça-lhe uma contadepósito no Montepio. Mesmo 9ue comece com poucodinheiro, o que é preciso é começar.., e amanhã, o seu filho terá economias que oajudarão a encarar o futuro com ( mais confiança.SORTEIOS QUINZENAIS DE MIL ESCUDOS ENTRE OS DEPOSITANTESMONTEPIO DE MOÇAMBIQUELOURENCO MARQUES BEIRA - QUELIMANE NAMPULA

A CABARA ASSIM UM DOS MAIS POPULARES PONTOSDE ATRACÇÃO DO SUL DE MOÇAMBIQUE?Estará ameaçada de extinção a cascata da Namaacha, até aqui justamenteconsiderada uma das principais atracções dos Pequenos Libombos? Os residentesdaquela vila estão convencidos de que sim e têm boas razoes para o temer. Defacto, uma barragem a montante foi autorizada contra a indicação daAdministração do Concelho e a água deixou de correr e saltar sobre as fragas. Oscomerciantes locais acusam: «Sancionou-se um acto de lesa-turismo».Uma potente bomba de cerca de seis polegadas faz a sucço, a montante dabarragem, da pouca água que o rio traz. Pelo aspecto das obrasverifica-se que atendência da linha de coroamento é para subir

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A cascata da Namaacha já conheceu melhores dias, quando gozou de indiscutidapopularidade entre a população da capital que a preferia como objectivo dospasseios de domingo a qualquer outro local.Foi moda acomodar na bagageira dos carros, o farnel à antiga portuguesa - quenunca exclui bolinhos de bacalhau e cinco (ou mesmo dez) litros de verdasco- eabalar-se, a meio da manhã para a Namaacha, onde se desceria avertente até aofundão, pela estrada bem sombreada e macadamizada dos serviços florestais.Foi moda ocupar todas as sombras, do lado de cá ou do lado de lá da pitorescaponte frontal à cascata, rapar num ápice tachos e panelas - o apetite que o ar damontanha faz! - escorripichar até à última gota o tinto, antes que aquele cesse, edormir a sesta, embalado pelo ramalhar das árvores e pelo esparramar das águasda cascata.Foi modo. Hojejá não o é. Ou pelo menos já não é tanto.O advento do ar condicionado e o aparecimento de outros pontos de diversãorelegaram a cascata da Namaacha para segundo plano.Mas as pessoas ainda continuam a procurá-la, não tanto como local de piqueni.que mas mais como recanto aprazível para uma sesta repousante, depois doalmoço servido num dos muitos restaurantes da Namaacha. Os turistas, tornaram-se comodistas, já não trazem bolinhos de bacalhau de casa, mandam-nos fazer ecomem-nos no local.Aqui entrou a beneficiar o comércio da vila, com especial relevância para aindústria hoteleira. Caminhava tudo pelo melhor quando a barragem apareceu.ACAS EM PE

PÁGIN 3sATA DA NAMAÃ_CHA

UM--0 sr. Ramada Curto cumpriu as formalidades legais - eng. Carlos Ataíde,director dos Serviços Hidráulicos.Há uns meses atrás, repararam alguns residentes que estava aser erguida umaobra no meio do rio que alimenta a cascata. Era cerca de um quilómetro amontante do local desta.Bem depressa a «obra» tomou forma e ýe mostrou, aos espantados olhos dapopulação, com todas as roupagens do ,que na verdade era: umabarragem.Do que se passou depois, dá-nos conhecimento o director dos ServiçosHidráulicos, eng.o Carlos Ataíde:- Recebemos uma denúncia da Administração do Concelho da Namaacha,informando-nos da existência da barragem e prevenindo-nosda ameaça que amesma constituía para a cascata, uma vez que se tinha constatado odesaparecimento de água a jusante. Foi dada imediatamente ordem ao sr. RamadaCurto, seu proprietário, para a demolir num prazo de trinta dias.Tomou conhecimento a população da Narmaacha da decisão dos ServiçosHidráulicos e respirou fundo: a cascata ia ser salva.Contudo, o prazo expirou, passaram-se os dias, as semanas, os mesesE A ORDEM DE DEMOLIÇAO NÃO FOI CUMPRIDA

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A barragem lá continuava no meio*do rio a desafiar arrogantenente o olharincrédulo de quantos a viam.CRIMEQue se passara, entretanto, nos bastidores?É ainda o eng.0 Carlos Ataide quem nos esclarece:-O ar. Ramada Curto cumpriu es formalidades legais. Requereu licença ecomprometeu-se a deixar passar para ju. santa da barragem a mesma água quechega de montante. Como é divisa destes serviços unão destruir mas apreveitar oque está construido», não tivemos qualquer dúvida em autorizar a permanência dabarragem, uma vez que sejam cumpridas as condições pré-estabelecidas. Além domais, é política dos Serviços de Hidráulica promover a construção do maiornúmero possível de barragens e represas que armazenem os caudais de cheia emvez de os deixaram perder.se no Indico. Essa água é assim retida e aproveitada,durante os compridos meses de estiagem, salvando gado e culturas.Os velhos residentes da Namaacha e todos aqueles que observaram a barragem deperto mantêm contudoUMA OPINIAO DIFERENTETem a barragem uma capacidade aproximada de 20 mil metros cúbicos e estáquase vazia.Do seu fundão, chupa água, para a plantação da margem, uma bomba de seispolegadas.Só 40 por cento da água gasta em rega é que, normalmente não se evapora,regressando através de lençóis subterrâneos ao curso de água que a forneceu.De qualquer barragem, evapora-se, diàriamente, um volume de água que édirectamente proporcional à superfície Jas águas represadas à temperatura a quesão expostas, pelos raios solares e à velocidade do vento queas percorre.Na posse destes elementos, a população da Namaach pergunta:Como é possível manter o caudal de jusanté igual a que chega demontante, comtodos os factores a conspira para roubar uma boa porção dessecaudal?- Estando a albufeira da barragem práticamente vazia quandolograrão os turistasobservar de novo água na cascata água essa que só passará sobre a linha decoroamento d barragem depois de esta estar cheia?As perguntas, feitas pelos residentes da Namaacha, qu e entre parentesis, nãodeixaram de achar estranha a coinci1 dência de ser movida umasindicância absserviços de admi nistração, logo depois desta ter denunciado a existência dbarragem, juntamos nós a questão seguinte?-De que meios legais dispõem os Serviços Hidráulicos para fazer cumprir odeterminado, se o Regulamento dos Aproveitamentos Hidráulicos é omisso noque se refere às sanções.Na verdade, o artigo 22.0 do referido diploma legal afirma: ,,As infracções àsdisposições deste regulamento serão punidas pela forma quefor estabelecida emdiploma especial».Isto foi publicado, corria o Ano da Graça de 1946 e, volvidos 24 anos, os ServiçosHidráulicos continuam imponentes e a não poder legalmente aplicar qualquermulta a quem não respeitar o decreto-lei e o regulamento pelos quais se rege.

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Sendo assim e se não forem tomadas medidas urgentes por outras vias,acreditamos que vamos assistir, num futuro bem próximo, à liquidação pura esimples da cascata da Namaacha.

DE LU[[SAI TURISMOPÁGINA8Em cima: A jusante da cascata e sob a velha ponte de madeira: onde dantes corriaa água, só se vêem agora uns raros charcos de água podre, fragas desnudas, terra eraízee secas. Em baixo- Panorâmica da barragem vista de jusante: do ladoesquerdo os campos que a bomba irrega; da parte de cima há água, embora pouca;da parte de baixo, nem gotaI

CIFELCOMPANHIA INDUSTRIAL DE FUNDIÇÃO E LAMINAGEM S.A.R.L.TEL.732181 - C. POSTAL 441 - L.MARQUESINIUrlq

As novas tomnticas?Não sei se em Lourenço Marques este livro foi o .best-seller-que a publicidadeanunciou. Mas não tenho dúvidas de que despertou muita curiosidade e deve tersido lido por muitas mulheres e homens sempre curiosos da Intimidade dosoutros. É preciso não esquecer que a obra de Irving Wallace tem como subtítulo«A vida intima de quatro mulhere», o que começa por ser um engodo que nemsequer corresponde ao verdadeiro conteúdo do livro. Mas as pessoas que tiramprazer em averiguar e comentar a privada vida alheia, são as mesmas a quem estestítulos seduzem.Para os bem intencionados, aqueles que compram as obras deste comercia.lissimo autor americano, convencidos de que se trata de um escritor honesto, pulsas editoras defendem a venda e não o bom nome da literatura, dizemos que o «ORelatório Chapman. é mau por muitas razões e começa por ser literatura de baixonível. Mas estas considerações de carácter geral não pertendem ser cri. ticalitrária.Têm estado em voga nos Estados Uni. dos as obras de sociologiadedicadas aoestudo do comportamento sexual humano, voga que principioucom os célebresrelatórios Kinsey (obra que o autor do livro parece particularmente visar) e queproduziu mais recentemente os ttaba.Cont. na próx. página4p2opósitode"0 ReeatôtioL&, r .Fy ~r &q4L

ado da página anteriorlhos de Masters e Johnson. O valor destes trabalhos é discutível, nãoevidentemente pelo assunto que focam, mas ao nivel da própria escola sociológica

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em que se inserem, dos seus métodos e objectivos. E mais discutível ainda é adivulgação para o ýúblico, das conclu. sões dos trabalhos. Éque, de documentosde determinada sociedade em determinada época, passam a constituir padrões decomportamento e como tal a interferir na natural evolução domesmo.Mas não é a este nível que Wallace fazl a sua critica. Wallace condena estestrabalhos, denegrindo a reputação dos ,ciéntistas que os efectuam, taxando-os dedesonestos oportunistas e até de ta, fados sexuais. O dr. Jonas, o psiquiatra que oautor põe no romance a argumen-. tar contra o dr. Chapman, nunca pode .serconvincente, pois utiliza uma argu.mentação de tipo moralista e filosófico '(quepodia pertencer a qualquer conse!lheira sentimental de revista feminina) que nadatem a ver com os métodos estritamente objectivos e estatísticos do seuantagonista.Quanto aos »casos» que Wallace escolhe para servirem de intriga romanesca ailustrar a sua tese, não podiam ser mais inconsistentes, mais desprovi. dos derealidade ou veracidade psicol-' gia. São personagens caricaturais, esboços semperspectiva, figuras e situações de fotonovela. A única coisa verdadeira doromance, seria ýo facto de chamar a atenção para essa desesperada fome de sexoda mulher americana, que mascara «o problema sem nome» de quefala BettyFriedan.Não é só a literatura cor-de-rosa que é preciso denunciar como factor dedesculturização e inculcadora de falsas noções morais e falsos valores. Estapseudo-literatura séria, com pretensões cien. tíficas, que especula com osproblemas Jo momento, tratando-os levianamente e desvirtuando-os, é igualmenteperigosa sob o ponto de vista social. E além do Pais, este livro de Irving'Wallace,como nuitos outros sucessos seus anteriores, 1 um ultrage aobom gosto e àdígnidade da literatura.MARIA DE LOURDESANTOLOGIA CORIN TELADONo sector sentimental Corin Tellado representa o único casoque conheço em queos méritos de um autor chegaram a dar o título a, uma série.O mundo sentimental e ideológico (se assim se pode dizr) é o mesmo das novelasque se limitam a traduzir em fotos. Que vantagens oferece então a fotonovela? Apossibilidade de «ver,, plàsticamente a história e, sobretudo, a comodidade. Emtroca perde-se tudo aquilo que as novelas podiam ter de literatura. Aos seusleitores pode aplicar-se bem a expressão de Pedro Salinas. «os novosanalfabetos». Um «slogan» diz: «A forma mais amena, original e moderna defotonovela». O triste do caso é que haja uma legião de jovenzinhas espanholasque ainda por cima se julgam «modernas», a ler estes cadernos.Os limites do artigo obrigam-me a descrever 'e resumir mais do que a comentar.De qualquer modo é preciso dar-nos conta de -que se trata de uma fabulosamontagem económica, feita pela insatisfação colectiva, pelos sonhos e pelasfrustrações. O êxito popular nasce - suponho eu- do facto deste género de obrassatisfazer os 'sonhos ocultos de uma grande massa espanhola: ideias de erotismo eluxo, sentimentalismo e boa vida.Os leitores e leitoras destas obras são provàvelmente os querepetem com Rafael«Para esquecer que a terra é dura / para esquecer que a terra é terra, nada mais».

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No momento actual da evolução do nosso País, esta atitude nãome parece a maisconveniente, socialmente. É lógico sonhar, claro está mas sem esquecer comodizia Machado: «O que é mais importante: acordar».(A. A., no magazine espanhol «Triunfo»)1s úI<9 belezapele oleosaUma pele seca é uma pele sempre tem e com tendência a escamar. Émuito s«sivel e sujeita a cobrir-se de manchas vo melhas.Manutenção diária: - Evite lavar a ca! com sabão e água" quente, porque aumen asecura da pele. Limpe a maquilhagei com um leite suave. Os melhores leites ýlimpeza são à base -de tília. Use a seguiný receita, que pode mandar preparar nafd mácia: glicerina, 10 grs.; água de rosas, grs.; água destilada, 200 grs.. triétano-lmina, 6 grs.; fenaseptato de sódio, 0.25 grg caroteno, 0,50 grs.; vitamina F, 1 gr.Tratamento: - Precisa de alimentar

MODAConjunto parisiense painoites de festale do rosto. Sempre que possa à noite. ipois de limpar a maquilhagem. cubra o atocom um creme gordo, massajando le!mente enquanto o aplica. Apele tornars-ámacia e elástica. Uma vez por semana, ça uma máscara de morangos, que é primapara peles secas e frágeis. Reduza 0 grs. de morangos, bem limpos a sem bs, auma papa espessa que espalhará ,bre o rosto e o pescoço. Conserve-a um iarto dehora. Limpe com algodão embedo em água tépida.Maquilhagem: - Proteja sempre a pele In um creme de base. A base ,fond de int.,deve ser semp-e fluída.DECORAÇÃOOs móveis porta-discos que sejam não só estéticos, mas funcionais e tendo emvista a boa conservação daqueles, nem sempre são de concepção fácil. Aquiapresentamos duas sugestões. que serão úteis num quarto de jovens.Estes servem para os discos e simultâneamente para o gira-discos

UMA DRIGANIZACADNACIONALAo SERVICODA INDISTRIA,DE MOCAMBIODEFABRICAS EM LAORAÇAO:LOURENÇO MARQUES: BEIRA." Oxigénio o Oxigénio" Acetileno 0 Acetileno" Azoto 0 Azoto" Electrodos para SoldaduraFABRICAS EM MONTAGEMBEIRA- NACALA:

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0 Oxigénio e Azoto o OxigénioLíquidos 0 Acetileno0 AzotoTETE:o Oxigénio 0 AcetilenoFABRICAS PROJECTADAS PARA CONSTRUÇAO IMEDIATA:LOURENÇO MAQU8 E NACALA:0 Anidrido CarbónicoDEPARTAMENTOS COMERCIAIS DE0 Soldadura e metalização *Equipamento Hospitalar0 Compressoress 0 Gases Medicinais0 Material de ExtinçãoSOCIEMADE MgCAMBIEANA'E GASES COMPRIMIDIS, MIGAS, S. A. R. L.Av. de Moçambique, Km. 2- C. Postal 501 - Lourenço Marques RuaGeneralTeixeira Botelho - C. Postal 480- Beira CAPITAL 40.000 CONTOS C. Postal22- Nacala

S" legal ou ilegal a exigência daImposto domiciliário sempre que o cidadã de Identidade? A forma como apresumível legislativo n. 2771, de 9 de Setembro de só no espírito do contribuinte,como até n Identificação.Para os advogados e conforme os resultados apurados num rápido inquérito danossa Reportagem, a questão, se não é considerada em termos de ilegitimidade, é,pelo menos, tra. tada como uma exorbitância da lei. Muitos vão mesmo ao pontode a responsabilizar por enormes atrasos na identificação de milharesd eindivíduos de modestos recursos, com as cnsequências sempre embaraçosas que acondição de indocumentado inevitàvelmente acarreta.Na verdade, pela falta de documento identificativo, o cidadão poderá serincomodàdo em plena via pública e são sobejamente conhecidos casos dedetenção de indocumentados por parte das. autoridades policiais. Não obstante, aobtenção do Bilhete de Identidade, pela forma como se vem procesgsando, estáem tudo dependente da apresentação da provaFLAGRANTEO Bilhete de Identidadepode ser recus por faltade provas de pagamentodo imposto domicliárioapresentação de prova do pagamento do o pretenda obter, por exemplo, o Bilheteobrigatoriedade ficou expressa no diploma 1967, tem provocado sérias dúvidasnão ode funcionários ligados aos Serviços dedo pagamento do imposto domiciliário do ano anterior ou da sua isenção. Emmuitos casos,:o requerente do B. 1. não está em condições de fazer tal prova, nemde liquidar o imposto. E, esperando a oportunidade, que às vezes tarda, parasatisfazer tal pagamento acaba por protelar a sua situação de indocumentado, com

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sérios riscos de detenção e as implicações de ordem moral queesta sempreenvolve.AO ARBITRIODO FUNCIONÃRIOMas será legal tal exigência? Compulsemos o Diploma Legislativo 2771. Porforça do seu art.< 8.*, a prova do pagamento ou da sua isenção éobrigatóriasempre que quaisquer

Milhares de pessoas fectadas em Moçambiqueautoridades os exijam. Assim sendo, pois, aquela exigênciapode ser feita. E éfeita sempre. O parágrafo 2.0 do mesmo artigo, sem exigir nemdispensar, entregaa questão ao arbítrio do funcionário: «Em todas as repartições públicas poderá sernegado o andamento a qualquer pretensão, enquanto o interessado não fizer aprova a que alude o corpo deste artigo».No que se refere ao caso concreto da obtenção do B. 1. parece não existir amínima diferença entre o «poder ser negado» e o ser negado. Sóo parágrafo 3.0daquele artigo prescreve uma obrigatoriedade inquestionável: «Será obrigatória aprova do pagamento do imposto domiciliário do ano anterior ou da sua isenção:1.0 - Para a admissão em qualquer cargo público ou municipal ede entidades oupessoas colec-tivas subsidiadas pelo orçamento geral, seja qual for a pruva de provimento; 2.0 -Para a inscrição em organismos corporativos».Aqui, sim, é obrigatória a prova; daí que possa ser entendidacomo exorbitância aexigência sistemática que se verifica em diversas repartições, especialmente nados Serviços de Identificação.A QUE DEVE A LEI OBEDIÊNCIA?Sobre a validade do Regulamento do Imposto Domiciliário, o dr. Sérgio Espadas,advogado em Lourenço Marques,kDÃQ NACIONAL N. 267107Mh.ga l.a . o$» *.r.,o. u#a a *«â,tat~ do 4ô-~n,

afirmou-nos: «A análise do diploma legislativo 2771, que aprovou o Regulamentodo Imposto Domiciliário, mostra que este não está ferido de invalidade, querformal quer imaterial, uma vez que foi promulgado por diploma legislativo, que éa forma própria, e que versa sobre matéria da competência dosórgãos legislativosprovinciais. Só poderia pois ser atacado por ilegitimidadese porventura seentendesse ser injusto, o que era já um problema de Direito Constitucional -problema aliás que é sempre actual e que desde sempre tem preocupado não só osjuristas, mas também os sociólogos, os filósofos e os moralistas».Prosseguindo numa objectiva análise da questão, o ilustre causídico põe oproblema em termos simplistas. Primeiro, pergunta: «Se o cidadão deveobediência à lei, a que deve a lei obediência? E se o cidadão acha que a lei éinjusta, como pode (ou deve) reagir contra ela?». E, depois,responde: «Hásistemas constitucionais que permitem a reacção às leis injustas por desobediênciaa ela, quer por «resistência passiva», ou seja: por desobediência pura, quer por

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«defesa passiva», que já envolve o uso da força contra os agentes que procuramimpor a lei, quer ainda pela «defesa activa», por outras pala, vras: pelo uso daforma para reformar as leis iníquas ou o poder de que dimanam.No nosso Direito,o artigo 8.0 da Constituição, no seu n.o 18.°, assegura ao cidadão o direito derepresentação ou petição, de reclamação ou queixa, peranteos órgãos dasoberania ou quaisquer autoridades, da defesa dos seus direitos ou do interessegeral. Esta é, pois, a solu: ção constitucional portuguesa para a reacção- doscidadãos contra as leis que considerem ilegítimas - além, evidentemente, dorecurso aos tribunais, que têm poderes para recusar a aplicação de uma lei se elafor inconstitucional ou ilegal».A ILEGALIDADE É. DOS AGENTES ADMINISTRATIVOSA uma pergunta da mesma natureza teria respondido deforma mais incisiva o juiz do Supremo Tribunal dos Estados Unidos da América,William O. Douglas: «Todos os homens foram criados iguais e do Criadorreceberam certos direitos inalienáveis; os governos recebem os seus justospoderes do consentimento dos governados e qualquer lei que possa des:truir essesprincípios fundamentais deverá ser alterada ou abolida pelos povos».«A exigência, no caso concreto do Bilhete de Identidade, é ilegal» - dr SérgioEspadasAssente, contudo, que, no caso vertente se não trata de uma lei iníqua ouilegítima, onde começa e acaba a exorbitância? Segundo o dr.Sérgio Espadas, ,sóhaveria que apreciar a legitimidade da lei se ela estabelecesse o princípio, que nãoestabelece (a não ser em casos> especiais, como os vincados no parágrafo 3.0 docitado artigo 8.0 e no n.° 3 do art.° 45.0)». O problema não é, portanto, devalidade da lei, mas sim de ilegalidade dos agentes administrativos.Vejamos a teoria do conhecido advogado: «A Administração Portuguesa rege-sepelo princípio da legallidade, segundo. o qual e na definição do Prof. MarcelloCaetano, nenhum órgão ou agente da Admnistração Pública tema faculdade depraticar actos que possam contender com interesses alheios1 H 1 I

COBRANCA EXECDCAOCOMPETEF.ISCALA Lei está em vigor: a ilegalidade é dos agentes administrativos' sei em virtude de uma orma geral anterior. Assim, e desde quenão existe normalegal que exija a prova do pagamento do imposto domiciliáriocomo condição daobtenção de deter. minados serviços - no caso concreto do Bilhete de identidade-a exigência é ilegal».UM PRINCIPIOQU1E PODE SER PERIGOSOAnte a afirmação da ilegalidade da exigência, quisemos lembrar a letra do artigo8.o do, diploma legislativo 2771, segundo a qual é obrigatória a prova dopagamento do referido imposto «sempre que quaisquer autoridades o exijam». Aprova, portanto, exige-se.

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aPois exige - atalhou o nosso interlocutor - e talvez a norma seja ilegítima. Masexigir-se a prova é coisa bem diversa de a tornar condição de qualquer outro acto.A única consequência que pode derivar daquela obrigatoriedade será a da coerçãolegal, que é a execução fiscal por falta de pagamento. Não pode portanto, combase naquela disposição, exigir-se a prova de pagamento para (o sublinhado é dorespon-dente) fornecer o Bilhete de Identidade (ou por qualquer outro a da legal, que é aexecução fiscal por falta de pagamento. Não pode portanto, com base naqueladisposição, exigir-se a prova do pagamento para'(o sublinhado é do respondente).fornecer o Bilhete de Identidade (ou, por qualquer outro acto) e muito menosrecusá-lo por falta de prova do pagamento. Por outras palavras: a autoridade podeexigir a prova do pagamento, como lhe permite a lei. Mas, se ela não for feita, oque lhe é licito fazer é comunicar o facto à entidade competente para que estaproceda à cobrança coerciva, também assegurada pela lei. Não lhe é lícito recusara emissão do B. 1. porque lei nenhuma fixa como condição dela opagamento doimposto domic:iliário. A exigência dos agentes da Administração. é, em suma,ilícita, porque não há lei que a autorize ou permita. De resto, o principio éextremamente perigoso. Repare-se que, dentro da mesma ordem de ideias, oagente que cobra a portagem na ponte do Xai-Xai pode muito bemum dia destesdecidir não deixar atravessar a ponte sem que o motorista faça prova dopagamento do imposto domiciliário...»Realmente...- , X a

NATAL NU0 SERVICOS PIBLCOSE NAS EMPRESAS PRIVADASEm diversos serviços públicos como em várias empresas particulares serealizaram, ao longo das duas últimas semanas, festas de Natal especialmentededicadas aos filhos dos funcionários ou dos empregados. Alegria, brinquedos,guloseimas, conivivio foram, afinal, s características comuns de todas essasreuniões. quer se efectuassem nos angares dos Serviços Municipalizados deViação, para os filhos do pesssoal da Câmara, quer se efectuassem no HospitalMiguel Bombarda, para' a pequenada do funcionalismo, quer ainda seefectuassem na grande, na média ou na pequena empresa privada, com a boavontade que parece realmente conduzir as pessoas nesta quadra festiva. A tradiçãoinstalou-se, de qualquer forma, entre nós. Hoje, raras são as empresas que seesquecem da prenda de Natal p~,q o servidor, do ano inteiro e para as crianças deque dele dependem.Na impossibilidade de podermos registar aqui imagens de todas 'aa festas de Natallevadas a cabo em I renço Marques, aqui deixamos uma ideia do ambiente quese viveu no H. C. M. B., niô wir to de Crédito e na União Comercial deMoçambique.

ORGANIZAÇOESPRINCESA

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PASTELARIA PINCESA PASTELARIA ATENEIA CAF DIAMBUOCERVEIRRIA SAFAR!DIC. CALDA.COMERCIANTES, INDUSTRIAIS, AGRICULTORES E CRIADORESDE GADOietáros de: Io CARTONACEM DE MOÇAMBIQUE, LDA.CARNOC0 PRODUTOS ALIMENTARES, LDA.I PROTAL*0 UNIÃO DE CURTUMES DE MOÇAMBIOUE, LDA.UNICUMAVENIDA PAIVA MANSO, 368TELEFONE: 22071. TELEGRAMAS: 'DICCALOURENÇO MARQUES

N A casais onde cada um apenas procura no companheiro o seu próprio reflexo.São os seguidores do eterno monólogo a dois. Mas há também as autênticasalianças, a daqueles homens e daquelas mulheres, que armadas de vontade,paciência e humildade, vão criando lentamente e com tempo, um diálogo que ostransformará, de adversários, em cúmplices.O homem e a mulher são diferentes. A Natureza apenas lhes deu em comum a suahumanidade para se juntarem, se explicarem, se perdoarem denem sempre seencontrarem no mesmo compri-mento de onda e por vezes mesmo, para terem a inteligência de se regosijaremcom isso.O diálogo está na ordem do dia. A palavra ouve-se por toda a parte: nos partidospoliticos, na Igreja, nas sociedades, no interior dos casais; diálogo difuso,confuso, muitas vezes inútil ou pretensioso. Porque na maior parte das vezescontinua a ser um diálogo de surdos, isto é, a continuação disfarçada de um longomonólogo de justificação pessoai que se não pode afirmar senão a julgar osoutros.

AS verdadeiras alianças, as do hofmem com o homem, as'da amizade ou do amor,são raras. Tão raras como os verdadeiros casais que conseguiram vencer a doisuma incompatibilidade atávica. Toda a discussão degenera em querela explícitaou muda, devido aos preconceitos. Por isso muita gente está convencida que ocasal não existe, é apenas uma noção social, um factor de ordem coerciva,imposto por 1uma disciplina artificial, que não pode ser vivido do interior,voluntàriamente assumido, que sobretudo não pode prolongar-se no tempo semtransformar-se numa caricatura de aliança, que não pode sobreviver às suaspróprias cinzas.O casamento seria pois uma imbecilidade ou um erro. A poligamia, a união livreacidental, seriam as únicas atitudes válidas a presidir às relações vitais. Pelaminha parte respondo que a vitória está em contiunar juntos enão em separar-se.O amor que assegura a manutenção do casal é um combate, não contra o outro,

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mas contra si próprio. Se o amor conjugal tão desacreditado pelos espíritos fortes,não é senão um ram-ram maquinal, uma organização da vida celular doméstica,não se trata certamente de um verdadeiro casal.Um verdadeiro casal não é nunca um par de noivos no princípio do seu amor. Umcasal não existe por si, iaz-se, cons.trói-se ou não se constrói. O amor é a faíscaque acende o fogo, a colocação em circuito de uma possível comunhão, uma portaaberta sobre uma vitória ou uma derrota. Através dos tempos,apesar daausteridade de costumes, do mercantilismo, dos casamentosde dinheiro ou deterras, das uniões forçadas, houve sempre casamentos feitos com base no amor. Oamor pode existir até nos animais.Admitido o postulado do amor, fica o resto ... e o problema mantém a suaacuidade, dia a dia, momento a momento: como continuar a amar-se a dois. Por-que os obstáculos são inúmeros, inúmeras as insidiosas armadilhas com quedeparamos sem as ter previsto. A vida quotidiana, as suas banalidades, as suasfadigas, são os escolhos do amor, o cutelo que o decapita ou a prova do fogo queo consolida como a um belo vaso de terracota, que lhe fixa o esmalte e o tornacapaz de resistir a outro fogo. Um amor que não cresce em qualidade, só podevoltar ao pó.Todas as mulheres sonham com um companheiro brilhante, prodigiosamenteinteligente, espiritual, sedutor, apaixonado, e que vençana vida. Todos os homenssonham com uma mulher eternamente alegre, repousante, desejável e mesmobela, extremamente apaixonada e ao mesmo tempo maternal, para os filhos e parao marido, dotada de uma saúde de ferro e de um equilíbrio nervoso extraordinário.Ora isso é impossível. A vida dá enxaquecas, os partos, as, doenças, osaborrecimentos de dinheiro, as amarguras, sem esquecer os mal-entendidosconstantes que separam dois seres, não só pelo sexo, mas pelaeducação, pelafamília, a sensibilidade, os gostos e aversões, quando o nãosão pelos filhos, quetantos casais utilizam como arma um contra o outro.Mas verdadeiramente um casal é uma transcendência do quotidiano e é por issoque para lá das convenções sociais, para lá do aspecto humildemente domésticoda vida, para lá de todos os sistemas, cepticismos, contestações, ele triunfa da suaprópria imperfeição até na morte. Um casal é uma revolta, umarecusa do caos,uma criação. Um casal é uma liberdade.Um casd: dois co,osPara que serve toda a Informação, todo o desvendar de segredos de sexo, todas asteorias, perante o facto insofismável que é a situação em quedois.1.. (-~UM DIALOGODlFiCIL...jovens se encontram, corpo a corpo, pela primeira vez, em frente um do outro?Ele e ela conheceram - e sepultaram - sonhos acordados acercado homem, damulher ideal. O outro não imagina o que o ser amado espera ou teme. Pode dizer-se com sinceridade: «Amo-te.. Mas a pergunta: «Como gostarias de ser amado?*,não pode ser posta nem respondida. Por definição a jovem intacta nada conhece.

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Outrora a mãe incitava a jovem recém-casada a suportar passiva a suarepugnância. O motivo era peremptório: sem «dever conjugal» não há filhos; semposteridade, não há respeitabilidade., Esta tradição engendrou milhões de frígidas.Felizmente também, milhões de apaixonadas escaparam a essadesgraça nosilêncio das noites.«Apertei-te contra o meu peito .como uma pomba que uma rapariguinha asfixiasem o saber* (Guillaume Apollinaire).Aliás as frígidas não são apenas as vitimas de companheiros inábeis ou

lMBIFiCi'L...apressados. Os mistérios segredados no círculo das Mães sobre as exigênciasmasculinas e as dores do parto provocam o mesmo número de traumatizadas. Efalemos com franqueza: mente a literatura,:que apresenta anoiva extasiada desdea primeira noite, com as revelações amorosas. Todas as mulheres sabem que oamor físico exige uma longa e dura aprendizagem.A aprendizagem amorosa deve satisfazer exigências contrárias. Um homemperdoa tudo, excepto uma frustração na sua virilidade. Sentir-se recusado,aperceber-se de causar repugnância, apenas cria neuróticos. Era outrora aexplicação para o regresso dos maridos à amante de solteiros, e o motivo de muitos dos divórcios-relâmpago dos dias de hoje.Quantos séculos foram precisos para que os costumes admitissem o direito dasmulheres ao prazer físico, mesmo àquele que não tem como finalidade aprocriação? Quantos séculos para admitir que ele não é um pecado para sabo rearfurtivamente? Mas que as jovens não esqueçam: é pela atitude, pela linguagem docorpo e não pelas palavras cruas, que ela conquista o direitoao prazer. Aharmonia carnal usa poucas palavras.Instaurado o rito, encontrada e estabalecida a harmonia, é preciso continuarvigilante. Podemos comparar o amor às plantas, com as suas estações e os seustropismos. O rito não conserva, imutável, o seu poder.A estação-morta dos amoresOs maníacos dos números situam a primeira viragem entre o terceiro e o quintoano. As crianças apareceram e preenchem todo o tempo. Insensivelmente amulher torna-se mais Mãe que Esposa. E o marido passa a primeiro plano dosseus interesses o trabalho, os amigos ... Que fazer? As «receitas» das amigas de'mudar de penteado, de vestidos, de se fazer coquette, não chegam para secar opântano invisível onde a paixão se enterra.Deve-se nesta -altura provocar uma explicação? Em período de crise, a palavra éuma lâmina tomba ... não corta a direito. As palavras tecem osvéus do

amor, em poemas, em diálogos, em canções, em romances ... masa nós, é.nosnecessário afastar esses véus e descobrir por trás deles, a verdade do desejo. Semesquecer nunca que o amor chamado físico é subsidiário da imaginação, muitomais que do jogo das glândulas.As grandes cenas

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doamr despezadoOs anos passam e por vezes, as mais precavidas são apanhadas de surpresa.Descobrem que ele ama outra ... Não uma aventura de passagem,mas umaligação. Ao quebrar do vaso do amor contra a rocha do adultério, cada qual reagesegundo o seu carácter. Aqui sobretudo, joga a tradição sublimada pela literatura.Grandes gestos, soluços, frases pomposas à maneira do teatro trágico. «Não te deieu a minha juventude? Como podes ser tão cruel?» Mas o trágicoverbal, dávontade de rir. 'É preferível evitar as grandes explicaçõese também os ultimatos.É que ao dizer-lhe: «Escolhe: ela ou eu» ele pode e fá-lo-á concerteza, escolheroutra.Então que fazer? Inventar um novo estilo? Mudar o ritmo e os ritos? Mas nãoenvenena a presença invisível da Outra todas essas tentativas?Muitas escolhem a vingança pelas mesmas armas. Mas a maior parte das vezes, aabandonada continua infeliz. No fundo ela deseja menos encantar o amante queprovar a si e ao «traidor» que ela também ainda agrada, atrai eé desejada.Mas a solução mais corrente é a daquela que se deixa afundar nodesgosto, naderrota, tudo atribui à idade,O maior erro em relação ao marido infiel mas amado, é renunciar. Aquela que écapaz de tolerar a Segunda, sai a maior parte das vezes vencedora. Ela sabe que épossível amar duas pessoas simultâneamente. E dar o prazer do re. gresso ao amorconsagrado, não é imoral.Os filhosO fundamento biológico do casal é a sua função reprodutora. «Crescei emultiplicai-vos, é tanto um mandamento da natureza, como o de uma determinadamoral. Pode-se aceitá-lo ou não. Porque o casal é outra coisa. É em primeiro lugara união de um homem e de uma mulher que se escolheram para levaruma vidacomum. Mas isso não basta. Esta união só adquire realidade social através dainstituição do casamento e o nascimento de um filho.Antigamente as pessoas casavam-se para ter filhos. A descendência era a razão deser do casal legítimo. Hoje é diferente: o casal pode bastar-se a si mesmo. Umfilho fora do casamento continua implicitamente condenadoe está na base demuitos casamentos precipitados. O importante não é que o filho seja concebidodentro de uma união legítima, mas que a sua vinda seja assu. mida pelos pais.O ideal é que o marido e mulher estejam de acordo quanto à chegada de um filho.E neste aspecto a contracepção desempenha um papel considerável. Ela permiteescolher com toda a liberdade aquilo que era até então um contratempo mais oumenos aceite. Ela permite sobretudo libertar a mulher dessaobsessão queperturbava as relações do casal: o temor de um filho não desejado. Por. que aformação da célula conjugal não se faz de um dia para o outro. Os primeirostempos do casamento são um período necessário ao esforço da comprensãomútua. Muitas vezes o casal possui harmonia erótica sem ter encontrado aharmonia conjugal. É com o tempo e as tarefas comuns que a harmonia se criará.A maturidade da mulherDesejado o filho, a primeira gravidez é para o casal o princípio de uma nova vida,uma viragem definitiva. Nos meses que precedem o nascimento, a criança para ospais: é ao mesmo tempo uma perturbação e uma promessa para o futuro.

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Para a mulher, os três primeiros meses de gravidez são um período em que elaressente de uma maneira intensa o seu estado. O mal-estar físico, a tristeza súbita,a fadiga, são sintomas que põem à prova o afecto dos dois seres. Muitasvezes a mulher sente diminuição do seu desejo sexual, o que não está de acordocom as aspirações do marido. Inteiramente voltada para si própria, narcísica,mostra-se diferente e cabe ao marido o esforço para aceitá-la e compreendé-la.A partir do quinto mês. o equilíbrio psíquico restabelece-se. É a altura em que amulher se instala no seu estado. A criança começa a manifestar a sua presençaviva. E para o pai começa a aventura paternal. É a altura em quese fala do sexoda criança, se discute o seu nome.A criança nasceu. Já não se trata de sonhar, mas de fazer face aos problemasmateriais. A mãe vai sentir afirmar-se a sua tern'ura maternal. O seu lugar no larmodifica-se. Ela torna-se o elemento fundamental e estável, o centro da família.Paralalamente, o homem vê o seu horizonte alargar-se. Acabaram-se os fins de diaa dois, as saídas à noite. Começa o tempo dos biberons, das ansiedades pelaprimeira doença. b primeiro dente.A colaboração entre marido e mulher torna-se mais estreita.Hoje já não se põe oproblema de o homem deixar à mulher todo o cuidado de criar os filhos dainfância à adolescência. O seu papel é tão importante como o da mãe logo que acriança sai da indiferenciação primitiva mãe-filho. Ao mesmo tempo um novoequilíbrio se estabelece, deve aprender-se a partilhar a três, o que se partilhava adois: os bens materiais e também o amor. Desta primeira experiência depende ofuturo do lar e dos futuros filhos.(Adaptado de Pénela)

MIL JOVENS EM JAMBOREE- Escuteiros da Africa do -Sul, Rodésia, Suazilândia, Angola e Moçambique nomaior acampamento de sempre na PolanaComeça no domingo e prolongar-se-á durante toda a semana, noAcampamentoMunicipal da Polana, o III Jamboree Internacional de Escuteiros, a que devemestar presentes cerca de mil rapazes e raparigas de todos os pontos deMoçambique, da Africa do Sul, Rodésia, Suazilândia e Angola, no que deverá sero maior acampamento de sempre deste género, na capital da Próvincia.* Sob o signo da amizade e da convivéncia, da tolerância e do diálogo, um milharde jovens de ambos os sexos vai conviver intensamente durante uma semana,dando um notável e sadio exemplo de confraternização entre os homens.Durante a reunião internacional, funcionará no acampamento um posto emissor-receptor, que ficará em contacto com todo o mundo.MENSAGEMNa sua mensagem de boas-vindas, o chefe regional dos escutasde LourençoMarques, eng.o Mendes de Almeida, afirma:Caros Irmãos Escutas:«Que este III Jamboree seja memorável pela vida fora ...Esta esperança só pode ter realidade se fizermos deste nossoencontro, maik uminstrumento formativo assente na amizade, na tolerância, no diálogo e nas

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responsabilidades. operativas destes dias de tão intenso trabalho, que nospermitirão uma educação mais nobre a caminho da verdade.Que o nosso encontro seja um ele. mento autêntico de verdadeira comunicaçãohumana e nele encontremos mais uma pista onde possamos meditar e contemplara verdadeira fraternidade entre os homens.De braços abertos os esperamos nesta Pela cidade de LourençoMarques, paramais um encontro que queremos e sabemos memorável para todos...»ProgramaSébado (dia 2) - Chegada ao campo; Montagem de campo; e Cinema.Domingo (dia 3)-Serviço religioso; Ensaio para a abertura;Praia; Abertura decampo; Abertura da estação CR 7 CNE e Convívio.Segunda-feira (dia 4) -Inicio de concurso de fotografia; Concurso de construçõesna areia; Visita à cidade e Convívio.Terça-feira (dias - Praia; Construçõo. técnicas; Trabalhos manuais e Fogo deconselho.Quata-felr. (dia 6-Banho; Encerramento do concurso de fotografias; Concurso deculinária; Jogo pela cidade; Inscrições para as Olimpíadase Cinema.Quinta-feira (dia 7) - Olimpíadas e Fogo de conselho.Sexta-fera (dia 8)-Jogo da amizade; Exposição de trabalhos; Tarde livre;Preparação para o fogo de conselho e Grande fogo de conselho.Sábado (dia ) - Dia de Portugal.Doi (dia 10)- Serviço religioso Convivio; Encerramento e Distribuição deÊprémios.Seguad r (dia 11)- Desmontagem de campo.

PÁGINA 55CONTADORES EM 1 VALA COIMUReportagem de MIGUlIS LOPES JR. 0 Fotos de KOK NAMO ESTRANHO CASO DE UM BAIRROONDE A FALTA DE AGUA SÓ NÃOOCORRE NAS CONTAS MENSAIS.Falta de água não é problema no Bairro Marcelio Caetano. Pelomenos nascontagens mais que optimistas que os S. M. A. E. enviam mensalmente a casa dosmoradores. Um deles conseguiu mesmo - e ainda segundo as tais«mais queoptimistas contagens dos S. M. A. E.-.- gastar tanta água como uma fábrica.A realidade porém, é bem diferente: os cortes de água verificam.se inúmerasvezes e sem aviso; a pressão do liquido, quando ele sai das torneiras, não chegapara fazer mover um simples regador automático de quintal; eo tal morador, nãopossui mesmo nenhuma fábrica: apenas uma casa normal, de dezdivisões, ondese gasta tanto como em todas as casas normais de dez divisões que existem nomundo.O que mais estranho em toda a questão porém, é o facto das referidas leiturasserem efectuadas em contadores que se encontram - por obrigatoriedade impostapelos S. M. A. E. - todos reunidos num avala de condições ultraprecá, rias, com amaior parte dos aparelhos soterrados, mostrado* res partidos e mecanismosavariados devido à penertação de terra.

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Esta é a -vala dos contadores- do Bairro. Uma extensa cova semprotecção deespécie alguma, onde os aparelhos se encontram literalmente soterradosEste é o estado em que se encontram a maioridos contadores colocados na «vala comum, mostrador partido, mecanismoparalizado pela terr(As contas no entanto vão sempraos duzentos e tal trezentos escudo Terão os funcionýários dos S. M. A. E. dotesde magi(ou tratar-se-á de um tipo novo de mecanisma que regulam água através de grãosde areio

PAGAMENTOS EXAGERADOS EM CONTADUORES AVARIADOSAs contagens mensais n, entanto, e como assinalámos, continuam a ser feitas, esão consideradas pela maioria dos moradores como extremamente exageradas. Ofacto leva a concluir - pondo de parte a hipótese de que os funcionáriosencarregados possuam dotes mirabulantes de leitura - que osS. M, A. E não estãoa agir, no Bairro Marcello Caetano, por forma a servir os interesses dosconsumidoresCasas a cinco quilómetros dos contadoresO sr. Roberto Ferreira, primeiro morador abordado, conduz-nos ao local da «valados contadores", situada numa dás ruas do bairro: uma extensa cova, semprotecção de qualquer espécie. aparelhos danificados, de mostradores parti-dos(os que não se encontram totalmente soterrados, já se vê), a tubagem descobertasujeita a estragos de toda a espécie, em suma, um verdadeiro caos que não serveos interesses de ninguém.Depois de -uma operação que nos fez recordar os tempos da infância, com os seusjogos de «caça ao tesouro"»escavar alguns palmos de terra, osr. Ferreira elucida-nos sobre o assunto:- Quando construi a moradia que possuo aqui no bairro, pedi aos S. M. A. E.autorização para instalar o conta-dor no quintal da minha residência. Tal ãutorização no entanto foi-me negada,tendo-me aquela entidade informado que se fizesse isso perderia o direito a toda atubagem situada para lá da porta da minha residência. Tal situação não' meconvinha de forma alguma, uma vez que possuo quintal e um pequeno aviário, e acontsrução de um poço .ser muito dispendiosa,E aqui começaram os problemas do sr. Roberto Ferreira. Constrangido a montar oseu contador na fatídica ,vala", foi informado que os S. M. A.E. apenas ocolocariam o aparelho e o tubo de saída, sendo a expensas do consumidor o canode conduta para a residência, «Sendo os tubos de ferro galvanizado muito caros, efora portanto das minhas possibilidades financeiras -diz-nos ainda o sr. Ferreira -segui o exemplo dos outros moradores e coloquei tubagem de borracha. Estaporém cria-me muitos problemas pois está colocada muito próxima do solo esujeita a danos de toda a espécie. Além disso -'diz-nos aindahá consumidorescujãs residências se encontram a cinco quilómetros dos contad'ores. Veja o queisso significa em dispêndio de material, e para a detecção depossíveis rupturas».,«Depois de tantos anos...»

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Outro dos moradores contactados, o sr. Armindo Pires, é peremptório acerca doassunto:-O que se está a passar com aý água, é um autêntico disparate! Depois de tantos-anos de promessas, continua ,tudo na mesma, ou ainda pior. Falta a águ- mas ascontas no fim do mês ascendem sempre aos duzentos e tal, trezentos escudos!Sempre gostava de saber onde é que estas leituras se efectuam. É quê aquelescontadores, no estado em que estão não podem marcar aboslutamente nada!»Referindo-se também ao caso das tubagens metidas à custa dosconsumidores, osr. Armindo esclarece-nos ainda: «Apesar disso a falta de água é constante. Amim então tem-me -prejudicadoOsvaldina Ccrma:«Ao fim de três meses mandaram-me uma contade três mil ecem escudos de água....

imenso, pois possuo um aviário bastante grande que, como é óbvio, não podeestar sújeito a estas faltas, principalmente na altura" de maior calor. Já memorreram centenas de aves. No entanto há funcionários dos S.M. A. E., aquiresidentes que possuem os contadores dentro de casa. Mais: enquanto eu tenho ojardim quase seco, há,um certo funcionário dos mesmos serviços que tem milhoviçoso e bem regado no quintal...»Três contos de ãgua... em três meseslOsvaldina Carma, moradora já antiga do bairro afirma-nos ainda: «Durante trêsmeses, os S. M. A. E. não enviaram a conta da água cá para casa. Finalmenteacabou por vir a contagem dos três meses que ascendia a três mil e cem escudos!O próprio cobrador se mostrou admirado perguntando-me se eupossuía algumafábrica, ou estava a fornecer alguma casa em construção. Como o meu gasto temsido sempre absolutamente normal, reclamei junto do engenheiro encarregado.Este enviou os peritos que se limitaram a substituir o contador dizendo que ooutro estava avariado. No mês seguinte -apenas me cobraram oconsumo mínimoobrigató-rio (21$00), mas o certo é que dos tais três contos nunca ninguém me indemnizou.E não se trata de fuga, pois desconfiado disso, o meu marido abriu à sua custa,uma vala ao longo da tubagem, sem nada ter detectado. Os S. M. A. E, tem aueme indemnizar, pois aquelai conta é absolutamente injustificada!»Providências: exigem-seE assim deixámos o Bairro Marcello Caetano, de casas modernas e bemdelineadas, futuro autêntico prolongamentode Lourenço, Marques, e que na realidade não merecia a falta de atenção edesmazelo a que está a ser votado por parte das entidades competentes. Aliáscremos que com um pouco de vontade estes problemas se desvanecerão comrapidez. Não será muito dispendiosa por certo, a construçãode um resguardo decimento onde os contadores se possam colocar pròpriamente,e ao cimo da terra.Até porque as leituras «underground», por agora, são segredo exclusivo dos S. M.A. E. da Vila Salazar, e não se mostram muito eficazes. Para osconsumidores,claro está ...O que se está a passar com a água é um autêntico disparate. Depois de tantos anoscoritinua tudo na mesma, ou ainda pior-

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[4DICCA7 de JANEIRO a 28 de FEVEREIROJANEIRO7 a 9=0S GIGANTES DO MAR RICHARD WIDMARK / SIDNEY POITIER10 a 13 = 0 CASAMENTOCLAUDE BERRI / ELIZABETH WIENER14 a 17= FUNNY GIRL(70 m/m)BARBRA STREISAND OMAR SHARIF19 a 20= RESGATE HUMANOFRANCO NERO/CHARLOTE RAMPLING 21 a 23=A FERA AMANSADAELIZABETH TAYLOLR / RICHARD BURTON 24 a 27= UM-DOIS TRÊS-QUATRO (70 m/m) ZIZI JEANMAIRE / CYD CHARISSE 28 a 31 =AQUELESDESTEMIDOSCAVALHEIROS MONTADOS (70 m/m) EM PUROS CALHAMBEQUESFEVEREIRO2 a 3=OS CINCO AVISOSDE SATANASMADALENA IGLESIÃS / AMERICO COIMBRA4 a 6=0 CÉREBRODAVID NIVEN / BOURVIL7 a 10=A PRINCESA GRYNET MOLVIC / LARS PASSGARD11 a 14=OLIVER (70 m/m)RON MOODY / OLPVER REED16 a 17= DIVÕRCIO A ITALIANAMARCELIO MASTROIANI 1 DANIELA ROCCA18 a 20 = O OPORTUNISTABOURVIL / LOUIS DE FUNÈS21 a 24=0 CERCOMARIA CABRAL / MIGUELL FRANCO25 a 28=LEÃO NO INVERNOPETER O'TOOLE /KATHARINE HEPBURNPela primeira vez a panorâmica cultural de Moçambique vai registar algo deinédito: a realização de um autêntico Festival do Cinema, uma iniciativa já delongo prazo em Angola e na Metrópole, cuja responsabilidadese outorga àsOrganizações Ribeiro Belga,Outro aspecto que nos coloca perante uma, iniciativa que se afasta do habitualobjectivo comercial, para preencher apenas uma lacuna cultural: os preços nãosofrerão qualquer alteração em relação aos já em vigor no Cinema Dicca. Juntodos distribuidores, conseguiu-se atingir esse objectivo fundamental a umamanifestação de arte: a presença das massas populares de todos os níveis.cinema

WILLE D O FILME DO AND

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5 MELHORES FiLES DE liiipvotação efectuada entre todo o seu corpo redactorial, c«Tempo»>, elegeu os seus«Dez Melhores Filmes do Ano», de 1970 ,em Lourenço Marques, bem assimcomo o melhor filme de cada pénero cinematográfico mais marcante, o pior filmedo ano-reservQndo para esta Ílima eleição os filmes cujo conteúdoideológico seja, nasua opinião, mais abominovel-e o melhor filme português do ano.Assim a peNIcula «WiIie Boy Regressou», do realizador Abraham Polonsky,estreada nesta cidade pelo teatro Scala, foi considerada por unanimidade como amelhor exibida em 1970 em Lourenço Marques, dentro da seguinte listaclassificativa:i- «Willíe Boy Regressou», de Abraham Polonsky (Scala). 2- «A QuadrilhaSelvagem», de Som Peckimpack (Scala). 3- «A Quadrilha da Caverna», deGeorge Roy Hill (Scala). 4- .Easy Rider», de Dennis Hopper (M. Rodrigues).5 - «0 Cowboy da Meia-Noite», de John Schesinger (M. Rodrigues). 6--«BeijosRoubados,, de François Truffaut (G. Vicente). 7- «Era uma vez.... no Oeste», deSérgio Leone (G. Vicente). 8- 'Repulsa», de Roman Pollansky(Infante). 9-'OCompromisso», de Elia Kazan (Scala). 10-~'A Minha Noite em Casa de Maud.,de Eric Rommer (Infante).O melhor .western» do ano: «A Quadrilha Selvagem», de Sãnm Peckimpack(Scala).O melhor musical do ano: «Hello Dolly», de Gene Kelly (Scala).A melhor comédia do ano: «Os Empresários», de Mel Brooks (Dicca).O melhor «filme espectáculo» do ano: «Hello Dolly» .(Scala).O melhor «genérico» do ano: «Era uma vez.... no Oeste., de Sérgio Leone, (G.Vicente).O melhor filme português do ano: «0 Cerco-, de Cunha Teles, (Estúdio 222).O pior filme do ano: «Topázio», de Alfred Hitchcok (Scala).O realizador do ano: Roman Pollansky: «0 Beco» (Gil Vicente), «Por Favor NãoMe Mordas no Pescoço» e «Repulsa» (Infante); «A Semente do Diabo- (ManuelRodrigues).

iVILIIE flY"UOVAS PERSPECTIVAS "WESTERN"Origem: Estados Unidos, 196L Raellador. Abrabam Polonaky.Música de: Dave Grun.Montagem de: Melvs Shapiro.Fotografia de: Conrad HalLlntérrotes: Robert R.dford (o xerife); Xatarina Ros (Lola)Ro. bert Blak (Wm11Boy) 8nsan Clark (a doutora).A equipa de «Tempo- elegeu 'Willie Boy, como o melhor filme doano e nesteapontamento damos aos nossos leitores as razões desta escolha.Em primeiro lugar falemos de Abrahmam Polonsky. O seu nome é desconhecidopara as gerações mais jovens de cinéfiloe pois durante vinteanos não realizounenhum filme. A sua última obra data de 1948 e chamava-se «Force of Evil». Asua inactividade está relacionada com o período tenebroso da história dos Estados

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Unidos: o «maccarthismo.. Este pernodo a que está ligado o nome do senadorMcCarthy, foi marcado pelos actos oficiais de intromissão furiosa na vida privadade cidadãos iminentes e anónimos, -na tentativa de descobrir pretensas simpatiascomunistas, pois um medo louco do poderio da União Soviéticaapoderara-se dogoverno americano. Cientistas, intelectuais, artistas, foram vitimas desta histeria.Oppenhelmer, o casal Rosenberg, os dez de Hollywood.... A história: já os fixou.A literatura também. Basta lembrar o sucesso da peça de Arthur Miller, *AsBruxas de Salém, que retratou esta moderna caça às brxa.Abraham Polonsky fez parte da lista dos dez de Hollywood. Foireduzido aosilêncio. E prectsou de vinte anos para se recompor dessa a9rssão moral de quefoi vitima. Mas voltou em grandeza, com esta obra que é um corajoso einegualável hino &quilo que ele bem sentiu ser o maior bem do homem: aUberdada. O «western' é um género que i está ligado à hist6riados Esta- 1 dosUnidos. Tem celebrado a co-ragem dos homens que de uma sua pupila, boa demais para um terra selvagemfizeram uma na- índio rebelde, apesar desta o ção. Mas o «western» tem sidoamar e o seguir de sua livre quase exclusivamente uma histó- vontade.Circunstâncias políticas, ria unilateral. Pois a terra selva- exteriores ao conflito - avisita gero que o homem branco des- do Presidente à região- transbravou, erahabitada por outros formam a -caça ao índio» numa homens: os índios. E ohomem tarefa em qiue as horas contam. branco não desbravou sòzinho: A tensãotorna-se insuportável. foi auxiliado por outros homens, Lola é encontrada morta,pelo os negros. Que aconteceu ao ho- xerife. A caça a Willie continua. membranco e aos homens não Finalmente o xerife e Willie, esbrancos no decorrer dahistória? tão frente a frente e Willie deiOs primeiros tornaram-se os se- xa-sematar. nhores que reduziram os segun- Toda a frenética fuga de Willie dos aservos. Boy é a fuga a um modo deMas a história deve ser verda- existir que ele não teve oportudeitra e não míticaobjectiva e nidade de escolher, porque desde não irracionalista. óue têm pen- oprincípio lhe foi imposto; a sado os servos da situação que uma liberdade que nãoé a que lhes foi imposta por aqueles que ele quer; as leis para cuja inspela força seinstAtuiram seus se- tituição ele não foi consultado. nhores? Porquea Willie Boy não se apliAquilo que admiramos e apoia- ca o artigo primeiro da.Constituimos em Polonsky, é ter tido a ção de 1793 que diz: «osprincicoragem demostrar aos seus con- pais direitos de um homem são cidadãos,numa obra a quenão os de prover à conservação da falta a beleza eterna de uma sua existência e dasua libertragédia grega e a poesia ma- dade». O crime de Willie Boy é ravilhosade uma lenda medie- o de reivindicar a sua liberdade vai, as razões que os servose a de todos os índios, de todos acharam no seio da sociedade osprivados dela. Esão os próconstruída pelos seus colonizado- prios guardiões desses direitos res,para a sua rebelião, que ou que de tal se intitulam, que WillieBoy personifica.Willie Boy lhos negam. morre porque 6 simultâneamente Este éo tema dodiscurso de um mártir da causa e um herói Polonsky, um homem que conhece detragédia., a evolução da história dos ho.............mensdo seu pais, detodos os

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A história passa-se em 1909. homens. Mas não é apenas ,pela numa reserva índia.Willie Boy sua mensagem que o seu filme regressa à reserva e rapta a ra- é umaobra de arte. A mestria pariga que ama, Lola. O pai com que ele soube dirigir osdesta é um índio assimilado, que actores, escolher e integrara mútal como asautoridades america- sica (de frisar os temas de mú-. nas, considera o rapto umcrime sica índia em guitarra) no conpunivel e persegue Willie para junto da obra,a ,fotografia que o matar. A mãe, é uma índia é o melhor que a técnica podentegrada na tradição do povo a oferecer e a intencional lentidão que pertence econsidera a sua aparente das sequências, que O MELHOR FILMEfilha casada com Willie, segundo contribuem para o clima tensc PORT as leisnativas. Mas Willie, per- que nos aflige durante todo o UGUÊS: «O CIseguido pelo xerife e pelo pai espectáculo, são o suporte genial le Lola, é obrigadoa fugir e leva deste filme que abre as novas a jovem com ele. A perseguiçãoperspectivas do «western'. ntensific-~e, instigada pela etnóoga em serviço nareserva, queama os índios e considera Lola, MARIA DE LOURDESNesta pég~a,: de ina para baixe: Maria Cabral, a fantástica a~trz de «O Cer»», deAntónio de Cunha Telnes,que foi votado como «O Melhor Filme Portugahs do Ano», e Roberto Redford, exerie de wlle By Regressou», de A. Polonhky, que TEMPO considerou como «OMelhor Filme de 197%) Na p~glma seguinte: «O Melhor Western do Ano»: «AQuadrilha Selvagem», de Sam Peeklnpah; «O Melhor Mual» que étambém «OMelhor Filme Espectéculo do Ano», «Ree Doliy, de Gene Kefly eo «fir do Ano»:«ToPlio», de Alfred Hitehcockque aparece na fotografia Junato de um dos principas actoresda pelicula

O MELHOR «WESTERN DO ANO:cA QUADRILHA SELVAGEM»O MELHOR MUSICAL DO -ANO:«HELLO DOLLY»O PIOR FILME DO ANO:T(OPAZIO»

Sede:AMARANTE.Delegações: LISBOA, PORTO, FUNCHAL, PORTO SANTO, LUANDA eLÇO. MARQUESVALOR DAS OBRAS EM CURSO NA PROVINCIA NO TRIENIO 1968,1970-- 1100000 CONTOS VALOR DAS OBRAS DE HIDRÁULICA URBANA300 000 CONTOS

TOS TimejÇr.EI-EWCýl ^444,44 -qV£ POU-N XágEgÁ, MEO mos ~P4A mos 4 o,Ab6VM rempo IDA P^An~nVOA 'cpsvã '00 u A q r Tom

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cvk~ A IArreAROPC>l'IR'mmw. 7COMOIEM<£rem 3-fUEpý#ý4ý' QPAEME~<ÀS VOS- VANCb 3e; 4fEffi#-,<£ remei A pe;^ro SApoPAque ^DOPenvi>E Pe F.4 A 0'

1 2 3 4 5 6 7 e 9 101li 12 13'I'27e912HORIZONTAIS: I- Nome de diveradoenças contagiosas e epidémicas; ,nsia, dil ligéncia; desequilbrio mental. 2-Pequeno: :abutre americano; pequeno barco oriental.3- Nome de letra; larva que aparece no queijo e na carne de porco; muitos (fig);comparecer. 4- Mãe de Samuel (Bibl.); sustentáculo; nome deuma planta labiada.5-, Ovário dos peixes; grande porção; pronome indefinido. 6- Doença da pele;burro. 7Acusada; satélite de Júpiter; antes de Cristo; compaixão. 8- Anual; mulheresperta e maliciosa (prov.). 9-Grito, gemido (Bras.);CARNEIRO a descontraque lhe faça(21 de Março a 20 de Abril) os seus imAMOR - No dia3 estará inclin.do a:; " " |destcar-se e a gastar mais do que pode. Cuidado. Além disso, terádercombater a tendência de ser cotraditro o L . que lhe poderáserprejudiçíal. O Quarto Crescente da Lua no dia 4 coincidirá com uma atmosfera dedesapontamento. Cuidado com acidentes. No dia 8, os assuntos de coraçãocorrerão bem. Procure planear um fim de semana calmo. 1 ý;TRABALHO - No dia 6 surgirá uma oportunidade para levar por diante os seusobjectivos. Conserve os olhos e os ouvidos bem abertos e aproveite aoportunidade que se lhe deparar. A partir do dia 7 haverá um período int.ressantedurante o qual- poderá tirar vantagens das circunstâncias.No fim de semanaprocure estudar a situação.SAÚDE - Um pouco abaixo do normal.TOURO(21 de Abril a 21 de Maio)AMOR - Se no

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dia 3 tivercompleta liberdade de acção deve procurar actividades calmas, e sepossível, conservar-se em casa. O mesmo deverá fazer nos dias 4 e 7. Deveprocurar ambientes que o auxiliemPALAVRASvaso para vinho; a parte posterior do corpo, traseiro (Bras.). 10-Anilha; chefe doshunos, n. cerca de 406, que sucedeu a seu tio Rhuas como chefe de inúmerashordas espalhadas desde o Cáspio até ao Danúbio; antigo dialecto da Gália ao N.de Loire. 11 - Sãdia; magnete natural; princípio (fig.); nome de letra. 12m-Eléctrodo positivo; edificio de Atenas onde se reunia o público para admirar osmúsicos e os poetas. 13Ave parecida com a pomba; espaçó de tempo nome demulher.VERTICAIS:, 1 - Trompa; incipiente; guarnecer de asas; 2- Hidrocarboneto quese obtém por redução profunda da Irona; designação do planeta mais distante daTerra. 3-w Interj. que designa nojo ou desprezo; nome de mulher; a barlavento;sufixo nominal de naturalidade. 4-Secção de uma tribo entreos Gregos; bago deuva; partida. 5-Planta africana, ornamental, de flores vermelhas; hora do oficiodivino entre as sextas e as vésperas, correspondente As 15 h.; senhor. 6- Irra!;Lugar onde se cal. cula o imposto do pescado, ou onde se vende peixe. 7- Crédito,confiança; vogais iguais; pref. de dualidade; soletra. 8- Intuito; ea-r-se. Procure amigos m bem. Cuidado com ,uisos no fim da se-mana.TRABALHO - No dia 6 é possível que considere a realização de qualquer viagemrelacionada com as suas actividades. Um novo projecto surgirã e que lhe abriráboas perspectivas no dia 7. SAÚDE - Não estará no melhor da suaforma. Nãodeve apoquentar-se. Durante toda a semana tome cuidado com acidentes.G ÉMEOS(22 de Maio a 31 de Junho)AMOR - No dia3, decline quaisquer convites que o possam levar a partciparem reuniões agitadase barulhentas.Procure distracçõescalmas.da Com o Quarto Crescente da Lua no dia 4 deve procurar ser prestável edemonstrar a sua compreensão. Os problemas de outras pessoas devem merecer asua atenção. Use a caoeça.TRABALHO - No dia 6 poderão surgir dificuldades no que respeita a interessescomuns. Dave procurar ser realista e ver para. onde caminha.Defina os seusplanos que devem basear-se em informações exactas. Terá umaimagem clara daimportância de ordem material e deve procurar resolver o melhor que puder osseus assuntos.SAODE - Tome cuidado consigo. Existe o perigo de acidentes, principalmentenos dias 4 e 8.CRUZADASlosidade. 9-Voz do mocho; sem defeito; moeda de Macau correspondente a umcentavo de pataca. 10-Bigorna de ourives; polegada; composição poéticadestinada ao canto. 11-Viração; intimo; constelação austral; art., antigo. 12-

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Prurido causado pela dentição nas crianças; planta de apli.eeções culinárias (pl).13- Popularidade; tira de pano que rodeia algumas peças do Vestuário; espécie decapa usada pelos fiamines e romanos distintos.SOLUÇAO DO N.o 14HORIZONTAIS: 1- Lapap ar, sede. 2Useiro, otário. 3 -Sé, sei,Nio, ai. 4- Ola,Itaca, Ibo. 5- Hei, oto, ovo. 6- Garbo, broas. 7 - Eça, ira. 8 - Amaro, udora. 9Ogo,pão, ala. 10-Ida, caspa, ama. 11C, air, ara, ás. 12- Olival, Lambda. 13Roda, aba,pias.!VERTICAIS: 1- Luso, grã, icor. 2Aselha, modelo. 3- Pé, aer,Agá, id. 4Ais,Ibero, Ava. 5- Rei, Oco eia. 6-o Porto, paria. 7- Ata, cãs. 8- Ronco, opala. 9Tia,bru, ara. 10-São, orada, Amp. 11Er, Ivo, ola, bi. 12- Diáboa,ramada. 13,£olo, sua,asas.Deve estar constantemente em guarda.CARANGUEJO(22 de Junho a 22 de Julho)AMOR - No dia3 ocorrerão incidentes inesperados, ou mesmo graves acidentes. Este dia, emprincipio deve incitá-lo à reflexão.Deve manter a har -monia à sua volta. No dia 7, fortaleça os seus laços deamizade. Não tome quaisquer iniciativas pessoais, principalmente nos seusassuntos privados.TRABALHO - Sentirá que a sua ocupação é fastidiosa e se surgirem novoselementos, no dia 5, não deixe de os estudar. No que respeita aos seus problemas.materiais é possível '-que surja um acordo, no dia 8, que lhe dará satisfação. Masno dia 9, cuidado com qualsquer erros que possa cometer. Examine com atenção asua situação financeira.SAÚDE - Tomará cuidado com os seus nervos. Voltará á boa forma. Sejacuidadoso, principalmente nos dias 3, 4 e 8.LEAO(23 de Julho a 23 de Agosto)AMOR -0 QuartoCrescente da Lua no dia 4 pode vir a coincidir com um perodo de incertezas quepoderá deSsanluviar se usar oSseu bom senso. Procure adaptar-se aum novo conceito das coisas. dia 5, as coisas correrão relat mente bem, e poderávir a ata um importante problema. Terá P vãvelmente de fazer algumas , cessõesno que se refere s in! Ções que lhe forem apresenta no dia 9. Nãoseja obstinado.TRABALHO - Não trate de m de um assunto de cada vez, prí palmente no dia 6.Uma das m principais preocupações desapa cerA mais cedo do que espera, No dia7, procure dominar os s impulsos que poderão levá-lo cometerum erro dejulgamen Seja cuidadoso.SAúDE - Tome cuidado e( sigo.VIRGEM(24 de Agosto a 23 de SetemtAMOR- No pr

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ýcipio da sema deve procurar pas tempos intelectu O Quarto Crescen da Lua nodia pode causar des pontamentos no q, se refere a questÕ de coração. Procurerenovar nhecimentos estimulantes. No fi da semana verificará que as coi& estão acorrer bem de novo.TRABALHO -,Deve manter. ritmo normal das suas actividad Procure elaborarplanos constru vos. Mas seja discreto no que re peita a projectos resultantesiUsquer ofertas que lhe possa vir a ser feitas, e sobre as qua fará bem emexaminar cuidadq. mente.SAUDE - Não estará no melhoIuIW

4 (I'II Ii, F 1 E eUOS FALIfAiDOS0£08,q~47V441. EXiSr7) 1 W li PEi'MÇ 64N00 OAU D4C~^* .o SE ~FANTA~tI6í6.E ',44 It" .La .^Q.... 't3a eYLJASR L 11(eaa3a9d aera sua forma. Deve tomar as ne&rias precauções.ALANÇAde Setembro a 23 de Outubro)AMOR - Seráaconselhável uma atmosfera pacifica, mas no dia 4 é possívelque surja umdesentendimento k com uma pessoa quelhe é multo chegada.O Quarto Crescente a Lua, no dia 4, deve incitá-lo, o interesse de todos, areconciliar desentendidos. É possível que contre certa oposição da pessoa Ue ama,no dia 8. No fim da se. nana, cuidado com qualquer avenfa sentimental que lhepoderá azer graves riscos. TRABALHO - No dia 9, o campo isticodespertará asua imagiação. e possível que se lhe abram Iulitas possibilidades. SAÚDE - Tomecuidado e não mneta erros.FSCORPIAO(24 de Outubro a 22 de Novembro)AMOR - No princípio da semana existe o perigo de desapontamentos ecomplicações de toda a sorte. Terá de se dominar e controlar os seus imä-pulsos. A segurançapessoa amada depende da sua Vigilãncia. No dia 8 terá de se Precaver contraquaisquer choquesque possam correr com uma pessoa que lhe é muito chegada. Por outro lado, éprovável que obtenha grande satisfação nas questões de coração. Se for solteiropoderá estar pensando numa união.TRABALHO - Surgirão soluções diferentes para eliminar problemas referentes àsua actual situação. Deve procurar ser realista na sua escolha.

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SAÚDE - No dia 7, correrá o risco de quedas e ferimentos. Tenhacuidado. Alémdisso, deve cuidar dos seus nervos.SAGITARIO(23 de Novembro a 21 de Dezembro)AMOR - Deveprocurar organizar um calmo principio de semana. Terá de serpaciente e amistosopara com as pessoas que o cercam. Deve evitar assuntos que possam conduzir adiscussões, principalmente no dia 3.TRABALHO - Estará provável mente a entrar numa nova fase da sua existência.Consequentemente, no dia 5 deve mostrar a sua segurança e tenacidade. Pode sero seu dia de sorte. A sua liberdade de acção permitir-lhe-á, dentro dos limites domais rigoroso realismo, a lançar-se numa acção lucrativa. Mas evite arriscadasespeculações e tome cuidado consigo. No dia 7 deve procurar examinar a suasituação e tomar nota de quaisquer acontecimentos externosque poderão exercerinfluência sobre si. No dia 8 é possível que surja a oportunidade de atingir oobjectivoque procura, mais cedo do que espera.SAÚDE - Bastante satisfatória.CAPRICóRlO(22 de Dezembro a'21 de Janeiro)AMOR - A agitação e tensão no diaý 4 poderão per.turbar a atmosfera devido à influência do Quarto Crescente da Lua. Deve sercuidadoso. No dia 6 verificará que o seu discernimento é claro e conside. rará ofuturo segundo aspectos favoráveis. Notará que as coisas estarão a correr bem.Procure organizar um fim de semana calmo, em que o melhor seráuma atmosferade harmonia e compreensão. TRABALHO - No dia 5 adie, tanto quanto possível,quaisquer decisões importantes ou difíceis. Não procure qualquer súbita ouinesperada mudança em qualquer campo. No dia 7 abrir-se-lhe-ão novasperspectivas. O seu realismo guiá-lo-á pelo caminho certo.SAÚDE - Boa.AQUARIO(21 de Janeiro a 18 de Fevereiro)AMOR - O dia 3.poderá ser frtilem elementos contraditórios ç deverá evitar viagens. Limite as suasrelações a amigos que trarão paz e calma à sua vida. O seu nervo-sismo será influenciado pelo Quarto Crescente da Lua no dia 4. Tome cuidado.Deve procurar manter á sua roda uma atmosfera de harmonia e descontracção.Evite qualquer assunto de discussão, principalmente no diaý. TRABALHO - Nodia 8 poderá ser considerada uma nova associação. O seu optimismo seráestimulado. O fim de semand será bom se se dedicar -a exaginaras possibilidadesque se lhe abrirem, tomando nota dos acontecimentos externos.SAÚDE - Necessita vigilância.PEIXES(19 de Fevereiro a 20 de Março)AMOR - Se seconservar em casa, como é aconselhávei, no principio da semana, procure acompanhia de velhos amigos que lhe trarão conforto. No fim dasemana deve

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procurar manter outra vez uma atmosfera calma. TRABALHO - Deve prestarcuidadosa atenção a certos problemas da sua vida profissional. No dia 6 terá decombater uma certa apatia. No entanto, cumpra sem falha com asua obrigações.Prossiga com tenacidade a caminho do objectivo que escolheu. Não substime assuas possibilidades. Elas são melhores do que está tentandopensar.SAÚDE - Necessita de vigilância.

"[ e 9f e,U bt o r °u9 1a d As tglá não vai com panos quentes..,E a grande corrida continua. Apisar da declarada intenção do G< verno de exercer a mais rigoros fiscalização e deir até às medida drásticas, se necessário, o process inflacionista mantém o seu cursconstante, se é que não se tem agra vado em certos tipos de bens, qu são,precisamente, os que mais s4 reflectem no poder de compra d< comum daspessoas. Estamos pe rante um problema muito sério, quE não pode ser explicadosó por tran sacções grossistas especulativas e pelos pequenos especuladores dachamada venda a retalho, ainda que a uns e outros se possam assacar evidentesculpas na evolução dos preços: há-de haver nas estruturas donosso sistema umaou mais fontes geradoras deste estado de coi. sas, que ameaçareduzir perigosa.mente o poder de compra de toda a classe média e pulverizar o das clas. sesmenos favorecidas para limites que ficam aquém da simples subsis. tência.Sei que estou a falar sobre um tema incómodo e que é mais fácil,de qualquermaneira, falar sobre ele do que apontar soluções: mas estas terão de caber aostécnicos e ao Governo, que conhece o fenómeno e até já nos prometeu medidaspara o deter.É verdade que a inflação tem acompanhado sempre os sistemas económicos dotipo ocidental-capi. talista e sido até um processo de acumulação de riqueza ouformação de capital: com ela, os detentores, de rendimentosvariáveis (done docapital) vêem os seus lucros forte. mente acrescidos, enquanto que os grupos quevivem de rendimentos fixos (remuneração de trabalho) estãoem constanteprocesso de desgaste, perdendo poder de compra. Quando a inflação é rastejante(se. gundo os entendidos até 5 por cento), os detentores de rendimentos fixos, quesão a maioria esmagadora da população, quase não dão porB- ela, mal se apercebem que os seu* salários vão diminuindo de dia par a dia; mas quando a inflação se torn sdeclarada ou galopante (segundo o o técnicos para além de 10 por cento) o nãohá quem não a sinta aguda . mente. É o nosso caso, como o pró a prio Governojá reconheceu: a declaração do secretário provincial de > Economia feita há meses aos jornais

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- diários, sobre este tema, não deixoLcertamente dúvidas a ninguém so- bre a gravidade da situação. i Na Metrópole, segundo as estatis 1 ticas oficiais,os preços no consumi.dor têm crescidoi, nos últimos três anos, a um ritmo médio de 15 por cento aoano, situação que se insere já no âmbito da tal inflação galo.pante; em Moçambique, que eu saiba, não temos números estatísticos que nospermitam ajuizar com segurança os índices da evolução in.flacionária. Mas todos nós a senti.mos inequivocamente - e esse é o sintoma mais certo de que ela ul.trapassou os limites da percepção individual e que, portanto, entrou já na zonadeclarada ou galopante.Parece-me, pois, que chegou a hora de se pôr em marcha o esquema traçado pelosr. secretário provincial de Economia: isto já não vai com paninhos quentes, oucom palavras, por mais claras que elas sejam.Quem, nesta quadra de festas que acabamos de atravessar, em que quase toda agente excede a sua capacidade financeira a fazer com. pras, andou por aí nessafaina pode dar testemunho: tudo lhe custou mais dinheiro, muito mais dinheiro doque no ano anterior, e quase sempre injustificadamente. Como se explicará, porexemplo, que um mesmo brinquedo - cito apenas um caso de entremuitos que meforam apontados - feito pelo mesmo fabricante, importado domesmo país setenha vendido numa casa por 180$00, noutra por 210$00 e noutra por 290$00?Como se poderá entender - mudo de agulha só para9:m v5 mostrar a extensão do fenómeno a que um esmo medicamento, como a memostrou há dias uma senhora s farmacêutica, venha marcado doimportador paraser vendido a 160$00 e uma semana depois as outras embalagensj! apareçamcom o preço de 260$00, sem que os 100$00 a mais, como ela confirmou junto dogrossista, fossem mesmo um eng gano?* Não, isto já não vai com paninhosquentes :os sintomas da doença inflacionista que nos ameaçaa todos são pordemais evidentes e uma orgânica comercial intermediária que dá sinais de nãopoder funcionar correctamente sem uma apertada fiscalização deve ser submetidaa ela.O caso dos preços dos medicamentos - e volto a ele por se tratarde uma gama deprodutos essencial à saúde e à própria vida - foi abor.dado há dias na Assembleia Nacional pela dr.a Raquel Ribeiro, que acaba de sernomeada director-geral da Assistência: o preço dos medicamentos em Portugal -disse ela é cerca de 50 por cento mais ele-, vado do que em Espanha, e 30 a 40por cento mais elevado do que em França, onde, acrescento eu,o nível de vidamédio é. 'pelo menos, inversamente proporcional a estas cifras.Mas na linha da intervenção da deputada Raquel Ribeiro, que pediu providênciasenérgicas ao Governo, eu deixo aqui uma pergunta: como se poderão tratar emMoçambique as pessoas, se os medicamentos custam aqui, comose sabe, entre 50e 100 por cento mais do que na Metrópole?

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Os teóricos dirão "que as causas profundas e essenciais da inflação se 'situam,etc.», mas eu, parafraseando o meu vizinho do lado, muito vernáculo epragmático, direi que me estou nas tintas para os teóricos: oque queremos sãomedidas práticas.Rui Cartairn-w,

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