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Date post: 02-Mar-2016
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Caderno de Reflexão do curso de arquitetura e urbanismo da Escola da Cidade - SP
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Escola da cidadE

arquitEtura E urbanismo

trabalho Final dE Graduação

cadErno dE rEFlExão

rodriGo amaral rocha

oriEntador : andré vainEr Junho / 2011

arquitEtura como instrumEnto dE qualidadE sócioambiEntal

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o ser humano consegue ocupar e sobreviver em uma área causando mínimos impactos à natureza?

consegue não prejudicar a possi-bilidade das gerações futuras usu-fruírem dos benefícios atuais?

é possível uma ocupação humana que potencialize a biodiversidade natural e melhore as relações en-tre sociedade e natureza?

a arquitetura é responsável pelo desenvolvimento da sociedade e da natureza mutuamente?

código Florestal:se discute atualmente em limites de áreas de proteção permanente, visando uma equalização entre produção humana e preservação da natureza.

deve ser discutido que desenho de ocupação deva acontecer para que não precisemos mais distinguir o homem da natureza, o rural do urbano, o que podemos destruir e preservar.

inquietações Problemáticas

como devem se desenvolver as áreas particulares rurais dentro de áreas de proteção ambiental, que tipo de infra--estrutura e arquitetura elas necessitam?como trabalhar a questão dos resíduos sólidos, água e energia, uma vez que a utilização deles pode gerar um im-pacto negativo na natureza?

reconhecer atores, como tem agido e como podemos planejar e modificar o meio físico, considerando a cultura e o meio ambiente.

Proposição

Propor um projeto de arquitetura para promover um as-sentamento humano ativo, com o menor impacto social e ambiental possível, capaz de transformar a realidade do meio que está inserida.

o meio ambiente está em cons-tante mutação para haver interse-ções das edificações que, ao serem construídas coerentemente com a preservação e conservação do am-biente natural, o impacto ambien-tal será reduzido, mesmo sabendo que sempre haverá impacto.

a estratégia de obra como uma re-ferência para orientar a concepção e o desenvolvimento do projeto.

com o objetivo de uma ocupação no meio rural, junto a uma comu-nidade do entorno de uma unidade de conservação ambiental, a vila de são Jorge localizada no município de alto Paraíso de Goiás na chapa-da dos veadeiros no nordeste do estado de Goiás.

o entorno das unidades de con-servação tem um grande potencial de desenvolvimento ao ser bene-ficiado pela demanda de serviços

10% do território nacional é composto por unidades de conservação, é o bastante para manter a biodiversidade?

Área de Preservação ambientalobjetivos:Proteger a biodiversidadedisciplinar o processo de ocupaçãoassegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais

uso do solo:Pesquisa cientifica, visitação turisti-ca, recreativo e educacional Fonte: snuc

e infra-estrutura gerada pelo tu-rismo. seu estimulo e viabilidade econômica deve respeitar a capa-cidade de suporte dos atrativos, bem como atender as necessidades socioeconômicas das comunidades locais. uma vez que isso ocorra, essa população passa a ver as uni-dades como possibilitadora de be-nefícios, gerando equilíbrio entre preservação e desenvolvimento.

Foto do autor: Estrada alto Paraíso de Goiás

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história

a partir de 1911, a mineração de cristal foi a principal atividade econômica da região até a década de 80 e 90. a agricultura e pecuaria de subsistencia eram comuns, pois garan-tiam o sustento nas épocas dificeis no garimpo. havia também a extração de vegetação do cerrado. a vila de são Jorge era um vilarejo de garimpeiros e ficava proxima a varios pontos de exploração.

com o desaparecimento da mineração no parque, a população de são Jorge foi, gradati-vamente, se adaptando para oferecer serviços aos novos turistas que começavam a visitar o parque. Essas atividades estavam longe de ter qualquer tipo de planejamento.

Em 1991, a visitação pública ao parque foi proibida, a partir daí, se começa a ordenar seu uso público e o planejamento para um turismo responsável, numa iniciativa exemplar, pois conta com a participação dos funcionários do ibama, representantes das comuni-dades, onG´s, ambientalistas, e excursionistas no desenvolvimento de propostas.

“a natureza e o homem vivem em unidade, mas a força de ambos está na sua diversidade, talvez o forte de alto Paraíso – os nativos, os ambinetalistas, os tu-ristas, os místicos, os terapeutas holísticos e os alter-nativos. Essa diversidade deve refletir uma unidade de ação coletiva. diversidade e unidade devem deixar de ser vistos como inimigos e sim para reforçar o outro. Para isso, investir em processos educacionais – for-mal e informal – deve ser visto como uma prioridade para a consolidação do desenvolvimento da plenitude humana.”

miguel von behr, auto do Plano diretor

apesar do reconhecimento de sua importância bioló-gica, o cerrado é o que possui a menor porcentagem de áreas sobre proteção integral.

6,43% do bioma cerrado em unidades de conserva-ção

2,46% em unidades de conservação de proteção in-tegral

3,96% em unidades de conservação de uso sustentá-vel

(departamento de Áreas Protegidas/sbF; setembro 2010)

Plano diretor ambiental urbano e municipal de alto Paraíso de Goiás

1995 - criação da liga da defesa ambiental Projeto inédito ao conciliar os aspectos cul-turais e históricos com o ordenamento ter-ritorial. aprovado no ministério da cultura 1996 - Participação de estudantes da rede municipal de ensino e da comunidaderesolução conama n° 013/90 Proteção do entorno de 10km das unidades de conservação. Eia-rima 1997 - agenda 21 – rio +5 recursos com Embratur 1998 - Paralisar expansão urbana da cidade 1.200m de altitude, preservação permanente Planejamento para 15.000 habitantes ocupação de núcleos rurais 1999 - Projeto de lei do Plano diretor 2000 - aprovação do Plano diretor na câ-mara dos vereadores

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campo-cidade

a expansão urbana na região do Parque nacional da chapada dos veadeiros se deu, principalmente, pela diminuição das lavouras temporárias, mecanização da agricultura, proibição da extração mineral e vegetal e pela adesão das co-munidades às atividades turísticas, gerando adensamento urbano, desemprego e sobrecarga da infra-estrutura.

o turismo pode ser um grande gerador de renda, assim como acentuador de desigualdade social e econômica, pois com o aumento do poder aquisitivo, o custo de vida geralmente sobe e, como o período de visitação é sazonal, parte

da população não consegue se capitalizar.

é possível ver as melhorias trazidas pelo turismo em construções, infra-estru-tura e serviços. contudo, essa mesma atividade acaba por valorizar a terra e, consequentemente, segregar parte da população local mais pobre, expulsando--os para áreas distantes e menos urbanizadas. somando à falta de equipamen-tos de saneamento e serviços públicos, o processo de degradação se acelera.

a Pequena Propriedade

84,4% agricultura familiar – 24,3% da área dos estabelecimentos rurais15,6% não Familiar – 75,7% da área dos estabelecimentos rurais

a agricultura familiar responde por 80% do pessoal ocupado no campo e por 70% de toda a produção agropecuária brasileira.

senso ibGE/2010

Escolhido para o avanço da monocultura, o cerrado é tratado como área para exploração, bioma desvalorizado pelo capital. terreno em geral é plano, vegetação frágil, pequena e tortuosa, não dificulta o trabalho das maquinas.

as áreas de preservação ambiental atualmente são criticadas por impedirem uma atuação econômica de uso da terra, o que impede agricultores e pecu-aristas de realizarem produções em grandes escalas e monoculturas.

Foto do autor: Estrada alto Paraíso de Goiás

Fotos da comunidade quilombola Kalungas em cavalcante-Go

rurbano

a relação entre o meio rural e urbano, é importante para que a cidade possa vir a ser um pólo de desenvolvimento cultural, econômico e humano dentro de um sistema em transição de ideologias, onde o capital possa elevar a qua-lidade de vida tanto no campo quanto na cidade, e essa transição justifica a necessidade de transformação da forma de viver da população.

repensando a maneira como se habita e convive com o nosso planeta, pode--se estabelecer uma relação harmônica entre o urbano e o rural, ou seja, o que se constrói e o que se destrói, respectivamente. o rural quando utiliza-do como uma reserva de mercado para a especulação imobiliária pode criar um espraiamento urbano descontínuo e desarticulador da vida no campo, possibilitando uma expansão horizontal que beneficia, principalmente, aque-les que comercializam a terra e prejudicam o meio ambiente.

“o sistema rodoviário, as demolições de prédios decadentes, a substituição de bairros com-postos de residências e pequenas lojas por grandes edifícios comerciais e supremercados podem aparecer sob a forma de um plano social, mas não se conhece um caso em que as prioridades de um sistema capitalista não tenham sido consideradas desde o início. Pode tratar-se de um simples projeto industrial ou de mineração: neste caso, a decisão original foi tomada e será por fim determinada por proprietários interessados no lucro. o sistema ro-doviário levará em conta suas necessidades e preferências quanto a modos de distribuição e de transporte, e são essas preferências que determinam prioridades, seja no caso do favore-cimento ao caminhão em detrimento do trem, ou na situação mais geral em que a própria terra é encarada, abstratamente, como uma rede de transporte - do mesmo modo como, num outro contexto, pode ser vista, de modo igualmente abstrato, como uma oportunidade para a produção” raymond Williams, 1972

Foto do autor: amigo dú, vizinho da terrinha

Foto em mato Grosso, as maquinas representam um investimento de 20 milhões de reais

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ideologia

relacionar a educação e envolvimento social na comu-

nidade à construção e arquitetura. uma obra de valor

pedagógico.

“o produto final do arquiteto não é o projeto, é a obra” lelé

observar e interagir com o meio existente irá colaborar para um proje-to com respeito e coerência, tanto globalmente quanto localmente. com o pensamento sócio-ambiental que considere o processo construtivo como um todo, e não como uma estética final do objeto construído, o desenvol-vimento da comunidade poderá se relacionar com o propósito principal da monografia:

“...no processo de aprendizagem, só aprende verdadeiramente aquele que se apropria do aprendido, transformando-o em apreendido, com o que pode, por isso mesmo, reinventá-lo; aquele que é capaz de aplicar o aprendido--apreendido a situações existenciais concretas. Pelo contrario, aquele que é “enchido” por outros de conteúdos cuja inteligência não percebe, de conte-údos que contradizem a própria forma de estar em seu mundo, sem que seja desafiado, não aprende”. Paulo Freire, 1983.

arquitetura como instrumento de qualidade sócioambiental

Premissas

repensar o habitar humano

repensar a produção no meio rural

repensar a construção desde o projeto de arquitetura a

uso da edificação.

"de que adianta um modelo de desenvolvimento baseado na riqueza econô-mica se isto não se reflete na melhoria das condições de vida das pessoas? Essas distorções apontam para um novo modelo de desenvolvimento, base-ado na expansão das melhorias das condições de vida das pessoas." amartya sen, 1999.

Este projeto visa referenciar as problemáticas atuais para esta-belecer um vinculo entre desenvolvimento e qualidade de vida.

técnicas construtivas que agridem menos o meio ambien-te, assim como materiais que necessitem de menos energia para ser fabricado e transportado, fortalecendo a economia local.

metodologia

investigação: Pesquisar, observar e interagir com o meio existente, cap-tando princípios e necessidades da comunidade local e da natureza do entorno.

verificação: compreender a reali-dade existente através da imersão na comunidade.

reflexão: questionar as reais neces-sidades locais para organização pro-jetual.

conclusão: Projetar um objeto capaz de transformar a realidade no meio em que está inserido.

a investigação, verificação e reflexão do processo projetual e organizativo como objeto de análise, justifica a complexidade do projeto arquitetônico como con-clusão deste processo. um projeto que articula sem homogeneizar, respeita a diversidade sem simplificar, planeja sem eliminar o acaso e a incerteza, relaciona as necessidades humanas às naturais de um sistema complexo vital.

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Papel social do arquiteto

atualmente convive-se com uma realidade distinta do que se imagina ser o “ideal” para a vida humana no planeta.

os arquitetos e urbanistas, participantes desta realidade, são fundamentais para o (sub) desenvolvimento dos meios comuns e privados da sociedade. como planejador do espaço construído, o arquiteto, por atribuição pro-fissional, deve relacionar o espaço natural com as necessidades humanas contemporâneas.

Porém, a partir desta relação, observa-se uma realidade de distanciamento entre os humanos e a natureza, é exatamente esta não-relação uma das causas da miséria, fome, violência, sede e mortes.

realidade

a partir do momento em que o homem busca qualidade de vida dentro de es-paços que ele mesmo constrói, sugere-se uma mudança continua no cotidiano das relações entre a sociedade e o espaço construído.

tem-se o rural como maior consequência dessa urbanização descontrolada, onde o desmatamento, a monocultura, a criação de animais, a poluição dos mananciais e a poluição da atmosfera são umas das mais graves ações dos seres humanos diante da terra.

no brasil, a construção civil apropria-se de 75% do que é extraído do meio ambiente, destes 1/3 vira entulho, o que gera 50% dos gases emitidos para a

atmosfera. sinduscon/FGv, 2010.

"Estamos no momento em que o problema ecológico se vincula com o pro-blema de desenvolvimento das sociedades e da humanidade inteira.”

Edgar morin, 1996.

“o trabalho do arquiteto é essencialmente em equipe. Porque, evidentemente que nossa profissão, a profissão de arquiteto, é uma profissão generalista, ela não é uma profissão especialista.” lelé, 2008.

Foto do autor: onG oca brasil

Foto do autor: centro de Pesquisas do cerrado - unb

autonomia / dependência

levantar as potencialidades do existente.não fixar formas por antecipação.

o Projeto não pode bastar-se a si mesmo, ele só pode ser totalmente lógico ao abarcar em si o ambiente externo. Ele não pode se concluir, se fechar, ser auto-suficiente.

mais autônomo, ele está menos isolado. Ele necessita de alimentos, de matéria/energia, mas também de informação, de ordem.

Projeto

um projeto surge a partir da necessi-dade de relações entre as problemáti-cas locais e considerações do ambiente natural, focando na realidade da perma-nência humana e suas necessidades vi-gentes.

a arquitetura como método projetual para a construção, justifica a intensidade da relação do sujeito com o objeto e o meio ambiente.

Entende-se a capacidade de projetar, como a capacidade de desenhar, plane-jar, orientar e estabelecer parâmetros técnicos para a obra, como a relação entre a atividade intelectual e manual, como a relação entre a atividade indi-vidual e a coletiva, por essas razões, há a necessidade de conhecer e imergir o campo do canteiro de obras, onde o trabalho do arquiteto e urbanista é executado. deve-se analisar tanto os materiais de construção disponíveis no local, a população vigente que irá usufruir do objeto, o ecossistema existente determinante das ações da comunidade, as variantes do clima e as necessi-dades reais deste meio ambiente composto por seres humanos e natureza.

“nos microterritórios ocupados, é necessário praticar uma outra arquitetu-ra, voltada para os interesses populares, preconfigurando outras relações de produção. Estas passam pela autonomia radical dos produtores – isto é, pela livre autodeterminação do objetivo, da finalidade da produção.” sérgio Ferro, 2002.

Foto

do

auto

r: o

nG

oca

bra

sil

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Permacultura

apresentar a Permacultura como um mode-lo de construção do espaço geográfico mais flexível, orgânico e adequado às necessidades atuais de recuperação e preservação do meio ambiente, resgate das relações humanas e produção econômica sustentável e saudável.

opção de organização do espaço por meio da Permacultura, frente a outros modelos mais difundidos de organização desse espaço na atualidade e que se baseiam na exploração desmedida dos recursos naturais e do ser hu-mano.

a utilização do método da permacultura pos-sibilita compreender a arquitetura como ciên-cia para melhorias no meio ambiente, a ação humana como intensificadora da qualidade de vida local e minimizadora dos efeitos degene-rativos e degradadores do planeta.

a permacultura, além de ser um método para planejar sistemas de escala humana, proporciona uma forma sistêmica de se vi-sualizar o mundo e as correlações entre to-dos os seus componentes.

cuidado com as pessoas

cuidado com a terracompartilhar os

excedentes

ética

design

desenho facilitador, dinâmi-co e eficiênte alto rendimento = alta vita-lidade

auto-rendimento é a quanti-dade de energia útil utilizada

melhor maneira de aprovei-tar os recursos

rendimento é ilimitado

mais diversidade ao longo do tempo garante estabilidade

design Permacultural

desenho da Paisagem

sistema de interconexões, conceitos, materiais e estratégias, numa organização que beneficia a vida em todas as suas formas, promovendo a permanência humana.

é fazer o simples e chegar ao complexo, não o inverso

Percepção Permacultural - Pessoas e lugarestrabalhar a favor das energias da naturezaaproveitar ao máximo as energias , suprir todas as necessidades das pessoas/lugares, antes dela deixar o local;todo componente do design, deve funcionar para várias funções;toda função deve ser suportada por vários elementos;o design é funcional e estético.

Princípios

captação de energia benéfica

distribuição eficiente de energia útil

agir menos com o máximo de resultados

qualidade em detrimento da quantidade

armazenar o máximo de energia disponível

Promover a cooperação e não a competição

ver com o ambiente, motivos sociais, motivos culturais

ética acima de tudo.

“as possibilidades de cada lugar são infinitas e é o homem que define o pro-pósito, que dá o impulso. uma vez o impulso dado, a natureza equilibra e o homem observa e ajusta suas ações pelo retorno recebido da natureza. assim, desenvolve-se uma verdadeira parceria de cooperação entre os dois”.

marsha hanzi,2004.

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referências

design build bluff

localização: navajo – utah – usa

descrição: Pós-Graduação em arquitetura. organização sem fins lucrativos que constrói

habitações ambientalmente sustentáveis para a comunidade local.

objetivos: involucrar profissionais, estu-dantes, voluntários para a construção de uma

arquitetura realmente social e de qualidade.

Processo: o programa expõe e anima os estudantes a estudar as implicações sociais da

arquitetura, a idoneidade dos métodos não convencionais de construção, materiais reci-

clados e soluções inovadoras

rural studio

localização: hale country – alabama – usadescrição: Graduação em arquitetura da universidade de auburn. Programa acadêmico de cinco anos que oferece oportunidades educativas de participação a nível escolar e profissional em diferentes etapas. objetivos: resolver as necessidades da população rural do oeste do ala-bama, de uma maneira realista e efetiva, assumindo critérios de qualidade construtiva e arquitetônica. Experimentar novas soluções com materiais descartados convertendo-os em nobres. introduzir na universidade, a cons-trução e arquitetura real, num entorno sem recursos, assumindo critérios básicos de responsabilidade social, construção, investigação, reciclagem e experimentação coerente e inovadora. Panorama social: melhoria das condições de vida da comunidade necessitada.desenvolver técnicas de construção relacionadas a novos materiais.adoção de novas infraestruturas que melhoram a relação entre membros da comunidade.integração de diferentes disciplinas para detectar e resolver necessidades de uma maneira mais efetiva. Panorama universidade:oportunidade de imergir e conhecer a realidade rural e suas necessidades.oportunidade de investigar a realidade social e arquitetônica.Exploração de novas técnicas construtivas em áreas de poucos recursos, máxima eficiência e mínimo custo.oferecer a estudantes a oportunidade de projetar e construir, converter um exercício acadêmico em uma realidade pratica de interesse social.

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utalca

localização: talca – chile

descrição: Graduação em arquitetura e urbanismo da universidade de talca. o trabalho final de graduação de todos

os estudantes é o planejamento, desenho e construção de um projeto arquitetônico real. os projetos devem responder

a necessidades locais existentes, a obra em si, mão de obra qualificada e um pressuposto limitado.

objetivos: afrontar a construção real de um projeto dese-nhado em aula. Estudar e desenvolver técnicas construtivas

simples e de fácil execução.

Processo: a modalidade de trabalho final de graduação, no-meado “taller de obra” submerge os alunos em um processo

que conjuga investigação, projetação e construção, por inda-gar as maneiras de modernização do território do vale central do chile. a matéria prepara o aluno para afrontar a materiali-

zação de um projeto, oferece a possibilidade de conhecer uma arquitetura baseada na coerência e na participação.

base habitat

localização: linz – austria

descrição: mestrado em arquitetura da universidade de belas artes de linz, em países em via de desenvolvimento, em destaque o desenvolvimento social, político e econômi-co.

objetivos: tratar a arquitetura não como técnica mas como intervenção cultural, reduzir as contradições: entre necessidades básicas estéticas, entre ecologia e economia, entre prosperidade e pobreza e entre utilidade e poesia. disponibilizando à população local, técnicas e competên-cias contemporâneas para utilizar o máximo dos recursos naturais e humanos.

metodologia: trabalham essencialmente na Índia, em zonas rurais particularmente pobres, visa desenvolver economicamente e tecnicamente com uma obra coletiva e participativa, trabalhando conjuntamente estudantes e voluntários locais.

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taliesin West

localização: spring Green, arizona, usa

descrição: Graduação e Pós-Graduação em arquitetura e urbanismo.

objetivos: segundo Frank lloyd Wright, taliesin proporciona uma total aprendizagem do meio ambiente, inte-grando os aspectos da vida por poder educar pessoas responsáveis, cultas e criativas. os alunos devem adquirir

experiência, não somente na arquitetura, também na construção, agricultura, paisagismo, ecologia, musica, arte e dança.

história: Wright, defensor das oportunidades que dão inovação cientifica e tecnológica a sociedade, estava de-cepcionado com os programas educativos tradicionais do país. não estava interessado em uma educação de aula e livre texto, baseada em créditos e títulos oficiais. Pensava que o sistema tradicional produzia estudantes exces-sivamente formados, com uma base cultural solida que beneficiava a empresários e políticos, mas completamente

insuficiente para a formação de arquitetos. desde o seu ponto de vista, muitos arquitetos jovens tem falta de inspiração, e não são conscientes de como a arquitetura pode planejar uma solução orgânica a um problema. Esta

decepção, motiva Wright a fundar em 1932 uma escola que promove o seu programa educativo.

tyiegnestuetailândia

brasil arquiteturabrasil

Joerg stammbali

albordearqchile

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dados regionaisGeomorfologia – Planalto cen-tral do brasil, com alturas que variam de 490 a 1670 metros de altitude.

latitude – 14°

Índice Pluviométrico – 1500mm e 1750mm/ano

clima – semi-árido e semitropical de altitude, inverno seco (maio a setembro) e verão úmido (outu-bro a abril)

temperatura – máx. 42°c e mín. 5°c, com média de 25°c.

Flora – Formação florestal, savâ-nica e campestre.

imagem 3d do Google Earth

distribuição de chuvas no cerradoFonte: sEctEc - Go (2005)

visita técnica

chegar na chapada dos veadeiros, cada árvore, cada morro, cada som de um pássaro, têm sua essência, ali a natureza é soberana e sincera, mostra toda sua beleza e vaidade através do movimento natural do sistema a qual pretencemos.

conhecer a onG oca brasil, o irapuã, foi importante para conhecer a ação da instituição, suas necessidades e realidade, fatores positivos e negativos.

conhecer o vereador dáda, foi inspirador, acreditar e buscar a ideologia atra-vés da crença em uma vida melhor e mais justa. Pioneiro dos alternativos na chapada dos veadeiros, acredita na mudança e na comunidade.

téia, administradora da vila de são Jorge, tem integridade e liderança, de-monstrou atenção e respeito as nossas idéias.

mestre dú, humildade e sabedoria, capitão do mato, vive na região desde a década de 50. nos mostrou os antigos caminhos de carro de boi, contou que a terrinha já foi pasto para gado um dia, plantou várias árvores na região, con-tou das dificuldades do passado e as atuais, sobre a temerosa quase ida a são Paulo e as enchentes do rio são miguel. Foto do autor: Estrada para a terrinha

imagem da chapada dos veadeiros - Go

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análise da região análise do território

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análise do território

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análise do território

Foto do autor: região da terrinha

imagem 3d do Google Earth

sistemas bioclimáticos

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Projeto dos elementos

auto-regulação: relacionar os elementos de tal forma que cada um sirva as necessidades

e aceite os produtos de outros elementos

capacidade de adaptação do sistema

competência dos elementos

criação de ciclos e nichos

Geração de eventos

Programa de necessidades

dimensões do terreno: 100 x 481 x 88 x 530mÁrea do terreno: 1 alqueire (goiano) = 48.400m²declividade média: 19%cobertura vegetal: + de 80%

Empreendimento em cooperação com a natureza, retirar o mínimo de árvores possíveis, ocupar o solo aos poucos, possibilitando a interação com o tempo, utilizar materiais locais nas construções, plantio de espécies nativas do cerrado e exóticas de produção.

metas do Pós-ocupação:reduzir a necessidade de rendaProdução a curto e a médio prazosaúde e éticaoferecer produtos e serviços úni-cos na regiãonão poluiçãoExercer posição cooperativa na região

Foto do autor: terrinha

valas de infiltração

adubação verde: feijão de porco, guandu, braca-tinga, amendoim forrageiro, sorgo, leucena, tremo-ço, leguminosas que se estabelecem no solo evitan-do o crescimento de braquiárias.

benefícios: biomassa, descompactar o solo, co-bertura do solo, fixação do nitrogênio, diminuir a acidez, evitar erosões.

açudes

armazenar água para a utilização em períodos

de seca e para a criação de sistemas de aquicul-tura produtivos. além

de cumprir a função de armazenamento,

aumenta muito a ca-pacidade de produção

do local, melhorando o microclima.

Escavações em nível que permitem interromper o escorrimento super-ficial da água e fazê la penetrar no solo. com o tempo, essas faixas de terreno se tornam extremamente férteis, além de evitar a erosão superficial.

Estratégias para água: - armazenar: infiltrando e estocando - coletar - utilizar com respeito (cuidar) - reutilizar

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banheiro seco

compostagemmudança de valoresProdução de adubo

tratamento de efluentes

Filtros biológicosFiltragem da água

responsabilidade ambientalaguapé, papiro, conta de lagri-

ma, capim angola e taboa

o sistema não utiliza água para transportar as fezes à um destino final, se armazena numa câ-mara de compostagem na qual se adiciona ser-ragem ou folhas secas. Essa mistura de car-bono com nitrogênio, em contato com o cal-or do sol, elimina todos os patógenos presentes.

reservatório anaeróbico Filtro misto tanque de brita e terra, com plantas aquáticas ou

arroz. tem função de captar sólidos orgânicos grossos, as plantas ajudam a filtrar a água e a limpar

as britas, a terra retém o sabão.

reservatório anaeróbico com plantas tanque com agua e plantas aquáticas, no fundo,

britas e plantas aquáticas de superfície.

reservatório aeróbico Filtro misto Filtro misto com areia, terra,brita e pedriscos e

plantas aquáticas.

sistema agroflorestal - saF

Produção vegetal primando a diversidade

observação da natureza

Princípios de desenvolvimento da floresta

reflorestamento em função da harmonia entre e natureza

Produção de frutas, madeira, bambus e grãos

mandala de horta

a produção agricola deve ser pla-nejada para a máxima eficiência em

cada metro quadrado de solo

cada círculo terá alimento para duas semanas

circulação terá espaço somente para uma pessoa

Produção de ervas, hortaliças, ver-duras e legumes

a reprodução no espaço e no tempo da sucessão ecológica verificada natu-ralmente na colonização de áreas novas ou deteriora-das. não é a reconstrução da mata original porque inclui plantas de interesse econômico desde as primei-ras fases, permitindo col-heitas sucessivas de produ-tos diferentes ao longo do tempo.

caminhos devidamente pro-jetados facilitam o manejo, a

irrigação e a colheita.a horta mandala tem diversas vanta-

gens, pois permite o aprovei-tamento máximo da água e da terra, tem custos de produção

menores que os da irrigação tradicional e permite usar

áreas bem pequenas.

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canteiro

a construção do canteiro de obras, possibilitará, atuar dire-tamente no espaço pretendido, observar as influências naturais e necessidades culturais.

Experimentar técnicas e mate-riais de construção, possibilita-rá um vínculo maior com o lo-cal e abertura de possibilidades projetuais para o objeto pre-tendido.

a possibilidade de manifestação de autonomia no canteiro, será a compreensão do processo construtivo como processo ex-pressivo e a lógica da produção da arquitetura.

características prévias:Planta livre e ampla coberturauso de materiais locais e reuti-lização.

objeto

com o intuito de desenvolver um projeto executivo no se-

gundo semestre, relacionar o projeto à obra é fundamental para perceber o processo de

produção da arquitetura. com-preender o espaço natural junto

a comunidade local e turistas, possibilitará identificar necessi-dades atuais e anseios culturais. Projetar visando a futura obra, estabelecendo relações demo-cráticas no canteiro de obras,

através de um planejamento pragmático de custo x tempo x

etapas de obra.

características prévias:coleta e consome água

distribui água e nutrientesPossibilidade de usar materiais

de maior impacto ambiental, pela durabilidade pretendida ao

objeto.

Foto do autor: terrinha

Foto do autor: terrinha

análise dos Elementos

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relações dos Elementos

Zona -1 - é o ser humano, o utilizador do sistema, a razão do planejamento e da existên-cia do objeto. compreender a si mesmo para compreen-der o seu entorno é funda-mental para uma existência coerente com a realidade presente. sintonia e equilibrio são fundamentais para a refle-xão crítica.

Zona 0 - a casa, o centro do sistema. na própria casa, e à sua volta, existem mui-tos espaços que podem se tornar produtivos. toda a habitação pode ser planejada ou modificada para que seja mais eficiente na utilização de recursos e na produção de alimento. Esse trabalho contribui para o controle da temperatura no interior da habitação, além de utilizar os microclimas criados pela exis-tência da própria estrutura.

Zona 1 - compreende a área mais próxima da casa, se visita diariamente e onde coloca-se os elementos que

necessitam cuidado diário: a horta, as ervas culinárias, al-guns animais de pequeno por-te e árvores frutíferas de uso freqüente. também é onde se concentra a armazenagem de ferramentas e de alimentos, para utilização a longo prazo. é nesta Zona que se inclui os elementos necessários à nossa sobrevivência elementar: água potável, espaço para a produ-ção de composto e uma área onde lavar os produtos da horta e as ferramentas.

Zona 2 - um pouco mais dis-tante da casa, esta Zona envol-ve aqueles elementos que ne-cessitam de manejo freqüente sem a intensidade da Zona 1. algumas frutíferas de médio porte, galinhas e tanques pe-quenos de aqüicultura pode-rão fazer parte dessa Zona, bem como outros animais me-nores. Essa área oferece pro-teção à Zona 1.Zona 3 - Já mais distante da casa poderá nela incluir as cul-turas com fins comercias, que ocupam mais espaço e não

necessitam de manejo diário, por exemplo o bambu. também poderemos incluir a criação de florestas de alimentos, produção comercial de frutos e castanhas, entre outros elementos essen-ciais à diversidade da produção.

Zona 4 - visitada raramente, nela poderá incluir a produção de madeiras valiosas, bambus, açudes maiores e a produção de espécies silvestres comerciais. o extrativismo sustentável e o ma-nejo florestal também poderão fazer parte desta Zona.

Zona 5 - aqui, só entraremos para aprender ou para uma cole-ta ocasional de sementes. é onde não interferimos, permitindo, assim, que exista o desenvolvi-mento natural da floresta. a vila ou a cidade também fazem parte desta zona de aprendizado. sem esta Zona ficamos sem referência para a compreensão dos proces-sos que tentamos incluir nas ou-tras zonas.

Zoneamento

círculos (ou qualquer outra forma) concêntricos (ou não) relativos a fre-quência de visitação e interferência.o número de vezes que você precisa visitar um elemento e/ou o número de vezes que o elemento precise de você.

a organização em zonas busca com-preender o quanto de energia é depo-sitada em casa ação, sendo assim, uma constante de diminuição de energia da zona -1 a zona 5.

objetivo: conservar energia no local

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1° ano: atuação geral no terreno 3° ano: manejo das zonas 7° ano: consolidação das zonas

Zoneamento no tempo Proposta de implantação

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Fases da implantação

1° ano: atuação geral no terreno

3° ano: manejo das zonas

Projeto de implantação

7° ano: consolidação das zonas

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