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Universitári@ - SALESIANO Lins · Web viewTodos os participantes da pesquisa realizaram as...

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EFEITOS DO TREINAMENTO NEUROMUSCULAR DO COMPLEXO LOMBO-PELVE- QUADRIL SOBRE O VALGO DINÂMICO DO JOELHO DE ATLETAS DE FUTSAL EFFECTS OF THE NEUROMUSCULAR TRAINING OF THE LOMBO-PELVE-QUADRIL COMPLEX ON THE DYNAMIC VALUE OF THE FUTSAL ATHLETE KNEE João Felippe Fernandes – [email protected] Marcelo Alves Almeida Junior- marcelinhoalmeida_junior @hotmail.com Ulisses de Souza Cardoso – [email protected] Graduandos em Educação Física Bacharel– UNISALESIANO Lins Prof° Esp. Jonathan Daniel Telles– Unisalesiano Lins – [email protected] Prof.ª Jovira Maria Sarraceni – jo@unisalesiano .edu.br RESUMO O treinamento esportivo visa atingir as capacidades físicas inerentes dos seus participantes, respeitando sua individualidade biológica e especificidade da modalidade com que está inserido. Algumas das preocupações com os atletas são o surgimento de lesões, que podem afastá-lo das atividades por tempo indeterminado dependendo do grau da lesão. O joelho é uma das articulações mais acometidas no futebol e uma das principais causas de lesões é o valgo dinâmico do joelho, onde o fêmur se desloca medialmente em relação a tíbia com o pé fixo no chão, aumentando a pressão em valgo sobrecarregando os ligamentos, principalmente o ligamento cruzado anterior (LCA). O objetivo da pesquisa foi analisar a força e estabilidade da região lombo-pelve-quadril de atletas amadores Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 7, n.15, jul- dez de 2016
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EFEITOS DO TREINAMENTO NEUROMUSCULAR DO COMPLEXO LOMBO-PELVE-QUADRIL SOBRE O VALGO DINÂMICO DO JOELHO DE ATLETAS DE

FUTSAL

EFFECTS OF THE NEUROMUSCULAR TRAINING OF THE LOMBO-PELVE-QUADRIL COMPLEX ON THE DYNAMIC VALUE OF THE FUTSAL ATHLETE

KNEE

João Felippe Fernandes – [email protected] Alves Almeida Junior- [email protected]

Ulisses de Souza Cardoso – [email protected] em Educação Física Bacharel– UNISALESIANO Lins

Prof° Esp. Jonathan Daniel Telles– Unisalesiano Lins –[email protected]

Prof.ª Jovira Maria Sarraceni – jo@unisalesiano .edu.br

RESUMO

O treinamento esportivo visa atingir as capacidades físicas inerentes dos seus

participantes, respeitando sua individualidade biológica e especificidade da

modalidade com que está inserido. Algumas das preocupações com os atletas são o

surgimento de lesões, que podem afastá-lo das atividades por tempo indeterminado

dependendo do grau da lesão. O joelho é uma das articulações mais acometidas no

futebol e uma das principais causas de lesões é o valgo dinâmico do joelho, onde o

fêmur se desloca medialmente em relação a tíbia com o pé fixo no chão,

aumentando a pressão em valgo sobrecarregando os ligamentos, principalmente o

ligamento cruzado anterior (LCA). O objetivo da pesquisa foi analisar a força e

estabilidade da região lombo-pelve-quadril de atletas amadores com idade de 13 a

15 anos, com um programa treinamento neuromuscular visando a prevenção de

lesões. Todos os participantes foram submetidos a avaliações do controle dinâmico

do membro inferior, através do step down test, Y balance test, teste do core

(adaptado) e resistência dos abdutores do quadril. Foram divididos 3 grupos por

sorteio aleatório, grupo fortalecimento core (GFC), grupo fortalecimento quadril

(GFQ) e grupo controle (GC). O (GC) não realizou nenhuma intervenção e os (GFC)

e (GFQ) foram submetidos a um programa de treinamento com duas sessões por

semana durante 4 semanas, com 4 exercícios específicos para cada grupo. Após o

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término das quatro semanas todos os participantes foram reavaliados. Os resultados

obtidos demonstraram que o (GC) obteve melhor desempenho nas avaliações, onde

foi comprovada uma diferença estatística (p< 0,05), comparado com os outros dois

grupos.

Palavras chave: Treinamento. Valgo dinâmico. Complexo lombo-pelve-quadril.

Prevenção de lesões.

ABSTRACT

Sports training aims at reaching the inherent physical abilities of its participants,

respecting their biological individuality and specificity of the modality with which it is

inserted. Some of the concerns with athletes are the onset of injuries, which can

keep you from activities indefinitely depending on the degree of the injury. The knee

is one of the most affected joints in soccer and one of the main causes of injuries is

dynamic knee valgus, where the femur moves medially in relation to the tibia with the

foot fixed on the floor, increasing the pressure on valgus by overloading the

ligaments, Especially the anterior cruciate ligament (ACL). The aim of the study was

to analyze the strength and stability of the loin-pelvis-hip region of amateur athletes

aged 13 to 15 years, with a neuromuscular training program aimed at injury

prevention. All participants underwent evaluations of the dynamic control of the lower

limb, through the step down test, Y balance test, core test (adapted) and resistance

of hip abductors. Three groups were divided by random lot, core strengthening group

(GFC), hip strengthening group (GFQ) and control group (CG). The (CG) did not

perform any intervention and the (GFC) and (GFQ) were submitted to a training

program with two sessions per week for 4 weeks, with 4 specific exercises for each

group. After the end of the four weeks all participants were reassessed. The results

showed that the (GC) obtained better performance in the evaluations, where a

statistical difference (p <0.05) was verified, compared to the other two groups.

Keywords: Training. Valgo dynamic. Complex lombo-pelvis-hip.

Prevention of injury.

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INTRODUÇÃO

Atualmente o futebol é um dos esportes mais praticados no mundo,

envolvendo diversas faixas etárias e se tornando cada vez mais competitivos. Essa

competitividade leva a mudanças de características no futebol atual, deixando de se

priorizar a técnica individual de cada atleta e aumentando a exigência física.

Podendo assim, estar prejudicando a carreira de um jovem atleta, aumentando a

probabilidade de futura lesões, ou até abandono precoce da pratica esportiva

(FILGUEIRA,2004; RIBEIRO et al., 2003, apud FRONZA E TEIXEIRA, 2009).

Diversos fatores podem levar ao surgimento de lesões, como: idade, gênero,

estado físico, equilíbrio postural, disfunção biomecânica, que leva a padrões de

movimentos inadequados, gerando sobrecarga nas articulações e ligamentos,

principalmente dos joelhos. O joelho é uma das articulações mais acometidas no

esporte, e suas lesões podem ser traumáticas por contato direto com um adversário

e não-traumáticas principalmente devido ao geno valgo do joelho, levando a

diversas complicações, como síndrome da dor anterior no joelho, lesões

ligamentares entre outras (BITTERNCOURT, 2010).

Contudo, o treinamento para jovens atletas deve ser bem estruturado e

periodizado, seguindo os princípios básicos do treinamento, explorando todas as

capacidades físicas e formando uma boa base de construção preparando o atleta

para uma fase de especialização no esporte (HOLLMAN; HETTINGER, 2005).

Sabendo da importância do treinamento na iniciação dos esportes para os

jovens, é essencial o fortalecimento da musculatura central do corpo, responsável

pela estabilização de movimentos funcionais e controle dos membros inferiores

podendo auxiliar na prevenção de lesões de jovens atletas, analisaremos a força e

estabilidade da região lombo-pelve-quadril, para detectar alguma disfunção do

controle dinâmico dos membros inferiores de atletas praticantes de futsal.

1 TREINAMENTO DESPORTIVO

A aplicação prática de treinamento, refere-se à, aquisição de conhecimentos,

habilidades e competências que devem ser desenvolvidas ao longo do período de

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preparação de um atleta de forma sistematizada, seguindo os princípios básicos do

treinamento, tais como: princípio da individualidade biológica, da sobrecarga, da

variabilidade, da especificidade, da progressão e da adaptação (TUBINO, 1994;

DANTAS, 1997).

O desenvolvimento dessas capacidades físicas são considerada “blocos de

construção”, formando uma boa base, que será indispensável na prática esportiva

que utiliza de padrões básicos de movimento para o aprimoramento e

especialização de habilidades motoras (GABBARD, 2000; HAYWOOD, 2001 apud

BOMBA, 2002).

A habilidade motora é um processo interno do indivíduo onde o nível reflete

sua aptidão para produzir um movimento em qualquer momento com características

diferentes e se mostram evidentes em distintos estágios da aprendizagem

(SCHIMIDT e WRISBERG, 2005; apud HOLLMAN; HETTINGER 2005).

2 LESÕES ASSOCIADAS ÀS ALTERAÇÕES BIOMECÂNICAS

A inclusão de jovens atletas praticantes de esportes competitivos vem

aumentando significativamente ao longo dos anos onde passam pela fase de

desenvolvimento cognitivo e motor. A intensidade com que esses jovens são

submetido a rotinas de treinamentos podem gerar alterações no alinhamento

postural interferindo no processo maturacional, é de suma importância nessa fase

enfatizar a qualidade da coordenação, os objetivos dos movimentos que serão

alcançados com mais precisão de forma retilínea e sem esforços, torna-se mais

ágeis e econômicos as sequências de movimentos de forma que o diminuição do

gasto energético necessite de menos oxigênio para uma dada solicitação muscular

atendendo um baixo grau de fadiga.

Quanto maior a dificuldade em realizar o movimento maior se torna a

importância da coordenação, sua melhora faz com que a partir de um acontecimento

consciente associado ao córtex cerebral se torne de maneira inconsciente onde o

automatismo fique entregue a centros cerebrais subordinados. Portanto, a economia

de movimentos reduz o perigo de lesões, que evitado por meio de uma melhor

coordenação da ação muscular impedindo movimentos secundários e inervação

supérflua. (HOLLMAN; HETTINGER, 2005).

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O índice de lesões no ligamento cruzado anterior tem aumentado

significativamente de alguns anos pra cá, a freqüência de rupturas tem sido cada

vez maior e são comuns hoje nos esportes de auto rendimento principalmente

aqueles que envolve movimentos giratórios, cerca de 70% das lesões de LCA

ocorrem sem qualquer contato, com a maioria se processando quando o fêmur é

rodado sobre a perna fixa com o joelho próximo da extensão plena durante corte,

aterragem ou parada brusca. Esses tipos de atividades que envolvem mudanças de

direção, aceleração e desaceleração do corpo propiciam movimentos rotacionais e

força em varo e valgo ao nível do joelho. Para que ocorra a ruptura do LCA, tende

ocorrer um excesso de translação anterior ou de rotação do fêmur sobre a tíbia deve

se levar em consideração que os movimentos feitos não são devidamente

planejados. (HALL, 2005).

A lesão do ligamento cruzado posterior (LCP) é mais comum em esportes

automobilístico quando há uma ruptura isolada sem qualquer dano dos outros

ligamentos ou dos meniscos, o mecanismo habitual é a hiperflexão do joelho com o

pé em flexão plantar. As lesões isoladas de LCP são tratadas habitualmente sem

qualquer operação. (HALL, 2005).

Lesões meniscais chamada de laceração ou estiramento meniscal é a lesão

mais comum do joelho. Em joelhos que sofrem ruptura do LCA, a distribuição normal

do estresse é afetada de forma que a força que atua sobre o menisco medial é

duplicada, na ausência de reconstrução do LCA, isso resulta em maior incidência de

lacerações do menisco medial, e a laceração meniscal é problemática devidoa

cartilagem não esta aderida e em sua posição normal tendo grande interferência na

mecânica articular provocando bloqueio ou falha da articulação. (HALL, 2005).

3 EXPERIMENTO

A pesquisa foi realizada com o objetivo de analisar a força e estabilidade da

região lombo-pelve-quadril de atletas amadores de futsal, com idade de 13 a 15

anos, com um programa treinamento neuromuscular visando a prevenção de lesões.

O presente estudo foi realizado na ABCEL – Associação beneficente, cultural

e esportiva de Lins, em um período de 4 semanas.

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Os participantes foram aleatorizados em três grupos, Grupo Fortalecimento

Quadril (GFQ), Grupo Fortalecimento Core (GFC) e Grupo Controle (GC), cada

grupo foi composto de 4 participantes do gênero masculino.

Todos os participantes da pesquisa realizaram as avaliações prévias, que

analisaram o controle dinâmico do membro inferior, equilíbrio e estabilidade do core,

pelos seguintes testes: Step down test, Y balance test, teste do core (adaptado) e

resistência dos abdutores do quadril. Após as avaliações o (GFQ) realizou 4

exercícios específicos para a região póstero-lateral do quadril, agachamento com

mini-band, afundo em isometria com faixa elástica, passada lateral com mini-band e

abdução e rotação latal com mini-band em decúbito lateral. O (GFC) realizou 4

exercícios específicos para a região do core, prancha frontal, prancha lateral,

elevação pélvica e escalador. Já o grupo controle não realizou nenhuma

intervenção, participando apenas dos treinamentos semanais junto com toda a

equipe.

Todos os participantes realizaram as avaliações iniciais e finais por um único

avaliador, logo após os participantes da pesquisa em seus respectivos grupos

aleatoriamente por outro avaliador e posteriormente os indivíduos foram

encaminhados para os treinos específicos de cada grupo durante 8 semanas e

posteriormente reavaliados. O avaliador foi cegado, portanto, não soube qual

indivíduo pertenceu a qual grupo.

4 RESULTADOS

Após a coleta de dados dos indicadores, os dados foram analisados através

do Test T Student que compararam os grupos (GFQ), (GFC) e (GC) de forma

estatística. De acordo com Vieira (1999) é o mais usado para comparar duas

médias. Mas para que isso seja realizado é necessário estabelecer o nível de

significância, sendo igual a 0,05 ou 5%.

Na tabela 1, são apresentados os valores da média e desvio-padrão dos

resultados dos testes pré e pós intervenção da perna direita dos participantes do

grupo core. Foram observadas diferenças estatisticamente significantes (p ≤ 0,05),

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do step down test, teste do core adaptado e teste dos abdutores do quadril do valor

pós quando comparado com o pré.

TABELA 1 – Resultados dos testes realizados no grupo core pré e pós intervenção

na perna direita.

Testes Pré

Média (DP)

Pós

Média (DP)

Valor p

Step Down Test 69 89 0,001*

Y Test

Teste core

Teste dos abdutores

265,26

60

66

312,26

126

99

0,063

0,03*

0,007*

Fonte: Fernandes, Almeida, Cardoso, 2016 # em relação ao pré.

Na tabela 2, são apresentados os valores da média e desvio-padrão dos

resultados dos testes pré e pós intervenção da perna esquerda dos participantes do

grupo core. Foram observadas diferenças estatisticamente significantes (p ≤ 0,05),

do step down test, Y test e teste dos abdutores do quadril do valor pós quando

comparado ao pré.

TABELA 2 – Resultados dos testes realizados no grupo core pré e pós intervenção

na perna esquerda.

Testes Pré

Média (DP)

Pós

Média (DP)

Valor p

Step Down Test 69 89 0,011*

Y Test

Teste core

Teste dos abdutores

272,43

60

69

315,43

126

96

0,008*

0,03*

0,032*

Fonte: Fernandes, Almeida, Cardoso, 2016 # em relação ao pré.

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Na tabela 3, são apresentados os valores da média e desvio-padrão dos

resultados dos testes pré e pós intervenção da perna direita dos participantes do

grupo quadril. Foram observadas diferenças estatisticamente significantes (p ≤ 0,05),

apenas no step down test do valor pós quando comparado ao pré.

TABELA 3 – Resultados dos testes realizados no grupo quadril pré e pós

intervenção na perna direita.

Testes Pré

Média (DP)

Pós

Média (DP)

Valor p

Step Down Test 74 110 0,007*

Y Test

Teste core

Teste dos abdutores

305,66

41

86

321,69

53

111

0,308

0,290

0,124

Fonte: Fernandes, Almeida, Cardoso, 2016 # em relação ao pré

Na tabela 4, são apresentados os valores da média e desvio-padrão dos

resultados dos testes pré e pós intervenção da perna esquerda dos participantes do

grupo quadril. Foram observadas diferenças estatisticamente significantes (p ≤ 0,05),

no step down test e no teste dos abdutores do quadril do valor pós quando

comparado ao pré.

TABELA 4 – Resultados dos testes realizados no grupo quadril pré e pós

intervenção na perna esquerda.

Testes Pré

Média (DP)

Pós

Média (DP)

Valor p

Step Down Test 76 113 0,014*

Y Test

Teste core

Teste dos abdutores

296,3

41

76

324,06

53

105

0,143

0,290

0,005*

Fonte: Fernandes, Almeida, Cardoso, 2016 # em relação ao pré

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Na tabela 5, são apresentados os valores da média e desvio-padrão dos

resultados dos testes pré e pós intervenção da perna direita dos participantes do

grupo controle. Não foram observadas diferenças estatisticamente significantes (p ≤

0,05) do valor pós quando comparado ao pré.

TABELA 5 – Resultados dos testes realizados no grupo controle pré e pós

intervenção na perna direita.

Testes Pré

Média (DP)

Pós

Média (DP)

Valor p

Step Down Test 65 61 0,091

Y Test

Teste core

Teste dos abdutores

294,2

80

99

289,4

66

94

0,258

0,235

0,079

Fonte: Fernandes, Almeida, Cardoso, 2016

Na tabela 6, são apresentados os valores da média e desvio-padrão dos

resultados dos testes pré e pós intervenção da perna esquerda dos participantes do

grupo controle. Não foram observadas diferenças estatisticamente significantes (p ≤

0,05) do valor pós quando comparado ao pré.

TABELA 6 – Resultados dos testes realizados no grupo controle pré e pós

intervenção na perna esquerda.

Testes Pré

Média (DP)

Pós

Média (DP)

Valor p

Step Down Test 67 61 0,167

Y Test

Teste core

Teste dos abdutores

285,4

80

82

283,2

66

75

0,213

0,235

0,132

Fonte: Fernandes, Almeida, Cardoso, 2016

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5 DISCUSSÃO

Estudos recentes, (BITTENCOURT,2010) vem destacando o valgo dinâmico

como um dos principais fatores de predisposição a lesões no membro inferior,

causando uma alteração no alinhamento dinâmico do joelho e gerando uma

sobrecarga na articulação do joelho com forças rotacionais e de cisalhamento, em

movimentos funcionais, onde ocorrem mudanças de direção, paradas bruscas,

aceleração e desaceleração. Dentre as principais lesões, se destacam a síndrome

da dor patelofemoral (SDP) e ruptura do ligamento cruzado anterior (LCA).

As causas para o aumento do valgismo dinâmico do joelho podem ser

caracterizadas por multifatoriais, associadas com mau alinhamento dinâmico do

membro inferior. Estudos de Powers et. al. (2010) verificaram a influência dos

estabilizadores do quadril nas lesões do joelho e tem evidenciado déficit de força

dos músculos rotadores laterais, abdutores e extensores do quadril, em pacientes

com SDP. O déficit de força e desativação dos grupos musculares abdutores,

rotadores laterais e extensores do quadril, pode gerar alteração do controle dinâmico

do membro inferior em movimentos funcionais na prática esportiva.

Hewett et. al. (2003) relataram outro fator que pode ocasionar possíveis

lesões nos esportes que é a instabilidade do tronco mediante os movimentos de

mudanças rápidas de posição, fazendo com que o mesmo lateralize deslocando o

centro de gravidade. Esse é o local denominado pela literatura de Core, de onde tem

início todos os movimentos corporais, controle dinâmico do tronco e da pelve,

permitindo a produção, transferência e controle de força dos segmentos corporais.

Seguindo este conceito Zazulak et.al. (2007) seguiram prospectivamente 277

atletas e verificaram que 25 sofreram lesões no joelho no período de três anos.

Relataram que fatores relacionados a estabilidade do Core, como propriocepção do

tronco, história de dor lombar e excessivo deslocamento lateral do tronco foram

preditores para lesões no joelho. Ambos estudos demonstraram que o déficit de

força da região lombo-pelve-quadril, está associado com o aumento do valgo

dinâmico do joelho. Evidenciando as duas estratégias de treinamento nosso estudo

buscou analisar dois tipos de treinamento e comparar sua efetividade com o grupo

controle.

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No presente estudo pode-se observar uma melhora significativa no grupo

Core em relação aos outros dois grupos. Com isso, acredita-se que os exercícios de

estabilização do core em decúbito frontal, decúbito lateral e decúbito dorsal,

realizados no presente estudo pode melhorar o controle dinâmico dos membros

inferiores em movimentos funcionais de esportes que necessitam ativação dessa

musculatura.

6 CONCLUSÃO

Após a realização das avaliações podemos concluir que o treinamento

neuromuscular foi eficaz nos grupos que realizaram a intervenção com exercícios

específicos para ativação do complexo póstero-lateral do quadril e também no grupo

que realizou exercícios de estabilização do Core, comparados com o grupo controle,

apesar do curto período de intervenção que foi de 4 semanas. Os resultados obtidos

no presente estudo mostraram que o grupo Core obteve melhores resultados

comparado com o grupo fortalecimento do quadril e o grupo controle não

demonstrou nenhuma alteração nos testes.

Com esse estudo destacamos que a elaboração de programas de

treinamento visando o fortalecimento da região lombo-pelve-quadril, com exercícios

funcionais dinâmicos e de estabilizações pode ser uma excelente estratégia para

prevenção de lesões nos membros inferiores de atletas jovens praticantes de futsal.

Mais pesquisas sobre o assunto são necessárias para identificar as possíveis

causas das lesões musculoesqueléticas nos membros inferiores sem contato e

formas para minimizar as mesmas, com a prescrição de treinamento visando a

melhor performance no esporte.

REFERÊNCIAS

BITTERNCOURT, N. F. N.; Fatores preditores para o aumento do valgismo dinâmico do joelho em atletas. 2010. (Dissertação Mestrado) – Universidade Federal de Minas Gerais.

BOMPA, T.O.; Treinamento Total Para Jovens Campeões: programas comprovados de condicionamento para atletas de 6 a 18 anos. 1 ed. Editora Manole. Barueri S.P 2002.

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DANGELO, J. G.; FATTINI, C. A.; Anatomia básica dos segmentos orgânicos. Editora Atheneu, São Paulo, 2005.

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GOMES, A.C.; Treinamento Desportivo: estruturação e periodização. Editora Artmed. Porto Alegre 2002.

HALL, S. J. Biomecânica Básica. 4. ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan S A , 2005.

HEWETT, T.E., MYER, G. D., FORD, K. R., et. al. Biomechanical measures of neuromuscular control and valgus loading of the knee predict anterior cruciate ligament injury risk in female athletes: a prospective study. Am JSposts Med2005 April; 33 (4):492-501

HOLLMANN, W., HETTINGER, T. Medicina do Esporte: fundamentos anatômico-fisiológicos para a prática esportiva. 4 Edição Ampliada. Editora Manole. Barueri S.P 2005.

KAPANDJI, I. A. Fisiologia articular: esquemas comentados de mecânica humana.5 ed. Rio de Janeiro: Panamericana, 2000.

MAIA, M. S. et all. Associação do valgo dinâmico do joelho no teste de descida de degrau com a amplitude de rotação medial do quadril. Ver Bras de Med Esporte. Vol 18, n 3. São Paulo, 2012. WEINECK, J. Treinamento Ideal: instruções técnicas sobre o desempenho fisiológico, incluindo considerações específicas de treinamento infantil e juvenil. 9 ed. Editora Manole. Barueri S.P 2003.

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