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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO … TC SI… · reprovado na prova física para o referido...

Date post: 06-Oct-2018
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA EFEITOS DE UM PROGRAMA DE TREINAMENTO FÍSICO ALTERNATIVO SOBRE O PERCENTUAL DE GORDURA CORPORAL EM BOMBEIROS OBESOS DO ESTADO DE MATO GROSSO SILVIO BERNARDES DOS SANTOS CUIABÁ, MT 2006
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA

EFEITOS DE UM PROGRAMA DE TREINAMENTO FÍSICO ALTERNATIVO

SOBRE O PERCENTUAL DE GORDURA CORPORAL EM BOMBEIROS

OBESOS DO ESTADO DE MATO GROSSO

SILVIO BERNARDES DOS SANTOS

CUIABÁ, MT

2006

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA

EFEITOS DE UM PROGRAMA DE TREINAMENTO FÍSICO ALTERNATIVO

SOBRE O PERCENTUAL DE GORDURA CORPORAL EM BOMBEIROS

OBESOS DO ESTADO DE MATO GROSSO

SILVIO BERNARDES DOS SANTOS

Orientador: Prof. Dr. GUSTAVO PUGGINA ROGATTO

Monografia apresentada à Faculdade de Educação Física do Campus de Cuiabá, Universidade Federal de Mato Grosso, como parte dos requisitos para aprovação na disciplina Metodologia da Pesquisa II e obtenção do titulo de Licenciado em Educação Física.

CUIABÁ, MT

2006

AGRADECIMENTOS

A Deus A minha esposa, Tatiana Aos meus filhos, Murilo e Marcello Aos meus pais e minha Vó (in memorian)

RESUMO O objetivo do referente estudo foi avaliar na prática o efeito de um programa alternativo de treinamento físico, através de atividades periodizada durante um período de 04 semanas, aplicado no Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso, em sua área metropolitana; comparando com as atividades físicas habituais que estão sendo aplicadas atualmente na Corporação, sobre os indicadores da composição corporal em indivíduos do gênero masculino. Sendo um grupo de 20 bombeiros voluntários com idades entre 20 a 50 anos, que foram divididos em dois grupos: Grupo-Experimental (GE) e Grupo-Controle (GC). Onde os participantes do GE realizaram o treinamento durante este período, com uma freqüência de três vezes semanais, em atividades aeróbicas, praticando natação, corrida e caminhada e o GC não se envolveu em nenhum tipo de atividade física sistematizada nesse período, apenas na pratica desportiva habitual (futebol de campo), sem nenhum acompanhamento regular. A avaliação antropométrica (peso, dobras cutâneas), foi coletada em ambos os grupos antes e após o período de intervenção. Somente no GE foi observada uma diminuição insignificante na média do percentual de gordura corporal relativa, que conseqüentemente corresponde a uma redução de gordura corporal absoluta e um aumento de massa corporal magra, não acarretando uma diferença estatisticamente significativa (p≥0,05) na comparação dentro de cada grupo (pré e pós-teste) e na comparação entre os grupos (GE e GC).Entretanto, no grupo controle não foi encontrado diferença. Demonstrando que o treinamento periodizado, aplicado e acompanhado de acordo com os preâmbulos da Educação Física, respeitando a intensidade e o tempo de aplicação do treinamento, haverá um direcionamento de outros estudos no sentido da melhora e da sua real aplicação.

Palavras - chave: Composição corporal, Treinamento Físico, Militar, Obesidade.

SUMÁRIO

Página

1. INTRODUÇÃO................................................................................................. 01

2. REVISÃO DA LITERATURA........................................................................... 03

2.1. A Educação Física Militar....................................................................... 03

2.2. O treinamento físico militar no Corpo de Bombeiros de Mato

Grosso.................................................................................................................

04

2.3. A obesidade............................................................................................. 04

2.4. Definição de obesidade e sobrepeso.................................................... 05

2.5. A atividade física..................................................................................... 05

2.6. Técnicas para determinação da gordura corporal............................... 06

2.7. Exercícios apropriados para o combate à obesidade......................... 06

2.8. Diferença entre atividade física, exercício físico e esporte................ 08

2.9. Planejamento de um programa de exercício........................................ 08

3. OBJETIVO....................................................................................................... 10

4. JUSTIFICATIVA............................................................................................... 11

5. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS........................................................ 12

5.1 – Participantes.......................................................................................... 12

5.2 – Materiais................................................................................................. 12

5.2.1. Para o pré e pós-teste...................................................................... 12

5.2.2. para a coleta de dados (aplicação dos treinamentos).................. 12

5.3 – Procedimentos metodológicos e analise dos dados......................... 12

6. RESULTADOS................................................................................................. 15

7. DISCUSSÃO.................................................................................................... 16

8. CONCLUSÃO.................................................................................................. 18

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................ 19

ANEXOS.............................................................................................................. 21

1. INTRODUÇÃO

A carreira militar exige de seus profissionais uma condição física

mínima, suficiente para o desempenho de funções específicas, fazendo com que

os integrantes que optaram por esta profissão, precisem manter a saúde e a forma

física constantemente. A composição corporal tem sido usada como parâmetro

para vários segmentos da atividade física, saúde e desempenho profissional e é

de suma importância que seja avaliada e acompanhada regularmente.

Nos últimos anos tem havido um enorme desprezo pela atividade física

no Corpo de Bombeiros de Mato Grosso; surge então, uma preocupação com o

desempenho dos seus integrantes nos Testes de Aptidão Física aplicados na

Corporação, onde os resultados das últimas provas mostraram que a realidade

está aquém do satisfatório (ATA FINAL-CONCURSO CFC/06-CBM/MT,2005).

Notando-se claramente que algo está errado e que atitudes devem ser tomadas

para evitar problemas maiores, tanto para a população assistida, quanto para o

próprio bombeiro; faz-se necessária uma intervenção, implementando programas

de atividades físicas dentro do hall de atividades dos membros da Corporação.

No último concurso interno para a função de Cabos na Corporação, fora

percebido que aproximadamente, um terço do efetivo de soldados concorrentes foi

reprovado na prova física para o referido curso, sabendo que, outros fatores

aliados determinam estes resultados negativos, como a alimentação regrada,

interesse particular na prática da atividade física, doenças pré-existentes, dentre

outros. Esse estudo focalizou-se num treinamento físico alternativo para os

bombeiros obesos e pré-obesos que foram reprovados neste citado teste, tendo

então um acompanhamento físico pré-determinado, observando suas

desenvolturas e chegando ao final do período de observação com um nível de

condicionamento físico aceitável.

Um dos padrões exigidos na Portaria que regula a Educação Física

dentro da Instituição, é a quantidade de gordura corporal para o militar. Entretanto,

existe por parte de alguns bombeiros, uma grande dificuldade na manutenção da

percentagem de gordura aceitável para estes padrões, em virtude da falta de uma

adequada mensuração desse parâmetro e de uma verificação mais detalhada dos

treinamentos aplicados. Essas Informações associadas ao acompanhamento das

suas performances são de fundamental importância na orientação dos programas

de controle do peso corporal e ao nivelamento dos padrões desejáveis.

2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1. A Educação Física Militar.

Segundo (MARINHO, 1980), a primeira turma formada em 1929, pelo

então Centro Militar de Educação Física, integrou oficiais instrutores, monitores,

médicos militares e professores civis. Estes professores civis foram os

responsáveis por difundir a Educação Física pelo Brasil e, certamente, o

conhecimento adquirido na Escola de Educação Física do Exército gerou não

somente influências regionais, como nacionais. Desde esta primeira turma de

formação, os cursos universitários de Educação Física têm sofrido modificações

em função do avanço tecnológico da educação, adaptando-se aos condicionantes

sócio-político do país e a todos os processos evolutivos que a ciência da

Educação Física proporcionou. A reforma educativa na área da Educação Física

universitária não deve ser executada, somente pela necessidade de se adotar um

processo educativo distinto do anterior, mas também, para formar professores,

para atender às novas demandas do sistema e da legislação educativa em vigor,

assim como, das carências profissionais da sociedade. Observa-se então que a

escola militar exerceu forte influência no processo de elaboração do currículo

em Educação Física no Brasil. Estes currículos universitários, aos poucos, foram

eliminando o caráter militar e passaram a adotar uma postura mais apropriada ao

seu contexto educacional, reforçando a posição da Escola Militar como agente

disseminador da Educação Física nacional.

2.2. O treinamento físico militar no Corpo de Bombeiros de Mato Grosso.

Segundo (TAVARES, 2004) em Ata Final do concurso para o Curso de

Formação de Cabos do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Mato Grosso,

verificou-se que um terço do efetivo de soldados foi reprovado no teste físico nas

diversas provas a que foram submetidos, tal fato demonstra que não há uma

preparação física apropriada nos quartéis e/ou os treinamentos físicos aplicados

não estão correspondendo as expectativas da Instituição, pois além do

desinteresse dos próprios militares na prática efetiva e condizente do treinamento

físico, não há incentivo por parte dos oficiais gestores da tropa no incentivo da

prática propriamente dita.

2.3. A obesidade.

A obesidade para (MCARDLE; KATCH, 1996:387) é um distúrbio

relacionado com numerosos fatores que desequilibram o balanço energético na

direção do ganho de peso. É definida em termos de quantidade excessiva da

gordura corporal relativa. Os padrões de excesso de gordura em homens é de

20% da gordura corporal e nas mulheres de 30%. Existindo ainda, vários fatores

que causam a obesidade, dentre eles se destaca: Padrões alimentares,

Sedentarismo, Estresse, Influências Genéticas, Influências Sociais e

Medicamentos. A facilidade da vida moderna não permite que o homem coma e

gaste a energia que consome, gerando o sedentarismo e a obesidade. Diversas

pesquisas apontam que quanto mais os países se desenvolvem mais as pessoas

vão se tornando obesas. O objetivo de seu estudo é mostrar como o excesso de

peso, alimentação incorreta, falta de exercícios podem prejudicar o ser humano.

Para (MCARDLE; KATCH, 1996) quando o número de calorias ingeridas

como alimento excede as necessidades energéticas diárias, temos acúmulo das

calorias em excesso como gordura do tecido adiposo. Para prevenir um aumento

da massa corporal e da gordura corporal devido a um programa de controle

ponderal eficiente deve estabelecer o equilíbrio entre a “entrada” e a “saída” de

energia.

Exercício aeróbico aliado a uma ingestão reduzida de alimentos aumenta

a perda de gordura e conserva a massa magra, além de regular a pressão arterial,

o colesterol e o metabolismo mais eficiente dos carboidratos. Uma abordagem

dietética para perder peso deve proporcionar uma dieta bem balanceada, contento

todos os nutrientes essenciais. Durante a perda de peso a redução inicial da

massa corporal ocorre principalmente por perda de água e alguma depleção das

reservas de carboidratos.

2.4. Definição de obesidade e sobrepeso

De acordo com (Bouchard,2003:7) Apesar de haver relação entre

obesidade e sobrepeso, é importante diferenciar esses dois termos que, muitas

vezes, são usados como sinônimos, de forma errônea. A obesidade é o acúmulo

excessivo de energia, armazenamento sob forma de gordura no organismo,

comprometendo a saúde do individuo, enquanto o sobrepeso é o aumento

excessivo do peso corporal em relação a altura. Levando-se em consideração

essas diferenças, é importante destacar que é possível reduzir o percentual de

gordura corporal, sem que ocorra uma diminuição do peso corporal, em função do

aumento da massa muscular decorrente do exercício físico.

2.5. A atividade física

Segundo (NAHAS, 1999) a atividade física regular é importante na

prevenção de diversas doenças e representa um fator fundamental para a

manutenção ou redução do peso corporal. Neste contexto, qualquer tipo de

atividade física – esportes, exercícios, tarefas domésticas, caminhar para o

trabalho e a própria atividade laboral – pode ser útil, pois promove um gasto

calórico determinado. A atividade física regular, combinada com uma boa

alimentação, representa a forma mais eficiente e saudável para manter ou reduzir

definitivamente o peso corporal. É preciso que estes comportamentos sejam

incluídos no estilo de vida das pessoas e não apenas por determinado período.

Os exercícios físicos, além do mais, podem modificar a composição

corporal, influenciando o processo metabólico de transporte, utilização e

armazenagem de substratos energéticos. As modificações estruturais mais

comuns decorrentes da prática regular de exercícios incluem aumento da

densidade óssea e da massa muscular, e redução dos depósitos de gordura.

O uso de exercícios para redução ou manutenção do peso é baseado

no balanço energético (calórico), que quer dizer, o equilíbrio dinâmico entre a

quantidade de energia nos alimentos ingeridos e a energia para manter o

organismo vivo e desempenhando atividades diárias. Este balanço pode ser

positivo ou negativo.

2.6. Técnicas para determinação da gordura corporal

De acordo com (NAHAS, 1999), o conhecimento da composição

corporal (gordura e massa corporal magra) é importante para se compreender os

fatores envolvidos com a nutrição, o treinamento, o envelhecimento e como estes

se relacionam com a saúde e a performance esportiva e no trabalho.

Além disso, há muitas dúvidas com relação aos conceitos de

composição corporal e as respectivas técnicas de medidas. A massa corporal

magra é uma variável importante para se determinar o estado nutricional dos

indivíduos, assim como a quantidade de gordura corporal. Proporções adequadas

de gordura e massa magra são influenciadas pelo estado nutricional, nível de

atividade física regular, além de fatores genéticos.

2.7. Exercícios apropriados para o combate à obesidade

Segundo (DÂMASO,1994), o exercício mais indicado para o combate a

obesidade são os aeróbicos, de média ou longa duração, que envolvem grandes

grupos musculares. Tais exercícios apresentam um custo calórico de moderado a

alto. Assim, exercícios como caminhar, trotar, correr, pedalar, nadar e praticar a

hidroginástica são considerados os mais apropriados para emagrecimento. Para

indivíduos obesos é indicado além de exercícios aeróbicos a procura de mudança

de hábitos de vida mais saudáveis: como uma alimentação balanceada e

adequada em nível de atividade diária e a prática de exercícios físicos de forma

regular. Contudo, há necessidade de muita dedicação, paciência e

conscientização por parte destes indivíduos.

Para (RODRIGUES,1992) os exercícios aeróbicos são responsáveis por

uma grande utilização de energia durante sua realização. Caracteriza-se pela

utilização de grandes grupos musculares em movimentos cíclicos, ou seja quanto

mais tempo for realizado mais calorias serão gastas e proporcionalmente maior

será a mobilização da gordura em relação aos carboidratos, além desses efeitos,

os exercícios aeróbios favorecem adaptações fisiológicas que irão contribuir no

cotidiano diário, tornando o indivíduo mais disposto à realização de suas tarefas

rotineiras e aumentando o déficit energético.

Entretanto para (MATHIAS, 2000), a musculação, por diversas

vantagens, de uns anos para cá vem assumindo maior preferência entre os que

estão com excesso de peso. Se as pessoas estão com excesso de peso, é de se

esperar não poderem começar no início um programa só aeróbio estando com

mais gordura do que massa muscular. Essas condições podem ser um impeditivo

para a prática de caminhada e principalmente a corrida mesmo com pouca

intensidade devido ao impacto nas articulações além do desconforto que essa

situação pode gerar. Não é raro vermos pessoas obesas correndo, trotando ou

mesmo andando rápido com o maior sofrimento estampado no rosto. Porque

sofrer fazendo exercício se o princípio de tudo é fazer uma atividade que

proporcione prazer para se tornar um hábito?

Outro álibi favorável à musculação para obesos e idosos é que, além

do aumento da massa muscular representar uma proteção às articulações, o gasto

calórico do metabolismo basal passa a ser maior. Ou seja, o corpo passa a

consumir mais calorias em repouso por ter mais músculos contribuindo para o

emagrecimento.

2.8. Diferença entre atividade física, exercício físico e esporte.

Para o (CONSENSO LATINO AMERICANO, 2000), Atividade Física é

qualquer movimento do corpo, produzido pelo músculo esquelético que resulta em

um incremento do gasto energético, exemplo: subir escadas; o Exercício: é uma

atividade física planejada e estruturada, com o propósito de melhorar ou manter o

condicionamento físico, exemplo: caminhada; e o Esporte é uma atividade física

que envolve a competição, exemplo: futebol profissional.

2.9. Planejamento de um programa de exercício.

Para (MCARDLE; KATCH, 1996) o obeso deve realizar Teste

Ergométrico antes de se integrar a um programa de exercícios, independente da

idade e sexo, por possuir dois fatores de risco de doença coronária: obesidade e

sedentarismo.

Depois de consultar um médico, o obeso deve contactar um profissional

de Educação Física que deve supervisionar o tipo, a quantidade e a qualidade do

exercício e adequá-lo até conseguir atingir os objetivos propostos, além de motivar

o indivíduo.

Para planificar um programa é necessário ter em conta os fatores:

idade, tipo de exercício, duração, freqüência, intensidade, presença de outras

síndromes concomitantes e prevenção de recaídas.

O excesso de peso pode ser a principal barreira à adoção da atividade

física regular, pois ele pode promover experiências negativas: cair no ridículo,

chacota, performance fraca, sentimento de inadequação, e recaídas.

Segundo (GUEDES,1998) a rotina de exercícios físicos para o indivíduo

previamente sedentário, deve ser de no mínimo três vezes por semana. Nesse

caso as sessões não devem ser realizadas em dias consecutivos, pelo contrário,

deverão ser dispostas dentro de uma distribuição que permita descanso entre um

esforço e outro. Dependendo da finalidade do programa a freqüência semanal do

exercício físico deverá ser aumentada gradativamente.

De acordo com (GUEDES,1998) a caminhada pode ser praticada por

qualquer indivíduo, pois o risco de lesão é menor do que outra atividade de maior

impacto. Por ser uma atividade aeróbica, pode ser mais indicado no programa de

controle de peso corporal para indivíduos obesos e com menor nível de aptidão

física, pois possui caráter dinâmico, ritmo constante e a intensidade pode ser

controlada conforme o grau de aptidão do indivíduo.

A redução da gordura e do peso corporal deverá ser encarada apenas

como um dos objetivos a serem alcançados pelos programas de controle de peso.

É fundamental modificar certos hábitos alimentares, e praticar exercícios físicos

sempre. Os obstáculos tendem a aumentar com a gravidade do sobrepeso e da

obesidade. Indivíduos obesos apresentam menor condição física, tornando sua

participação em rotinas de exercícios físicos difícil de iniciar ou de manter por

tempo suficiente.

3. OBJETIVO

Comparar as influências das atividades físicas militares habituais, com

os treinamentos físicos alternativos sobre os índices de percentual de gordura

e nos níveis de aptidão física dos bombeiros militares.

4. JUSTIFICATIVA

A obesidade (excesso de gordura corporal) está associada à

mortalidade precoce e às diversas doenças crônicas – como hipertensão,

diabetes e coronariopatias – além de acarretar repercussões psíquicas e

estigma social negativo. Além disso, a obesidade também está associada a

uma diminuição na capacidade de realizar esforço físico, aumentando a

probabilidade de dependência para realizar funções da vida diária.

Dentro do Corpo de Bombeiros Militar foi observada uma

quantidade considerável de militares obesos e pré-obesos. Através da analise

visual e confirmação pela aplicação do teste do IMC (Índice de Massa

Corporal), que podem estar inclusos nesta categoria de bombeiros que põem

em risco à saúde e que não estão adaptados aos treinamentos físicos

aplicados no dia-dia da caserna, e conseqüentemente não estão praticando

exercícios apropriados para a diminuição destes perigos e também não estão

enquadrados nas atividades físicas que, praticadas com o acompanhamento

devido, proporcionam prazer e apresentam resultados operacionais

satisfatórios.

5. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

5.1 – Participantes

Fizeram parte da pesquisa, uma amostra de 20 (vinte) bombeiros

obesos e pré-obesos que serviam na área metropolitana da cidade de Cuiabá-MT.

Todos os voluntários tinham, com idade inferior a 50 anos e foram divididos em

dois grupos, dos quais um foi o grupo controle e o outro o grupo experimental.

5.2 – Materiais

5.2.1. Para o pré e pós-teste:

Foram utilizados os seguintes materiais: fita métrica em centímetros de

precisão de 1mm; adipômetro (compasso de dobras cutâneas) da marca Lange,

com a precisão de medida de 0,1 mm; balança de plataforma Filizola, com carga

máxima de 150kg e uma precisão de 100g.

5.2.2. para a coleta de dados (aplicação dos treinamentos):

Foram utilizados na Natação, flutuadores, na caminhada e na corrida foi utilizado

um cronômetro da marca Cássio e um apito Fox 40.

5.3 – Procedimentos metodológicos e analise dos dados

A pesquisa foi realizada no quartel do Comando Geral do Corpo de

Bombeiros, localizado na cidade de Cuiabá/MT, analisada durante quatro

semanas, onde os voluntários foram submetidos inicialmente a um questionário de

prontidão para atividade física (Q-PAF) que verifica os riscos para a saúde ao

praticar a educação física e ao protocolo para determinação do percentual de

gordura e faixa de peso recomendável (POLLOCK, 1993), verificando-se as

dobras cutâneas, utilizando o cálculo do percentual de 3 dobras a partir das

pregas cutâneas: tríceps, suprailíaca e abdominal para homens. Usou-se o

compasso de Lange (POLLOCK & JACKSON, 1990 In: POLLOCK & WILMORE,

1993). A localização anatômica das pregas cutâneas foram feitas conforme

orientação de Katch e McAcardle (KATCH & MCARDLE, 1998). Para determinar a

obesidade pelo percentual de gordura dos indivíduos, utilizou-se a classificação

proposta por POLLOCK & JACKSON,1990: adultos: (20 a 65 anos);

As medidas de dobras cutâneas obtidas, foram utilizadas para calcular

o peso de gordura corporal, a massa corporal magra e a determinação da faixa de

peso recomendável; o peso dos voluntários foi aferido, observando a calibração da

balança antes de cada medição, onde os militares foram pesados em pé,

descalços e usando apenas calção.

A estatura foi verificada com um estadiômetro de pé, graduado com uma

fita métrica em centímetros e precisão de 1mm, com barra de metal vertical e fixa,

utilizando-se um esquadro móvel para posicionamento sobre a cabeça do

bombeiro.

Depois da avaliação inicial foi aplicado num período de 12 semanas as

atividades habituais de pratica desportiva, e as atividades alternativas nos grupos

de estudo com exercícios aeróbicos e acompanhamento criterioso, sendo

realizados três vezes por semana.

Nas segundas-feiras, foram realizadas caminhadas num ritmo moderado

para forte, no estádio do “Dutrinha”, no horário das 17:00 as 18:00 h, sendo

aferido a freqüência cardíaca, pressão arterial antes e após a atividade;

Nas quartas-feiras, foram realizadas as corridas, pelo método:

(COOPER, 1972),num ritmo moderado para leve, também no estádio do

“Dutrinha”, no mesmo horário.

Nas sextas-feiras, foram realizadas atividades de natação em de

piscina 25 metros, no clube dos bombeiros – no bairro cophamil – cidade de

cuiabá/mt,no mesmo horário, através de aulas para iniciantes com um profissional

especifico.

Após este período, os militares foram submetidos aos pós-testes

baseados nas atividades realizadas no inicio do estudo,.aferindo os níveis de

percentual de gordura, da mesma forma inicial. E a partir deste procedimento

verificou-se a variação dos parâmetros supracitados em relação aos valores pré-

treinamento.

RESULTADOS

Para o resultado e análise dos dados foi utilizada a tabela comparativa,

abaixo descrita:

Tabela 1: características antropométricas e pressão arterial dos membros dos grupos controle e experimental no início e ao final do estudo

Grupos Controle (20 bombeiros) Experimental (20 bombeiros) Pré-teste Pós-teste Pré-teste Pós-teste

Massa 83,32 kg 83,31 kg 81,98 kg 81,83 kg Estatura 1,68 m 1,68 m 1,69 m 1,69 m % gordura 27,38% 27,38% 27,30 % 27,12 % Massa gorda 23,24 Kg 23,24 Kg 22,49 kg 22,31 kg Massa corporal magra

65,97 Kg 65,97 Kg 59,40 kg 59,51 kg

Pressão arterial sistólica

111,5 mmHg 111 mmHg 106 mmHg 101 mmHg

Pressão arterial diastólica

76,8 mmHg 76,8 mmHg 72 mmHg 70 mmHg

Observa-se que não houve uma redução significativa nos índices acima descritos,

não atingindo o percentual de variação padronizado de (p≤0,05), portanto, não

houve o efeito esperado na redução do índice de percentual de gordura dos

bombeiros militares do estado de Mato Grosso.

DISCUSSÃO

Os resultados encontrados neste estudo após 4 semanas de

treinamento com exercícios aeróbios, vão ao encontro dos achados da maioria

das investigações sobre o efeito do treinamento com atividades aeróbias sobre

indicadores da composição corporal

Segundo (Fleck e Kraemer,1999), falam que as mudanças na

composição corporal ocorrem em programas de treinamento de curta duração,

entre 6 (seis) e 24 (vinte quatro) semanas.

De acordo com Santarém (1999), os exercícios anaeróbios, como por

exemploos exercícios com pesos, que utilizam grandes quantidades de glicogênio

e não mobilizam gordura durante a sua execução, emagrecem igual aos aeróbios.

A explicação é que após os exercícios, todo o glicogênio gasto tem que ser

reposto no músculo, e para tanto, é utilizado o carboidrato alimentar. Esse

carboidrato portanto

Segundo (COOPER, 1972) os exercícios aeróbios (baixa intensidade e

longa duração) são excelentes para a melhoria da aptidão aeróbia e redução da

gordura corporal, diminuindo os riscos de doenças cardiovasculares. A

intensidade, a duração e a freqüência são componentes integrais para um

programa de exercícios aeróbios. As recomendações do AMERICAN COLLEGE

OF SPORTS MEDICINE (1995) incluem uma intensidade de 60-90% da

freqüência cardíaca máxima, uma freqüência de 3-5 vezes semanais e uma

duração de 20 a 60 minutos por sessão. Embora esses valores tenham sido

aplicados em várias atividades aeróbias, como corrida e ciclismo.

De acordo com (FERNANDEZ,2004) o nível de atividade física de um

indivíduo influencia diretamente seu perfil de composição corporal. A prática de

exercícios físicos é capaz de reduzir a quantidade de gordura corporal e aumentar

ou preservar a massa livre de gordura, sendo a magnitude desses efeitos afetada

diretamente pela intensidade do exercício.

Para (POLLOCK & WILMORE, 1993; WILMORE E COSTILL, 1994).A

duração e a freqüência do exercício também devem serprogressivamente

aumentadas à medida que o indivíduo se torna maistolerante ao estresse do

exercício. Para um condicionamento básico deresistência cardiovascular, a

duração do exercício deve ser de 15 a 60minutos de 3 a 5 dias por semana

Emagrecer significa perder massa gordurosa. Essa perda de gordura

pode ocorrer sem que você perca peso na balança. onde, emagrecer

saudavelmente resulta em perder gordura e aumentar a massa muscular, fazendo

com que você mude a sua composição corporal. Combinando exercícios aeróbios

(caminhar, pedalar, nadar, correr...), musculação e alongamentos,.Sendo esta a

melhor fórmula para quem quer emagrecer. Onde todas as atividades devam ser

feitas, obedecendo os princípios da individualidade biológica, da intensidade e do

tempo deaplicação.

6. CONCLUSÃO

Considerando os objetivos do presente estudo e respeitando as

limitações inerentes ao número da amostra, o tempo de coleta de dados e a

intensidade a que foram submetidos aos efeitos do treinamento físico alternativo

sobre os percentuais de gordura corporal dos militares da Corporação, foi possível

concluir que os bombeiros analisados apresentaram uma diferença

estatisticamente insignificante (p≥0,05) no percentual de gordura na comparação

dentro de cada grupo (pré e pós) e na comparação entre os grupos (GE e GC).

Concluindo então que o treinamento pode ser aplicado na Instituição, dentro dos

aspectos multifatoriais da efetivação da atividade física, apresentando efeitos

positivos na redução do percentual de gordura corporal (gordura relativa) e

aumento da massa corporal magra.

Dessa forma, esperasse que os valores e características descritos

nessa pesquisa possam servir como referencial para outros estudos envolvendo

acompanhamento profissional, além de subsídio para direcionamento de aplicação

de atividades com essas características físicas no cotidiano da Instituição.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOUCHARD, C. Atividade física e obesidade. São Paulo-SP: Manole, 2003.

CONSENSO LATINO AMERICANO SOBRE OBESIDADE. Atividade Física e exercício. Disponível na Internet via URL:http://www.abeso.org.br, arquivo capturado em 28/2/2000. DÂMASO, A. R.; Obesidade: subsídio para o desenvolvimento de atividades motoras. São Paulo-SP. Revista Paulista de Educação Física, 98-111. 1994.

FERNANDEZ AC, Mello MT, Tufik S, Castro PM, Fisberg M. Influência do treinamento aeróbico e anaeróbico na massa de gordura corporal de adolescentes obesos. Rev Bras Med Esp. 2004; 10(3):152-8

GUEDES, D. P.; GUEDES, J. E. R. P. Controle de peso corporal, composição

corporal, atividade física e nutrição.Londrina-PR. Mediograf, 1998.

KATCH, F. I; McARDLE, W. D. Nutrição, Exercício e Saúde. Trad. Maurício Leal

Rocha. 4ª ed., Rio de Janeiro-RJ. Medisi, 1996.

MARINHO, I.P.; História Geral da Educação Física. São Paulo-SP: Cia Editora.

1980.

MATHIAS, C. V.A prevalência de obesidade em praticantes de musculação. Taguatinga DF. http://www.noticiasdocorpo.com.br.Acesso em:11 set 2006.

NAHAS, M. V. Obesidade, controle de peso e atividade física. Londrina-PR:

Midiograf.1999.

PETROSKI, E. L. Antropometria: técnicas e padronizações. Porto Alegre-RS:

Palotti. 1999.

POLLOCK, MICHAEL L. & WILMORE, JACK H. Exercícios na saúde e na

doença. ed. Rio de Janeiro. 1993.

RODRIGUES, C. E.C. Musculação feminina. Rio de Janeiro-RJ: Sprint, 1992.

TAVARES, L. R. Teste de Aptidão Física. Concurso para o Curso de

Formação de Cabos/CBMMT. Ata Final. p. 02. Corpo de Bombeiros Militar de

Mato Grosso. Cuiabá-MT. 2005.

ANEXO I

FICHA DE PERCENTUAL DE GORDURA E FAIXA DE PESO RECOMENDÁVEL

1. Medidas de dobras cutâneas (MM) – média das três medidas

Média

Tríceps ______ ______ ______ [ ] A

Abdominal ______ ______ ______ [ ] B

Suprailíaca ______ ______ ______ [ ] C

2. Equações para estimativa do percentual de gordura (%G):

2.a. – Equação Generalizada de Jackson & Pollock - adultos: 20 – 65 anos

Homens:

%G =0,39287 (A+B+C) – 0,00105 (A+B+C)² + 0,15772 (idade) – 5,18845

Onde: idade (anos completos); peso(kg); estatura(cm); dobras cutâneas(mm)

3. Cálculo do peso de Gordura Corporal (PG):

PG = Peso total x (%G / 100) = [ ] kg

1. Calculo da Massa Corporal Magra (MCM):

MCM = Peso Total – Peso de Gordura = [ ] kg

2. Determinação da faixa de peso recomendável (FPR) – considerando as

seguintes recomendações de percentual de gordura para adultos:

Homens – 10 a 18% (obesidade > 25% GC)

FPR Homens

Limite inferior MCM / 0,90 = [ ] kg

Limite superior MCM / 0,82 = [ ] kg

Observação:

1. Estes valores (Faixa de Peso Recomendável) representam apenas

estimativas, sujeitas a erros devido a diferenças individuais ou decorrentes

da realização das medidas.

ANEXO II

TABELA DE GASTO ENERGÉTICO EM ALGUMAS ATIVIDADES FÍSICAS

Se realizar 30 minutos das atividades abaixo (de uma só vez ou acumulado ao

longo do dia), estará gastando (por kg de peso) a seguinte quantidade de calorias:

Atividade (30 minutos) Kcal por kg de peso

Caminhar – em subida 3,0

Caminhar – rapidamente, no plano (81 a 110 m/min) 2,1 a 2,8

Caminhar – normal (54 – 80 m/min) 1,5 a 2,0

Caminhar – devagar (< 54 m/min) Até 1,0

Correr – 250 m/min 5,6

Correr – 200 m/min 5,3

Correr – 150 m/min 5,0

Futebol (competição) 5,0

Futebol (recreativo) 3,5

Nadar – rapidamente 5,0

Nadar – moderadamente 4,0

Observações:

1) Estes valores são apenas estimativas, adaptado de (NAHAS, 1999).

2) A recomendação atual para pessoas sedentárias é de acumular pelo menos

30 minutos por dia, na maioria dos dias da semana (5 – 7 vezes), de

atividades físicas moderadas. Na tabela acima atividades moderadas estão

entre 2 a 3 kcal/kg, devendo-se escolher, no inicio, as atividades menos

intensas. Para uma pessoa de 70 kg, isto corresponde a um gasto calórico

acumulado em atividades físicas de 1.050 kcal/sem (ou 15 kcal/kg de peso

por semana). Isto equivale a 7 caminhadas rápidas de 30 minutos por

semana ou a combinação de atividades que correspondam a um gasto

equivalente. Considera-se ideal para a saúde, um gasto em atividades

físicas (moderadas a vigorosas) em torno de 2.000 kcal por semana (para

um individuo de 70 kg).

ANEXO III

QUESTIONÁRIO DE PRONTIDÃO PARA A ATIVIDADE FÍSICA (Q-PAF)

Praticar atividades físicas não oferece riscos para a maioria das pessoas. Mas, se

há dúvidas, este questionário deve ser respondido para saber se existe algum

motivo para consultar um médico antes de tornar-se mais ativo fisicamente.

Oriente-se pelo bom senso ao responder estas questões. Leia atentamente e

assinale SIM ou NÃO, conforme o caso.

1. Algum médico já lhe disse que você tem qualquer problema de coração? ( )

2. Você tem dores no peito (coração) com freqüência? ( )

3. Você sente tonturas fortes ou sensação de desmaio com freqüência? ( )

4. Algum médico já lhe disse que sua PRESSÃO é alta? ( )

5. Você tem algum problema articular ou ósseo (como reumatismo ou artrite) que

possa ser agravado com exercícios? ( )

6. Você tem mais de 50 anos ou nunca praticou esportes ou exercícios mais

intensos? ( )

7. Existe alguma outra razão, não mencionada aqui, pela qual você deveria evitar

exercícios mais intensos? ( )

Se respondeu SIM a uma ou mais questões, consulte seu médico antes de tornar-

se mais ativo fisicamente.

Se respondeu NÃO a todas as questões, você pode considerar-se razoavelmente

apto para praticar atividades físicas, iniciando com moderação e aumentando

gradualmente o que você fizer – assim é mais seguro e mais fácil.


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