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Teologia cap, XXXIII, XXXIV, XXXV, XXXVI,XXXVII rev..txt

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    CAPÍTULO XXXIIIO CASTIGO ETERNO DOS IMPIOSDEPOIS DA MORTE, A alma dos ímpios entra em um estado de miséria, enquanto o corpo jaz na sepultura até a ressurreição. Quando corpo e alma forem reunidos novamente,eles serão julgados segundo as obras que praticaram por meio do corpo e serão condenados à perdição eterna.FALSAS DOUTRINAS  Antes de estabelecer pela Escrituras a nossa posição doutrinária, convém conhecer algmas falsas doutrinas referentes a esse assunto.

    O universalismo  Uma das falsas doutrinas a que nos referimo é o universalismo. Há dois partidos Universalistas:o primeiro ensina que o único castigo pelo peca  do ocorre nesta vida, e que de-  pois da morte todos viverão  um estado de felicidade eter  na.  O segundo ensina que os ímpios, depois de castigados na vida futura por um período limitado - na proporção da gravidade de seus pecados - serão admitidosà felicidade eterna.  O universalismo é atraente, porque todos nós desejamos a salvação de todos os h

    mens, e ninguém deseja isso mais que o próprio Deus (l Tm 2.4). Mas nãopodemos ir contra os fatos das Escrituras, da natureza e da vida humana. Nem sempre o que desejamos serve de guia na verdade. O nosso desejo é que não houvesse pecado,nem morte, nem tristeza, nem vidas arruinadas. Sem dúvida, passagens como a de Romanos 5.12-21 poderiam favorecer a idéia do universalismo se estivessem sozinhas.Mas o contexto e muitas outras passagens nas Escrituras desmentem essaalegação. Não haverá conserto nem perdão na eternidade. O Juízo Final será a última ins  O universalismo extremo rejeita a idéia da perdição eterna de qualquer alma, alegandoque ela não combina com ocaráter divino. Mas se fosse assim, toda a obra da redenção teria sido inútil. A teoriauniversalista, portanto, não passa de especulação.

      Há um grupo de  estudiosos que diz  que não existe inferno: os que forem condenados no JuÍzoA doutrina da aniquilaçãoFinal será aniquilados.

      Outra teoria equivocada arespeito do castigo eterno dosímpios é o que os teólogos chamam doutrina ou teoria da aniquilação. Segundo essa doutr, o castigo dos ímpios no Juízo Final será a aniquilação.  A teoria da aniquilação dos ímpios, também chamada imortalidade condicional, é bem ms atraente que a do universalismo, pois prega a mortalidade natural daalma humana - a imortalidade seria conferida somente aos crentes em Cristo. O ar

    gumento principal dessa doutrina baseia-se no significado dos termos "morte" e "perdição",que refutaremos mais adiante.

      Os defensores dessa doutrina dizem que a idéia da imortalidade humana foi extraída da filosofia grega, ou seja, do paganismo. Mas os próprios filósofos já confessaramnão ter qualquer esperança real de imortalidade. Assim, como a filosofia pode nos dar o que não tem? A ve

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    rdade é que a certeza cristã quanto à imortalidade está muito além das opiniões pagãs. Afia apresenta apenas conjecturas, mas a Igreja possui a fé inabalável no destino imortal do homem!Não haverá castigoou bem-aventurança por tempo limitado. Céu ou inferno serãoeternos.  Segundo essa teoria, a encarnação e a propiciação foram feitas a favor de almas mortis! A única diferença entre os seres humanos e os animais seria que paraos primeiros haveria a possibilidade de serem imortais. Fora isso, seríamosanimais somente. A escolha entre a felicidade eterna e a perdição eterna não seria possível. Se dissermos ao ímpio que o pior que pode lhe acontecer é um castigo por tempo limitado, estaremos enfraquecendo as bases de nossa pregação.  A imortalidade é um dom natural, e não moral. Todos os outros dons da redenção são mis. Eles alteram a qualidade da natureza humana,mas a deixam intacta. Eles a tornam boa, justa e pura, enchendo-a de amor, verdade e santidade. Mas a presença ou a ausência da imortalidade é uma diferença de constitiçãonatural.A DOUTRINA DO CASTIGO ETERNO NAS ESCRITURASA lei de causa e efeito terá suas repercursões na eternidade, e não só neste mundo.  A doutrina do castigo eterno envolve grandes dificuldades e mistérios. Mas se até o que vemos está cheio de mistérios, quanto mais o invisível!

      No entanto, a lei de causae efeito pode ajudar a nossa compreensão, porque ela se aplica tanto ao mundo físico quanto ao mundo moral. É verdade que as causas morais são de gênero diferente,mas nem por isso deixam de ser causas. Se alguém escolhe a carreira errada ou comete um crime, a conseqüência é tão inevitável quanto em qualquer fenômeno físico.A leide causa e efeito, portanto, é suficiente para explicar a essência dessa doutrina: "Tudo o que o homem semear, isso também ceifará" (GI6.7).  Outro elemento que justifica o castigo eterno dos ímpios é o poder corruptor e degradante do pecado. Vemos constantemente a operação do

    pecado, que destrói o que há de melhor no carátier do ser humano, transformando-o em u

    m ser brutal e maligno. Mas quando ele morre, o princípio pecaminoso aindaestá ativo. O simples fatode que Deus interveio na história para nos redimir demonstra que não há na natureza decaída do homem qualquer poder restaurador. Pelo contrário: após longos anosna prática do pecado, o pecador estará em condição ainda pior. A vida de pecado é escoldo ser humano, e ele sofre-rá o efeito dessa escolha - o castigo eterno.Como seráo julgamento dos  que não tiveram  de antemãoconhccimento da pessoa de Cristo.o DESTINO DOS QUE NÃO CONHECERAM A CRISTO

      Um dos argumentos de quem se opõe à dou  trina do castigo eterno é que multidões de pesso  as que jamais ouviram falar de Cristo serão condenadas para sempre. Nada maislonge daverdarle. As Escrituras mencionam a perdiçãoapena~ dos que não crêem edesobedecem a Cristo (]o 3.36; 2 Ts 1.8). Respondemos queos que não tiverann conhecimento de Cristo também serãojulgadcos com absoluta justiça.524  Devemos lembrar que os pagãos não são seres inocentes, incapacitados de pecar. Eles

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     têm conhecimento moral e lei moral. E poderiam conhecer mais (Rm 1.18-23).Além disso, pecam voluntariamente, e será a qualidadee a quantidade de seu pecado (medidas pelas oportunidades que tiveram na vida) que determinarão o castigo.Não há como usarmeias verdades:o CASTIGO ETERNO NOS ENSINOS DE CRISTOquem morrer  em pecado irá eternamente para o fogo do inferno.  Cristo, em Mateus 25.3146 descreve de maneira muito clara os resultados do Juízo, afirmando que os ímpios irão "para o tormento eterno, mas os justos, para a vida eterna". O "tormentoeterno" é o "fogo eterno" citado no versículo 41. Por mais que os incrédulos inventemteorias, não há como contestar uma verdade tão direta. Os que morrerem no pecadoirão "para o inferno, para o fogo que nunca se apaga, onde o seu bicho não morre, eo fogo nunca se apaga" (Mc 9.43,44; ver também Mt 5.29,30; 18.8,9).  Qualquer que seja a quantidade de expressões figuradas aqui, a intenção é clara: excuir a idéia de terminação. A aceitação de qualquer outra te

    oria, como a do universalismo ou a da aniquilação, implicaria afirmar que o fogo não é terno e se pagará e que o bicho irá morrer em algum momento.o fogo do

      Esta é descrição do Hades no Evangelho de Lucas, "Está posto um grande abismo ente nós e vós, de sorteinferno e oque os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os de lá, passar para cá" (Lc 16.26). Ela concorda com a exposição do Juízo, em Mateus 25.O "abismo" aqui é figurado, mas a idéia de separação definitiva é real. castigo eterno jamais terão fim.  De acordo com doutrina do universalismo, todos "os de lá poderiam passar para cá", de modo que ela nega a existência do abismo. Pela teoria da aniquilação, orico e o abismo, juntamente com a multidão que estivesse no mesmo lado que ele, seriam aniquilados, e a separação não seria permanente.  Muitas outras palavras de Cristo reforçam a doutrina do castigo eterno, como por exemplo: "Não tem ais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes,

     aquele que pode fazerperecer no inferno a alma e o corpo" (Mt 10.28). A mudança de "matar" para "perecer" não ocorre por acaso. Na passagem paralela (Lc 12.4,5), a expressão é simplesmente"lançar no inferno". Então, serlançado no inferno é ser destruído. Cristo dirá no dia doJuízo: "Nunca vos conheci; apartai-vos de mim" (Mt 7.23) e: "Apartai-vos de mim, malditos" (Mt25.41). Isso desfaz qualquer crença universalista e torna a teoriada aniquilação pouco convincente.Jesus usa várias parábolas para ilustrar a doutrina docastigo eterno.  O teor geral dos ensinos de

    Cristo em parábolas como a do joio, da rede, das bodas, das dez virgens, dos talentos e das minas também sustenta a antiga doutrina do castigo eterno. As parábolasservem para tornar mais elaro o ensino, e nenhuma delas dá margem às falsas doutrinas que citamos, pelo contrário: confirmam a que defendemos.MORTE E DESTRUIÇÃO  Paulo afirma que quem não conhece a Deus e não obedece ao Evangelho de Cristo padecerá "eterna perdição, ante a face do Senhor e a glória

    do seu poder" (2 Ts 1.8,9). Se "perdição" significasse destruição literal, como querem

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    s defensores da aniquilação, a palavra "eterna" aqui seria desnecessária.  Judas declara que "aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão e em prisões eternas até ao juízodaquele grande Dia; assim como Sodoma, e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se corrompido comoaqueles e ido após outra carne, foram postas por exemplo, sofrendo a pena do fogoeterno" O d 6,7). Uma vez que o povo de Sodoma e Gomorra teve o mesmo destino dosanjos caídos, as "prisões eternas" e o "fogo eterno" devem ser equivalentes.  Os termos "morte" e "perdição", empregados com referência ao futuro dos ímpios, exprmem a idéia de finalização (Rm 6.23; João 3.16,6 etc.).Os defensores da teoria da aniquilação entendem que esses termos significam morte ou destruição literal da alma. "Mas os termos têm de ser medidos e determinadospelos seus opostos: "vida" e" salvação". As almas dos ímpiosjamais serão aniquiladas. Sofrerãoeternamente.  Cristo veio nos dar a vida eterna. Não se trata de mera existência espiritual, porque isso nós já temos: a alma. A vida que Cristo oferece é mais que existência:é qualidade de existência. É o perdão, o novo nascimento, a santidade, a adoção, a comunhão com Deus. Todos esses termos estão incluídos nas palavras da" e "salvação". A morte e a perdição, portanto, opostas à vida e à salvação,significam a ausência ou a perda dessas bênçãos (Fp 1.28). Se a vida e a salvação não s

    lesexistência, então a morte e a perdição não podem ser a perda dessa existência.  As Escrituras apresentam a vida como uma possessão presente e a vida eterna como a sua continuação. A morte também é um estado presente. A morte eterna, portanto,é a sua continuação.  "Na verdade, na verdade vos digo que quemouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida" 005.24). Aqui a morte e a vida sãoapresentadas como dois estados espirituais - opostos um ao outro - e  Vida eterna e  condenação eterna  têm um ponto emcomum: jamais terão

      fim. Não haverásegunda chance par  os condenados.

     experimentados no presente. Mas "a vida eterna é esta: que conheçam a ti só por único Dus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste" 00 17.3). Nessa descrição,o substantivo "vida" significa mais que a mera existência. Os que recebem a nova vida não recebem a mera existência, porque a sua alma jáexiste, e os chamados "mortos" (Ef 2.1) não perderama existência, porque ainda existem.No caso do

    castigo eterno, perdição não ésinônimo dedestruição.Vejamos ainda outro exem  plo. Em Lucas 19.10, Cristo declara que "o Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido". Isso quer dizer que estavam destruídos? Não, porque a nação ainda existe. A "perdição", portanto, não é sinônimo de destruição. Em ta linguagem das Escrituras é bastante simples.CAPÍTULO XXXIV

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    A RECOMPENSA ETERNA DOS JUSTOSO ESTADO FUTURO DOS justos significa estar eternamente livre de tudo que possa nos contaminar ou entristecer. Positivamente falando, significa desfrutar tudo quepossa nos alegrar ou enobrecer. Na eternidade, estaremos livres do pecado e viveremos em estado de perfeita alegria.LIVRES DO PECADO E DA TENTAÇÃO  A Bíblia diz a respeito da Jerusalém celestial: "Não entrará nela coisa alguma que cntamine e cometa abominação e mentira, mas sós os que es-".

    tão inscritos no livro da vida do Cordeiro" (Ap 21.27). Os bem-aventurados no Céu nãoterão desejo de pecar e também não encontrarão mais os embaraços do pecadoe da tentação que enfrentaram na terra. Pelo contrário: ali toda a atração que sentirem será para o bem, não para o mal.  O serviço feito pelos santos no Céu será inteiramente voluntário, pois é o únicoaceitável a Deus (SI 110.3).Eles certamente servirão a Deus para sempre, mas nãopor necessidade. Isso os manterá afastados do pecado. Essa certeza provém de dez considerações:1. Eles terão conhecimento pessoal do mal causado pelo pecado, e isso os manterá distante dele.2. Terão conhecimento do destino dos condenados - anjos e homens -, e isso os prev

    enirá contra o pecado.3. Não haverá qualquer pecado em seu interior  _ nenhuma faísca dentro para se atear o fogo.4. Eles não serão tentados - nem pelo mundo,  nem pela carne, nem pelo diabo.Na vida que o justo viverá no Céu ele jamais sentirá desejode pecar.5. Cada um terá perfeito conhecimento de seu dever, de modo que não errarão por ignorânia ou por falta de sensibilidade moral.6. Verão tanta beleza na santidade que serão in  centivados a imitá-Ia.7. Estarão unidos com Cristo e com os demais santos e viverão, mover-se-ão e terão exiscia no elemento da santidade, o Espírito Santo, em uma atmosfera

    de luz, de amor e de felicidade que irá rodeá-los para sempre.8. Experimentarão maravilhosa alegria, de modo que não serão tentados a aumentar a sua felicidade com prazeres proibidos.9. Terão uma variedade de tarefas agradáveis: o  seu dever será o seu prazer.  10. Terão a visão da infinita perfeição do Deus  Trino, que os encherá de admiração, amor e  prazer para sempre.  Nem os anjos no Céu, nem Adão e Eva no Paraíso, nem os santificados na terra vivem ou viveram tamanha segurança. Portanto, estejamos certos de que pecado algum se acha no Céu.Existem dez razões que manterão os

    salvos no Céulonge do pecado.

      No Céu, os justos também estarão livres da tentação. Não haverá corpo corruptível pamar a alma incorruptível, nem mundo ímpio para nos enganar e conduzirao pecado, nem diabo para nos roubar o Paraíso (ver Mt 13.38-43, Ap 20.10; 21.27).No Céu nãohaverá sofrimento

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    LIVRES DO SOFRIMENTOnem qualquer necessidade  No Céu não haverá qualquer sofrimento em conseqüência de pecado: "E morador nenhum dEnfermoestou; porque o povo que habitar nela será absolvido da sua iniqüidade" (ls 33.24).de castigo.  Não haverá necessidade de castigo corretivo, e por conseguinte nenhum será administrado. "E ali nunca mais haverá maldição contra alguém; e nela estará o tronode Deus e do Cordeiro, e os seus servos o servirão. E verão o seu rosto, e na sua testa estará o seu nome. E ali não haverá mais noite, e não necessitarão de lâmpadanem de luz do sol, porque o Senhor Deus os alumia, e reinarão para todo o sempre [...] Nunca mais terão fome, nunca mais terão sede; nem sol nem calma alguma cairásobre eles, porque o Cordeiroque está no meio do trono os apascentará e lhes servirá de guia para as fontes das água da vida; e Deus limpará de seus olhos toda lágrima" (Ap 22.3-5; 7.16,17).LIVRES DO TRABALHO CANSATIVOTambém não haverá os transtornos e as  Os salvos no Céu não terão mais de enfrentar a rotina de trabalho aqui da terra. Estarão livres das atividades cansativas para sempre: "Bem-aventurados os mortosque, desde agora, morrem no Senhor. "Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os sigam" (Ap 14.13). Não haverá qualquer fadiga mental ou corporal:"Resta ainda um repouso para o povo de Deus" (Hb 4.9). Será um descanso eterno.

    canseiras dotrabalho. Será uma vida de eterno descanso.OS PRAZERES ETERNOSTarefas incessantes, porém agradáveis  Aqui existe um verdadeiro paradoxo! O meslho livro que nos diz que logo depois da morte os Santos desfrutarão de descanso perpétuo afirma

    também que os "viventes" ao redor do trono "não descansam nem de dia nem de noite, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo- poderoso". Mas não há contradiçãoalguma nisso. Noestado eterno, não há limitação física, por isso o trabalho não será cansativo. Os santnão sentirão qualquer fadiga - serão incorruptíveis, gloriosos, poderosos, espirituais,

    ligeiros como o relâmpago, em um sentido muito mais elevado que na descriçãodo profeta: "Subirão com asascomo águias; correrão e não se cansarão; caminharão e não se fatigarão" (Is 40.31).  A mente será empregada na sondagem contínua dos mistérios de Deus. Os assuntos terãovariedade infinita e nos darão sempre novos prazeres. Ali não haverá noiteporque, não havendo desgaste nem cansaço, quer do corpo, quer do espírito, não será necessário nenhum período de repouso.O Céu não será um lugar monótono e de atividades rotineiras.Estaremos sempre prazerosa e santamente ocupados.A vida social no Céu  "Chegastes ao monte Sião, e à cidade do Deus vivo, à Jerusalém celestial, e aos muits milhares-. --- -----

    de anjos, à universal assembléia e igreja dos primogênitos, que estão inscritos nos céue a Deus, o Juiz de todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados; ea Jesus, o Mediador de uma novaaliança" (Hb 12.22-24). Eis anobreza do Universo. São todos filhos do rei. Têm sangue real em suas veias. Têm as feições da família. Os santos serão semelhantes aos anjos e estarão mais pertodo trono do que esses anjos.  Ninguém será admitido àquela região pura e feliz senãoos que forem idôneos para participar da herança dos santos na luz. Todo indivíduo no Cé - santo ou anjo - será um amigo, cujos pensamentos, sentimentos e desejos

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    serão semelhantes aos dos demais. Contudo não haverá dois seres exatamente iguais em caráter, condição ou capacidade, e isso será uma das atrações do mundo te - uma variedade infinita em combinação com uma unidade essencial,sem a qual não pode haver harmonia alguma.  Isso determina a questão de reconhecimento no Céu. Certamente seremos muito maisinteligentes no Céu do que somos na terra. Reconhe-No Céu haveráSentimentos de amizade, cordialidade ecooperação mútua.

    ceremos a diferença pessoal operada em nosso corpo glorificado. Uma grande mudança se efetuará em nosso corpo na ressurreição (ver Lc 20.34-36; lCo 6.13).  Sabemos que o nosso corpo recebe forma e feição da alma que nele habita - por certo ninguém contestará a afirmação de que a alma de um homem não se harmonizacom o corpo de outro. É regra universal: "Deus dá -lhe o corpo como quer e a cada semente, o seu próprio corpo" (1 Co 15.38).  Assim como a alma de Paulo difere da de Pedra no estado intermediário, também o seu corpo há de ser diferente do de Pedra depois da ressurreição. Moisés e Eliasforam reconhecidos em seu corpo espiritual no monte da transfiguração. Abraão e Lázaro oram reconhecidos no Parcdso. Cristo foi reconhecido em seu corpo glorificadopor Estêvão, Paulo e João. Portanto um santo será distinguido de outro no Céu.  Cristo consolou os discípulos com a promessa de que, embora fosse deixá-las, viri

    a outra vez pararecebê-las, para ficarem sempre juntos 00 14.1-3).Teremos uma formafísica semelhante à melhor formaque o nosso corpo teria na Terra.E seremos belos.Como poderiam se reunir novamente se não reconhecessem uns aos outros? Como poderemos nos assentar com Abraão, Isaque, Jacó e todos os profetas no Reino de Deussem reconhecê-Ias?  A verdade é que "conhecerei como também sou conhecido" (1 Co 13.12).Nos assentaremos"Eles verão a Deus"com Abraão, Isaque e Jacó para conversar com eles.

      As Escrituras parecem ensinar que Deus é invisível aos olhos materiais, até mesmo para os glorificados (Jo 1.18; lTm 6.16; lIa 4.12). Mas teremos tanto conhecimento de Deus quanto seja necessário para satisfazer a nossa alma. "Quanto a mim, contemplarei a tua face na justiça; eu me satisfarei da tua semelhançaquando acordar" (SI 17.15; ver também 27.4; Mt 5.8; Hb 12.14). Seremos admitidos à presença de Deus e desfrutaremos a mais íntima amizade com ele.  Mas se a visão que teremos de Deus é parcial, a de Jesus Cristo será completa: certamente o veremos com os olhos de nosso corpo glorificado. Disso o próprio Jesusnos deu a certeza. Nós o veremos "como ele é" (ver Jo 14; 17; 2 Co 4.6; Cl1.17; Hb 1.3; 1 Jo 3.2,3).

    Eterno progresso  Não haverá estagnação nem retrocesso no Céu. Tudo será vida, atividade e progresso. sessão eterna é a perfeição de Deus, e o progresso eterno,a perfeição dos anjos e dos seres humanos. Possuímos faculdades capazes de expansão e dsenvolvimento indefinidos. Haverá espaço infinito em que podeliemos nos desenvolvere duração infinita para o desenvolvimento.No Céu  alcançaremosuma plenitude de  capacidade e

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      realizações  inimagináveis.CAPÍTULO XXXVO PADRÃO DO CRISTIANISMO (A REVELAÇÃO)ANTES DE ESTUDARMOS OS padrões do cristianismo, serão necessárias algumas definições.  Padrão do cristianismo são os documentos que autoritativa e infalivelmente expõem os seus ensinos. Por evidências do cristianismo queremos dizer as provas queestabelecem a autoridade e a origem divina desse padrão.  A nossa posição é que o padrão de nossa conduta acha-se em uma expressa e especial rvelação de Deus ao homem, comunicada a nós de modo sobrenatural.

    A REVELAÇÃO E SEU SIGNIFICADOo termo "revelação", em seu pleno e mais altosignificado teológico, é o desvendamento dos propósitos divinos ao gênero humano quantoredenção. Em sentido mais abrangente, contém toda a manifestação de Deusà consciência e à percepção do homem, quer na constituição da mente humana, quer nas obnatureza, quer nos processos da Providência.  A revelação é um  conjunto deconhecimentos especiais sobre o especial plano de Deus, revelado às pessoas especiais.  o termo é empregado também para designar qualquer comunicação das manifestações diviseja por atos, seja por palavras; seja por contato imediato entre o Espírito

    eterno e a alma humana, seja por instrumento intermediário; seja por meio de verdades gerais, seja por sinais especiais da vontade divina.  A palavra "revelação" contém duas idéias: a do descobrimento das coisas de Deus e a o conhecimento dos mistérios da relação entre a alma e Deus. Devemos terem mente os significados desses termos. No mundo mental e material, também existem segredos que a ciência humana consegue desvendar. Mas esses segredos não são os mistérios da fé, e as descobertas cientías não devem ser confundidas com revelação, a não serque estejam diretamente relacionadas com a religião e com a providência divina.  Isso nos leva a outra distinção: a revelação de Deus pode ser geral ou especial.A revelação de Deus está muito acima das descobertas científicas do serREVELAÇÃO GERALhumano.

      A revelação geral é comum a toda a raça humana, é o alicerce daquilo que se chama teologia e religião natural. Note que ela é chamada aquirevelação natural apenas para distingui-Ia. da sobrenatural, pois esta é comunicadaaO ser humano, enquanto aquela é comunicada no ser humano.  A revelação externa deve ser separada da interna. A primeira é aquela dada. Objetivamente a todos. A segunda é especialmente comunicada por canais específicosàqueles que a receberem pela fé. As duas estão unidas estas palavras de Paulo: "Como me foi este mistério manifestado pela revelação como acima, em pouco, vos escrevi,pelo que, quando ledes podtis perceber a mi-

    nha compreensão do mistério de Cristo, o qual, noutros séculos, não foi manifestado aosfilhos dos homens, como, agora, tem sido revelado pelo

    Espírito aos seus santos apóstolos e profetas" (E3.3-5) .  Esta é a revelação não incluída nas manifestações gerais de Deus: o descobrimento dos de inspiração como um todo e a revelação interna feita a Paulo peloEspírito, para mostrar "a todos qual seja a dispensação do mistério" (v. 9). É claro qutoda a revelação externa é também interna, ainda que nem sempre se possa dizer o contrá.Existe a revelação externa e a interna.A primeira é dada a todos, a segunda a algumas pessoas, pela fé.REVELAÇÃO ESPECIAL  A revelação, no sentido mais restrito, profundo e compreensível, é o desvendamento d

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    s conselhos eternos de Deus em Cristo para restaurar o homem à comunhão como Eterno. Essa é a essência e a substância da verdade, tal "como está a verdade em Jesu" (Ef 4.21). É a conclusão de toda a manifestação divina ao homem, aperfeiçoadanas Escrituras cristãs, isto é, no testemunho final de Jesus.  O testemunho de Cristo é a última palavra de toda a revelação objetiva. A revelaçãooltada para o mistério escondido com Cristo em Deus, para o mistérioque ela descobre. É a ver-dade por excelência de toda aPalavra de Deus. O alcance inteiro de sua descoberta, em todas as suas formas, é governado por esse supremo propósito. E o próprio Cristo é a essência de toda arevelação e também o único Revelador, em atos e em palavras.  Cristo é a revelação pessoal de Deus e de todo o propósito eterno para com a. raça humana. Essa verdade profunda do cristia:.nismo está presente em todo o Novo Testamento e pode ser estudadana combinação de diversas passagens escritas por Paulo. Na primeira, diz-se que o grande "mistério de piedade" foi manifestado em carne (1 Tm 3.16) - uma referênciaà pessoa do Cristo encarnado, também denominado "o mistério de Deus". Ele é o ponto máx da revelação, pois nele "estão escondidos todos os tesouros da sabedoriae da ciência". O apóstolo diz também que essa manifestação é refletida no espelho do Evho, que con-A revelação especial nos foi trazida por Cristo, que nos desvendou mistériospessoais de Deus.

    suma toda a revelação: "Todos nós, com cara descoberta, [refletimos], como um espelho, a glória do Senhor" (2 Co 3.18).Por fim, a revelação está ainda mais claramente explicada em uma passagem que combinacom as outras. Nela, a revelação é descrita como "iluminação do conhecimentoda glória de Deus, na face de Jesus Cristo"(1 Co 4.6). Por meio de Cristo, recebemos todo o conhecimento para o tempo e para a eternidade. O Senhor Jesus éa substância de toda a revelação de Deus, conforme ele mesmo afirma: "Quem me vê a mim o Pai" (Jo 14.9). Seus atos o demonstraram.  Cristo também é o Revelador em palavras: "Ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e niguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar"(Mt 11.27). Cristo é o Verbo em estado original e eterno que encarnou para ser Oráculo de Deus no templo da humanidade: "Deus nunca foi visto por alguém. O Filho

    unigênito, que está no seio do Pai, este o fez conhecer" (Jo 1.18). O Cristo encarnado é também o Profeta que concentrava em si mesmo to-Deus iluminou suaGlória na face deJesus Cristo, e Cristo se revelou a nós.das as funções proféticas, quer em anunciar, quer em predizer a vontade de Deus. Ele falou pelos profetas.AS CREDENCIAIS DO CRISTIANISMOCristo nos  Na consideração das evidências do cristianismo, entramos no exame da veracidade desuas credenciais. O código moral do cristianismo acha-se nos 66 livros do Antigoe do Novo Testamento. Essa coleção de livros é chamada Bíblia Sagrada. A Bíblia pretende ser de autoridade divina - a

    elação de Deus ao homem.revelou o Pai tantoem imagem como em palavras.  Antes de entrar na consideração das provas externas e internas de sua autoridadedivina, iremos analisar três evidências preliminares: a probabilidade, a possibilidadee a necessidade de uma revelação da parte de Deus.A PROBABILIDADE DA REVELAÇÃO  O homem é um ser moral, por isso é capaz de receber e obedecer a preceitos e leis. Esse é um

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    fato admitido por todos os povos. O ser humano costuma recompensar a prática da virtude e castigar as ações consideradas ofensivas à moral e aos direitos dos cidadãos.Ninguém jamais pen-sou em criar leis para regular a conduta de animais irracionais. Se as promulgam, é porque se consideram capazes de entender os preceitos que elas contêm. Dessemodo, podem igualmente entender e obedecer aos preceitos pro-mulgados por uma sabedoria infinita.Alguns dizem que se Deus existisse eleteria a obrigação de dar ao ser humanotodas as provas de sua existência.  Se admitimos que um Ser supremo nos criou com capacidade de compreender a Sua vontade, é improvável que essas criaturas tão nobres não recebessem dele a informaçãonecessária quanto ao Seu caráter e posição. Não é consistente com o caráter divino deixturas tão queridas sem qualquer referência quanto à própria origem,dever e destino.  Alguns levantam dúvidas quanto à existência de Deus por achar que, se ele existisse, teria desde o começo revelado todas as coisas ao ser humano, repetindo-as ao longo dos séculos, para que todos conhecessem o caminho da salvação.Mas não temos o direito de contestar os métodos de Deus nem de determinar o tempo da revelação divina. A revelação foi feita no tempo de Deus, os próprios sereshumanos ficaram responsáveis por

    manter a verdade e comunicá-Ia a todos os povos, tribos e línguas. Este foi o curso que Deus adotou: "Ele estabeleceu um testemunho em Jacó, e pôs uma lei em Israel, e ordenou aos nossos paisque a fizessem conhecer a seus filhos, para que a geração vindoura a soubesse, e osfilhos que nascessem se le-vantassem e a contassem a seus filhos" (SI 78.5,6); "Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura' (Mc 16.15). Todos os que crêem em Deussabem que é plenamente possível ele se comunicarconosco.A POSSIBILIDADE DA REVELAÇÃO  Todos os que acreditam na existência de um Deus pessoal admitem que a comunicação divina é possível. O Deus onipotente pode comunicar a Sua vontade à mente humana

    e dar a quem a recebe a certeza de que procede dEle.  O ser humano, criado à imagem de Deus e dotado com inteligência, sensibilidade evonta-

    de, é capaz de compreender qualquer fenômeno que Deus julgue apropriado empregar nacomunicação com as suas criaturas. Se Deus nos deu o poder da comunicação, comoele mesmo não te-ria esse poder?Por si só o homem não seria capaz de  ter acesso ouconhecimento do plano da salvação. Foi-lhe necessária a revelação.A NECESSIDADE DA REVELAÇÃO

      A necessidade que o ser humano tem de revelação é um forte indício de que ela existe É razoável supor que Deus desse ao mundo o conhecimento do caminho da salvação - e também necessário, pois o homem não pode descobri pelos meios naturais. "O mundo não conheceu a Deus pela sua sabedoria"(1 Co 1.21).  As obras da natureza não apresentam um raio de luz sequer quanto a esse assunto. Na natureza, vemos a ordem, o movimento dos corpos celestes e a lei do desenvolvimentoem coisas animadas e inanimadas, mas não encontramos coisa alguma a respeito do pecado e da sal

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    vação.  Vemos essa necessidade quando percebemos que a razão humana é incapaz de descobrir por si mesma a vontade ou a lei de Deus. Filósofos pa-gãos, antigos e modernos, ensinaram doutrinas imorais, por isso a influência deles tem sido insuficiente para retificar as idéias ou reformar a vida da humanidade.O filósofo Sócrates fazia damoral o único assunto de suafilosofia, mas se entregava à fornicação, enquanto o seu discípulo, Platão, um homossex, ensinava que era honroso mentir. Muitas outras imoralidades eram defendidaspor esses pensadores. Sem a revelação da parte de Deus, o ser humano estaria irremediavelmente perdido.Nenhum filósofo pagão teve até hoje o poder de mudaros costumes morais nem do seu próprio vizinho.

    CAPÍTULO XXXVIA AUTENTICIDADE DAS ESCRITURAS SAGRADASNESTE CAPÍTULO ANALISAREMOS A autenticidade das Escrituras, que está ligada à veracidade da história evangélica. Para isso, citaremos provas admitidas universalmentee suficientes para estabelecer a autenticidade além de toda dúvida.OS EVANGELHOS FORAM ESCRITOS NOS Países E NA ÉPOCA EM QUE SE DERAM OS ACONTECIMENTOS REGISTRADOS  Os escritos sagrados diferem dos livros c1ássicos em um ponto importante: o Novo Testamen-

    to foi lido três quartos do globo, enquanto os livros de muitos autores clássicos estavam limitados a uma região ou a um país. O texto sagrado, reconhecido comode autoria dos apóstolos,era lido pública e repetidamente, tornando-se bastante conhecido.  Os evangelho  sempre levará  uma grandevantagem sobre as obras clássicas.  Os escritores nascidos depois dos tempos apostólicos - uns amigos, outros inimigos - citaram ou fizeram referência ao Novo Testamento.Traduções foram feitas no sé

    culo 11, as quais foram grandemente reproduzi-das no decorrer de um ou dois séculos, de modoque a falsificação tornou-se absolutamente im-possível.  Não haverá nos escritos sagrados qualquer indício de falsificação. Para que uma obraja considerada eSffiria, deve-se levar em conta as seguintes circunstâncias:.Dúvidas apresentadas desde o seu surgimento.Negação pelos amigos íntimos do autor, com idoneidade para decidir o assunto...Aparecimento repentino, muitos anos após a morte do autor, quando então era desconhecida.

    .Estilo diferente dos demais escritos do autor ou diferente do que se podia esperar.

    Eventos registrados que aconteceram em época mais recente que a do suposto autor.Opiniões contrárias às que conhecemos do autor..Existe um conjunto de provas sólidas que confirmam a autenticidade do.Novo Testamento.

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      Nenhuma das características acima se aplica aos livros do Novo Testamento. Não há como atribuir data mais recente a eles, pois não há base para isso. Escritores,amigos e inimigos citaram as coisas registradas nos evangelhos como fatos conhecidos até chegar a idade apostólica. No século IV; temos vários escritores fazendoo mesmo, tais como ]erônimo, Eusébio, Agostinho, Atanásio etc.  Existem dez listas de livros, das quais seis apre-sentam os livros que agora temos e nem um a mais. Das outras quatro listas, três omitem somente o livro de Apocalipse, e uma omite Hebreus

    e Apocalipse, mas o autor dessa lista reconhece a veracidade de ambos os livrosem outras obras.OS LEITORES ERAM CONTEMPORÂNEOS  DOS AUTORESEra humanamente impossível criar e espalhar uma narrativa falsa sobre Jesus no meio de  Os escritos dos pais da Igreja provam que as tradições incorporadas nos evangelhos já eram aceitas pela Igreja na forma escrita ou oral nos últimos vinte anosdo primeiro século. Cristo foi crucificado por volta de 30 d.C., e ointervalo entre a sua morte e o surgimento do primeiro livro do Novo Testamento éde 47 a 67 anos. Em um período tão curto, teria sido impossível fabricar uma narrativa e disseminá-la com sucesso entre um grande número de pessoas espalhadas por uma vasta região como a que era ocupada pela Igreja cristã.

      Diante dessas considerações, podemos dizer que os evangelhos, na forma em que osconhecemos, vieram à existência logo após a crucificação de Cristo. A narrativatraz inegável evidência interna de que é genuína. A confiança com que os  pessoas que o haviam conhecido.autores narram a história mostra que eles se dirigiam aos seus contemporâneos falando de assuntos bem conhecidos.A PRECISÃO DOS DETALHES  A numerosa e minuciosa menção dos usos e costumes da época e a geografia do país em ue os autores afirmam ter vivido provam a genuinidade de seus escritos. Afamiliaridade com as cerimônias judaicas e o fato de prevalecer em seusescritos palavras, frases e pensamentos derivados do Antigo Testamento provam que esses autores eram judeus. A isso devemos acrescentar a contínua referência aoshábitos ordinários do povo e aos aspectos físicos da Palestina.

    O Novo Testamentoé rico em detalhesque confirmam que ele foi escrito porpessoas que viveram na época de Jesus.O ESTILO E A LINGUAGEM  O grego, naquela época, era uma espécie de língua universal, como agora é o inglês. rego do Novo Testamento não é tão puro quanto um natural escreveria: estãomisturados com muitas peculiaridades exclusivas do hebraico e do siríaco, idiomasfalados pelos judeus da Palesti-

    na. Com a conquista de Jerusalém pelos romanos em 70 d.C., cerca de quarenta anosapós a crucificação de Cristo, e a conseqüente mortandade e dispersão dos judeus,

    aconteceram grandes mudanças. A linguagem também mudou bastante, de modo que a geração seguinte, sessenta ou etenta anos após a morte de Cristo, não tinha condições de escrever no mesmodialeto.O estilo dosevangelhos confirma a origem e a formação cultural dos seus autores.  O estilo dos evangelhos, claro e sem floreios, mostra que seus autores eram taiscomo descritos no texto - homens da plebe, iletrados. As epístolas de Paulo, ao contrário, apresentam uma erudição que somente um judeu educado possuiria e o estilo

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    de argumentação que um judeu convertido empregaria em um debate com seus irmãos. Assim, tanto na linguagem como no pensamento, os escritos combinam com os seus autores.HARMONIA COM A HISTÓRIA  As numerosas circunstâncias relatadas no Novo Testamento e a sua harmonia com a histó-ria secular provam a sua autenticidade. Quem se propõe a escrever sobre uma época diferente da sua corre o risco de cometer erros com relação à história e aos costumesdessa época. Se esse fosse o caso do Novo Testamento, muitas incoerências seriam descobertas, porque o cenário dos acontecimentos não está limitado a uma única cidade, mas se estende àaiores cidades do Império Romano. Também são feitas alusões aos costumese opiniões dos gregos, romanos e judeus. Ninguém poderia fabricar uma narrativa comdetalhes tão precisos.  Eis alguns exemplos de fatos comprovadamente históricos: a divisão da Palestina em três províncias principais (Judéia, Samaria e Galiléia); a existência de duasseitas judaicas principais, os fariseus e os saduceus; o Templo em Jerusalém, visitado por judeus de todas as partes do mundo etc. Isso prova que os evangelhos sãogenuínos e foram escritos no tempo e lugar em que professam ter sido escritos.O Novo Testamentoé rico em detalheshistóricosconfirmados  pela literatura histórica secular.

    A FIDELIDADE DO Novo TESTAMENTO  Até aqui mostramos que o Novo Testamento surgiu logo após a crucificação de Cristo. as isso

    não é prova suficiente de que é verdadeiro. Provar isso é agora a nossa tarefa.O CARÁTER DOS SEUS AUTORES  Se uma testemunha é confiável, supõe-se que o seu testemunho seja verdadeiro. Não hámo duvidar que os autores do Novo Testamento conheciam os fatos que relataram,ora como principais testemunhas, ora como os principais agentes. E ninguém teve melhor oportuni-dade para obter as informações necessárias à narrativa.Os autores do Novo

    Testamento eramhomens simples e de caráter íntegro, e não tinham porque forjarmentiras.  Eles eram também historiadores fiéis e honestos. Sustentamos isso porque seu caráter moral, apesar de rigidamente examinado, jamais foi condenado por alguém,nem mesmo pelos seus oponentes mais ferozes. A clareza e a simplicidade de sua narrativa mostram que eram homens simples, incapazes de forjar uma história com tamanhaperfeição. Além do mais, não obtiveram qualquer lucro pessoal com o que escreveram. Ao ontrário: a promulgação dos princípios do Evangelho exigiu muitos sacrifíciosdeles e de seus seguidores e causou-Ihes muito sofrimento, inclusive a morte.O CARÁTER DAS NARRATIVAS

      O estilo com que narraram os eventos mais maravilhosos - a ressurreição dos mortos etc. - é tranqüilo e argumentativo, quase sem emoção. Issomostra que não eram deslumbrados - não foram enganados nem desejavam enganar ninguém.  A clareza e a simplicidade em relatar os seus próprios erros - como o de abandonar e negar a Jesus na hora de maior precisão - e em expor sem reserva a humildade do nascimento e a condição de pobreza do Senhor, a Sua rejeição pela nação e a morte veosa na cruz dão motivos para que acreditemos na veracidade desses escritos.O estilo claro esereno dos escritores

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    neo- testamentáriosos afastou da  possibilidade da emoção tendenciosa.  A perfeita harmonia entre os vários autores prova a veracidade de sua narrativa. Eles evidentemente escreveram sem consultarem uns aos outros. Fatos narradospor uns são omitidos por Outros, e cada um apresenta a história de Cristo.....

    sob um ponto de vista diferente, mas não há contradições nem quanto aos fatos nem com rlação ao caráter de Jesus.Mesmo semmuitos deles se conhecerem, os escritores neo- testamentários concordaram entre si.A CRENÇA INDEPENDENTE NOS FATOS NARRADOS NOS EVANGELHOS  Havia uma crença geral e independente nos fatos narrados nos evangelhos logo após a morte de Cristo. Hoje é quase consenso que Paulo es-creveu 1 e 2 Coríntios, Romanos e Gálatas cerca de 28 anos após a crucificação. Entre 5 62 d.C., ele escreveu 1 e 2 Tessalonicenses, Filipenses e Filemom. A autenticidadee a autoridade dessas epístolas são incontestáveis, pois Paulo tinha muitos inimigos,e qualquer afirmação errônea teria sido imediatamente exposta, o que não aconteceu.  Essas cartas mostram que, menos de trinta anos após a crucificação, Cristo era considerado sobre-humano e divino, tanto por Paulo quanto pela Igreja inteira,

    porque as epístolas paulinas declaram que Cristo é o Filho de Deus e o nossoúnico Senhor (1 Co 1.1-3,23,30,31; GI1.6-9; Fp 1.15-18; Rm 1.1-4; 9:3-5; 14.4-12). O batismo e a ceia do Senhor são mencionados por Paulo (GI 3.27; 1 Co 11.23-25).O apóstolo também faz referência à ressurreição (1 Co15) e aos ensinos do Senhor (1Co 7.10-12; 9.13,14). Paulo escreveu emuma época em que muitos queriam vê-Io morto, mas nenhuma  Cristo é o centro da doutrina do Novo Testamento (Rm 15.1-3,5; 6; 1 Co 10.31-33; 11.1; 2 Co 3.18; 4.3-6; Ef 4.20,21; Fp 3.8-10; Hb 2.1-4; 2 Pe 1.8; 3.18). Essase outras passagens provam que a Igreja nessa épocaconhecia a história de Cristo, que era substancialmente a mesma contida nos evange

    lhos. E diversos escritos seculares provam que a vida e a doutrina de Cristo eramconhecidas dos autores profanos.pessoa o acusou deescrever mentiras.O Novo TESTAMENTO HOJE  O Novo Testamento que hoje conhecemos conta a mesma história narrada pelos evangelistas originais, pois já demonstramos que ela não foi alterada nem falsificadacom o passar do tempo. Além disso, temos o testemunho de muitos

    qualquer combinação entre seus autores, que eles eram independentes uns dos outros.Ao mesmo tempo, a harmonia de seu conteúdo é a prova mais forte da autenticidade

    e do altíssimo graude preservação das Escrituras.  Estabelecendo a autenticidade do Novo Testamento, estabelecemos também a doAntigo Testamento, pois naquele é constantemente afirmada a autoridade divina deste.manuscritos antigos. Os livros sagrados eram tratados com grande reverência, e houve grande cuidado em sua preservação. E a advertência que fazem contra quem acrescentarou tirar algumacoisa das palavras escritas neles nos faz acreditar em sua integridade substanci

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    al.  É verdade que em cada manuscrito copiado encontramos alguns enganos provenientes de negligência, ignorância ou inevitável erro dos  copistas - que tinham sempre de laboriosamente transcrever tudo à mão. Nesse processo, às vezes substituíam palaras ou letras. Algumas eram omitidas, e outras, acrescentadas. Notas e comentários das margens eram incorporados ao texto. Contudo, as variações são insignificantes e nãofazem qualquer diferença no significado do texto. Ocorre também que o errode um manuscrito às vezes pode ser corrigido ao se consultar outro que esteja correto. Hoje conhecemos milhares de manuscritos que permitem traduções cada vez maisfiéis.  Devemos ressaltar que a existência dessas variações prova de modo definitivo que nãohaviaHouve uma sérierigorosa de cuidados na preparação de cópias dos livros do Novo Testamento.Tanto o Novo comoo Antigo Testamento são autênticos erepresentam o que Deus nos quis transmitir.

    -CAPÍTULO XXXVIIEVIDÊNCIAS EXTERNAS DO CRISTIANISMO

    EVIDÊCIA EXTERNA É A que pode ser detectada por um dos cinco sentidos. Seria razoávelque qualquer pessoa que afirmasse ter recebido a revelação da verdade de Deuse exigisse obediência de seus ouvintes, apresentasse alguma credencial de que estava qualificada para a missão. Por essa razão, tanto os autores da revelação judaicaquanto os das Escrituras cristãs autenticaram a sua missão por duas poderosas evidências: os milagres e as profecias.  Existem três tipos de evidência externa da veracidade da revelação cristã: direta, c os mi-

    lagres de Jesus; retrospectiva, como as profecias do Antigo Testamento; e prospectiva, o exame do cumprimento das profecias desde os dias de nosso Senhor.EVIDÊNCIA DIRETA OS MILAGRES

    Existem três tipos de evidências externas da  o bom êxito do Evangelho é atribuído nas Escrituras e por todos os escritores cristãs da Antiguidade ao poder milagroso de nosso Senhor. O povo creu porque osmilagres - fatos que não ocorreriamsem auxilio sobrenatural - atestaram a veracidade da mensagem. Ele curou os doentes em centenas de ocasiões e ressuscitou mortos.veracidade darevelação cristã.  No entanto, os milagres são muitas vezes contestados pelos que negam a realidade da revelação. Alguns consideram qualquer acontecimento sobrenatural uma idéiaabsurda. Outros, mesmo reconhecendo a existência deles, consideram-nos simplesmente fenômenos ainda não explicados.A probabilidade dos milagres

      Os incrédulos afirmam que não há evidênciacapaz de provar que o cristianismo é de origemdivina, porque necessariamente envolve milagres, e milagres não existem, pois as leis da natureza são imutáveis. Dizem também que não existe energia nem força anão ser a energia e a forçafísicas, e que a matéria e a força são os únicos agentes essenciais e primários no mundo, a fonte de todas as formas deexistência. Segundo eles, osmilagres seriam uma intromissão na ordem estabelecida do mundo e uma violação às leisda natureza. Assim, na opinião deles, mesmo que Deus

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    existisse como Autor e Regente da natureza, aorealizar milagres estaria frustrando as leis que ele mesmo criou e dando a entender que os seus planos e leis originais não eram perfeitos.Respondendo a essas objeções, afirmamosque, em uma expressa e imediata revelação da vontade de Deus, é de esperar que algo milagroso aconteça. A revelação divina é necessariamente milagrosa, porque emparte alguma da natureza Deus fala diretamente ao homem. O próprio termo "revelação" indica a declaração de alguma coisa desconhecida por natureza e anunciada demodo sobrenatural- ou milagroso. Assim, qualMuitos incrédulos afirmam que os milagres não são possíveis porqueviolariam as leis elanatureza.

    quer sistema que se apresente como revelação direta de Deus tem de ser milagroso. Sem isso, o cristianismo seria irracional e indigno de crédito como revelação divina.  Se tais objeções fossem válidas, destruiriam a base de qualquer religião revelada. S os milagres são impossíveis, então nenhuma revelação direta de Deus é possível,e ninguém jamais teve ou terá tal revelação. Estaríamos limitados ànatureza e à razão qjávimos, não podem satisfazeraos nossos questionamentos acerca de Deus  No senso comum da razão humana, a idéia do milagroso nada tem de absurda. E é inegáv

    l que a aceitação universal da probabilidade dos milagres é uma forte provade sua veracidade. Pode-se argumentar que os mais doutos e sábios em geral negam a probabilidade dos milagres, mas sabemos que eles não são infalíveis. Muitas teoriase inventos de alguns cientistas foram antes considerados absurdos por outros, atéque se provou o contrário.O povo está muito mais próximo da fé, e é muito mais capaz de crer em milagres do que o homens cultos.  Os milagres também não são contrários às leis da natureza, pois estas admitem exceçõtervenções. Elas não são invariáveis. Os líquidos em geral aumentam de peso quando congs, porém a água fica mais leve. Deus pode criar ex-ceções e intervir nas leis da natureza sempre que quiser.  Existem leis na natureza que intervêm na ação de outras. Leis inferiores são subju-gadas por leis inferiores

    como a lei da gravidade, que évencida pela planta que cres-ce até atingir seu tamanho máximo. Isso mostra que o milagre, ou seja, a intervençãodivina, não destrói nem causa desordem à natu-O milagre - aintervenção de Deus na natureza - não destrói nem causa desordens às suasleis. Apenas as  suspende.reza.  A existência de lei, em vez de cps, no universo físico prova que há uma Inteligênciagovernante, pois onde quer que encontramos ordem e harmonia, logo pensamosna exigência de umamente a governá-las.  Os milagres também não pre9upõem qual

      quer erro nos planos originais de Deus. Não há  base para negar que eles faziam frente do plano da criação, e que era propósito deDeus executá-los quando houvesse necessidade. Os milagres

    foram necessários na criação original do mundo físico, da vida animal e do homem, e sãoualmente necessários à revelação. E, visto que foram operados no passado,a sua probabilidade está claramente estabelecida.

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      Os céticos não acreditam naOs milagres estabelecidos por evidência  Segundo os céticos, testemunho algum é suficiente para estabelecer um milagre, porque jamais poderá prevalecer sobre a experiência humana, que não admite exceção alguma às leis da natureza. No entanto, já vimos que os mires não violam as leis da natureza. Quanto à experiência humana, ou o conhecimentoque o ser humano obteve pela observação dos fenômenos naturais, ela levou os céticos a oncluírem que as leis da natureza são uniformes, enquanto nós afirmamos ocontrário. Mas Deus, como já dissemos, pode intervir nas leis da natureza.suspensão das leis da natureza - que é o milagre.  Mas, assim como a experiência humana dá testemunho dos fenômenos naturais, há tambémeros e incontestáveis testemunhos de milagres. E esse é exatamente oponto em discussão. Na Bíblia, estão registrados muitos milagres em diferentes países e séculos - milas únicos, como a abertura do mar Vermelho, e milagres repetidos, como oabastecimento diário de manáaos israelitas no deserto.  Esses milagres foram, em boa parte, presenciados por multidões. Portanto, não procede a alegação de que os mi1agres são desconhecidos à experiência humana. Alémdo mais, podemos seguramente dizer que não há milagres quenão possam ser estabelecidos por testemunho humano. A nossa mente é de tal modo constituída que ela tem necessidade de dar o seu consentimento diante de certa quantidadee espécie de evidências. A evidência proveniente do testemunho humano, de fato, não é eudo derivada da experiência. Pelo contrário, a dúvida provém da experiência.

    Na Bíbliaexistem os milagresúnicos e os milagres repetidos.  A nossa natureza obriga-nos a crer no testemunho de milagres. Se doze homensdessem testemunho de um fato milagroso e repetissem a sua história continuamentedurante muitos anos, arriscando a vida pela perseguição dos oponen-

    tes e comparecendo perante vários tribunais de justiça; se separados e afastados uns dos outros, o seu testemunho combinasse perfeitamente e fosse corroborado ainda por outras testemunhas

    e por todas as circunstâncias, pode-se dizer com toda a convicção que a mente humana nã poderia resistir a tal testemunho.Deus nem sempre opera milagressuspendendo ou alterando uma lei. Ele muitas vezes  introduz uma  Assim, vemos claramente estabelecida a probabilidade de os milagres serem operados para estabelecer a revelação, e a possibilidade de milagres serem realizadosem outras circunstâncias.nova causa.Observações gerais  Milagre é a intervenção de um poder supremo no curso já estabelecido da natureza. O riador sujeitou todas as coisas à direção de uma lei geral, mas "claro estáque se excetua aquele que sujeitou todas as coisas" (1 Co 15.27). A autoridade d

    ivina não consiste em violação a essa lei nem na suspensão dela. Trata-se, isto sim,da introdução de uma nova causa para algum efeito que ele queira produzir.  Existem alguns termos para designar o que genericamente chamamos milagres. Em sentido geral, são as "obras de Deus". Quando na realização dessas obras há referênciaao poder divino,temos os "milagres". Quando omilagre enfatiza alguma verdade, é um "sinal".Os milagres, ou "obras de Deus"ou "sinais".podem ser milagres

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    propriamente ditos,  O propósito dos milagres não é provar as grandes doutrinas e deveres da religião natral, e sim as novas doutrinas reveladas que não eram nem podiam ser conhecidasdo homem. Por conseqüência, os autores sagrados não argumentam em círculo, como afirmam alguns autores modernos, provando primeiro as doutrinas pelos milagres e depois os milagres pelas doutrinas.Isso porque as doutrinas que são provadas pelos milagres e aquelas pelas quais eles são experimentados não são as mesmas.  Quanto aos supostos milagres de outras fontes:.os magos do Egito não fizeram milagre algum, mas, como expressamente diz a narração de Moisés, ocupavam-se com seus encantamentos, que não podem operar milagres;

    · a feiticeira de En-Dor não fazia nem esperava fazer milagre algum, sendo ela mesma amedrontada pelo próprio Deus.OS MILAGRES DE JESUSOs milagres de Jesus desempenharam uma grandiosa função no seu ministério.  Os evangelhos mencionam cerca de quarenta milagres de Cristo. Mas, segundo orelato de um dos próprios evangelistas, foram em número muito maior (]o 21.25).Os milagres de Jesus eram  parte de um plano vasto e consistente que se estendia da criação à consumação de todas as coisas, incluindo o estabelecimento de um sistema de crenças,esperança e práticas adaptadas às necessidades e às condições do ser humano. Esse plano

    a sido revelado parcialmente aos judeus, fora prometido aos profetase tinha como objetivo a destruição de quatro grandes males morais: o ateísmo, o ceticismo, a imoralidade e o vício. Mas os milagres de Cristo foram operados principalmentepara o mais benevolente dos propósitos: o alívio da miséria humana.  Os milagres de Jesus eram incontestáveis. Os doentes aos quais restituiu a saúdeeram quase sempre incuráveis, o que descarta a possibilidade de charlatanismo.As evidências eram sufici-entes para convencer a todos,pois "muitos da multidão creram nele e diziam: Quando o Cristo vier, fará ainda mais sinais do que os que este tem feito?" (]o 7.31). E Nicodemos expressou os sentimentosda população quando disse: "Rabi, bem sabemos que és mestre vindo de Deus, porque ning

    uém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele" (]o 3.2).Os milagres de Cristo lastrearam o chão de sua época de provas sobre a divindade desuaPessoa.  O efeito sobre os que testemunharam os milagres de Cristo com espírito dócil foia profunda convicção de que ele era o Messias: "Vendo, pois, aqueles homens omilagre que Jesus tinha feito, diziam: Este é, verdadeiramente, o profeta que devia vir ao mundo" (]o 6.14). E o efeito da história desses milagres e das doutrinasque eles confirmaram é a nossa salvação: "Jesus, pois, operou também, em presença de sediscípulos, muitos outros sinais, que não estão escritos neste livro. Estes,porém, foram escritos para que creiais

    "fque Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome" (]020.30,31).  Faremos a seguir uma breve análise dos milagres de Jesus.  No milagre das  bodas de Caná, Jesus pediu antes que fosse feito algo Que impossibilitaria a fraude.A transformação de água em vinho (Jo 2.1-10)  As festas de casamento dos judeus costumavam durar sete dias. Às vezes, pelos poucos recursos dos noivos ou pelo número dos hóspedes superior ao que se esperava,

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    havia insuficiência de vinho. Jesus ordenou que os criados enchessem os vasos até em cima. Dessa maneira, era impossível introduzir vinho neles. Só os criados conheciam o processo, e o responsável pela festa atestou o milagre.A primeira multiplicação dos pães e peixes (Mt 14.13-21; Mc 6.35-44; Jo 6.5-15)  Cristo alimentou cinco mil homens além de mulheres e crianças com apenas cinco pães e dois peixes. A disposição da multidão em fileiras de cinqüenta e de cemexpôs a operação milagrosa à vista de todos, tornando assim impossível qualquer ardil. A sobra de doze cestos cheios de pedaços é prova de que havia bastante alimento, e a proposta do povo de fazer Cristo rei é mais uma evidência da realidadedesse milagre, bem como do impacto que causou.A cura do paralítico de Cafarnaum (Mt 9.2-8; Mc 2.4-12; Lc 5.18-26)No milagreda multiplicação dos pães, duas condições para evitar a fraude  Esse milagre foi operado em presença de muitas testemunhas, algumas das quais eram inimigas de Jesus Cristo.O modo pelo qual o doente foi apresentado é sem paralelo e mostra a plena confiançaque ele e seus amigos tinham no poder de Cristo. O tratamento que Jesus dispensouao paralítico é ainda mais notável, começando com o perdão dos pecados antes de cuidar doença.foram criadas.A cura do cego de nascença (Jo 9.1-7)  Há muitas circunstâncias notáveis nesse milagre: o homem não se tornou cego por acid

    nte, era cego de nascença. Ele não pediu que lhe fosse restituído a vista,assim não havia lugar para suspeita de combinação prévia. O modo empregado

    A ressurreição de Lázaro (Jo 11)para dar vista ao homem era inteiramente inadequado para produzir o efeito que se seguiu. Por último, o milagre foi público, e imediatamente submetido à rigorosainvestigação.Jesus sempre fez questão de realizar seusmilagres cercado de testemunhas.  O tempo que Jesus levou para chegar a Betânia deu aos seus inimigos oportunidade para observarem a operação do milagre, pois muitosjudeus o aguardavam na casa

    de Marta e Maria. A restauração da vida de Lázaro tem todos os aspectos de um grande milagre: foi rápido e operado diante de testemunhas idôneas e independentes.O propósito desse milagre era atestar a missão do Filho de Deus.A ressurreição da filha de Jairo (Mt 9.18-26; Me 5.22-44; Le 8.41-56)A ressurreição de CristoNo milagre da ressurreição de Lázaro, Jesus deu tempo para seus inimigos investigaremas circunstâncias.  O mais notável de todos os milagres narrados no Novo Testamento é o da ressurreição e Jesus Cristo dentre os mortos. Jesus repetidas vezes predisse aos discípulosa própria morte e ressurreição. E ninguém podia duvidar disso porque, se ele tinha pode suficiente para ressuscitar a outros, bem poderia ressuscitar a si mesmo- foi por esse motivo que os principais dos sacerdotes e fariseus puseram guardas junto ao sepulcro.

      É fato inegável que Cristo morreu na cruz e teve o corpo colocado no sepulcro vigiado porA ressurreição do filho da viúva de Naim (Le 7.11- 1 5)  Ainda que todas as circunstâncias da história tenham aspectos os mais naturais eocorrências as mais inesperadas, nenhum elemento faltou para assegurar a realidade do milagre, sem falar que Jesus não pretendia dar-lhe publicidade.  O fato de que o moço estava morto era inegável, e um número considerável de pessoas companhava a pobre mãe até o local do sepultamento. O milagre foi realizadoinstantaneamente diante desse grande público.

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    uma guarda militar. Após a ressurreição, os judeus espalharam a história de que os disclos haviam furtado o corpo enquanto os guardas estavam dormindo - uma situaçãotão improvável quanto falsa, a ponto de Mateus, ao se referir ao boato, não gastar uma única sílaba pararefutá-lo. Mas consideremos alguns pontos:  Era noite de lua cheia muito clara, portanto -, e os discípulos estavam amedron  tados. Além do mais, sendo afesta da Páscoa, o movimento de gente na cidade era intenso.As provas de que o corpo de Cristo não foi roubado do túmulo são claríssimas até hoje.  Será que todos os homens que compunham a guarda dormiram ao mesmo tempo?  Se todos estavam dormindo, como poderiam saber o que se passou nesse tempo? O barulho da remoção da pedra e a movimentação não teriam acordado pelo menos algunsdos soldados?  Por que ninguém deu ordem de prisão aos apóstolos? Por que não ordenaram a punição dldados? Por que nunca acusaram pessoalmente os seguidores de Jesus delhe roubarem o corpo?  O caráter das testemunhas também deve ser levado em conta no exame da veracidadeda ressurreição de Cristo. Os seguidores de Jesus eram plebeus, desprezados eiletrados: não estavam à altura de impor a sua históriaàs autoridades.Ninguém é tolo o suficiente para sustentar umamentira até a morte. Os discípulos foram

    mortos afirmando que Cristo ressuscitou.  Outro fator importante é o número de aparições de Jesus Cristo, mais que suficientepara estabelecer qualquer fato. Sete diferentes escritores judaicos relataram não menos de onze aparições, em horas diferentes do dia e em lugaresdiversos, havendo em uma dessas ocasiões maisde quinhentas pessoas presentes.  Assim, não há justificativa para questionaressas testemunhas ou a própria ressurreição de Cristo. É inconcebível que um homem voluriamente se expusesse a toda a sorte de castigos- e à morte - apenas para estabelecer uma fraude. Ainda que fosse possível, seria absurdo imaginar que muitos adotassem depois a mesma resolução. Não é razoável supor que os discípulos, separados de seu Mestre quando este focifi

    cado, tivessem conspirado para sustentar uma mentira - sem obter com isso glória pessoal e à

    custa de muito sofrimento. Além disso, somente três dias após a crucificação eles decla que Cristo havia ressuscitado, tal como predissera. Impostores agiriamassim?  Por último, essas mesmas testemunhas realizaram mi1agres em nome de Jesus Cristo, após o derramamento do Espírito Santo no dia de Pentecostes. E a pregação delesteve bom êxito, tanto que alcançou todo o mundo. Portanto, é inaceitável que os dis  cípulos tenham furtado ocorpo de Jesus, pois os fatos acima mencionados mostram que a única idéia consistente é a de que Cristo ressuscitou.

    A teoria de que Cristo foi sepultado desmaiado é uma das mais absurdas invenções dos inimigos do Evangelho.  A única alternativa deixada aos incrédulos é a teoria de que Jesus não morreu, mas ciu em estado de desmaio e, por engano, foi tomado como morto e nesse estadofoi retirado da cruz e sepultado. Assim, quando se reanimou, tomou a aparecer junto aos discípulos. Mas tal história não circulou entre os inimigos de nosso Senhorna época; ela foi inventada em tempos bem mais recentes.  Essa teoria é absurda, porque já na noite anterior ele estava esgotado pela agonia no jardimdo Getsêmani, pelos vários julgamentos e pelos açoites. Em seguida, ficou horas pendur

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    ado na cruz e foi atravessado por uma lança. Depois disso, ficou deitado cercade 36 horas no frio sepulcro. Ele teria ainda de livrar-sedas ataduras, remover a pedra da boca do sepulcro e, sem ser visto, procurar refúgio na casa de algum amigo. Por fim, seria necessário um longo período de restabelecimentopara os terríveis maus-tratos que sofrera. No entanto, os discípulos encontraram-noplenamente saudável poucos dias após a crucificação.  Concluímos, pois, que os discípulos não eram enganadores e que a ressurreição de nosSenhor Jesus Cristo é um fato incontestável, sendo esse um fato sobre oqual o cristianismo está edificado e do qual tira a sua força.Há todo umconjunto de provas que confirmam a autenticidade daressurreição de  Cristo.EVIDÊNCIA RETROSPECTIVA - AS PROFECIAS DO ANTIGO TESTAMENTO  As profecias são milagres do conhecimento, em que a onisciência divina descreve o futuro de um modo que ultrapassa a inteligência humana.

    Elas demonstram não somente que Jesus é o Cristo, mas que os "homens santos de Deusfalaram inspirados pelo Espírito Santo". Portanto, o que eles nos dizem é dignode crédito. A profecia é a

    mais alta evidência de nossa comunhão sobrenatural com Deus e da veracidade de sua revelação.Há profundas diferenças entre as profecias bíblicas e os oráculos pagãos.A profecia e os oráculos  ..PagãosHá muita diferença entre  as pretendidas predições dos oráculos pagãos e as profecias contidas ns Santas Escrituras. Os oráculos idólatras dos tempos antigos eram procuradospara satisfação de alguma curiosidade trivial ou usados para abonar os desígnios de algum chefe ambicioso. Os seus dirigentes colocavam obstáculos no caminho dosque procuravam orientação, e às vezes os deuses "não queriam" ser consultados. As respotas eram ambíguas, e se algum prognóstico falhava, a culpa recaía sobre o

    inquiridor, sobre um sacrifício supostamente defeituoso ou sobre a intercessão malfeita dos sacerdotes.  Bem diferentes são as profecias das Escrituras. Elas eram proferidas sem qualquer solicitação e anunciadas ao povo. O profeta sabia queestava exposto à pena capital, caso alguma desuas predições falhasse. Os eventos preditos eram, muitas vezes, complicados, remotos e dependentes da vontade do homem, e uma grande variedade de causas concorriapara a sua realização.  Algumas predições realizavam-se logo após serem divulgadas, outras mais tarde e ou-tras ainda em tempos distantes. Mas os diferentes eventos preditos eram sempre tão interligados que os fatos mais remotos tinham uma espécie de cumprimento preparatório,logo após a sua proclamação, servindo para criar um clima de expectativa quanto aos ac

    ontecimentos futuros.  Várias profecias bíblicas foram escritas e deixadas abertas ao exame do público - uma situação que as predições espúrias dos pagãos jamais poderiam suportar.  Nosso espaço não admite um exame detalhado das profecias, por isso limitar-nos-emos àconsideração das que julgamos mais importantes.  As profecias  bíblicas sempreestiveram abertas aconstatação de todos  - diferentemente

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    dos oráculos pagãos

    Profecias acerca da nação judaica  Encontramos nos escritos de Moisés profecias acerca do futuro de Israel (Lv 26.25-44; Dt 28.25-68). Os israelitas estavam ainda no deserto, não possuindo cidade alguma a oeste do Jordão quando Moisés predisse os sofrimentos, cercos,calamidades e ruínas que lhes sobreviriam, caso abandonassem o concerto de Deuse persistissem em desobedecer aos mandamentos do Senhor. Eis algumas dessa predições:  Israel teria um rei. Na época dessa profecia, os israelitas ainda moravam em tendas. Contudo, mais tarde, vários reis governaram a nação, mantendo sucessão regularaté a dissolução do Estado.  Os principais inimigos viriam de longe, falando uma língua que os judeus não entenderiam. De fato, os assírios e babilônios vieram de terras distantes com umpoderoso exército. Falavam um idioma tão incompreensível para os judeus que os oficiais do rei Ezequias rogaram aos mensageiros que falassem na língua dos caldeus.  Os inimigos devastariam o país, devorando os seus produtos, e a fome nas cidades sitiadas chegaA história de Israel  reúne um grande acervo de evidênciasda veracidade das profecias bíblicas.ria ao ponto de mães comerem os próprios filhos. São indizíveis os sofrimentos e as misas que sobrevieram aos reinos de Israel e Judá pelos cruéis soldados da

    Assíria e da Babilônia. A fome foi tãograve em Jerusalém que o povonão tinha mais pão (Jr 52.6). E em Samaria algumas mães hebréias comeram os próprios fis (2 Rs 6.25-29). A história geral secular confirmafatos proféticos sobre a história  Os judeus seriam subjugados e levados em cativeiro. Isso se cumpriu literalmente. O reino de Israel, o primeiro a abandonar a lei de Deus, foi invadido por Pul, rei da Assíria (2 Rs 15.19). Uns trinta anos depois, Tiglate- Pileser, outro rei assírio, devastou o norte e leste dopaís, tomando diversas cidades (2 Rs 15.29) e levando cativos os seus habitantes.Uns quinze anos mais tarde, Salmaneser e seu exército devastaram a terra e sitiaram

    Samaria. Quem escapou da fome e da espada foi levado em cativeiro. O reino de Judá resistiu um pouco mais, devido às reformas religiosas de alguns reis piedosos,mas também acabou subjugado por Nabucodonosor, da Babilônia (2 Rs 24.1,2).de Israel.

    Profecias referentes à restauração da nação judaicaIsaías e Ieremias profetizaram que os judeus retornariam do cativeiro (ls 44 e 45; Ir 29-32). A restauração de fato ocorreu no reinado de Ciro, o persa, exatamentesetenta anos após terem sido levados ao cativeiro, como Jeremias havia predito, e sob a proteção de Ciro, que Isaías chamou pelo nome 140 anos antes da destruição do Templo. Todas essas profecias cumpriram-se plenamente. As cidades foram reedificada

    s, inclusive Jerusalém. O Templo foi reedificado sob a direçãode Esdras e Neemias. Assim, a onisciência divina selou a autoridade de seus servos.Houve um grande conjunto de profecias anunciando onascimento do Filhode Deus e nossoSalvador.Profecias concernentes à vinda de Cristo  O cristianismo não foi introduzido no mundo de forma inesperada, por acaso e sem planejamento, e sim após longa e cuidadosa preparação.

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    Foi anunciado continuamente desde o início da história humana, a começar da promessa feita a Adão, de que a Semente da mulher feriria a cabe

      .ça da serpente (Gn 3.15). A promessa foi repetida continuamente, em termos cada vez mais claros e por um período de milhares de anos, a Abraão(Gn 22.18), a Jacó (Gn 49.10), a Moisés (Dt 18.15) e também a Davi, Isaías, Malaquias ec.  Todas essas profecias foramreais. Uma tradução do Antigotestamento para o grego - aSeptuaginta - foi concluída pelo menos 265 anos antes do nascimento de Cristo. Portanto, comprovadamente nessa época todas as profecias messiânicas já eram conhecidas. E são tão numerosas que não há espaço para comentar todas ssim, iremos considerar apenas algumas predições.  Cristo viria antes que o cetro se afastasse de Judá (Gn 49.10) e antes da destruição do Segundo Templo (Ag 2.6-9; MI 3.1). De fato, Jesus veio justamente na épocaem que os romanos tiraram completamente o governo de Judá e pregou no Templo cerca de quarenta anos de este ser inteiramente destruído.As últimas profecias  messiânicas a  chegarem ao  conhecimento dosjudeus alexandrinos estavam 265 anos dE distância de Jesus.

      Cristo nasceria de uma virgem (ls 7.14), na cidade de Belém, e seria descendente de Judá (Mq 5.2), da família de Davi (ls 9.6,7; 11.1,2).

      Ele não contaria com influência exterior para atrair o mundo a si (ls 53.1-3) e seria "pedra de tropeço e rocha de escândalo" (ls 8.14). Mas também "pedra preciosade esquina" da Igreja Os28.16), sobre a qual os judeus cairiam e se quebrariam em pedaços (ls 8.15).Ninguém até hoje Pode refutar oconjunto de profecias messiânicas que se Cumpriram em Jesus.  Ele pregaria o Evangelho aos pobres, instruiria as gentes e curaria os cegose doentes (Is 6.9-11; 43.1).Ele entregaria a própria

      vida em resgate por muitos, seria contado com os transgressores, zombado, é açoitado e rejeitado pelos homens (ls 53). Contudo, não ficaria no sepulcronem experimentaria corrupção (SI 16.10), mas iria ressuscitar no terceiro dia (Os 6.2) e depois subir ao céu para exercer domínio universal (5116.11; 68.18; Is 9.7).  Todas essas profecias cumpriram-se na vida de nosso Salvador e foram mencionadas aos judeus incrédulos como evidências de que ele era o Messias. Se não fossemverdadeiras, o povo facilmente poderia tê-lo condenado como impostor. Mas não pôde, porque eram incontestáveis.EVIDÊNCIA PROSPECTIVA - AS PROFECIAS DO Novo TESTAMENTO (OU DE JESUS CRISTO)  Como vimos na seção anterior, a vida de Cristo foi profetizada no Antigo Testamento, e sabemos que todas essas predições cumpriram-se realmente na vida do Messias. Mas o próprio Jesus também profetizou acerca

    de si mesmo e de eventos que ocorreriam após a sua partida deste mundo. Eis algumas de suas predições:Além das profecias de outras pessoas sobre Jesus, o  próprio Jesus profetizou sobre eleSua morte e ressurreição  Cristo predisse a sua morte e as circunstâncias que a envolveriam: "Desde então [cerca de um ano e meio antes da crucificação], começou Jesus a mostrar aos seusdiscípulos que convinha ir a Jerusalém, e padecer muito dos anciãos, e dos principaisdos sacerdotes, e dos escribas, e ser morto, e ressuscitar ao terceiro dia"(Mt 16.21). Marcos 8.31 e Lucas 9.22 registram a mesma profecia. São três testemunho

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    s independentes do fato de que Cristo previu os próprios sofrimentos no cumprimentode sua missão divina.

      Ele predisse também que os sacerdotes e escribas o condenariam à morte e o entregariam aos gentios, para que escarnecessem dele, o açoitassem e crucificassem(Mt 20.18,19). Revelou emseguida que Judas o trairia e  . .. li .que os gentIos IrIam CUSpIrnele" (Mc 10.33,34). Tudo se cumpriu exatamente assim.  Cristo anunciou em diversas ocasiões que iria ressuscitar (as passagens citadas acima são exemplos suficientes).Se alguém se aventurasse a  anunciar a própria morte e assuas circunstâncias, e isso se cumprisse, seria um ato notável de presciência. Porém, smente o Filho de Deus poderia anunciar a própria ressurreição. Essa sem dúvidafoi a mais maravilhosa das predições de nosso Senhor.De maneira fantásticae única no mundoCristo profetizou sua própria morte eressurreição.A destruição de Jerusalém

      Cristo profetizou: "Quando virdes Jerusalém cercada de exércitos sabei, então, que échegada a sua desolação [...] E cairão a fio de espada e para todas as naçõesserão levados cativos" (Lc 21.20,24). Acerca de Jerusalém, anunciou: "Dias virão sobre ti, em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras, e te sitiarão, e te estreitarão de todas as bandas" (Lc 19.43). Quanto ao Templo, declarou: "Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobrepedra que não seja derribada" (Mt 24.2).  Tudo isso se cumpriu literalmente. É fato notório que Jerusalém, cerca de quarentaanos mais tarde, foi sitiadapelo general Tito. Uma trincheira foi cavada ao redor da cidade, ela foi inteiramente cercada pelo exército romano,ficando desse modo sitiada eestreitada de todos os lados. Depois que os romanos a tomaram, ela foi inteirame

    nte desolada, os seus habitantes foram levados cativos para todas as nações em redor e o Templo foi totalmente destruído, de modo que não foi deixada pedrasobre pedra.Nenhum detalhe que Jesus profetizou sobre a destruição de Jerusalém em 70d.C. deixou de se cumprir.A propagação do Evangelho  Cristo profetizou também que "este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, e então virá o fim" (Mt 24.14). Nada pareciamais improvável que essa previsão. A própria Judéia era um país pe-

    queno e desprezível, e os judeus eram detestados por toda parte. Será que um imposto

    r teria coragem de fazer tal declaração, expondo-se à prova durante os séculossubseqüentes? Contudo, hojepodemos comprovar a autenticidade dessa previsão. O Evangelho estende-se por todaa terra. A profecia está quase cumprida e sem dúvida chegará ao cumprimento total,pois quem a proferiu foi o grande Profeta.  Vivendo em um dos menores países do seu tempo, Cristo  profetizou que  seu Evangelho  seria pregadono mundo inteiro.

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    A Igreja triunfante  Cristo predisse ainda que a sua Igreja iria subsistir neste mundo: "Sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contraela" (Mt 16.18). Essa previsão parecia absurda, pois a nova instituição era rejeitadapelos judeus, desprezada pelos gregos e perseguida sem trégua pelos romanos.Todos os sábios e poderosos da terra estavam unidos para extirpá-la. No entanto, grandes impérios ruíram depois dessa profecia, enquanto a Igreja permanece até hoje,mais forte que em qualquer época passada.  É com confiança, portanto, que citamos essas profecias como marcas infalíveis da missão divi-na de Cristo e, portanto, da divindade do cristianismo - o resultado dessa missão. Elas trazem aIndubitável marca daquele que vê tudo "desde o  .pnncIpIo .O que Jesus profetizou sobre sua Igreja tem-se cumprido rigorosa e fielmente.


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