+ All Categories
Home > Documents > UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a...

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a...

Date post: 01-Feb-2020
Category:
Upload: others
View: 0 times
Download: 0 times
Share this document with a friend
75
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA QUÍMICA CAROLINE GONDIM DE SOUZA EXTRAÇÃO DE COMPOSTOS BIOATIVOS E PECTINA DA CASCA DE MARACUJÁ UTILIZANDO SISTEMA PRESSURIZADO E ULTRASSOM FORTALEZA 2015
Transcript
Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA QUÍMICA

CAROLINE GONDIM DE SOUZA

EXTRAÇÃO DE COMPOSTOS BIOATIVOS E PECTINA DA CASCA DE

MARACUJÁ UTILIZANDO SISTEMA PRESSURIZADO E ULTRASSOM

FORTALEZA

2015

Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

CAROLINE GONDIM DE SOUZA

EXTRAÇÃO DE COMPOSTOS BIOATIVOS E PECTINA DA CASCA DE

MARACUJÁ UTILIZANDO SISTEMA PRESSURIZADO E ULTRASSOM

Dissertação de Mestrado apresentada ao

Programa de Pós-Graduação em

Engenharia Química, da Universidade

Federal do Ceará, como requisito parcial

para a obtenção do Título de Mestre em

Engenharia Química. Área de

Concentração: Processos Químicos e

Bioquímicos

Orientador: Dr. Edy Sousa de Brito

FORTALEZA

2015

Page 3: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação

Universidade Federal do Ceará

Biblioteca de Pós-Graduação em Engenharia - BPGE

S714e Souza, Caroline Gondim de.

Extração de compostos bioativos e pectina da casca de maracujá utilizando sistema

pressurizado e ultrassom / Caroline Gondim de Souza. – 2015.

75 f. : il. color. enc. ; 30 cm.

Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Centro de Tecnologia,

Departamento de Engenharia Química, Programa de Pós-Graduação em Engenharia

Química, Fortaleza, 2015.

Área de Concentração: Processos Químicos e Bioquímicos.

Orientação: Prof. Dr. Edy Sousa de Brito.

1. Engenharia Química. 2. Resíduos. 3. Passiflora. 4. Flavonóides. I. Título.

CDD 660

Page 4: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

CAROLINE GONDIM DE SOUZA

EXTRAÇÃO DE COMPOSTOS BIOATIVOS E PECTINA DA CASCA DE

MARACUJÁ UTILIZANDO SISTEMA PRESSURIZADO E ULTRASSOM

Dissertação apresentada à Coordenação

do Curso de Pós-Graduação em

Engenharia Química da Universidade

Federal do Ceará, como parte dos

requisitos para obtenção do título de

Mestre em Engenharia Química. Área de

concentração: Processos Químicos e

Bioquímicos.

Aprovada em: 26/ 02/2015

Page 5: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por sempre ter iluminado meus caminhos e por

ter me proporcionado força e coragem durante toda a minha jornada de trabalho.

Aos meus pais, Lucia e José, pelo grande amor, carinho, estímulo, ensinamentos

e dedicação em todas as etapas da minha vida.

Ao meu irmão Ronalty, por sempre acreditar em minha capacidade e por todo

apoio e carinho.

Ao meu orientador, Dr. Edy Sousa de Brito, pela paciência, amizade, confiança

em meu trabalho e conhecimentos compartilhados, de grande importância para minha

vida acadêmica.

Ao Programa de Pós-graduação em Engenharia Química e a todos os seus

professores, pela oportunidade de realização do mestrado e pelos ensinamentos

transmitidos.

À Embrapa Agroindústria Tropical pelas instalações concedidas durante a

realização da parte experimental da minha dissertação.

Aos colegas do laboratório Multiusuário químico de produtos naturais e aos

técnicos: Paulo, Tigressa Helena, Lorena, Adriana, Isabel, Karine, Patrícia, Jeferson,

Ana Maria e Marcelo pela ajuda na concretização deste projeto e pelos bons momentos

vividos.

Aos meus amigos do laboratório de Bioprocessos por me incentivarem sempre,

por estimularem meus conhecimentos e pela amizade desde a graduação.

À turma de mestrado, em especial as amigas Marcia lacerda e Djany Souza, pelo

carinho, amizade, companheirismo, pelas palavras de incentivo principalmente durante

os momentos mais difíceis e energia positiva construída e irradiada durante toda nossa

trajetória.

À Capes, pelo apoio financeiro.

A todos que direta ou indiretamente tornaram possível o cumprimento de mais

esta etapa.

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

“Plantar ideias ecológicas é a garantia de

um futuro fértil.”

Gabriel Garcia de Oliveira

Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

RESUMO

O resíduo do maracujá, a casca, representa 90% do peso total da fruta fresca, que é

desperdiçado durante o beneficiamento do maracujá. Esse resíduo pode ser aproveitado

com a recuperação das substâncias bioativas e pectina, que possuem valor agregado.

Estes compostos possuem aplicabilidades nas indústrias de alimentos, farmacêuticas,

químicas e cosméticas. Diante do exposto, o objetivo do trabalho foi extrair compostos

bioativos e pectina da casca de maracujá. As extrações foram realizadas utilizando a

técnica de extração com solvente pressurizado (ESP) e extração assistida por ultrassom

(EAU). As condições de processo para a ESP foram: pressão de 10342-11721 kPa;

temperatura de 80ºC; enxague de 5 min; tempo de extração de 10 min em cada ciclo e

purga de 200s. E para a EAU as condições de processo foram: banho de ultrassom na

frequência ultrassônica de 40 kHz, potência real de 135 W, densidade de potência de

112500 W/m3

e tempo de extração de 10 min em cada ciclo. Todas as extrações foram

realizadas sequencialmente por três vezes, gerando três ciclos de extrações para cada

amostra. Os solventes utilizados foram: hexano, água, soluções de metanol/água e

etanol/água, nas proporções de 80:20, 70:30, 60:40 e 50:50 (v/v), respectivamente. A

extração de pectina foi realizada sequencialmente após a extração dos compostos

fenólicos, utilizando uma solução aquosa de ácido cítrico 1%. As extrações da pectina

foram realizadas seguindo as mesmas condições de processo utilizadas na EAU e na

ESP. As determinações analíticas realizadas no presente estudo foram: rendimento em

massa dos extratos, açúcares totais, determinação do teor de polifenóis totais,

identificação e quantificação dos compostos e caracterização do polímero péctico. Os

resultados apontam que a técnica de extração que se destacou foi a ESP, pois apresentou

uma metodologia rápida e simples. O tipo de solvente mais indicado é o etanol, pois

possui menor toxicidade ao consumidor. E a proporção 60:40 (v/v) revelou-se

promissora, pois proporcionou um rendimento de extrato total de 36%, um teor de

antioxidante de 466 mg/100g de casca de maracujá, um teor de 157 mg de

luteolina/100g de amostra e 244 mg de isoorientina/100g de amostra. O rendimento de

pectina extraída foi de 16g/ 100g de amostra tanto na ESP como para a EAU. A

caracterização da pectina aponta que a estrutura péctica possui basicamente galactose e

ácido galacturônico .

Palavras-Chaves: Resíduos. Passiflora. EAU. ESP. Flavonóides.

Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

ABSTRACT

The residue of passion fruit, the peel represents 90% of the total weight of fresh fruit,

which is wasted during the passion fruit processing. This waste can be recycled with the

recovery of bioactive substances and pectin that have added value. These compounds

have applicability in the food, pharmaceutical, chemical and cosmetic industries. In this

context, the aim of this study was to extract bioactive compounds and pectin of passion

fruit peel. The extractions were carried out using the Pressurised Solvent Extraction

(PSE) and Ultrasound-Assisted Extraction (UAE). The PSE process conditions were:

pressure (10342-11721 kPa), temperature (80 °C), rinse (5 min), extraction time of each

cycle (10 min) and purge (200s). And UAE process conditions were: ultrasonic bath at

ultrasonic frequency (40 kHz), actual power (135 W), power density (112 500 W/m3)

and extraction time in each cycle (10 min). All extractions were performed three times

sequentially, yielding three cycles of extraction for each sample. The solvents employed

were: hexane, water, methanol solutions/water and ethanol/water in the proportions of

80:20, 70:30, 60:40 e 50:50 (v/v), respectively. The pectin extraction was performed

sequentially after the phenolic compounds extraction, using an aqueous solution of

citric acid 1%. The pectin extraction were performed following the same parameters

employed in the UAE and PSE. The analytical determinations performed in the present

study were: mass yield of the extracts, total sugars, determination of the content of total

polyphenols, identification and quantification of compounds and characterization of

pectin polymer. The results obtained showed that the extraction technique that

highlighted was the PSE, it presented a fast and simple methodology. The most suitable

type of solvent is ethanol because it has low toxicity to consumer. And the ratio 60:40

(v/v) proved promising, because afforded a yield of 36% total extract, an antioxidant

content of 466 mg/100g of passion fruit peel, a content of 157mg luteolin /100g of

passion fruit peel and 244 mg isoorientin/100g of passion fruit peel. The extracted

pectin yield was 16g/100g for both the PSE and the UAE. The pectin characterization

shows that the pectin structure has basically galactose and galacturonic acid.

Keywords: Waste. Passiflora. UAE. PSE. Flavonoids.

Page 9: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1- Estrutura básica dos flavonóides....................................................................... 7

Figura 2- Estrutura química da cadeia de pectina............................................................. 9

Figura 3-Precipitação alcoólica de pectina. .................................................................... 16

Figura 4- Casca de Maracujá com granulometria inferior ou igual a 50 micrometros. .. 17

Figura 5-Fluxograma da extração com solvente pressurizado. ...................................... 20

Figura 6-Extrato obtido utilizando ESP, na proporção 70:30 de etanol/água,

respectivamente. ............................................................................................................. 21

Figura 7- Fluxograma da extração assistida por ultrassom. ........................................... 23

Figura 8-Pectina purificada obtida nos experimentos. ................................................... 27

Figura 9-Gelatinização do extrato aquoso da casca de maracujá. .................................. 31

Figura 10- Rendimentos dos extratos: comparação entre as técnicas de extração e os

solventes. ........................................................................................................................ 35

Figura 11- Quantificação de luteolina-(7-O-glicopiranosil)-8-C-glicopiranosideo

(orientina-7-O-glicosideo). ............................................................................................. 40

Figura 12- Quantificação de isoorientina nos tratamentos. ............................................ 41

Figura 13- Espectro de RMN 1H da pectina isolada da casca de maracujá (a). Espectro

de RMN 1H da pectina dos estudos de Rosenbohm et al., (2003) (b). ........................... 44

Figura 14- Estrutura de um fragmento de pectina. ......................................................... 45

Page 10: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Estudos realizados sobre extração de compostos fenólicos em diferentes tipos

de cascas de alimentos reportados na literatura. ............................................................. 13

Tabela 2 - Estudos realizados sobre extração de pectina em diferentes tipos de casca de

frutas reportados na literatura. ........................................................................................ 15

Tabela 3- Solventes extratores utilizados na etapa 1. ..................................................... 18

Tabela 4- Soluções extratoras utilizadas na etapa 2. ...................................................... 18

Tabela 5- Gradiente do método analítico. ...................................................................... 26

Tabela 6-Rendimento em massa dos extratos utilizando diferentes solventes. .............. 31

Tabela 7- Rendimento dos extratos avaliando a influência da concentração dos solventes

e de distintas metodologias de extração. ........................................................................ 33

Tabela 8- Teor de Polifenóis Totais: análise da influência da técnica de extração no teor

de polifenóis toatis. ......................................................................................................... 36

Tabela 9- Compostos que foram encontrados no extrato obtido utilizando ESP, na

proporção 60:40 de etanol/água, respectivamente. ......................................................... 39

Tabela 10- Rendimentos de pectina da casca de maracujá: análise da influência da

metodologia na extração. ................................................................................................ 43

Tabela 11- Dados de RMN-13

C e RMN-1H para pectina de casca de maracujá

comparada com a literatura............................................................................................. 45

Page 11: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 1

2. REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................. 4

2.1 Maracujá ................................................................................................................. 4

2.2 Resíduos Agroindustriais ........................................................................................ 4

2.3 Aplicação da Casca de Maracujá ............................................................................ 5

2.4 Compostos Bioativos em Passiflora edulis ssp. ..................................................... 6

2.4.1 Flavonóides ...................................................................................................... 7

2.4.2 Pectina .............................................................................................................. 9

2.5. Extração ............................................................................................................... 10

3. MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................................... 17

3.1 Coleta e preparo das cascas para extração ....................................................... 17

3.2 Etapas do Estudo .............................................................................................. 17

3.3 Obtenção dos extratos ........................................................................................... 19

3.3.1 Condições da extração com solvente pressurizado ....................................... 19

3.3.2 Condições da extração assistida por ultrassom ............................................. 21

3.3.3 Condições da extração de Pectina ................................................................. 22

3.4 Determinações analíticas ...................................................................................... 24

3.4.1 Rendimento dos extratos ................................................................................ 24

3.4.2 Rendimento de pectina ................................................................................... 24

3.4.3 Cromatografia líquida e espectrometria de massas ...................................... 25

3.4.4 Condições da análise de cromatografia líquida com detecção por arranjo de

diodos e ionização por electrospray espectrometria de massas ............................. 25

3.4.5 Cromatografia líquida de alta eficiência ....................................................... 26

3.4.6 Ressonância Magnética Nuclear da Pectina ................................................. 27

3.4.7 Polifenóis totais .............................................................................................. 28

3.4.8 Açúcares Totais .............................................................................................. 28

Page 12: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

3.4.9 Análise Estatística .......................................................................................... 30

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 31

4.1 Testes utilizando diferentes tipos de solventes ..................................................... 31

4.1.1 Rendimento em massa dos extratos utilizando diferentes solventes .............. 31

4.1.2 Efeito do solvente no perfil de compostos fenólicos ...................................... 32

4.2 Influência da concentração dos solventes e de distintas tecnologia de extração .. 33

4.2.1 Rendimentos dos extratos ............................................................................... 33

4.2.2 Polifenóis Totais ............................................................................................. 35

4.2.3 Perfil de compostos fenólicos ......................................................................... 37

4.2.4 Influência da extração na concentração de flavonóides ................................ 40

4.3 Extração Sequencial da Pectina ............................................................................ 42

4.3.1 Rendimentos de Pectina ................................................................................. 42

4.3.2 Caracterização do polímero péctico por ressonância magnética nuclear .... 43

4.4 Considerações sobre os resultados ........................................................................ 46

5. CONCLUSÃO ........................................................................................................... 48

REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 49

APÊNDICE A- Perfil cromatográfico da extração realizada com ESP utilizando água

(a) e metanol-água com solvente (b). ............................................................................. 58

APÊNDICE B- Espectro de RMN 1H usado para a determinação dos açúcares. .......... 59

APÊNDICE C- Perfil cromatográfico da extração realizada com EAU na proporção de

80:90 de Metanol: água, respectivamente (a). Perfil cromatográfico da extração

realizada com ESP na proporção de 80:90 de etanol: água, respectivamente (b). ......... 60

APÊNDICE D- Região referente aos picos identificados. ............................................. 61

APÊNDICE E: Perfis cromatográficos da análise de HPLC: (a) Perfil cromatográfico do

tratamento com solução de metanol (80:20)-ESP. (b) Perfil cromatográfico do

tratamento com solução de etanol (80:20)-EAU. ........................................................... 62

APÊNDICE F: Espectro HSQC da pectina. .................................................................. 63

Page 13: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

1

1. INTRODUÇÃO

A fabricação anual de suco de maracujá no Brasil foi estimada em mais de

920.158 toneladas em 2010. O seu largo emprego no processamento industrial torna

inevitável a geração de grandes quantidades de casca como resíduo, causando um

impacto substancial ao meio ambiente. É de extrema importância encontrar alternativas

para a adequada conversão deste resíduo em produtos úteis à população (SEIXAS et al,

2014).

Uma boa alternativa para o emprego deste resíduo é a recuperação de suas

substâncias bioativas. Nos últimos anos, a procura por compostos bioativos vêm

aumentando devido a uma grande procura por produtos de origem natural e de seus

efeitos benéficos à saúde, tais como a diminuição de doenças degenerativas,

anticancerígeno, reduzir os fatores de risco cardiovascular, ação antioxidante, ação

antialérgica, efeitos anti-inflamatórios, antimicrobianos e entre outros. Devido a sua

enorme empregabilidade, em indústrias farmacêuticas, indústria de cosméticos, e de

alimentos dentre outras indústrias, estudos foram intensificados com o objetivo de

encontrar frutas, legumes, plantas e resíduos agroindustriais que sejam fonte destas

substâncias bioativas (MARTINS et al, 2011).

Estudos recentes mostram que a casca de maracujá apresenta uma gama de

compostos bioativos. Zuculotto et al. (2011) e Simirgiotis et al. (2013) em seus

experimentos encontraram vários flavonóides C-glicosídeos tanto na casca como no

suco de diversas espécies de Passiflora. Outro composto bastante encontrado na casca

de maracujá é a pectina. Vários autores relatam que a estrutura péctica é um ótimo

agente gelificante e estabilizante, possui aplicações em diversas indústrias e também

possui propriedades terapêuticas (PINEHIRO et al., 2008; WU et al., 2009; Silva et al.,

2011; ASSOI et al., 2014; SEIXAS et al., 2014).

O processo de extração exerce um crucial papel no preparo amostral, na

averiguação experimental e na análise qualitativa dos compostos. Tecnologias para

recuperar tais compostos foram desenvolvidas nos últimos anos, visando à redução do

tempo de processo, diminuição do uso de solventes orgânicos, além de elevar a

eficiência da extração, obtendo assim a redução dos custos de processo e ocasionando

menor impacto ambiental (HUANG et al., 2013; GONZÁLEZ-CENTENO et al., 2015).

Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

2

Dentre as tecnologias recentes podemos citar a extração assistida por

ultrassom (EAU) que é uma das técnicas mais amplamente exploradas em âmbitos

laboratoriais e em escala industrial, devido a sua alta eficiência em extrair componentes,

baixo consumo de solventes, operação simples e baixa poluição ao meio ambiente

(GONZÁLEZ-CENTENO et al., 2015; TAO et al., 2014). Outra tecnologia é a extração

com solvente pressurizado (ESP) que oferece uma maior automação do processo de

extração, fornecendo elevados rendimentos de extrato, recuperação dos compostos e

tempos de processo mais curtos. Extrações simultâneas podem ser programadas, menos

solvente é utilizado durante o processo tornando-o eficiente e ambientalmente correto

(DING et al., 2011; BARROS et al., 2013 ; JENTZER et al., 2015).

Além do método de extração um importante fator que deve ser averiguado é

o tipo de solvente utilizado para promover a remoção dos compostos de interesse da

matriz do vegetal. Para a extração de compostos fenólicos de origem vegetal os

solventes alcoólicos são os mais utilizados. Misturas entre solventes alcoólicos e água

mostram-se mais eficientes, pois a água proporciona um aumento da polaridade do

solvente, com isso maiores teores de compostos fenólicos podem ser extraídos

(SULTANA et al., 2007; GIRONI e PIEMONTE, 2011; WIJEKOON et al., 2011;

HUSSAIN et al., 2012). Com relação à extração de pectina muitos estudos indicam que

o tipo de solvente mais adequado para sua extração são os ácidos fortes (PINHEIRO et

al., 2008; YAPO, 2009; BASANTA et al., 2012; SEIXAS et al.,2014). O ácido cítrico,

por exemplo, é frequentemente utilizado por proporcionar uma melhor propriedade de

solidificação (YAPO, 2009a).

A eficácia do processo de extração é grandemente influênciada pelos

parâmetros do processo, assim investigações são necessárias para elucidar as condições

ideais para a recuperação dos compostos bioativos e de pectina da casca de maracujá.

O objetivo geral deste trabalho foi comparar diferentes processos e

condições de extração de compostos bioativos e de pectina da casca de Passiflora edulis

f. flavicarpa. Os objetivos específicos foram:

- Avaliar o uso de diferentes solventes na extração de compostos fenólicos

da casca de maracujá;

Page 15: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

3

- Avaliar a influência do tipo de solvente e sua mistura com a água sobre o

rendimento dos extratos, no teor de polifenóis totais e na quantidade dos compostos

extraídos;

- Avaliar a influência da técnica de extração sobre o rendimento dos

extratos, no teor de polifenóis totais e na quantidade dos compostos extraídos.

- Identificar os compostos bioativos presentes no extrato da casca de

Passiflora edulis ssp.;

- Verificar o rendimento de pectina e realizar a caracterização do polímero

péctico.

Page 16: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

4

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Maracujá

O gênero Passiflora compreende cerca de 450 a 600 espécies de

maracujazeiros, sendo 150 originárias do Brasil (FERREIRA 2005; FALEIRO et al.

2008). Os países que se destacam com as maiores produções de maracujá em todo

mundo são Brasil, Equador e Colômbia (DE OLIVEIRA; DOCE ; DE BARROS, 2012).

O Brasil se destaca como principal produtor e consumidor mundial de maracujá (DE

OLIVEIRA et al., 2012). Conforme o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE, 2012), o país produziu 923 mil toneladas de Maracujá em 2011.

As espécies de Passiflora que se destacam economicamente são Passiflora

edulis Sims f. flavicarpa Deg – comumente conhecida como maracujá amarelo ou azedo

ou peroba, Passiflora edulis Sims como maracujá roxo e o Passiflora alata Ait como

maracujá doce (SÃO JOSÉ et al., 2000). A espécie Passiflora edulis f. flavicarpa é a

mais amplamente cultivada devido à qualidade dos seus frutos, sabor apreciado por

muitos consumidores e por incentivo da agroindústria, correspondendo a 95% dos

pomares brasileiros (BERNACCI et al., 2003).

As principais utilizações do fruto do maracujazeiro no processo produtivo

são a sua comercialização in natura, e o seu beneficiamento em indústrias de sucos (DE

OLIVEIRA et al., 2012). A expressiva produção de suco tornam as cascas um fardo

substancial para as empresas e o meio ambiente (PINHEIRO et al., 2008).

2.2 Resíduos Agroindustriais

Toneladas de resíduos de atividades agroindustriais são geradas em todo

mundo (LAROZE; ZUNIGA-HANSEN, 2007). Nascimento, Calado e Carvalho

(2012), mencionam que o mesocarpo do maracujá corresponde a cerca de 90% do peso

total do fruto in natura que é descartado como lixo durante processamento. Este fato

corrobora para um déficit econômico na cadeia produtiva, uma vez que estes resíduos

são ricos em compostos bioativos, que são substâncias de elevado valor comercial

(AYALA-ZAVALA et al., 2011).

Page 17: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

5

O emprego de resíduos agroalimentar de maneira eficiente, com um menor

custo e ambientalmente correta é altamente rentável. Uma das alternativas mais eficazes

para o reaproveitamento deste resíduo é a recuperação de constituintes bioativos

alimentares, o que é economicamente vantajoso para as indústrias farmacêuticas,

indústria de cosméticos e de alimentos (DE OLIVEIRA et al., 2009).

Dependendo da tecnologia disponível, os resíduos de commodities agrícolas

podem ser transformados em produtos comerciais, podendo ser utilizados como matéria

prima, como suprimentos operacionais e também na formulação de novos produtos.

2.3 Aplicação da Casca de Maracujá

Produtos oriundos de resíduos de frutas tropicais contêm altos níveis de

compostos bioativos (vitaminas, minerais, compostos fenólicos e fibras dietéticas), que

são benéficos à saúde (LOPEZ-VARGAS et al., 2013). Também podem ser utilizados

como aditivos alimentares (antioxidantes, antimicrobianos, corantes, aromatizantes e

espessantes) (AYALA-ZAVALA et al., 2011). Pesquisas abordam a aplicação da

farinha obtida da casca de maracujá na alimentação humana, visando aumentar o valor

nutricional e o teor de fibras. Vários exemplos podem ser citados: macarrão caseiro tipo

espaguete, barra de cereais, biscoitos, doce em calda entre outros. O consumo da farinha

de casca de maracujá auxilia na regulação da glicose, reduz as taxas de colesterol e

de triglicérides, as fibras presentes na farinha aumentam a capacidade de retenção de

água retardando o esvaziamento gástrico, além de possuir nutrientes importantes ao

nosso organismo, como niacina (vitamina B3), ferro, cálcio e o fósforo (OLIVEIRA,

et.al.,2002; MATSUURA, 2005; ISHIMOTO et al.,2007; SPANHOLI E OLIVEIRA,

2009).

Já na alimentação animal, Togashi et al. (2007) abordam que o uso de casca

e semente de maracujá na ração de frangos de corte aumenta consideravelmente os

teores de ácidos graxos insaturados, tanto da família ômega 3 como de ômega 6, nos

músculos das pernas dos frangos. Já Lousada et al. (2005) relatam que o subproduto do

maracujá apresenta bom valor nutritivo, podendo ser utilizado na dieta de ruminantes. A

casca de maracujá torna-se uma alternativa para nutrir rebanhos que enfrentam períodos

de seca e escassez de alimentos, alimentando-se com um subproduto de alto valor

Page 18: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

6

nutritivo e de baixo custo. Portanto os resíduos agrícolas surgem como uma opção para

solucionar tal problema (LOUSADA et al., 2006).

A aplicação desses resíduos na alimentação humana ou animal como fonte

alimentar mostra-se vantajosa, uma vez que ocorre uma diminuição dos custos e

concomitantemente tem-se um aumento do valor nutricional do produto, devido ao

acréscimo do teor de fibras e das substâncias bioativas (ZERAIK et al., 2010).

2.4 Compostos Bioativos em Passiflora edulis ssp.

Os compostos bioativos em plantas têm sido estudados, devido à crescente

popularidade dos produtos naturais e de seus benefícios à saúde. Os compostos

bioativos apresentam várias propriedades terapêuticas, como por exemplo, a redução da

incidência de algumas doenças degenerativas como câncer e diabetes, a redução dos

fatores de risco de doenças cardiovasculares. Apresentam também ação antioxidante,

antialérgicos, anti-inflamatório, antimicrobiano entre outros. Pesquisas estão sendo

realizadas em todo mundo para verificar o valor nutritivo das frutas. A identificação das

características físico-químicas e a quantificação das substâncias bioativas são de

interesse para acrescentar qualidade nutricional e valor ao produto final (DE SOUZA et

al., 2012; MARTINS et al., 2011)

Compostos bioativos são normalmente originados do metabolismo

secundário das plantas. A produção desses metabólicos secundários ajudam as plantas a

aumentarem a sua capacidade global para sobreviver e superar os desafios locais,

permitindo-lhes interagir com o meio exterior. Assim, alguns metabólitos secundários

possuem efeitos sobre o sistema biológico que é considerado bioativo. Portanto uma

definição de composto bioativo nas plantas é: metabólitos secundários que provocam

efeitos farmacológicos ou toxicológicos em humanos e animais (AZMIR et al.,2013).

Dentre os compostos que possuem bioatividade destacam-se os compostos

fenólicos, um dos maiores grupos de metabólitos secundários presentes em plantas.

Sendo largamente distribuídos no reino vegetal, apresentando em sua composição

química um anel aromático podendo conter um ou mais grupos de hidroxilas. A origem

destes metabólitos secundários em vegetais é em sua grande maioria, produzida pelo seu

sistema de defesa: contra a radiação ultravioleta, ação ou agressão de patógenos.

Page 19: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

7

Entretanto, o organismo humano não é capaz de sintetizar os compostos fenólicos,

assim a fonte destas substâncias bioativas é oriunda da dieta alimentar com vegetais

(ROCHA, 2011).

Pesquisas referentes à composição química de várias espécies de Passiflora

apontam principalmente para a presença de alcalóides e flavonóides. Este último grupo

de fenólicos é o mais importante e diferenciado dentre os produtos de origem natural

(MULLER, 2006). A seguir são apresentadas estruturas químicas encontradas em casca

de maracujá.

2.4.1 Flavonóides

Os flavonóides possuem em sua composição 15 carbonos, composto por

dois anéis aromáticos (A e B, representados na Figura 1), unidos por três átomos de

carbono, originando ou não o terceiro anel aromático, onde geralmente encontra-se o

átomo de oxigênio (anel C, representado na Figura 1) (NOVAK et al., 2008). Existe

uma vasta gama de tipos de flavonóides, há em torno de 2.000 de ocorrência natural. De

acordo com a estrutura química os flavonóides podem ser divididos em seis grupos:

flavonas, flavononas, flavonóis, isoflavonas, flavanóis e antocianinas (DAMODARAM;

PARKIN; FENNEMA, 2010). Diferenciando-se pelo nível de oxidação do anel central

C e pela posição da ligação do anel B.

Figura 1- Estrutura básica dos flavonóides.

Fonte: NOVAK et al., 2008.

Page 20: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

8

Estudos referentes à composição química de diversas espécies de Passiflora

edulis mostram principalmente a presença de flavonóides C-glicosídeos (ZERAIK et

al., 2011). Estes compostos possuem uma grande diversidade de atividade biológica,

apresentando funções antioxidantes, efeitos anti-inflamatórios, efeito vasodilatador,

ação antialérgica, atividade contra o desenvolvimento de tumores, antihepatotóxica,

antiulcerogênica, atuação antiplaquetária, bem como ações antimicrobianas e antivirais

(YE et al.,2011).

Zucolotto et al. (2011) em seus experimentos encontraram várias

substâncias bioativas, predominando a presença de flavonóides C-glicosídeos que foram

identificados nas folhas e no pericarpo de P. edulis var. flavicarpa, P. alata, P. edulis

var. edulis e P. tripartita var. molissima. As diferentes espécies e variedades

apresentaram diferentes componentes majoritários. Os flavonóides C-glicosídeos

identificados com maior frequência foram orientina, isoorientina, vitexina e isovitexina.

Devido ao seu valor nutricional e conteúdo de flavonóides, verificações

sobre a potencialidade do maracujá como alimento funcional, ou uma fonte de

substâncias bioativas são de suma importância (ZERAIK et al., 2011). A maioria dos

flavonóides possuem propriedades biológicas e químicas em comum, tais como:

atividade antioxidante, habilidade de retirar espécies reativas de oxigênio, capacidade de

sequestrar eletrólitos, potencial para gerar peróxido de hidrogênio quando entra em

contato com alguns metais, aptidão de modular a ação de algumas enzimas celulares.

Uma alimentação rica em flavonóides pode proteger contra diversos tipos de doenças:

doenças cardiovasculares, distúrbios neurodegenerativos e alguns tipos de câncer

(DAMODARAM; PARKIN ; FENNEMA, 2010).

Alguns flavonóides possuem a capacidade de inibir a replicação viral do

agente causador da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) (MANTAS et al.,

2000). Também foi verificado que o flavonóide Kaempferol auxilia na regulação das

células cancerosas no tratamento contra o câncer e é menos tóxico para as células

normais, em comparação com os medicamentos utilizados em quimioterapias (CHEN e

CHEN, 2013).

Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

9

2.4.2 Pectina

Outra estrutura química bastante encontrada na casca de maracujá é a

pectina. Pesquisas apontam a grande quantidade deste componente presente no

mesocarpo do maracujá. A pectina pertence a uma família de oligossacarídeos e

polissacarídeos, com características comuns, todavia podem apresentar grande

diversidade em sua estrutura fina. A estrutura péctica primária é um homopolímero de

ácido galacturônico ligada em α-(1,4) com grau variável de grupos carboxilas metil

esterificados (Figura 2) (CANTERI, 2010).

Figura 2- Estrutura química da cadeia de pectina.

Fonte: Autor, 2015.

O que é interessante na estrutura péctica é a sua capacidade de formar gel e

essa propriedade oferece muitas oportunidades para sua aplicação. Em determinadas

condições os géis são utilizados como agente gelificante e estabilizante nas indústrias

farmacêuticas, cosméticas e por muitas indústrias de alimento principalmente na

produção de doces, geleias entre outros (PINHEIRO et al.,2008; ASSOI et al.,2014;

SEIXAS et al.,2014). Também é um substituto de gordura em cremes para sorvetes e

temperos para saladas (THIRUGNANASAMBANDHAM; SIVAKUMAR; PRAKASH,

2014).

Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

10

A pectina também apresenta propriedades terapêuticas, por exemplo, auxilia

na diminuição do colesterol total, reduzindo as frações das lipoproteínas de baixa

densidade; auxilia na redução da glicemia; retarda o esvaziamento gástrico, que leva à

menor digestão e absorção, aumentando a sensação de saciedade, consequentemente

auxilia na perda de peso corporal e entre outros (CANTERI, 2010; SILVA et al. 2011).

Outra aplicação para a pectina é a produção de películas biodegradáveis

tornando-se uma fonte de carbono para a produção de biopolímeros. As películas

biodegradáveis não originam resíduos sólidos e podem ser ingeridas juntamente com os

alimentos, pois são degradadas pela ação de micro-organismos que estão presentes em

meio natural (NASCIMENTO; CALADO; CARVALHO, 2012).

O uso da casca de maracujá para a produção de pectina comercial é uma

solução viável para solucionar a problemática de eliminação deste resíduo, pois a

pectina extraída da casca de maracujá atende as exigências tecnológicas da pectina

exigidas no mercado (KULKARNI E VIJAYANAND, 2010).

As pectinas são industrialmente obtidas principalmente a partir de casca de

frutas cítricas e bagaço de maçã (PINHEIRO et al.,2008; BASANTA et al., 2012).

Entretanto, devido a grande demanda industrial, outras fontes estão sendo pesquisadas,

tais como ameixas japonesas (BASANTA et al., 2012), casca de palmyra (Lima et al.,

2010), casca de pitaia (THIRUGNANASAMBANDHAM; SIVAKUMAR; PRAKASH,

2014), casca de banana (EMAGA et al.,2008), casca de maracujá (PINHEIRO et al.,

2008; KULKARNI; VIJAYANAND, 2010; NASCIMENTO; CALADO; CARVALHO,

2012; SEIXAS et al., 2014), entre outras. A produção e a qualidade da pectina variam

muito e depende da fonte e das condições da extração.

2.5. Extração

O processo de extração de substâncias a partir de materiais de plantas é uma

das etapas mais importantes para a recuperação destes compostos. Diversas

metodologias de extração foram desenvolvidas nos últimos anos. Dentre as

metodologias recentes de extração podemos citar: extração assistida por ultrassom

(EAU) e a extração com solvente pressurizado (ESP) (WANG et al., 2010).

Page 23: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

11

A EAU é um sistema que utiliza a energia acústica e solvente para promover

o processo de extração dos compostos alvos de diversas estruturas vegetais

(MINJARES-FUENTES et al., 2014). O mecanismo de extração envolve o fenômeno

de difusão, em que ocorre a formação de bolhas de cavitação que proporciona um

melhor rompimento celular através da formação de micro jatos perto da superfície

sólida da célula do vegetal, o que permite a maior penetração do solvente na matriz

celular aumentando assim a taxa de transferência de massa (CHEMAT; ZILL; KHAN,

2011). Vários fatores podem afetar o processo de extração assistida por ultrassom:

intensidade da onda sonora, tempo de exposição à frequência sonora, temperatura do

processo, granulometria da amostra entre outros (TAO et al., 2014). A EAU é utilizada

para extração de uma vasta gama de compostos alimentares, tais como pigmentos,

aromas, antioxidantes e outros compostos orgânicos e minerais oriundos de diversas

matrizes (tecido, principalmente de origem animal, alimentos e materiais de plantas)

(CHEMAT; ZILL; KHAN, 2011).

Já a ESP é uma técnica com extração automatizada que utiliza temperatura e

pressões elevadas para obter extratos em um curto intervalo de tempo. A temperatura

elevada possibilita uma melhor solubilização do composto, aumentando as taxas de

difusão e com isso tem-se o enfraquecimento das interações soluto-matriz. A alta

pressão permite trabalhar com solvente acima do seu ponto de ebulição, acelerando o

processo de extração total (JENTZER et al., 2015).

A ESP é uma técnica que oferece vantagens em relação aos métodos de

extrações tradicionais (BARROS et al., 2013). Menos solvente é utilizado durante o

processo, extrações simultâneas podem ser realizadas, combinações de solventes podem

ser programadas e tem-se uma rápida recuperação dos constituintes extraídos (DING et

al., 2011). A ESP é utilizada para muitas finalidades: extrações de pesticidas, de

compostos bioativos / nutricionais, entre outros (BARROS et al., 2013).

O processo de extração de compostos a partir de materiais de plantas é uma

das etapas mais importantes para a recuperação destas substâncias. Para tal processo

vários tipos de solventes são utilizados: metanol, etanol, acetona ou a sua combinação

com a água e acetato de etila. As ótimas condições de extração dependem do composto

bioativo em questão e do tipo de material que está sendo analisado (BIESAGA, 2011).

Solventes alcoólicos são frequentemente utilizados na extração de

compostos fenólicos oriundos de fontes naturais, eles fornecem um rendimento muito

Page 24: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

12

elevado de extrato total. Em particular, misturas de álcoois e água revelaram-se mais

eficientes na extração de constituintes fenólicos do que um sistema contendo somente

um solvente (GIRONI; PIEMONTE, 2011). Esta mistura de solvente com a água

proporciona um aumento da polaridade do solvente, com isso maiores teores de

compostos fenólicos podem ser extraídos (SULTANA et al., 2007, WIJEKOON et al.,

2011, HUSSAIN et al., 2012).

Outro solvente frequentemente utilizado é a própria água, que em certas

condições de pressão e temperatura adquire propriedades semelhantes à de solventes

orgânicos, a exemplo do metanol (KO; CHEIGH; CHUNG, 2014). O interesse pela

água subcrítica como meio reacional tem aumentado devido: a água não ser tóxica,

custo relativamente baixo, não é um combustível, atua como solvente e parceira de

reações, ambientalmente segura, extremamente reativa e a água subcrítica pode agir

como um catalisador ácido ou básico (KO et al., 2011).

Na tabela 1 são apresentadas condições encontradas em alguns estudos

sobre extração de compostos fenólicos em diferentes tipos de cascas de alimentos,

considerando método de extração, solvente, tamanho de partícula, temperatura, tempo e

quantidade de amostra.

Page 25: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

13

Tabela 1- Estudos realizados sobre extração de compostos fenólicos em diferentes tipos de cascas de alimentos reportados na literatura.

Material Método de

extração Solvente

Tamanho da

Partícula

(mm)

Temperatura

(°C)

Tempo

(min.)

Quantidade de

Amostra (g) Referência

Casca de

cebola,

cenoura

,limão, laranja

entre outras

Extração

Subcrítica

Metanol, água e

acetoni-trila <10

110, 130, 150,

170, 190 e 200 5, 10 e 15 1

(KO;

CHEIGH;

CHUNG,

2014)

Casca de citrus

unshiu

Extração

Subcrítica Água Milli –Q - 110-200 5-20 1

(CHEIGH;

CHUNG;

CHUNG, 2012) Casca de citrus

unshiu

Extrações

convencionais

Etanol (70%),

metanol (70%) e

água

- 79, 65, e 90

180 20

Cascas de

Uvas

Vermelhas

Ultrassom

3 ml de metanol

com

Ácido clorídrico:

99/1 ( v / v )

- 25 15 8,29 (NOVAK et al.,

2008)

Casca de

Cebola

Extração

Subcrítica Água Milli –Q <10 100-190 180 1-2

(KO et al.,

2011).

Fonte: Autor, 2015.

Page 26: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

14

Com relação à extração de pectina, os métodos mais comumente

empregados para sua extração incluem ebulição direta e aquecimento por micro-ondas.

Novos métodos de extração de pectina estão sendo empregados, visando obter um maior

rendimento nas extrações, aumentar a qualidade da estrutura péctica extraída,

diminuição da poluição ambiental com a redução do uso de solventes utilizados durante

o processo, aumentar a eficiência de energia entre outros. As atuais técnicas são:

extração assistida por ultrassom, extração com fluido supercrítico, extração assistida por

micro-ondas e extração acelerada com solvente (GUO et al., 2012;

THIRUGNANASAMBANDHAM; SIVAKUMAR; PRAKASH, 2014).

De acordo com YAPO (2009a) o tipo de ácido exerce influência

significativa na propriedade do polímero e na gelificação da pectina isolada. Os mais

frequentemente utilizados são ácido cítrico, acético, lático, málico, tartárico, clorídrico,

nítrico, fosfórico e sulfúrico (YAPO, 2009a). O referido autor cita que a extração de

pectina com ácido cítrico é menos degradante e leva a fração de pectina isolada a uma

melhor propriedade de solidificação.

Na Tabela 2 encontram-se as condições relatadas por algumas pesquisas

sobre a extração de pectina em diferentes tipos de cascas de frutas, considerando

método de extração, solvente utilizado para extrair a pectina, quantidade de amostra,

temperatura e tempo.

Page 27: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

15

Tabela 2 - Estudos realizados sobre extração de pectina em diferentes tipos de casca de frutas reportados na literatura.

Material Método de

Extração

Solvente usado

na extração

Quantidade de

Amostra (g)

Temperatura

(ºC)

Tempo

(min) Referência

Casca de

Maracujá

Aquecimento por

micro-ondas

Ácido tartárico,

ácido acético e

ácido nítrico

4 - 3, 6 e 9 SEIXAS et al., 2014

Casca de

Maracujá

Extração com

ácido quente Ácido cítrico - - 17-102 PINHEIRO, E. R. et al., 2008

Casca de

unshiu Por Contato Ácido cítrico 10 50, 65, e 80 120

KURITA; FUJIWARA;

YAMAZAKI, 2008

Casca de

banana

Agitador

magnético

termostática

Ácido sulfúrico

Proporção

líquido-sólido

de 01: 29, m / v

80 ou 90 60 ou

240 EMAGA et al., 2008

Casca de

Maracujá Por Contato Ácido cítrico - - 10

NASCIMENTO; CALADO;

CARVALHO, 2012

Casca de

Uva Ultrassom Ácido cítrico - 35–75 20–60

MINJARES-FUENTES et al., 2014

Casca de

Laranja

Aquecimento por

micro-ondas

Etanol, ácido

clorídrico,

hidróxido de

sódio, ácido

galacturónico

50 80 21 GUO et al., 2012

Fonte: Autor, 2015.

Page 28: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

16

Posteriormente a etapa de extração da pectina tem-se o processo de

precipitação da estrutura péctica. Os solventes comumente utilizados são o etanol e o

metanol. A precipitação da pectina ocorre quando os solventes alcoólicos entram em

contato com o polímero de pectina, que estão eletricamente carregados devido à

extração com solventes acidulados, assim os solventes alcoólicos diminuem a constante

dielétrica do meio e consequentemente ocorre o fenômeno de precipitação da estrutura

péctica (Figura 3) (CANTERI, 2010).

Figura 3-Precipitação alcoólica de pectina.

Fonte: Autor, 2015.

Muitas pesquisas utilizam o etanol como agente precipitante (EMAGA et

al.,2008; KURITA; FUJIWARA;YAMAZAKI, 2008; PINHEIRO et al., 2008; GUO et

al.,2012; NASCIMENTO; CALADO; CARVALHO, 2012; MINJARES-FUENTES et

al., 2014; SEIXAS et al.,2014). Essa etapa tem por objetivo também eliminar sais,

açúcares e compostos solúveis em álcool, assim convertendo a pectina a sua forma de

ácido livre (YAPO, 2009b).

Page 29: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

17

3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Coleta e preparo das cascas para extração

Neste estudo foram utilizados frutos de Passiflora edulis ssp., adquiridos na

Central de Abastecimento S/A de Fortaleza - CEASA-CE. Os frutos foram

recepcionados na Embrapa Agroindústria Tropical, localizada em Fortaleza, Ceará,

onde foram encaminhados à planta piloto de processamento da unidade para serem

higienizados e despolpados. As cascas foram picadas e secas em estufa de circulação de

ar a 60ºC por 48 horas, em seguida foram moídas em moinho de facas tipo Willey,

modelo BT 602. Posteriormente, as cascas moídas foram classificadas com tamanho de

partícula menor ou igual a 50 micrometros (Figura 4). O material foi mantido em

temperatura ambiente até o início das extrações.

Figura 4- Casca de Maracujá com granulometria inferior ou igual a 50 micrometros.

Fonte: Autor, 2015.

3.2 Etapas do Estudo

O presente estudo foi dividido em três etapas. Na etapa 1 foram realizados

testes para avaliar a extração dos compostos bioativos utilizando diferentes tipos de

solventes. Os solventes utilizados nas extrações encontram-se na Tabela 3. A

metodologia utilizada para a extração dos compostos nesta etapa foi à ESP. Esta etapa

inicial foi realizada para verificar a afinidade do solvente em extrair os constituintes da

casca de maracujá. As determinações analíticas realizadas nesta etapa foram análise de

Page 30: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

18

rendimento em massa das extrações e também cromatografia líquida e espectrometria de

massas.

Tabela 3- Solventes extratores utilizados na etapa 1.

Solventes Extratores Relação Solvente / Água (v/v)

Hexano -

Água -

Metanol 80:20

Etanol 80:20

Na etapa seguinte foram realizados testes para avaliar a influência de duas

metodologias de extração: a EAU e a ESP. E também a influência do tipo de solvente e

de sua concentração na extração dos compostos bioativos. Na Tabela 4 encontram-se as

soluções extratoras testadas.

Tabela 4- Soluções extratoras utilizadas na etapa 2.

Solventes Extratores Relação Solvente / Água (v/v)

Metanol

80:20

70:30

60:40

50:50

Etanol

80:20

70:30

60:40

50:50

As determinações analíticas realizadas nesta etapa foram análise de

rendimento em massa das extrações, açúcares totais, teor de polifenóis totais,

cromatografia líquida com detecção por arranjo de diodos e ionização por electrospray

espectrometria de massa e cromatografia líquida de alta eficiência.

Na última etapa foi realizada a extração de pectina. A extração de pectina

foi realizada sequencialmente após a extração dos compostos fenólicos. O solvente

utilizado para a extração de pectina foi uma solução aquosa de ácido cítrico 1%. E o

solvente utilizado para a precipitação da pectina foi o etanol. As determinações

Page 31: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

19

analíticas realizadas nesta etapa foram análise de rendimento em massa das extrações e

ressonância magnética nuclear.

3.3 Obtenção dos extratos

3.3.1 Condições da extração com solvente pressurizado

A técnica de ESP foi realizada em extrator automático – modelo: ASE 350

Dionex. Inicialmente pesou-se 2g de amostra e misturou-se com 4g de terra diatomácea,

posteriormente colocou-se em uma célula de extração de aço inoxidável de volume de

66 mL. As condições de processo foram: pressão de 10342-11721 kPa; temperatura de

80ºC; rinse de 5 min; tempo de extração de 10 min em cada ciclo e purga de 200 s. As

condições das extrações foram baseadas em estudos reportados na literatura (Tabelas 1 e

2).

Todas as extrações foram realizadas sequencialmente por três vezes,

gerando três ciclos de extrações de substâncias bioativas para cada amostra, e na

sequência mais três ciclos de extração de pectina para cada amostra. A Figura 5 ilustra o

processo de extração sequencial realizada na ESP.

Page 32: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

20

Figura 5-Fluxograma da extração com solvente pressurizado.

Fonte: Autor, 2015.

Page 33: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

21

Todos os experimentos foram realizados em triplicata e as amostras obtidas

(Figura 6) foram evaporadas e liofilizadas em um liofilizador piloto da marca Terroni

modelo LC 1500, durante 5 dias. Os extratos liofilizados foram armazenados a -18°C.

Figura 6-Extrato obtido utilizando ESP, na proporção 70:30 de etanol/água, respectivamente.

Fonte: Autor, 2015.

3.3.2 Condições da extração assistida por ultrassom

As condições de processo da EAU foram baseadas seguindo os mesmos

parâmetros utilizados na ESP. Inicialmente pesou-se 2g de amostra; adicionou-se 40 mL

de solução extratora em cada ciclo de extração (o volume de solvente utilizado em cada

ciclo foi baseado no volume de extrato total obtido na ESP, ou seja, o volume de extrato

total na ESP foi de aproximadamente 120 mL, assim dividindo este volume em três

ciclos de extração fica 40 mL de solução extratora para cada ciclo); levou-se para um

banho de ultrassom - modelo: USC-1400, cuja frequência ultrassônica padrão do

equipamento é de 40 kHz; potência real de 135 W; volume de água utilizado no banho

de ultrassom de 0,0012 m3; densidade de potência de 112500 W/m

3; o tempo de

extração foi de 10 minutos em cada ciclo. Posteriormente as amostras foram

centrifugadas por 15 minutos a 3500 rpm, em seguida o sobrenadante foi coletado.

Page 34: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

22

A Figura 7 ilustra o processo de extração sequencial realizada na EAU. No

qual as extrações foram realizadas sequencialmente por três vezes, gerando três ciclos

de extrações de substâncias bioativas para cada amostra, e na sequência mais três ciclos

de extração de pectina para cada amostra. Todos os experimentos foram realizados em

triplicata e as amostras obtidas foram evaporadas e liofilizadas em um liofilizador piloto

da marca Terroni modelo LC 1500, durante 5 dias. Os extratos liofilizados foram

armazenados a -18°C.

3.3.3 Condições da extração de Pectina

A extração de pectina foi realizada sequencialmente após a extração dos

compostos fenólicos, ou seja, a massa residual da extração dos compostos bioativo foi

utilizada para extrair a pectina (Figura 6 e 7). O solvente utilizado para a extração de

pectina foi uma solução aquosa de ácido cítrico 1%. As extrações foram realizadas

seguindo as mesmas condições de processo utilizadas na EAU e na ESP.

Para a etapa de precipitação foi utilizada a metodologia descrita por

(MUNHOZ; SANJINEZ-ARGANDONA; SOARES-JÚNIOR, 2010) com adaptações:

logo após a extração ácida, a amostra foi refrigerada a 4ºC por 24 horas, filtrada em

tecido de náilon de serigrafia. Ao filtrado, contendo a pectina, adicionou-se álcool

etílico (99,8%) na proporção 1:2 (v/v) de solução extratora-álcool, respectivamente.

Após 1 hora de repouso, houve precipitação da pectina, sendo esta separada por

filtração. O gel obtido foi liofilizado e obteve-se a pectina seca.

Page 35: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

23

Figura 7- Fluxograma da extração assistida por ultrassom.

Fonte: Autor, 2015.

Page 36: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

24

3.4 Determinações analíticas

3.4.1 Rendimento dos extratos

Os rendimentos dos extratos, contendo os compostos bioativos, foram

calculados de acordo com a Equação 1:

Rendimento do Extrato =Extrato

Massa de farinha (seca)× 100 (1)

Onde:

Extrato = massa de extrato obtido após a extração seco em gramas;

Massa farinha (seca) = Quantidade de amostra utilizada para a extração, no caso foram

utilizadas 2g de farinha de casca de maracujá.

3.4.2 Rendimento de pectina

O rendimento de pectina foi calculado de acordo com a Equação 2:

Rendimento de Pectina = Pectina extraída

Massa de farinha (seca)× 100 (2)

Onde:

Pectina extraída = massa de pectina seca em gramas obtida após a extração;

Massa farinha (seca) = Quantidade de amostra utilizada para a extração, no caso foram

utilizadas 2g de farinha de casca de maracujá.

Page 37: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

25

3.4.3 Cromatografia líquida e espectrometria de massas

A presença de compostos bioativos foi verificada por cromatografia líquida

e espectrometria de massas no equipamento de cromatografia líquida de ultra eficiência

(Aquity) e QToF (Xevo). Foi utilizada a coluna analítica Acquity UPLC BEH C18 (1,7

µm, 2.1 mm x 150 mm) com fluxo de 0,5 mL/ min, volume de injeção de 1 µL e o

tempo total da corrida foi de 15 minutos. A fase móvel utilizada foi água / ácido

fórmico 0,1 % e acetonitrila / ácido fórmico 0,1 % (v/v).

3.4.4 Condições da análise de cromatografia líquida com detecção por arranjo de

diodos e ionização por electrospray espectrometria de massas

A cromatografia líquida com detecção por arranjo de diodos e ionização por

electrospray espectrometria de massas (LC-DAD-ESI-MS) foi utilizada como

procedimento geral para a investigação de compostos fenólicos. Foi utilizada a

metodologia de Lin e Harnly, 2007 com modificações. O instrumento LC-DAD-ESI-

MS consistiu de um HPLC Varian 250 (Varian, CA) acoplada a um detector de arranjo

de diodos (DAD) e um espectrómetro de massa 500-TI MS (Varian,). Uma coluna

Symetry C18 (Varian Inc., de Lake Forest, CA) (3 um, 250 x 2 mm) foi utilizada a uma

velocidade de fluxo de 0,4 ml / min. A temperatura do forno da coluna foi fixado em 30

oC. A fase móvel consistiu de uma combinação de A (0,1% de ácido fórmico em água) e

B (0,1% de ácido fórmico em acetonitrilo). O gradiente variou linearmente a partir de

10% a 26% de B (v / v) em 40 min, a 65% de B em 70 min, e finalmente a 100% de B

em 71 minutos e mantida a 100% de B a 75 min. O DAD foi fixado em 270 e 512 nm

em tempo real de leitura e do UV / Vis, 190-650 nm, foram recolhidos de forma

contínua. Os espectros de massas foram adquiridos em simultâneo utilizando ionização

por electrospray nos modos de ionização positivo e negativo (PI e NI) a uma tensão de

80 V de fragmentação para a gama de massas de 100-1000 amu. Foi utilizada uma

pressão do gás de secagem de 241 kPa, pressão do gás nebulizador de 275 kPa, a

temperatura do gás de secagem de 370 oC, tensões capilares de 3500 V para PI e 3500 V

para NI e tensões escudo de pulverização de 600V. O sistema LC foi acoplado ao MSD

com uma divisão de 50%.

Page 38: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

26

3.4.5 Cromatografia líquida de alta eficiência

A cromatografia líquida de alta eficiência foi utilizada para quantificar os

compostos bioativos majoritários. O modelo do equipamento utilizado foi o 920 LC da

marca Varian, munido de bomba quaternária, auto-injetor e detector de arranjos de

diodos (DAD). Uma coluna Microsorb 100 C18 analítica de 250 mm x 4,6 mm e

diâmetro de partícula 5 µm, protegida por uma pré-coluna de mesma composição ( 4

mm x 4,6 mm) foi empregada neste estudo.

A fase móvel foi constituída por metanol grau HPLC e uma solução aquosa

de ácido fosfórico (H3PO4) 0,1% na proporção de 20:80 (v/v) em metanol; fluxo de 1,0

mL/ min e temperatura do forno de 35° C. O volume de injeção foi de 20 µL e a eluição

foi realizada no modo gradiente. A tabela 5 mostra a composição desse gradiente, que

variou de 20 a 100 % de MeOH, em 35 minutos. Para a determinação dos teores dos

compostos bioativos foram pesados aproximadamente 30 mg dos extratos das amostras

e diluídos com uma solução aquosa de MeOH/H2O (60:40) em um balão volumétrico de

5 mL, em seguida, aferido e homogeneizado. Essas soluções foram filtradas em filtros

Millipore® de membrana de teflon com poro de 0,45 µm.

Tabela 5- Gradiente do método analítico.

Tempo (min) %MeOH %H2O com H3PO4 0,1% v/v

0 20 80

5 27 73

18 47 53

24 61 39

25 100 0

28 100 0

29 20 80

35 20 80 Fonte: Autor, 2015.

O comprimento de onda utilizado na leitura das amostras foi 350 nm. A

quantificação das substâncias foi realizada por meio de uma curva padrão de quercetina.

Onde a área de cada pico foi relacionada com a concentração da curva padrão de

quercetina para posteriormente efetuar a quantificação das substâncias.

Page 39: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

27

A curva analítica de quercetina (y = 40079x-66,745; r = 0,9975), mostrou-se

linear com valor de r > 0,99. A quantificação das substâncias foi realiza em duplicata e

expressa em mg de quercetina/ 100g de farinha de casca de maracujá.

3.4.6 Ressonância Magnética Nuclear da Pectina

Para a caracterização do polímero péctico por ressonância magnética

nuclear a pectina seca foi purificada por diálise contra água Mili-Q, por 7 dias.

Referência da membrana: D9652 - capacidade: 110mL/ft - largura: 33mm - diâmetro

interno: 21mm (quando cheio), marca: Sigma-Aldrich. O extrato de pectina purificado

foi posteriormente liofilizado (Figura 8). As amostras foram armazenadas em

temperatura ambiente.

Figura 8-Pectina purificada obtida nos experimentos.

Fonte: Autor, 2015.

Os espectros de ressonância magnética nuclear foram obtidos em um

equipamento Agilent DD2 de 600 MHz (para núcleo de 1H) e equipado com uma sonda

One Probe de 5 mm de diâmetro interno (H-F/15N-31P) de detecção inversa e gradiente

de campo no eixo “z“. As amostras foram preparadas dissolvendo-se 5 mg de pectina

purificada em 500 μL de água deuterada. Os espectros unidimensionais de 1H foram

obtidos a 80ºC, com um tempo de espera entre cada aquisição de 5 s, ganho de 20,

Page 40: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

28

aquisição de 128 transientes em uma janela espectral de 22 ppm e 66k de número de

pontos. Para auxiliar na atribuição dos sinais, foram realizados experimentos

bidimensionais de gHSQC AD, com TSP, com 56 transientes, um tempo de espera em

cada aquisição de 1 s, janela em F1 de 200 ppm e em F2 de 16 ppm, com números de

pontos em F1 de 200 e F2 de 1974. O espectro é obtido em duas dimensões. Uma é do

hidrogênio (F2) e a outra do carbono (F1). Isso ocorre para que seja obtida a correlação

dos núcleos de 1H e

13C.

3.4.7 Polifenóis totais

Para a determinação do teor de polifenóis totais, utilizou-se a metodologia

descrita por Singleton e Rossi (1965), com adaptações. Os extratos foram previamente

diluídos com uma solução de etanol 10% em água, e alíquotas variando de 0,1 a 0,5 mL

foram usadas. As alíquotas foram adicionadas a tubos de ensaio, sendo os volumes

completados para 0,5 mL com a solução de etanol 10%. Adicionou-se 0,5 mL do

reagente Folin-Ciocalteu e, após 3 minutos, 0,5 mL de carbonato de sódio a 20%. Em

seguida completou-se para 5 mL adicionando água e os tubos foram agitados. Após 90

minutos de repouso, as absorbâncias foram lidas em espectrofotômetro a 725 nm. Como

solução padrão, usou-se ácido gálico nas concentrações de 0,001 a 0,012 mg/mL em

etanol 10%. Foi gerada uma curva a partir dos valores de absorbância e concentrações

do padrão. Os resultados foram expressos em mg de equivalente de ácido gálico por

100g de amostra.

3.4.8 Açúcares Totais

A quantificação dos açúcares totais foi realizada por RMN. Os espectros de

RMN foram obtidos em um equipamento Agilent DD2 de 599,94 MHz (para núcleo de

1H) e equipado com uma sonda One Probe de 5 mm de diâmetro interno (H-F/15N-

31P) de detecção inversa e gradiente de campo no eixo “z“. As amostras foram

preparadas em triplicata, dissolvendo-se aproximadamente 50 mg do extrato de casca

de maracujá em 500 μL de uma solução de 60:40 (v/v) de MeOD:D2O, a qual foi

Page 41: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

29

submetida a ultrassom por 30 minutos. Para garantir a completa relaxação de todos os

núcleos amostrais, a sequência de inversão recuperação foi utilizada após a calibração

do pulso de 90°. Esta sequência consiste em um pulso de 180° que inverte o vetor

resultante da magnetização longitudinal (T1) do eixo “z” para “-z”, seguido de um

intervalo de tempo (Ʈ) onde a magnetização evolui segundo o processo de relaxação

longitudinal, com um subsequente pulso de 90° para leitura do FID (Free Induction

Decay). A amplitude dos sinais avaliados é diretamente proporcional a resultante da

magnetização no eixo “z” no intervalo Ʈ. Com isso, o valor do tempo de relaxação

longitudinal dos núcleos foi determinado e distribuído foi entre os tempos de AQ e d1.

Em seguida, os espectros unidimensionais de 1H foram adquiridos utilizando uma

sequencia de pulsos padrão, com aplicação de um único pulso de 90 graus seguido da

aquisição espectral. Assim, os espectros foram obtidos a 299K, com 16 transientes em

uma janela espectral de 16 ppm, 66k de número de pontos e um tempo de espera entre

cada aquisição de 30s. Os sinais dos 1H relativo ao TMSP-d4 em 0 ppm, foram utilizado

como padrão interno para a calibração os espectros. Posterior a quantificação

propriamente dita, o equipamento de RMN foi calibrado utilizando uma solução de

sacarose de concentração conhecida. Deste modo, após a integração do sinal de

interesse, o próprio software informa, em mM (mmol/L) a concentração do analito.

Assim, os sinais inerentes a sacarose em δ 5,42, bem como os da glicose livre em δ 5,26

e 4,69 ppm e da frutose em δ 3,93 ppm foram integrados e quantificados. A

metodologia de quantificação foi baseada nos experimentos de Alves, Silva e Ferreira,

2014 onde a concentração do componente principal (Px) pode ser calculado diretamente

utilizando um padrão de concentração conhecida (Pc), conforme a Equação 3.

Px =Ix

Ipc+

Npc

Nx+

Mx

Mpc+

mpc

m (3)

Onde:

Ix = valor da integral do sinal do analito;

Ipc = valor da integral do sinal do padrão;

Npc = número de núcleos do padrão que gerou o sinal;

Page 42: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

30

Nx = número de núcleos do analito que gerou o sinal;

Mx = peso molecular do analito;

Mpc = peso molecular do padrão;

Mpc = massa do padrão na amostra;

m = massa do analito na amostra.

3.4.9 Análise Estatística

Os dados obtidos foram tratados por análises estatísticas onde se utilizou o

programa SigmaPlot 12.0. As análises de variâncias foram realizadas utilizando análise

de One Way ANOVA. Diferenças significativas entre as amostras foram determinadas

pelo teste t de Student ao nível de confiança de 95%.

Page 43: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

31

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Testes utilizando diferentes tipos de solventes

4.1.1 Rendimento em massa dos extratos utilizando diferentes solventes

De acordo com a Tabela 6 pode-se verificar que as soluções de metanol e

etanol proporcionaram, respectivamente, um rendimento de extrato de 1,8 e 1,6 vezes

maior quando comparadas a extração realizada com água pura. Revelando que os

solventes alcoólicos proporcionam um significativo aumento no rendimento de extrato

quando comparado com a água pura. Os rendimentos dos extratos obtidos com água e

hexano não apresentaram diferença significativa entre si.

Tabela 6-Rendimento em massa dos extratos utilizando diferentes solventes.

Solvente Relação Solvente/Água

(v/v) Rendimento do extrato %

Solução de Metanol 80:20 29,5 ± 2,9a*

Solução de Etanol 80:20 27,8 ± 5,5a

Água - 16,4 ± 1,5b

Hexano - 12,7 ± 0,5b

*Médias com a mesma letra não diferem significativamente pelo teste de Tukey (p>0,05).

Um fato que deve ser considerado para o baixo rendimento do extrato

obtido utilizando água como solvente foi a gelatinização do extrato aquoso, na etapa de

evaporação do solvente, como mostrado na Figura 9.

Figura 9-Gelatinização do extrato aquoso da casca de maracujá.

Fonte: Autor, 2015.

Page 44: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

32

A gelatinização do extrato ocorreu devido à água quente pressurizada ter

adquirido propriedades semelhantes à de um ácido, isso ocorreu devido ao aumento da

temperatura da água que resultou em ligações de hidrogênio enfraquecidas e,

posteriormente, tornar-se menos polar e, por conseguinte, favorecendo a extração da

pectina presente na casca de maracujá (PHATSIMO et al., 2015; RAVBER, KNEZ,

ŠKERGET, 2015). A gelatinização do extrato foi um fator preponderante para a

inviabilização da água como solvente, para a recuperação dos compostos bioativos, nas

condições testadas. Pois com a gelatinização do extrato aquoso ocorreu perda de

rendimento de extrato total, devido ao extrato em gel ficar aderido às paredes do balão

de evaporação, impossibilitando a coleta total do extrato. Outra observação a ser

considerada foi que se levou um tempo dispendioso para a evaporação do extrato devido

à gelatinização. Tornando o processo oneroso.

4.1.2 Efeito do solvente no perfil de compostos fenólicos

Nesta etapa inicial foi possível verificar o efeito de diferentes solventes

sobre a extração dos constituintes da casca de maracujá. Os resultados dos

cromatogramas apontam que uma variedade de compostos fenólicos foram extraídos

quando se utilizou misturas de solventes alcoólicos com água. Meneses et al. (2013) em

seus experimentos abordaram que a água pura não é eficiente para extrair substâncias

fenólicas e que misturas de solventes alcoólicos com água são mais eficiente para

recuperar fenóis. Esse fato ocorre porque a mistura de água com solventes alcoólicos

proporciona um aumento da polaridade do solvente extrator, com isso maiores teores de

compostos fenólicos podem ser extraídos (SULTANA et al., 2007, WIJEKOON et al.,

2011, HUSSAIN et al., 2012). No Apêndice A encontram-se os cromatogramas.

Baseado nos resultados de cromatografia e espectrometria de massas e de

rendimento total do extrato foi possível visualizar que misturas de álcoois com água

favorecem a extração de compostos fenólicos. Assim para um maior esclarecimento do

processo de extração de compostos fenólicos oriundos de casca de maracujá na etapa

seguinte foram analisadas diferentes concentrações alcoólicas visando diminuir o uso de

solventes alcoólicos e também verificar sua influência na extração dos compostos. Bem

Page 45: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

33

como verificar a influência de outra tecnologia na recuperação das substâncias

bioativas.

4.2 Influência da concentração dos solventes e de distintas tecnologia de extração

4.2.1 Rendimentos dos extratos

Os extratos obtidos com ESP, no sistema metanol/água, nas proporções

70:30, 60:40 e 50:50 (v/v), e também no sistema etanol/água, nas proporções 70:30 e

60:40 (v/v), apresentaram rendimentos significativos comparados aos outros

tratamentos, onde os valores variaram entre 33-36%. Já na técnica de EAU, os

tratamentos que apresentaram bons rendimentos foram quando se utilizou o sistema

metanol/água, na proporção 70:30 (v/v), que apresentou um rendimento de 32% e no

sistema etanol/água, na proporção 50:50 (v/v), que apresentou um rendimentos de 30%

(Tabela 7).

Tabela 7- Rendimento dos extratos avaliando a influência da concentração dos solventes e de distintas

metodologias de extração.

Solvente Técnica

Relação

Solvente/ Água

(v/v)

Rendimento dos Extratos %

Metanol

ESP

80:20 29,55 ± 2,98abc

70:30 33,51 ± 3,04a

60:40 35,15 ± 5,16a

50:50 36,06 ± 4,86a

EAU

80:20 19,00 ± 3,57c

70:30 32,83 ± 1,31a

60:40 29,11 ± 1,86abc

50:50 28,16 ± 3,05abc

Etanol

ESP

80:20 27,82 ± 5,46abc

70:30 35,87 ± 0,26a

60:40 36,85 ± 0,50a

50:50 30,06 ± 4,81ab

EAU

80:20 21,92 ± 1,46cb

70:30 27,06 ± 1,02abc

60:40 29,27 ± 6,59abc

50:50 30,65 ± 0,69ab

* Médias com a mesma letra não diferem significativamente em relação ao sistema de solventes e

técnicas utilizadas pelo teste de Tukey (p>0,05).

Page 46: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

34

Diante dos resultados, é possível observar que os rendimentos das extrações

foram expressivos comparados com outras extrações convencionais. Dessa forma foi

realizada uma análise para estimar a quantidade de açúcares presente em um dos

extratos.

O teor de açúcar total foi de 19g/ 100g de casca de maracujá, sendo 11g de

açúcar não redutor e 8g açúcar redutor, estes valores são do extrato obtido utilizando a

ESP, no sistema de etanol/água, na proporção 70:30 (v/v) (o espectro de RMN 1H

utilizado para a quantificação dos açúcares encontra-se no Apêndice B). Portanto dos

35% de rendimento de extrato total obtido nesta extração 19% são açúcares e 16%

representa a massa de compostos extraídos.

A figura 10 esboça um comparativo entre as técnicas de extrações (ESP e

EAU) e as relações de solvente/água. Visualiza-se na presente figura uma tendência de

aumento de rendimento com o aumento da concentração de água para os extratos

obtidos com soluções de metanol utilizando a ESP.

Uma similaridade pode ser observada entre os rendimentos de extratos

obtidos com ESP, utilizando as soluções de metanol/água, nas proporções 70:30 e 60:40

(v/v), com as soluções de etanol/água, nas proporções 70:30 e 60:40 (v/v). Indicando

que ambos os solventes alcoólicos podem ser utilizados, nestas concentrações, sem que

ocorra perda de rendimento de extrato total.

Já na EAU visualiza-se uma diferença significativa de rendimento, quando

comparamos a proporção 80:20 (v/v) com as outras proporções testadas 70:30, 60:40 e

50:50 (v/v), para ambos os solventes alcoólicos utilizados.

Visando um processo ágil e ecologicamente correto é necessário verificar as

etapas do processo como um todo. A técnica de extração que se sobressaiu dentre os

métodos testados foi a ESP, pois proporcionou níveis significativos de rendimento de

extrato total e mostrou-se como uma técnica rápida e simples. Com relação à

concentração de solvente alcoólico as relações 60:40 e 50:50 (v/v) são ideais. Pois

forneceram um bom rendimento em massa, para ambas as soluções alcoólicas testadas.

E também pela diminuição do uso de álcool, que acarreta na diminuição dos custos

operacionais e consequentemente a poluição ambiental.

Page 47: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

35

Figura 10- Rendimentos dos extratos: comparação entre as técnicas de extração e os solventes.

Fonte: Autor, 2015.

4.2.2 Polifenóis Totais

As análises de polifenóis totais apontam que a ESP, no sistema

metanol/água, na proporção 60:40 (v/v), destacou-se dentre os demais apresentando um

teor de polifenóis de 576 mg /100g de farinha de casca de maracujá (Tabela 8). Um teor

significativo de polifenóis totais também foi observado quando se utilizou a ESP, no

sistema etanol/água, na proporção de 60:40 (v/v), onde o teor de polifenóis foi de 466

mg /100g de farinha de casca de maracujá. Os resultados indicam que a proporção de

60:40 (v/v) e a ESP proporcionaram um aumento considerável na recuperação de

polifenóis totais, quando comparado às outras proporções de álcool e a técnica de EAU.

Com relação à EAU, o sistema metanol/água, na proporção de 70:30 (v/v) apresentou

um teor de polifenóis de 420 mg/100g de farinha de casca de maracujá.

Uma observação a ser considerada é que o teor de polifénois totais não está

representando a totalidade do rendimento em massa obtido nas extrações, sugerindo que

no extrato ainda existem outras moléculas que não sejam fenólicos.

Page 48: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

36

Tabela 8- Teor de Polifenóis Totais: análise da influência da técnica de extração no teor de polifenóis

toatis.

Solvente Técnica Relação Solvente/

Água (v/v) Polifenóis Totais**

Metanol

ESP

80:20 365,56 ± 5,61ed*

70:30 406,07 ± 16,29cd

60:40 576,57 ± 8,85a

50:50 399,61 ± 21,16cd

EAU

80:20 285,86 ± 6,79gh

70:30 420,52 ± 1,30cd

60:40 280,32 ± 1,78gh

50:50 301,42 ± 11,70g

Etanol

ESP

80:20 257,03 ± 12,97hi

70:30 366,19 ± 8,67ed

60:40 466,64 ± 35,82b

50:50 234,35 ± 6,88ij

EAU

80:20 204,97 ± 11,59j

70:30 276,91 ± 8,19gh

60:40 318,39 ± 15,02fg

50:50 348,27 ± 2,92ef

*Médias com a mesma letra não diferem significativamente em relação ao sistema de solventes e técnicas

utilizadas pelo teste de Tukey (p>0,05).

** mg equivalente ao ácido gálico/100g de amostra.

Martínez et al. (2012) em estudos sobre as propriedades antioxidantes de

resíduos da indústria de suco de manga, goiaba, abacaxi e maracujá relataram que os

teores de polifenóis variaram entre 129 mg/100 g de casca de abacaxi a 546 mg/100 g

de casca e polpa de manga, em extrações realizadas com mistura de metanol-acetona.

Para o maracujá, na mesma condição de extração, o teor de polifenóis totais foi de cerca

de 150 mg /100g de casca, polpa e sementes. Quando se utilizou o etanol, os valores de

polifenóis totais foram inferiores comparados às extrações realizadas com metanol-

acetona, com valores que variaram entre 39 mg/100 g de casca, polpa e sementes de

goiaba a 283 mg/100 g casca e polpa de manga. Para o maracujá o teor de polifenóis

totais foi aproximadamente 75 mg/100g de casca, polpa e semente de maracujá.

O mesmo foi observado no presente estudo, em que os teores de polifenóis

totais se sobressaíram, quando se usou metanol/água como solvente, na ESP. Martínez

et al. (2012) abordam que a recuperação de polifenóis a partir de material vegetal é

influenciada pela solubilidade dos compostos fenólicos no solvente utilizado para o

processo de extração.

Page 49: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

37

Vasco, Ruales e Kamal-Eldin (2008) em estudos sobre os compostos

fenólicos totais e capacidade antioxidante de frutas do Equador, encontraram para o

suco de Passiflora edulis var. flavicarpa um teor de polifenóis de 61 mg/100g de

amostra; valor 9,44 vezes menor do que o encontrado na extração com solvente

pressurizado, na relação metanol/água, na proporção 60:40 (v/v), indicando que a casca

de maracujá possui níveis significativamente maiores de antioxidantes do que em seu

suco. Simirgiotis et al. (2013) em seus experimentos com Passiflora tripartita também

relataram que a casca do fruto apresentou maior poder antioxidante e elevado teor de

compostos fenólicos do que o suco.

Vasco, Ruales e Kamal-Eldin (2008), abordam que a espécie Passiflora

molíssima apresentou um teor de polifenóis superior (cerca de 1010 mg/100 g de

amostra) aos encontrados na espécie Passiflora edulis var. flavicarpa evidenciando que

as diferentes espécies de Passiflora possuem diferentes níveis de fenólicos totais.

O teor de fenólicos é um indicativo importante para verificar a capacidade

antioxidante da casca de maracujá, assim revelando sua aplicabilidade em inúmeros

processamentos de alimentos, evitando a oxidação dos produtos alimentícios em todas

as etapas de elaboração e armazenamento. Outra razão importante para adequação da

casca de maracujá como ingrediente alimentar é a sua origem natural, no qual os

consumidores apreciam os seus benéficos e também é ambientalmente correto (VIUDA-

MARTOS et al., 2011).

4.2.3 Perfil de compostos fenólicos

Os resultados da análise de cromatografia e espectrometria de massas

revelaram que para as distintas metodologias utilizadas nas extrações, bem como o tipo

de solvente e suas concentrações não influenciaram nas extrações das substâncias, tendo

extraído substâncias de massas moleculares semelhantes (Apêndice C).

A cromatografia líquida, com detecção por arranjo de diodos e ionização

por electrospray espectrometria de massa (LC-DAD-ESI-MS), foi utilizada para

identificar os compostos fenólicos presente na casca de maracujá. Foram selecionados

22 picos cromatográficos relevantes, que apareceram com maior frequência nos

cromatogramas (Apêndice D). Os compostos foram tentativamente identificados a partir

Page 50: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

38

de dados das massas moleculares encontrados na literatura e subsequente comparação

com dados obtidos na análise de LC-DAD-ESI-MS.

No presente estudo foi possível identificar 10 compostos, sendo 9 já

relatados para espécies de Passiflora. Os compostos encontrados, em sua grande

maioria, foram compostos fenólicos, predominando a presença de flavonóides (Tabela

9). Os compostos correspondentes aos picos 5 e 14 (Apêndice D) apresentaram-se em

expressiva intensidade e foram identificados como sendo a luteolina-(7-O-

glicopiranosil)-8-C-glicopiranosideo (orientina-7-O-glicosideo) e isoorientina,

respectivamente. Este dois compostos foram quantificados.

Os flavonóides identificados no presente estudo também foram encontrados

por outros pesquisadores. Simirgiotis et al. (2013) encontraram dezoito compostos que

foram caracterizados como flavonóides C-glicosídeos em espécie de Passiflora

tripartita var. Mollissima. Zucolotto et al. (2011) também identificaram nas folhas e no

pericarpo de Passiflora edulis var. flavicarpa, Passiflora alata, Passiflora edulis var.

edulis e Passiflora tripartita var. molíssima flavonóides C-glicosídeos. As diferentes

espécies e variedades apresentaram diferentes componentes majoritários.

Os flavonóides encontrados no presente estudo possuem diversas

propriedades benéficas à saúde humana. Fu et al. (2014) relataram que a luteolina

apresenta potencial no uso terapêutico para hipoperfusão cerebral associado a disfunção

cognitiva e também tem mostrado efeito antioxidante e anti-inflamatório. Lee, Ku e Bae

(2014) relataram em seus experimentos que a orientina e a isoorientina podem ser

consideradas como um potencial candidato no tratamento de doenças inflamatórias de

origem vasculares. A orientina é amplamente utilizada no tratamento de resfriados,

febres altas, amidalite crônica e aguda, também é usada como antiviral antimicrobiano e

antioxidante (LI et al., 2008). Islam et al. (2014) descreveram diversos efeitos benéficos

associados a vicenina-2: antioxidantes, antihepatotóxica, antiespasmódico e melhora do

desconforto gastrointestinal. Praveena et al. (2014) evidenciaram que a vitexina,

isovitexina, orientina, isoorientina e vicenina-2 atuam como uma fonte rica em

antioxidantes. Também foi descrito que a orientina é mais eficiente na retirada de

radicais oxidativos em comparação com vitexina. A apeginina elimina radicais livres,

inibi o crescimento de várias células cancerosas como câncer de mama, cólon, pele, da

tireoide e leucemia (HALEAGRAHARA et al., 2014; ISODA et al.,2014).

Page 51: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

39

Tabela 9- Compostos que foram encontrados no extrato obtido utilizando ESP, na proporção 60:40 de etanol/água, respectivamente.

Picos

Tempo de

Retenção

(min)

λ max

(nm) [M

-H] [M

+H] Substâncias Encontradas Referências

1 6,67 262 367 Desconhecida -

2 8,59 553 Desconhecida -

3 9,38 407 Desconhecida -

4 9,85 298 407 Desconhecida -

5 10,26 270-350 609 611 Luteolina-(7-O-glicopiranosil)-8-C-glicopiranosideo

(Orientina-7-O-glicosideo)*

(ZUCOLOTTO et al.,2011;

SIMIRGIOTIS et al., 2013)

6 11,54 285 517 Desconhecida -

7 12,47 421 Desconhecida -

8 12,64 611 Luteolina-6,8-di-C-β-D-glicopiranosideo (Leucenina II) * (ZUCOLOTTO et al.,2011;

SIMIRGIOTIS et al., 2013)

9 12,9 421 Desconhecida -

10 13,25 270-350 581 Desconhecida -

11 13,60 270-350 593 595 Apigenina-6,8-di-C-β-D-glicopiranosideo (Vicenina II)* (ZUCOLOTTO et al.,2011;

SIMIRGIOTIS et al., 2013)

12 14,23 270-350 579 581 Luteolina-(6-C pentosil)-8-C-β-D-glicopiranosideo isômero* (ZUCOLOTTO et al.,2011;

SIMIRGIOTIS et al., 2013)

13 17,28 270-350 563 565 (6-C-α-L arabinopiranosil)-8-C-β-D-glucopiranoside

(Isoschaftosideo)*

(ZUCOLOTTO et al.,2011;

SIMIRGIOTIS et al., 2013)

14 17,80 270-350 447 449 Isoorientina* (ZUCOLOTTO et al.,2011;

SIMIRGIOTIS et al., 2013)

15 19,33 265-350 449 Orientina* (ZUCOLOTTO et al.,2011;

SIMIRGIOTIS et al., 2013)

16 19,65 270 577 579 Apeginina 7-rutinoside

(ABU-REIDAH et al., 2012)

17 22,97 433 Desconhecida -

18 24,65 270-350 461 463 4′-Metoxiluteolina-8-C-β-D-glicopiranosideo* (ZUCOLOTTO et al.,2011;

SIMIRGIOTIS et al., 2013)

19 28,84 270-350 431 433 Apigenina-8-C-β-D-glicopiranosideo (Vitexina)* (ZUCOLOTTO et al.,2011;

SIMIRGIOTIS et al., 2013)

20 34,21 433 Desconhecida -

21 37,14 270-350 433 Desconhecida -

22 38,32 433 Desconhecida - *Compostos já relatados na literatura em espécies de Passiflora.

Page 52: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

40

4.2.4 Influência da extração na concentração de flavonóides

As análises de HPLC apontam o mesmo perfil cromatográfico para todos os

tratamentos testados (Apêndice E), revelando uma expressiva quantidade das

substâncias luteolina-(7-O-glicopiranosil)-8-C-glicopiranosideo (orientina-7-O-

glicosideo) e isoorientina presente na casca de maracujá.

Os tratamentos que se destacaram apresentando os maiores teores de

luteolina-(7-O-glicopiranosil)-8-C-glicopiranosideo (orientina-7-O-glicosideo) foram:

quando se utilizou a ESP, no sistema metanol/água, na proporção 60:40 (v/v),

apresentando 171 mg de luteolina /100g de farinha de casca de maracujá. Também

quando se utilizou a ESP, no sistema etanol/água, nas proporções de 70:30 e 60:40

(v/v), apresentando respectivamente, 155 e 157 mg de luteolina/100g de farinha de

casca de maracujá. E na EAU, utilizando solução de metanol/água, na proporção 70:30

(v/v), apresentou 166 mg de luteolina/100g de farinha de casca de maracujá ( Figura

11).

Figura 11- Quantificação de luteolina-(7-O-glicopiranosil)-8-C-glicopiranosideo (orientina-7-O-

glicosideo).

Fonte: Autor, 2015.

Page 53: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

41

O presente resultado indica que as soluções alcoólicas nas concentrações

70:30 e 60:40 (v/v) proporcionaram uma expressiva recuperação de luteolina-(7-O-

glicopiranosil)-8-C-glicopiranosideo (orientina-7-O-glicosideo) devido à polaridade do

solvente que aumentou efetivamente a solubilidade da substância.

Na Figura 12 observa-se que a concentração de isoorientina foi expressiva

nos tratamentos realizados com ESP, no sistema metanol/água, na proporção 70:30

(v/v), apresentou 256 mg de isoorientina/ 100g de farinha de casca de maracujá. E

também no sistema etanol/água, nas proporções 70:30 e 60:40 (v/v), apresentando

respectivamente, 272 e 244 mg de isoorientina/ 100g de farinha de casca de maracujá.

Já na EAU, o tratamento realizado com a relação etanol/água, na proporção 50:50 (v/v),

apresentou 256 mg de isoorientina/ 100g de farinha de casca de maracujá.

Figura 12- Quantificação de isoorientina nos tratamentos.

Fonte: Autor, 2015.

Page 54: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

42

4.3 Extração Sequencial da Pectina

4.3.1 Rendimentos de Pectina

Avaliando o rendimento de pectina nota-se que não ocorreu diferença

significativa entre todas as condições testadas (Tabela 10). Indicando que a recuperação

de pectina não sofreu influência da extração dos compostos fenólicos (na etapa

anterior), bem como das metodologias de extração. O rendimento de pectina extraída no

presente estudo variou entre 13-18%. Estes resultados se sobressaem quando

comparados com a pesquisa de Yapo (2009a) sobre os efeitos do tipo de ácido extrator

sobre a produção e caracterização de pectina de casca de maracujá no qual o ácido

cítrico apresentou um rendimento de 5,1 g/100g de casca de maracujá, valor 3,7 vezes

menor quando comparado a da pectina extraída utilizando a massa residual do

tratamento realizado com solução de metanol na proporção 80:20 (v/v) utilizando a

ESP. Yapo (2009a) também analisou outros ácidos extratores no qual o ácido nítrico

apresentou um maior rendimento de pectina de 13,9 g/100g de amostra e o ácido

sulfúrico com 10,2 g/100g de amostra.

Seixas et al. (2014) analisaram a influência do solvente e suas

concentrações na recuperação da pectina da casca de maracujá, o melhor agente extrator

relatado foi o ácido tartárico com rendimentos entre 15,32 e 30,29%, seguido do ácido

acético cujo rendimento permaneceu entre 9,43 e 12,91 e de ácido nítrico entre 9,5 e

13,1%. Entretanto, apesar do ácido tartárico ter proporcionado um elevado rendimento,

a pectina extraída com este agente possui algumas qualidades indesejáveis, tais como:

baixa massa molar e menor teor de ácidos urônicos.

Kulkarni e Vijayanand (2010) em estudos sobre a otimização das condições

de extração de pectina, encontraram resultados próximos aos rendimentos da pectina

extraída posteriormente aos tratamentos realizados com soluções de metanol nas

proporções de 70:30 e 60:40 (v/v) utilizando a ESP e EAU, respectivamente e também

da pectina extraída posteriormente ao tratamento realizado com solução de etanol na

proporção 80:20 (v/v) utilizando a EAU apresentando um rendimento de 14,8 g/100 g

de cascas de maracujá seca quando a extração foi realizada com ácido clorídrico

aquecido, na sua melhor condição ( pH 2, relação entre a casca e o volume de solvente

Page 55: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

43

1:30 (g/v), temperatura de 98,7ºC, tempo de extração de 60 minutos e com duas

extrações consecutivas).

Tabela 10- Rendimentos de pectina da casca de maracujá: análise da influência da metodologia na

extração.

Condição da extração dos compostos bioativos* Rendimento de

Pectina% Solvente Técnica

Relação Solvente/

Água (v/v)

Metanol

ESP

80:20 18,8 ± 1,6a**

70:30 14,9 ± 1,7a

60:40 16,0 ± 1,3a

50:50 14,1 ± 2,4a

EAU

80:20 13,7 ± 3,5a

70:30 16,0 ± 0,9a

60:40 14,2 ± 0,1a

50:50 13,7 ±1,9a

Etanol

ESP

80:20 13,8 ± 3,5a

70:30 18,7 ± 0,7a

60:40 16,5 ± 0,9a

50:50 13,2 ± 0,2a

EAU

80:20 14,4 ± 1,4a

70:30 15,9 ± 2,5a

60:40 16,0 ± 2,3a

50:50 13,6 ± 1,9a

* Origem da amostra utilizada para extrair a pectina.

** Médias com a mesma letra não diferem significativamente em relação ao sistema de solventes e

técnicas utilizadas pelo teste de Tukey (p>0,05).

4.3.2 Caracterização do polímero péctico por ressonância magnética nuclear

Espectroscopia de RMN foi utilizada a fim de se obter informações sobre a

composição da estrutura de pectina isolada da casca de maracujá. O espectro de RMN

revela-se semelhante aos estudos de Rosenbohm et al. (2003) sobre a química de

pectinas (Figuras 13 a e b).

Na Figura 13 (a) pode se verificar que a estrutura de pectina isolada da casca

de maracujá contém unidades de galactose na região entre 5,2 e 4,8 ppm. Possui

Page 56: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

44

também protóns correspondentes ao ácido galacturônico em 5 ppm, prótons do anel H-5

COO- em 4,6 ppm e o grupo H-4 (COOMe e COO

-) em 4,5 ppm. O pico correspondente

ao H-4 (OH) apresentou-se em maior intensidade comparados aos estudos de

Rosenbohm et al. (2003). No presente estudo não se visualizou o grupo H-5 (OH) na

região de 4,1 ppm, grupo este que é relatado nos experimentos de Rosenbohm et al.

(2003). A Figura 14 mostra a localização de cada hidorgênio na estrutura pectíca.

Figura 13- Espectro de RMN 1H da pectina isolada da casca de maracujá (a). Espectro de RMN

1H da

pectina dos estudos de Rosenbohm et al., (2003) (b).

Page 57: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

45

Figura 14- Estrutura de um fragmento de pectina.

Fonte: Autor, 2015.

Na Tabela 11 encontram-se os sinais obtidos no espectro de RMN da

pectina de maracujá. Nota-se que na região anomérica do espectro de RMN de 13

C os

seguintes sinais 71,19 (C-2); 71,44 (C-3); 81,74 (C-4) e 74,71 (C-5) apresentaram

semelhantes aos resultados do estudo de Marcon et al. (2005) onde todos os sinais

foram atribuídos ao ácido galacturônico. O espectro HSQC encontra-se no Apêndice F.

Tabela 11- Dados de RMN-13

C e RMN-1H para pectina de casca de maracujá comparada com a literatura.

Química correspondente C /H (ppm)

1 2 3 4 5

Experimental Ácido

galacturônico 103.08/4.96 71.19/3.76 71.44/3.98 81.74/4.46 74.71/4.67

Literatura*

Ácido

galacturônico 102.7/4.81 70.4/3.65 69.7/3.82 79.2/4.30 72.8/4.43

*Marcon et al. (2005).

Através dos resultados visualiza-se que o polímero de pectina isolada da

casca de maracujá basicamente possui em sua composição carboidrato (galactose) e

ácido galacturônico.

Page 58: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

46

4.4 Considerações sobre os resultados

Diante dos resultados do presente estudo, pôde-se verificar que 100g de

farinha de casca de maracujá contém 19g de açúcares totais; 466 mg de polifenóis

totais; 157 mg de luteolina; 244 mg de isoorientina e 16g de pectina (resultados obtidos

na melhor condição de extração - sistema de etanol/água; proporção 60:40 (v/v);

extração com solvente pressurizado; exceto o resultado do teor de açúcar).

Os resultados revelam que o extrato obtido da casca de maracujá pode ser

aplicado como um ingrediente promissor em formulações de produtos nas indústrias

alimentícias, farmacêuticas, químicas e de cosméticos. Sabe-se que existe hoje uma

tendência mundial no desenvolvimento de produtos com ingredientes benefícios à

saúde, devido à busca dos consumidores por alimentos funcionais. Assim, a casca de

maracujá mostra-se como um insumo vantajoso, pois se identificou compostos com

diversos efeitos biológicos importantes já relatados (ação antioxidante, anti-

inflamatória, antiviral e entre outros), e também por acrescentar qualidade nutricional e

valor ao produto final.

Entretanto, dependendo do destino que a indústria deseja utilizar o extrato,

estudos devem ser realizados com a finalidade de verificar a necessidades de etapas

adicionais no fluxograma de produção. Pois, sabe-se que cada processo industrial possui

suas peculiaridades.

Por exemplo, se uma indústria de sucos deseja utilizar o extrato para aplicar

como um antioxidante em seus produtos não é necessário acrescentar etapas de

purificação do extrato, ou seja, o extrato puro pode ser adicionado ao produto.

Entretanto, se o produto for destinado a pessoas com diabetes, a remoção do açúcar

presente no extrato será necessária.

Outra razão relevante para a remoção do açúcar é a estabilidade do extrato,

pois devido à presença do açúcar, que é higroscópico, o extrato liofilizado ao entrar em

contato com a umidade do ar e também devido à mudança de temperatura, poderá

desenvolver caking, assim afetando a qualidade do produto desidratado. Podemos citar

também que o açúcar presente no extrato pode ser uma fonte de carbono para a

proliferação de micro-organismos, que por sua vez podem deteriorar o extrato e também

ocasionar doenças nos consumidores.

Page 59: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

47

Estudos devem ser realizados para verificar a melhor forma de remoção dos

açúcares (adsorção ou fermentação), uma vez que esta etapa poderá influenciar

significativamente na recuperação das outras moléculas, visando um processo

sequencial.

Já para uma indústria farmacêutica, que deseja fabricar um medicamento a

base de uma substância bioativa pura, por exemplo, a isoorientina, as etapas de

separação e purificação do extrato podem ser necessárias, pois o extrato vegetal obtido é

uma mistura de compostos. Assim para a obtenção de somente um composto isolado as

etapas de separação e purificação serão necessárias. Entretanto se o objetivo da indústria

for produzir um fármaco rico em flavonóides o extrato pode ser utilizado puro. Assim,

dependendo do interesse industrial, o fluxograma de produção deve ser estudado, a fim

de verificar a necessidade ou não de etapas adicionais ao processo.

A casca de maracujá pode ser utilizada ainda em indústrias químicas, como

por exemplo, em processos fermentativos. Pois, a casca de maracujá apresentou

significativo teor de açúcares, sendo assim uma fonte de carbono alternativa para a

produção de bioetanol. Em indústrias cosméticas, o extrato pode ser aplicado na

produção de sabonetes, cremes faciais, loções de rejuvenescimento e entre outros.

Já a pectina extraída pode ser utilizada em formulações de alimentos, por

exemplo, no preparo de geléias, doces de frutas, produtos de confeitaria, sucos de frutas

e entre outros. Também pode ser utilizada como agente espessante em sopas

instantâneas; texturizante em barra de cereais; emulsificantes e ou estabilizantes. A

pectina ainda pode ser utilizada na produção de produtos não alimentícios, incluído

filmes biodegradáveis, adesivos, espumas, plastificantes, agentes de superfície para

produtos hospitalares, materiais para implantes biomédicos e sistemas de liberação de

fármacos (CANTERI, 2010).

Uma informação relevante obtida no presente trabalho é que o processo

pode ser realizado sequencialmente, ou seja, extrações consecutivas podem ser

realizadas visando extrair moléculas alvos diferentes, sem que ocorra perda de

rendimento.

Page 60: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

48

5. CONCLUSÃO

Com o presente estudo pode-se concluir que misturas de álcoois com água

favorecem a extração de compostos bioativos da casca de maracujá.

A técnica de extração que se destacou foi a ESP, pois apresentou uma

metodologia rápida e simples. O solvente mais indicado é o etanol, pois possui menor

toxicidade ao consumidor.

O sistema etanol/água, na proporção 60:40 (v/v) revelou-se promissora, pois

proporcionou um rendimento de extrato total de 36%, um teor de antioxidante de 466

mg/100g de casca de maracujá, um teor de 157 mg de luteolina/100g de amostra e 244

mg de isoorientina/100g de amostra.

A casca de maracujá é um resíduo agroindustrial que deve ser valorizado,

pois se identificou uma variedade de compostos bioativos que podem ser utilizados por

uma ampla gama de indústrias (farmacêuticas, cosméticas, químicas, alimentos entre

outras).

Os resultados de pectina mostram que está substância pode ser recuperada

sem sofre interferência da extração dos fenólicos, assim a extração de pectina pode ser

realizada posteriormente a extração dos bioativos sem sofrer perdas de rendimento de

extrato.

De acordo com a caracterização do polímero péctico a estrutura de pectina

obtida da casca de maracujá é um composto formado principalmente por galactose e

ácido galacturônico.

Page 61: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

49

REFERÊNCIAS

ABU-REIDAH, I. M. ARRÁEZ-ROMÁN, D. QUIRANTES-PINÉ, R. FERNÁNDEZ-

ARROYO, S. SEGURA-CARRETERO, A. FERNÁNDEZ-GUTIÉRREZ, A. HPLC–

ESI-Q-TOF-MS for a comprehensive characterization of bioactive phenolic compounds

in cucumber whole fruit extract. Food Research International, v. 46, n. 1, abr. 2012,

p.108-117, ISSN 0963-9969.

ALVES, E.G.F., SILVA, L.M.A, FERREIRA, A.G. Advancements in waste water

characterization through NMR spectroscopy: Review. Magnetic Resonance in

Chemistry, set. 2014, ISSN: 07491581, DOI: 10.1002/mrc.4158.

ASSOI, S., KONAN, K., WALKER, L.T., HOLSER, R., AGBO, G. N., DODO, H.,

WICKER, L. Functionality and yield of pectin extracted from Palmyra palm (Borassus

aethiopum Mart) fruit. Lwt-Food Science and Technology, v. 58, n. 1, p. 214-221, set.

2014. ISSN 0023-6438; 1096-1127.

AYALA-ZAVALA, J., VEGA-VEGA, V., ROSAS-DOMÍNGUEZ, C., PALAFOX-

CARLOS, H.,VILLA-RODRIGUEZ, J.A., WASIM SIDDIQUI, MD., DÁVILA-

AVIÑA, J.E., GONZÁLEZ-AGUILAR, G.A. Agro-industrial potential of exotic fruit

byproducts as a source of food additives. Food Research International, v. 44, n. 7, p.

1866-1874, Ago. 2011. ISSN 0963-9969.

AZMIR, J., ZAIDUL, I.S.M., RAHMAN, M.M., SHARIF, K.M., MOHAMED, A.,

SAHENA, F., JAHURUL, M.H.A., GHAFOOR, K., NORULAINI, N.A.N., OMAR,

A.K.M. Techniques for extraction of bioactive compounds from plant materials: A

review. Journal of Food Engineering, v. 117, n. 4, p. 426-436, Ago. 2013. ISSN 0260-

8774.

BARROS, F., DYKES, L., AWIKA, J.M., ROONEY, L.W. Accelerated solvent

extraction of phenolic compounds from sorghum brans. Journal of Cereal Science, v.

58, n. 2, p. 305-312, Set. 2013. ISSN 0733-5210.

BASANTA, M. F., PONCEA, N. M.A., ROJASB, A. M., STORTZA, C. A. Effect of

extraction time and temperature on the characteristics of loosely bound pectins from

Japanese plum. Carbohydrate Polymers, v. 89, n. 1, p. 230-235, Jun. 2012. ISSN

0144-8617.

BERNACCI, L. C., MELETTI, L. M. M, SOARES-SCOTT, M. D. Maracujá-doce: o

autor, a obra e a data da publicação de passiflora alata (Passifloracea). Revista

Brasileira de Fruticultura, v. 25, n. 2, p. 355-356, 2003.

BIESAGA, M. Influence of extraction methods on stability of flavonoids. Journal of

Chromatography a, v. 1218, n. 18, p. 2505-2512, Maio 2011. ISSN 0021-9673.

CANTERI, M. H. G. Caracterização comparativa entre pectinas extraídas do pericarpo

de maracujá-amarelo (Passiflora edulis f. flavicarpa). 2010. 162 f. Tese (Doutorado em

Tecnologia de Alimentos)- Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2010.

Page 62: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

50

CHEIGH, C.; CHUNG, E.; CHUNG, M. Enhanced extraction of flavanones hesperidin

and narirutin from Citrus unshiu peel using subcritical water. Journal of Food

Engineering, v. 110, n. 3, p. 472-477, Jun. 2012 . ISSN 0260-8774.

CHEMAT, F.; ZILL E, H.; KHAN, M. K. Applications of ultrasound in food

technology: Processing, preservation and extraction. Ultrasonics Sonochemistry, v. 18,

n. 4, p. 813-835, Jul. 2011. ISSN 1350-4177.

CHEN, A. Y.; CHEN, Y. C. A review of the dietary flavonoid, kaempferol on human

health and cancer chemoprevention. Food Chemistry, v. 138, n. 4, p. 2099-2107, Jun.

2013. ISSN 0308-8146.

DAMODARAM, S.; PARKIN, K. L.; FENNEMA, O. R. Química de Alimentos de

Fennema. 4º ed.Porto Alegre: 2010. 900p.

DE OLIVEIRA, A., VALENTIM, I. B., SILVA, C. A., BECHARA, E. J. H., BARROS,

M. P., MANO, C. M., GOULART., M. O. F. Total phenolic content and free radical

scavenging activities of methanolic extract powders of tropical fruit residues. Food

Chemistry, v. 115, n. 2, p. 469-475, JUL 2009. ISSN 0308-8146.

DE OLIVEIRA, L., DOS SANTOS, J. A. B., NARAIN, N., FONTES, A. S., CAMPOS,

R. S. S., SOUZA, T. L. Characterization and extraction of volatile compounds from

passion fruit (Passiflora edulis Sims f. flavicarpa Degener) processing waste. Ciência

Rural, v. 42, n. 12, p. 2280-2287, Dez 2012. ISSN 0103-8478.

DE OLIVEIRA, R.; DOCE, R.; DE BARROS, S. Clarification of passion fruit juice by

microfiltration: Analyses of operating parameters, study of membrane fouling and juice

quality. Journal of Food Engineering, v. 111, n. 2, p. 432-439, Jul. 2012. ISSN 0260-

8774.

DE SOUZA, V., PEREIRA, P. A. P., QUEIROZ, F., BORGES, S. V., CARNEIRO, J.

D. S. Determination of bioactive compounds, antioxidant activity and chemical

composition of Cerrado Brazilian fruits. Food Chemistry, v. 134, n. 1, p. 381-386, Set.

2012. ISSN 0308-8146.

DING, Y., ZHANG, W., GU, C., XAGORARAKI, I., LI H. Determination of

pharmaceuticals in biosolids using accelerated solvent extraction and liquid

chromatography/tandem mass spectrometry. Journal of Chromatography A, v. 1218,

n. 1, p. 10-16, Jan. 2011. ISSN 0021-9673.

EMAGA, T. H., RONKART UM , S. N., ROBERT UM , C., WATHELETUM , B.,

PAQUOT, M. Characterisation of pectins extracted from banana peels (Musa AAA)

under different conditions using an experimental design. Food Chemistry, v. 108, n. 2,

p. 463-471, Maio 2008. ISSN 0308-8146.

Page 63: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

51

FALEIRO, F. G.; JUNQUEIRA, N. T. V.; FÁVERO, A. P.; LOPES, M. A. Pré-

melhoramento de plantas: experiências de sucesso. In: FALEIRO, F. G.; FARIAS

NETO, A. L.; RIBEIRO JUNIOR,W. Q. (Eds). Pré-melhoramento, melhoramento e

pós-melhoramento: estratégias e desafios. Planaltina: Embrapa Cerrados; Brasília:

Embrapa Informação Tecnológica, p.45-62. 2008.

FERREIRA, F. R. Recursos Genéticos de Passiflora. In: FALEIRO, F. G.;

JUNQUEIRA, N. T. V.; BRAGA, M. F. (Eds). Maracujá: germoplasma e

melhoramento genético. Planaltina: Embrapa Cerrados, p. 41-51. 2005.

FU, X.., ZHANG, J., GUO, L., XU, Y., SUN, L., WANG, S., FENG,Y., GOU, L.,

ZHANG, L., LIU,Y. Protective role of luteolin against cognitive dysfunction induced

by chronic cerebral hypoperfusion in rats. Pharmacology Biochemistry and Behavior,

v. 126, p. 122-130, nov. 2014. ISSN 0091-3057 .

GIRONI, F.; PIEMONTE, V. Temperature and solvent effects on polyphenol extraction

process from chestnut tree wood. Chemical Engineering Research and Design, v. 89,

n. 7, p. 857-862, 2011.

GONZÁLEZ-CENTENO M.R.,COMAS-SERRA.F, FEMENIA A., ROSSELLÓ C.,

SIMAL S., Effect of power ultrasound application on aqueous extraction of phenolic

compounds and antioxidant capacity from grape pomace (Vitis vinifera L.):

Experimental kinetics and modeling, Ultrasonics Sonochemistry, v. 22, Jan 2015,

p.506-514, ISSN 1350-4177.

GUO, X. F., HAN, D., XI, H., RAO, L., LIAO, X., HU, X., WU, J. Extraction of pectin

from navel orange peel assisted by ultra-high pressure, microwave or traditional

heating: A comparison. Carbohydrate Polymers, v. 88, n. 2, p. 441-448, abr. 2012.

ISSN 0144-8617.

HALEAGRAHARA,N., CHAKRAVARTHIB, S., KULUR, A. B., YEE, T.M. Plant

flavone apigenin protects against cyclosporine-induced histological and biochemical

changes in the kidney in rats, Biomedicine & Preventive Nutrition. ago. 2014. ISSN

2210-5239. DOI: 10.1016/j.bionut.2014.07.006

HUANG, H., HSU, C.,YANG, B. B., WANG, C. Advances in the extraction of natural

ingredients by high pressure extraction technology. Trends in Food Science &

Technology, v. 33, n. 1, p. 54-62, Set. 2013. ISSN 0924-2244.

HUSSAIN, A. I.; CHATHA, S. A. S.; NOOR, S.; KHAN, Z. A.; ARSHAD, M. U.;

RATHORE, H. A.; SATTAR, M. Z. A. Effect of Extraction Techniques and Solvent

Systems on the Extraction of Antioxidant Components from Peanut (Arachis hypogaea

L.) Hulls. Food Analytical Methods, v. 5, n. 4, p. 890-896, 2012.

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Dados demográficos e produção

agrícola municipal. Rio de Janeiro, 2012.v.72, 170p.

Page 64: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

52

ISHIMOTO, F. Y., HARADA, A. I., BRANCO, I.G., CONCEIÇÃO, W.A.S.,

COUTINHO, M.R. Alternative Use of Yellow Passionfruit Skin (Passiflora edulis f.

var. flavicarpa Deg.) for the Production of Cookies. Revista Ciências Exatas e

Naturais. v.9 nº 2, p. 279-292, Jul/Dez 2007.

ISLAM, ISHRAT JAHAN ISHITA, HYUN AH JUNG, JAE SUE CHOI, Vicenin 2

isolated from Artemisia capillaris exhibited potent anti-glycation properties, Food and

Chemical Toxicology, v. 69, p. 55-62, Jul. 2014. ISSN 0278-6915.

ISODA, H., MOTOJIMA, H., ONAGA, S., SAMET, I., VILLAREAL, M.O., HAN.

J.,Analysis of the erythroid differentiation effect of flavonoid apigenin on K562 human

chronic leukemia cells, Chemico-Biological Interactions, Jul. 2014. ISSN 0009-2797.

DOI: 10.1016/j.cbi.2014.07.006.

JENTZER, J. B., ALIGNAN, M., VACA-GARCIA, C., RIGAL, L., VILAREM, G.

Response surface methodology to optimise Accelerated Solvent Extraction of steviol

glycosides from Stevia rebaudiana Bertoni leaves. Food Chemistry, v. 166, p. 561-567,

Jan. 2015. ISSN 0308-8146.

KO, M., CHEIGH, C.I., CHO, S.W., CHUNG, M.S., Subcritical water extraction of

flavonol quercetin from onion skin. Journal of Food Engineering, v. 102, n. 4, p. 327-

333, Fev. 2011. ISSN 0260-8774.

KO, M.-J.; CHEIGH, C.-I.; CHUNG, M.-S. Relationship analysis between flavonoids

structure and subcritical water extraction (SWE). Food Chemistry, v. 143, p. 147-155,

Jan. 2014. ISSN 0308-8146.

KULKARNI, S. G.; VIJAYANAND, P. Effect of extraction conditions on the quality

characteristics of pectin from passion fruit peel (Passiflora edulis f. flavicarpa L.). Lwt-

Food Science and Technology, v. 43, n. 7, p. 1026-1031, Set. 2010. ISSN 0023-6438.

KURITA, O.; FUJIWARA, T.; YAMAZAKI, E. Characterization of the pectin

extracted from citrus peel in the presence of citric acid. Carbohydrate Polymers, v. 74,

n. 3, p. 725-730, Nov. 2008. ISSN 0144-8617.

LAROZE,L.; ZUNIGA-HANSEN, M.E. Phenolic antioxidant extraction from selected

agroindustrial residual sources. Journal of Biotechnology, v. 131, n.2, p. S193-S194,

set. 2007.ISSN 0168-1656.

LEE W.; KU, SAE-KWANG.; BAE, JONG-SUP. Vascular barrier protective effects of

orientin and isoorientin in LPS-induced inflammation in vitro and in vivo, Vascular

Pharmacology, v.62, n. 1, p. 3-14 Jul. 2014. ISSN 1537-1891.

LI, D., WANG, Q., YUAN, Z., ZHANG, L., XU, L., CUI, Y., DUAN, K. Pharmacokinetics and tissue distribution study of orientin in rat by liquid chromatography,

Journal of Pharmaceutical and Biomedical Analysis, v. 47, n. 2, p. 429-434, Jun. 2008,

ISSN 0731-7085.

Page 65: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

53

LIN, L.-Z., & HARNLY, J. A standardized method for the identification of

glycosylated flavonoids and other phenolic compounds in all plant materials. Journal

of Agricultural and Food Chemistry, v.55, p.1084–1096.2007

LIMA, M. S., PAIVA, E.P., ANDRADE, S.A.C., PAIXÃO, J.A. Fruit pectins - A

suitable tool for screening gelling properties using infrared spectroscopy. Food

Hydrocolloids, v. 24, n. 1, p. 1-7, Jan 2010. ISSN 0268-005X.

LOUSADA JUNIOR, J.E.; NEIVA, J.N.M.; RODRIGUEZ, N.M. Consumo e

digestibilidade de subprodutos do processamento de frutas em ovinos. Revista

Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v.34, n.2, p.659-669, 2005.

LOUSADA, J. E., COSTA, J.M.C., NEIVA, J.N.M., RODRIGUEZ, N.M.

Caracterização físico-química de subprodutos obtidos do processamento de frutas

tropicais visando seu aproveitamento na alimentação animal. Revista Ciência

Agronômica, v.37, n.1, p. 70-76, 2006.

LOPEZ-VARGAS, J., FERNÁNDEZ-LÓPEZ, J., PÉREZ-ÁLVAREZ, J.A., VIUDA-

MARTOS, M. Chemical, physico-chemical, technological, antibacterial and antioxidant

properties of dietary fiber powder obtained from yellow passion fruit (Passiflora edulis

var. flavicarpa) co-products. Food Research International, v. 51, n. 2, p. 756-763,

Maio 2013. ISSN 0963-9969.

MANTAS, A., DERETEY, E., FERRETTI , F.H., ESTRADA, M.R., CSIZMADIA,

I.G. Structural analysis of flavonoids with anti-HIV activity. Journal of Molecular

Structure-Theochem, v. 504, n. 1-3, p. 171-179, Jun. 2000. ISSN 0166-1280.

MARCON, M. V. CARNEIRO, P. I. B. WOSIACKI, G. BELESKI-CARNEIRO, E.

Pectins from Apple Pomace – Characterization by 13

C and 1H NMR Spectroscopy. Ann.

Magn. Reson, v. 4, n. 3, 56-63p, 2005.

MARTINS, S. MUSSATTO , S.I., MARTÍNEZ-AVILA, G., MONTAÑEZ-SAENZ, J.,

AGUILAR,C.N., TEIXEIRA, J.A. Bioactive phenolic compounds: Production and

extraction by solid-state fermentation. A review. Biotechnology Advances, v. 29, n. 3,

p. 365-373, Maio-Jun. 2011. ISSN 0734-9750.

MARTÍNEZ,R. TORRES,P. MENESES,M.A. FIGUEROA,J.G.. PÉREZ-ÁLVAREZ,

J.A. VIUDA-MARTOS,M. Chemical, technological and in vitro antioxidant properties

of mango, guava, pineapple and passion fruit dietary fibre concentrate. Food

Chemistry, v. 135, n. 3, p. 1520-1526, Dez. 2012, ISSN 0308-8146.

MATSUURA, E. C. A. U. Estudo do albedo de maracujá e de seu aproveitamento em

barras de cereais. 2005. 157f. Tese (Doutorado em Tecnologia de Alimentos)-

Departamento de tecnologia em alimentos, Universidade Estadual de Campinas, São

Paulo, 2005.

MENESES, NUNO G.T., MARTINS, S., TEIXEIRA, J.A., MUSSATTO, S.I. Influence

of extraction solvents on the recovery of antioxidant phenolic compounds from brewer’s

spent grains, Separation and Purification Technology, v. 108, p. 152-158, abr. 2013,

ISSN 1383-5866.

Page 66: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

54

MILLER, GL. Use of dinitrisalicylic acid reagents for determination of reducing sugars.

Analytical chemistry. v.31, p. 426-438,1959.

MINJARES-FUENTES, R., FEMENIA, A., GARAU, MC ., MEZA-VELÁZQUEZ,

JA., SIMAL, S., ROSSELLÓ, C. Ultrasound-assisted extraction of pectins from grape

pomace using citric acid: A response surface methodology approach. Carbohydrate

Polymers, v. 106, p. 179-189, Jun. 2014. ISSN 0144-8617; 1879-1344.

MULLER, S. D. Determinação de alcalóides e flavonóides através de CLAE e UV de

extratos de Passiflora alata curtis, Passilforaceae- Maracujá-Doce. 2006. 86f.

Dissertação (Mestre em ciências farmacêuticas)- Centro de ciências a saúde,

Universidade do Vale do Itajaí, Santa Catarina, 2006.

MUNHOZ, C. L.; SANJINEZ-ARGANDOÑA, E. J.; SOARES-JÚNIOR, M. S.

Extração de pectina de goiaba desidratada. Food Science and Technology (Campinas),

v. 30, n. 1, p. 119-125, Mar. 2010. ISSN 1678-457X.

NASCIMENTO, T.; CALADO, V.; CARVALHO, C. Development and

characterization of flexible film based on starch and passion fruit mesocarp flour with

nanoparticles. Food Research International, v. 49, n. 1, p. 588-595, Nov. 2012. ISSN

0963-9969.

NOVAK, I., JANEIRO, P., SERUGA, M., OLIVEIRA-BRETT, A.M. Ultrasound

extracted flavonoids from four varieties of Portuguese red grape skins determined by

reverse-phase high-performance liquid chromatography with electrochemical detection.

Analytica Chimica Acta, v. 630, n. 2, p. 107-115, Dez. 2008. ISSN 0003-2670.

OLIVEIRA, L. F., NASCIMENTO, M.R.F., BORGES, S.V., RIBEIRO, P.C.N.,

RUBACK, V.R. Aproveitamento alternativo da casca do maracujá-amarelo (Passiflora

edulis f. flavicarpa) para produção de doce em calda. Ciência e tecnologia de

alimentos, v. 22, n.3, p. 259- 262, Set-Dez. 2002.

PHATSIMO G. MATSHEDISO, EWA CUKROWSKA, LUKE CHIMUKA.

Development of pressurised hot water extraction (PHWE) for essential compounds from

Moringa oleifera leaf extracts. Food Chemistry, v. 172, p. 423-427, Abr. 2015, ISSN

0308-8146.

PRAVEENA, R., DEEPHA, V., SIVAKUMAR, R. Antioxidant potential of orientin: A

combined experimental and DFT approach, Journal of Molecular Structure, v. 1061,

p. 114-123, Mar. 2014, ISSN 0022-2860.

PINHEIRO, E., SILVA, I. MDA., GONZAGA, L. V., AMANTE, E.R., TEÓFILO,

R.F., FERREIRA, M. MC., AMBONI, R. DMC. Optimization of extraction of high-

ester pectin from passion fruit peel (Passiflora edulis flavicarpa) with citric acid by

using response surface methodology. Bioresource Technology, v. 99, n. 13, p. 5561-

5566, Set. 2008. ISSN 0960-8524.

VASCO,C. RUALES,J. KAMAL-ELDIN,A. Total phenolic compounds and antioxidant

capacities of major fruits from Ecuador. Food Chemistry, v. 111, n. 4, p. 816-823, Dez.

2008, ISSN 0308-8146.

Page 67: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

55

VIUDA-MARTOS,M. RUIZ-NAVAJAS,Y. FERNÁNDEZ-LÓPEZ,J. SENDRA,E.

SAYAS-BARBERÁ,E. PÉREZ-ÁLVAREZ, J. A. Antioxidant properties of

pomegranate (Punica granatum L.) bagasses obtained as co-product in the juice

extraction. Food Research International, v. 44, n. 5, p. 1217-1223, Jun 2011. ISSN

0963-9969.

RAVBER, M. KNEZ, Z. ŠKERGET, M. Simultaneous extraction of oil- and water-

soluble phase from sunflower seeds with subcritical water. Food Chemistry, v. 166,

p.316-323, jan. 2015. ISSN 0308-8146.

ROCHA, M. S. Compostos bioativos e antioxidantes ( in Vitro) de frutos do cerrado

Piauiense. 2011. 93f. Dissertação (Mestre em Alimento e Nutrição). Programa de pós-

graduação em alimentos e nutrição, Universidade Federal do Piauí, Piauí, 2011.

ROSENBOHM, C., LUNDT , I., CHRISTENSEN, T., JOVEM, N.G. Chemically

methylated and reduced pectins: preparation, characterisation by 1H NMR spectroscopy,

enzymatic degradation, and gelling properties, Carbohydrate Research, v. 338, n. 7,

637-649p, mar. 2003.

SÃO JOSÉ, A. R.; REBOUÇAS, T. N. H.; PIRES, M. M.; ANGEL, D. N.; SOUZA, I.

V. B.; BOMFIM, M. P. Maracujá – práticas de cultivo e comercialização,

Universidade Estadual do sudoeste da Bahia, Departamento de Fitotecnia e Zootecnia,

Vitoria da Conquista – Ba 2000.

SEIXAS, F. L., FUKUDA, D. L., TURBIANI, F.RB., GARCIA, P.S., PETKOWICZ,

C.L.O., JAGADEVAN, S.,GIMENES, M.L. Extraction of pectin from passion fruit peel

(Passiflora edulis f. flavicarpa) by microwave-induced heating. Food Hydrocolloids, v.

38, p. 186-192, Jul. 2014. ISSN 0268-005X; 1873-7137.

SILVA, D.C., FREITAS, A.L., PESSOA, C.D., PAULA, R.C., MESQUITA,

J.X., LEAL, L.K., BRITO, G.A., GONÇALVES D.O., VIANA G.S. Pectin from

Passiflora edulis Shows Anti-inflammatory Action as well as Hypoglycemic and

Hypotriglyceridemic Properties in Diabetic Rats. Journal of medicinal food. v.14, p.

1118–1126, nov.2011.

SIMIRGIOTIS, M.J.; SCHMEDA-HIRSCHMANN, G.; BÓRQUEZ, J.; KENNELLY,

E.J. The Passiflora tripartita (Banana Passion) Fruit: A Source of Bioactive Flavonoid

C-Glycosides Isolated by HSCCC and Characterized by HPLC–DAD–ESI/MS/MS.

Molecules 2013, v.18, p.1672-1692.

SINGLETON, V. L.; ROSSI, J. A. Colorimetry of total phenolics with

phosphomolybdic-phosphotungstic acid reagents. Am. J. Enol. Vitic., v. 16, p. 144-

158, 1965.

SPANHOLI, L.; OLIVEIRA., V.R. Utilização de farinha de albedo de maracujá

(Passiflora edulis flavicarpa deginer) no preparo de massa alimentícia. Brazilian

journal of food and nutrition, v. 20, n. 4, p. 599-603, 2009, ISSN 0103-4235.

Page 68: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

56

SULTANA, B.; ANWAR, F.; PRZYBYLSKI, R. Antioxidant activity of phenolic

components present in barks of Azadirachta indica, Terminalia arjuna, Acacia nilotica,

and Eugenia jambolana Lam. trees. Food Chemistry, v. 104, n. 3, p. 1106-1114, 2007.

ISSN 0308-8146.

TAO, Y.,WU, D., ZHANG,Q.A., SUN, D.W. Ultrasound-assisted extraction of

phenolics from wine lees: Modeling, optimization and stability of extracts during

storage. Ultrasonics Sonochemistry, v. 21, n. 2, p. 706-715, Mar. 2014. ISSN 1350-

4177; 1873-2828.

THIRUGNANASAMBANDHAM,K.; SIVAKUMAR,V.; PRAKASH,M.J. Process

optimization and analysis of microwave assisted extraction of pectin from dragon fruit

peel. Carboidratos Polymers, v. 112, p. 622-626, 2014. ISSN 0144-8617.

TOGASHI, C. K., FONSECA,J.B., SOARES, R.T.R.N., GASPAR, A., DETMANN,

E. Composição em Ácidos graxos dos Tecidos de frangos de corte alimentados com

Subprodutos de maracujá . Revista Brasileira de Zootecnia. 2007, vol.36, n.6, suppl.,

Pp. 2063-2068. ISSN 1806-9290.

WANG, P., ZHANG, Q., WANG, Y., WANG, T., LI, X., DING, L., JIANG, G.

Evaluation of Soxhlet extraction, accelerated solvent extraction and microwave-assisted

extraction for the determination of polychlorinated biphenyls and polybrominated

diphenyl ethers in soil and fish samples. Analytica Chimica Acta, v. 663, n. 1, p. 43-

48, Mar. 2010. ISSN 0003-2670.

WIJEKOON, M. M. J. O.; BHAT, R.; KARIM, A. A. Effect of extraction solvents on

the phenolic compounds and antioxidant activities of bunga kantan (Etlingera elatior

Jack.) inflorescence. Journal of Food Composition and Analysis, v. 24, n. 4-5, p. 615-

619, 2011.

WU, N., FU, K., FU, Y., ZU, Y., CHANG, F., CHEN,Y., LIU, X., KONG,Y., LIU,

W., GU,C. Antioxidant Activities of Extracts and Main Components of Pigeonpea

[Cajanus cajan (L.) Millsp.] Leaves. Molecules , 14(3), 1032-1043, mar. 2009; doi:

10.3390/molecules14031032

YAPO, B. M. Biochemical Characteristics and Gelling Capacity of Pectin from Yellow

Passion Fruit Rind as Affected by Acid Extractant Nature. Journal of Agricultural and

Food Chemistry, v. 57, n. 4, p. 1572-1578, Fev. 2009a. ISSN 0021-8561.

YAPO,B.M. Pectin quantity, composition and physicochemical behaviour as influenced

by the purification process. Food Research International, v. 42, n. 8, p. 1197-1202,

Out 2009b. ISSN 0963-9969; 1873-7145.

YE, X., CHEN,J., LIU,D., PING, J.,SHI,J., XUE,S.,WU, D.,XU,J.,KAKUDAY.

Identification of bioactive composition and antioxidant activity in young mandarin

fruits. Food Chemistry, v. 124, n. 4, p. 1561-1566, Fev. 2011. ISSN 0308-8146.

Page 69: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

57

ZERAIK, M., SERTEYN, D., DEBY-DUPONT,G., WAUTERS, J., TITS,

M.,YARIWAKE,J.H., ANGENOT,L., FRANCK,T. Evaluation of the antioxidant

activity of passion fruit (Passiflora edulis and Passiflora alata) extracts on stimulated

neutrophils and myeloperoxidase activity assays. Food Chemistry, v. 128, n. 2, p. 259-

265, Set. 2011. ISSN 0308-8146.

ZERAIK, M. L., PEREIRA, C.A.M., ZUIN, V.G., YARIWAKE, J.H. Passion fruit: a

functional food?. Revista Brasileira De Farmacognosia-Brazilian Journal of

Pharmacognosy, v. 20, n. 3, p. 459-471, Jun-Jul. 2010. ISSN 0102-695X.

ZUCOLOTTO, S. M., FAGUNDES, C., REGINATTO, F.H., RAMOS, F.A.,

CASTELLANOS, L., DUQUE , C., SCHENKEL, E.P. Analysis of C-glycosyl

Flavonoids from South American Passiflora Species by HPLC-DAD and HPLC-MS.

Phytochemical Analysis. v 23,n. 3,p. 232-239. Agost. 2011.

Page 70: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

58

APÊNDICE A- Perfil cromatográfico da extração realizada com ESP utilizando água

(a) e metanol-água com solvente (b).

Fonte: Autor, 2015.

a

b

Page 71: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

59

APÊNDICE B- Espectro de RMN 1H usado para a determinação dos açúcares.

Page 72: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

60

APÊNDICE C- Perfil cromatográfico da extração realizada com EAU na proporção de

80:90 de Metanol: água, respectivamente (a). Perfil cromatográfico da extração

realizada com ESP na proporção de 80:90 de etanol: água, respectivamente (b).

Fonte: Autor, 2015.

a

b

Page 73: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

61

APÊNDICE D- Região referente aos picos identificados.

Fonte: Autor, 2015.

Page 74: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

62

APÊNDICE E: Perfis cromatográficos da análise de HPLC: (a) Perfil cromatográfico

do tratamento com solução de metanol (80:20)-ESP. (b) Perfil cromatográfico do

tratamento com solução de etanol (80:20)-EAU.

Fonte: Autor, 2015.

Page 75: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA ... · “Plantar ideias ecológicas é a garantia de um futuro fértil.” Gabriel Garcia de Oliveira . RESUMO O resíduo do maracujá,

63

APÊNDICE F: Espectro HSQC da pectina.

Fonte: Autor, 2015.


Recommended