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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ UNIVALI INÚBIA GAULsiaibib01.univali.br/pdf/Inubia Gaul.pdf ·...

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ UNIVALI INÚBIA GAUL REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RECURSOS HUMANOS COM AS TÉCNICAS DA ARH PARA O SUPERMERCADO MESCHKE LTDA. BALNEÁRIO CAMBORIÚ 2010
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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ – UNIVALI

INÚBIA GAUL

REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RECURSOS HUMANOS COM AS

TÉCNICAS DA ARH PARA O SUPERMERCADO MESCHKE LTDA.

BALNEÁRIO CAMBORIÚ

2010

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ – UNIVALI

INÚBIA GAUL

REALINHAMENTO DAS PRÁTICAS DE RECURSOS HUMANOS COM AS

TÉCNICAS DA ARH PARA O SUPERMERCADO MESCHKE LTDA.

Monografia apresentada como requisito parcial para

a obtenção do título de Bacharel em Administração,

na Universidade do Vale do Itajaí, Centro de

Educação Balneário Camboriú.

Orientadora: Profa. MSc. Luzia Fröhlich

BALNEÁRIO CAMBORIÚ

2010

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ – UNIVALI

INÚBIA GAUL

Esta monografia foi julgada adequada para a obtenção do título de Bacharel em

Administração e aprovada pelo curso de Administração - Ênfase em Recursos

Humanos da Universidade do Vale do Itajaí, centro de educação de Balneário

Camboriú.

Área de Concentração: Recursos Humanos

Balneário Camboriú, 29 de novembro de 2010.

Profa. MSc. Luzia Fröhilch

Orientador (a)

Profa. MSC. Lorena Schröeder

Avaliador(a)

Prof. Dr. Flávio Ramos

Avaliador

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EQUIPE TÉCNICA

Estagiária: Inúbia Gaul

Área de estágio: Recursos Humanos

Professor (a) responsável pelos estágios: MSc. Lorena Schröeder

Supervisor da empresa: João Nelson Pratto

Professor (a) orientador (a): MSc. Luzia Fröhlich

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DADOS DA EMPRESA

Razão Social: Supermercado Mesckhe Ltda

Endereço: Av. do Estado, 3103 – Centro – Balneário Camboriú – SC

Setor de desenvolvimento do Estágio: Setor de Recursos Humanos

Duração do estágio: 240 horas

Nome e Cargo do Supervisor da Empresa: João Nelson Pratto, encarregado de

RH

Carimbo do CNPJ da empresa:

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AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA

Balneário Camboriú, 29 de novembro de 2010.

A Empresa Supermercado Meschke Ltda., pelo presente instrumento, autoriza a

Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, a divulgar os dados do Relatório de

Conclusão de Estágio executado durante o Estágio Curricular Obrigatório, pela

acadêmica Inúbia Gaul.

Ana Keila Meschke Maes

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Dedico a minha mãe, Isolina, por sempre me dar apoio, ajudar a superar as dificuldades e pela educação, valores e princípios que proporcionou para mim durante a minha vida. Dedico ao meu marido Renato, que sempre me apoiou, compreende e me deu força para continuar em minha trajetória. E, a todos os meus amigos que acompanharam e vivenciaram de perto esta etapa, obrigada pela amizade e companheirismo nos momentos difíceis.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço em especial a empresa, Supermercado Meschke Ltda, que me

concederam a oportunidade e apoio para a realização deste trabalho,

proporcionando todo o incentivo e informações necessárias para a execução deste

trabalho.

Na organização quero agradecer em especial a algumas pessoas, ao Sr João

Nelson Pratto, Sra Ana Keila Meschke Maes e a Sra Nair Inês Meschke que

ofereceram seu apoio durante a realização do estágio.

Agradeço a minha professora e orientadora MSc. Luzia Fröhlich, pela paciência,

compreensão e dedicação ao transmitir seus conhecimentos e prestar auxílio neste

trabalho.

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RESUMO

O presente trabalho foi realizado na empresa Supermercado Meschke Ltda que atua em um segmento de grande concorrência, com produtos e serviços similares, fazendo com que o grande diferencial seja alcançado nas pessoas que integram a organização. Este trabalho tem como proposta o realinhamento das políticas de Recursos Humanos com as técnicas da ARH para Supermercado Meschke Ltda. Foi aplicada uma pesquisa qualitativa, com entrevistas semi estruturadas aplicada a área de Recursos Humanos, com o intuito de conhecer o comportamento da empresa e descrever as práticas que são aplicadas, utilizou-se também a observação participante no trabalho. Partindo das informações obtidas, foram elaboradas propostas para a readequação das práticas de Recursos Humanos do Supermercado Meschke de acordo com práticas atuais. Foram sugeridas dentre algumas melhorias a elaboração da descrição de cargos para auxiliar os demais processos, melhorias para o processo de recrutamento, seleção, integração, treinamento e desenvolvimento e a elaboração de um programa de avaliação de desempenho. As propostas deste trabalho possuem o objetivo de contribuir para uma melhor adequação das pessoas na organização e em seus cargos, para melhorar a motivação e diminuir a rotatividade.

Palavras Chave: pessoas, organização, Recursos Humanos.

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ABSTRACT

The present work was realized at Meschke Supermarket Ltda. That acts in a sector of substancial competition, whereat the products and services are constantly refining their resemblance, which makes such people who are part of the organization become differenciated. This job is making more suitable the practice of Human Resources with actual techniques, realining their wat of think and acting. To make this work, were analized history and characteristics of company management and described actions of Human Resources. From this information, it was suggested amongst other thinks, the descriptive elaboration of posts to help other processes, improvements in the recruiting, selection, integration, training and a development evoluction program. The aim of this job is the improved adequary of the people in the organization and in theis post, to make better theis motivation and to decrease the turnover of employees. Keywords: people, organization, Human Resources.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Técnicas de ARH e sua vinculação com os ambientes interno e

externo da organização.....................................................................

33

Quadro 2: Análise comparativa entre o paradigma tradicional e o moderno de

captação e seleção............................................................................

39

Quadro 3:

Quadro 4:

Descrição de Cargo..........................................................................

Método de Avaliação de desempenho por Lista de Verificação........

69

76

Quadro 5: Práticas atuais e proposta para a ARH do Supermercado

Meschke.............................................................................................

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: As transformações do papel de administrador de RH....................... 35

Figura 2: Os seis processos de gestão de pessoas......................................... 36

Figura 3: Análise comparativa entre o paradigma tradicional e o moderno de

captação e seleção............................................................................

49

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................ 15

1.1 Tema de estágio...................................................................................... 17

1.2 Problema................................................................................................. 17

1.3 Objetivo Geral......................................................................................... 17

1.4 Objetivos Específicos.............................................................................. 17

1.5 Justificativa.............................................................................................. 17

1.6 Contextualização do ambiente de estágio.............................................. 18

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.............................................................. 21

2.1 Organizações.......................................................................................... 21

2.1.1 Organizações e pessoas......................................................................... 23

2.1.2 Cultura organizacional............................................................................. 25

2.2 Administração.......................................................................................... 27

2.2.1 Histórico da administração...................................................................... 30

2.3 Administração de recursos humanos...................................................... 32

2.3.1 Histórico da administração de recursos humanos.................................. 33

2.4 Os processos da administração de recursos humanos....................... 36

2.4.1 Processo de agregar pessoas................................................................. 37

2.4.2 Processo de aplicar pessoas.................................................................. 42

2.4.2.1 Descrição de cargos................................................................................ 44

2.4.2.2 Análise e avaliação de cargos................................................................. 45

2.4.2.3 Avaliação de desempenho...................................................................... 46

2.4.3 Processo de recompensar pessoas........................................................ 48

2.4.3.1 Pesquisa Salarial..................................................................................... 50

2.4.3.2 Benefícios............................................................................................... 51

2.4.3.3 Incentivos................................................................................................ 53

2.4.4 Processo de desenvolver pessoas.......................................................... 54

2.4.5 Processo de manter pessoas.................................................................. 59

2.4.6 Processo de monitorar pessoas.............................................................. 61

3 METODOLOGIA DA PESQUISA........................................................... 63

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3.1 Tipologia da pesquisa............................................................................. 63

3.2 Instrumento de pesquisa......................................................................... 64

3.3 Análise e apresentação dos dados......................................................... 64

3.4 Limitações da pesquisa........................................................................... 65

4

4.1

4.2

4.2.1

4.2.2

4.2.3

4.2.4

4.2.5

4.2.6

4.2.7

4.2.8

4.2.9

5

RESULTADOS........................................................................................

Histórico e características da gestão da empresa Supermercado

Meschke..................................................................................................

Práticas da ARH do Supermercado Meschke.........................................

Descrição de Cargos...............................................................................

Avaliação de Cargos...............................................................................

Recrutamento, Seleção e Admissão.......................................................

Integração, Treinamento e Desenvolvimento..........................................

Avaliação de Desempenho.....................................................................

Processo de Remuneração, Benefícios e Incentivos..............................

Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho..........................................

Descrição do Processo de Departamento Pessoal.................................

Resumo das propostas para o Realinhamento das Práticas de

Recursos Humanos do Supermercado Meschke Ltda............................

CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................

66

66

68

69

70

70

74

75

77

78

79

79

82

6 REFERÊNCIAS....................................................................................... 83

APÊNDECES......................................................................................... 86

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1 INTRODUÇÃO

Diante de um cenário globalizado a concorrência entre as empresas está

cada vez maior, os produtos e serviços oferecidos estão mais similares, portanto,

torna-se difícil criar um diferencial para o negócio. Dentro desta nova perspectiva,

busca-se encontrar o grande diferencial competitivo não mais em produtos, mas, nas

pessoas que integram as organizações.

As organizações já percebem que as pessoas não podem mais serem

tratadas simplesmente como recursos, simples mão-de-obra, elas começam a ser

vistas como patrimônio intelectual da organização, participando das decisões e

agregando conhecimento.

As pessoas precisam das organizações para suprir as suas necessidades e

as organizações precisam das pessoas. De um lado, encontram-se os objetivos

pessoais e de outro lado, estão os objetivos organizacionais, o RH possui como sua

função alinhar esses objetivos para que ambas as partes trabalhem de forma

sinérgica para atingirem suas metas e alcançarem os resultados esperados.

Atualmente, existe a necessidade do setor de Recursos Humanos atuar de

maneira estratégica, focado em resultados e que seja um setor bem estruturado,

alinhado com as práticas atuais de mercado da ARH, para atender as reais

necessidades da organização. As políticas de RH precisam estar sempre

atualizadas, de maneira que atendam as mudanças do ambiente externo e interno,

para que suas práticas atendam seus stakeholders de maneira satisfatória.

Para um melhor entendimento da abrangência da área de Recursos

Humanos, serão abordados neste trabalho assuntos que visam o esclarecimento

sobre as organizações, sobre a administração geral e sobre a administração de RH

e aplicações dos seus subsistemas.

O presente estudo foi realizado no Supermercado Meschke que possui o

caráter de empresa familiar, tem seu quadro de colaboradores formado por 200

pessoas que estão divididas em duas lojas, localizadas no município de Balneário

Camboriú – SC.

Este estudo possui o propósito de elaborar uma proposta para o

realinhamento das práticas de RH da empresa. Para isso, foi elaborada a descrição

do histórico e características da gestão da empresa, foram descritas as práticas

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atuais da área de Recursos humanos, apresentando sugestões de readequação das

práticas de Recursos Humanos para a empresa.

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1.1 Tema

Realinhamento das práticas de Recursos Humanos com as técnicas da ARH

para o Supermercado Meschke Ltda, buscando atualizações para o

desenvolvimento de seu maior patrimônio, que são seus colaboradores, a fim de

tornar uma empresa mais competitiva em seu segmento.

1.2 Problema

Quais são as práticas de Recursos Humanos adequadas para o

realinhamento da ARH do Supermercado Meschke Ltda, de acordo com práticas

atuais do mercado?

1.3 Objetivo Geral

Propor o realinhamento das políticas de Recursos Humanos para o

Supermercado Meschke Ltda.

1.4 Objetivos Específicos

Descrever o histórico e características da gestão da empresa;

Descrever as práticas atuais da área de Recursos humanos;

Apresentar proposta de readequação das práticas de Recursos Humanos

para a empresa.

1.5 Justificativa

As pessoas são um diferencial dentro das organizações e para manter essas

pessoas como colaboradores é preciso que seus interesses sejam alinhados com os

da empresa, ambas necessitam caminharem juntas para o alcance de seus

objetivos. Segundo Chiavenato (1999) as organizações precisam das pessoas para

atingir seus objetivos e cumprir suas missões, é através das organizações que as

pessoas podem alcançar muitos de seus objetivos.

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Cabe, portanto, a área de Recursos Humanos amenizar os conflitos

existentes entre os interesses dos funcionários e da empresa e montar estratégias

para que o seu capital intelectual seja realmente seu grande diferencial.

Atualmente, as organizações buscam um RH mais estratégico para atuarem

junto em seus negócios, e partindo deste princípio este trabalho poderá contribuir

para o realinhamento da área de Recursos Humanos, apresentando práticas atuais

de RH ao Supermercado Mesckhe Ltda adequando estas a sua realidade e

atualizando o modo de gerir seu bem mais precioso – as pessoas.

Em sua estrutura atual a empresa executa apenas funções de departamento

de pessoal e recrutamento e seleção, apresentando poucas práticas em outras

subdivisões do sistema de RH, como, por exemplo, na área de treinamento e

desenvolvimento e na avaliação de desempenho. Isto pode interferir no desempenho

de seus colaboradores, afetando diretamente os resultados da organização.

1.6 Contextualização do ambiente de estágio

O Supermercado Meschke Ltda é uma empresa ligada ao ramo do comércio

varejista alimentício, com duas lojas sendo a matriz localizada no Centro e a filial

localizada no bairro Pioneiros, ambas no município de Balneário Camboriú – SC.

Atualmente, a direção dos estabelecimentos se concentra na

responsabilidade dos proprietários Sr. Alcides Meschke e Sra. Nair Inês Meschke e

seus três filhos, cada um com uma função distinta. Isto faz com que a empresa

abranja um caráter familiar.

O Sr. Alcides residia em Nova Trento e teve seu interesse despertado em

abrir seu próprio negócio em outra cidade. Então, iniciou um processo de pesquisa

de mercado na cidade de Balneário Camboriú e Blumenau e acabou optando por

Balneário Camboriú. Em 1972, veio a conhecer uma mercearia que pertencia a um

senhor conhecido como Baiano e que estava localizada na principal avenida da

cidade.

Em 03 de dezembro de 1974, o Sr Alcides Meschke e seu pai Sr. Henrique

Meschke compraram em sociedade o estabelecimento do Sr Baiano. Na época, o

quadro de funcionários era constituído por apenas quatro funcionários e mais a

família Meschke, ainda não havia a participação de seus três filhos. No ano de 1983,

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o Sr Henrique vendeu sua parte da sociedade que era de 50% para seu filho que já

possuía a outra metade.

Entre 1974 e 1992, o movimento do supermercado era muito sazonal e

dependia da época de temporada, em que a cidade recebia muitos turistas, para sua

sobrevivência durante o ano inteiro, pois o movimento no inverno não permitia que o

estabelecimento mantivesse seus custos e gerasse algum lucro. Nesta época, a

carga horária trabalhada no período de verão era de 12 a 14 horas.

Os concorrentes eram poucos e se resumiam em a rede de Supermercados

Vitória e o Mercado do Baiano, que buscou uma nova localização após a venda do

seu antigo estabelecimento para o atual Supermercado Meschke. Para continuar

acompanhando seus concorrentes a estrutura Meschke passou por ampliações e

aumentou seu quadro de funcionários.

Na década de 90, a empresa passou por grandes dificuldades, problemas

com estoque, dificuldades financeiras para a aquisição de mercadorias devido à alta

dos preços. Com muita economia e união, a empresa conseguiu recuperar a saúde

do negócio com recursos financeiros vindo da venda de um caminhão que pertencia

à família.

No ano de 1994, o estabelecimento passou por reformas e com o crescimento

populacional da cidade começou a ter uma rentabilidade no decorrer do ano inteiro,

não dependendo somente da época de veraneio.

Sua primeira filial foi aberta em maio de 1991, tratava-se de uma distribuidora

de bebidas. A empresa mudou seu foco, está atuando na área supermercadista e

mudou de endereço em setembro de 2002, para o bairro Pioneiros.

Outra filial também foi aberta no ano 2000 em Meia Praia no município de

Itapema – SC, porém poucos anos depois foi fechada.

Atualmente, o quadro de funcionários da empresa é composto por 140

colaboradores na loja matriz e 60 colaboradores em sua filial e mais os responsáveis

que fazem parte da direção. Na alta temporada seu quadro de funcionários aumenta

em torno de 20%.

O horário de funcionamento se diferencia entre a alta e a baixa temporada.

Na baixa temporada o expediente é das 8:00 às 21:00 e no período de alta

temporada o atendimento estende-se das 8:00 às 22:00 sem alterações nos finais

de semana e feriados, fechando somente no dia de Natal e no dia do trabalhador.

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A empresa no momento atual sofre problemas com seu espaço físico, que

não atende mais sua demanda, tanto no âmbito da loja como também em seu

estacionamento, principalmente na época de verão. Portanto, sua visão para o futuro

é construir um supermercado com uma estrutura física maior e um amplo

estacionamento.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O presente capítulo destina-se a abordar assuntos que darão fundamentação

para a compreensão da posterior pesquisa a ser realizada e as sugestões a serem

propostas. Portanto, serão explanados assuntos que dizem respeito às

organizações, a administração e a administração de Recursos Humanos e seus

subsistemas.

2.1 Organizações

As organizações são constituídas através de um grupo de pessoas que se

unem para alcançar um objetivo comum. Cada indivíduo dentro da organização

possui sua função e são essas pessoas que tomam as decisões das estratégias que

serão adotadas pela empresa. Pode-se afirmar também que as organizações são

fundadas para suprir as necessidades da sociedade, formada por sistemas

designado para o cumprimento de suas metas (SOUZA; FERREIRA, 2000);

(LACOMBE, 2005).

Concorda Schermerhon, Hunt, Osborn (1999) que as organizações se

constituem por pessoas que se reúnem dividindo tarefas que contribuirão para o

alcance de suas metas. As organizações são criadas com o intuito de contribuírem

com a sociedade, seja ela voltada à obtenção do lucro oferecendo seus bens e

serviços, ou, seja ela sem fins lucrativos, em busca de prestar assistência a

comunidade como na área da saúde ou na educação entre outras.

Para Daft (2003) as organizações são estruturadas por pessoas que estão

unidas através de um propósito coletivo. No entanto, a nova visão dentro das

organizações está voltada aos recursos humanos, abre-se espaço para que os

colaboradores participem mais no alcance dos objetivos empresariais. Além disso,

existe também a grande preocupação de que as organizações interajam com o

macro ambiente.

Embora as organizações sejam constituídas por pessoas, a organização é muito mais do que a soma de pessoas que a constituem. Ela possui outros componentes, gerando uma sinergia, isto é, o todo é maior do que a soma das parcelas que o constituem. (LACOMBE, p. 10, 2005).

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Atualmente, as organizações são essências para a sociedade, as pessoas

desde seu nascimento fazem parte dela, pois, hospitais, escolas, família, igreja,

sindicatos, associações todos estes se conceituam como uma organização.

Portanto, os indivíduos suprem suas necessidades culturais, materiais e sociais

através das organizações (LACOMBE; HEILBORN, 2006).

As organizações passaram por grandes transformações, que aconteceram a

partir do século XX, quando foram criados novos modelos organizacionais,

abrangendo a era industrial clássica, a neoclássica e a era da informação, cada era

apresenta suas peculiaridades (CHIAVENATO, 1999).

• Era industrial clássica: teve início após a Revolução Industrial percorrendo

até a metade do século XX, intensificou a industrialização mundialmente. Está era

sintetizava-se em organizações conservadoras, burocráticas, com o poder

centralizado e o trabalho dividido por departamentos, consideravam as pessoas

como fatores de produção. Eram modelos de organizações com sistema fechado,

voltavam sua atenção para o ambiente interno, pois o ambiente externo era estável

(CHIAVENATO, 1999).

• Era industrial neoclássica: estendeu-se entre 1950 a 1990, após a Segunda

Guerra Mundial o mundo começou a evoluir de modo mais acelerado. O antigo

modelo de organização já não permitia que as empresas acompanhassem as

mudanças, então, surge um novo modelo organizacional, o de estrutura matricial.

Este novo modelo permite que as empresas acompanhem as mudanças, e

comessem a se abrir para inovações (CHIAVENATO, 1999).

• Era da informação: iniciou-se a partir de 1990, se caracteriza por um

ambiente altamente mutável e imprevisível. A grande transformação desta era

aconteceu através da tecnologia que permitiu a quebra de fronteiras territoriais e

mediante a globalização acelerou o processo de informação. Hoje, o grande recurso

das organizações é o conhecimento (CHIAVENATO, 1999).

No entanto, o grande desafio encontrado pelas organizações no cenário

contemporâneo é o acompanhamento da evolução, onde as empresas necessitam

estarem atentas às mudanças que acontecem de forma cada vez mais acelerada,

tornando a concorrência mais agressiva. A constante atualização de seu

conhecimento e informação contribuirá para as empresas sobreviverem em meio

desta globalização (DAFT, 2003).

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Além disso, as organizações possuem fronteiras, em algumas mais visíveis e

em outras menos visíveis, atribuindo a possibilidade de efetuar trabalhos à distância.

Dento deste contexto, apresenta-se um ambiente externo a empresa que abrange

dois âmbitos o físico e o econômico. O físico é composto por sua estrutura e o

econômico é formado por seus concorrentes, suas ameaças e oportunidades

recebendo ênfase em estudos (HALL, 2004).

As empresas modernas trabalham em um modelo de sistema aberto, que

permite que elas saiam de suas estruturas para abrangerem novos clientes e que

facilita sua comunicação com o mundo todo, quebrando fronteiras territoriais como é

o caso do comércio virtual ou e-comerce. Outro enfoque das organizações é o da

gestão do conhecimento, as empresas começam a captar idéias de todas as

pessoas não só mais da diretoria, abrindo um canal de comunicação entre os líderes

e seus subordinados (DAFT, 2003).

Para Hall (2004), as organizações, independente de sua estrutura,

necessitam possuir uma linha de comunicação, a fim de transformá-la em

informações que apoiarão a liderança, o poder e as decisões a serem tomadas. A

comunicação tem sua relevância de acordo com enfoque que a organização é

estudada e de acordo com o tipo de organização.

Existem dois tipos de sistemas de organização, o fechado que não interage

com o macro ambiente e que não condiz com o mundo atual e o sistema aberto que

se integra com o ambiente e trata-se de um modelo complexo. Os sistemas

consistem em entradas, processamentos e saídas criando um vínculo com o

ambiente interno e externo. Contudo, as empresas possuem subsistemas que

auxiliam no cumprimento de suas metas, como área de produção, área de

tecnologia, e na administração tanto na alta, quanto na média (DAFT, 2003).

2.1.1 Organizações e pessoas

Diante de uma concorrência cada vez mais acirrada é muito difícil criar

diferenciais para o negócio. Contudo, pode-se afirmar que um grande diferencial

existente em uma empresa são as pessoas que nela trabalham. Assim sendo, é

cada vez mais comum ouvir falar em Gestão de Pessoas e não mais em Recursos

Humanos. Fala-se em administrar com as pessoas, ou seja, permitir que os

colaboradores e parceiros internos participem das decisões (RIBEIRO, 2006).

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Devido ao fato dos colaboradores e da maneira que são geridos criar uma

vantagem competitiva, sendo assim, tornando um diferencial competitivo, as

organizações estão direcionando o seu planejamento gerencial para as pessoas que

nela trabalham (HARRISON, 2005).

Afirma Dutra (2002) que as organizações não são claras e possuem

problemas para darem uma definição do que esperam de seus colaboradores e o

problema é ainda maior para mostrar as oportunidades que podem apresentar a

eles. As pessoas buscam que seus objetivos sejam atendidos dentro das empresas

e este é outro desafio para as organizações atuais.

Os indivíduos possuem interesses pessoais e profissionais e é a partir disto

que eles se motivam a desenvolver seu papel dentro da organização. O

comportamento do indivíduo também acaba sendo influenciado pelas suas

necessidades e por sua motivação. De acordo com a teoria dos dois fatores a

motivação é algo intrínseco e os fatos extrínsecos agem apenas como fonte de

satisfação ou insatisfação diante do exercício de seu trabalho. Para que as pessoas

desempenhem seu trabalho com relevância é fundamental que estejam bem

motivadas e que possuam aptidões, conhecimento e habilidade para desenvolver

suas funções (MAXIMIANO, 1995).

As pessoas além de sua remuneração esperam que seu trabalho contribua

para o desenvolvimento de seu conhecimento (CHIAVENATO, 1999). Outra

necessidade é a do indivíduo ser reconhecido, ter uma relevância na organização,

para isto existem programas de reconhecimento que possuem o intuito de motivar as

pessoas que nela trabalham. Estes programas baseiam-se em a empresa premiar

seus funcionários pelo seu desempenho, evidenciando o colaborador que mais se

destacou em determinado período. Isto faz com que seus companheiros se

espelhem no vencedor e cria estímulos para que melhorem seu desempenho a fim

de obter um reconhecimento e suprir esta necessidade que faz parte do ser humano

(MAXIMIANO, 1995).

Diante de estudos realizados, identificou-se que as pessoas buscam desafios

em seu trabalho, e que, o trabalho que explora o potencial e a criatividade se torna

prazeroso para o individuo. Portanto, as organizações influenciam nas reações dos

funcionários através de sua própria expectativa e ambos não são facilmente

mutáveis para produzir somente reações positivas (HALL, 2004).

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Para que as empresas tenham um bom relacionamento com seus

funcionários é interessante desenvolver programas envolvendo:

• comunicação: as empresas expõem sua missão e constrói uma relação

aberta com o colaborador permitindo que este opine sobre a organização;

• cooperação: abrir espaço para que os colaboradores participem de decisões

criando assim, um ambiente de cooperação;

• assistência e proteção: as pessoas precisam ter suas necessidades

amparadas pela organização, sentindo-se protegidas no local em que trabalham

sem enfrentarem repressões e que seja um ambiente agradável;

• disciplina e conflito: dentro das organizações precisam existir normas,

através delas são administradas relações de conflitos e que se empoem a disciplina

exigida (CHIAVENATO, 1999).

2.1.2 Cultura Organizacional

A cultura organizacional engloba valores, crenças e ações cultivadas dentro

da organização e que irão influenciar no comportamento de seus colaboradores.

Cada organização possui suas particularidades, portanto, a cultura organizacional é

algo distinto para cada lugar e ela influenciará na atuação de seus membros

(SCHERMERHON; HUNT; OSBORN, 1999).

De acordo com Lacombe; Heilborn (2006) a cultura organizacional é um

recurso que pode auxiliar no alcance das metas das organizações como qualquer

outra estratégia. A cultural interage com o clima organizacional, ela conduz as

relações entre as pessoas tornando o ambiente cooperativo ou competitivo, de

individualismo ou de companheirismo. O clima organizacional é gerado a partir de

uma série de fatores intrínsecos a organização tais como remuneração, benefícios,

comunicação, relacionamento da equipe ou com o supervisor, dentre outros

(WAGNER III; HOLLENBECK, 2003).

Para Daft (2003) a cultura da empresa gera uma identificação entre o

indivíduo e a organização, permitindo uma melhor integração entre as pessoas,

conduzindo como deverá ser o relacionamento entre elas e auxiliando na adaptação

da organização com o ambiente externo.

Concorda Wagner III; Hollenbeck (2003) que a cultura corporativa é algo

singular que se difere para cada entidade, é através de uma cultura estabelecida

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pela empresa que seus colaboradores criam uma identificação com ela e conhecem

mais sobre o ambiente que está inserido. A cultura é um conjunto de crenças,

valores, idéias, normas criada para uma melhor adequação dos indivíduos no meio

em que ele convive.

Um dos elementos que formam a cultura são os valores organizacionais

sendo conceituado como o que realmente é significante para o cumprimento das

metas da organização. Quanto mais forte o valor, maior relevância terá dentro da

cultura organizacional. Outro elemento que compõem a cultura são as crenças e

pressupostos que abrangem um conceito do que é verdadeiro para a empresa

(FREITAS, 1991).

No entanto, afirma Daft (2003) que o valor mais respeitável que integra a

cultura de uma empresa são os valores éticos. Ética é o código de conduta do

comportamento moral do indivíduo ou de uma corporação, que não está decretada

em lei, ela provem da índole de cada um.

A cultura é utilizada nas organizações como algo que auxilia para a definição

de estratégias a serem implantadas, auxilia na forma com que a empresa se

relaciona com seus membros e a sociedade em geral, influência na contratação e no

desenvolvimento de seus colaboradores e é a partir dela que se baseia e que se é

julgado o comportamento das pessoas (LACOMBE; HEILBORN, 2006).

A cultura organizacional influencia diretamente nos resultados da empresa,

culturas abertas, conhecidas como adaptativas, favorecem bons resultados e fácil

adaptação a novas situações. Enquanto, uma cultura de forma mais rígida ou

conservadora pode acabar atrapalhando sua desenvoltura diante do ambiente

externo e interno, até mesmo por ser mais resistente as mudanças. Em uma

sociedade multicultural tanto as corporações, como os indivíduos necessitam

adaptarem-se as diversificações de culturas para obterem sucesso (CHIAVENATO,

1999).

Contudo, afirma Bohlander, Snell e Sherman (2003, p.18) que:

As atitudes, valores e costumes das pessoas em uma sociedade fazem parte integral de sua cultura. Naturalmente, essa cultura afeta seu comportamento no emprego e no ambiente interno da organização. Influenciando suas reações às atribuições de trabalho, estilo de liderança e sistema de recompensa. Como os ambientes externos e internos do qual faz parte, a cultura está passando por uma mudança contínua. As políticas e procedimentos de RH, portanto, devem ser ajustados para lidar com essas mudanças.

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Cada corporação, segundo Daft (2003), possui uma cultura de acordo com

sua filosofia, que cabe melhor ao seu estilo, dentre modelos de cultura apresenta-se:

• Cultura de missão: está focada no alcance dos resultados da empresa,

existe grande rivalidade, os colaboradores são gratificados por atingirem suas metas

contribuindo para a lucratividade da corporação. Este modelo de cultura é propício

para ambientes estáveis;

• Cultura clã: concentra-se no envolvimento e participação do funcionário que

busca sua satisfação através de sua boa atuação, está apta para cenários instáveis;

• Cultura burocrática: é um modelo consistente, formada por normas e regras

mais rígidas que auxiliam para a confiabilidade da organização. As pessoas

interagem em um clima de cooperação.

Portanto, a cultura organizacional proporciona uma compreensão sobre a

empresa e exerce quatro papéis. Proporciona uma identificação do funcionário para

com a empresa, auxilia no comprometimento do grupo, agencia o equilíbrio da

organização e adapta questões comportamentais de seus colaboradores,

esclarecendo por que os fatos acontecem do jeito que acontecem (WAGNER III;

HOLLENBECK, 2003).

2.2 Administração

A administração se faz presente em todos os tipos de organizações, nas

empresas, nas famílias, em qualquer cenário que exista a tomada de decisões e é a

partir dela que os objetivos podem ser alcançados. A administração tem em seu

núcleo as pessoas, que participam das tomadas de decisões ou são afetadas por

elas (MAXIMIANO, 2000).

A função administrativa se diferencia das demais porque é através da

administração que as organizações se mantêm e é ela que auxilia para que as

metas planejadas sejam atingidas. O administrador é quem promove as condições

para que os trabalhadores desempenhem seu trabalho e tenham suas necessidades

satisfeitas (HAMPTON, 1992). Para Lacombe; Heilborn (2006, p. 51) “... a atividade

administrativa é caracterizada por: variedade de fragmentação e brevidade e grande

quantidade de tarefas num ritmo desconexo”.

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No cenário contemporâneo, a administração apresenta grandes desafios para

que os administradores sejam eficazes, a concorrência entre as empresas e seus

produtos é cada vez maior, principalmente quando se trata de competir com

empresas multinacionais. Em meio a tanta concorrência os administradores estão

mudando seu modo de relacionamento entre superior hierárquico e subordinado,

buscando o melhor aproveitamento de seus colaboradores aumentando a

produtividade e a qualidade dos produtos. Para obterem maiores resultados as

organizações estão abandonando seu modelo de administração hierárquica e

adotando a administração participativa e, assim, atingindo bons resultados

(STONER; FREEMAN, 1982).

Para Maximiano (2000), a administração participativa é caracterizada pela

autogestão, a disciplina e a autonomia, as decisões são tomadas em todos os

setores e esta participação faz com que os colaboradores se sintam mais motivados.

A administração possui a função de atingir as metas da organização através

do trabalho de seus membros, que são coordenados e orientados pelo administrador

que é o responsável pela tomada de decisões. A satisfação da sociedade e o lucro

são os principais objetivos do administrador mesmo em entidades sem fins

lucrativos, pois, é através do meio econômico que a empresas conseguem manter

sua estrutura (LACOMBE; HEILBORN, 2006).

A administração é composta por quatro funções administrativas o

planejamento, a organização, a liderança e o controle que são essenciais para que

as metas organizacionais sejam alcançadas com eficiência e eficácia (DAFT, 1999).

As organizações planejam suas estratégias com antecedência para conduzir

a entidade na busca por seus objetivos, baseadas em indícios fundamentados e não

por palpites. Para construir um planejamento existe a necessidade de selecionar as

metas organizacionais, e assim, estabelecer as estratégias para alcançá-las de

modo que sejam viáveis dentro da organização. Existe o planejamento de curto

prazo que é destinado à baixa administração e existem os planos de médio e longo

prazo, que podem ser de cinco a dez anos, destinados à alta administração que

compreende a direção da empresa (STONER; FREEMAN, 1982).

A liderança é o processo que direciona as pessoas na busca dos objetivos. O

líder gera em seus liderados um sentimento de consentimento que os influencia e

faz com que o siga por própria vontade, diferente da autoridade formal que é ganha

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pelo cargo ocupado, o gerente recebe o direito de tomar decisões e de receber

obediência dos demais subordinados (MAXIMIANO, 2000).

Para Lacombe; Heilborn (2006) a coordenação também é uma função

administrativa, definida por equilibrar, sincronizar e integrar a atuação entre a

organização e seus colaboradores. A necessidade de coordenação varia de acordo

com o ambiente, em um ambiente estável a necessidade de coordenação é menor e

em um ambiente instável a necessidade de coordenação é maior em decorrer das

mudanças que acontecem rapidamente.

O controle é uma função necessária para que a organização se certifique que

seus objetivos serão alcançados com eficiência e eficácia. Primeiramente, é

elaborado um controle para o desempenho individual, englobando as

responsabilidades atribuídas. Depois é necessário o controle do projeto específico,

como o controle do cumprimento do planejamento e das datas estabelecidas. Neste

processo o gerente precisa motivar e orientar os funcionários e solucionar os

problemas, para então, avaliar o desempenho individual de acordo com os padrões

estabelecidos (MONTANA; CHARNOV, 1999).

O processo de organização consiste na atribuição de organizar o trabalho, a

autoridade e os recursos entre as pessoas que constituem a entidade contribuindo

para que suas metas sejam alcançadas de maneira eficiente (STONER; FREEMAN,

1982).

De acordo com Hampton (1992, p. 35):

A organização é um sistema. O administrador intervém neste sistema freqüentemente sob condições turbulentas com planos, estruturas, direções e controles para vários fins. Mas a principal função do administrador é desenvolver e manter uma adaptação dinâmica entre as pessoas e as tarefas, necessária para produzir a eficiência da organização e a satisfação humana.

Além dessas atribuições a administração tem como finalidade promover

recursos humanos para a organização formando equipes de trabalho que visam os

interesses da coletividade. Esta atribuição implica em atrair e escolher os

colaboradores, treiná-los e avaliar o desempenho, encaminhando os funcionários

adequados para cada função (LACOMBE; HEILBORN, 2006).

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No entanto, para obter maior eficácia por parte dos administradores é

necessário que possuam visão do negócio, sejam éticos, tenham suas diversidades

culturais e que promovam treinamentos (STONER; FREEMAN, 1982).

2.2.1 Histórico da administração A administração existe desde a antiguidade, 3000 a.C., mas o estudo formal

dela é recente. No século XlX houve o surgimento da administração de perspectiva

clássica que se estendeu até o século XX, marcada por grandes problemas

estruturais, nos equipamentos e com o treinamento de seus empregados surgiu uma

nova maneira para administrar estes conflitos. Nesta época surgiu a administração

científica, as organizações burocráticas e princípios administrativos (DAFT, 1999).

A história da administração é formada por diversas teorias que visam

solucionar problemas organizacionais. Com o surgimento de uma nova teoria a

antiga não é extinta, mas sim complementada, trazendo novas soluções para

resolver os problemas. Porém, cada teoria abrange suas particularidades umas

dando ênfase no indivíduo que é a teoria comportamental, outra dando relevância

nos processos que é a teoria mecanicista e o enfoque sistêmico que proporciona

ênfase nas relações empresariais com o macro ambiente (LACOMBE; HEILBORN,

2006).

A administração científica foi a primeira teoria, criada por Frederick Winslow

Taylor dava ênfase na divisão do trabalho e na remuneração por produção.

Desenvolveram-se estudos para comparar o tempo com a produtividade dando

treinamento de acordo com as habilidades de cada empregado para determinada

função, aumentando a produtividade e minimizando o tempo gasto. Nesta época,

surgiram grandes conflitos entre patrões e funcionários, houve grande enfoque no

trabalho e nenhuma preocupação com as pessoas (DAFT, 1999).

Para administrar os conflitos entre os empregados e empregadores Taylor

elaborou alguns princípios, que foi o desenvolvimento de uma ciência de trabalho

alinhando o tempo médio para a produção, seleção e desenvolvimento científico do

empregado para que este consiga alcançar o salário esperado, combinação da

ciência do trabalho com a seleção ensinando novos métodos para os trabalhadores

e a cooperação entre administração e empregados para que seja feita a observação

do trabalho para estipular produção X remuneração adequada (LODI, 1993).

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Além de Taylor, Henry Gantt, Franck e Lílian Gilbreth e Henry Ford dentre

outros também contribuíram com esta teoria. Ford criou a produção em massa, a

intercambialidade das peças e a linha de montagem, processos que contribuíram

para a grande redução no tempo de produção (LACOMBE; HEILBORN, 2006).

Já a administração burocrática enfatiza normas, cada funcionário deve

cumpri-las de acordo com a determinação de seu cargo ocupado; hierarquias, cada

função e salário obedecem a uma hierarquia; competências, refere-se a capacidade

do individuo para a execução de seu trabalho em determinada função; e

conhecimentos técnicos, são conhecimentos relacionados ao cargo desempenhado,

os procedimentos exercidos no cargo (KWASNICKA, 1995).

A perspectiva humanística voltava-se para o estudo da equipe de trabalho na

organização, no relacionamento entre seus membros, na estrutura do ambiente de

trabalho e nos processos. No início, está perspectiva relacionava a satisfação com o

desempenho dos colaboradores, em seguida começaram a surgir considerações

para a liderança e teorias de motivação. Nesta época também teve origem a Teria X

e a Teoria Y e a teoria de Maslow fundamentadas pela hierarquia das necessidades

humanas (DAFT, 1999).

Outro estudo é o enfoque comportamental, que possui o objetivo de estudar e

entender o comportamento das pessoas que as tornam singulares e o impacto que

isto causa no desenvolvimento do trabalho destes indivíduos e o entendimento sobre

o sistema social como um todo, as pessoas, seus interesses e suas características,

tanto individuais ou quando constituem uma equipe (MAXIMIANO, 2000).

A abordagem sistêmica da ênfase em que os departamentos de uma

organização precisam estar interligados, não podendo trabalhar de forma isolada

aos demais departamentos da empresa. Esta abordagem também permitiu uma

visão global para os administradores, instigando o relacionamento entre a

organização e o macro ambiente (STONER; FREEMAN, 1982).

A abordagem administrativa começou a ser conhecida na Europa após

Primeira Guerra, na América obteve influência somente na década de 40. Esta

abordagem defendia que a empresa deveria ser estudada e compreendida como um

todo e caracteriza planejamento, organização e controle como funções

administrativas. Fayol contribuiu muito para a definição de seis funções básicas que

nas organizações contemporâneas são identificadas como: área de produção,

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marketing, recursos humanos, área financeira, função contábil e administrativa

(KWASNICKA, 1995).

A teoria contingencial expõe a necessidade de analisar causas e soluções de

problemas organizacionais, enfatizando que não há uma receita para a

administração e que a função do administrador é identificar qual a solução mais

apropriada para cada questão (STONER; FREEMAN, 1982).

2.3 Administrações de Recursos Humanos

Apesar da estrutura física, dos recursos financeiros e dos equipamentos

serem de suma importância para as empresas, as pessoas, conhecidas como

recursos humanos no âmbito organizacional, são cruciais para o desempenho da

organização. São elas que criam, planejam, produzem, controlam, vendem, buscam

recursos financeiros, constituem as estratégias e os objetivos (MIKOLVICH;

BOUDREAU, 2000).

De acordo com Marras (2001, p. 254):

A Administração Estratégica de Recursos Humanos tem como objetivo participar e assessorar na formação das macro diretrizes da empresa, de modo a alterar o perfil dos resultados e, portanto, dos lucros da empresa, agregando valor através do capital humano existente na organização.

A área de recursos humanos é aplicável em grandes, médias e pequenas

empresas e em todo tipo de negócio. Porém, o profissional de RH pode ser

encontrado na maioria dos casos em grandes empresas e, às vezes, em médias

empresas. É um setor de caráter interdisciplinar que envolve psicologia

organizacional, sociologia organizacional, engenharia industrial, direito do trabalho,

medicina do trabalho entre outros campos de conhecimento (CHIAVENATO, 1999).

No nosso país, a ARH não possui muita ênfase nas organizações, em grande

parte das empresas ela atua somente como departamento de pessoal e não como

uma aliada atuando de maneira estratégica. Os responsáveis por este setor devem

comunicar aos demais funcionários a cultura organizacional, contribuindo para o

alcance dos resultados e o aumento na produtividade (RIBEIRO, 2006).

Em meio à grande competitividade exigisse a excelência organizacional e a

busca por esta excelência é a função que se dá ao setor de RH, enfatizando o

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aprendizado, a qualidade, a reengenharia e o trabalho em equipe, criando uma

sinergia entre a empresa e os funcionários que nela trabalham. O RH atual deve ser

focado em resultados e não somente em tarefas tradicionais como as de

departamento de pessoal, as atividades devem estar ligadas as atividades que a

empresa exerce (ULRICH, 2000).

Segundo Mikolvich; Boudreau (2000, p. 19):

Por administração de Recursos Humanos (ADMINISTRAÇÂO DE RH) entende-se uma série de decisões integradas que formam as relações de trabalho; sua qualidade influência diretamente a capacidade da organização e de seus empregados em atingir seus objetivos.

O RH necessita focar-se na análise da organização como um todo e não só

nas pessoas. Alguns de seus objetivos precisam ser: análise do ambiente externo e

interno, manter a motivação e a liderança eficaz da equipe, ajudar a alcançar as

metas organizacionais, estruturar uma hierarquia, criar uma estrutura de cargos,

responsabilidades e líderes (CARVALHO; NASCIMENTO, 2004).

A ARH possui técnicas distintas para atuar no ambiente interno e no ambiente

externo da organização. Estas técnicas apresentadas por Chiavenato (1999, p. 161)

encontram-se no quadro a seguir:

TÉCNICAS UTILIZADAS NO AMBIENTE EXTERNO

TÉNICAS UTILIZADAS NO AMBIENTE INTERNO

•Pesquisa de mercado de Recursos Humanos • Recrutamento e seleção • Pesquisa de salários e benefícios • Relações com sindicatos • Relações com entidades de formação profissional • Legislação trabalhista • Etc.

• Análise e descrição de cargos • Avaliação de cargos • Treinamento • Avaliação de desempenho • Plano de carreiras • Plano de benefícios • Política salarial • Higiene e segurança • Etc.

Quadro 1: Técnicas de ARH e sua vinculação com os ambientes interno e externo da organização. Fonte: Chiavenato (1999, p. 161).

2.3.1 Histórico da Administração de Recursos Humanos

No início do século XX a maior parte da população brasileira se concentrava

na zona rural, somente 20% habitavam a zona urbana, a maior concentração de

pessoas que trabalhavam em indústrias localizava-se no estado de São Paulo. Entre

1890 e 1930, apesar da força de trabalho não obter grande relevância para com os

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empregadores, registraram-se 28 greves, sendo duas delas de grande relevância

uma em 1907 e a outra em 1917. Nesta época a área de recursos humanos tinha

somente como função calcular a remuneração dos operários de acordo com seu

trabalho (GIL, 1994).

O departamento de pessoal surgiu somente a partir de 1920 mediante a falta

de trabalhadores, até então, o trabalho era chefiado pelos capatazes que também

possuíam a função de contratar e demitir. Após 1930 as empresas diminuíram seus

interesses pelo setor de RH (MILKOVICH; BOUDREAU, 2000).

Nos anos de 1930 a 1950 as relações trabalhistas passaram por grandes

transformações. No primeiro ano de governo de Getúlio Vargas foi criado o

Ministério de Trabalho e em 1943 foi criada a Consolidação das Leis Trabalhistas, a

partir daí foi criada a carteira de trabalho, o trabalhador recebeu o benefício das

férias remuneradas e foi regulamentado o horário de trabalho. Para que as

empresas se adequassem às exigências legais, criou-se dentro delas o setor

pessoal, que se designava a cuidar da burocracia trabalhista, papel desempenhado

pelo chefe de pessoal. O movimento sindicalista e operário acabou perdendo sua

força neste período, revigorando-se nos anos de 1945, adquirindo o direito de fazer

greve em 1946 (GIL, 1994).

Na década de 50 houve ascensão do movimento sindicalista e diante da

necessidade da classe patronal em mudar o relacionamento com seus funcionários

obteve-se o surgimento do modelo industrial de relações humanas (MILKOVICH;

BOUDREAU, 2000).

Concorda Gil (1994) que entre 1950 a 1964 as indústrias siderúrgicas,

farmacêuticas, automobilísticas, petrolífera e química obtiveram um grande

crescimento e com isso surgiram novas vagas de empregos e maior qualificação da

mão de obra. Em decorrer dessas mudanças no ambiente organizacional, foi criado

o departamento de Relações Humanas. Diante das transformações ocorridas no

âmbito trabalhistas, impulsionadas principalmente pela legislação houve urgência na

busca por profissionais para o setor pessoal (MILKOVICH; BOUDREAU, 2000).

Em 1964 o Ministério do Trabalho começou a controlar os sindicatos e as

empresas não tiveram grandes problemas de negociações com seus funcionários.

Em 1973, depois de uma queda econômica, os grandes centros industriais sofreram

uma escassez de mão de obra, o que fez com que as organizações focassem sua

atenção também para a área de recursos humanos, em treinamento e

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desenvolvimento, nos cargos, salários e benefícios, sendo valorizado o

administrador de empresas como profissional de RH (GIL, 1994).

Nos anos de 1960 e 1970, as organizações se tornaram tecnológicas

evoluindo rapidamente e buscando conhecimento de seus colaboradores. A ARH

teve sua função reconhecida, integrando os interesses das empresas e das pessoas

que nela trabalham para atingirem seus objetivos (MILKOVICH; BOUDREAU, 2000).

A partir dos anos 80 houve grandes mudanças tecnológicas, surgiram os

robôs e a informatização, com isso, o desemprego e a redução de salário. Diante

deste novo contexto, surgiram novas técnicas de administração, como a gestão

participativa, o planejamento estratégico, controle de qualidade e o estoque

minimizado. Com tantas transformações no ambiente organizacional foi necessário

buscar no profissional de RH novas habilidades como a de saber negociar e

conhecimentos administrativos (GIL, 1994).

Para Milkovich; Boudreau (2000) o novo modelo da área de RH sai do modelo

tradicional que é centralizado e surge uma RH descentralizada e flexível que têm

seus serviços como os de recrutamento e seleção, treinamentos, folha de

pagamento, terceirizados por empresas especializadas. A função de RH não é

extinta da organização, ela busca uma nova abordagem dentro e fora da empresa

para se tornar eficaz. As mudanças nas últimas décadas são vistas na figura de

Milkovich; Boudreau (2000, p. 26):

_______________________________________________________________

_________________________________________________________________________________ Figura 1: As transformações do papel de administrador de RH Fonte: Milkovich; Boudreau (2000, p. 26).

Década de 80: Década de 90: Ano 2000: Técnico experiente e parceiro de agente de Defensores de pessoas negócios mudanças

Década de 80: Década de 90: Ano 2000: Técnico experiente e parceiro de agente de Defensores de pessoas negócios mudanças

Década de 80: Década de 90: Ano 2000: Técnico experiente & parceiro de agente de defensores de pessoas negócios mudanças

Especialista em RH

Serviços

Agente de mudanças

Advogado Parceiro de negócios

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2.4 Os processos da administração de recursos humanos

O objetivo da ARH é criar, manter e desenvolver condições para que as

metas organizacionais e pessoais sejam alcançadas e busca a eficiência e a eficácia

para a organização através de seus colaboradores, proporcionando oportunidades

para que os funcionários cresçam na organização (CHIAVENATO, 1999).

O relacionamento entre empresa e funcionário é melhorado através de

práticas de RH que contribuem também para a diminuição da rotatividade dos

empregados. Práticas como seminários, dinâmicas de grupo, encontros entre

funcionários, campanhas internas e publicações de periódicos são utilizadas para

estimular os colaboradores. No entanto, estas ações devem ser contínuas e

alinhadas com a filosofia da organização para obterem resultados (RIBEIRO, 2006).

As políticas de RH sofrem constantes mudanças em virtude de serem

afetadas por reações de mercado, pela influência do Estado e pela estabilidade

política, econômica e social do país, isto intervêm nas estratégias da empresa que

em conseqüência levará o estabelecimento das metas de RH (CARVALHO;

NASCIMENTO, 2002).

Os processos de Recursos Humanos são divididos em seis e estão

interligados, como apresenta a figura 2 (CHIAVENATO, 2008):

Figura 2: Os seis processos de gestão de pessoas Fonte: Chiavenato (2008, p. 15)

Gestão de

Pessoas

Processos de

agregar pessoas

Processos de

aplicar pessoas

Processos de

recompensar

pessoas

Processos de

desenvolver

pessoas

Processos de

manter pessoas

Processos de

monitorar pessoas

• Banco de dados

• Sistemas de

informações gerenciais

•Higiene, e segurança • Qualidade

de vida • Relação

com empregados e sindicatos

• Treinamento • Desenvol

vimento •Aprendiza

gem •Gestão do

conhecimento

• Remunera ção

•Benefícios •Incentivos

• Modelagem do trabalho • Avaliação

do desempenho

• Recruta

mento •Seleção

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Para Chiavenato (1999) as políticas de RH são distintas para cada

organização e devem ser formulada dentro dos seguintes aspectos:

2.4.1 Processo de agregar pessoas

O processo de agregar pessoas é a atividade utilizada para adicionar novos

colaboradores a organização, através do recrutamento e seleção de candidatos

(CHIAVENATO, 1999).

O sistema de agregar pessoas tem em sua responsabilidade a atração e a

triagem de profissionais do mercado de trabalho e a seleção e encaminhamento

dessas pessoas para a organização (MARRAS, 2001).

No momento em que a organização identifica a necessidade de uma nova

pessoa, inicia-se o processo de recrutamento. O recrutamento de um novo

funcionário é solicitado quando há a necessidade de substituir algum funcionário ou

quando há um aumento no quadro de colaboradores (MARRAS, 2001).

Segundo Ribeiro (2006, p. 52) “recrutamento é um sistema de informações,

que visa atrair candidatos potencialmente qualificados, dos quais serão selecionados

futuros funcionários da organização”. E, o perfil da pessoa que será selecionada é

determinado com base na descrição do cargo (GIL, 2001).

O processo de recrutamento abrange o interesse das duas partes, tanto o da

empresa, que possui o interesse em recrutar indica que é um bom lugar para

trabalhar e busca pessoas que possuam potencial para fazer parte da organização.

E, de outro lado, as pessoas que buscam informações sobre a empresa e

evidenciam seu interesse e seu potencial para receberem uma oferta de emprego

(MIKOLVICH; BOUDREAU, 2000).

.O recrutamento pode ser feito de duas maneiras, o recrutamento interno e o

recrutamento externo (MARRAS, 2001).

O recrutamento interno busca captar as pessoas que já fazem parte da

organização, divulgando a nova vaga através de cartazes e memorandos em um

quadro de avisos e caracterizando as exigências do cargo, sugerindo aos

interessados que se candidatem através do setor de recrutamento da empresa

(MARRAS, 2001).

O recrutamento interno proporciona algumas vantagens para a organização.

O candidato interno já está integrado a organização, isto pode permitir que tenha

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mais sucesso no preenchimento da vaga e torna o processo mais ágil; Proporciona a

diminuição de custos que possa haver com anúncios da vaga no caso do

recrutamento externo; A empresa já possui referências sobre o trabalho do

funcionário e suas características; A chance de promoção faz com que o funcionário

se sinta estimulado em ser treinado, visualizando uma possibilidade de

desenvolvimento de sua carreira, portanto, influência na motivação do colaborador

(CARVALHO; NASCIMENTO, 2002).

A vaga interna também pode ser divulgada, por exemplo, através de meios de

comunicação informatizados como a intranet ou no site da organização. Porém, é

necessário ter cuidado na divulgação da vaga para atrair somente os candidatos que

possuem potencial para a vaga. Este processo exige uma boa avaliação das

qualificações dos funcionários, pois se a promoção não for bem sucedida pode

resultar na perda do colaborador. Além disso, este processo pode desestimular os

outros funcionários que não foram selecionados para promoção (LACOMBE, 2005).

Para Ribeiro (2006), o recrutamento interno não permite a ”injeção de sangue

novo” na organização, não renovando seu pessoal. Impede que as empresas

absorvam conhecimentos de outras organizações por seus funcionários e nem

sempre os candidatos internos possuem potencial para ocuparem novos cargos.

O recrutamento externo oferece a vantagem de trazer novas idéias para a

organização, por meio de novas pessoas que contribuem para o enriquecimento do

capital humano, aplicando pessoas que já foram desenvolvidas por outras

organizações (RIBEIRO, 2006).

O recrutamento externo é caracterizado pela captação de candidatos no

mercado de trabalho que visam preencher as vagas passando pelo processo

seletivo e ingressando na empresa (CHIAVENATO 2008).

De acordo com Ribeiro (2000), o recrutamento externo visa atrair novas

pessoas no ambiente externo a organização. Para auxiliar no recrutamento externo

são utilizadas várias fontes: anúncios em jornais, cadastro de currículos, cartazes,

panfletos, indicações de colaboradores, agências de emprego, parcerias com outras

organizações, internet, anúncio em rádio entre outras fontes de captação.

Outro meio de recrutamento externo é através de instituições de ensino, como

por exemplo, o SENAI e o SENAC que proporcionam aos seus alunos ensino

profissional habilitando-os para o mercado de trabalho. O recrutamento também

pode captar estagiários, que se constituem por estudantes do ensino médio,

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supletivo e ensino superior, que possui sua regulamentação na Lei nº 6.494, de 7 de

dezembro de 1977 (CARVALHO; NASCIMENTO, 2002).

O recrutamento externo também oferece desvantagens por ser um processo

mais lento e ter um custo mais alto do que o recrutamento interno, o grau de

conhecimento sobre seus candidatos externos é menor do que dos internos e acaba

desestimulando os funcionários (RIBEIRO, 2006).

Em meio a uma nova abordagem que é o RH com uma visão estratégica,

seus subsistemas precisam estar alinhados com as táticas da empresa, a captação

e seleção de pessoas também devem ter este foco, contribuindo para abranger as

metas e a missão da organização (ALMEIDA, 2004).

Gil (2001, p. 91) afirma que:

como as pessoas constituem o mais importante ativo de que dispõem as organizações, devem ser recrutadas e selecionadas com maior competência possível, já que falhas nesse processo podem comprometer outras ações de gestão a serem desenvolvidas posteriormente.

Existem distinções entre o processo tradicional de recrutamento e seleção e o

processo moderno. A análise comparativa apresenta-se no quadro de Almeida

(2004, p. 23):

Paradigma tradicional Paradigma moderno

Recrutamento e seleção Captação e seleção de talentos

Reativo Proativo

Foco operacional Foco estratégico

Escolher a pessoa certa para o cargo certo

Escolher a pessoa que se identifica com a cultura da organização e que pode agregar valor a ela

Visão voltada para o presente Visão voltada para o presente e para o futuro

Seleção como um fim em si mesmo Compromisso com o desempenho no cargo

Captação e seleção condicionadas a existência de vagas

Captação e seleção contínua de talentos

Captação e seleção, voltadas para a admissão

Captação e seleção, voltadas para a admissão, ascensão profissional, formação de equipes e projetos, transferências e todas as formas de aproveitamento interno de talentos

Valorização do conhecimento e da experiência

Valorização também do comportamento e da atitude no trabalho

Atividade centralizada na área de RH Atividade descentralizada, realizada em parceria: RH e clientes internos (gerentes e equipe de trabalho)

Utilização de provas e testes Ênfase em entrevistas, dinâmicas e simulação, além da utilização de testes e provas

Quadro 2: Análise comparativa entre o paradigma tradicional e o moderno de captação e seleção Fonte: Almeida (2004, p. 23)

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A captação e seleção além de enfatizar o cargo têm a necessidade de estar

focada na organização, conduzindo o processo seletivo de maneira macro. São

valorizados fatores que influenciam o desempenho como a formação, a experiência

e as atitudes. Porém, o conhecimento pode ser adquirido através de treinamento e

orientação, enquanto, as atitudes são de caráter pessoal sendo mais difícil de serem

mudadas, por isso, ganha ênfase na hora da seleção (ALMEIDA, 2004).

“Seleção é o processo pelo qual uma organização escolhe, de uma lista de

candidatos, a pessoa que melhor alcança os critérios de seleção para a posição

disponível, considerando as atuais condições de mercado” (CHIAVENATO, 1999, p.

107).

Conforme Marras (2001) a seleção tem como objetivo escolher os candidatos

que foram captados pelo processo de recrutamento, a fim de suprir as necessidades

interna da organização.

Para que a seleção seja estratégica é essencial que se tenha conhecimento

do negócio, da empresa e do cargo para que a necessidade venha a ser atendida.

No processo de seleção são utilizadas técnicas como entrevistas, dinâmicas e

simulações (ALMEIDA, 2004).

As técnicas de seleção auxiliam na escolha do melhor candidato permitindo

buscar características pessoais devido a comportamentos observados e atributos

para a desempenho do candidato ao cargo. As técnicas de seleção podem ser:

entrevistas, provas de conhecimentos ou capacidade, testes psicológicos, testes de

personalidade e técnicas de simulação (CHIAVENATO 2008).

Para Lacombe (2005) o processo de seleção é apoiado por vários métodos

como: triagem preliminar de currículos, entrevista, informações de pessoas

confiáveis, testes psicológicos, testes técnico-profissionais, dinâmica de grupo,

entrevistas por futuros supervisores, informações de antigos empregos, informações

cadastrais e exames médicos.

A entrevista é o instrumento de maior relevância, ela pode ser estruturada ou

não. A entrevista estruturada segue um roteiro que se inicia com a apresentação da

empresa, em seguida o processo de preparo ou “quebra de gelo”, após este

processo inicia-se a coleta de dados envolvendo conhecimentos, habilidades e

atitudes do entrevistado, análise comportamental e a concessão de informações que

são informações do cargo para o candidato. Pode haver aplicações de testes e

dinâmicas de grupo, ao finalizar essas etapas é feita uma análise global e elaborado

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um laudo final. Se houver aprovação do candidato ele é encaminhado para

submeter-se a exames médicos e registro adicional (MARRAS, 2001).

As entrevistas podem ser estruturadas e padronizadas ou abertas e podem

ser classificadas de quatro maneiras (CHIAVENATO, 2008):

• entrevista totalmente padronizada: é uma técnica que o selecionador faz perguntas

padronizadas para obter respostas definidas e fechadas:

• entrevista apenas com perguntas padronizadas: são perguntas elaboradas que

permitem respostas abertas;

• entrevista diretiva: permite ao selecionador formular as perguntas, porém,

determina as respostas desejadas, são utilizadas para conhecer opiniões pessoais

dos candidatos;

• entrevista-não diretiva: é uma entrevista aberta sem especificar as perguntas e

nem as respostas, ou seja, é uma entrevista não estruturada, essa técnica não se

orienta por um roteiro, isso a torna inconsistente.

Os testes psicológicos buscam avaliar o perfil do candidato, características de

personalidade, temperamento, raciocínio, compreensão, etc. Existe a necessidade

de estar sempre inovando nos testes, pois eles podem ser conhecidos, ao passar do

tempo, e, portanto, manipulados (LACOMBE, 2005).

Os testes psicológicos podem ser testes de aptidões ou testes de

personalidade. Os testes de aptidões são utilizados para identificar habilidades dos

candidatos para determinada tarefa. São classificados como testes de aptidões

mecânicas, mentais e visuais (MARRAS, 2001).

Os testes de personalidade são empregados para conhecer o sistema

endógeno das pessoas, que estipulam as características individuais. Exemplos

destes testes são: Wartegg, Rorscharch, PMK, Marchover, da árvore. Também

existe o teste grafológico que permite a análise da personalidade através da escrita

(MARRAS, 2001).

Os testes de personalidade avaliam características internas do indivíduo,

equilíbrio, motivação, frustração e outras. Os testes de personalidade só podem ser

aplicados e avaliados na presença de um psicólogo (CHIAVENATO, 2008).

As provas de conhecimentos ou capacidade são utilizadas para avaliar o

conhecimento profissional ou técnico do candidato em relação às exigências do

cargo. As provas aplicadas são constituídas por amostras de trabalho e permitem

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avaliar a capacidade e as habilidades no desempenho das tarefas. As provas podem

ser orais, escritas ou de realização (CHIAVENATO, 2008).

Confirma Lacombe (2005) que os testes técnico-profissionais possuem a

finalidade de avaliar as competências do candidato e são aplicados em baixo ou

médio nível.

As técnicas de simulação provem da dinâmica de grupo e são utilizadas em

processo seletivo como uma ferramenta que completa os resultados decorrentes da

entrevista e de testes psicológicos. É a dramatização de alguma situação que

poderá ser encontrada ou que está relacionada com o cargo pretendido, buscando

uma visão realista do comportamento do candidato. Esta técnica somente poderá

ser aplicada por um psicólogo ou especialista (CHIAVENATO, 2008).

A técnica de dinâmica de grupo consiste na reunião dos candidatos em um

local, sendo submetidos a um teste situacional, onde são orientados e avaliados por

um profissional e alguns observadores que analisam suas ações e reações. Ao final

desta etapa as informações podem ser agregadas a outros dados obtidos por outras

técnicas e constrói-se um laudo sobre as características do indivíduo (MARRAS,

2001).

2.4.2 Processo de aplicar pessoas

O processo de aplicação de pessoas pode ser moderno e flexível ou

rudimentar e burocrático depende do estilo da organização. Este processo tem em

sua responsabilidade as atividades de integração de pessoas, desenho

organizacional e desenho de cargos e a avaliação de desempenho humano

(CHIAVENATO, 2008)

O processo de integração visa socializar o novo colaborador, apresentando a

política e os objetivos da empresa, as normas a serem seguidas, os benefícios

oferecidos, o horário, enfim, fazer a identificação da empresa para o novo membro e

lhe indicar o comportamento esperado (LACOMBE, 2005).

Conforme Ribeiro (2006) a adaptação do novo funcionário será mais rápida se

ele receber esclarecimentos sobre as políticas da organização. Fazem parte das

políticas básicas da organização, por exemplo, o uso de uniformes, o uso de EPIs,

fazer a apresentação da estrutura da empresa, fazer a apresentação do novo

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funcionário para seu supervisor, sua equipe de trabalho e para os demais membros

da empresa, dentre outras.

O processo de integração pode ser longo, abrangendo treinamento

prolongando-se por alguns meses ou curto resumindo-se a uma conversa levando

alguns minutos. A extensão do processo dependerá da empresa que o faz e do o

nível do cargo, que quanto mais alto, maior será a necessidade de ter uma visão

mais ampla sobre a organização (LACOMBE, 2005).

A integração dos novos funcionários pode se realizada utilizando os seguintes

métodos (CHIAVENATO, 2008):

• Processo de seleção: o processo de integração pode ser iniciado no momento da

seleção, a pessoa que participa da seleção começa a receber informações sobre o

ambiente de trabalho, sobre a cultura da empresa, sobre os colegas de trabalho,

desafios, recompensas antes mesmo de ser selecionado;

• Conteúdo do cargo: o funcionário ao iniciar na organização deve receber tarefas

que lhe proporcione sucesso e que a complexidade e os desafios das tarefas

cresçam de maneira gradativa. Isto lhes condiciona, posteriormente, melhor

desempenho em suas tarefas.

• Supervisor como tutor: o novo integrante da organização pode ligar-se ao seu

supervisor, como se este fosse o seu tutor que irá conduzi-lo nesse processo inicial,

neste momento o supervisor é o grande elo entre o funcionário e a organização. O

supervisor diante do novo funcionário precisa transmitir uma descrição clara das

tarefas e de como executá-las, negociar as metas e resultados a serem atingidos e

fazer o feedback adequado do desempenho deste novo funcionário. Para que o

supervisor possa ser um tutor é necessário que possua alto grau de segurança

pessoal para que não se sinta ameaçado pelo desempenho deste novo colaborador.

• Equipe de trabalho: a equipe de trabalho exerce um papel crucial para a integração

do novo funcionário, devendo provocar um impacto positivo, satisfazendo as

expectativas sociais do novo membro. O comportamento, as atitudes e as crenças

das pessoas em relação a empresa são influenciadas pela equipe de trabalho;

• Programas de integração: este é um programa formal e que destina treinamento

para os funcionários iniciantes, consiste na familiarização com a cultura

organizacional, na apresentação dos produtos, serviços e departamentos da

organização, juntamente com a missão e os objetivos da empresa (CHIAVENATO,

2008).

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Os programas de integração podem auxiliar para a redução da rotatividade,

como pode também colaborar para o processo de otimização de aproveitamento de

pessoal, adequando o posicionamento dos novos colaboradores (LACOMBE, 2005).

2.4.2.1 Descrição de cargos

A descrição de cargos refere-se ao “registro das funções, tarefas e

responsabilidades, de forma organizada e atribuídas a uma ou mais pessoas“

(CARVALHO; NASCIMENTO, 1993, p.19).

No conceito de Marras (2001, p.97):

Descrição de cargos é o processo de sintetização das informações recebidas e prospectadas no passo anterior de análise das funções, padronizando o registro dos dados de maneira a permitir um rápido e fácil acesso aos contornos de cada um dos cargos da empresa.

Todos os cargos são organizados por área conforme a sua descrição

formando um manual de descrição de cargos. É necessário estar sempre revisando

e atualizando as informações contidas sobre os cargos no manual e adequando de

acordo com as transformações da organização, para que atenda as reais

necessidades. Esta revisão da descrição de cargos poderá ser feita anualmente ou

quando identificada a necessidade de alterações (MARRAS, 2001).

A descrição do cargo engloba o título do cargo, a identificação e as atividades

designadas a ele. O título do cargo é importante porque enriquece o cargo pelo valor

psicológico e deve estar relacionado com as atividades desenvolvidas. A

identificação do cargo se refere a dar parâmetros para quem o funcionário deve se

reportar como subordinado, em que setor seu cargo está localizado, entre outras

identificações estabelecidas (BOHLANDER; SNELL; SHERMAN, 2003).

Dentro do delineamento do cargo estão explícitos os requisitos que precisam

ser preenchidos para a sua ocupação, referem-se ao grau educacional, as

atividades desenvolvidas, as responsabilidades atribuídas ao cargo, às condições de

trabalho como ambientes insalubres ou perigosos e outras informações gerais que

dizem respeito ao cargo (RIBEIRO, 2006).

A descrição de cargos é importante para as duas partes, para os

colaboradores e para a organização. Os colaboradores passam a orientar seu

desempenho através da descrição de suas atribuições e a organização através de

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seus gerentes cobram o desempenho de acordo com o esperado pelo cargo

(BOHLANDER; SNELL; SHERMAN, 2003).

2.4.2.2 Análise e avaliação de cargos

A especificação dos cargos é necessária para que o RH possa executar os

processos de recrutamento e seleção, treinamento e desenvolvimento, avaliação de

desempenho e remuneração. Os cargos especificam o conjunto de CHA

(conhecimentos, habilidades e atitudes) que são essências para que o indivíduo

desempenhe seu papel (BOHLANDER; SNELL; SHERMAN, 2003).

A definição do cargo auxilia no processo de recrutamento e seleção, é

mediante as informações do cargo, de quais são as funções realizadas e quais as

competências necessárias para ocupar o cargo, que são estabelecidos requisitos e o

perfil mais adequado para o preenchimento do mesmo (RIBEIRO, 2006).

De acordo com Marras (2001, p. 94) a análise do cargo:

É o trabalho de prospectar todos os detalhes de cada uma das funções que compõem um cargo, estudando-lhe os contornos do „que‟, „como‟ e ‟para que‟ se faz, registrando todas as exigências em termos de características exigidas para a obtenção dos resultados esperados.

A análise dos cargos compete ao setor de RH que é responsável por coletar

dados, controlar a exatidão das informações, para então, executar a análise dos

cargos. As informações sobre os dados são adquiridas por meio de entrevistas, que

são feitas com os ocupantes do cargo e para seus supervisores; questionários, que

são respondidos pelos trabalhadores e supervisores para obter informações das

atribuições e qualificações necessárias para o desempenho da função; por

observação, que consiste em o analista captar dados através da observação da

execução do trabalho realizado no cargo; e, por registros diários, feito pelos

colaboradores que registram suas tarefas diariamente por um determinado período

(BOHLANDER; SNELL; SHERMAN, 2003).

O sistema de análise de cargos tem como função relatar a verdadeira

importância de determinada função dentro da organização e dar fundamento para o

sistema de remuneração (MIKOLVICH; BOUDREAU, 2000).

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2.4.2.3 Avaliação de desempenho

A avaliação de desempenho consiste na avaliação do trabalho

desempenhado pelo indivíduo. É necessário que a avaliação de desempenho seja

feita periodicamente de tempo em tempo, sendo este período pré-estipulado pela

empresa. O colaborador tem a necessidade de saber como está desempenhando

sua função dentro da organização, portanto, neste momento o avaliador precisa

destacar os pontos fortes e citar pontos a melhorar e impor desafios a serem

cumpridos (RIBEIRO, 2006).

A avaliação de desempenho é uma ferramenta que viabiliza a identificação de

vários problemas que afetam o desempenho e a qualidade de vida no trabalho.

Através dela pode-se diagnosticar problemas de integração de funcionários, má

adequação do funcionário ao cargo, necessidades de treinamento, falhas na

supervisão ou gerência, entre outros. O processo de avaliação de desempenho é

uma técnica que envolve o gerente, que neste caso é o avaliador, e os demais

subordinados que participam sendo avaliados (CHIAVENATO, 2008).

O maior objetivo da avaliação de desempenho para a organização é:

identificar funcionários que apresentam a necessidade de treinamento, fornecer

feedback aos colaboradores, subsidiar programas de mérito, promoções e

transferências, contribuir para o auto desenvolvimento dos colaboradores, encontrar

um novo talento dentro da empresa e avaliar a contribuição do indivíduo ou do grupo

para o alcance dos objetivos organizacionais (MARRAS, 2001).

O setor de RH é responsável pelo processo de avaliação de desempenho em

organizações tradicionais, porém, este modelo esta sendo abandonado por

apresentar caráter centralizado e burocrático. No modelo atual, a área de RH

fornece apenas uma função de staff para assessorar o avaliador no processo, já que

este não possui conhecimentos específicos para a elaboração de um plano de

avaliação de desempenho. Este modelo se torna mais flexível permitindo que o

gerente desempenhe seu papel de gestor diante de sua equipe (CHIAVENATO,

2008).

Encontram-se diversos métodos utilizados para a execução do programa de

avaliação de desempenho, no entanto, os mais utilizados pelas organizações são os

de avaliação 360 graus, escalas de gráficos, incidentes críticos, comparativo e o de

escolha forçada (MARRAS, 2001).

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A avaliação de 360º é um método moderno que abrange o envolvimento de

todas as pessoas que possuem ligação com o avaliado, desde o seu supervisor,

seus pares, seus subordinados, até seus clientes externos e internos e

fornecedores, todas essas pessoas participam do processo como avaliadoras,

inclusive o avaliado que também faz sua própria avaliação. Cada indivíduo recebe

um formulário e dará seu parecer sobre o desempenho do avaliado. Após a

tabulação das informações, a pessoa que foi avaliada recebe um relatório de seu

desempenho podendo elaborar juntamente com o gerente ou com o RH um plano de

desenvolvimento (CHIAVENATO, 2008).

No método de avaliação por escala de gráfico, analisa-se um grupo de fatores

que contribuem para o desempenho, considerados importantes pela organização.

Esses fatores são divididos em graus que recebem uma pontuação de acordo com

sua importância e, assim, passam a serem avaliados pelos avaliadores que ao

término da pontuação conseguem chegar ao resultado do desempenho do avaliado

(MARRAS, 2001).

O método do incidente crítico analisa um comportamento ou um fato

excepcional, seja ele de caráter positivo ou negativo. Este tipo de avaliação facilita o

feedback e o desenvolvimento do colaborador, mas pode ser interpretado de

maneira negativa por quem o recebe (BOHLANDER; SNELL; SHERMAN, 2003).

O método de escolha forçada é baseado na escolha de frases feitas que

correspondam mais próximo ao comportamento do avaliado. O avaliador pode

escolher somente uma ou duas opções de cada questão. Por isso, recebe o nome

de escolha forçada (CHIAVENATO, 2008).

O método comparativo trata de fazer comparações entre os funcionários ou

entre o grupo e o funcionário que está sendo avaliado (MARRAS, 2001).

Além desses métodos, também existem outros como, por exemplo, a lista de

verificação. É uma avaliação realizada de modo quantitativo que se baseia em uma

relação de fatores analisando as principais características avaliando cada

colaborador (CHIAVENATO, 1999).

Uma abordagem atual é a avaliação participativa por objetivos. Neste

processo estão envolvidos o gerente e o colaborador que focam sua avaliação em

desempenhos futuros e não no passado. O avaliador possui a função de orientar o

indivíduo para desempenhar sua função de maneira que atenda as expectativas da

empresa (CHIAVENATO, 2008).

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Para que os programas de avaliação de desempenho sejam eficientes se faz

necessário o treinamento de quem os executa. O treinamento das habilidades de

observação e de dar feedback, é crucial para um bom desempenho dos avaliadores

(BOHLANDER; SNELL; SHERMAN, 2003).

É através do processo de avaliação de desempenho que são mensurados os

resultados que cada pessoa ou equipe proporcionaram para o alcance dos objetivos

organizacionais. E a aplicação deste processo contribui com todos os subsistemas

da ARH (CHIAVENATO, 2008).

2.4.3 Processo de recompensar pessoas

A remuneração é um retorno financeiro que os trabalhadores recebem como

pagamento de seu trabalho e nela se incluem serviços e benefícios tangíveis

(MILKOVICH, BOUDREAU, 2000).

O processo de recompensar pessoas envolve atividades relacionadas a

incentivos e de criação condições satisfatórias para o trabalho e de outro lado se

encontram os objetivos das empresas a serem atingidos. Existem variações nos

sistemas de recompensar pessoas e englobam remuneração, incentivos e

benefícios e serviços (CHIAVENATO, 2008).

Encontramos formas de remuneração desde os primórdios, por volta do ano

400 a.C. os trabalhadores da Babilônia que trabalhavam na produção de tecidos já

recebiam salários. No século XVI, existe registro de remuneração por produção ou

por jornada de trabalho. No final do século XIX, possibilitou-se o pagamento de

salário mínimo complementado por benefícios. Já a participação nos lucros foi

sugerida por Albert Gallatiun, em 1794 e instituída por Napoleão I, em 1812

(RIBEIRO 2006).

Nas organizações contemporâneas existe um grande desafio em adequar à

remuneração tradicional para novas políticas salariais na qual se encontram vários

modelos: remuneração por conhecimentos e habilidades, remuneração por

competências, remuneração variável por desempenho e remuneração baseada em

equipe (GIL, 2001).

Conforme Chiavenato (2008) a remuneração pode ser baseada nos cargos

como é o modelo tradicional ou pode ser baseada nas competências do indivíduo

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que é o novo modelo de remuneração. Podem-se distinguir as diferenças entre os

dois modelos na figura abaixo:

______________________________________________________________

Figura 3: Remuneração baseada no cargo x remuneração baseada em competências Fonte: Chiavenato (2008, p. 289)

Há distinção entre salário e remuneração, salário é o valor recebido em

dinheiro e remuneração é o salário agregado de benefícios, prêmios. O salário pode

ser fixo ou variável, o salário fixo tem previamente seu valor definido, o salário

variável é quando a composição do salário depende do desempenho do profissional.

O salário também pode obter um caráter misto sendo salário fixo+variável (RIBEIRO

2006).

A remuneração é algo que tem influência na motivação e no desempenho

dos colaboradores, por este fato várias empresas estão adotando programas de

remuneração flexível e variável. Outro sistema utilizado pelas organizações é o

Remuneração

Baseado em cargos Baseado em competências

• Pagar de acordo com a avaliação do cargo • Justiça eqüitativa e manutenção do equilíbrio interno e externo dos salários • Adequação da remuneração ao cargo ocupado • Percepção dos ocupantes quanto à adequação de sua remuneração em relação ao cargo ocupado • Cargos adequadamente remunerados • Desempenho da força de trabalho/ custos de remuneração

• Pagar de acordo com a avaliação das competências individuais ou grupais • Justiça eqüitativa e dinâmica do equilíbrio interno e externo da remuneração • Adequação da remuneração as competências individuais e grupais • Percepção das pessoas quanto à adequação de sua remuneração em relação as sua competências • Competências adequadamente remuneradas • Contribuição individual ou grupal/ custos de remuneração

Objetivo Primário

Objetivo Final

Eficiência

Eficácia

Indicador

Retorno sobre o Investimento

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sistema de recompensas e de punições, que faz com que os colaboradores

trabalhem em prol dos objetivos organizacionais (CHIAVENATO, 2008).

A equidade salarial interna é alcançada através de informações adquiridas

diante da avaliação e descrição dos cargos. Já a equidade salarial externa é

adquirida através de pesquisas salariais externas. Contudo, essas informações

contribuem para que a empresa estabeleça política salarial dentro de suas políticas

de RH (CHIAVENATO, 2008).

2.4.3.1 Pesquisa salarial

A pesquisa salarial consiste no conhecimento, a partir do levantamento de

informações e tabulações estatísticas, sobre as políticas e valores médios praticados

no mercado em determinado segmento de mão de obra (MARRAS, 2001).

O objetivo da pesquisa salarial é avaliação do mercado pela empresa

pesquisadora, promover a eqüidade salarial externa entre as organizações e a

eqüidade salarial interna entre os cargos, criando a prática de salários compatíveis

entre elas. A pesquisa salarial é um meio de comparação entre a empresa e o

ambiente externo e seu resultado diz respeito ao cargo e ao valor pago a ele no

mercado (CARVALHO; NASCIMENTO, 2002).

A maneira mais eficaz para que uma pesquisa salarial seja segura é quando a

própria organização a faz, baseada em suas necessidades e objetivos. Porém, ela

pode ser efetuada por empresas especializadas que possuem pesquisas pré-

elaboradas ou por consultas em revistas ou periódicos que abrange esta área

(MARRAS, 2001).

Para desenvolver uma pesquisa salarial a empresa necessita escolher os

cargos a serem pesquisados e seus potenciais concorrentes que utilizam da mesma

mão-de-obra no mercado de trabalho. Os cargos a serem pesquisados devem

abranger somente os cargos-chave e a amostra tende a envolver entre 10 a 15

empresas que abrangem a mesma força de trabalho (BOHLANDER; SNELL;

SHERMAN, 2003).

A escolha das organizações para participarem do processo de pesquisa leva

em consideração a localização geográfica, o ramo de atividade, o porte da

organização e a política salarial. Após a escolha dos cargos e empresas a

participarem da pesquisa é elaborado um questionário, contendo os cargos, sua

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descrição e análise e um espaço, para que seja completado com o valor pago pela

empresa pesquisada (CHIAVENATO, 2008).

As empresas que participaram do processo de pesquisa de salários não são

identificadas por seu nome, mas sim, por um código e deverão receber o resultado

da pesquisa no prazo estipulado, este processo visa uma troca de informações entre

as organizações (MARRAS, 2001).

De acordo com Bohlander; Snell; Sherman (2003, p. 269) “a relação entre o

valor relativo de cargos e suas faixas salariais pode ser representada por meio de

uma curva de salários”. Esta curva pode ser composta por índices atuais pagos aos

cargos da organização, por índices resultantes de uma avaliação de cargos ou por

índices de cargos similares pagos por outras organizações.

Perante o mercado salarial a empresa pode optar por estar abaixo, na mesma

média ou acima do valor pago pelo mercado. É claro que está decisão influencia na

atração e fixação dos funcionários na organização (RIBEIRO, 2006).

2.4.3.2 Benefícios

“Os benefícios constituem uma forma indireta de remuneração destinada a

aprimorar a qualidade de vida profissional e pessoal dos funcionários”

(BOHLANDER; SNELL; SHERMAN, 2003, p. 310).

O plano de benefícios é definido pelas empresas com o objetivo de suprir as

necessidades de seus colaboradores. Essas necessidades se dividem em objetivos

individuais, econômicos e sociais. Os objetivos individuais são atendidos de maneira

a proporcionar tranqüilidade e produtividade para a vida pessoal, familiar e

profissional. Já, os benefícios econômicos possuem a função de captar e manter os

colaboradores na empresa. E, os benefícios sociais visam atender as deficiências ou

necessidades deixadas pelas áreas alheias a ela, como previdência social,

educação, transporte, ou seja, serviços prestados pelo governo ou pela sociedade

em geral (CHIAVENATO, 2008).

O planejamento do plano de benefícios é elaborado pela organização a fim de

atender suas expectativas analisando três objetivos: a concorrência, visando custo X

benefício, atender a legislação e satisfazer as necessidades de seus colaboradores

(MILKOVICH; BOUDREAU, 2000).

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As empresas utilizam dos benefícios como forma de aumentar a satisfação de

seus funcionários e de melhorar a remuneração, pois, o aumento salarial acarreta

elevados custos com encargos sociais, que podem alcançar 102,06% no salário

nominal pago aos trabalhadores (LACOMBE, 2005).

Os benefícios, se bem comunicados, são vistos como fator que agregam valor

a organização tanto na hora da contratação como na retenção de bons

colaboradores para a empresa. Porém, antes de conceder algum benefício é

necessário analisar se será possível concedê-lo a longo prazo. Após conceder o

benefício, ele passa a ser considerado pelos funcionários como se fosse um direito

adquirido e o corte dele poderá causar um grande índice de insatisfação

(LACOMBE, 2005).

Existem empresas que dispõem de benefícios flexíveis, os colaboradores

podem optar entre os benefícios que são mais úteis para ele dentro do plano de

benefícios oferecido. As necessidades das pessoas podem ser intrínsecas

(necessidade interna), psicológicas, como por exemplo, o status, ou, extrínsecas que

são necessidades externas e podem ser atendidas por um conjunto de benefícios

como plano de saúde, incentivos financeiros, entre outros. No entanto, os benefícios

se dividem em compulsórios e espontâneos (MARRAS, 2001).

Os benefícios compulsórios são direitos adquiridos legalmente, a empresa

tem a obrigação de pagar esses benefícios aos seus funcionários, como as férias,

13º salário, salário família, salário maternidade, complemento de auxílio doença,

entre outros (MARRAS, 2001).

Para Lacombe (2005) os benefícios que são de exigência legal devem ser

tratados como encargos sociais. Os encargos sociais têm um percentual de custo

muito alto sobre o salário para a organização, como por exemplo:

• Previdência social tem um custo de 20%,

• FGTS o custo é de 8%;

• Repouso semanal o custo é de 18,91%;

• Férias 9,45%;

• Abono de férias 3,64%;

• 13º salário 10,91%;

Entre tantos outros encargos sociais existentes.

As férias pagas, os pagamentos por feriados não trabalhados, a remuneração

de licença por doença, o pagamento pela ausência do colaborador por óbito de

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algum familiar são exemplos de benefícios pagos por tempo não trabalhado

(BOHLANDER; SNELL; SHERMAN, 2003).

No entanto, os benefícios espontâneos são concedidos pela organização sem

nenhuma obrigação legal, a empresa concede esses benefícios a fim de

complementar a remuneração, tornando-a mais atraente para seus atuais e novos

colaboradores. Esses benefícios podem ser constituídos por: plano de saúde ou

odontológico, cesta básica, seguro de vida, festas de confraternização, refeitório,

dentre outros (MARRAS, 2001).

Concorda Chiavenato (2008) que os benefícios espontâneos são benefícios

proporcionados pela organização de maneira voluntária, não são exigidos

legalmente e nem acordados em negociação com sindicatos. E, confirma o autor

que estes benefícios podem dimensionar-se a: gratificações, refeição subsidiadas,

transporte subsidiado, empréstimos financeiros, complementação de aposentadoria,

etc.

Os planos de saúde e odontológicos, por exemplo, possuem a finalidade de

proporcionar um auxílio e um incentivo para que o funcionário cuide de sua saúde e

de seus dentes. Em geral, eles apresentam um local específico para o atendimento

e uma taxa fixa (BOHLANDER; SNELL; SHERMAN, 2003).

O seguro de vida é um benefício oferecido que irá favorecer as pessoas quer

estão como beneficiárias a partir do óbito do segurado ou da mutilação por acidente

de trabalho. Há casos, como os de doenças terminais, que o recebimento do seguro

pode ser antecipado parcialmente pelo empregador (BOHLANDER; SNELL;

SHERMAN, 2003).

Os benefícios concedidos pelas empresas são considerados muito atraentes

pelo nível alto da organização, pelos executivos, que além sanar suas necessidades,

não terão o valor dos benefícios tributado pelo imposto de renda (MARRAS, 2001).

2.4.3.3 Incentivos

Os incentivos são oferecidos pelas organizações para reforçar as atividades a

fim de aumentar a consciência e a responsabilidade das pessoas e das equipes de

trabalho contribuindo com a missão e a visão da empresa. Outro objetivo é

incentivar o trabalho em equipe e atribuir premiações a desempenhos que criam

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valor para a empresa, para os clientes e para os próprios indivíduos (CHIAVENATO,

2008).

Os planos de incentivos podem ser conhecidos como programa de

remuneração variável e estão sendo utilizados por políticas de remuneração

estratégica. O programa de remuneração variável estipula o grau de desempenho a

ser atingido para ser bonificado com a remuneração variável. Os planos de

incentivos são destinados a criar um comprometimento do funcionário com a

atuação e sucesso da organização (BOHLANDER; SNELL; SHERMAN, 2003).

Os incentivos devem ser planejados de acordo com os resultados esperados

pela organização, em termos de comportamento e metas a serem alcançadas. Os

planos de incentivos podem estar projetados para atingir objetivos de curto ou de

longo prazo. Os incentivos de curto prazo estimulam a utilização de ativos com

eficiência e os incentivos de longo prazo proporcionam estímulos para a criação de

processos e produtos inovadores e a abertura de novos mercados (LACOMBE,

2005).

Para desenvolver um plano de incentivos é essencial estabelecer medidas de

desempenho e deixar explicito o que é avaliado e recompensado. O plano de

incentivos pode ser criado com medidas quantitativas, simples e estruturado que

apresentem a relação da recompensa com o desempenho (BOHLANDER; SNELL;

SHERMAN, 2003).

As empresas adotam variados modelos de incentivos financeiros, como a

participação nos lucros ou prejuízos, recompensas por tempo de empresa,

recompensas relacionadas ao bom desempenho e recompensas por resultados

atingidos que é também conhecida como remuneração variável (CHIAVENATO,

2008).

2.4.4 Processo de desenvolver pessoas

O processo de desenvolver pessoas promove a capacitação do indivíduo

mediante treinamento e reciclagem dos funcionários, desenvolvimento das pessoas,

promovendo mudanças de comportamento dos membros envolvidos (CHIAVENATO,

1999).

O treinamento teve início no século XX, motivado pela Escola Clássica de

Administração. Naquele tempo o treinamento era realizado apenas para o

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desempenho das funções que, na época, eram mecanizadas, segundo a teoria de

Taylor, as pessoas trabalhavam somente pela troca de remuneração. A partir da

década de 40 o treinamento teve seu foco voltado para questões como relações

interpessoais e a integração do funcionário na empresa. Já, na década de 60, o

treinamento começou a ser desenvolvido para atender as necessidades das

pessoas no que diz respeito ao CHA – conhecimento, habilidades e atitudes (GIL,

2001).

Treinamento é um processo sistemático para promover a aquisição de

habilidades, regras, conceitos ou atitudes que resultem em uma melhoria

de adequação entre as características dos empregados e as exigências

dos papéis funcionais (MILKOVICH; BOUDREAU, 2000, p. 338)

Para Marras (2001) “treinamento é um processo de assimilação cultural a

curto prazo, que objetiva repassar ou reciclar conhecimentos, habilidades ou

atitudes relacionadas diretamente à execução de tarefas ou a sua otimização no

trabalho”.

O treinamento tem como sua base adequar o indivíduo para desempenhar

determinada função visando à ocupação do cargo. Hoje, o treinamento tem seu

objetivo estendido para elevar o desempenho, buscando a excelência no

desenvolvimento das atividades de cada cargo. É através do treinamento que são

desenvolvidas as competências individuais, tornando as pessoas mais criativas,

produtivas e inovadoras e agregando valor aos indivíduos, as empresas e aos

clientes (CHIAVENATO, 2008).

A abrangência do treinamento e desenvolvimento se dá mediante aos

interesses e estrutura da empresa. A área de T&D bem estruturada, geralmente, é

encontrada em organizações de grande porte e compõem-se por: levantamento das

necessidades, planejamento, programação de módulos, treinamento, avaliação de

desempenho, desenvolvimento, biblioteca e banco de dados (MARRAS, 2001).

Para ser desenvolvido um programa de treinamento que envolva a

organização em sua amplitude global é necessário o conhecimento da empresa

como um todo, analisando-a diante de um roteiro. Faz-se necessário a identificação

da empresa, buscar conhecimentos da estrutura da organização, do planejamento,

da produção, do potencial econômico, dos recursos humanos, da imagem da

organização diante de seus stakeholders e do clima organizacional (GIL, 2001).

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O diagnóstico é a fase inicial do processo de treinamento que se busca as

necessidades apresentadas pela organização. Em seguida, vem à fase de desenho

do programa de treinamento, onde são elaboradas as ações de treinamento para

chegar a etapa de implementação que é o processo de execução do treinamento. E,

por último, é a etapa de avaliação, nesta etapa são analisados os resultados

alcançados pelo treinamento (CHIAVENATO, 2008).

Os objetivos do treinamento são subdivididos como genéricos e específicos.

Entre os objetivos específicos encontramos: formação profissional, especialização e

reciclagem. Nos objetivos genéricos são encontrados os seguintes objetivos:

aumento de produtividade, aumento de qualidade, adaptação às mudanças,

otimização de pessoal e organizacional, incentivo na motivação (MARRAS, 2001).

Dentre os objetivos do treinamento encontram-se dois aspectos: os técnicos e

os comportamentais. O treinamento com caráter técnico é elaborado de acordo com

as necessidades dos setores específicos, voltando os conteúdos aplicados, os

resultados esperados e as pessoas a serem treinadas. O treinamento de caráter

comportamental é de responsabilidade específica da área de T&D que terá em sua

amplitude a cultura comportamental da empresa, disseminando o comportamento e

atitudes ansiadas pela empresa em seus colaboradores (MARRAS, 2001).

Apresenta-se um aumento nas evidências de que o treinamento está

diretamente ligado ao aumento dos resultados a longo prazo, obtidos pelas

organizações. Outra evidência, é que o treinamento é proporcionado em maior

dimensão para cargos de alto desempenho na organização. O treinamento pode ser

utilizado como uma ferramenta estratégica para alcançar as metas organizacionais e

de seus colaboradores (MILKOVICH, BOUDREAU, 2000).

A realização dos treinamentos pode ser feita através de treinamentos no

trabalho, treinamento formal interno, formal externo ou à distância. E, estão

destinados a atingirem seu público através da integração dos colaboradores

iniciantes, na formação de treinees, capacitação técnico-profissional, estágios e

desenvolvimento de executivos (LACOMBE, 2005).

O treinamento no ambiente de trabalho oferece a oportunidade de adquirir

experiências práticas e permite uma maior aproximação entre o treinando e o

treinador (gerente ou funcionário experiente) promovendo uma relação positiva.

Porém, pode apresentar desvantagens por não existir um local adequado para o

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treinamento, o treinador pode não ter habilidade para treinar e pode não haver

critérios para a execução das tarefas (BOHLANDER; SNELL; SHERMAN, 2003).

Os treinamentos no local de trabalho podem ser realizados pela orientação da

chefia, por administração por metas, por rotação de funções, por substituição

temporária, por incumbências especiais e por orientação por meio de mentores

(LACOMBE, 2005).

• O treinamento pela orientação da chefia decorre da orientação fornecida do

supervisor para o seu subordinado.

• A administração por metas são impostas metas a serem atingidas e realizadas

reuniões, o treinamento é feito pelo supervisor que conduz a equipe orientando a

melhor forma de desempenho, as atitudes, como obter recursos.

• A rotação de funções também conhecida como job rotation, amplia a visão do

colaborador a respeito da organização e seus processos.

• O treinamento por incumbências especiais é feito com a presença do treinando em

grupos de trabalho acompanhando o desempenho das tarefas, com participação de

viagens de negócios, etc.

• A orientação por meio de mentores é realizada por um executivo com muita

experiência que irá orientar uma pessoa que apresente potencial para o crescimento

dentro da organização (LACOMBE, 2005).

O treinamento formal interno é realizado buscando atender as necessidades

especificas da organização e é direcionado somente para seus membros e fora do

local de trabalho. Pode ser ministrado na própria empresa ou fora dela e são

executados através de palestra, cursos, seminários de capacitação,

aperfeiçoamento ou desenvolvimento das pessoas, visam a melhora na execução

das tarefas ou o preparo para uma mudança de cargo (LACOMBE, 2005).

O treinamento formal externo pode ser realizado com assuntos que

interessam as empresas, porém, não atendem as necessidades especificas de cada

uma. São treinamentos abertos para o público, costumam ser realizados por

instituições de ensino educacional ou profissional e abrangem temas generalistas de

interesse das organizações. Este tipo de treinamento permite a relação e a troca de

experiências com pessoas de outras organizações (LACOMBE, 2005).

Os treinamentos à distância são proporcionados através de computadores e

fazem a utilização de videoconferências, internet e intranet, tendo seu conteúdo

distribuído para as pessoas que participam antes de seu início. Com o avanço da

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tecnologia esse tipo de treinamento ficou mais acessível e está se tornando mais

freqüente (LACOMBE, 2005).

De acordo com Lacombe (2005) o treinamento atinge seu público-alvo das

seguintes formas:

- Integração de novos colaboradores: é um treinamento que visa socializar a pessoa

ingressante na organização.

- Formação de treinees: é um programa que visa treinar pessoas jovens com

formação técnica para ocupar um cargo de maior responsabilidade (LACOMBE,

2005).

- Estágios: os programas de estágios são ligados a instituição de ensino e a

organização e proporciona a oportunidade para os estudantes adquirirem

experiência dentro das organizações (BOHLANDER; SNELL; SHERMAN, 2003).

- Capacitação técnico-profissional: é o treinamento realizado para a capacitação do

profissional para determinada função (LACOMBE, 2005).

- Desenvolvimento de executivos: este tipo de treinamento é direcionado para

pessoas que possuem grande potencial e que irão ocupar um cargo de nível alto na

organização. Envolve vários tipos de treinamento que já foram mencionados

(LACOMBE, 2005).

Contudo, o desenvolvimento se diferencia do treinamento, enquanto o

treinamento está focado no desempenho do cargo ocupado o desenvolvimento tem

foco na carreira do indivíduo, no crescimento pessoal, em sua educação e

orientação profissional. O sentido da palavra educação diz respeito à formação da

personalidade e no avanço da capacidade de compreender e explanar o

conhecimento (CHIAVENATO, 2008).

No conceito de Milkovich; Boudreau (2000, p. 338) entende-se que:

Desenvolvimento é um processo de longo prazo para aperfeiçoar as capacidades e motivações dos empregados a fim de torná-los futuros membros valiosos da organização. O desenvolvimento inclui não apenas o treinamento, mas também a carreira e outras experiências.

De acordo com Chiavenato (2008) existem diversos métodos que contribuem

para o desenvolvimento dos profissionais, tais como entre outros:

• Rotação de cargos: compreende uma rotação do indivíduo em processo vertical ou

horizontal, permitindo uma visão generalista dos processos;

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• Aprendizagem prática: o profissional passa a analisar e solucionar problemas em

projetos ou em setores distintos do seu.

• Participação em cursos e seminários: é uma forma de adquirir conhecimentos e

desenvolver habilidades críticas através de cursos e seminários.

• Centros de desenvolvimento internos: as pessoas são submetidas a exercícios

com o intuito de desenvolver e melhorar suas habilidades;

Existem também dois outros métodos de desenvolvimento que se dá fora do cargo:

a tutoria e o aconselhamento de funcionários. A tutoria propicia favorecimento a

colaboradores que almejam crescimento para nível elevado na organização. É um

processo em que alguém em um cargo elevado guia e orienta outro colaborador em

sua carreira. No processo de aconselhamento o gerente tem o papel de assessorar

os colaboradores em seu desempenho após diagnosticar algum problema

(CHIAVENATO, 2008).

Atualmente, os profissionais são os principais responsáveis por seu próprio

desenvolvimento e não mais as empresas. Diante da globalização, o profissional

sentiu a necessidade de se desenvolver assumindo uma postura pró-ativa,

planejando e investindo em sua própria carreira (MARRAS, 2001).

2.4.5 Processo de manter pessoas

O processo de manter pessoas é responsável pela segurança, higiene e

medicina do trabalho e tem como objetivo a prevenção de acidentes e ações que

visam à saúde do colaborador (MARRAS, 2001).

Os processos para a manutenção das pessoas são formulados para manter

os funcionários satisfeitos e motivados com a organização e para que sejam

garantidas as condições físicas, psicológicas e sociais contribuindo para a sua

permanência e comprometimento na empresa (CHIAVENATO, 2008).

A área de higiene e segurança no trabalho tem como sua responsabilidade a

higiene, a segurança e a medicina do trabalho prevenindo e corrigindo possíveis

ações que podem vir a causar acidentes de trabalho ou prejudicar a saúde do

funcionário. O foco principal desta área é zelar pela vida do funcionário mantendo o

processo de produção com o nível de produtividade adequado (MARRAS, 2001).

Os programas de segurança no trabalho são, em sua maioria, coordenados

pelo setor de RH que é responsável por programas de comunicação e treinamento

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abrangendo a segurança do trabalho em suas ações para com os funcionários.

Porém, é primordial a cooperação dos gerentes e supervisores neste processo

(BOHLANDER; SNELL; SHERMAN, 2003).

A segurança no trabalho tem seu foco voltado para prevenir e eliminar as

causas de acidentes no trabalho. O programa de prevenção a acidentes é um

trabalho de longo prazo, que visa orientar os funcionários para que se tornem

conscientes em preservar sua própria vida. Estes programas de prevenção a

acidentes têm como finalidade tanto o lado humano, com a preocupação voltada

para o indivíduo, quanto para o lado financeiro, buscando diminuir custo causado por

acidentes (MARRAS, 2001).

Para as empresas os programas de prevenção a acidentes de trabalho

agregam valor e possuem um custo muito mais baixo do que os custos que as

empresas têm em conseqüência dos acidentes, causando uma imagem positiva

perante os colaboradores e a sociedade (BOHLANDER; SNELL; SHERMAN, 2003).

Os acidentes podem ser causados, muitas vezes, em decorrência do grau de

aceleração nas linhas de produção, especialmente nas de série que com o

desenvolvimento de novas tecnologias estão cada vez mais aceleradas. Os

acidentes são atos involuntários e podem ser causados por condições inseguras,

situações inseguras ou por um ato inseguro(MARRAS, 2001).

Identificam-se dois tipos de acidente de trabalho: acidentes sem afastamento

que consiste em um acidente sem grandes danos, a pessoa que sofreu o acidente

continua desempenhando sua atividade após o acidente sem afastar-se da empresa.

E, o acidente com afastamento, o que não permite que a pessoa volte a trabalhar

provocando seu afastamento da empresa. Este tipo de afastamento é causado por

incapacidade temporária, incapacidade parcial ou permanente, incapacidade

permanente total e pelo acidente que leva a pessoa ao óbito (CHIAVENATO, 2008).

Para proteger os trabalhadores e prevenir acidentes de trabalhos são

utilizados os EPIs que significa equipamento de proteção individual. Estes

equipamentos são de uso obrigatório, previsto na legislação trabalhista, e devem ser

distribuídos pela empresa a seus empregados gratuitamente. Alguns exemplos de

EPI: capacete de segurança, luva de punho, capa, botas de cano médio, avental,

óculos de segurança, etc. As organizações também contam com a CIPA (Comissão

Interna de Prevenção de Acidentes) que possui a finalidade de fiscalizar as

condições de trabalho para prevenir os acidentes (MARRAS, 2001).

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A área de higiene do trabalho volta a sua atenção para o ambiente de

trabalho que contribui para a saúde física e mental. Programas de higiene do

trabalho envolvem o ambiente físico, o ambiente psicológico, aplicação de princípios

ergonômicos e a saúde ocupacional (CHIAVENATO, 2008).

A higiene e medicina do trabalho esta ligada com a saúde do colaborador, as

doenças causadas pelo trabalho. A área da saúde ocupacional trata de fatores

relacionados a ergonomia, insalubridade, toxicologia e controles clínicos. Desde

dezembro de 1994, passou a ser obrigatório para as organizações o Programa de

Controle Médico e Saúde Ocupacional executado por um médico com ou sem

vínculo empregatício com a empresa. O profissional da medicina do trabalho é

responsável por exames admissionais e demissionais, exames periódicos e de

retorno ao trabalho, exames complementares e de mudança de cargo (MARRAS,

2001).

Além de doenças e acidentes, o estresse também influência na saúde do

indivíduo. As causas do estresse no trabalho podem ter origens orgânicas ou

psíquicas e decorrem de inúmeros fatores como pressão, cobrança, desconfiança,

insatisfação pessoal ou profissional etc. Para a redução do estresse no ambiente de

trabalho é importante a colaboração dos gerentes de linha e dos especialistas em

RH (CHIAVENATO, 2008).

2.4.2.6 Processo de monitorar pessoas

São envolvidos nesse processo atividades para acompanhar e controlar as

atividades dos colaboradores através de manter um banco de dados com

informações sobre os trabalhadores, estipular critérios para execução de auditoria

relacionada às práticas de RH (CHIAVENATO, 1999).

Os sistemas de informação são utilizados pelas empresas através de um

terminal de computador, esses sistemas têm um importante papel, o de auxiliar

clientes, possibilitam a inscrição de pessoas para vagas de trabalho, e o acesso dos

funcionários as informações de seus interesses. A área de RH ainda utiliza de um

sistema de informação simples, mas vem evoluindo e se sofisticando

aceleradamente. O valor de um sistema de informação não consiste somente em

sua tecnologia, consistem nos princípios que ele foi desenvolvido (MILKOVICH,

BOUDREAU, 2000).

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O DRH exerce a função de projetar um sistema para coletar e obter dados

para sustentar um sistema de informação que contribua para a tomada de decisões

gerenciais. O sistema de monitoração acompanha os processos e atividades

realizadas na organização para garantir que os resultados sejam atingidos de

maneira adequada (CHIAVENATO, 2008).

A tecnologia está mudando a imagem da GRH – alterando os métodos de coletar informações de trabalho e emprego, acelerando o processamento desses dados e aperfeiçoando o processo de comunicação interna e externa. Devido a essas implicações, os gerentes de RH e de linha deveriam planejar conjuntamente sua implementação (BOHLANDER; SNELL; SHERMAN, 2003, p. 7).

É através de um banco de dados que se constrói um sistema de informação,

no banco de dados ficam armazenados e acumulados dados que após serem

analisados são transformados em informações. O RH utiliza o banco de dados para

armazenar dados de diferentes aspectos, tais como: cadastro dos funcionários,

cadastro de cargos, cadastro de seções, cadastro de remuneração e benefícios,

cadastro com dados para treinamentos, cadastro de currículos, cadastro da área da

saúde ocupacional e outros tipos de cadastros que condizem com a necessidade de

cada empresa (CHIAVENATO, 2008).

A empresa Souza Cruz, por exemplo, possibilita através de seu sistema de

informação que seus colaboradores tenham acesso online as informações de RH

pelo portal RH Online, o acesso pode ser efetivado por computadores que se

localizam espalhados pela organização (MASCARENHAS, 2008).

Existem programas de software que fazem a análise de cargos e, com isso,

consegue delinear e especificar os cargos. O investimento nesses sistemas

informatizados é alto, mas quando se trata de uma organização que possui muitos

cargos o investimento se torna compensador, pois, o benefício que traz para o RH é

imenso (BOHLANDER; SNELL; SHERMAN, 2003).

Os sistemas de informações possuem dentro da área de RH a finalidade de

minimizar custos e tempo para o processamento de informação e de fornecer

suporte online para a tomada de decisões dentro das organizações. O grau de

liberdade diante dos colaboradores para o acesso das informações dependerá da

cultura da empresa, em empresas conservadoras certas informações são restritas

somente para a ARH e em outras com estilo inovador permitem o acesso para todos

os colaboradores (CHIAVENATO, 2008).

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3 METODOLOGIA DA PESQUISA

A metodologia é a definição e a procura de caminhos para solucionar

problemas. A metodologia se destina em estudar e traçar caminhos para que as

demais pessoas possam utilizar de seus métodos já elaborados e testados

cientificamente (MAGALHÃES, 2005).

“Tanto os métodos quanto as técnicas devem adequar-se ao problema a ser

estudado, às hipóteses levantadas e que se queira confirmar, ao tipo de informantes

com que se vai entrar em contato” (MARCONI; LAKATOS, 1999, p. 33)

3.1 Tipologia da pesquisa

A técnica de abordagem da pesquisa é qualitativa, este tipo de método

permite que os objetivos da pesquisa sejam selecionados, é indicado para a

avaliação formativa, podendo aprimorar a eficácia da pesquisa (ROESCH, 1999).

As pesquisas qualitativas de acordo com Oliveira (2002, p. 117) proporcionam:

A facilidade de poder descrever a complexidade de uma determinada hipótese ou problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos experimentados por grupos sociais, apresentar contribuições no processo de mudança, criação ou formação de opinião de determinado grupo e permitir, em maior grau de profundidade, a interpretação das particularidades dos comportamentos ou atitudes dos indivíduos.

A pesquisa foi executada mediante estudo de caso, que se trata de um

método que aborda estudos de fatos atuais e permite grande maleabilidade na

análise dos resultados. O estudo de caso pode abordar vários métodos de coleta de

informações, pode ser exploratório, descritivo ou explanatório (Yin,1981 apud

ROESCH, 1999).

Para Yin (2001 apud Godoy, 2006, p. 120) o estudo de caso se caracteriza

como: “uma investigação empírica que investiga um fenômeno contemporâneo

dentro de seu contexto da vida real, especialmente quando os limites entre o

fenômeno e o contexto não estão claramente definidos”.

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3.2 Instrumento de pesquisa

As informações para a realização deste trabalho serão adquiridas através das

técnicas de pesquisa ação, pois o entrevistador possui a permissão para observar,

entrevistar com perguntas semi-estruturadas e na coleta de informações em

documentos.

Segundo Roesch (1999, p.156) a pesquisa-ação “permite o pesquisador

chegar perto dos dados e, portanto, desenvolver os componentes analíticos,

conceituais e categóricos de explicação”.

Uma das técnicas de coleta de dados da pesquisa qualitativa é a entrevista

que constitui no relacionamento entre duas pessoas, resultando na obtenção de

dados por uma das partes, mediante uma conversa de abrangência profissional

sobre um determinado contexto. “É um procedimento utilizado na investigação

social, para a coleta de dados ou para ajudar no diagnóstico ou no tratamento de um

problema social” (MARCONI; LAKATOS, 1999, p. 24).

A estruturação de uma entrevista qualitativa depende do interesse do

pesquisador, as perguntas abertas contribuem para que o pesquisador obtenha

respostas no que diz respeito às perspectivas dos entrevistados (ROESCH, 1999).

Nesta pesquisa será utilizado como método para levantamento de informações

sobre os processos de RH dos Supermercados Meschke Ltda, através de entrevista

semi-estruturada.

Outra técnica utilizada em pesquisas qualitativas é a observação participante

que pode ser aplicada de duas formas, de forma aberta e de forma encoberta. A

observação de forma aberta, que é o caso desta pesquisa, é executada pelo

pesquisador de maneira que todos estão cientes de sua pesquisa e ela é feita

mediante a autorização da empresa (ROESCH, 1999).

A técnica de observação permite ao pesquisador um contato mais direto com

a realidade em contexto, auxilia na identificação e obtenção de indícios de objetivos

que inconscientemente influenciam no comportamento dos indivíduos. A

observação exerce uma função relevante nos processos de descobertas de

informações (MARCONI; LAKATOS, 1999).

Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com as pessoas que fazem

parte do RH da empresa e com integrantes da diretoria.

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A observação participante foi feita pela acadêmica que observou e participou

dos processos de RH executados na empresa e buscou informações adicionais em

documentos da empresa.

3.3 Análise e apresentação dos dados

A análise das informações foi realizada a partir da análise de conteúdo

adquirido por entrevistas aplicadas, documentos apresentados e por observação

participante. A análise de conteúdo tem como base buscar relevância em palavras,

frases, ou parágrafos, podendo também buscar outra técnicas como métodos

estatísticos (ROESCH, 1999).

Após a análise dos dados e mediante conhecimentos adquiridos na

graduação e em pesquisas bibliografias, será elaborada a proposta para o

realinhamento das práticas de RH da empresa.

3.4 Limitação da pesquisa

Por se tratar de um estudo de caso, acaba-se analisando somente a visão de

uma empresa, limitando-se a outras percepções, como o comparativo entre as

práticas de RH utilizadas por seus concorrentes.

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4 RESULTADOS

4.1 Histórico e características de gestão da empresa Supermercado Meschke

O Supermercado Meschke teve seu início no ano de 1974 como uma

mercearia, fundada pelo Sr. Alcides Meschke e o Sr. Henrique Meschke, que

identificaram a necessidade e o local estratégico para abrir o seu negócio.

O crescimento da cidade vez com que a empresa também expandisse sua

estrutura. Apesar do movimento ainda ser sazonal, por se tratar de uma cidade

turística que recebe muitos visitantes na época de verão, o supermercado possui

movimento o ano inteiro, o que lhe proporciona condições de se manter e estar

sempre planejando um maior crescimento de sua estrutura.

Para satisfazer seus clientes, a empresa foca sua preocupação em

proporcionar um bom atendimento de modo a tratar seus clientes de maneira

atenciosa, proporciona um mix variado de produtos, dá ênfase em seus produtos de

açougue, padaria e horti-fruti que fazem com que seja um diferencial do

supermercado pela qualidade apresentada.

O Supermercado Meschke é uma empresa familiar, as decisões mais

relevantes são tomadas pelos diretores que são os proprietários. Os líderes de

setores possuem a liberdade de tomar decisões dentro do seu respectivo setor, no

entanto, se for alguma decisão relevante se faz necessário a aprovação dos

diretores.

A empresa tem em sua cultura estabelecer um relacionamento próximo entre

os proprietários e os demais funcionários, permitindo que aja liberdade de qualquer

funcionário poder se comunicar com a diretoria.

A empresa dispõe de um quadro de funcionários de 200 pessoas, 60

compõem a loja filial e 140 compõem a loja matriz. Ambas as lojas são atendidas

pelo mesmo setor de RH que tem sua estrutura localizada na loja matriz.

Atualmente, existe grande rotatividade de colaboradores na empresa. Em sua

maioria ocasionada por existir muitas pessoas que vem de outras regiões para

trabalhar e residir em Balneário Camboriú e por se tratar de uma cidade com um

custo de vida elevado, principalmente para quem paga aluguel, as pessoas acabam

retornando para as suas cidades de origem, deixando seu emprego. Outro fator que

ocasiona rotatividade é o fato de trabalhar aos finais de semana e feriados, alguns

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funcionários acabam deixando a empresa em busca de outro trabalho que lhe

proporcione folga aos finais de semana. Por fim, outros motivos adversos que estão

presentes em todas as empresas.

Apesar de existir grande rotatividade também existem funcionários que

trabalham na empresa há muitos anos e estes geralmente ocupam cargos de

liderança e participam de decisões sobre o setor de sua responsabilidade,

juntamente com a diretoria.

Atualmente, a empresa proporciona a seus funcionários, plano odontológico

conveniado com o sindicato, plano de saúde que é usado como bonificação por

tempo de empresa, onde os funcionários com menos de um ano de empresa tem a

participação integral no pagamento do plano, após um ano tem a participação de

50% e após dois anos de empresa ele é fornecido gratuitamente, sem nenhum custo

de mensalidade para o funcionário. Além disso, a empresa possui um prêmio

assiduidade que varia dependendo do cargo e oferece café da tarde gratuito para

todos colaboradores.

Sua estrutura hierárquica corresponde a Diretoria Geral, Financeiro,

Marketing, Recursos Humanos, Compras, Gerente Geral, Chefe de Loja, Líderes de

setor e cargos administrativos e operacionais.

A ARH do supermercado é composta por três pessoas, sendo uma delas a

proprietária, uma analista de RH e um encarregado de departamento pessoal.

Os cargos operacionais são compostos pelas seguintes funções: fiscal de

caixa, operadora de caixa, empacotador, recepcionista, fiscal de loja, aux. de

limpeza, repositor, atendente de bazar, balconista de padaria, padeiro, confeiteira,

açougueiro, motorista, conferente, encarregado de manutenção, cartazista e

estoquista.

O grau de escolaridade é exigido de acordo com o cargo ocupado, em cargos

operacionais que não lidam diretamente com o cliente o grau de instrução é baixo,

em outros cargos é necessário o ensino fundamental ou o ensino médio. Não existe

exigência por ensino superior, porém a empresa possui alguns funcionários que

estão cursando ou já formados na graduação.

O clima organizacional existente na empresa é de um ambiente cooperativo,

todos trabalham a fim de cumprir com suas obrigações colaborando com seus

colegas, não há motivo para criar um ambiente competitivo. Os colaboradores

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possuem perfis diversificados, alguns são mais conservadores e reservados e outros

são extremamente extrovertidos e comunicativos.

O Supermercado Meschke tem como valor atuar de maneira ética, respeitosa

e transparente com todos os seus stakeholders, isto inclui cumprir com suas

obrigações trabalhistas, cumprir com suas obrigações perante seus fornecedores e

procurar atender da melhor forma possível seus clientes buscando sempre satisfazer

suas necessidades.

4.2 Práticas de ARH do Supermercado Meschke Ltda

Sabendo que o grande diferencial das organizações são as pessoas que nela

trabalham é necessário que a política da ARH da empresa seja bem elaborada e

que atenda as necessidades organizacionais e de seus colaboradores.

A seguir, serão descritas as práticas utilizadas pela ARH do Supermercado

Meschke Ltda.

4.2.1 Descrições de cargos

Diante da pesquisa realizada, observou-se que o Supermercado Meschke não

apresenta descrição de seus cargos.

Para um melhor esclarecimento dos requisitos necessários para a ocupação

de cada cargo, sugere-se à elaboração da descrição dos cargos existentes na

empresa.

A estruturação das descrições dos cargos irá auxiliar em vários processos de

RH como no recrutamento, na seleção, no treinamento e desenvolvimento, na

remuneração e na avaliação de desempenho, de maneira a contribuir para tornar

cada processo mais ágil e eficiente. Além de auxiliar nestes processos, a descrição

de cargos também orienta os colaboradores em seu desempenho, descrevendo

suas atribuições e facilita ao gestor a análise do desempenho deste indivíduo.

Para a elaboração de descrição de cargos sugere-se aplicar um questionário

para um funcionário de cada cargo que execute a função, o ocupante do cargo irá

descrever suas atividades que serão analisadas pelo analista de RH. Sugere-se

também, aplicar o método de observação que seria realizado pelo analista de RH,

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onde este se deslocará até o local de trabalho do ocupante do cargo e ficará

observando as tarefas realizadas.

Segue abaixo, o modelo da proposta de descrição de cargo que poderá ser

utilizado pelo Supermercado Meschke Ltda.

Título do Cargo

Operador(a) de caixa

Sumário do Cargo

Responsável por registrar preços, emitir cupom fiscal, receber o pagamento das

compras e controlar o troco.

Descrição das atividades

Atende o cliente de forma adequada. Realiza o recebimento através de dinheiro,

cheque ou cartão de crédito e dá entrada destes recebimentos. Empacota as

compras registradas na ausência do auxiliar de caixa.

Relações

Reporta-se a fiscal de caixa.

Trabalha com o atendimento aos clientes. Relações com clientes, fiscais de caixa,

auxiliares de caixa e depto financeiro.

Qualificações

Escolaridade: 2º grau completo ou cursando.

Experiência profissional: 6 meses de experiência em caixa.

Requisitos: Simpatia, boa apresentação pessoal, raciocínio lógico, atenção, bom

relacionamento interpessoal, flexibilidade, agilidade e honestidade.

Responsabilidades

Responsável por numerários;

Responsável por registro de mercadorias corretamente;

Prestar um ótimo atendimento ao cliente, demonstrando interesse para ajudá-lo em

qualquer dúvida.

Quadro 3: Descrição de Cargo Fonte: Chiavenato (1999), adaptado pela a acadêmica.

A descrição de cargo após ser realizada, precisa estar sempre sendo revisada

e atualizada para que as informações contidas estejam alinhadas com as funções

desempenhadas acompanhando as mudanças que acontecem na organização.

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4.2.2 Avaliação de cargos

A partir da descrição de todos os cargos serão identificadas as competências

necessárias, ou seja, o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes

indispensáveis para a ocupação do cargo.

Para realizar a avaliação de cargos propõe-se formar um comitê com o

responsável pelo RH, com os membros da diretoria e com o gerente geral.

O comitê de avaliação tem em sua responsabilidade criar a hierarquia dos

cargos de maneira correta, manter critério padrão para a avaliação e garantir que a

avaliação seja aceita por pessoas de diversos departamentos da organização

(PONTES, 2000).

A proposta para a avaliação de cargos é utilizar o método por pontos, por ser

objetivo, de fácil aplicação e por proporcionar resultados de fácil aceitação entre os

colaboradores.

Sugere-se avaliar nos cargos: o grau de instrução necessário, a experiência,

a complexidade, as responsabilidades por erros/ numerários/ equipamentos/

matérias/ supervisão, esforço físico, mental e visual de acordo com cada cargo.

A avaliação dos cargos auxilia na organização de uma hierarquia de cargos

dentro do organograma da empresa, auxilia também na adequação salarial de cada

cargo, através de uma definição da estrutura de salário com base na avaliação e

hierarquia dos cargos.

4.2.3 Recrutamento, Seleção e Admissão

O processo de recrutamento tem a finalidade de atrair pessoas que possuem

interesse em fazer parte da organização. Este processo tem inicio a partir da

requisição de funcionário pelo setor requisitante, que deve informar o número de

vagas juntamente com os seus requisitos, sendo analisada qual a melhor forma de

recrutamento, o interno ou externo.

Após a implantação do processo de descrição e avaliação dos cargos o

processo de recrutamento e seleção serão beneficiados de maneira relevante.

Possuindo os requisitos necessários para o cargo será mais fácil definir o perfil

indicado para a organização e o processo de recrutamento e seleção se tornará

mais eficiente, buscando reduzir a rotatividade, que é muito alta neste segmento.

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O recrutamento o interno é feito quando a empresa identifica possíveis

candidatos que trabalham nela para ocuparem determinadas vagas. Há cargos que

somente são recrutadas pessoas que já trabalham na empresa, como por exemplo,

o cargo de fiscal de caixa.

No entanto, não existe processo de inscrição para o recrutamento interno. O

recrutamento interno, geralmente, é feito através da indicação dos candidatos pela

sua chefia ou pela decisão da diretoria que analisa o desempenho e a qualificação

do funcionário para ocupar determinado cargo. Muitas vezes, os funcionários

manifestam o interesse para o crescimento dentro da organização. Porém, a decisão

final sempre parte da diretoria.

Ao selecionar um candidato interno ele passa por um processo de experiência

e para a mudança de função se faz necessário uma nova consulta com o médico do

trabalho. Quando o colaborador não apresenta bom desempenho e adaptação em

seu novo cargo no período de experiência ele retorna a ocupar o cargo que já

exercia.

Ao se optar pelo recrutamento externo, é iniciada a busca por candidatos

através da triagem de currículos que são encaminhados ao setor de RH. Caso não

seja encontrado um perfil adequado a vaga é anunciada em um cartaz exposto na

porta de vidro na entrada do supermercado. Às vezes, também se pergunta aos

funcionários se não conhecem alguém que possa preencher a vaga.

Após recrutar algumas pessoas é executado o processo de seleção, em que o

candidato é submetido a uma entrevista, é feito uma analise de sua carteira de

trabalho para verificar sua permanência e o cargo ocupado nas empresas em que

trabalhou. Também, busca-se obter referências do candidato entrando em contato

com empresas onde ele já tenha trabalhado.

No momento em que o candidato é selecionado se faz necessário que este

providencie sua documentação para iniciar suas atividades na organização. A

empresa não possui a política de efetuar retorno para os candidatos que

participaram do processo seletivo e não foram selecionados.

Os documentos necessários para a admissão de funcionários são os

seguintes:

- Carteira Profissional;

- Cópia do Cartão do PIS;

- Cópia do RG;

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- Cópia do CPF;

- Cópia do Título Eleitoral;

- Cópia do Comprovante de residência atual;

- Cópia da Certidão de Nascimento, Casamento ou União Estável;

- Cópia da Certidão de Nascimento dos filhos menores de 14 anos;

- 1 fotos 3X4;

- Certidão Negativa de Antecedentes Criminais (maiores de 18 anos);

- Assinatura do responsável, quando se tratar de menores de 18 anos;

- Carteirinha de saúde;

- Exame admissional (encaminhado pela empresa).

Com os documentos apresentados à empresa, é feita a admissão do novo

colaborador que tem sua carteira assinada como contrato de experiência. Este

contrato possui tempo determinado por 30 dias, podendo ser prorrogado por mais 60

dias.

Nas primeiras semanas e antes de vencer o contrato de experiência o setor

de RH recebe do líder de setor um parecer oral sobre o desenvolvimento do novo

colaborador e sua assiduidade. Após as informações serem analisadas, estas são

repassadas ao colaborador elogiando seus pontos fortes e apontando e instruindo

seus pontos a melhorar.

Sugere-se à empresa a continuação dos dois tipos de recrutamento adotados

o interno e o externo.

Para o recrutamento interno sugere-se uma modificação no processo.

Propõe-se que a área de RH divulgue a vaga disponível com seus requisitos bem

especificados, em um mural localizado no refeitório do estabelecimento, no local

existe a circulação de todos os colaboradores a fim de expor a vaga ao

conhecimento de todos os interessados.

Após a divulgação da vaga as pessoas interessadas deverão inscrever-se no

setor de RH para o processo de seleção dentro do prazo anunciado.

A oportunidade para todas as pessoas, que possuem interesse e preencham

os requisitos do cargo em aberto, participarem do processo seletivo será estimulante

para os funcionários e criará menos insatisfação na promoção de um dos membros

da equipe.

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Para isso, é de suma importância que a exposição dos requisitos do cargo

seja feita de maneira clara e objetiva, excluindo pessoas que não possuam as

qualificações necessárias sejam recrutadas para o processo de seleção interna.

No processo de seleção feito através do recrutamento interno será analisado

pela ARH, juntamente com o líder de setor, o currículo, o desempenho, as aptidões

dos candidatos, o histórico do funcionário na organização (assiduidade,

comprometimento) e uma entrevista semi-estruturada, para que o processo aborde

um caráter satisfatório, selecionando o candidato mais indicado para o cargo.

Para o recrutamento externo, a sugestão feita será a ampliação dos métodos

de recrutamento. Ou seja, utilizar mais fontes para a captação de pessoas,

anunciando as vagas existentes em jornais e em programas de rádio que possuem o

espaço de “Bolsa de empregos” disponibilizando os requisitos necessários a fim de

atrair somente o público alvo. Também poderá ser criado um e.mail para que os

interessados enviem seu currículo para o setor de RH da empresa.

O processo de seleção de candidatos externos se iniciará pela triagem de

currículos visando o preenchimento dos requisitos do cargo e o perfil desejado pela

empresa, seguido de entrevista semi-estruturada que será executada pelo RH, que

encaminhará os candidatos aprovados para uma entrevista com seu superior

hierárquico.

Vale salientar que, na seleção é importante analisar aspectos

comportamentais do candidato, porque o conhecimento poderá ser adquirido por

treinamentos e pela prática, no entanto, as atitudes são características individuais e,

por isso, mais difíceis de serem mudadas (ALMEIDA, 2004).

Para reduzir o risco de erros na avaliação do perfil do candidato, sugere-se a

aplicação de testes psicológicos que identifiquem as características exigidas pela

empresa. A aplicação de testes psicológicos é feita por psicólogos, não podendo ser

aplicados por outros profissionais.

Após este processo será feita a escolha do candidato e se dará início ao

processo de admissão.

Um processo de recrutamento e seleção bem realizado visando buscar

candidatos com o perfil esperado pela empresa pode proporcionar resultados

significantes como a queda da rotatividade e a melhor adequação dos profissionais a

cultura da empresa.

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4.2.4 Integração, Treinamento e Desenvolvimento

O processo de integração tem como objetivo socializar o novo funcionário

com a empresa e o ambiente de trabalho. Após a admissão, em seu primeiro dia de

trabalho, o novo funcionário passa por um breve processo de socialização com a

empresa.

O Supermercado Meschke possui em sua prática no programa de integração,

a comunicação do regimento interno (normas), a apresentação da estrutura física da

empresa e a apresentação de algumas lideranças e outros funcionários para quem

está iniciando.

Com o líder de setor fica a responsabilidade de passar as normas de cada

setor que possuem suas peculiaridades.

A proposta seria complementar este programa. Para iniciar o processo seria

executada uma dinâmica, para que todos os participantes se apresentem e para que

aja uma “quebra de gelo”, pois geralmente estão ansiosos e apreensivos, em

seguida apresentar um pouco da história e a cultura da empresa e por fim

complementar com o que já vem sendo feito.

O conhecimento da história e da cultura da organização é importante, pois

causa um sentimento de aproximação, um envolvimento entre a empresa e o

colaborador.

Após esta etapa sugere-se que o responsável pelo setor faça uma integração

nas atividades que devem ser desenvolvidas pelo novo funcionário.

Atualmente, ao iniciar suas atividades o novo colaborador recebe treinamento

relacionado às tarefas executadas em seu cargo. O tempo de duração do

treinamento é definido pelo líder do setor e quem fornece o treinamento são seus

colegas de trabalho com mais tempo de empresa que desempenham a mesma

função.

Quando um colaborador muda de função ele também recebe o treinamento

para executar suas tarefas em seu novo cargo por um funcionário mais experiente.

O treinamento é o processo essencial para que o colaborador possa

desempenhar sua função. Assim que o indivíduo é encaminhado para determinado

cargo verifica-se a necessidade de treinamento. Porém, o treinamento não é apenas

uma ferramenta só para iniciar as atividades e sim deve ser um processo contínuo

para que as técnicas sejam sempre aprimoradas.

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Para iniciar um programa de treinamento é indispensável identificar as

necessidades existentes para o exercício de cada cargo. Para isso, buscam-se

informações nos setores específicos para poder elaborar o tipo de treinamento a ser

realizado e atingir bons resultados, elevando o desempenho das funções exercidas.

Com o desenho dos cargos poderá ser avaliado o conhecimento de cada

funcionário. A partir desta análise poderá ser sugerido um programa de treinamento

relacionado ao desempenho dos cargos.

Além do treinamento relacionado com o desempenho das funções, sugere-se

levantar as necessidades de treinamentos comportamentais.

Sugere-se a aplicação de três tipos de treinamento: no trabalho, formal

interno e o formal externo.

O treinamento no trabalho já vem sendo realizado. Porém, a proposta é

instruir melhor as pessoas que proporcionam este tipo de treinamento, fazendo com

que participem de um processo de reciclagem contínuo, para que atuem de maneira

mais adequada, visando otimizar tempo.

No que diz respeito ao treinamento formal interno é proposto à realização de

palestras e encontros contínuos, realizados na própria empresa, visando o

aperfeiçoamento dos colaboradores na execução de suas atividades, buscando

aprimorar o atendimento prestado.

Para desenvolver o treinamento formal externo é proposto participar com

maior atuação em palestras envolvendo assuntos da área, realizadas pela CDL de

Balneário Camboriú, sendo que a empresa já possui convênio com esta.

Funcionários bem treinados desempenham de maneira mais eficiente suas

funções e se adéquam melhor em seus cargos, isto faz com que aumente seu nível

de contribuição a fim de atingir os resultados esperados pela empresa.

4.2.5 Avaliação de Desempenho

A empresa não possui um programa para a avaliação de desempenho.

Somente são repassados aos colaboradores feedback do setor de RH ou de seus

líderes de acordo com o seu desempenho. É executado não tendo uma

periodicidade estipulada e não é padronizado.

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A avaliação de desempenho tem como objetivo analisar a atuação do

colaborador em sua função, ela permite que sejam identificados vários problemas

como necessidade de treinamento, interação com a equipe, baixa produtividade.

Diante de uma avaliação de desempenho é o momento certo para fornecer

um feedback verdadeiro, claro e objetivo para o funcionário que está sendo avaliado,

assim, fazendo a análise dos pontos fortes e dos pontos a melhorar.

Considerando que o Supermercado Meschke possui uma equipe com muitos

membros e de um grau de escolaridade não muito elevado, será proposto para a

avaliação de desempenho o método de Listas de Verificação. Sua escolha foi

realizada por se tratar de um método simples de ser compreendido e de fácil

aplicação. Segue abaixo o modelo:

Avaliação de Desempenho

Nome:

Cargo:

Departamento:

Áreas de desempenho 1 2 3 4 5 Áreas de desempenho 1 2 3 4 5

Habilidades para decidir Iniciativa pessoal

Aceita mudanças Suporta tensão e pressão

Aceita direção Conhecimento do trabalho

Aceita Responsabilidade Liderança

Atitude Interesse

Atendimento às regras Qualidade do trabalho

Cooperação Práticas de segurança

Autonomia Planejamento e organização

Atenção Cuidado com o patrimônio Quadro 4: Método de Avaliação de desempenho por Lista de Verificação Fonte: Chiavenato (1999)

A avaliação de desempenho será realizada de maneira individual pelo Líder

de setor para cada membro da equipe, recebendo orientação da ARH e o feedback

será feito pela ARH para cada funcionário.

A avaliação de desempenho para se tornar eficaz precisa ser considerada

confiável e cumprir com uma periodicidade estipulada. O período proposto para a

avaliação será ao vencer o contrato de experiência, ao completar 6 meses, e depois

semestralmente e será realizado com todos os colaboradores.

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4.2.6 Remuneração, Benefícios e Incentivos

O processo de remuneração destina-se ao objetivo de recompensar pessoas

pelo trabalho prestado. Isto se concretiza pelo pagamento do salário, por benefícios

e incentivos oferecidos pela organização.

O processo de remuneração é realizado de acordo com o piso salarial

imposto pelo sindicato do comércio de Balneário Camboriú e recebe reajuste anual

no mês de agosto. Embora seja permitido utilizar banco de horas para horas extras,

a empresa opta por pagá-las aos funcionários.

O salário é pago até o quinto dia útil do mês, como determina a legislação, e o

valor é definido de acordo com o cargo exercido.

Para gratificar os funcionários de maneira justa e assim os estimular, será

proposta à empresa um programa de aumento salarial de acordo com a atuação de

cada colaborador, analisada através da avaliação de desempenho, além do aumento

anual proposto pelo sindicato.

A sugestão é realizar um estudo mais aprofundado para propor uma política

mais adequada à realidade da empresa.

A empresa também oferece além dos benefícios compulsórios, alguns

benefícios espontâneos e incentivos aos seus colaboradores, são esses:

Plano de saúde – Unimed: o plano de saúde é oferecido para todos os

colaboradores, porém de maneira diferenciada, além de ser um benefício pode ser

considerado como um incentivo para que o colaborador permaneça na empresa, até

1 ano de empresa o colaborador participa de forma integral no pagamento de seu

plano, a partir de 1 ano a empresa participa pagando 50% do plano, após 2 anos de

empresa o colaborador recebe seu plano de saúde gratuitamente e tem participação

somente no pagamento dos serviços que utilizam;

Convênio compras: todo funcionário com mais de trinta dias de empresa pode

utilizar deste benefício. O convênio compras permite que o colaborador faça suas

compras e será descontado somente no próximo pagamento de seu salário e

proporciona um desconto de 5% no preço das mercadorias. Este desconto é

revertido em um vale compras recebido no mês seguinte junto com sua folha de

pagamento;

Vale lojinha: permite que os funcionários (após o período de experiência)

parcelem suas compras da linha cama, mesa e banho em duas vezes;

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Convênio odontológico: este convênio é um benefício concedido em parceria

entre o sindicato dos empregados com a empresa, possui um custo de R$12,00

mensais e é descontado em folha;

Prêmio assiduidade: o prêmio assiduidade é concedido para os funcionários a

partir do segundo mês de trabalho. O valor é estipulado de acordo com o cargo e

além da assiduidade é levado em conta o cumprimento das normas da empresa.

Este prêmio pode ser considerado como um incentivo para que os funcionários

criem um comprometimento com a empresa;

Refeitório: a empresa oferece café da manhã para os funcionários que iniciam

suas atividades até as 7:00 e café da tarde para todos os funcionários sem nenhum

custo.

Na parte de benefícios e incentivos optou-se por continuar com a política já

existente, de modo que a empresa já concede vários benefícios espontâneos.

Dentre os benefícios os mais relevantes são o plano de saúde e o prêmio

assiduidade.

4.2.7 Segurança, Higiene e Medicina do trabalho

A empresa atende a determinação legal de constituir a CIPA (Comissão

Interna de Prevenção a Acidentes) e os funcionários que a compõem possuem a

função de orientar os demais funcionários sobre a segurança e a prevenção a

acidentes e fiscalizar o uso de EPIs.

São utilizados como equipamentos de proteção individual botas, jaqueta

térmica e luvas de aço, usados pelos açougueiros.

Em relação a medicina do trabalho a empresa utiliza de serviços terceirizados

de um médico do trabalho que executa exames admissionais, demissionais,

periódicos e para mudança de função.

No que diz respeito a Higiene e Segurança do trabalho, sugere-se que a

comissão de funcionários que integra a CIPA atue de maneira mais rigorosa,

fiscalizando o uso dos EPIs (equipamento de proteção individual), calçados

adequados e a ergonomia proporcionando maior apoio para a ARH.

Na medicina do trabalho é conveniente continuar com este setor sendo

terceirizado, considerando seu custo X benefício.

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4.2.8 Descrição do Processo do Departamento de Pessoal

Todos os processos de departamento de pessoal são realizados pelo ARH da

empresa. Para esta função existe um funcionário que é o encarregado de

departamento de pessoal que executa os processos de registro de empregados,

cadastro de PIS, cálculos e preenchimento de guias como: GPS, FGTS, IR, cálculo

de contribuições confederativas / assistenciais, elaboração da folha de pagamento,

férias, décimo terceiro salário e rescisões.

4.2.9 Resumo das propostas para o Realinhamento das Práticas de Recursos

Humanos do Supermercado Meschke Ltda

As propostas para o Realinhamento das Práticas de Recursos Humanos

estão resumidas no quadro 5:

Atualmente Proposta

Descrição e Avaliação de Cargos

• Não existe descrição de cargos.

Descrição e Avaliação de Cargos

• Elaborar a descrição de cargos;

• Avaliação de cargos por método de pontos.

• O processo visa auxiliar as outras práticas: recrutamento

e seleção, treinamento e desenvolvimento, na

remuneração e na avaliação de desempenho.

• Orienta o desempenho dos colaboradores e gestores.

Recrutamento interno

• Realizado por indicação da chefia;

• Observação do desempenho;

• Não é divulgada a vaga para os

colaboradores.

Recrutamento interno

• Divulgação das vagas com seus requisitos bem

especificados para todos os colaboradores, em um mural

no refeitório;

• Inscrição dos interessados no RH;

• Realizar processo seletivo.

Recrutamento externo

• Exposição das vagas em um cartaz

na porta do Supermercado;

• Encaminhamento e indicação de

currículos ao RH.

Recrutamento externo

• Ampliar suas fontes colocando anúncios em jornais e

rádio;

• Disponibilizar os requisitos necessários;

• Criar um e.mail para envio de currículos.

Seleção

• Triagem de currículos;

• Entrevista;

• Baseia-se na experiência

Seleção

• Entrevista semi-estruturada pelo RH e pelo superior

hierárquico;

• Foco em aspectos comportamentais;

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profissional e tempo de permanência

nas empresas.

• Aplicação de testes psicológicos para identificar o perfil do

candidato.

Atualmente Proposta

Integração

• Apresentação das normas e

estrutura física da empresa.

Integração

• Realizar uma dinâmica de apresentação pessoal entre os

novos colaboradores;

• Apresentar o histórico e a cultura da empresa;

• Apresentação das normas e estrutura física da empresa.

Avaliação de Desempenho

• Não existe programa de avaliação

de desempenho.

Avaliação de Desempenho

• Criar um programa de avaliação de desempenho,

indicando o método por Lista de Verificação;

• Realizar feedback com os colaboradores.

Política salarial

• O programa de remuneração é

baseado no piso salarial do sindicato;

• Recebe reajuste anual

Política salarial

• Continuar com a prática existente;

• Elaborar um programa de aumento salarial de acordo com

o desempenho do colaborador.

Benefícios e Incentivos

• Plano de Saúde;

• Convênio Odontológico;

• Convênio Compras;

• Vale Lojinha;

• Prêmio Assiduidade;

• Refeitório.

Benefícios e Incentivos

•Manter a política existente

Treinamento e Desenvolvimento

• Treinamento básico para exercer as

tarefas relacionadas ao cargo

ocupado.

Treinamento e Desenvolvimento

• Levantar as necessidades de treinamento;

• Sugere-se três tipos de treinamento:

• Treinamento no trabalho;

• Treinamento formal interno;

• Treinamento formal externo.

Segurança, Higiene e Medicina no

Trabalho

• Possue a CIPA (Comissão Interna

de Prevenção a Acidentes);

• Uso de EPIs;

• Medicina do trabalho terceirizada.

Segurança, Higiene e Medicina no Trabalho

• Atuação da CIPA com maior rigor na fiscalização no uso

de EPIs e na ergonomia, prestando maior apoio para o RH;

• Continuar com a Medicina do trabalho terceirizada.

Quadro 5: Práticas atuais e proposta para a ARH do Supermercado Meschke Fonte: Elaborado pela acadêmica

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A concorrência no ramo supermercadista vem crescendo de maneira rápida e

agressiva, acompanhando o desenvolvimento de Balneário Camboriú. Grandes

redes de supermercado estão instalando suas lojas na cidade, que apresentam

estrutura ampla e moderna. Cabe então, investir em um diferencial competitivo que

são os serviços prestados pelas pessoas (atendimento), elevando o nível da

qualidade de seus colaboradores.

Pessoas motivadas, treinadas, satisfeitas com a organização em que

trabalham possuem um desempenho melhor de suas atividades, podendo criar uma

grande vantagem com relação a seus concorrentes, desenvolvendo seu quadro de

funcionários para elevar o nível de atendimento prestado a seus clientes. Para isso,

se faz necessário atualizar as práticas de RH utilizadas, visando atender de maneira

mais completa as necessidades da organização e de seus colaboradores.

Este trabalho tem como objetivo geral elaborar uma proposta para o

realinhamento das práticas de Recursos Humanos para o Supermercado Meschke

Ltda de acordo com práticas atuais realizadas pela área de Recursos Humanos.

Percorreram-se algumas etapas, denominadas de objetivos específicos, para

poder alcançar o objetivo geral deste trabalho. Como primeiro objetivo específico, foi

levantado aspectos do histórico e características da gestão da empresa. Pode-se

observar que a organização se caracteriza como uma empresa familiar e suas

principais decisões são tomadas pelos diretores (proprietários), o clima é de

cooperação e cultiva-se o espírito de trabalho em equipe. Existe uma grande

preocupação em prestar um bom atendimento ao cliente e observa-se que é

predominante o respeito por todos os seus colaboradores, atuando com

transparência e honestidade e esperando destes uma atitude recíproca.

O segundo objetivo específico deste trabalho foi descrever as práticas atuais

da ARH, como o recrutamento interno e externo, o processo de seleção, admissão

de pessoal, o processo de integração, treinamento e desenvolvimento e a descrição

do processo de departamento de pessoal da empresa.

Para atingir o terceiro objetivo específico, apresentou-se uma proposta de

readequação das práticas de Recursos Humanos para a empresa, destacando-se: a

elaboração de um programa de descrição de cargos que irá auxiliar em todos os

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demais processos, a ampliação de suas práticas no recrutamento interno e externo e

no processo de seleção, melhorar o processo de integração, treinamento e

desenvolvimento e a elaboração de um programa de avaliação de desempenho com

um modelo proposto.

A proposta de readequação das práticas de RH visa contribuir para uma

diminuição da rotatividade, tendo em vista uma melhor colocação e desempenho

dos colaboradores, através da descrição de cargos, uma melhora na motivação e no

comprometimento, buscando uma atuação eficaz da ARH dentro da organização.

Entende-se que, a aplicação destas políticas possa melhorar a qualificação dos

profissionais da empresa e conseqüentemente melhorar o nível dos serviços

prestados pelo Supermercado Meschke.

O fator limitante deste trabalho foi que a pesquisa teve aplicação somente no

âmbito interno da organização, restringindo ou outras práticas organizacionais e teve

como foco de pesquisa somente o departamento de RH, juntamente com a diretoria

da empresa, não aplicando a pesquisa aos demais funcionários.

Sugere-se ao Supermercado Meschke Ltda a implementação das sugestões

deste trabalho adequando aspectos não considerados no estudo, efetuar uma

análise mais aprofundada dos subsistemas da ARH para que seus processos sejam

melhorados e aperfeiçoados de maneira continua.

Outra sugestão é aplicar uma pesquisa buscando comparativos com as

práticas de RH utilizadas por seus concorrentes alinhados ao seu segmento.

No contexto acadêmico, sugerem-se estudos semelhantes fazendo

comparativos de práticas de ARH em outras organizações.

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APÊNDECES

APÊNDECE A Questionário para levantamento de informações da Gestão de Recursos Humanos

do Supermercado Meschke Ltda:

Descreva o tipo de Negócio da empresa:

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Quais os principais aspectos relacionados à gestão da empresa atualmente?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Como são tomadas as decisões na empresa?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Quais são as características predominantes da empresa?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Quais os valores que são praticados na empresa?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Como funciona atualmente a Gestão de Recursos Humanos da Empresa?

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___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Qual a estrutura da área de RH atualmente?

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___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Como são tomadas as decisões com relação à gestão de RH na empresa?

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A empresa possui sistema de adequação de cargos?

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Como é realizado o processo de Recrutamento?

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___________________________________________________________________

Como é o sistema atual de seleção? Como funciona a adequação dos testes?

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Como é realizado o processo de admissão de pessoas?

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___________________________________________________________________

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Como funciona o sistema de salários, benefícios e incentivos?

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___________________________________________________________________

Depois de admitido, como é feito o acompanhamento dos funcionários?

___________________________________________________________________

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___________________________________________________________________

Existe um programa de avaliação de desempenho e como funciona?

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___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Como funciona o treinamento dos colaboradores?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Quais os principais atrativos para as pessoas permanecerem na empresa?

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___________________________________________________________________

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Quais os motivos que as pessoas se desligam da empresa?

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Por que a pessoas se mantém empregadas na empresa?

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Outras considerações sobre gestão de pessoas e seus processos na empresa?

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