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Universidade Potiguar Laureate Internacional Universities
Escola da Saúde Curso de Medicina
Manual do Eixo de Atenção Integral à Saúde - AIS
Organizadores: Fernando Antônio Brandão Suassuna
Ion Garcia Mascarenhas de Andrade Paulo José Faria Carrilho
Karla Simone Lisboa Maia Damião Katiane Fernandes Nóbrega Thiago Gomes da Trindade
Natal/RN 2016
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Dirigentes da Universidade Potiguar Reitora Profª. Mcs. Sâmela Soraya Gomes de Oliveira Pró-Reitora Acadêmica Profª. Sandra Amaral de Araújo Direção Escola da Saúde Profª. Amália Cíntia M. do Rego CURSO DE MEDICINA Diretor Prof. Msc. Fernando Antônio Brandão Suassuna EDITORA UNIVERSIDADE POTIGUAR - EdUnP Patrícia Gallo e Adriana Evangelista Apoio Sistema Integrado de Bibliotecas – SIB-UNP
PARTICIPAÇÃO DISCENTE Augusto de Souza Xavier Bárbara Candice Fernandes de Vasconcelos Christian Gonçalves Nogueira Diego Henrique Brilhante de Medeiros Francimar Ketsia Serra de Araújo Luciana Rêgo Cunha Costa Rodrigo Pereira Talita Maia Rêgo Thiago Augusto Dantas Vila Nova Weranna Morena Vale Castro
M294 Manual do Eixo Integrador de Atenção Integral à Saúde - AIS Fernando Antônio Brandão Suassuna...[et al]. -Natal: Edunp, 2016. 29p.--(Manual do Eixo Integrador de Atenção Integral à Saúde- AIS da Universidade Potiguar). 1. Eixo de Atenção Integral à Saúde – Manual. I. Suassuna, Fernando Antônio Brandão (Org) II. Andrade, Ion (Org). III. Nóbrega, Katiane Fernandes. (Org). IV Carrilho, Paulo. (Org). V. Trindade, Thiago Gomes da (Org). VI. Damião, Karla Simone (Org). VII. Título. RN/UnP/BCSF CDU:614.2
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Sumário
APRESENTAÇÃO................................................................................................................................... 5
1. ORGANIZAÇÃO DO EIXO DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE ........................................ 6
2 EMENTAS DAS AIS'S .....................................................................................................................20
3 COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DAS AIS’S .......................................................................23
4 DESENVOLVIMENTO DO EIXO ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE ..................................31
5 AÇÕES DO EIXO ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE ...............................................................37
6. ESTRUTURA ADMINISTRATIVA ..............................................................................................38
7. PERSPECTIVAS FUTURAS .........................................................................................................39
ANEXOS ..................................................................................................................................................40
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APRESENTAÇÃO
O Curso de Medicina da Universidade Potiguar (UnP) com o intuito de
promover a EXCELÊNCIA DO ENSINO implantou no primeiro semestre de 2014 uma
série de modificações no seu currículo (Reforma Curricular 2014) de modo a
atender às normas e diretrizes nacionais, tais como, a Resolução CNE/CES nº. 3 de
20/06/2014, e orientações internacionais adotadas pela Laureate.
O currículo 2014 adota o conceito de eixo integrador com o intuito de
promover de forma longitudinal, da 1ª a 8ª séries, a integração do conhecimento e,
com isso, alcançar as competências e habilidades necessárias ao exercício da
profissão, desde a formação básica.
O objetivo desse manual é apresentar a estrutura e normatizar as atividades
do Eixo Atenção Integral à Saúde.
O Eixo Atenção Integral à Saúde tem carga horária de 2060 h/a e está
dividido em três fases (Atenção à Saúde Centrada na Comunidade e na Família;
Atenção à Saúde Centrada na Família e no Indivíduo; e Atenção à Saúde Centrada no
Indivíduo) que contemplam um conjunto de oito blocos de conhecimento1
denominados Atenção Integral à Saúde (AIS) distribuídos ao longo das oito
primeiras séries do curso.
O objetivo deste Eixo é desenvolver no contexto da Atenção à Saúde ações de
atenção e assistência à saúde nos âmbitos da comunidade, família e indivíduo, ao
longo das oitos séries iniciais do curso, oportunizando a inserção do aluno em
diversos cenários da prática médica, como unidades básicas de saúde, equipes de
saúde da família, escolas, creches, asilos, dentre outros.
Sempre com ênfase nos princípios do SUS, o eixo da AIS é desenvolvido em
níveis de complexidade da assistência à saúde e responsabilidade crescentes,
contemplando os múltiplos fatores envolvidos na prática médica – socioambientais,
econômicos, políticos, educacionais e culturais –, assim como os problemas
1Conjunto de conteúdos que estão organizados de modo a minimizar a fragmentação do
conhecimento e promover o desenvolvimento de uma visão mais ampliada do processo saúde-doença e em sintonia com o perfil do egresso definido pelo Curso de Medicina/UnP.
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cotidianos que cercam as práticas profissionais na área da saúde.
Em todas as fases deste eixo são contemplados conteúdos referentes às
abordagens comunitária, familiar, individual e conteúdos da epidemiologia e saúde
coletiva, da ética e da bioética e do desenvolvimento profissional e da pesquisa que
acabam por promover a integração não só entre os blocos da AIS, mas com os demais
eixos temáticos, o Eixo Biomédico e o Eixo Comunicação e Habilidades Clínicas
(apresentados no PPC do curso).
1. ORGANIZAÇÃO DO EIXO ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE
O Eixo Atenção Integral à Saúde é concebido a partir da integração de três
abordagens – Comunitária, Familiar e Individual – e de duas matrizes de conteúdos
transversais – Epidemiologia e Saúde Coletiva, e Desenvolvimento Profissional e
Pesquisa – que estruturam e organizam o Eixo em três fases: Atenção à Saúde
Centrada na Comunidade e na Família; Atenção à Saúde Centrada na Família e no
Indivíduo e Atenção à Saúde Centrada no Indivíduo.
Na primeira fase, Atenção à Saúde Centrada na Comunidade e na Família,
as atividades pedagógicas são centradas predominantemente na comunidade e na
família (o que não significa que as questões de âmbito individual sejam deixadas de
lado), situando-se os dois blocos de conhecimentos da 1a e 2a séries:
Atenção Integral à Saúde I
Atenção Integral à Saúde II
A segunda fase, Atenção à Saúde Centrada na Família e no Indivíduo, aborda
com mais ênfase e primeiramente as questões referentes à família e, em seguida, ao
indivíduo – evoluindo nas séries mais avançadas para a atenção ao paciente através
da demanda ambulatorial da atenção básica. Nesta fase, situam-se os blocos da AIS
da 3a e 4a séries:
Atenção Integral à Saúde III
Atenção Integral à Saúde IV
Na terceira fase, Atenção à Saúde Centrada no Indivíduo, que corresponde
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à 5a, 6a, 7a e 8a séries, as atividades clínicas começam a ser intensificadas no nível
individual, com o atendimento ambulatorial realizado na Atenção Primária, fazendo
interface com as rotações clínico-cirúrgica, onde ocorre a aprendizagem na Atenção
Secundária e Terciária. De todo modo, as questões referentes à comunidade e família
continuam sendo analisadas, uma vez que o objetivo é construir uma prática médica
centrada na pessoa.
Atenção Integral à Saúde V
Atenção Integral à Saúde VI
Atenção Integral à Saúde VII
Atenção Integral à Saúde VIII
No que diz respeito às competências necessárias à formação médica, a
abordagem comunitária permite que o discente:
a) Identifique os problemas e necessidades da população relacionados à
saúde;
1ª. Série; 2ª série, 3ª série, 4ª série; 5ª série, 6ª série, 7ª série, 8ª série.
Co
mu
nid
ade
Ind
ivíd
uo
Família
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b) Realize o diagnóstico situacional de saúde por meio de instrumentos de
abordagem comunitária (diagnóstico de demanda, estimativa rápida
participativa, técnicas de georreferenciamento);
c) Defina prioridades para a atuação da equipe;
d) Realize trabalho em grupos;
e) Desenvolva ações educativas no território com vistas ao empoderamento
do autocuidado em saúde;
f) Planeje ações educativas no território com base no diagnóstico
comunitário;
g) Articule com o controle social fomentando o empoderamento social em
saúde;
h) Conheça os fundamentos da Educação em Saúde.
Além disso, a abordagem comunitária agrega conteúdos referentes à
vigilância em saúde, medicina rural e saúde dos grupos étnicos menos favorecidos,
tais como, indígenas e quilombolas.
A abordagem familiar permitirá que o discente:
a) Conheça o papel da família no processo saúde-doença;
b) Aplique os conceitos de abordagem familiar, funções e tipologia
familiar;
c) Conheça os ciclos vitais familiares, as crises vitais, considerando a
funcionalidade familiar;
d) Identifique os aspectos da violência familiar e manejo de situações
complexas de violência familiar;
e) Identifique as estratégias familiares de suporte ao paciente;
f) Conheça os níveis de intervenção familiar;
g) Realize entrevista familiar, conferência familiar e visita domiciliar de
modo adequado;
h) Identifique papéis de cada membro da família e sua influência no
processo de saúde e adoecimento de cada membro;
i) Demonstre atitude respeitosa no contexto familiar mesmo quando há
diferenças culturais e comportamentais;
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j) Demonstre conhecimento sobre resiliência familiar;
k) Utilize instrumentos de abordagem familiar, tais como, Genograma,
ECOMAPA, Círculo Familiar, Escala de Coelho.
O desenvolvimento de competências voltadas para uma abordagem
Individual permite que o discente:
a) Aplique os componentes da abordagem centrada na pessoa;
b) Julgue as principais ameaças à saúde da pessoa, incluindo doenças e fatores
de risco;
c) Conheça abordagem efetiva em primeiros socorros para problemas agudos
potencialmente fatais;
d) Identifique abordagem efetiva para doenças frequentes de apresentação
crônica e doenças com forte componente psicossocial;
f) Desenvolva um plano terapêutico apropriado seguindo os princípios do
Método Clínico Centrado na Pessoa;
g) Domine técnicas de registro orientado por problemas de forma adequada;
h) Realize exame físico respeitando a privacidade do paciente;
i) Aprecie cuidados paliativos de modo adequado;
n) Conheça a influência do Ciclo de Vida individual na saúde da pessoa e
utilizar este conhecimento na abordagem clínica.
Além disso, a abordagem individual agrega conteúdos relacionados às
Práticas Integrativas e Complementares.
A matriz de conteúdos transversais Epidemiologia e Saúde Coletiva
oportuniza que o discente:
A) Epidemiologia
a) Desenvolva uma visão geral da epidemiologia descritiva, com enfoque
para os conceitos e temas básicos de uso corrente na descrição dos danos
ou agravos à saúde das populações;
b) Utilize os fundamentos teóricos, metodológicos e técnicos do
conhecimento epidemiológico e da bioestatística nos vários cenários da
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prática, em especial, nos serviços de saúde do Sistema Único de Saúde;
c) Interprete índices e indicadores epidemiológicos do processo saúde-
doença;
d) Desenvolva planos amostrais para inquéritos epidemiológicos de base
populacional;
e) Compreenda o uso de medidas de posição e variabilidade na descrição
de dados epidemiológicos;
f) Interprete os eventos relacionados à saúde nas dimensões temporal,
espacial e nas características ligadas às pessoas;
g) Analise os impactos, barreiras, alcance e desafios das redes de
informação e comunicação em saúde;
h) Conheça os fundamentos e a história da epidemiologia.
B) Saúde Coletiva
a) Conheça os fundamentos do processo saúde-doença e os aspectos
históricos da reforma sanitária brasileira e do SUS;
c) Identifique os aspectos teóricos e práticos dos modelos de atenção à
saúde utilizados no sistema de saúde;
d) Reflita sobre a estruturação histórica e jurídico-institucional do
Sistema Único de Saúde, assim como, sobre os aspectos históricos,
concepções de políticas públicas e de modelos tecnoassistenciais da
Atenção Primária à Saúde.
A matriz de conteúdos transversais Desenvolvimento Profissional e
Pesquisa integra conteúdos de ética médica e bioética, educação permanente,
gestão em saúde, trabalho em equipe multiprofissional e pesquisa a fim de que o
discente:
A) Ética médica e Bioética
a) Conheça os princípios básicos da bioética e da ética médica;
b) Reflita sobre os problemas éticos na relação do profissional com as
pessoas e com as famílias (relação interpessoal, elaboração do projeto
terapêutico, fornecimento de informações, tocante a privacidade e
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confidencialidade);
c) Aplique os conceitos de confidencialidade, segredo profissional,
consentimento informado, capacidade do paciente para tomada de
decisões, dever de não abandono e uso racional dos recursos;
d) Conheça os problemas éticos relacionados à organização e ao sistema de
saúde (na unidade; na rede de serviços; na interação com a indústria
farmacêutica);
e) Identifique os problemas éticos na relação entre integrantes da equipe;
f) Conheça as disposições jurídicas e deontológicas que condicionam as
decisões clínicas.
B) Educação popular, permanente e continuada
a) Desenvolva uma prática reflexiva, identificando lacunas e sugerindo
aprimoramento e atualização dos profissionais e outros protagonistas da
comunidade com importância para as ações de saúde;
b) Envolva-se de maneira apropriada em atividades de orientação de saúde
para o público em geral que sejam custo-efetivas, que acontecem ou
devem acontecer em sua comunidade;
c) Apoie a equipe na sua aprendizagem individual, coletiva e organizacional;
d) Conheça fontes de atualização e busque apropriadamente respostas para
as suas dúvidas.
C) Gestão em saúde
a) Reconheça a rede de assistência à saúde e a função dos seus componentes
em relação à atenção primária;
b) Conheça os sistemas de informação vigentes no SUS e saiba analisar os
dados disponíveis a fim de avaliar as ações de saúde e realizar
planejamento em saúde;
c) Utilize tecnologias de gestão da clínica para lidar com fatores como
pressão assistencial, frequentação, lista de pacientes, estratificação de
risco e/ou vulnerabilidade, assim como outros instrumentos de gestão
existentes no SUS.
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D) Trabalho em equipe multiprofissional
a) Reconheça a importância do trabalho em equipe;
b) Reflita sobre a complexidade do processo de saúde-adoecimento e a
contribuição dos profissionais no manejo do cuidado;
c) Trabalhe o cuidado de forma compartilhada, construindo projetos
terapêuticos quando necessários;
d) Participe dos momentos de troca de conhecimentos com outros
profissionais, como consultas compartilhadas e matriciamento;
e) Aprenda a mediar conflitos oportunamente;
f) Atue em equipe de forma ativa e respeitosa, fomentando um bom clima
organizacional e promovendo a participação e a tomada de decisão
compartilhada.
E) Pesquisa
a) Conheça os fundamentos da metodologia científica;
b) Elabore projetos de pesquisa científica;
c) Desenvolva projetos de intervenção e de clínica ampliada;
d) Construa projeto terapêutico-singular;
e) Analise criticamente artigos científicos.
Conforme previsto no PPC 2014, cada AIS possui uma identidade de modo a
respaldar as três fases e atender o desenvolvimento das competências supracitadas.
Inspirados pelas orientações da Sociedade Brasileira de Medicina de Família
e Comunidade/SBMFC (2015), destaca-se que, em função do contexto da
comunidade, da família e do indivíduo, as AIS’s concentram, inicialmente, seus temas
numa perspectiva da semiologia geral (1a. a 3a. séries) e, de forma progressiva e
contínua, caminha em direção à semiologia clínica (4a. a 8a. séries). A partir da AIS IV
cada AIS estabelecerá conexões com uma das Redes de Atenção à Saúde permitindo
uma interação ordenada e integrada com o SUS.
A AIS IV abordará a Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência; a AIS V se
relaciona com Rede de Doenças Crônicas; a AIS VI se organiza em torno da Rede de
Urgência e Emergência; a AIS VII estabelece relação com a Rede de Saúde Mental, por
fim, a AIS VIII trabalha em sintonia com a Rede Cegonha.
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Além disso, a abordagem a partir das Redes permite um foco no
desenvolvimento de competências alinhadas aos problemas abordados e uma
integração aprofundada com os conteúdos ofertados nos diversos blocos de
conhecimento.
As AIS's são assim denominadas:
Observa-se que AIS I, cuja identidade é definida pela abordagem
comunitária, tem como ênfase a comunidade, a semiologia geral, a epidemiologia e
saúde coletiva, as ações programáticas e medicina preventiva. Destaca-se que ao
término desta série os alunos devem apresentar um projeto de intervenção.
AIS IV
•Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência
AIS V•Rede de Doenças Crônicas
AIS VI• Rede de Urgência e Emergência
AIS VII•Rede de Saúde Mental
AIS VIII•Rede Cegonha
AIS I•Comunidade
AIS II • Família e Comunidade
AIS III• Família e Indivíduo
AIS IV
• Indivíduo
AIS V •Problemas Crônicos
AIS VI•Risco e Vulnerabilidade
AIS VII•Cuidados Integrados
AIS VIII•Cuidados Materno-infantil
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A AIS II, marcada pela abordagem familiar e comunitária, dá ênfase à
família no contexto da comunidade; à semiologia geral; à epidemiologia e saúde
coletiva. A AIS II caracteriza-se essencialmente pelas abordagens de intervenção
baseadas em projetos de intervenção, clínica ampliada e gestão da Estratégia da
Saúde da Família e medicina preventiva. Destaca-se que ao término da série, os
alunos devem apresentar um projeto terapêutico singular.
A identidade da AIS III é marcada pela abordagem familiar e individual.
Neste bloco de conhecimento, os discentes têm a oportunidade de aplicar os
projetos elaborados na AIS II. A AIS III enfatiza a epidemiologia e saúde coletiva; a
gestão das referências a partir da atenção básica e introduz a epidemiologia clínica.
A identidade da AIS IV é construída em função da abordagem individual no
âmbito da atenção básica e estabelece relações com a Rede de Cuidados à Pessoa
com Deficiência. Os alunos devem acompanhar os tutores na clínica das doenças
mais frequentes conforme a demanda da comunidade. A AIS IV dá ênfase à
epidemiologia clínica, à semiologia clínica e à gestão da unidade de saúde. O discente
desenvolve as seguintes competências:
a) Reconhece a influência do Ciclo de Vida individual na saúde da pessoa e
utiliza este conhecimento na abordagem clínica;
b) Identifica as normas vigentes quanto a notificação de agravos expedidos
pela vigilância em saúde;
c) Orienta vacinação adequada; alimentação do lactente durante a transição
até a dieta familiar; e prevenção sobre os acidentes na infância;
d) Conhece os princípios e elementos estruturantes da Rede de Cuidados à
Pessoa com Deficiência;
e) Conhece os conceitos de multimorbidade, múltiplas queixas, evidências no
cuidado clínico e prevenção quaternária;
f) Interpreta os eventos relacionados à saúde nas dimensões temporal,
espacial e nas características ligadas às pessoas;
g) Compreende as doenças prevalentes e dados epidemiológicos das
comunidades rurais e em situação de risco e vulnerabilidade;
h) Conhece as práticas culturais de cura em saúde de matriz afro-brasileira
sendo capaz de identificar determinantes sociais, sanitários e ambientais do
processo saúde-adoecimento das comunidades negras e quilombolas;
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i) Conhece os pontos relevantes de gestão de Unidade de Saúde,
desenvolvendo uma prática reflexiva, identificando lacunas e sugerindo
aprimoramento e atualização dos profissionais da unidade básica de saúde;
j) Conhece tecnologias de gestão em saúde para lidar com fatores como
pressão assistencial, frequentação, lista de pacientes, estratificação de risco
e/ou vulnerabilidade;
k) Envolve-se e apoia a equipe na sua aprendizagem individual, coletiva
e organizacional, conhecendo os problemas éticos na relação entre integrantes
da equipe, promovendo a participação e uma tomada de decisão
compartilhada;
l) Compreende como se organiza o Controle Social no SUS;
m) Reconhece a complexidade do processo de saúde-adoecimento e a
contribuição dos profissionais no manejo do cuidado;
n) Realiza consulta de pré-natal de baixo risco, consulta puerperal e
acompanhamento do recém-nascido.
A AIS V estabelece uma relação de compreensão dos problemas próprios da
Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas. Neste bloco, estão
previstos conteúdos relacionados às doenças crônico-degenerativas, dor aguda e
crônica e técnicas cirúrgicas. Em sinergia com os demais conteúdos curriculares, é
dado ênfase à abordagem musculoesquelética e hematológica. Espera-se que o
discente, ao término do bloco, tenha desenvolvido as seguintes competências:
a) Conheça a Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas;
b) Acompanhe atividades de atenção domiciliar e conheça os princípios dos
cuidados paliativos e da reabilitação;
c) Aprecie as abordagens médicas relacionadas à terminalidade e a sua relação
com a ética médica;
d) Compreenda as condições clínicas mais frequentes e relevantes no idoso;
e) Realize anamnese e exame físico considerando as ênfases e em acordo com
as queixas dos pacientes;
f) Reconheça os impactos das condições de trabalho sobre a saude das
pessoas, familias e comunidades;
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g) Aborde adequadamente os procedimentos relacionados aos acidentes e
doenças do trabalho;
h) Identifique os problemas musculoesqueléticos mais frequentes e relevantes
na atenção básica, além de as medidas para sua prevenção e reabilitação;
i) Conheça os procedimentos em atenção primária em saúde e as técnicas das
pequenas cirurgias ambulatoriais;
j) Realize as indicações e saiba interpretar exames laboratoriais e imagens das
patologias relacionadas às ênfases da série;
k) Conheça as opções para tratamento não farmacológico da dor aguda e
crônica, incluindo abordagens psicossociais;
l) Conheça as abordagens de suporte psiquiátrico e psicológico aos pacientes
crônicos, sabendo identificar sua necessidade;
m) Identifique as patologias hematológicas e em pequenas cirurgias
ambulatoriais mais frequentes e relevantes na atenção básica;
n) Identifique e encaminhe adequadamente as patologias que exigem
referência;
o) Diagnostique as necessidades da educação permanente das equipes, com
foco nas doenças crônicas;
p) Conheça a gestão de recursos e insumos da UBS;
q) Elabore evidências no cuidado clínico e comunitário;
r) Trabalhe em equipe multiprofissional em observância os princípios da ética
médica.
A AIS VI estabelece relação com a Rede de Atenção à Urgência e
Emergência. O conceito de vulnerabilidade no qual se insere a que é produzida pela
urgência e emergência clínica se expande numa oferta de conhecimentos que
enfatiza também cenários de vulnerabilidade social e individual. Em consonância
com os demais conteúdos, é dada ênfase aos problemas cardiorrespiratórios e
digestivos, renais e de vias urinárias. Espera-se que o discente ao término do bloco
tenha desenvolvido as seguintes competências:
a) Conheça os princípios e elementos estruturantes da Rede de Atenção à
Urgência e Emergência;
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b) Entenda o perfil da demanda de Urgência e Emergência na Atenção Básica
e saiba atuar clinicamente;
c) Identifique os problemas dos sistemas cardiovascular, respiratório,
digestivo e uroexcretor mais frequentes e relevantes, realizando a
entrevista clínica e exame físico do indivíduo;
d) Conheça as técnicas de abordagem preventiva e de manejo adequado de
fatores de risco referentes aos sistemas cardiovascular, respiratório,
digestivo e uroexcretor;
e) Reconheça condições dos sistemas cardiovascular, respiratório, digestivo e
uroexcretor agudas e de risco de vida, e saiba como estabilizar o paciente
até sua internação;
f) Conheça as indicações dos exames e procedimentos mais comuns para
diagnóstico e tratamento dos problemas relacionados aos aparelhos
cardiovascular, respiratório, digestivo e uroexcretor;
g) Interprete os exames complementares e suas alterações mais comuns;
h) Realize abordagens não farmacológicas e farmacológicas com as principais
patologias cardiovasculares, respiratórias, digestivas e uroexcretoras,
avaliando os efeitos colaterais e interações dos fármacos;
i) Conheça o funcionamento de uma unidade de urgência e emergência do SUS
e os desafios para a gestão e tomada de decisões integradas;
j) Saiba abordar situações de acidentes com múltiplas vítimas;
k) Preste os primeiros socorros com base nos princípios do suporte básico e
avançado de vida;
l) Reconheça o contexto da segurança do paciente;
m) Compreenda a aplicação da Medicina Legal;
n) Explique medidas de segurança ao paciente sobre possíveis resultados
inesperados.
A AIS VII dialoga com a Rede de Atenção à Saúde Mental. Em sinergia com
os demais conhecimentos da série, são abordados os problemas psiquiátricos e
neuroendócrinos. Espera-se que o discente ao término do bloco:
a) Conheça a Rede de Atenção à Saúde Mental;
b) Avalie e planeje as estratégias de integração da APS com a Rede de Saúde
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Mental, compreendendo como se estabelece a coordenação do cuidado de
pacientes com problemas de saúde mental;
c) Conheça as técnicas de abordagem a problemas de saúde mental e sua
abordagem familiar, realizando a entrevista da família;
d) Identifique as principais síndromes/doenças mentais na APS e seus
critérios diagnósticos, estabelecendo diagnósticos diferenciais e seu
manejo clínico;
e) Reconheça os problemas de ordem emocional comuns na escola;
f) Identifique os problemas mais frequentes e relevantes relacionados ao
sistema neuroendócrino, estabelecendo diferentes critérios de gravidade e
reconhecendo situações de risco à vida;
g) Aponte as principais opções de tratamento farmacológicas e não
farmacológicas para os diferentes transtornos mentais e doenças
neuroendócrinas, avaliando os efeitos colaterais e interação dos fármacos;
h) Diferencie a gravidade de diversos surtos psico-mentais;
i) Identifique casos complexos de saúde mental e comorbidades;
j) Reconheça o amplo impacto dos problemas de saúde mental no indivíduo,
família e sistema de saúde em observância as questões específicas de ética
médica;
k) Construa abordagem efetiva para doenças com forte componente
psicossocial;
l) Conheça basicamente os aspectos teóricos de práticas integrativas e
complementares mais comuns, indicando de forma coerente a realização de
práticas integrativas e complementares para os seus pacientes;
m) Identifique o uso das plantas medicinais e fitoterápicos disponíveis
em sua região;
n) Conheça os elementos de demanda espontânea e programática e gestão da
clínica.
A AIS VIII aborda a Rede Cegonha. Este bloco de conhecimento dá ênfase à
Atenção à Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente. Espera-se que o discente
ao término do bloco:
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a) Conheça os princípios e elementos estruturantes da Rede Cegonha e as
questões éticas relacionadas à saúde da criança, do adolescente e da
mulher;
b) Realize avaliação e planejamento na APS relacionado à integração com a
Rede Cegonha;
c) Desenvolva abordagem integrada, individual e familiar no contexto da
atenção materno-infantil;
d) Conheça a demanda espontânea bem como a demanda programada
relacionada a atenção materno-infantil, além da prevenção de agravos e
promoção à saúde;
e) Conheça a abordagem dos problemas ginecológicos, obstétricos,
pediátricos e hebiátricos mais frequentes na Atenção Básica;
f) Realize seguimento periódico para prevenção oportuna de acordo com
fases de crescimento e desenvolvimento da infância e adolescência;
g) Realize anamnese e exame físico de crianças, mulheres e adolescentes;
h) Compreenda a necessidade de que o manejo de situações ou problemas
complexos se dê de forma compartilhada com outros profissionais e com a
família;
i) Interprete os métodos diagnósticos em pediatria, hebiatria, ginecologia e
obstetrícia;
j) Conheça os fármacos mais comuns utilizadas na criança, adolescente,
gestante e nutriz;
k) Conheça e aborde as situações de risco e vulnerabilidade para negligência e
maus tratos em crianças, adolescentes e mulheres.
l) Conheça os problemas mais frequentes e relevantes na saúde da mulher;
m) Considere particularidades de gênero no desenvolvimento do
processo saúde-adoecimento.
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2 EMENTAS DAS AIS’S
Com vistas a uma melhor visualização do Eixo de Atenção Integral à Saúde,
encontram-se relacionadas a seguir as ementas correspondentes a cada série:
2.1 Atenção Integral à Saúde I
EMENTA
Política Nacional de Saúde. Organização de Serviços. Modelos assistenciais. Redes de
Atenção. Programa Nacional de Imunização. Ações programáticas em saúde.
Territorialização. Elementos epidemiológicos. Instrumentos diagnósticos da
comunidade e da família. Ações intersetoriais. Abordagem comunitária. Níveis de
intervenção. Prevenção e promoção à saúde. História da Medicina. Vigilância
sanitária e ambiental. Problemas ambientais. Biossegurança. Sinais vitais.
Antropometria. Vulnerabilidade social. Fundamentos de metodologia científica.
Bases de dados. Sistemas de informação. Fundamentos da Ética Médica.
2.1 Atenção Integral à Saúde II
EMENTA
Princípios da Medicina de Família e Comunidade e da Atenção Primária à Saúde.
Vigilância epidemiológica. Indicadores em saúde. Práticas de promoção e prevenção
na comunidade e na família. Trabalho com grupos. Trabalho em equipe. Projeto
terapêutico singular. Abordagem familiar. Resiliência familiar. Exame clínico
normal. Prevenção de doenças e promoção a saúde. Epidemiologia e saúde coletiva.
Bioestatística. Modelos de gestão em saúde. Estudos observacionais (descritivos e
analíticos). Sistemas de informação. Vulnerabilidade e situação de risco. Subsistema
de atenção a saúde indígena. Ética médica e bioética.
2.3 Atenção Integral à Saúde III
EMENTA
Abordagem da família e do indivíduo. Planejamento em saúde. Diagnóstico de
demanda pelo CIAP. Grupos de risco. Acesso e organização de agenda. Aplicação das
estratégias de abordagem familiar. Coordenação do cuidado. Abordagem a queixas
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inespecíficas e sintomas indiferenciados. Demandas frequentes na Unidade Básica
de Saúde. Uso apropriado de Testes diagnósticos. Educação em Saúde. Estudos
experimentais. Bioestatística. Análise crítica da evidência. Ética médica e Bioética.
2.4 Atenção Integral à Saúde IV
EMENTA
Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência. Técnicas de abordagem e práticas de
promoção e prevenção no cuidado individual. Atenção a múltiplas queixas. Multi-
morbidade. Cuidado e orientações para procedimentos e exames. Evidências no
cuidado clínico. Estudos clínicos. Saúde em Comunidades Rurais, Negras e
Quilombolas. Gestão em Saúde. Controle Social. Gerenciamento de Unidades de
Saúde. Trabalho em equipe multiprofissional e matriciamento. Pré-natal de baixo
risco. Atenção ao recém-nascido. Ética médica.
2.5 Atenção Integral à Saúde V
EMENTA
Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas. Atenção domiciliar.
Cuidados paliativos. Reabilitação. Procedimentos em APS. Dor aguda e crônica.
Problemas musculoesqueléticos mais comuns na Atenção Primária. Atenção integral
à saúde do idoso. Prevenção quaternária. Ergonomia e doenças do trabalho. Saúde
do Trabalhador. Problemas ocupacionais. Anemias. Pequenas cirurgias
ambulatoriais. Evidências no cuidado clínico e comunitário. Suporte psiquiátrico e
psicológico a pacientes crônicos. Manejo clínico de pacientes crônicos. Educação
permanente das equipes. Gestão de recursos e insumos. Abordagem integrada
individual e familiar no atendimento clínico. Terminalidade. Trabalho em equipe
multiprofissional. Ética médica.
2.6 Atenção Integral à Saúde VI
EMENTA
Rede de Atenção à Urgência e Emergência. Urgência e Emergência na Atenção
Primária. Abordagem integrada, individual e familiar no atendimento clínico.
Demanda espontânea e programada. Gestão da clínica. Tomada de decisões
22
integradas. Abordagem de situações de acidentes com múltiplas vítimas. Suporte
básico e avançado de vida. Manejo dos princípios da ressuscitação e reabilitação
cardiovascular e respiratório. Medicina Legal. Manejo das urgências
gastroenterológicas e urinárias. Segurança do paciente. Ética médica.
2.7 Atenção Integral à Saúde VII
EMENTA
Rede de Atenção à Saúde Mental. Avaliação e planejamento na APS. Abordagem
integrada familiar no atendimento clínico. Demanda espontânea e programática.
Gestão da clínica. Tomada de decisões integradas. Manejo clínico do paciente
psiquiátrico na atenção básica. Terapia familiar. Manejo clínico dos principais
problemas neuroendócrinos da APS. Práticas Integrativas e Complementares. Ética
médica.
2.8 Atenção Integral à Saúde VIII
EMENTA
Rede Cegonha. Avaliação e planejamento na APS. Abordagem integrada, individual
e familiar no atendimento clínico. Demanda espontânea e programada. Abordagem
dos problemas ginecológicos, obstétricos e pediátricos. Tomada de decisões
integradas. Rastreamento de doenças. Manejo clínico de problemas prevalentes em
crianças, adolescentes e mulheres. Ética médica.
23
3 Competências das AIS’s
Apresenta-se as competências das oito AIS’s a serem construídas a partir das
aulas teóricas, aulas teórico-práticas e aulas práticas.
3.1 Competências da Atenção Integral à Saúde I:
a) Conhece os fundamentos do processo saúde-doença;
b) Realiza o diagnóstico situacional de saúde por meio de instrumentos de
abordagem comunitária;
c) Conhece a área (geográfica) em que atua, os determinantes e
condicionantes das condições de saúde aos quais estão expostos a
população que nela habita;
d) Conhece os componentes da abordagem centrada na pessoa;
e) Apresenta uma visão introdutória da ciência epidemiológica, com enfoque
para os conceitos e temas básicos de uso corrente na descrição dos danos
ou agravos à saúde das populações;
f) Constrói e interpreta índices e indicadores epidemiológicos do processo
saúde-doença;
g) Conhece os aspectos históricos da reforma sanitária brasileira e a
estruturação histórica e jurídico-institucional do Sistema Único de Saúde
h) Conhece aspectos teóricos e práticos dos modelos de atenção à saúde
utilizados no sistema de saúde;
i) Conhece a rede de assistência à saúde e a função dos seus componentes em
relação à atenção primária, assim como medidas de prevenção e promoção
à saúde;
j) Envolve-se de maneira apropriada em atividades de orientação de saúde
para o público em geral;
k) Conhece os princípios básicos da bioética e da ética médica;
l) Conhece os princípios básicos da biossegurança;
m) Conhece os fundamentos da metodologia científica;
n) Conhece fontes de atualização e e sabe como utilizar bases de dados de
24
forma apropriada;
o) Conhece os sistemas de informação vigentes no SUS e sabe analisar os dados
disponíveis;
p) Identifica os sinais vitais e realiza antropometria.
3.2 Competências da Atenção Integral à Saúde II:
a) Conhece e aplica os conceitos de abordagem familiar, funções e tipologia
familiar;
b) Aplica na prática clínica os princípios e diretrizes da medicina de família e
da atenção primária a saúde.
c) Conhece e identificar os aspectos da violência familiar e manejo de
situações complexas de violência familiar;
d) Conhece os níveis de intervenção familiar e o papel da família no processo
saúde-doença;
e) Realiza visita domiciliar de modo adequado, demonstrando atitude
respeitosa no contexto familiar mesmo quando há diferenças culturais e
comportamentais;
f) Utiliza instrumentos de abordagem familiar: Genograma, ECOMAPA,
Círculo Familiar, Escala de Coelho e outros;
g) Conhece os tipos de estudos observacionais (descritivos e analíticos)
h) Atua com diligência no combate a agravos de interesse epidemiológico sob
orientação e tutoria;
i) Identifica e analisa os impactos, barreiras, alcance e desafios das redes de
informação e comunicação em saúde;
j) Conhece os aspectos éticos na relação do profissional com as pessoas e com
as famílias;
k) Conhece as disposições jurídicas e deontológicas que condicionam as
decisões clínicas do profissional e capacidade do paciente para tomada de
decisões;
l) Realiza o planejamento de procedimentos operacionais padrões que
envolvam a biossegurança;
m) Reconhece as principais ameaças à saúde da pessoa, incluindo
25
doenças e fatores de vulnerabilidade e risco;
n) Aprecia à diversidade cultural e demonstra competência cultural para
abordar questões étnicas no que se refere à Atenção Básica à Saúde dos
Povos Indígenas.
3.3 Competências da Atenção Integral à Saúde III:
a) Conhece e aplica os fundamentos da educação popular, permanente e
continuada em saúde, com base no diagnóstico comunitário;
b) Utiliza os fundamentos teóricos, metodológicos e técnicos do conhecimento
epidemiológico e da bioestatística;
c) Trabalha o cuidado de forma compartilhada, desenvolvendo projeto
terapêutico singular;
d) Aplica técnicas de abordagem familiar;
e) Aborda queixas inespecíficas e sintomas indiferenciados, usando o método
clínico centrado na pessoa;
f) Sabe realizar diagnóstico de demanda pelo CIAP;
g) Identifica e avaliar grupos de risco;
h) Conhece os princípios definidores do acesso e organização de agenda;
i) Faz e desenvolve projetos de Pesquisa Científica;
j) Conhece o tipo de estudo experimental;
k) Analisa criticamente artigos científicos;
l) Atua conforme os princípios da Atenção Primária, coordenando o cuidado
do paciente através de diversos níveis de atenção, proporcionando
abordagem integral e longitudinal;
m) Conhece os princípios e fundamentos da ética, atuando de forma
condizente com os mesmos.
3.4 Competências da Atenção Integral à Saúde IV:
a) Conhece a influência do Ciclo de Vida individual na saúde da pessoa e
utiliza este conhecimento na abordagem clínica;
26
b) Conhece as normas vigentes quanto a notificação de agravos expedidos pela
vigilância em saúde;
c) Sabe orientar vacinação adequada;
d) Sabe orientar alimentação do lactente durante a transição até a dieta
familiar;
e) Orienta a prevenção sobre os acidentes na infância;
f) Conhece os princípios e elementos estruturantes da Rede de Cuidados à
Pessoa com Deficiência;
g) Conhece os conceitos de multimorbidade, múltiplas queixas, evidências no
cuidado clínico e prevenção quaternária;
h) Interpreta os eventos relacionados à saúde nas dimensões temporal,
espacial e nas características ligadas às pessoas;
i) Compreende as doenças prevalentes e dados epidemiológicos das
comunidades rurais e em situação de risco e vulnerabilidade;
j) Conhece as práticas culturais de cura em saúde de matriz afro-brasileira
sendo capaz de identificar determinantes sociais, sanitários e ambientais do
processo saúde-adoecimento das comunidades negras e quilombolas;
k) Conhece os pontos relevantes de gestão de Unidade de Saúde,
desenvolvendo uma prática reflexiva, identificando lacunas e sugerindo
aprimoramento e atualização dos profissionais da unidade básica de saúde;
l) Conhece tecnologias de gestão em saúde para lidar com fatores como
pressão assistencial, frequentação, lista de pacientes, estratificação de risco
e/ou vulnerabilidade;
m) Envolve-se e apoia a equipe na sua aprendizagem individual, coletiva
e organizacional, conhecendo os problemas éticos na relação entre
integrantes da equipe, promovendo a participação e uma tomada de decisão
compartilhada;
n) Compreende como se organiza o Controle Social no SUS;
o) Reconhece a complexidade do processo de saúde-adoecimento e a
contribuição dos profissionais no manejo do cuidado;
p) Realiza consulta de pré-natal de baixo risco, consulta puerperal e
acompanhamento do recém-nascido.
27
3.5 Competências da Atenção Integral à Saúde V:
a) Conhece a Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas;
b) Acompanha atividades de atenção domiciliar e conhecer os princípios
dos cuidados paliativos e da reabilitação;
c) Aprecie as abordagens médicas relacionadas à terminalidade e a sua
relação com a ética médica;
d) Compreende as condições clínicas mais frequentes e relevantes no
idoso;
e) Realiza anamnese e exame físico considerando as ênfases e em acordo
com as queixas dos pacientes;
f) Reconhece os impactos das condicoes de trabalho sobre a saude das
pessoas, familias e comunidades;
g) Aborda adequadamente os procedimentos relacionados aos acidentes
e doenças do trabalho;
h) Identifica os problemas musculoesqueléticos mais frequentes e
relevantes na atenção básica, além de as medidas para sua prevenção e
reabilitação;
i) Conhece os procedimentos em atenção primária em saúde e as técnicas
das pequenas cirurgias ambulatoriais;
j) Realiza as indicações e sabe interpretar exames laboratoriais e imagens
das patologias relacionadas às ênfases da série;
k) Conhece as opções para tratamento não farmacológico da dor aguda e
crônica, incluindo abordagens psicossociais;
l) Conhece as abordagens de suporte psiquiátrico e psicológico aos
pacientes crônicos, sabendo identificar sua necessidade;
m) Identifica as patologias hematológicas e em pequenas cirurgias
ambulatoriais mais frequentes e relevantes na atenção básica;
n) Identifica e encaminha adequadamente as patologias que exigem
referência;
o) Diagnostica as necessidades da educação permanente das equipes, com
foco nas doenças crônicas;
p) Conhece a gestão de recursos e insumos da UBS;
28
q) Elabora as evidências no cuidado clínico e comunitário;
r) Trabalha em equipe multiprofissional em observância os princípios da
ética médica.
3.6 Competências da Atenção Integral à Saúde VI:
a) Conhece os princípios e elementos estruturantes da Rede de Atenção à
Urgência e Emergência;
b) Entende o perfil da demanda de Urgência e Emergência na Atenção
Básica e sabe atuar clinicamente;
c) Identifica os problemas dos sistemas cardiovascular, respiratório,
digestivo e uroexcretor mais frequentes e relevantes, realizando a
entrevista clínica e exame físico do indivíduo;
d) Conhece as técnicas de abordagem preventiva e de manejo adequado
de fatores de risco referentes aos sistemas cardiovascular, respiratório,
digestivo e uroexcretor;
e) Reconhece condições dos sistemas cardiovascular, respiratório,
digestivo e uroexcretor agudas e de risco de vida, e sabe como
estabilizar o paciente até sua internação;
f) Conhece as indicações dos exames e procedimentos mais comuns para
diagnóstico e tratamento dos problemas relacionados aos aparelhos
cardiovascular, respiratório, digestivo e uroexcretor;
g) Interpreta os exames complementares e suas alterações mais comuns;
h) Realiza abordagens não farmacológicas e farmacológicas com as
principais patologias cardiovasculares, respiratórias, digestivas e
uroexcretoras, avaliando os efeitos colaterais e interações dos fármacos
i) Conhece o funcionamento de uma unidade de urgência e emergência do
SUS e os desafios para a gestão e tomada de decisões integradas;
j) Aborda situações de acidentes com múltiplas vítimas;
k) Presta os primeiros socorros com base nos princípios do suporte básico
e avançado de vida;
l) Reconhece o contexto da segurança do paciente;
m) Compreende a aplicação da Medicina Legal;
29
n) Explica medidas de segurança ao paciente sobre possíveis resultados
inesperados.
3.7 Competências da Atenção Integral à Saúde VII:
a) Conhece a Rede de Atenção à Saúde Mental;
b) Avalia e planeja as estratégias de integração da APS com a Rede de
Saúde Mental, compreendendo como se estabelece a coordenação do
cuidado de pacientes com problemas de saúde mental;
c) Conhece as técnicas de abordagem a problemas de saúde mental e sua
abordagem familiar, realizando a entrevista da família;
d) Identifica as principais síndromes/doenças mentais na APS e seus
critérios diagnósticos, estabelecendo diagnósticos diferenciais e seu
manejo clínico;
e) Reconhece os problemas de ordem emocional comuns na escola;
f) Identifica os problemas mais frequentes e relevantes relacionados ao
sistema neuroendócrino, estabelecendo diferentes critérios de
gravidade e reconhecendo situações de risco à vida;
g) Aponta as principais opções de tratamento farmacológicas e não
farmacológicas para os diferentes transtornos mentais e doenças
neuroendócrinas, avaliando os efeitos colaterais e interação dos
fármacos;
h) Diferencia a gravidade de diversos surtos psico-mentais;
i) Identifica casos complexos de saúde mental e comorbidades;
j) Reconhece o amplo impacto dos problemas de saúde mental no
indivíduo, família e sistema de saúde em observância as questões
específicas de ética médica;
k) Constrói abordagem efetiva para doenças com forte componente
psicossocial;
l) Conhece basicamente os aspectos teóricos de práticas integrativas e
complementares mais comuns, indicando de forma coerente a
realização de práticas integrativas e complementares para os seus
pacientes;
30
m) Identifica o uso das plantas medicinais e fitoterápicos disponíveis em
sua região;
n) Conhece os elementos de demanda espontânea e programática e gestão
da clínica.
3.8 Competências da Atenção Integral à Saúde VIII:
a) Conhece os princípios e elementos estruturantes da Rede Cegonha e as
questões éticas relacionadas à saúde da criança, do adolescente e da
mulher;
b) Realiza avaliação e planejamento na APS relacionado à integração com
a Rede Cegonha;
c) Desenvolve abordagem integrada, individual e familiar no contexto da
atenção materno-infantil;
d) Conhece a demanda espontânea bem como a demanda programada
relacionada a atenção materno-infantil, além de a prevenção de agravos
e promoção à saúde;
e) Conhece a abordagem dos problemas ginecológicos, obstétricos,
pediátricos e hebiátricos mais frequentes na Atenção Básica;
f) Realiza seguimento periódico para prevenção oportuna de acordo com
fases de crescimento e desenvolvimento da infância e adolescência;
g) Realiza anamnese e exame físico de crianças, mulheres e adolescentes;
h) Compreende a necessidade de que o manejo de situações ou problemas
complexos se dê de forma compartilhada com outros profissionais e
com a família;
i) Interpreta os métodos diagnósticos em pediatria, hebiatria, ginecologia
e obstetrícia;
j) Conhece os fármacos mais comuns utilizadas na criança, adolescente,
gestante e nutriz;
k) Conhece e aborda as situações de risco e vulnerabilidade para
negligência e maus tratos em crianças, adolescentes e mulheres.
l) Conhece os problemas mais frequentes e relevantes na saúde da
mulher;
31
m) Considera particularidades de gênero no desenvolvimento do processo
saúde-adoecimento.
4 DESENVOLVIMENTO DO EIXO ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE
4.1 Métodos pedagógicos
Destacam-se nos processos de ensino-aprendizagem do Eixo Atenção
Integral à Saúde, a utilização de metodologias ativas, que coloca o aluno como foco
do aprendizado e o professor como facilitador da construção do saber. São
considerados os princípios da andragogia (educação de adultos) e utilizadas
metodologias diversas, com o mínimo de aulas expositivas, apenas o essencial para
trabalhar conceitos fundamentais das AIS’s, um a um, adotando-se como prioritária
a metodologia da problematização.
As turmas são divididas em grupos de 10 alunos, cada grupo sob a
responsabilidade de um tutor, que os acompanha ao longo de todo o semestre,
ficando numa mesma Unidade de Saúde, aliados a uma equipe da Estratégia Saúde
da Família (ESF). Os alunos, guiados pelo seu tutor, e obedecendo a uma temática
central para cada semestre letivo, trabalham os diversos aspectos da atuação do
profissional médico na ESF, exercitando o trabalho em equipe, com foco no
indivíduo, família e comunidade.
A problematização, como metodologia principal do Eixo, é desenvolvida a
partir de casos reais do dia a dia, ou da simulação.
Os discentes, ao longo das semanas, têm a oportunidade de refletir sobre a
sua prática, aprofundar teoricamente o que foi visto, fazer críticas construtivas e
desenvolver autonomia sobre o seu aprendizado através de registro de suas
vivências, com a construção de um portfólio reflexivo. Este portfólio é utilizado
também como instrumento de avaliação, compondo o misto entre a avaliação
formativa e a somativa.
Os momentos de ensino-aprendizagem oportunizado por este Eixo
integrador são definidos pelas aulas teóricas, as aulas téorico-práticas e as aulas
32
práticas.
4.2 Métodos avaliativos
Foi instituída na AIS uma avaliação global da aprendizagem, com elementos
para uma avaliação formativa e somativa, e que contemplasse conhecimentos,
habilidade e atitudes.
Para tanto, utiliza-se o portfólio como instrumento principal (anexo 01), e
são realizadas avaliações teóricas e práticas. A avaliação somativa segue os critérios
gerais da Instituição, porém com características próprias das AIS’s nas oito séries,
apresentadas aos alunos na primeira aula do semestre, de forma oral e também por
escrito, conforme descrição a seguir:
A avaliação é um instrumento de fundamental importância, na visão do
currículo como um processo dinâmico, em permanente construção, coerente com o
projeto pedagógico, refletindo a natureza interdisciplinar e integrada do mesmo.
Deve medir além dos elementos cognitivos, habilidades e atitudes.
No curso de medicina existem duas notas por unidade a E1 e a E2. A E1 (nas
1ª e 2ª séries) é formada pelas avaliações específicas do bloco (trabalhos, provas,
avaliação atitudinal, do portfólio e avaliação de habilidades) realizadas na Unidade
(com peso 7.0) e a nota da avaliação integrada (com peso 3.0).
E1 (1ª e 2ª séries) = Av. Esp. (peso 7.0) + Av. Int. (peso 3.0) / 10
33
Observa-se que a partir da 3ª série, a E1 é formada pelas avaliações
específicas realizadas na Unidade (com peso 5.0) e a nota do Exame Integrado -
EXIN (com peso 5.0)
A E2 (da 1ª a 8ª séries) é composta pelas avaliações específicas realizadas na
Unidade (com peso 7.0) e a nota da avaliação integrada (com peso 3.0).
PORTFÓLIO - instrumento que se constitui também em uma ferramenta de
aprendizado. O tutor, através do portfólio, passa a conhecer mais intensamente seu
aluno, e junto com ele, vem a trabalhar e discutir os aspectos do ganho de
competências e deficiências ainda visualizadas, a cada etapa de formação. Por meio
desse instrumento, o aluno tem a oportunidade de desenvolver aspectos subjetivos
e artísticos de suas reflexões cotidianas, e exercitar também sua criatividade,
linguagem e comunicação. Para a construção do Portfólio os alunos recebem
instruções que norteiam tanto a forma de construir, como os critérios de avaliação
utilizados pelo tutor, conforme detalhado abaixo.
O que é o Método Portfólio?
É um registro de saberes;
É um “diário do aluno” e pode também ser do “professor”;
É um instrumento de avaliação contínua e formativa;
E1 (3ª, 4ª, 5ª, 6ª, 7ª e 8ª séries) = trabalhos e Av. Esp. (peso 5.0) + EXIN (peso 5.0) / 10
E2 = Avaliações específicas (peso 7.0) + avaliação integrada (peso 3.0)/10
34
Tem uma função diagnóstica e formativa do processo de ensino e
aprendizagem e permite a integração de conteúdos teórico-práticos;
Oferece subsídios para a avaliação do aluno, professor, conteúdo e
metodologia;
Estima o impacto da disciplina ou área temática no universo psicológico
do aluno e do professor;
É parte de uma avaliação democrática, justa, qualitativa e significante;
É um registro de experiências diversas, parte de um aprendizado, com
anotações, registros e reflexões em torno do crescimento alcançado.
De que é constituído? Como estruturá-lo?
O Portfólio tem ao mesmo tempo, um eixo estruturante, e um caráter de
muito pessoal no plano da sua elaboração incorporando uma informalidade que
permite o registro de impressões e considerações sobre o próprio crescimento,
auto-avaliação, críticas construtivas rumo ao aprendizado, sugestões, comentários
e reflexões.
Se constitui de 5 partes, distribuídas da seguinte forma:
1ª. Parte: IDENTIFICAÇÃO: Cabe ao aluno registrar aspectos de sua pessoa
que considera particularmente relevantes tais como: nome, data e local de
nascimento, pontos importantes da sua trajetória de vida, desde nascimento,
infância, até a decisão por uma profissão, quais são seus objetivos,
expectativas, medos, esperanças, desejos, necessidades, angústias, anseios,
dificuldades, forma de pensar, de ser, agir no momento do ingresso na
Universidade, especificamente no curso de Medicina.
2ª. Parte: REGISTROS DE VIVÊNCIAS: É o registro diário das situações
vivenciais, da experiência na AIS, com data, local e hora. É o “diário do aluno”.
Substitui os relatórios e permite que o aluno explique a natureza do trabalho
ou situação prática vivenciada ou discutida.
3ª. Parte: SITUAÇÕES PROBLEMAS: Neste momento, é o aluno quem decide
quais trabalhos, momentos são representativos em sua trajetória de
construção da aprendizagem. Assim, ele retira dos registros de vivências
situações que necessitam de um aprofundamento, uma intervenção, uma
redefinição de trajetória, quer seja no cenário de aprendizagem, quer seja na
metodologia, na postura do professor-tutor ou na própria programação dos
conteúdos. Permite demonstrar as habilidades e competências do aluno para
35
a reflexão e o grau de compromisso com as situações que lhe forem
apresentadas ao longo das práticas no contexto de uma aprendizagem
significativa e relacional.
4ª. Parte: MEDIDAS DE INTERVENÇÃO: São sugestões e propostas pontuais
de intervenção na realidade apreendida que denotam coerência entre as
atividades de ensino com as finalidades de aprendizagem (Competências e
Habilidades propostas) as quais se havia definido para desenvolver-se
semana a semana e que estão em consonância com o Projeto Político-
pedagógico do curso.
5ª. Parte: REFERÊNCIAS TEÓRICAS E DOCUMENTAIS: Fontes consultadas,
inclusão de textos descritivos e narrativos, reportagens, artigos da Internet,
gravuras, fotos, relatórios, entrevistas, comentários e reflexões pertinentes
aos assuntos abordados e Projetos de Pesquisas que surgiram a partir dos
registros de vivências da AIS. As fontes podem ser variadas, mas é importante
que se prime pela qualidade e confiabilidade das fontes consultadas.
6ª. Parte: OUTROS REGISTROS: São situações vivenciais do próprio curso
que não são específicas do PAAB, atividades de extensão, narrativas de
experiências de aprendizagem em outras áreas temáticas do módulo, que o
aluno deseja registrar no seu Portfólio e que são ou foram significativas para
o seu aprendizado.
Que critérios utilizar?
A Avaliação deverá ser norteada pela ideia de Jacques Delors, publicada em
Relatório da UNESCO (2010), que defende que educar é desenvolver no ser humano
quatro competências básicas:
Competência Pessoal: Aprender a Ser;
Competência Relacional: Aprender a Conviver;
Competência Produtiva: Aprender a Fazer
Competência Cognitiva: Aprender a Conhecer
Critérios norteadores para a avaliação do portfólio pelo tutor
Qualidade da Apresentação Geral do Portfólio (escore de 0 a 1): consiste
em julgar a aparência do Portfólio, sua forma de apresentação que denota
36
prazer ou não em realizar a atividade, aspecto da escrita, a construção
gramatical, a utilização de diferentes linguagens (prosa, verso, música,
linguagem computacional, desenho, fotografia, etc.).
Pertinência do assunto e aprofundamento: (escore de 0 a 2): consiste em
julgar se os registros de vivências estão coerentes com o que de fato foi
visto na prática e se os objetivos previamente estabelecidos foram
alcançados, é também avaliado o grau de aprofundamento e interesse do
aluno, bem como seu crescimento, pesquisando novas fontes
(observando inclusive a habilidade de aprender a aprender buscando
fontes confiáveis e relevantes) e a qualidade do texto construído com o
resumo do seu aprendizado.
Capacidade de reflexão e intervenção (escore de 0 a 2): mede a
capacidade de refletir sobre a prática de mobilizar conhecimentos e a
capacidade criativa para resolução de problemas, que deve revelar um
estudante envolvido, fazendo sua parte na construção de uma
comunidade mais capaz de desenvolver autocuidados e de uma realidade
mais saudável.
AVALIAÇÃO DE CONHECIMENTOS - é realizada também a cada unidade,
através de prova escrita, com questões subjetivas e/ou objetivas contextualizadas,
cujos resultados são depois discutidos com os alunos, o que reforça o caráter
construtivo das avaliações para o aprendizado.
AVALIAÇÃO PRÁTICA - cada AIS tem sua metodologia de avaliação de
habilidades, desde a observação e entrega de relatórios referentes a projetos de
intervencão na comunidade, como é realizado nas primeiras AIS’s, até a utilizacão
de instrumentos e técnicas mais objetivas nos semestres subsequentes. Dois
formatos de avaliação de habilidades têm sido mais utilizados: o OSCE e o MINI-CEX.
a) OSCE (Exame Clínico Objetivo Estruturado) – são criados cenários de
prática (estações), e através de pacientes simulados (atores), o aluno tem
que cumprir tarefas específicas do exame clínico, em um tempo
determinado para cada estação. Cada aluno passa pelas mesmas estações,
e são avaliados através de um check-list, pelos tutores. Ao final da
avaliação é feito um feedback, procurando sempre reforçar, acrescentar e
corrigir as habilidades requeridas para cada AIS.
37
b) MINI-CEX (Mini Avaliação do Exame Clínico) – outro instrumento
utilizado na maioria das AIS’s, para avaliacão direta do aluno, em
atendimentos reais. O tutor observa diretamente o desempenho do
estudante, e, através de um check-list, aponta os seus ganhos de
aprendizado em cada etapa do exame clínico, trazendo-lhe ao final
também um feedback.
AVALIAÇÃO DE ATITUDES- em função do caráter mais subjetivo da
observação ao longo de cada unidade, foram definidos critérios objetivos de
avaliação. Cada um dos critérios é trabalhado com o aluno, reforçando os aspectos
formativos da avaliação (anexos 02 e 03).
5 AÇÕES DO EIXO ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE
Conforme a linha de atuação de cada AIS, são desenvolvidas diversas ações
junto às Unidades Saúde da Família (USF’s) e junto aos demais equipamentos sociais
– escolas, igrejas, centros comunitários, com práticas de atendimento clínico
individual ou coletivas; educativas, preventivas e de intervenção.
As AIS’s ocorrem no município de Parnamirim, em UBS’s que compõem a
rede de atenção primária. O Curso atua em 18 (dezoito) das 26 unidades existentes
no município e os grupos desenvolvem ações com focos diferenciados, de acordo
com objetivos e competências próprias de cada série, definidos conforme o Projeto
Pedagógico do Curso (PPC).
As ações desenvolvidas em cada AIS vão ao encontro da Resolução CNE/CP
nº 2, de 15 de junho de 2012, Art. 14., que trata da Educação Ambiental nas
instituições de ensino, priorizando uma abordagem curricular que enfatize a
natureza como fonte de vida e relacione a dimensão ambiental à justiça social, aos
direitos humanos, à saúde, ao trabalho, ao consumo, à pluralidade étnica, racial, de
gênero, de diversidade sexual, e à superação do racismo e de todas as formas de
discriminação e injustiça social; bem como da Resolução CNE/CP nº 1, de 30 de maio
de 2012, Art. 3º, que trata da Educação em Direitos Humanos, com a finalidade de
38
promover a educação para a mudança e a transformação social, fundamentada nos
princípios de dignidade humana; igualdade de direitos; reconhecimento e
valorização das diferenças e das diversidades; laicidade do Estado; democracia na
educação; transversalidade, vivência e globalidade; e sustentabilidade
socioambiental.
Sob essa perspectiva, o Eixo da Atenção Integral à Saúde prevê e desenvolve
ações, de modo a atender o exposto nas resoluções supracitadas, por meio de ações
sociais, projetos de intervenção, projetos terapêuticos-singulares e projetos de
pesquisa que promovam a integração ensino, pesquisa e extensão.
6. ESTRUTURA ADMINISTRATIVA
O Eixo da Atenção Integral à Saúde conta com um coordenador geral, a
quem compete organizar administrativamente a oferta dos conteúdos que a
integram junto às Unidades Básicas de Saúde, além de cuidar da seleção e
capacitação de preceptores.
Cada bloco de conhecimento conta com um coordenador de bloco e uma
equipe de professores responsáveis pelas aulas teóricas e teórico-práticas e tutores
responsáveis pelas práticas.
Compete ao coordenador de bloco pensar as práticas pedagógicas junto à
equipe de professores e tutores, liderar o processo de ensino-aprendizagem na série
específica e buscar alternativas para os conflitos eminentes.
Os tutores da AIS são profissionais da área da saúde com especialidades afins
ao tema a ser explorado na respectiva AIS, com experiência em atenção básica, e em
docência no ensino médico.
A direção do curso, em conjunto com o Núcleo de Apoio Psicopedagógico
(NAPe-Medicina), desenvolve um processo permanente de capacitação em docência
com seus tutores. Os principais temas que vêm sendo trabalhados nas oficinas
semestrais são:
39
7. PERSPECTIVAS FUTURAS
Observa-se, por meio dos processos de avaliação da aprendizagem, avanços
conseguidos pelos alunos em relação à construção de competências relativas à
atenção primária nas AIS's. Contudo, é preciso seguir avançando em metodologias
ativas de aprendizado, assim como consolidar os métodos avaliativos expostos no
presente texto. Percebe-se ainda a necessidade de aprofundar algumas
competências da atenção primária e da medicina de família e comunidade, como
ferramentas de abordagem ao indivíduo, à família e à comunidade, para que se tenha
um excelente aproveitamento de todas as AIS´s.
Para isto, a direcão do curso e a coordenacão da AIS’s têm planejado um
conjunto de oficinas pedagógicas destinadas aos tutores e monitores, a fim de que
se consiga chegar o mais próximo do ideal do processo ensino-aprendizagem na
atenção primária.
Atenção Primária à Saúde e ESF – princípios e atributos
Atenção Primária à Saúde e ESF – princípios e atributos
Aprendizado de adultos
Métodos pedagógicos: problematização; casos simulados.
Métodos avaliativos: portfólio, avaliação de habilidades (OSCE, Mini-CeX)
Integração ensino-serviço
Integração horizontal e vertical das AIS´s
40
ANEXOS
41
Anexo 01
Ficha de avaliação de Portfólio
AVALIAÇÃO DO PORTFÓLIO
AISs I, II, III e IV
ALUNO: _____________________________________________________________
Critérios
Escore 0 a 2
1-Apresentação do Portfólio 2-Aspecto da escrita, construção gramatical
Escore 0 a 4
1-Registros de vivências coerentes com o que foi visto na prática 2-Grau de aprofundamento e interesse do aluno 3-Pesquisa de novas fontes 4-Construção de texto que resuma o aprendizado
Escore 0 a 4
1-Capacidade de refletir sobre a prática 2- mobilizar conhecimentos 3-Capacidade criativa para resolução de problemas 4-Envolvimento do estudante, fazendo sua parte na construção da cidadania e transformação da realidade
TOTAL
OBSERVAÇÕES DO TUTOR:
__________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________________
42
AISs V,VI,VII e VIII
REDAÇÃO Pontos
0 a 1 1- Aspecto da escrita, construção gramatical
GRAU DE APROFUNDAMENTO Pontos 0 a 2,5
1-Interesse do aluno pelo conhecimento técnico 2-Coerência entre a vivência e o tema estudado
CAPACIDADE DE SÍNTESE Pontos 0 a 2,5
1- Construção do texto que resuma o aprendizado 2- Referências com qualidade científica
REFLEXÃO Pontos
0 a 2 1- Capacidade de mobilizar conhecimentos 2- Capacidade de identificar problemas
CRIATIVIDADE Pontos
0 a 2 1- Capacidade de propor plano de intervenção 2- Capacidade de considerar a atenção básica
TOTAL
43
Anexo 02
Ficha de avaliação de Habilidades
Escore (0-1) Critério\Aluno Aluno RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE (Respeito e cordialidade)
Chamar o usuário pelo nome, cumprimentá-lo cordialmente, apresentar-se e convidá-lo para sentar-se.
RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE (Empatia e vínculo)
Consegue ver a situação do ponto de vista do paciente; sabe ouvir o paciente e intervém adequadamente; busca ganhar e manter a confiança do paciente.
ENTREVISTA CLÍNICA(Gestão da consulta)
Aplicar a anamnese adequadamente, escutando com atenção e conduzindo o diálogo quando necessário.
ENTREVISTA CLÍNICA (abordagem integral)
Colhe dados relevantes ao problema trazido, sem desprezar outros problemas/queixas relatados ou detectados.
EXAME CLÍNICO (Examina com respeito)
Explica e orienta o exame realizado.
EXAME CLÍNICO (Exame direcionado)
Examina o paciente de acordo com as necessidades do problema apresentado.
RACIOCÍNIO CLÍNICO (hipóteses)
Consegue selecionar, organizar e elaborar os dados formulando uma lista de problemas.
INTERVENÇÕES/CONDUTAS (Com critérios)
Indica exames e intervenções com critério e dentro da necessidade do caso.
INTERVENÇÕES/CONDUTAS (Negociação)
Negocia com o paciente as condutas adotadas orientando o paciente sobre as mesmas.
REGISTRO (registro orientado por problemas)
Registra de forma clara, organizada e priorizando os dados positivos ou relevantes.
TOTAL
44
Anexo 03
Ficha de avaliação de Atitudes
Qualidade Insuficiente 0,2
Fraco 0,4
Regular 0,6
Bom 0,8
Excelente 1,0
TOTAL
Assiduidade e Pontualidade
Interesse e iniciativa*
Disponibilidade, Responsabilidade e Cortesia*
Capacidade de Resolver Problemas*
Capacidade de sugerir e criticar construtivamente*
Relação com a comunidade
Relação com o paciente
Relação com os tutores
Relação com os colegas
Relação com outros profissionais da equipe da saúde
TOTAL
45
Anexo 04
FICHA DE AVALIAÇÃO DA AIS PELO ALUNO
PAAB__________ UBS: _________________________ TUTOR:____________________
DATA: _______/_________/__________________
Caro aluno,
O Eixo Atenção Integral à Saúde (AIS) gostaria de contar com sua colaboração para,
através da sua opinião, colher atributos para aperfeiçoar a cada dia a atuação dos
seus tutores, promovendo a melhora do aprendizado e cumprindo com seu papel
formador.
Você não precisa se identificar se não quiser, mas, por favor, não deixe de
responder o questionário abaixo.
Atenciosamente,
A Coordenação.
Em uma escala de 1 a 5 onde o menor número é o menos adequado e o maior, a classificação
mais satisfatória, dê o que se pede:
1- QUANTO À ESTRUTURA FÍSICA DAS UBS
A) PARA REALIZAÇÃO DE ATENDIMENTO CLÍNICO
1 2 3 4 5
B) PARA REALIZAÇÃO DE TRABALHOS EDUCATIVOS PARA A COMUNIDADE:
1 2 3 4 5
C) QUANTO À ESTRUTURA ACADÊMICA (disponibilidade para estudo, discussão de
casos ou outras atividades)
1 2 3 4 5
2- QUANTO AO CONTEÚDO DA AIS
A) VOCÊ RECEBEU NO INÍCIO DO SEMESTRE, O PROGRAMA QUE SERIA
DESENVOLVIDO?
46
SIM NÃO
B) FOI APRESENTADA A FORMA DE AVALIAÇÃO DO ALUNO?
SIM NÃO
C) FOI APRESENTADA A LISTA DE COMPETÊNCIAS E HABILIDADES A SEREM
DESENVOLVIDAS NO SEMESTRE?
SIM NÃO
D) COMO VOCÊ SE AUTOAVALIA NO QUESITO OBTENÇÃO DAS COMPETÊNCIAS DO
SEMESTRE?
1 2 3 4 5
E) COMO VOCÊ CLASSIFICA A QUALIDADE DO CONTEÚDO TEÓRICO DESENVOLVIDO?
1 2 3 4 5
F) VOCÊ CLASSIFICA A CARGA HORÁRIA DO CONTEÚDO TEÓRICO DESENVOLVIDO?
1 2 3 4 5
G) JULGUE ISOLADAMENTE, QUANTO À SUA IMPORTÂNCIA, OS MÉTODOS
AVALIATIVOS AOS QUAIS VOCÊ FOI SUBMETIDO:
ATITUDINAL
1 2 3 4 5
HABILIDADES
1 2 3 4 5
PORTFOLIO
1 2 3 4 5
SEMINÁRIO DE INTEGRAÇÃO
1 2 3 4 5
CONHECIMENTO (QUESTÕES DA PROVA GERAL)
1 2 3 4 5
47
OUTRO: ___________________________________________
1 2 3 4 5
3- AVALIE SEU(SUA) TUTOR(A) QUANTO À:
CONHECIMENTO TÉCNICO
1 2 3 4 5
RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE
1 2 3 4 5
COERÊNCIA DISCURSO-AÇÃO
1 2 3 4 5
RELAÇÃO TUTOR-ALUNO
1 2 3 4 5
INTERESSE PELO ENSINO
1 2 3 4 5
DISPONIBILIDADE PARA AJUDÁ-LO
1 2 3 4 5
ACESSIBILIDADE
1 2 3 4 5
ORGANIZAÇÃO DAS ATIVIDADES
1 2 3 4 5
POSTURA ÉTICA
1 2 3 4 5
48
4- COMO VOCÊ CONSIDERA SEU RELACIONAMENTO COM OS PROFISSIONAIS DA
USF?
1 2 3 4 5
5- O APRENDIZADO OFERECIDO POR ESTE PAAB EM TERMOS DE
CONHECIMENTO, HABILIDADES E ATITUDES FOI IMPORTANTE PARA A SUA
FORMAÇÃO MÉDICA?
( ) Com certeza não
( ) Provavelmente não
( ) Provavelmente sim
( ) Com certeza sim
( ) Não sei
6- PENSE QUAL ERA SUA OPINIÃO A RESPEITO DESSE PAAB ANTES DE INICIAR E
AGORA, E ASSINALE UMA DAS ALTERNATIVAS ABAIXO
(a) A AIS foi melhor do que eu imaginava
(b) A AIS foi pior do que eu imaginava
(c) A AIS foi mais ou menos o que imaginava
(d) A AIS foi exatamente o que eu imaginava
Comente sua resposta anterior:
___________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________
7- FAÇA AS OBSERVAÇÕES, CRÍTICAS E SUGESTÕES DE FORMA ABERTA.
49
Anexo 5
OFICINA DE AVALIAÇÃO E PLANEJAMENTO DA AIS
PROGRAMAÇÃO
1- COORDENAÇÃO DA AIS:
a) APRESENTAÇÃO DA AVALIAÇÃO AIS PELOS ALUNOS E ENCAMINHAMENTOS
RESULTANTES DO ENCONTRO DE PROFESSORES (PÓS COLEGIADO).
b) ATIVIDADES PREJUDICADAS OU NÃO CUMPRIDAS PELOS GRUPOS:
2- DISTRIBUIÇÃO DOS PROGRAMAS ATUAIS DE CADA GRUPO
3- DISCUSSÃO DOS COMPONENTES DOS GRUPOS
METAS ATINGIDAS
METAS NÃO ATINGIDAS
DESAFIOS E DIFICULDADES
4- NO PLANEJAMENTO, CONSIDERAR:
ATIVIDADE REALIZADA
DIFICULDADES
PROPOSTA (o que?)
ESTRATÉGIA (como?)
ATIVIDADE REALIZADA
DIFICULDADES
PROPOSTA (o que?)
ESTRATÉGIA (como?)
ATIVIDADE REALIZADA
DIFICULDADES
PROPOSTA (o que?)
ESTRATÉGIA (como?)
50