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NUMERO 98 - MARÇO DE 1948

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ANO XLVI — NUMERO 98 - MARÇO DE 1948 - PREÇO CR $5,00

O RONDANTETUDO AZUL...

COMO É? EU NÃO ENTRO NESSA MARMITA?

iMAIS ATRAENTEDO QUE NUNCA!

i ^ j i I Almanaque! ¦ ^ ¦V- ¦¦- dO TICO tlCO

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A LEITURADILETA DASCRIANÇAS

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2.° — SubstituPcom grande vantagem ovinagre no tempero das saladas.

3.° —• Neutraliza as toxinas como ne-nhum outro alimento.

4.° —¦ Tomando-se seu suco com águaquente é o melhor medicamento contra oresfriado.

5.° — Estimula, de um modo especial,as funções do figado.

6.° — É a fruta de poder antisético maisforte.

7° — É diurético.8.° — É a fruta mais oxidànte.9.° — É a fruta que mais ajuda a dis-

posição dos humores contidos no orga-nismo. J

10.° — É o melhor depurativo.11.° — É grande tônico para o orga-

nismo.12.° — Pelo ácido citrico que contém, é

um grande estimulante das funções diges-tivas.

13.° — É o melhor amigo do figado poisdesintoxica-o e ajuda a sua função comonenhum outro alimento.

14.° — É o melhor estimulante das glân-dulas endócrinas e exócrinas.

15.° — É a fruta mais alcalizante.16.° — É a fruta que melhor cura o

reumatismo e as demais manifestações ar-tríticas.

21.° — É o melhor e mais eficaz reme-dio contra o escorbuto.

22.° — É adstringente.23.° — É o remédio trófico contra as

hemorragias intestinais e hemorroidas. l24.° — É o melhor desinfetante para

qualquer espécie de úlcera, aplicando-se osuco puro em forma de compressas.

25.° — Misturando-se o suco de limãocom água fresca e fazendo-se gargarejos,cura de uma maneira singular a difteria.

26.° — Normaliza as palpitações do co-ração. I

27.° — Em fricções na pele cura os ca-lafrios, permealiza a pele, tonifica e desin-tóxica muito mais que os banhos de sol ede ar,

28.° — O suco de limão, tomado em co-lheradas de sopa é radical no combate àtosse convulsa quando se dá momentos an-tes da criança ter o acesso de tosse.

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ANO XLVI — NÚMERO 98

MARÇO DE 1948

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A leitura na cama, deitado ou recostado, cons-titui penoso trabalho para os olhos, principalmen-te à noite, com iluminação artificial. Em tais con-dições, o repouso do corpo é ilusório e não compen-sa de forma alguma a fadiga dos olhos, pois estaacarreta irritação do sistema nervoso econsequen-te fadiga geral.

Quando estiver cansado de lar, sentado, em posi-ção correta, prefira repousar um pouco e, depois,reiniciar a leitura. -— SNES.

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MEIRA Penna é um escrito^ in-

fatigavel. Em 1947 deu-noao Mundü. Anedotico, que teve oprazer de prefaciar, e que foi bas-tante lido. Agqra, neste 1948, dá-nos também Oultro florilegio, esseintitulado A Mulher. O assuntoé sempre momentoso, e o escritorpaciente recolheu opiniões de gran-des homens e famosas mulheres so-hre o assunto eterno. O brilhantemembro do P. E. N. Clube revela-se mais uma vez um erudito defeitío beneditino. Está de para-bens A mulher.

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O acadêmico Viiriato Corrêa(Comp. Edit. Nac. Rio de

Janeiro, 19b7) dá-nos um livro in-teressantíssimo sobre este assuntocurioso e paíriotico. Acresce queé bem ilustrado por Manoel Victorde Azevedo Filho.

Basta mencionar os aitulos dosseus belos capítulos, —• A desço-do Brasil, A arvore que deu o no-me, Caramurú e Sua Excelencia oAçúcar.

É um volume para crianças e . . .piaVa gente grande > Bem escrito,as suas fantasias não prejudicamem nada a Historia verdadeira.

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n A mulher brasileira *

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f A revista da familia do Brasil

RAUL AZEVEDO

O autor deste grosso volume, que éo segundo, é um professor portu-gues ilustre, Snr. I. Xavier Fer-nandes. Ele fyata nesta obra deerudição vasta, —¦ de coisas quenão estão nas gramaticas e outrascontra o que elas contém.

iÉ uma bela edíção da revistaOcidente, de Lisboa, dirigida su-periormente pelo escrifor ÁlvaroPinto.

Nem sempre concordamos como brilhante filologo, em quem reco-nhecemos uma sumidade.

Ningiuem. que estude seriamenteo idioma, pode prescindir da leitu-ra desta óbra.

A LINGUAGEM RÚSTICA

A linguagem rústica no Conse-

. lho de ElvaS é a ultima obra dcnotável escritor português J. A.Capela e Silva. São estudos alen-teiamos, verdadeiramente preciosos(Edição da Revista de Portugal, deLisboa, direção competente de Al-varo Pinto, 1947.)

Região curiosissima, ela tem for-necido ao publico uma verdadeirabiblioteca.

Enfeixa o livro numerosas ilus-trações, todas tipicas.

Toda a 1mauagem rústica doAlemtejo está aqui mencionada,com iinvulglar precisão.

O autor ilustre é merecedor deeloçlios.

IBIPORANGA

TRATA-SE duma separata da

r ev i s t a Actualidades, deaue é autor o escritor Arnaldo S.Thiago. Ibiporanga é —¦ terra bo-nita, expressão tupi-guarani. Oautor é um poeta de emoção, e es-tes poemas comprovam a asserção.

Ele canta com entusiasmo a suaterra natal. Há versos bonitos so-bre a terra e o homem.

Ibiporanga, explica o autor, épalavra de que se deriva a palavrababitonga, pela aual se de,signaatualmente a baía de São Franciscodo Sul, no Estado de Santa Catha-rina.

VIDA E MORTE

LIVRO de versos do Snr. Eu-

clides Ferreira Miranda. Éapenas uma promessa, e deve seruma estréia. Há versos dumagrande infelicidade.

O MALHO — 6 I I I — 1 9 4 8

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célebre por dois artistasde teatro, eram três: Ernest,Constant e Gustave. Os doisprimeiros foram atores de re-nome, e eram societários daComédie Française; o últimodedicava-se ao jornalismo, es-crevendo, sob o pseudõmino deDucarnet, artigos e notas so-bre o movimento bancário. Aeste, que era o mais novo dè-les, é que cabia o cognome deCadet (caçula), atribuído aoErnest.

A maior fonte de requezadas ilhas da Venezuela é

constituída pela exportação depérolas. Uma dessas ilhas devemesmo seu nome ao preciosoproduto: a ilha Mantjarita, vo-cabulo com que os Latinosimortalizaram a pérola. As pé-rolas de ilha citaaa são as maisprocuradas pelos joallieiros de.fans. A pesca das pérolas eunicamente permitida de uoisem dois anos, durante seis me-ses. A pesca segue-se a expio-ração aas conenas. Cada pe-ríouo de atividade representa,errr média, 1.0OO.U00 ue quila-tel.

r M 1895, no Império austría-L_ co se distinguiam 4 gran-ues raças: a germânica(9.000.000 de indivíduos); aslava ) 5.000. OOO); a latina(3./00.UOO) e a Húngara (/.0UO.U0O). A raça slava

compreendia 500.000 tchecos,•5.ÒIMJ.000 poloneses, 3.40O.UUOrutenos, 3.000.000 de serbo-croatas, 2.750.OOO estôvacos e1.Z0O.O0O eslovenos. A

"raça

latina, 3.000.000 de rumenos e700.000 italianos. A raça hún-gara ora representada por Ma-giari

A doença do sono, muitocomum nas plagas afri-

canas, se chama Nagana e temcerta analogia com a Surra, pe-culiar a algumas regiões da In-dia. É transmitida pela mosca

Tsé-tsé, que não é venenosa.Este inseto injeta num animalsão o*«sangue que êle sugounum animal doente. Durante aguerra do Transval, 250.000cavalos, pertencentes à Ingla-terra, morreram vitimados pelaNegana. Os médicos militaresfranceses, encarregados de es-tudar o terrível morbo, naépoca daquela guerra, ministra-vam aos doentes um medica-mento arsenical denominadoatoxil, descoberto pelos Drs.Gustave Martin e Lebeuf, che-fes da missão médica enviadaao Congo pelo governo fran-cês.

Oplanisfério de Cantino, de

valor inestimável, foi" en-contrado, por acaso, pelo Dire-tor da Biblioteca d'Este (Ita-lia), no tabique de um vende-dor de salsichas, onde serviade ornato mural. O planisfériofora, anteriormente, em 1502,enviado por Alberto Cantino,que se encontrava em Lisboa,ao duque dEste. O aristocratapagou pelo planisfério umasoma que, atualmente, dado ovalor dos mapas antigos, seriaconsiedrada desprezível.

A 6 de maio último, em LaPaz faleceu um notável

poligralo boliviano. Alcides Ar-guedas, autor de inúmerasobras bastante apreciadas, a sa-ber: "Vida cnolfl (1912)," La íundación de la Repúbli-ca" (1921),

"História generalde Bolívia" (1922),

"'Los cau-dillos letrados" (1923),

"Raza

de bronce" e "La plebe en

accion" (1924), "La Dieta-

dura y la Anarquia" (1926)," Puebro enfermo" (1934)," Las fuentes de informaciónhistórica em los períodos deanormalidad política" e "Ideas

generales a cêrga de uma his-tória de Bolívia" (1937). Eratambém diplomata tendo re-presentado sua pátria em Parisem 1910, em Londres em 1914,como secretário de Legação e,de 1920 a 1930, na Colômbia,no posto de Ministro plenipo-tenciário. ¦

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JUNTO a Siquem, num casebre, vivia uma viuva, desgra-

çada entre todas, que tinha um filho doente com as febres.O chão miserável não estava caiado, nem nêle havia en-

enxerga. jNa lâmpada de barro vermelho secara o azeite.O grão faltava na arca, o ruido dormente do moinho domés-

tico cessara, e esta era, em Israel, a evidência cruel da infinitamiséria. |

A pobre mãe, sentada a um canto, chorava. E estendida sô-bre os joelhos, embrulhada em farrapos, pálida e tremendo tôda,a criança pedia-lhe, numa voz débil como um suspiro, que lhe fos-se chamar êsse Rabi de Galiléia, de quem ouvira falar junto aopoço de Jacob, que amava as crianças, nutria as multidões e cura-va todos os males humanos, com a caricia das suas mãos.' E a mãe dizia, chorando:

Como é que queres tu, filho, que eu te deixe e vá procuraro Rabi de Galiléia?

Obed é rico e tem servos; eu os vi passarem e debalde busca-ram Jesus por arraiais e cidades, desde Corãzln até ao país deMoab. Septimus é forte e tem soldados, eu os vi passarem e per-guntavam por Jesus sem o acharem desde o Hebron até o mar.

Como queres tu que eu te deixe?Jesus está longe e a nossa dor está conosco. E, sem dúvida,

o Rabi, que lê nas sinagogas novas, não escuta as queixas d'umamãe de Samária que só sabe ir orar, como outrora, no alto domonte Grezalim.

A criança com os olhos cerrados, pálida e como morta, mur-murou o nome de Jesus.

E a mãe continuou, chorando:De que me servirá, filho, partir e ir procurá-lo?... Lon-

gas são as estradas da Siria, curta é a piedade dos homens. Ven-do-me tão pobre e tão só, os cães viriam ladrar-me à porta dos •casais. De certo Jesus morreu, e com êle morreu uma vez maistôda a esperança dos tristes.

Pálida e desfalecendo, a criança murmurou:Mamãe, eu queria ver Jesus da Galiléia.

E logo, abrindo de vagar a porta e sorrindo, Jesus disse àcriança: I

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Um fidalgo da corte francesa querecebe a visita de um espirito

O caso emocionante, que vamos passar sob os olhosde nossos leitores, encontra-se entre as páginas, do" Dictionnaire" do Rcv. Padre Migne, editado porvolta do ano de 1848. Nós o conhecemos atravésuma narrativa que um médico francês, o Dr. Gas-ton de Messimy, clínico em Pucchabon (Hérault),fes durante uma reunião íntima cm sua residência,a 23 de março de 1893.

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^-v marquês de Rambouillet e o marquês de Precy, jovens[ ) fidalgos da Corte de Luiz XIV, ambos na idade -deV^/ 25 a 30 anos, eram íntimos amigos. Um dia em que sc

entrelinham acerca da outra vida, depois de uma calorosa discus-são, que demonstrava claramente não crerem no que diziam, pro-meteram um ao outro que o primeiro que morresse viria dar umsinal ao companheiro. Ao cabo de três meses, o marquês de Ram-bouület partiu para Flandres, onde então Luiz XVI estava guer-reando. O marquês de Précy, detido por uma febre grave, ficouem Paris. Seis semanas depois, Précy sentiu, pelas dez horas domanhã, que lhe puxavam a cortina da cama, e, virahdo-se paraver quem era, viu o marquês de Rambouillet, de sobretudo decouro e de botas. Levantou-se, então, da cama, para abraçá-la etestemunhar-lhe a alegria de que estava possuído pelo seu regres-so; mas Rambouillet, recuando alguns passos, disse-lhe que assuas* caricia^ vinham fora de tempo, que eles não fora ali senãopara cumprir a sua promessa, que tinha sido morto na véspera,que quanto se dizia do outro mundo era certo, que o seu amigodevia tratar de viver de outro modo, que não tinha tempo aperder, porque seria morto na primeira pendência cm que to-masse parte. Não se pode descrever a surpresa do marquês dePrécy ao ouvir essas palavras. Não podendo crer no que ouvia,fez novos esforços para abraçar o amigo, julgando que estavagracejando. Mas só abraçou O vento; e Rambouillet, vendo queêle estava incrédulo, mostrou-lhe o logar em que recebera o gol-pe que o matara: era nas costas e o sangue parecia manar ain-da. Depois disto, o fantasma desapareceu, deixando Précy numterror mais fácil de compreender que de descrever. Chamou ocriado e poz em movimento toda a casa com os seus gritos. Vá-rias pessoas correram a acudí-lo; êle lhes narrou o que acabavade ver. Todos atribuíram essa visão ao ardor da febre, que po-dia alterar-lhe a imaginação. Rogaram-lhe que se tornasse a dei-tar, procurando convencê-lo de <jue certamente havia sonhadoquanto dizia. Desesperado de ver que o tomavam por um visio-nário, repetiu-lhes todas as circunstancias que acabamos de ler;porém por mais que protestasse ter visto e ouvido o amigo, fica-ram sempre na mesma opinião, até que chegou o correio deFlandres, pelo qual souberam da morte do marquês de Rambou-illet. Tendo-se realizado essa primeira circunstância, e da ma-neira porque lhes narrou Précy, os que dele ouviram a aventu-ra começaram a admirar-se; havendo Rambouillet sido mortoprecisamente na véspera do dia por êle citado, era impossívelque aquele o soubesse naturalmente.

O marquês de Précy morreu pouco depois, durante o com-bate de Saint-Antoine."

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ANO XLVI

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mcuno NUMERO 98

Direção de Antônio e Oswaldo de Souza e Silva

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SABIDINHO!..ADEMAR — De vocês dois, só quero um compromisso.

Nenhum dos dois treinará, nem entrará nágua antes de 1950 !

Bfc^v ^ cJBli

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Outro bicudo é o papagaio, da espécieimitadora da humanidade. O macaco imitaos gestos do homem e o papagaio arreme-da-lhe a palavra. Feios ambos, mas isso eo que nos parece. Com esse bico singular opapagaio come melhor do que nós, quepara fazê-lo temos de usar garfo, faca ccolher, prato, etc.

A família dos bicudos não é pequena,assim como entre, os homens, extensa e afamília dos narigudos, tão belo assuntopara os caricaturistas.

Não ê raro perguntar porque o rinoce-ronte leva aquele chifre sobre o focinho.será ridículo, mas é um meio de defesaformidável, como os chifres do touro. Uni-co, duplo ou múltiplo, como nos veados, osistema chifrado constitúc ótima arma, qude acordo com a quantidade de chifrespode ser classificada como fusil, pistola oumetralhadora.

No mar há outra família dotada de dis-proporções que a natureza crcou para uti-tidade do indivíduo. Espadarte, ptixe-ser-ra, o peixe martelo, cada qual mais ridí-cub, mas elas bem sabem a grande vanta-gem que auferem desse aspéto tão ridículo.Só esse aspéto é o bastante para afugín-tar os assaltantes. Há, entre os homens,quem os imite, artificialmente. Armaduraspara imitar tatús e jacarés, pinturas horri-veis para que o selvagem miponha medo aoinimigo, truques c artifícios que transfor-mam o homem numa qualquer coisa queiinponha respeito.

Os homens, entretanto, narigudos comoantes, com boca de hipopotamo, e ou-tros exageros fisionômicos, nunca puderamagradecer à natureza, nunca obtiveramrespeito senão Ipor simpatia adquirida eignoram que se os animais tiram vantagemdo que parece ridículo, e porque não teenia inteligência que a natureza deu ao lio-mein para que éle saiba tirar vantagem dis-so que ele considera um defeito. Fala-se donariz de Çieopatra, da boca de Joc Brown.do topete de Napoleão. Talvez, sem essedistintivo, eles não seriam celebres...

MAX YAXTOX

gavião. Procurem quem possa engulir umpassarõeo com aquele formidável bico.

O pelicano, tão exquisito c ridículo, re-cebeu da Natureza uma grande vantagem.Um depósito cm saco, onde retém a comi-da para comê-la em ocasião oportuna. Nãoretém, o pelicano a mercadoria para pro-vocar a alta dos preços para vendê-la maiscaro. Não cogita disso, apenas imita a ga-linha que enche o papo para aproveitar aarmazenagem para quando chegar a oca-sião em que não pode ciscar. Um ótimosaco com tampa, esplêndido apanhador depeixes, de sapos, de rans c do resto, f.lcabençoará a natureza por ter-lhe dadoaquêle meio.

SE

a Natureza se 1 imi-tasse a crcar tipos per-feitos e aperfeiçoados

em todos Os elementos quec .impõem o organismo, ne-nhm desses tipos despertaria:i nossa curiosidade nem nosdivertiria. A monotonia écoisa desagradavel, como ade ver sempre a mesma cara.

Xos homens, como nos ani-mais a natureza estabeleceucertas desproporções 110 sentido de distin-ííuir fisionomias, aspectos, meios de defesa1 adaptações dos orgãos destinados a pro-(m ar alimentos especiais.

Para isso conseguir a natureza teve de1 correr à caricatura, exagerando propor-ções, muito melhor do que conseguiria umcai xaturista com o lápis. O nariz, a boca,1 s olhos, em muita gente já vêm exagera-cV* de nascença, sendo que por meio dissoconseguimos distinguir uma fisionomia de1 utra.

Um nariz desproporcionado sempre nosdesperta o riso com o conseqüente dissa-l-(ir do portador do exagero, o qual chegaa maldizer a natureza que lhe forneceu oA .feito.

Os animais, entretanto, nunca se quei-xam de terem nascido caricatos, pois queeles sabem que desse aparente defeito tiremwntagem. O elefante com aquela sua trom-ba. para nós tão ridícula, deve estar satis-ii 't> de pode,- servir-se dela para uma in-fnidade de coisas e de vantagens que os! omens não têm. Pouco importa que doisbicudos não se beijem, mas um lucano,com aquele bico respeitável, maior que oresto do corpo, ha-de sentir grande satis-i.ieão cm poder apanhar um gafanhoto aovôo e papa-lo em treis tempos. Mosquitos\elozcs, enganados por cquêle bico "ban-(ando" um refugio entre duas folhas vaidireitinho ao fundo c... nliaque... erauma vez um mosquito. Não tivesse um bi-earrão assim, o tucano considerar-se-ia um(Ics.írraç^do. Mijiito a cair nas garras no

A S

CARICATURAS

D A

NATUREZA

***^K&*mmtm^fS!.mv#*

«KSiJ1 DACHAU,O CIRCULO QUE DANTEESQUECEU NO INFERNO

conccdtdo eia

nistr°* ocuP^30-zona de

YAACHAU é uma linda aldeado sul da Baviera. Logar

tranqüilo, aprazivel, de gente pa-cifica e de tradições alegres, peda-ço formoso do país de sonho em

que Luiz II ergueu o templo de

Wagner para o culto do gloriosotransfigurcdor dos mítos c das leu-

das germânicas, ninguém será ca-

paz de supor que um dia, num tre-

cho dessa mesma região de belezac harmonia, uma F°'itici espúria

montaria uma das mais terriv;is or- mais tenebroso campo de ccn:en-

ganizações d: suplico que um ce- tração de que a historia nos dá no-

rebro de monstro poderia con- ticia. Quando as tropas aliadas

ceber. ali chegaram encontraram cerca de

Pois foi essa Dachnu suave o si- trinta mil prisioneiros, e no entar,-

to escolhido pelo nazismo para to as acomodações não comporta-

tf LaHLaHBIis^s-s<wMr*wmmv- '*|ll**g~#19 HÜP ''mWÚmmÊEmKmm%MM\

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Jl n t r ada de

quarto onde seempilhavam oscadáveres à es-pera da crsmo-

ção.

I I I — 1 9 4 3 — 13 —

Deposito patacinzas

O MALHO

¦

vam mais de dez mil. Havia cen-tenas de cadáveres amontoados, eo fétido que exalavam era pestilen-ciai. É incrível que os habitantesda aldeia não sentissem esse maucheiro, embora os alemães aleguemque nunca isouberam dos supliciosdos campos de concentração.

Mas há mais. A casa da mortepelos gazes letais e da cremaçãode corpos é a principal. Vem de-pois o Jogar de fuzilamento de ofi-ciais pelas costas, com um tiro nanuca e o deposito das cinzashumanas. Há ainda cousapior: o setor onde o nazis-mo ' praticava esta monstruo-

Forno crematono.s\Jruz colocada pelosamericanos {paraque isso nunca se re-

¦-':-¦¦¦ ¦ '¦'¦>.

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J|fô&j£V [IflHHaliffi^^taf

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X^LaaM f VXJ^Laaaaa. SaBU^WÍ JT.«OT»>aaaKj«aWM«*¦ ¦ ¦ Mmwir**aãaaaãaãaaaKl triliiii iTIfil aTaTi »

Fosso aberto para ca-daveres.

O MALHO — 14 —

Onde se matava comum tiro de pistola nanuca.

I I I — 1 9 4 8

sidade: prisioneiros deguerra eram penduradosvivos em traves e comos pés quase tocando osolo. Numerosos cãesfamintos que haviam pas-sado vários dias sem ali-mento eram soltos ali, eatiravam-se aos prisio-neiros indefesos, estra-çalhando-lhes as pernas,o ventre, até deixa-losem frangalhos sangren-tos. J

Uma imaginação pro-pensa aos temas terato-lógicos não engendrariasemelhante maquina detortura. Dante, no seu

Infermo, supoz ter cria-

do todas as modalidadesde punição dos delin-

quentes. Não lhe ocor-reu nada de parecidocom a Dachau do hitle-rismo nefando.

Uma cena dantesca! Nestes espaçoseram dependurados os prisioneiros, paraque os cachorros esfaimados os estra-calhassem. ^iLAÍ

^~xanrx23^:*a^**aL^^â^LmmâmMââ^â*mMnnneââ*mãâ*iâaaLTâVBX..L.. ¦. j.- ¦ ¦ ¦¦¦-»— ;=jijíífí ¦¦'» i ui.. ¦ ¦ ¦ i ¦-»¦= -mam.__

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^4o a/fo c/a fotografia, temos um detalhe

na interpretação do nosso desenhista

Goulart:

E dizer-se que isso aconteceu noséculo XX, numa das nações mais

cultas do mundo moderno, e que te-ve a desgraça de ser dirigida poruma horda de vendalos que a ar-ruinou na maior das guerras quea humanidade conheceu.

A documentação fotográfica queilustra esta noticia foi colhida du-

rante a visita que os ministros He-lio Lobo e Bueno do Prado, esteentão nosso representante naÁustria, fizeram ao campo de con-centração de Dachau.

III 19 4 8 — 15 O MALHO

_____ÍBjjfa?5

General Hilário Ma.rimiano Antunes Gurjão

PRESTARA, de certo, um grande

serviço às nossas letras históricasquem quer que, à maneira de " Pa-

raenses Ilustres", de Raimundo Ciriaco Al-ves da Cunha, sc abalancc a escrever umaobra que obedeça aos mesmos moldes da-quêle precioso livro.

Esse trabalho, caso venha a lume, deinegável significação para os pósteros, na-tural mente reunirá cm suas páginas os tra-ços biográficos dos mais eminentes filhosdo Pará, os nomes daqueles que, por suamoral ilibada c por seu comprovado valornos vários setores da sabedoria humana, setornaram dignos de nosso apreço e da nos-sa admiração.

Tudo isso me veiu à lembrança num dês-tes domingas últimos, pela manhã, quando,ali na avenida Serzedelo Corrêa, no antigolevado pelo desejo de observar, ingressei,cemitério da Soledade, hoje não mais cm ™

função, não mais em atividade.Naquela hora, de sol verânico, a capeli-

nha branca ainda retinha em seu recintonumerosos fieis. Aproximava-se o fim damissa. Do lado de fora da capelinha umcavalheiro me olhava com ar acolhedor.Era o encarregado da vigilância da necró-polc. Aproximou-se e conversamos.

Circumvaguei o olhar em torno e sen-ti-me empolgado pela suave serenidade queàlí reinava. Um vento brando sacudia acopa das velhas e frondentes mangueiras,dos crotons, dos esguios ciprestes, de ou-trás árvores e das plantas que ornam 01canteiros das alamedas e de algumas se-pulturas, dado que a maioria se encontra

O MALHO

GENERAL GURJÃCO LEGENDÁRIO

em completa ruina, carcomi-da, destroçada pelo tempo.

Nesse momento avistei, apoucos passos, um mausoléoque me chamou a atenção.Tendo a ressaltar a harmoniade suas linhas arquitetônicase elegância de colunas gregas,esse admirável túmulo estácercado por um gradil de fer-ro trabalhado. Ao alto, osten-ta, como a desafiar a incle-mência dos anos, uma piracm bronze e, à frente, dc cadalado, um escudo sobre ramosde louro que, simctricatnente,rc abrem, espantam entre ar-mas guerreiras.

No escudo, à esquerda, estágravado o seguinte: " Com-

___________ **m\ Eb__________ m ___l^hmjjmjsP:¦ kI B - ; .HE H

A entrada do cemitério, vendo-se a capelaao fundo.

bate dc Tuiuti — 24 de maiode 1566; e à direita: "Com-

bate de Itororó — 6 de de-zembro de 1868". Ao alto,numa perfeita disposição, lê-se: General Hilário Maxi-miano Antunes Gurjão. Nas-cido em 1820. Falecido èm1869. Para perpetuar-lhe amemória o Conselho Munici-pai mandou erguer este mo-numento em 1896".

Dentro do mausoléo, nocentro e sõõrc uma coluna demármore, o busto, em bronze,do intrépido brigadeiro.

— IG —

HEROFiquei absorto !... O meu silêncio, a

minha emoção, traduzia a maior homena-gem que pode prestar um cidadão àqueleque, num momento de verdadeira epopéa,ao impulso desesperado, ao contagiante in-citamento produzido pela célebre frase" Vejam como morre um general brasilei-ro" — conduziu, na passagem de Itororó,em meio à mais dura refrega, o pavilhãonacional ao pináculo de glória. Estava euali, tendo à frente de meus olhos o localem qu; repousaram as cinzas de um para-ense ilustre, daquele bravo soldado que,nos campos da luta, tão alto colocou a suaterra de nascimento, tão alto colocou anossa Pátria.

Lembrei-me dos livros, das leituras fei-tas e vi, naquele instante, ao sopro da rc-cordação, as fases mais heróicas, mais ni-tidamente épicas, da vida do vencedor dcnumerosas, aguerridas batalhas.

"O General Gurjão, como comandanteda 17." brigada, tomou parte na memora-vel batalha de Tuiuti, a mais importanteação campal de que a América do Sul temsido teatro, c que foi travada em data de24 de maio de 1866" — assim se pronur.-ciou Raimundo Giriaco Alves da Cunha,em seu livro acima citado, prosseguindo,ainda, nos seguintes termos: " Onde, po-rém, o destemido oficial imortalizou-se foino combate de Itororó, que teve logar a6 de Dezembro de 1866". Ferido mortal-mente nessa encarniçada peleja, nessa tre-menda ação, daí a 42 dias, isto é, a 17 dejaneiro de 1869, Gurjão, cm Humaitá, en-

Um trecho da rua General Gurjão

DEI TOROROJAQUES FLORES

tregava a alma ao Creador, justamentequando contava 49f anos de idade.

Segundo os seus biógrafos, entre osquais seu irmão Francisco Pedro Gurjão cAntônio Agostinho de Andrade Figueira,— Hilário Gurjão, desde muito jovem mos-trou pendor para a carreira militar. E a>ua vocação, o seu patriotismo e a sua bra-\ura, sempre unidas por um élo indissolu-vel, se constituíram um paradigma daqueleQue, na guerra do Paraguai, soube morrer<m defesa da terra querida, deixando, quercomo militar, quer como cidadão, exemplosdignos de serem seguidos.

Nascido, em Belém do Pará, a 21 dc Fe-vereiro de 1820, Gurjão teve como pais omajor Hilário Pedro Gurjão e dona AnaDorotéa de Andrade Gurjão. De sua infân-cia sabe-se, apenas, que íoi um menino vivoc inteligente, com muita aplicação aos es-tudos.

Dentre seus irmãos, em número de dois,consta o famoso' maestro Henrique Gur-jão, também paraense de nascimento.

Nossa história está cheia de fatos queatestam, de modo inequívoco, e muniíicên-cia de seu brilhante espírito. O trecho a_seguir é dc um discurso do dr. SamuelWallace Mac Dowell, pronunciado porocasião da chegada, a esta cidade, dos des-pojos dc Gurjão: "Qual de vós, com ciei-to, desconhece com quanta justiça subiu êletodos os postos de sua arma, até chegar aodc brigadeiro, sempre credor dos encomiosde seus superiores e de simpatia de seussubordinados? Qual de vós não sabe dos

O mausoléo do glorioso militar no an-tigo cemitério dc N. S. da Soledade.

rápidos progressos que fez naescola central da Corte, ondeobteve, o gráo de bacharel emmatemática, sobressaindo en-tre os seus condiscípulos, du-rante o tirocínio, pelo talen-to e aplicação? Quem ignoraos importantes serviços queprestou nas diversas comis-Soes de que fora encarre-gado pelo governo; o que,na qualidade de deputadoprovincial, fez à província doAmazonas, e a esta na dc su-plcnte do mesmo cargo?Quem não tem notícia de suadedicação à instrução, exer-cuido o magistério gratuita-mente Bo colégio dc Santa

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iSBHia^HHBi_BIII^HK^^8HBH-Bi II I I ¦- 1 9 4 I I I — 1 9 4

.'1 casa, hoje reformada, onde nasceu olegendário herói.

Maria de Belém?" A verda-de é que não foi sô no sóloparaguaio que suas qualida-des, seus predicados de guer-reiro culminaram. Dizem oscomentaristas de assuntos bé-licos que onde quer que hou-vesse necessidade dc pacifica-ção, de mostrar o seu grandeardor para servir o país, queêle tanto extremecia, o Gene-ral Gurjão ali estava. E aprova maior de sua vibrante,ilimitada dedicação pela solu-

— 17

A estatua do Cenerdi Gurjão .ia Praça D.Pedro II

ção dos problemas pátrios, está no fatodc o grande Cabo de Guerra, vibrando porum elevado sentido cívico, ter passadoa maior parte de sua existência longe dosfilhos, longe do lar idolatrado. As váriase honrosas condecorações que lhe ornavamo peito são o melhor testemunho desta assertiva.

O Pará, mandando levantar numa dasmais belas praças públicas de Belém (jar-dim do Palácio do Governo) uma estatuaa quem, pela força das armas, tanto hon-rou c enalteceu o sagrado nome da Pátria ;dando, também, a denominação de *' Gene-neral Gurjão"' a uma das principais ruas,à antiga rua do Arsenal) justamente àque-la em que se acha situada a casa em queo legendário herói nasceu, e que, por de-creto especialmente baixado, já pertence anpatrimônio do município de Belém, desti-nando-se a uma escola pública ou a ummente, no ffieio da terra carinhosa e bôamuseu histórico militar; guardando, final-os despojos de tão intrépido e excepcionalfigura, gloriosa expressão do nosso Exér-cito, nada mais fez, senão, num preito depalpitante gratidão, cumprir indeclináveldever para com um de seus maiores filhos.

Esta ligeira crônica traduz apenas o de-sejo dc que íoi o autor, em cerfò momento,possuído, com o objetivo de trazer à lem-branca dos contemporâneos alguns dos da-dos sobre a vida de quem, pelos seus extra-ordinários feitos na carreira das armas,tem o seu nome gravado no panteão da na-cionalidade. .

O MALHO

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A R. 1 Gerson Jorge Nogueira, de 8 mezes, jilho do

I1 O T O G li A F I C casal Enoy Jorge Nogueira - //u^o Nogueira

O MALHO — 18 — III — 1948

DUTRA — bla ainda está tão novinha e eles já andam a cubiçá-la !

CUSTOU, MAS APARECEU!

NOSSO

espirito, tãoenvenenado pelosdissabores de umadécada de atrapa-

lhações em que, alem de outrascalamidades, até uma guerra nosveiu deperecer, recebeu uma des-sas aragens frescas que no ve-rão senegalesco já prenuncia umoutono para a tranqüilidade e —quem sabe ? — a felicidade.

E' que víamos o nosso min-guado dinheirinho ser malbara-tado pelos mirabolantes técnicosde qualquer coisa, que só sabi-am viver com... íotoc^ralo oficialao lado ou mesmo com, o micro-fone agarrado para ser retrata-do e irradiado aos quatro ventosqualquer gesto ou espirro deunico homem previlegiado e sal-vador da barafunda . . . Apare-ceram castelos, gastou-se um di-nheírão com '.ruas e vielas comos nomes dos filhos dos deuses,mas o povo foi ficando de lado,a espera, já não digo uma esmo-la, mas ao menos das nuvens . . .Os jornais publicam numa notaoficial avisando que o Chefe doGoverno deu uma volta na fe-

chadura da porta do TesouroNacional e avisou que o dinhei-ro não pode sair para ser gastonababescamente • como nos ve-lhos tempos em que, mesmo semtermos lingüiça, o coitado eraamarrado numa publicidade ge-latinosa e colorida como essesfilmes em' tecnicolor, em que ocolorido tapeia o espectador du-ma representação oca e inuíil ecom o preço da bilheteria au-mentado . . .

O general viu que isso nãopodia cotinuar e o povo poi mui-

to ingênuo que fosse, precisavaduma satisfação sobre a aplica'ção do dinheiro que saia com umasemcerimonia dos áureos temposde contos orientais, de que tan-to se falou nas Mil-e-uma-roites.Mil-e-uma-noites porque o "ser-

viço" era feito todo durante anoite . . .

Custou, mas apareceu !Apareceu um homem para fi-

car tomando conta da boca docofre e avisar que o dinheiro dopovo é sagrado e nada de gastarcom farras de casas bonitas,avenidas para turistas e o povoesperando só promessas,

Pelo menos já está cun.prin-do o primeiro compromisso. Oprograma de economia do gover-no deve ser olhado com simpa-tia.

Com o verão torrido e incon-sequente apareceu a aragem quenos alegra o coração.

Custou, mas apareceu um ho-mem para tomar conta da bocado cofre!

Disciplina financeira !Acabou a orgia . . .

S. O. S.

I I I — 1 9 4 8 19 MALHO

MALHANDOencv rio** •

LIMOUSINE E CARNESECA

DURANTE muito tempo,

usou-se uma palavrapara explicar a carestia emque nos afundávamos: infla-ção. Afinal, há dois anos ainflação acabou, pois o go-verno fez fincapé e não emirtiu. Fez novo fincapé e equi-librou o orçamento . Inter-

veio no credito bancário econgelou a torrente de nego-cios que movimentavam o di-nheiro a uma velocidade in-crivei. Entretanto, não obs-tante tudo isso, a vida con-tinuou a encarecer. Masagora a carestia tem outraexplicação: é a deflação. Ou-trora, os preços subiam por-que havia dinheiro e nego-cios demais. Agora, os pre-ços continuam a subir porquehá dinheiro e negócios demenos.

É" assim que os iniciadosem economia explicam a crise.O povo ouve a explicação epasa adiante. Que lhe adiantauma explicação? O que elesente é que a carne secamingua no prato, enquanto acidade se enche de automo-veis de luxo, e os ricos exi-bem uma prosperidade cadavez mais ostentosa.

PEPINEIRA

A Câmara dos Deputadosnão quis ficar atrás da

Câmara dos Vereadores emmatéria de arranjo de sinecu-ras e tratou de fazer maisuma reforma de sua secreta-ria com o que disporá de ai-gumas dezenas de excelen-tes empregos.

Basta ver, por exemplo, emque base foi planejado o

:qUacfro. de sua biblioteca!.Trata-se, como toda gentesabe e é fácil de compreen-der, de uma biblioteca espe-cializada, freqüentada somen-te pelos deputados e, infeliz-mente, por muito poucos de-putados.

Pois bem, para atender aosserviços de tal órgão, foi pre-vista a nomeação de 15 bemaquinhoados servidores.

As estatísticas' demonstra-rão, sem duvida, que a mediadiária de freqüência da biblio-teca não chegará a 10 de-putados. E assim vamos teruma biblioteca com mais fun-cionarios do que leitores. Eisso porque estamos vivendonum arrochado regime decompressão de despesas.

FEIRA DE CONSCIÊNCIAS

. AA A IA ZA ** d

MALHO 20

DEPOIS de um ano in-

teiro de debates, pare-ceres, votações, recursos, em-bargos, a Justiça Eleitoraldecidiu, afinal, quem venceuas eleições para governadorde Pernambuco, diplomandoo sr. Barbosa Lima que asapurações apontavam, desde oprimeiro dia, como vitorioso.

De janeiro de 1947 a ja-neiro de 1948, o sr. BarbosaLima Sobrinho foi ura dospoliticos mais malsinados doBrasil, e o menos que dele sedisse e que iria desgraçarPernambuco.

Bastou, porem, que a jus-tiça o diplomasse, para que,de repente, jornalistas e poli-ticos, que na véspera o insul-tavam, nele descobrissem, co-mo que iluminados por subi-ta inspiração, .grandes quali-dades de estadista, e surgis-sem adesões em massa.

Devagar com o andor. Deadesões e adesistas está cheiaa politica brasileira. Mas,em face de tanto descara-mento, não seria demais queo vencedor do pareô pernam-bucano pendurasse uma ta-boleta na entrada do Palac;odas Princesas com estes di-zeres:

"NAO SE ACEITAMMAIS ADESÕES".

I I I — 1 9 4 8

GUERRA E PAZ

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I ^_____i . iAFINAL,

foi ass-nado oacordo político. Os pre-sidentes de todos os partidos,

com exceção do sr. VitorinoFreire, que é o mais intimo doPresidente da Republica einexplicavelmente caiu forada combinação à hora, foramao Catete, fizeram discursos

perante o Chefe do Governo.Este, por seu lado, fez umdiscurso achando tudo muitobom. | ; | . j

E depois disso todos se sen-tiram confraternizados. Tele-grafaram para os Estados,afirmando que não havia maisluta política no Brasil e quetodos os partidos haviam fei-to as pazes. Mas, enquantoo£ maiorais por aqui se .abra-cavam e fraternizavam, nointerior udenistas, pessedistas,perreistas e trabalhistas con-tinuaram a entredevorar-setranqüilamente.

Para que foi que se fezacordo, finalmente)? Poucoimporta que o sr. José Ameri-co converse ou não conversecom o sr. Dutra e o sr. ArturBernardes apoie ou não apoieos créditos pedidas pelo go-verno. O que toda qente de-sejaria é que em Alaqoas, noPiauí no Pará, no Brasil in-teiro, houvesse mais respeitopelos adversários político? eninguém fosse massacrado ouesbulhado dos seus direitospor não estar de acordo como Prefeito ou o delegado depolicia.

Será que isso é tão difícilassim de compreender?

ISTO E' O BRASIL

HÀ muito que se vem fa-

lando em racionamentode gazolina e outros combus-tiveis. Há muito tambémque se vem falando —< e co-mo se fala! — no petróleo doBrasil. Ainda não há guer-ra no mundo, mas os gover-nos já estão tomando medi-das para conservar seus es-toques de nafta, enquanto,entre nós~ se explora o pe-troleo . . . nas manchettes dejornais.

A verba de que dispõe oConselho Nacional de Petrohopara sondagens e prospecçãodas jazidas de óleo mineralnão vai alem de uma dezenade milhões de cruzeiros. Cm"-quenta vezes mais vai a Pre-feitura do Distrito Federalgastar com a construção deum estádio de futebol. Istoé o Brasil.

Alguém culpa o governo?A verdade é que, se fosse íei-to um plebiscito para apuraro que é que o povo prefere— a independência economi-ca pela exploração do pe-troleo, ou um estádio pararealização do CampeonatoMundial de Futebol —¦ nin-guem hesitaria: todos vota-riam pelo estádio.

"^—1

REINADO DAS BARATAS

UM dia, o Secretario de

Saúde da Prefeitura doDistrito Federal, disconfian-do de que as disposições doCódigo Sanitário não esta-vam sendo observadas peloshotéis, restaurantes, padariase cabarés da Capital Federal,mandou visita-los por turmasde fiscais. Nunca se viu tan-ta sujeira! Mais de 90%das casas onde o carioca ai-moça, lancha ou se diverteusavam louça imprópria, co-zinhavam em latas de quero-zene, deixavam os alimentos

Rn» aW)N^ l qI lH g 19}

aõ lado do lixo e estavam li-teralmente cheias de baratas.Algumas chegavam ao des-

plante de guardar a carne notanque de lavar roupa- Eem matéria de sujeira as ca-sas de luxo e os estabeleci-mentos populares se equipa-ravam.

O que é curioso é que ape-sar da gritaria histérica dos

jornais, o publico não se mos-trou muito admirado, porquetoda gente já estava farta desaber que não havia higieneem parte alguma.

- E ninguém acredita que es-sa fiscalização dê algum re-sultado.

E essa deserença teve seufundamento. Os "comandos"

estavam encomodando muito eagora as baratas voltarão areinar nas cozinhas de ondeestavam sendo expulsas.

I I I _ 1 9 4 8 21 — MALHO

o s ¦« PARASITAS"Dutra — Seu Mendes de Morais, os comandos extinguem qualquer espécie de parasitas?O PREFEITO — Inteiramente IDUTRA — Você não poderia dar um jeitinho em certos setores políticos?

MULHER SEMPRE A MULHERIVETA RIBEIRO

POR um verdadeiro fenômeno, desses que

não há ciência capaz de explicar, noseio a nossa tão discutida democracia, aca-bamos de sofrer uma verdadeira epidemiade reinados, rainhas, reis e imperadores !Coisa de pasmar !

Estamos em tempos taes de confusionis-mo geral, que qualquer concurso, seja deque natureza for, excepto a espiritual, nointelectual, só é considerado concurso sefor capaz de ter forças para pôr na cabeça

dev alguém uma coroa de qual-quer coisa', é como, no

"fundo da

maioria desses empreendimcn-tos, há o interesse puramente

comercial, e o melhor filãoa explorar é o eterno fe-

minino o campo da muitomais_ rainhas do que reis.

O fato é que, até pou-cos anos atraz, esses

reinados efêmeros, quese erguem sobcerces de lutas elei-

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torais tão renhidas como quaisquer elei-ções de caráter político, só apareciam noperíodo do Carnaval, para que se coroassea Rainha 'do baile das atrizes, coisa queficou tradicional e muito tem beneficiadoo lado de assistência social da Casa dosArtistas.

Agora, porém, a moda " pegou", gene-

ralisou-se, chegou a todas as camadas so-ciais e já não se usa só pelo Carnaval e,como toda a moda que se vulgarisa, come-ça a perder o interesse e a tirar as raiasdo abuso.

Se não vejamos: — Em 47, durante oano, além da Rainha das Atrizes, cuja co-rôa de ouro convencional repousou nos ca-belos de sol da linda Mara Rubia, e a daRainha do' Rádio, que esteve na frente dabonita Linda Baptista, tivemos, como ino-vações e imitações (mal do espírito danossa gente) as Rainhas, das Sereias, quepor sinal foi uma menina de uma das maisilustres familias de artistas do Brasil poisfoi uma das lindas netas da grande e sau-dosa escritora D. Julia Lopes de. Almeida,e mais a: "das mulatas", a "das fans" derádio, a ""cíejs aeroviários" e, além demuitas autras, a "das negras", que aindanão foi coroada porque só será eleita nodia 13 de Maio, no mais expressivo dossimbolis-mos.

Dessa forma já não vale a pena ser" rainha" de qualquer coisa nesta mui he-roica e republicana cidade do Rio de Ja-neiro;

As coroas andam muito vulgarizadas, e anão ser a da Rainha das Atrizes, deste 1948,da sua coroaçâo está uma "tradição e umaque vai pesar sobre-<a fronte joven. da en-cantadora Aimêe, porque atravez da faltacomovedora finalidade como a de auferir-se lastro para a manutenção dos velhos ar-tistas recolhidos ao Retiro de Jacarépaguá,e a da Rainha do Rádio, que também se

fazendo tradicional e visa angariar rè"-

cursos para a futura Casa do Radialista, asoutras nada exprimem de aproveitável epodem até ser prejudiciais às suas even-tuais detentoras.

Pena é que ainda, entre tantas imita-ções de " reinados" ninguém se lembrasseainda de promover a coroaçâo da mais ope-rosa, da mais estudiosa, da mais recatadaou da mais virtuosa moça carioca, porque,então valia mesmo a pena ser cabo eleito-ral de jovens brasileras que não precisa-riam nem de plástica, nem de belezas pro-vocantes, nem de animo para enfrentar asvibrações e multidões ecterogênicas, masmereceriam ser distinguidas por dotes es*pirituais, de inteligência de cultura e devirtudes bem femininas, hoje tão abando-nadas.

Ora, se assim fosse, teríamos este anouma rainha desse gênero, isto é, uma Rai-nha de Bondade, a ser eleita e coroada,por causa de um lindo gesto de comove-dora e expressiva beleza.

Seria, ainda assim diferente, por mere-cer o título pela sensibilidade de seu cqra-ção, e pela beleza pura de sua alma bemfeminina, porque seria também uma Rai-nha da Juventude e da Beleza — tendopor nome uma afirmativa de arte — Dey-se Lucide Menáes.

É que Deyse fez esta coisa admirável:atendendo ao pedido humilde de

"uma sua"fan"

que queria casar-se e não podiacomprar o vestider de noiva, deu-lhe, ge-nerosa e gentil, o lindo vestido com queacabava de ir ao altar receber por esposoo escolhido do seu coração 1

Que lindo e que magnifico o gesto deDeyse, a linda radio-atriz tão querida dosouvintes do Brasil 1

Dircinha Batista, deve estar orgulhosade ter entre seus súditos, uma creaturinhatão boa, tão umanitária e tão talentosacomo Deyse Luide Mendes, que sabe tãobem ser Mulher. Sempre Mulher 1

- \fpo6/r/cyi \^/ j/A/Ae/OA/At I

O SEU DIA CHEGARÁPronto general! Com o acordo assinado, está feito o seu cartaz!

A GIRAFA DA ANEDOTA

Ç* OSTUMA-SE dizer que o

^¦*' francês é um homem con-decorado, que come muito pão ...mas não sabe geografia.

Aliás — principalmente hoje— não saber geografia deve seruma felicidade. Tambem dizemque o ignorante é um homem fe-liz. Nós não temos pão: e, co-mo desejamos saber muita coisa,a vida nos tem sido tão compli-cada que por isso a felicidadenos foge sempre . . .

Agora, por exemplo: todos osjornais tomam espaços imensos,com criticas, notas telegramas,mapas e fotografias sobre o ca-so dos árabes e judeus lá pelaPalestina e adjacências.

Sabemos que o caso dos ára-bes e judeus na Palestina foiuma invenção da ONU. Ora, aONU é uma daquelas anedotasinglesas que a gente ouve e sóquando chega em casa achamuita engraçada. Mas comoanedota • • •

Porque, certinho mesmo, nin-guem sabe com é aquela embru-lhada de raças depois duma

guerra que foi feita para acabarcom os racistas . . •

E depois, se ignorássemos ocaso da Palestina, não seria mui-to mais tranqüila a vida paranós ?

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Caso fosse permitido um con-selho, numa época em que nin-guem ouve a própria voz daconsciência — pediríamos umaparada para a seguinte reflexão.

Se notamos bem nossos jor-nais, lemos todos os dias que sótemos estoque de trigo para trêsmeses; — vai-se a gazolina; —feijão ? nem no cambio-negro éencontrado: — não há esperan-ça de melhoria no transito.

E tudo isso aqui bem perti-nho, numa terra em que dá mi-lho nos telhados.

Não sabemos como resolverou melhor entender simples ca-sos de transporte da baixadafluminense — como é que va-mos atentar, criticar e tomar es-paço vital de jornais com mapa,notas e telegramas de nomes ar-revesados sobre árabes e judeusnuma Palestina que só temareia ?

Areia ?Dizem que tem petróleo ...Ah! isso nós tambem te-

mos, mas o leitor já o viu ?

I I I _ 1 9 4 8 23 O MALHO

?> '

(1

Garçon, qual o prato que aconselha para um jóquei de gom gosto ?Um bile a cavale . . .

EMÍLIO de Menezes pales-

trava numa roda de ami-ig(os, quando lhe apresentaramum rapaz chegando da Europa.O apresentante fez, de corpopresente, o elogio do viajante:

Aqui o F. correu o mundointeiro. Há dez anos está forado Brasil. Fala corretamente ofrancês, o inglês, o italiano, oespanhol ....

O rapaz sorria, desvanecidoe meio encalistrado.

Vieram bebidas, e a con-versa generalizou-se, fazendo oEmílio, como era natural, amaior despesa de verve e bom-humçr. O Fulano é que nadadizia: durante meia hora limi-tou-se a monossilabos. Ao reli-rar-se, com os habituais ofereci-mentos, alguém indagou doEmílio:

Que tal achaste este su-jeito ?

Inteligentíssimo — disse oEmílio — e, sobretudo, muitocriterioso.

Mas êle não disse palavra!Por isso mesmo! Pois não é

ter grande talento saber ficarcalado em seis ¦lingwas diferen-tes?

OS 8 PRECEITOS DA ELEGÂNCIAMASCULINA

SENHORA, se V. Exa. dese-

ja que seu marido seja umhomem elegante, vele por ele.

O traje masculino requer muitomais atenção, talvez que a toilettefeminina.

Aqui tem V. Exa. os 8 preceitosda Elegância masculina, que con-vem decorar:

1. A igola do paletó, ou do smo-king, não deve esconder a da ca-misa. Pelo menos, 2 cent. do co-larinho devem aparecer.

2. O laço da. gravata deve serdado com firmeza, sem o que, agravata deslisa e deixa de ocupar aposição central que lhe compete.

3. O lenço não deve mostrar se-não suas pontinhas.

4. O colete não deve aparecerapertado em demasia, para que senão desloque ou faça dobras.

5. A mangja deve ser bastantecurta, afim de que os punhos dacamisa possam ser vistos.

6. As bainhas das calças devempousar um pouco acima dos saltosdos sapatos.

7. Convém usar meias fixadas

por elásticos.8. Se seu marido tem o rosto re-

dondo, aconselhe-o a usar chapéude abas largas, abaixadas na fren-te. Se, ao contrario, tem rostolongo e anguloso, evite que ele usechapéu de copa alta e de grandesabas.

d^W.I I I — 19 4 8 24 O MALHO

O MAIOR ANIMAL

ESTAVA Quevedo, certa feita, no tea-

tro, muito entretido a ouvir uma co-média, quando outro espectador, a

seu lado perguntou-lhe:Vossa mercê é que é, realmente, o

famoso D. Francisco de Quevedo?Sim — respondeu secamente o gran-

de poeta.Pois — prosseguiu o importuno —

declaro-lhe que fiz uma viagem de qua-renta léguas para fruir a honra de conhecervossa mercê.

Obrigado — volve o mestre, aindasecamente.

E tratou de concentrar-se no que ocor-ria em cena. Mas transcorridos instantes,o outro não se conteve:

Repito-lhe, senhor D. Francisco. Fiznada menos de quarenta léguas para ter ahonra de conhecer vossa mercê.

Sim, mas eu já agradeci, suponho —fez cada vez com mais frieza, o famosoautor de "Los Sueiios".

Entretanto, passados novos minutos, osujeito votou à mesma tecla, fazendo comque Quevedo, afinal, interrompesse comincontida raiva:

Diga-me uma coisa, amigo: sabe qualo maior animal do mundo?

Meio descontrolado pela esquisita inter-pelação, depois de perguntar a si mesmose o escritor estava ou não maluco, o im-portuno respondeu:

_ — O maior animal do mundo, parece-me,é o elefante...

Pois bem, senhor elefante: defxe-meouvir a comédia...

tigssr4?#&?éMO£e^mmfy,

i i i i a in. II -II

O BOI — Afinal, que bicho sou eu?

BRASIL DESERTOr I 1 ODA gente está farta de saber que o maior problema do-*- Brasil é o do povoamento. O Brasil precisa muito de

combustíveis, de trilhos, vagões, portos, escolas, hospi-tais e de uma porção de coisas essenciais. Mas precisa aindamais de gente para encher seus grandes espaços vasios, gentepara produzir, para consumir.

Houve uma oportunidade excepcional para os países depaíses de imigração, como o nosso, quando oscampos de deslocados da Europa regorgita-varn de famílias tangidas do leste pela des-cida dos russos para o ocidente,. e a U. N.R. R. A., para garantir o escoamento, dessesmilhões de pessoas, se propôs auxiliar suatransferência para o seio dos povos que osquizessem reqeber. Governos previdentes éesclarecidos aproveitaram-se amplamente dasvantagens desse rico reservatório humano.Menos o Brasil que era o mais necessitado de

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todos. Desde que a guerra acabou veem os nossos técnicos,¦

administradores e estadistas estudando a questão. E, enquan-to os nossos vizinhos recebem o melhor elemento humano,representado por trabalhadores especializados, nós continuamosdirigindo o problema... E não há meio de sair dessa ago-nia. Pois, o dono do assunto é o Conselho Nacional de Imi-gração, onde pontifica um sr. Jorge Latour; resolveu sentar

em cima da questão e fechar as portas doBrasil à entrada de imigração.

E aí está como as coisas se passam nestebelo país. O Brasil precisa de imigrantes. Háimigrantes na Europa que desejam vir para oo Brasil. O governo quer resolver a questão.Mas o encarregado da questão, o tal sr. La-tour, não sabe outro caminho senão o do Ita-marati para o Catete e do Catete para o Ita-maratí. E não é por aí que entram os imigran-tes.

I I I — 1 9 4 8 25 — O MALHO

ENFANTSTSRMLES"

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A VISITA: — Vem cá Pindobinha; montanos meus joelhos.

O GAROTO: — Não senhor, muito obrigado;c ' só gosto de montar num burro de ver-dade.

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ELA — Meu filho, gostou da comida que lhe preparei?ÊLE — Muito, principalmente do charuto c da cerveja..

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OS NOVOS RUMOSDO |. P. A. S. E.

A obra do Snr. AlcidesCarneiro, à frente do

Instituto de Previdência eAssistência dos Servidores doEstado, é das mais notáveis.Esse brilhante e dinâmico es-pírito não tem poupado esfor-ços, nos amplos limites da suajurisdição, para prestar aos se-gurados da autarquia que diri-ge o maior amparo, a maiorsegurança. Tem percorrido asprincipais sucursais do Institu-to, inteirando-se das suas ne-cessidades, capacitando-as parao cabal desempenho de suasfunções.

Os empreendimentos do atu-al diretor do I. P. A. S. E..que se enquadram sugestiva-mente no plano de política so-ciai do govêrno, assinalam no-vos rumos para o seguro so-ciai, a assistência médico-hos-pitalar ao funcionalsmo pú-bico e recomendam o seu au-tor como administrador deextraordinários recursos.

NOVA SALA DE IMPRENSA NO MINISTÉRIO DO TRABALHO — Foramrecentemente inauguradas as novas instalações da Sala de Imprensa do Ministério do

I rabalho. O ato foi presidido pelo Ministro Morvan de Figueiredo, presentes os titu-'ares da Aeronáutica, Marinha, Justiça e Agricultura, o Embaixador Oswaldo Ara-"ha, senador Ivo d'Aquino, deputado Euvaldo Lodi, Sr. João Daudt d'01iveira, Sr.Herbert Moses, Ministros do Tribunal Superior do Trabalho, presidentes de Institu-tos e Caixas de Aposentadoria e altos funcionários do Ministério do Trabalho. Dan-da início à inauguração, usou da palavra o Ministro Morvan de Figueredo, que enal-teceu a colaboração da imprensa no seu Ministério e acentuou a significação da coo-P-ração dos jornais na solução dos problemas brasileiros. Terminada a oração do Mi-nistro, foram inaugurados os retratos dos titulares da Pasta, já falecidos, Lindolfo(-ollor, Waldemar Falcão e Roberto Carneiro de Mendonça, discursando, a propó-s'to, o Embaixador Oswaldo Aranha.

27 —

NOVO DIRETOR DO BANCO DODISTRITO FEDERAL — Figura de altaprojeção nos círculos econômicos e comer-ciais do Brasil, acaba o Sr. João Daudt deOliveira de ser eleito diretor do Banco doDistrito Federal, ao qual prestará o con-curso de sua brilhante inteligência e reco-nhecido tino administrativo, amplamente ex-teriorizados nas presidências do ConselhoNacional do Serviço Social do Comércio,Confederação Nacional do Comérco e As-sociação Comercial do Rio de Janeiro.

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O PRESIDENTEDA REPUBLICAVISITA BANGU

p L AGRANfTE colhido1 quando da visita doGeneral Gaspar Dutra aBangú vendo-se S. Exc.ladeado pelos Drs. Gui-lherme da Silveira diretordo Banco do Brasil c Mi-

guel Pedro, diretor do De-

partamento de Puericul-tura.

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HOMENAGEADO ODR. CAMPOS DE

REZlNDEA passagem do aniversário do

Dr. Campos de Rezende, concei-tuado oftalmologista que tantosserviços tem prestado à popula-ção carioca, deu ensejo a que lhefosse prestada significativa de-tnonstração de estima por partede seus assistentes e auxiliares.

O flagrante acima fixa um as-pecto dessa manifestação, queteve lugar na Policlínica que temo seu nome e à qual se associa-ram amigos e admiradores doilustre cientista.

ECOS DO CARNAVALO grupo dos " Só para cha-

tear" do Jequiá Sport Club",na ilha do Governador, posandopara a nossa objetiva.

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O MALHO 28 III 19 4 8

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CARNAVALCARIOCA

/"•*•% baile de gala realisado segunda-^y feira de carnaval no Teatro Mu-nicipal, constituiu uma das notas demaior sensação do carnaval deste ano.A artística ornamentação teve por mo-tivo a selva brasileira, sendo numerosa aconcorrência. A tradicional casa de espe-taculos vibrou nessa noite, sacudida peloentusiasmo des foliões da elite carioca.Nestes flagrantes, vemos ao alto as fan-tasias premiadas no concurso realisadodurante o baile.

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NAU6UKAD0 NO RIO 0 HOSPITAL003 TRABALHADORES

EM TRANSPOR!E DE CAR6Ação referida fizesse parte do programa de comemoraçõesda passagem do segundo aniversário do início do go-vêrno do Presidente Eurico Gaspar Dutra, e isso veioemprestar ainda maior realce à cerimônia, que contoucom a presença do Chefe do Governo Federal, ao quala numerosa classe dos trabalhadores em carga e trans-porte prestou significativa homenagem, tocada, antesde mais nada pelo cunho da expontaneidade.

A obra que vem de ser inaugurada faz parte de umplano de assistência ao trabalhador em transportes ter-restres, elaborado pelo sr. Hilton Santos e aprovado pelopresidente da República. Pelo projeto inicial o Hospital

O 1'residcnle Gaspar Dutra e o Sr. HiltonSantos, Presidente do I. A. P. T. C, pon-

sando para "O Malho".

^¦^onstituiu acontecimento de relevo^^ a inauguração, em Janeiro últi-

mo, do grande Hospital que o Institutode Aposentadorias e Pensões dos Em-pregados em Transportes e Cargas vi-nha construindo desde algum tempo,destinado a acolher e servir aos

seus associados e respectivas famílias.A Diretoria daquela autarquia, a

cuja frente se encontra o senhor Hil-ton Santos, deliberou que a inaugura-

Flagrante colhido durante o "luchc"

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O Presidente da República e convidados, ouvindoum dos oradores.

que ora se inaugura deveria contarapenas com 200 leitos. Posteriorrnen-te, porém, esse número foi elevadopara 1.000 leitos, dos quais 300 jáse acham em condições de receberassociados que deles necessitem.

O Hospital foi construído nos mol-des mais modernos, em edifício dosmais sólidos, e está agarelhado deacordo com as maiores exigênciasda medicina hodierna. Na ocasiãoda sua inauguração foram tambéminaugurados os serviços da Materni-dade, que conta com 50 leitos, em-bora vá funcionar, por enquantoem caráter provisório. Isso justificao júbilo dos componentes da nume-ror.s classe, e mostra a razão de serda manifestação elevada a efeito ao

O M A I, II O 32 - I I I 19 4 8

senhor Presidente da Re-pública e ao presidente do1APTC, sr. Hilton San-tos que foi, deeve ser pro-clamado, a animador dagrandiosa realização.

O plano elaborado pelosr. Hilton Santos alcan-ça também os Estados,pois além do grande no-socômio ora inauguradonesta Capital, vão serconstruídos outros, demenores proporções, demais reduzidas capaci-dades mas comportandocada um 600 leitos, nascidades de Salvador, Re-cife, S. Paulo e PortoAlegre, tendo já o I. A.P. T. recebido doaçõesdos governos estaduais

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^aflflBkfl^T^*' > ', J_T^y?Q . J»W*»»£T_ R ' »'V*- HHHa»»»»»»»fl^ ]

AmmawmfgMf.ú w^my" . iA__sí

A comuto* presidencial percorre as dependências do Hospital

respectivos, dos terrenos nos quais deverão ser

erguidos os edifícios.Espera-se que ao terminar o período go-

vernamental do Presidente Eurico Dutra, es-

tej a em pleno funcionamento essa rede de

hospitais destinados aos numerosos brasilei-

ros cujas atividades estão a serviço do trans-

porte de cargas em nossa terra.Vale a pena ainda acentuar que, conjun-

tamente com esses nosocômios, o IAPTC, sob a

dinâmica orientação do sr. Hilton Santos, está

promovendo intensiva construção de residen-

cias destinadas aos associados, residências de

baixo custo locativo mas que ofereçam as ne-

;essárias garantias de conforto.

Um aspecto do Hospital no dia da inauguração

No subúrbio de Bomsucesso estão sendo erguidás 400 dessas casas e na estação de Lucas, 1700outras residências semelhantes.

A inauguração do grande Hospital teve lugaràs 10 horas, estando longo trecho da Avenida Bra-sil ornamentado com faixas que os Sindicatos declasse colocaram, saudando o presidente da República. Uma vez desatada por V. Excia. a fita sim-bélica, foi inaugurada a placa comemorativa e usouda palavra o Presidente do Instituto, sr. HiltonSantos, que foi muito aplaudido-

Falaram também o Ministro do Trabalho, quesaudou o Chefe da Nação, e os representantes devários sindicatos.

Percorreu, então o Presidente da República,seguido de autoridades outras dos convidados, asinstalações de grande nosocômio, ocasião em queforam feitos os flagrantes que ilustram estas li-nhas, destacando-se do alto, o Presidente da Re-pública ladeado pelo presidente do I. A. P. T. C.

Grupo parcial das ambulâncias que servirão Ho transporte )dosenfermos do Hospital.

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"IRRCEÍDR"U/VI BAILADO NO TEATROMUNICIPAL

Yuco Lindberg

O

célebre romance de José de Alencar,o mais popular, taivez, foi revividoe recriado por Laura de Figueiredo,

numa fantasia coreográfica de elevada ins-piraçeão, a cuja montagem o saudoso coreo-grafo Yuco Lindberg envidou todos esfor-ços, para levar superiormente, sendo a suaú.t'ma criação. O "Teatro Municipal" en-cheu-se e aplaudiu-o.

A compositora escreveu o libreto resumi-damente, usando os seguintes personagens:

Irapuan — chefe dos guerreiros Tabaja-ras.

Iracema — virgem da tribu, guardadorado segredo da Jurema (bebida sagrada).

Araken — sacerdote de Tupan, Deus dosTabajaras, Pagé e senhor do trovão).

Martim — guerreiro branco, cuja tabaestava levantada às margens do Jaguar.be.

Cauby —¦ Filho de Araken, caçador, se-nhor dos caminhos.

Poty — Chefe dos guerreiros Pytiguaras,amgo dc Martim.

Um mens-geiro.índias e índios.As duas tribus acima citadas eram ini-

tpigas.A Introdução ou ouverture, a música des-

creve os primeiros gorgeios de pássarosdespertos,

Uma nesga da luz rubra da aurora pe-netrando pela folhagem e gotas de orvalhocaindo embaladas pela brisa matutina.

A natureza em coro e o rio a deslizarlentamente, surgindo após o sol com toda

Mercedes Baptista, a cscultural "Ira-

cerni", «A/ Fantasia Coreográfica, dc au-toria da compositora Laura dc Figuei-redo, encenada no Teatro Municipal por

Yuco Lindberg,

¦renaaaMMMBamHMMam

vr

1

A escriora e compositora Laura- de Fi-gueiredo, autora do baiiBdo "Iracema".

a sua exuberância c esplendor, a descriçãode uma luminosa manhã na floresta brasi-leira.

Na " Suite" das danças a música ora épentafônica, com ritmo bárbaro dos selvj-colas, ora suave nos momentos tristes, comuma linha melódica de grande ternura einspirarão, de acordo com o enredo delica-do do romance.

Cincoenta e sete figuras formaram a tri-bi* idealizada por Yuco Lindberg, sendoprincipais interpretes; Mercedes Baptista.dotada de talento e uns cabelos longos enegros, José Ivan, vivendo o tipo portu-guez de Martim, Lau-o Silva, um endem i-ninhndo e feiticeiro Pagé, Raul Soares, oguerreiro ciumento, Gilberto Santonja,Poty, Palio Croccia, Cauby e EdmundoCarijó no Mensageiro.

A "Dança dos Sonhos Voluptuosos", foioriginalmente marcada.

O trabalho do realizador de uma dasinnis belas histórias do nosso Brasil, nãoserá esquecido, e a sua memória se perpe-tuará atravez da arte coreográfica nacional.

Yuco Lindberg faleceu glorioso.

O MALHO — 34 — I I t __ i 9 4 8

JÓIAS DA LITERATURA

ARTHUR AZEVEDO

A 23 do corrente completou o Ar-thur o seu primeiro ano de ofi-

ciai da Secretaria da Agricultura.^D'ora por não muito tempo, vê-lo-

emos oficial do Gabinete e... Minis-tro, talvez... '

É bem possível que o vejamos Mi-nistro da Agricultura, Comércio eObras Públicas...

Eis aí o pinaculo da glória a quepodem aspirar os literatos brasileiros.Que consolação !

Será bem bom queêle troque a pasta literá-ria pela ministerial..."Quando o demitirem abem da sisudez pública,teremos uma nova opere-ta: "El-rei Cajú" ou coi-sa assim; e êle, o Arthur,terá um editor, que digo !mil editores e outros tan-tos empresários ã paga-rem a pêso d'ouro o maisligeiro dos sainetres queS. Ex. se dignar escre-vt:...

É certo que o Arthurtem a mais indispensáveldas condições para subiraos conselhos da Coroa: —barriga ; mas em compensa-ção tem aquilo que incom-patibiliza os homens com ostais conselhos: — espírito.

Ter espírito, no Brasil, é o mesmoque ter | assaporte franco para o Reinodo Nada.

E, pobre Arthur ! ninguém tem maisespírito do que êle _

Está entre as garras deste horríveldilema: ou a barriga vencerá o espíri-to, e êle será ministro; ou este inutili-

zará a inimiga e êle será, de futuro, onosso adorado Sardou... Como oficialde secretaria, a primeira hipothese eadmirável, mas como simples ArthurAzevedo, a segunda é a Pnica aceitavel.

É preciso acabar com isto.Este diabo de rapaz é uma fascinação,

um iman...É tocar-se-lhè com a pena de aço e

ela ficar-lhe apensa, presa, cativa...Resistamos...O leitor si quizer conhecê-lo mal, que

lhe mire o retrato, si quizer conhecê-lomelhor, apanhe-o de sopetão, à tarde, àporta do " Cailletau", ou à noite, nojardim do "Phenix"...

Para ajuizar da provisão de pilhériascom que êle anda sempre desarmado,dirija-lhe a palavra, faça-se apresentar.

Mas si desejar sondar-lhe o coração,invente uma lamuriosa história e peça-lhe dez tostões...

O Arthur não os há de ter no oca-sião, mas pouco importa, dar-lhe-á opince-nez...

Note-se que o pince-nez do Arthur éde ouro e que, sem êle, o Arthur nãodistingue um calembourg do Lopez Car-doso de um calembourg do Dantas Ju-nior.

Imagine-se que coração !"

VALENTIM DE MAGALHÃES

A MORTE DE ANTONIO CONSELHEIRO

HAVIAM

desaparecido os principais guerrilheiros: Pa-jeú, nos últimos combates de julho; o sinistro JoãoAbade, em agosto; o ardiloso Macambira, recente-

mente; José Venancio e outros.Restavam como figuras principais Pedrão, o terrível de-

fensor do Cocorobó, e Joaquim Norberto, guindado ao co-mando pela carência de outros melhores. Por outro lado, es-casseavam os mantimentos e acentuava-se cada vez mais odesequilíbrio entre o número de combatentes validos, conti-nuamente diminuído, e o de mulheres, velhos, aleijados e en-fermos, continuamente crescente. Podia fugir escoar-sepouco e pouco, em bandos diminutos, pelas veredas que res-tavam deixando aquêles desafogados e forrando-se ao ultimosacrifício. Não o quis. De moto-própno todos os seres fra-géis e abatidos, certos da própria desvaha, se devotaram aíuase completo jejum, em prbl dos que os defendiam. Nãoos deixaram. -r, ,

A vida do arraial tornou-se então atroz. Revelaram-nadepois a miséria, o abatimento completo e a espantosa ma-greza de seiscentas prisioneiras. Dias de angustia índescriti-veis foram suportados diante das derradeiras portas abertaspara a liberdade e para a vida. E permaneceriam para todo osempre inexplicáveis, se, "mais tarde, os mesmos que através-saram não revelassem a origem daquele estoicismo admiravel. É simples.

Falecera a 22 de agosto Antono Conselheiro.Ao ver tombarem as igrejas, arrombado o santuario, san-

tos feitos em estilhas, altares caídos, relíquias sacudidas no en-caliçamento das paredes e — alucinadora visão — o Bom Jesus

repentinamente a apear-se do altar-mor, baqueando sinistramen-

te em terra, despedaçado por uma granada, o seu organismocombalido dobrou-se ferido de emoções violentas. Começou amorrer. Requintou na abstinência costumeira, levando-a a abso-luto jejum. E imobilizou-se certo dia de bruços, a fronte coladaà terra, dentro do templo em ruinas.

AH o encontrou, niíma manhã, Antonio Bentinho.Estava rígido e frio, tendo aconchegado ao peito um cruci-

fixo de prata. ? * *Antonio Conselheiro (relataram depois, ingenuamente, os

vencidos) seguira em viagem para o Céu. Ao ver mortos osseus principais ajudantes e maior o número de soldados; resol-vera dirigir-se diretamente à Providência.

O fantástico embaixador estava àquela hora junto de Deus.Deixara tudo prevenido. A bim é que os soldados, ainda quandocaíssem nas maiores aperturas, não podiam sais do togar emque se achavam. TTenT mesmopara se irem embora, como dasoutras vezes. Estavam chum-bados às trincheiras. Fazia-s(mistér que ali permanecessempara a expiação suprema, ncpróprio local dos seus crimes.Porque o profeta voltaria embreve, entre milhões de àrcan-jos, descendo — gládios flami-vomos coruscando na altura— numa revoada olímpica,?aíndo sobre os sitiantes, fui-minando-os e começando oDia de Juizo...

EUCLIDES DA CUNHA

i i i 19 4 8 35 — MALHO

SJU VPB ARTHUR AZEVEDO

,T W. W Sera bem bom que card a inimiga e ele sera, de futuro, oJf ele troque a pasta litera- nosso adorado Sardou... Como oficial

ria pela ministerial... de secretaria, a primeira hipothese e"Quando o demitirem admiravel, mas como simples Arthur

bem da sisudez publica, Azevedo, a segunda e a ?nica aceitavel.

,\\N ta: "El-rei Caju" ou coi- £ preciso acabar com isto.sa assim; e ele, o Arthur, Este diabo de rapaz e uma fascinagao,

mil editores e outros tan- j? tocar-se-lhe com a pena de ago etos empresarios a paga- cla ficar-lhe apensa, presa, catlva...

C - rem a peso d'ouro o mais Resistamos...ligeiro dos sainetres que O leitor si quizer conhece-lo mal, queS. Ex. se dignar escre- lhe mire o retrato, si quizer conhece-lovt:. melhor, apanhe-o de sopetao, a tarde, a

£ certo que o Arthur porta do " Cailletau", ou a noite, notem a mais indispensavel jardim do "Phenix"...

/y das condigoes para subir Para ajuizar da provisao de pilheriasa0s conselhos da Coroa; com que ele anda sempre desarmado,barriga; mas em compensa- dirija-lhe a palavra, faga-se apresentar.

1^ ^ \' gao tem aquilo que incom- Mas si desejar sondar-lhe o coragao,Jiy ^^3 \V patibiliza os homens com os invente uma lamuriosa historia e pe?a-

Bkntr tais conselhos: — espirito. ]he dez tostoes...O Arthur nao os ha de ter no oca-

A23 do corrente completou o Ar- Ter esp{r{t0; no Brasil, e o mesmo siao, mas pouco importa, dar-lhe-a o

thur o seu primeiro ano de oi ^ tcr iassaporte franco para o Reino pince-nez...cial da Secretaria da_ Agricultura.^ ^ ^ Nada. Note-se que o pince-nez do Arthur e

D'ora por E pobre Arthur ! ninguem tem mais de Ouro e que, sem ele, o Arthur nao'

. eiito *. «. a. I . •» * {«?

cri bem possivel que o vejamos Mi- Esta entre as garras deste hornvel doso de um calembcntrg do Dantas Ju-

nistro da Agricultura, Comercio e dilema: ou a barriga vencera o espin- nior. _Obras Publicas... to, e ele sera ministro; ou este inutih- Imagine-se que coragao !

Eis ai o pinaculo da gloria a que

jf° b",iltiro'' VALENTIM DE MAGALHAES

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GUENTANDO- umas emcheio e outras em-vão, Bi-duca não conseguia habi-tuar-se à vida que levava,de "garçonette" de pensãohumilde, em burgo longin-quo, à margem de movi-mentada rodovia que ligaduas grandes cidades nor-destinas

Não nascera para tal profissão, quasesempre sórdida, e da qual se saía, geral-mente, sem honra.As ccrrtingências, porém, o|briglaram-na

àquele sacrificio.Habitava uma casinhola, numa ponta de

rua do logarejo, acompanhada somente dosgenitores: o velho Cassiano, que vivia dosminguados rendimentos de sua oficina deconsertos de sapatos, e a Germelinda. para-lítica havia cinco anos, entrevada no fundode uma rede

Era esse o seu lar, meses atrás. -Não obstante, ela não era, então, de todo

infeliz.Para ajudar o pai nas despesas, passavaa ferro peças de roupa. Cem os proventosdessa tarefa tão modestamente recompensa-

da numa aldeia daquelas, comprava as uti-lidades de que mais carecia: algum vestidode chita, um lápis de baton ou uma latinha

de pó de arroz.Não era feia. Se fosse rica e trajasse cem

._; elegância, seria, certamente, a moça mais"- — bonita do lugar.—-^_-"-Os seus vinte anos frescos e radiosos

• .^emprestavam-lhe somente a beleza inculta,~ .___,as-flores selvagens.

_^=l__Mesrafl_-»ssim, o Pindoba, um rapazinhoc^. ttw^e-ingenuo e tão pobre quanto ela, falou--JKé^-UjBVdw, em casamento.

l^^rrÚÁÍMÍ^^^^^ %

Tolices do Pindoba...Como podia ser isso ? Como iriam viver,

se ambos eram paupérrimos? E o pai car-diaco e a mãe paralítiça?

Ela até gostava do Pindoba. Era-lhe igualna qualidade e afim nos sentimentos. Boapessoa, finalmente, mas tola e sem recursosNão valia a pena o sacrificio de um casa-mento em tais circunstancias.

Pensando dessa maneira, Biduca respon-deu ao pretendente, com amável firmeza:

Você quer saber de uma cousa, Pin-doba? Tão cedo não nos devemos casar.Não dispomos de experiência e nem de meiosque nos garantam, no futuro, uma existêncafolgada. Convém adiar essa pretensão. Pre-feria que você fosse ganhar a vida, pri-meiro- ,

Pindoba sentiu nos argumentos da na-morada uma sincera promessa e uma sensa-tez irrefutável. Era, mesmo, como ela diziaCompetia-lhe, antes de tudo, habilitar-se àrealização dos seus anseios de felicidade.

Três dias depois o rapaz, na carrosseria deum caminhão, desaparecia na curva da es-trada, buscando uma cidade grande, ondeliouvesse possibilidades de obter fortuna.

E foi enxugando uma lágrima no pu-nho da camisa grosseira, que murmurouao partir:

Adeus, Biduca! Espera e confia...Ejta sentia uma profunda piedade poraquele timido, que, por sua causa, reagia

agora, corajosamente, contra o infortúnioEsperar, podia esperar, mas não confi-

ava. Ele era tão tolo, para conseguir tri-unfar ! ía sofrer mais, talvez, por essemundo em fora; todavia, era isso mesmo.Quem sabe?

Estavam festejando, na igrejinha do po-voado, à passagem do Natal. Ela foi até

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O GRANDE

o altar" do Mfenino-Deus e fez uma precefervorosa em favor daquele extraviado.

Oue êle fosse feliz !XXX

O tempo é um corrosivo que a tudo des-trói e por isso a decorrência dos dias foifazendo esmorecer no coração de oiuucaaquele afeto fortuito. ,,

Essa paisagem sentimental foi-se-lhe es-fumando da lembrança, amorfa e atona,até apagar-se de todo.

E os acontecimentos rotineiros, na man-sarda, não perderam o seu ritmo: Germe-linda continuava gemendo (dentro da redeCassiano martelava a sola molhada, parao recurso extremo dos remendos e ela pas-sava a ferro as roupas da diminuta fregue-z;a — quatro ou cinco famílias meio abas-tadas que residiam no vilarejo.

Quebrando essa isocronia, o aneurismado sapateiro um dia estourou. Atogadonuma onda de sangue que lhe jorrava dabeca e do nariz, caiu de borco sôbre a me-sin\ia de ferramentas, morrendo silenciosa-mente.

Era o iremediável. Biduca esperavaaquilo a qualquer momento e por isso jaimplorava ao Menino-Deus que, após essafatalidade, lhe proporcionasse animo eforça para trabalhar e, sozinha,^ manter acasa, de modo a nada faltar à mãe aleijadae sofredora. . i

Decorridos, entretanto, os primeirosdias de luto, a moça compreendeu a reali-dade de uma situação intolerável; o ferrode engomar não lhe dava meios suficientesao sustento da família, de que era o ampa-ro único. .. i

Urgia uma providência qualquer.Andou pelo comércio procurando emprê-

go. Todos lhe fecharam as portas. Otempo estava ruim. Não era possível au-mentar o quadro de empregados. Tivessepaciência. Logo que a situação melhorassee se houvesse bom 'inverno . • •

Não esmoreceu,, contudo, porque o Me-nino-Deus, na sua mudez de imagem de ges-so, prometera-lhe um socorro, quando ela,nas orações habituais, suplicava-lhe umaorientação digna e segura, na vida

Foi quando se lembrou da pensão da ve-lha Balbina, localizada à margem da estra-da, na Rua Grande, onde fervilhavam pas-sagéiros e motoristas. Muita gente ruim,mas, também, muita gente boa.

Ia oferecer-se à Balbina para servir como" garçonette" do restaurante. Era o jeito.O ambiente não era prcpício e uma moci-nha inexperiente e que se dava a respeito,mas fortalecia-a a segurança de que saberiaconduzir-se com dignidade.

E se a hoteleira não a quisesse?Ia ver . . .E foi.Gananciosa, a velha 'compreendeu que a

mocidade de Biduca seria uma atração. Aclientela gosta muito de ser servida pormocinhas bonitas.

Discutiram as condições. Balbina fezexigências de horários, de roupa asseada ede tratamento cativante, adiantando, ccromenosprezo, que não se responsabilizavapela honra de ninguém. Sessenta cruzei-ros por mês, de ordenado, mas descontaria

valor das quebras de louças e utensílios,Se quisesse assim, que viesse logo no diaseguinte, experimentar.

E procurando incentivar a 'candidata:—O salário é pequeno, mas você é me-

I X — 1 9 4 8

PAULO ARAGÀO

ILUSTRAÇÃO DE GOULART

tida a bonitota, e ganhará constantes gor-getas. Fará, no final de contas, um orde-nadão. Repare, entretanto, nesta últimacondição: poderá praticar as suas senvergo-nhices por onde entender, mas aqui dentrodo meu hotel exijo muito respeito.

Essas palavras do hoteleiro cruciaram-lhe os ouvidos e foram queimar-lhe, comoem brasa, a sensibilidade de sua virtude.

Esta mulher ê um monstro — pensouBiduca — todavia, eu me sujeitarei. Mi-nha mãe está faminta !

E o Menino-Deus? Sim! O Menino-Deus a protegeria. Foi Ele quem a ins-pirou na procura de uma colocação. Nãoteve mais medo. Nao discutiu mais nada

Aceitou.Balbina era em verdade, torpe. Explora-

va o que podia. Galinha doente, queijo po-dre, no macarrão, água suja, do cacimbão,no leite e restos de comida novamente amesa. Uma porcaria. E tudo caro, pela horada morte.

Nos primeiros dias, Biduca procurou cor-rig;r tamanha desonestidade, mas a patroaenfureceu-se:

Quem for filha de Maria não venhase empregar em pensão de beira de estrada!

A moça não se acostumava àquilo. Era,porém, forçoso fechar os olhos e os ouvidos.Precisava... «

O trabalho era excessivo e os honoráriosmodestos, diminuídos estes, ainda, com _osdescontos das quebras. Em compensação,muitos clientes distintos e generosos grati-ficavam-na. Um, dois, e às vezes, até cincocruzeiros. »

Verdade que a maior parte deles eragrosseira, exjgente e libidinosa. Reclamavabrutalmente ou dizia pilhérias vis. Haviaaté embriagados que lhe dirigiam obsceni-dades.

Atendia-os na mesa, com resignada humil-dade, sem dizer palavra, preferindo recitar,mentalmente, nessas ocasiões, ao Menino-Jesus, a sua oração diaria, para que Ele nãoa abandonasse.

Pensava sempre em sair daquele infer-110...

XXXGuardava no fundo da mala de taboas

de cedro um baúzjnho de folha de Flan-dres, que já continha duzentos e setenta edois cruzeiros, de economias. Possuía maisum vestido de chita, que mandara fazerpara a próxima festa do Menino-Deus, oseu Protetor, o seu Guia, o seu Tudo, navida, e cuja primeira novena devia realizar-se naquele dia, na capelinha, do outro ladoda estrada.

Não pode assistir, entretanto, a êsse atoreligioso. Balb*,na não o permitiu. Fariafalta ao serviço e a pensão só fechava lápara as nove da noite.

A' hora da novena, quando o sino repicavae os foguetes escreviam traços luminosos noar, Biduca, mesmo de longe, elevou umaprece ao seu Glorioso Bemfeitor. Suplicou-Lhe que a retirasse daquele clima Jnfeto,que lhe proporcionasse a, sua independênciafinanceira e que- nessa noite lhe inspirasseem sonhos, o número feliz da loteria de Na-tal. Ela possuia dinhe;ro bastante para ad-quirir tres " gasparinhos".....

— 37 —

Suplicou com fé absoluta. Uma confiançaintegral banhou-lhe a alma, dando-lhe^a cer-teza de que não estava pedindo em vão.

E tamanha foi a sua firmesa, que lhe pa-receu, até, escutar a voz harmoniosa do Dl-vino Infante a prometer-lhe:

Espera e confia 1E nem reparou que eram as mesmas pa-

layras com que o Pindoba dela se despedira,um dia!

Tal a certeza de sonhar com o numero dobilhete que devia sair premiado, que a me-nina, durante o resto do. expediente, e con-tra os seu hábitos, sorria e cantarolava, ser-vindo com estranha alegria e vivacidade aosfregueses, que já.rareavam-

A Balb;na notou aquela diferença nos mo-dos*da empregada, e ralhou, numa ironiacanalha: ,

—< Que bicho te mordeu. Biduca? beraque como as outras da tua láia, já caiste navida?

E reiterando a antiga advertência:Dana-te a vontade, lá fóra, mas aqui

dentro do hotel não quero patifarias...Encerrado o serviço, Biduca apressada,

veio a casa para dormir logo e sonhar comos algarismos que seriam a* sua redenção.

Deitou-se imediatamente.Germelinda estranhou aquio, pois Biduca

tinha o hábito de, antes de agasalhar-se,arranjar, primeiro, os móveis e as cousas,asseando aqui, arrumando ali, espanandoacolá.

E foi com uma suspeita de doença que aentrevada indagou, cariciosa, a filha:

Você está sentindo alguma cousa, Bi-duca?

Sim, mamãe — respondeu — estousentindo algo de extraordinário em meucoração, para o nosso bem, para a nossafelicidade. .àS

A paralítica, entre um e outro gemido,desatou os lábios parados, num sorriso sa-tisfeito, que era, também, um prognóstico:

Já sei, minha filha, já sei...E pensou que a menina amava, agora,

um, bonito e guapo rapaz, tão rico e tãobom como aquêles das histórias de Tran-coso, que as mães sempre desejam para asfilhas casadouras.

Biduca, nessa noite quase não dormiu.Não podia. A sua imaginação borboleteavasôbre cifras e mais cifras, cédulas e maiscédulas. Já ouvira a sinete. da estação daestrada dé ferro bater duas horas da ma-drugada, - quando os olhos se lhe fecharampara o repouso.

Quando despertou às cinco da manhã esaltou da rede para a tarefa de todo o dia,sentiu um profun3o desalento. Lembroy-sedo sonho que tivera, o qual não se desen-rolara como havia previsto. Imaginara queo Menino-Jesus lhe surgiria, trazendo en-tre os dedinhos cór de rosa um bilhete deloteria, cujo número, nítido e visível, res-saltasse aos seus olhos ávidos, mas, infe-lizmente, não fôra assim. Sonhara apenasque estava em casa, quando um automóvelverde se aproximou, parando à porta, dis-tinguindo ela, imprecisamente, a placa docarro, que era de n?mero 2.406. Tudo vagoe inexpressivo.

(Continua na pag. 58)

O MALHO

UNIÃO OPERÁRIAS DE JESUSBEM

diz o nome dessa Ins-tituição modelar e talvez a

única do Brasil, onde a criançaque perde seus Pais encontraum novo e verdadeiro Lar! . . .

Ali, não há complexos, não hárecalques, não há espirito de in-ferioridade. . .

Vivem todos felizes, cada umassumindo a responsabilidadedos seus atos, aprendsndo enfima serem verdadeiras creaturassem embustes e sem hipocrisias...

Todos trabalham por um bemcomoum. São abelhas desejosasde protegerem sempre a sua col-meia . . .

E encontra-se, desde o peque-nino de quatro anos, na Oficinade alfaitaria pregando botões,satisfeito de vêr aplroveitada asua capacidade, até Inês, meni-na-moça que termina o curso noPedro II, se prepairando paraingire?sar na Faculdade de Di-reito . . .

"Virtuoses" de violino, do pi-ano, meninas e meninos que

aprendem a bailar numa elevaçãograndiosa de arte e de espiritua-Iidade, outras que se aperfeiço-am para serem "menagéres", acuidarem do lar, do jardim, dascriancinhas, dos enfermos, todasnuma comunhão incomparavelde fraternidade e de amizade . . .

Não é uma "CASA DE CA-RIDADE". É o LAR que Je-sús lhes deu sob a proteção dealgumas Senhoras, de uma Mãedevotada e altruísta que as as-siste moral e materialmente.

H. Dszonir Pacheco Fernandes

^"^r- <i^U -li, \I Ai- ^- vi»

Ali, essas crianças podem darcurso às suas aspirações. Nãohá vocação contrariada. Todastem o direito de vê*- em realida-de as suas inclinações . . .

É patriótica, é sublime essaObra que hoje conheci e ondemeninas e meninos, grandes epequenos, de fisionomias ale-gres, felizes, não sentem a dôrhorrível de não terem Pais, denão possuirem condição socialelevada . . .

Não há diferença de raças,não há mesquinharias de espíri-to, mas sim, uma grande forma-ção moral que alicerça em cadaum daqueles corações infantis, acerteza de poderem ser úteis edignos de Deus, e da sua Pá-tria.

É nesse cantinho pleno debênçãos, que o coração de todasMães, de todas as educadoras,de todo cidadão que ama esteBrasil, deve déscansiar, levandoo seu concurso e a sua prote-ção . . .

FOI naquela morna e tranqüila vila de vasta superfície, nivel retilínio, arborisada por lindas palmeiras,

cheia de uma edificação com risonho casario branco, encastoada no extremo norte de Pernambu-co, que nascemos recebendo a luz tropical, respirando o ar oxigenado filtrado nos campos e bebendoo leite puro e sadio dos rebanhos de gado vacum.

Crescemos e desenvolvemo-nos no mesmo nú cleo, rural aprendendo a amar aquele torrão de gentesimples sem os requintes das grandes cidades elegantes, onde a frivolidade e a empáfia geram esse

ADOLECENCIA TROPICAL reminicencias...snobismo que tanto deforma a socie- . __ . _ _da contemporânea. A m A K

Ainda conservo nítidas e gravadasna memória, as cintilações do despon-tar das manhãs doiradas de luz da-quela terra, C£>mo também das tardescrepusCulare.s, quando o astro rei es-condia-se com a melancólica despedi-da dos seus últimos raios, deixando-nos saudades dos dias transcorridos.L-embro-me ainda do evoluir de Au-•rélia assistindo a madrugada de suavida. o desenvolvimento e expansãoexuberante de beleza e simpatia queos meus olhos jamais admiraram em'outro vulto feminino com atrativostão encantadores. Vi-a garrida,concluindo um curso de ciências e le-trás no Colágio das Damas Cristãs,recebida festivamente pela família,parentes e pessoas amigas, brilhando

ABDON

18 p^ííjS^saXÍ&Í -l&ímhZ ":'fmaLkf'*jMd,0tM

lr_Ípllb§É_llfflPÍ__lM PPSf

como um expoente de rara fascinaçãoda sociedade local.

A imprensa recifense registava crô-nicas e perfis, elevando-a como a li-dima representante do belo sexo na-quela região e pondo em relevo a suaelegância e dotes de espírito.

Depois, o Destino arremessou-mepara longa distância, privando-me dever tão inefável criatura, cuja imagemgravou-se no meu cérebro, jamais es-maecendo da memória.

Decorridos anos,. o mesmo Destinocaprichoso e maquiavélico me propor-ciona a oportunidade de encontrá-lano Rio e revê-la mais atraente e en-cantadora !

Nem o tempo, esse insaciável des-truidor e arruinador de tudo, conse-guiu na sua ação lenta, desgastadora,alterar os traços dominantes de suaformosura.

O MALHO 38 — III 19 4 3

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"Não duvides. A dúvida entibía,gera a desgraça, gera o desconforto;coração que duvida é como um morto,alheio ao bem, alheio à luz do dia . . ."

Isto ouvi, certa vez de um doce velho,cuja fé era um lume que cegava . .E, quanto mais o ouvia, eu duvidavaaté do bem daquele bom conselho . . .

E cheguei mesmo a duvidar da vida !Que era, afinal ? Por que a humanidadepassava-a sem senti-la, se, em verdade,a morte vinha sempre, de seguida ?

li duvidai do amor, que tinha fasescomo a lua no céu, e que era vário . . .As vezes, louco; às vezes, mercenário:— senhor e escravo . . . plumas e tenazes ! . .

E duvidei de Deus, porque o faziamvingativo e cruel; por vezes, brando,a tudo presidindo, e triunfandodo que do seu valor nada sabiam . . ,

E a dúvida era em mim, como uma puaque furava e roía o pensamento . . .Eu queria saber (e que tormento!)da verdade falada-bela e nua !

Graças ao duvidar, eu creio agora . . .A vida é luz e a luz não morre nunca !A luz é amor, mas esse amor que juncaos caminhos de bênçãos como a aurora . . .

H esse Deus que eu supunha vingativoé a fonte excelsa, é o princípio, a Lei , . .Não o vejo, em verdade, mas o seidentro de mim, nas forças em que vivo . . .

E no bem creio; e o mal se me parecedemais pequeno ao bem que acho na vida !Há beleza no lodo recolhida,cohío íesiia de luz em toda a parece . . .

LEONOR POSADA

'A ivl/M

E ASSIM FALOU...

POR WENCESLAU ROSA

AMEI a vida, e desgraçadamente a

vida chicoteou-me cora lategosde maldição. Olhando-a frente a

frente, bradei-lhe que a sorte das mui-tidões era beber a cicuta que envene-nara Sócrates, era carregar o estigmaque marcara a fronte de Caim: — ea vida, indiferente, seguiu sua trajeto-ria, alheia à minha dor, surda à minhasúplica. |

No quietismo da tarde uma legendase destacou, resplendente e viva: —" Tudo é vaidade e aflição do espí-rito !" i

E eu fiquei a meditar no vasto arse-nal de sistemas e doutrinas que consti-tuem a essência do conhecimento. Naverdade, tudo era "hipótese", consoan-te a afirmativa de Hartmann, e maisdo que hipótese, era incerteza, confusio-*nismo, segundo a filosofia de Nietsche.

Vi, então, desmoronar a Babel doslivros. Vi cair Darwin com o seu sis-tema ousado de anteposição à fórmulamosáica da existência; vi ruir fragoro-samente o "fraternismo universal" cieAugusto Comte, que tentara irmanisaros homens, fazendo dêles pequenos deu-ses; vi tombar Hegel com os seus cál-culos avantajados sobre a velhice do glo-bo terrestre; vi Spinoza pói- terra coma sua "ética do Universo"; vi todoscaírem — Hobbes (o homem devora ohomem) ; Kant, de envolto com a suacrítica da razão pura; Laplace, com asua teoria das nebulosas; Leibenitz, coma sua filosofia infinitesimal; Spencer,com a ma dura conpepção da justiça;São Thomaz de Aquino e santo Agos-tinho, o sustentãculo da Egrej a e o sus-tentáculo de Deus...

Para que amar a vi_da — "miséria

do Corpo, tormento da Vcmtjde, festioda Inteligência", no dizer de Eça? —Vi que a vida era má, porque era adestruição. E amaldiçoei a vida.

Depois amei o homem, e o homemolhou-me cheio de desconfiança, levan-

do a mão, instintivamente, ao cabo dopunhal. Sorri tristemente à sombra deminha sombra e segui-me pela estradaagreste de meu destino.

Fui à procura da mulher — tessiturade sonho, de ideal e de arte; comtudo,na caminhada ingente, não divisei o sol,aquêle sol vivilicante do personagem deIbsen: jamais apertara nas minhas mãostrêmulas as mãos pálidas de Ophelia,jamais roçara meu rosto calcinado aorosto suavíssimo de Beatriz. Em tornode minha alma rodopiou o veneno daluxúria; Messalina no trono da sensua-lidade, espumando ódio e cólera; Mac-beth com as mãos tintas de sangue...

No entanto, que desejo em mim ha-via de dizer à mulher, como no para-digma de Dante — RecoMa-te de mim !

Ao longo de minha estrada deixei fi-car a estranha Fonte do recado, Ve-nus Aphrodite caída do sétimo céu;afastei-me cfieio daquêle rancor que fi-zera Jesus balbuciar tremente — nolime tangere !

Amara a mulher, amara o amor. Etodavia nada subsistira. O amor — abizarra obcessão consciente, no conceitode Danville — encheu-me a existênciade escarneo. E tudo, aos poucos, foi ce-dendo lugar ao vazio. Tudo passou,porque, afinal, tudo passa !

E agora? Ah, se a fé consolasse, sepudesse encontrar nas religiões a pazdo espírito — o brahmanismo... nadaquerer, nada esperar, nada (fesejar...

Em vão, porém, luto contra o tédioque me devora. Tédio, indecisão, an-gústia...

** *

Ouço, ainda, a voz do^velho filósofode* barbas brancas.

Olha-me cansado, faz um gesto vago.Fala como Thimon de Athenas: —

— Passa e maldizes quanto quiseres;mas passa, não estejas aí...

CARNAVAL

O Carnaval tem a sua origem namais remota antigüidade. Asfestas carnavalescas eram ceie-

bradas entre os povos antigos nas épocasprincipais das mudanças das estações.As festas religiosas do passado pare-ciam estar presas à origem e aos prin-cípios divinos da fecundidade.

Para nós, essas demonstrações dospovos antigos representam quadros gros-seiros e repugnafites na prática públicade licenciosidades, mas que para êles re-presentava o mais profundo e delicadodos sentimentos, o mais nobre e o maissanto na natureza humana: a perpetua-ção da espécie.

Os politeistas, por não possuirem osmesmos dogmas que nós, por não seremespiritualizados a nossa maneira, os ca-tólicos não os podem compreender. Enecessário contudo compreender e acei-tar que o antigo- paganismo tinha osseus sentimentos religiosos e morais naprática e no uso das suas religiões.

As Bacanais, as festas em honra aDvonisio eram demonstrações públicasem que as mulheres rendiam soLenemen-te e piedosamente o culto do Deus su-preino da fecundação, o mais alto prin-cípio divino do amor.

As festas de " Cybele", a grande ebondosa deusa, não eram mais que umabrilhante demonstração dos princípiosda fecundação.

. As " Saturninas", " Panathenéas"," Eleusianas", " Mithriacas", " Adoria-nas" e " Aphrodisias", todos esses no-mes das festas antigas, consistiam emmagníficos cortejos onde se misturavam

os sacèrdotes, sacerdotizas, os homensde destaque, e o povo numeroso. Lá iameles entre cantos, entoando córos, acom-panhados com instrumentos. Tambores,cimbalos, etc.

Foi assim que o Carnaval nos veioda mais remota antigüidade.

No século XVI, nos fins da EdadeMédia, o carnaval era a festa da " Na-tividade", dos " Innocentes", dos "Loc-cos" e do "Anno".

Em Veneza essa festa tomou novafeição. Um esplendor magnífico numcarater de graça, a alegria chegou aoauge.

Na França, no reinado de Luiz XIVo Carnaval era igual ao de Veneza êmfinura, graça e alegria. Já com LuizXV, Paris começa a vêr o Carnavaldiferente, já é festa do povo, sem ele-vação, sem o senso da beleza e do gostoestético.

O M f. L H O — 40 — I I J — 1 9 4 8

INEXPLICÁVEL

Junto ao muro, na casa da visinha,Havia lindo e esbelto cajázeiro;Após a primavera o outono vinha

De frutos d'ouro revesti-lo inteiro.

Da copa verde as flores que continha

Caíam sempre sobre o meu terreiro.

Á sombra dele, ao sol, pela tardinha,

Senti nascer o meu amor primeiro

Agora indago, trêmulo e tristonho,

Lembrando sob as ramas escondida

Essa linda visão que foi meu sonho:

— Por que fugiste para tal distanciaE não estamos, neste fim de vida,A recordar juntinhos nossa infância ?

DOMINGOS HUOIM

«iB*I««

I

oTESTEDAHDAUGAm a elegante dama assiste

A um por »•» a 9 sirigeleza>d».. •*»Mcan t:u. s«p--

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«.,, senhor, existe..Qoe dÁBBfB »W la! R-qS-"entre mim «essa Marquesa

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Não-ÍOUarda RANCOR

Obedeço à ínf- ¦ Òofeteío . . .w a infinita fei j >

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aí«nÇar . . ,/ Pedra 9"» ffle vei"o

»,u em cheio .Voü «gíIíndop- •*- * MT. °da "'*-'..no coração.

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Pôde seca i Um mais fo^e S0J ,•„Seca-J0 ainda na J de es«ona -nascente

^resce .. fi

°'a ruidoso e JÍ °atjnuam^e.

A derrubar 0 «,,„ ' °fa SOmí>«o,

*** « «co„lra , fE orffulhoso edPnJ•«¦•s^est^****»'

p au.x,,J0 alheioB humilhado im-, a

S' Cncon^ o Oceano,

LUIZ OTÁVIO

SOCIEDADE SEM DEUS?BELARMINO VIANA

HOMENS

sem entendimento fazemperguntas que não podem .discernir.

As tradicionais sociedades huma-nas, nesta altura do século em que vive-mos, estremecem sob os efeitos da agitaçãoque toma vulto no pensamento da massahumana. Esla, sacudida pela influência deidéas novas, desenvolve a luta pela liber-tação da ignorância, de eexploração e damiséia em que as camadas cultas e inre-quècidas a lançam.

As camadas cultas procuram manter-sea tona do oceano eiiraívècícto pela cruelda-de e a injustiça que tomam vulto no sé-culo XX.

Foi a ciência que transformou o pensa-mento humano, criando inventos que setraduzem por força do hábito, no bem es-tar dos exploradores. Foi a ciência que cri-ou e pôz em função o aperfeiçoamento domecanismo social escravisador da mesmainculta. .

Foi a ciência ainda que criou e aperfei-çuou cs engenhos e a técnica destruidorada carne humana; destruidores também dosbens produzidos pelo labor dos governados.Foi a ciência, caída nas mãos de explora-dores perpétuos da humanidade, que apre-sentou os processos técnicos e estratégicosde dominação das sociedades humanas. É aciência, a serviço do espírito aquisitivo dehomens sem discernimento e sem amor,que domina tecnicamente todos os camposde atividade da humanidade. Por uma téc-nica desconhecida do homem comum, oshomens aquisitivos e dominadores, se uti-lizam cientificante de certa imprensa "mo-dernizada" apenas para manter o estatuo-quo das instituições decrépitas, favorecen-do o ludibrio e a dominação do esforço damassa humana. Usando os pregões dos va-lores horizontais deixados pela tradição,esperam os arcaicos orientadores deter aevolução das mentes cançadas de esperar,obedecer e sofrer.

Estão muito distantes das realidades ver-ticais os que ainda procuram injetar namente da massa humana o narcótico dacrença e das filosofias absoletas.

Ouve-se por toda parte opiniões antagô-cas em relação ao que vai pelo mundo nes-ta hora de transição de valores mentais.São opiniões exatas, mas só têm suas ra-zões de ser, na natureza de suas origens.

Que classe de opinião pode oferecer umfilosofo? Cada filosofo explica a perturba-ção e a agitação cias massas, baseado noseu princípio filosófico. Cada sociólogo ex-plica o movimento social do mundo, basea-do nas concepções tradicionais da sociolo-gia. Cada técnico militar explica e resolveos mesmos fenômenos sociais, à luz dos

conhecimentos técnicos e estratégicos dasua profissão. Cada crente explica os fe-nomenos sociais da nossa era, à luz da suareligião, culpando sem remissão os cultorese crentes das outras" religiões. Os govêr-nos, por sua vez, orientados por pessoas detodas as modalidades de pensamentos filo-sóficos, exercem suas atuações na massade governados, com a força e a violênciados fatos consumados, procurando, conci-ente ou inconcientemente, não levar em con-ta a variedade de sentimentos e necessidadesque agitam os governados.

A quem cabe a culpa do desentendimen-to? Ao homem que pensa e compreende osantagonismos? Ao homem da massa, igno-rante e explorado, ou do homem que go-verna, armado da cultura, dos poderes quea ciência lhe oferece?

Não é a luta para viver o que mais preo-cupa o homem de pensamento. Pois esteconhece as causas profundas das ocorrên-cias político e sociais do seu século. Sabedistinguir, sem perigo, de ilusão, os fato-res primordiais. Sabe que por traz das fiíõ-sofias, das religiões, das técnicas e dos sis-temas sociais, há uma intenção que se ve-rifica incorregivel na força absurda e pre-ponderante dos que tem as posições de man-do em todos os setores das atividades hu-manas.

Estes são os homens portadores da am-bicão, são os conhecedores das técnicas fi-losóficas e econômicas, são os arbitráriosmanipuladores das causas da miséria queassoberba uma civilização. São estes os quesopram os ventos da inquietação humanadizendo: é necessário ^^b^mh^^^mtrabalhar e produzir,sem o que a pátria ja-mais endontrará esta-bilidade ou salvação. Énecessário um povêrnode força, sem o quenão haverá ordem. Énecessário reeducar o

"povo, na fé em Deus

porque do contrário omaterialismo tomaráconta do mundo.

Todas estas expressões já significam apresença da confusão e do caos crescentesque vão pelo mundo. Onde está, onde sepratica no mundo atual, o sistema filosó-fico, a doutrina social baseada na verdadee na justiça? O que significa o processodo cambio, que dá em resultado a carestia,a miséria, e a subjugaçãò econômica dospaíses. O que significam a fraquesa orgâ-nica as doenças contagiosas, como a lepra,a tuberculose e o canser nos países adian-tados e que possuem meios de transporte,academias, comunicação e produção emabundância? Ao lado de tudo isso, a defi-ciência alimentar da massa e a permanên-cia da ignorância não são fatos evidentes?

É por estas razões, que a confusão e o^caos terminarão por um choque tremendoentre as ideologias que não conduzem oreto espírito do entendimento e da razãoe que não há mais possibilidade de evitaro choque destruidor das. sociedades e da ei-vilização. . i

O pensamento da massa humana estárompendo os compartimentos estanques.criados pelas ideologias do passado, unin-do-se vertiginosamente no sentido da uni-dade social humana. Cada dia que se pas-sar daqui por diante, a velha ordem sociale filosófica rolará mais no declive que dápara o abismo da corrupção em todos osaspectos da vida hhumana.

A seguir, o homem que pensa, "encontrarána vida do seu pensamento a seguinte afir-mativa: o maior problema do mundo, é oproblema do homem. " No homem se en-cerra o problema do mundo", diz o pensa-mento universal de Krishnamurti.

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MALHO — 42 — III 19 4 8

PARA GALERIA

DOS FANS

Mary Hatchcr, a mais recente descoberta de Hollyivood, fciz sua estréa na tila nó filmeda Paramount que apresentará 36 estrelas, intitulado "Miragem Dourada .

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M artha Vickers que cst.i noelenco de "Um Sonho e um;;Canção" e "Ninguém Entendeas Mulheres"

ser publicadas em revistas e den-tro de pouco temjto um produtorde Hollywood se interessou pormim. Ao ser chamada à cidade docinema, assinei um primeiro con-trato. Os papéis que então me de-ram foram de tal insignificanciaque preferi voltar ao meu antigotrabalho. Foi então que o foto-grafo da Warner Brus., Tom Kel-ly. me descobriu. Êle estava en-carregado de fotografar váriosgrupos de modelos com o fim deescolher uma jovem de fisxo mui-to especial para um dos papéis de"Á Beira do Abismo". Entre de-zenas de modelos fui eu a escolhi-da e logo contratada pelo produtor-chefe Jack L. Warner, que me su-çeriu uma pequena alteração nqmeu nome. Eu me chamava Mar-tha Cac Viçar e passei no cinemaa chamar-me Martha Vickers.

Quais são seus esportes pre-diletos ?

Meus esportes prediletos sãoa natação e a equitação.

Qual é o maior sonho de suavida ?

CELEBRIDADES EM FOCOO, REPÓRTER EM NOVOS "BATE-PAPO"NA MAIS FAMOSA CIDADE DO MUNDO

FOI no "set"

de "Ninguém En-tende as Mulheres", da

warner Bros, que fomos encontrarMartha Vickers. Trata-se de umaatriz nova. que vem cada vez maisganhando popularidade junto aopúblico, que não se cança deaplaudi-la em suas apresentaçõescinematográficas. Ao pedirmosque nos contasse a sua carreira ar-tística, imediatamente se pôs anarrá-la:

— Eu nasci na bela cidade deAnn Arbor, no estado de Michi-

gan. No ambiente universitáriodessa cidade passei a infância emcompanhia de meus pais, que em-bora em condições modestas seempenharam na minha educação.Estudei em Chicago.Miami, SaintPetersburg, Detroit e Dallas, sen-do que cheguei à Califórnia em1940. Na universidade, tomeiparte em um sem número de espe-táculos de estudantes. Termina-dos meus estudos, consegui umemprego como modelo de fotógra-fos . Minhas poses começaram a

Por NEWTON COUTOEscrever uma grande novela

a que já dei titulo.Quais são seus próximos fil-

mes ?"Um Sonho E Uma Canção"

(the time, the place and the girl)e "Ninguém Entende As Mulhe-res" (love and lern).

Satisfeita nossa curiosidade, des-pedimo-nos de Martha Vickersdirigindo-nos para os estúdios daRepublic Pictures para o "set" 011-de se filmava "Façjanha Incrível"(Rendevotiz With Annie). Lá

O MALHO 44 I I I — 1 9 4 8.

pretendíamos conversar com e:sartistas Eddie Albert e Fay Mar-lowe, dois dos intérpretes do men-cionado celulóide. A nossa sortefoi tão grande, que os encontrámosnum intervalo de filmagem.

— Eddie, nós queríamos ,cab:ro que mais ambiciona na sua vidaartística ?

Dirigir um filme. E' â minhamaior ambição e, se Deus quizer,hei de cumpri-la nem que para issotenha que fazer os maiores ..sacrifi-cios . . .

Que acha do filme que estárodando ?

Muito interessante e que vai

agradar ao público.Se não fosse ator o que pre:-

tendia ser ?Engenheiro.

Depois deita resposta passamospara Faye Marlowe.

Faye, é bom ser atriz de ei-

nema ?

Codie Albert que \az interessantes revelaçõesnesta reportagem

BJjp

JSSsassaTssssssTsaTssKl.

¦¦ '¦'¦

Fay Marlowe, que aparece em "Façanha Incrível".

Bem, ser artista de cinema não é fa-cil, pois trabalhamos muito. Ora os cansa-tivos ensaios, ora são as filmagens. Enfim,são milhares de coisas que temes a enfren-tar, mas tudo é compensado pelas cartas dos"fans",

pela admiração que nos disp:nsam,pelos elogios das criticas. Tudo isso nosconforta, porque sabemos que estamos tra-balhando para toda essa gente.

Qual dos dois mais gosta. Cinemaou teatro ?

Cinema, pois a sua penetração émuito maor que a do teatro. Aonde vai ocinema o teatro não vai. Fica restingidoapenas ao país onde representamos. Siquizermos atuar noutro país, temos queatravessar as nessas fronteiras . . .

Gesta de cozinhar ?Gosto. Adoro fazer comida, por isso

tirei um curso de culinária.Pode uma estrela de cinema ter

filhos ?Uma artista de cinema pode muito

bem ter filhos. Basta ter uma ama paracuidar deles enquanto estamos nos estúdios.

iip

*'»¦? '* V." '• 1;/ - ..•- •., i-J, • '. *'/:?¦''¦" ''¦¦?:*' " ¦ ~ ^:Sfr< • '* :, .:,' . ^« •"•'•' -->•' 4 ¦• ¦*•¦• » . •*'' ••¦•¦ . ;i.,\ ' ... .- .¦» ; V • • •••;.: ". •' !>, ^ , '' ; ? * , : ' '' ! , :

A primeira dama da téla, Greer Garson, que tanto empolga o público comas suas "perfomances", adora repousar no jardim da sua casa, e é amigaincondicional dos cães. u

NO M U N DO

KATHLEEN Luckhara fará a

esposa de Albert na superprodução de Dcvrryl F. Zanuck"Gentleman s Agreement", da Fox,co-estrêlado por Gregory Peck, Do-McGuire e John Garfield, sob a di-xeção de El:a Kazan.

JEAN Peters seguirá seu su-

cesso em "O Capitão deCastela" com outra grande inter-pretação em "Spoonhandle", aolado de Dona Andrews.

JOHN Payne e George Mon-

itgomejrf serão os irmãos —pistoleiros em "The Ballad OíFurnece Creek, que H. BruceHumberstone dirigirá.

É um drama do Oeste, e em suamaior parte será filmado em Mo-nument, Arizona, o mesmo localonde se filmou "Paixão dos For-tes".

AGORA que

"The Foxes OfNarrow" foi terminado, Rex

Har,rison esaá arrumando as ma-Ias para voltar à Inglaterra, ondefilmará "Escape",

INDA Darnell vem de regres-'— sar de sua longa excursãopela Europa, prêmio de seu traba-lho em "Forever Amber", e dentrode poucos dias começará "TheWalls Of Jeiricho", sob a direçãode John M. Stahl.

O MALHO

DO CINEMA

DIANA Winyard, a inesquec:-

estréia de "Cavalcade", acabade chegar a New York, depois deinterpretar ao lado de PaulettsGoddard um dos primeiros papéisem "An Ideal Nusband", produçãode Sir Alexander Korda, que serádistribuída mundialmente pela Fox.

FOI terminada a filmagem de"Daisy Kenyon", o vigoroso

drama que Joan Crawford inter-preou para a Fox, com todo o ar-roubo e força emocional que cara-cterizam o imenso talento da gran-de estréia. Para nós, é possívelque o filme se chame "Êxtase DePaixão". ^Outros no elenco: Da-na Andrews, Henry Fonda, RuthWarrick, Peggy Ann Garner,Connie Marshall.

CHEGOU a Londres, onde foi

conferenciar com Sir Ale-xandeer Korda, o sempre sensacio-nal Orson Welles, que será o di-retor e o astro de "Cyrano DeBergerac" a famosa peça de Ed-mond Rostand.

Sir Korda anunciou que BenHeciyt se encarregará do "script"e que as filmagens serão iniciadasem breve. Também Cary Grantchegpu à capital inglêsa, onde es-tá em entendimentos com SirKorda e Carol Reed, o notável di-retor britânico.

— 46 —

NOTICIA S DE

HOLLYWOOD

Por LEROY MARCH

I UDO parece confirmar os' rumores de que Beaty

Grable vai retirar-se da téladedicando-se a seu marido e fa-milia.

A 20 th Gentury está, em pai-pos de aranha para conseguiroutro simile de miss Grable,muito embora a linda Alice Fay,que também faz "chiqué"

paratrabalhar agora, aí esteja.

A despeito de abalisadas opi-niões sobre o enlace JoanCrawford e Greg Bautzer, te-mo-lo visto em volta de Majrtha0'Driscoll, e com frequencia.

William Powell é o mais or-¦glulhoso dos pais de Hollyocddesde que William Jr se gradu-ou em Princeton.

Ginger Rogers tem produzi-do seus proprios

"films" ultima-mente, e agqra deseja adquirirum assunto em que possa estre-lar com Clark Gable.

Grace Moore morreu justa-mente poucos dias antes de as-sinar um contráto, por muitosanos, na téla, donde se haviaafastado.

Logo que finalize "The LoveStory", Katherine Hepburn vol-tará a New York, em periodode férias . . .

Antônio Moreno continua omesmo grande astro dos filmessilenciosos, haje em vista seusucesso em "Captain f(rom Cas-tille" . . . Herbert Marshall es-capou de um desastre com o seucarjo quando se dirigia ao restau-rante Romanoff . . . Max Fac-tor Jr. acaba de preparar umformidável "make-up"

para atelevisão ... O novo film deAbbot e Costello se^rá feito naInglaterra, para o produtor in-glês Arthur Rank . . . Um paramoroso: George Brent e Ja-net Michaels . . . Jane Russe!,na sua primeira exibição no Ra-dio, demonstrou que possúetanta voz como uma bela figurade mulher . . . Os ex-pugilis-tas Maxie Rosenbloom e MaxieBaer, agora comicos de NightClubs, vão produzir um "film"estrelado por eles . . . Ouvique a senhora de Frankie Sina-tya volta ao cinema . . .

I I I — 1 9 4 8

NOTICIA S DE

HOLLYWOOD

Por LEROY MARCH

I UDO parece confirmar os' rumores de que Beaty

Grable vai retirar-se da teladedicando-se a seu marido e fa-milia.

A 20 th Century esta, em pal-pos de aranha para conseguiroutro simile de miss Grable,muito embora a linda Alice Fay,que tambem faz "chique"

paratrabalhar agora, ai esteja.

A despeito de abalisadas opi-nioes sobre o enlace JoanCrawford e Greg Bautzer, te-mo-lo visto em volta de MairthaO'Driscoll, e com frequencia.

William Powell e o mais or-¦glulhoso dos pais de Hollyocddesde que William Jr se gradu-ou em Princeton.

Ginger Rogers tem produzi-do seus proprios

"films" ultima-mente, e agqra deseja adquirirum assunto em que possa estre-lar com Clark Gable.

Grace Moore morreu justa-mente poucos dias antes de as-sinar um contrato, por muitosanos, na tela, donde se haviaafastado.

Logo que finalize "The LoveStory", Katherine Hepburn vol-tara a New York, em periodode ferias . . .

Antonio Moreno continua omesmo grande astro dos filmessilenciosos, haje em vista seusucesso em "Captain f(rom Cas-tille" . . . Herbert Marshall es-capou de um desastre com o seucarjo quando se dirigjia ao restau-rante Romanoff . . . Max Fac¬tor Jr. acaba de preparar umformidavel "make-up"

para atelevisao ... O novo film deAbbot e Costello se^ra feito naInglaterra, para o produtor in¬gles Arthur Rank . . . Um paramoroso: George Brent e Ja¬net Michaels . . . Jane Russe!,na sua primeira exibi^ao no Ra¬dio, demonstrou que possuetanta voz como uma bela figurade mulher . . . Os ex-pugilis-tas Maxie Rosenbloom e MaxieBaer, agora comicos de NightClubs, vao produzir um "film"estrelado por eles . . . Ouvique a senhora de Frankie Sina¬tra volta ao cinema . . .

v**pja

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„ «erd^york.

Bolcro d« Vur**'

Mo*510 ^

Esforçam-se

alguns costureiros em uniformi-zar o comprimento das saias para uso du-rante o dia.

Certa estabilidade, pelo menos nisso, não fazmal a ninguém.

Questão de entendimento entre Paris e NewYork.

Todavia, e ao que penso, lucraram as mulheresem cobrir os joelhos, ao menos nos trajes de rua.Que nem todas podem exibi-los francamente, porsêr um tanto difícil possuí-los impecáveis.

Altas e esbeltas foram beneficiadas, as bai-xas também, mais sacrificadas com as saias cur-tas, principalmente quando propensas à adiposi-dade...

Mas a moda procura permanecer pratica, da-das as condições de vida da mulher atual.

Prática durante o dia, benefício que se es-tende à multidão de elementos do sexo fraco em-penhada em trabalhos nos escritórios, reparti-ções públicas, casas de comércio, etc. Também paraas outras, as que fazem de uma ida^à cidade, umalmoço, um chá, uma visita, um "cocktail" umprograma de atividade quasi diário.

São de Henri Bendel, N. York, estes ves-tidos para \de noite: casaco de "lamé" azul-verde no primeiro, que é de organza preta;corpete de veludo azul anil no segundo, queé de "chiffon" da mesma côr; corpete develudo escarlate no terceiro, talhado em

"faille" branca.

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Queixam-se de cansaço, como se vivessem empenhadas

em conquistar, com o suor do rosto, o pão de cada dia.

Deus as conserve na sua santa guarda IÀ noite a moda é suntuosa, fantasista e fantasiosa, rica,

cativante, sedutora, incomparavel.Com os vestidos de muita roda, uns de matéria leve,

outros talhados em sedas magníficas como brocardo, ce-

tim, tafetá, as mulheres surgem radiosas de boniteza, di-

vinamente elegantes.Paris fala pelas criações de Grés, Maggy Rouff, Pa-

quin, Balenciaga, Dior, etc. apresentando-as com exube-râr.cia de roda nas saias e estreiteza nos corpétes.

Para a rua ainda Maggy Rouff passa de um extremoao outro compondo saias estreitas e longas para os seus"tailleurs", o que também se vê nos modelos de Patoue Jacques Griff.

Franzidos, folhos, plissados, "godets" tudo se ern-prega nos vestidos de agora, época em que a tarefa defeminilizar as roupas femininas é das mais frizantes.

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Irene, o maior expoente em desenhos de vestidos paraas estrelas, ideou para Jeanette MocDonold apreseii-lar-se cm algumas cenas dc " The Birds and the Bees ¦Um é branco, com bordados de missangas douradas, ooutro acul áyita, com orquídeas num lilás delicadts-sinto, <) ultimo preto, com lantcjoulas pretas sobre a

fina renda de seda que o completa.

Para jantar é este traje de Mvrna Loy, desenhado por Irene,da Metro-Goldwyn Maycr. O blusão é bordado de branco

e ouro.

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Moderno traie de cetim prelo, puro jantar

Kenelh Hopkins criou esle lindo chapéu paran rosto bonito de Dorothy Patrick, artista daMeln)-(joídicyn em " Till lhe C/ouds Roll By".

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JSjíí / />r<?f0, grande, de palha inglesa, aba dobrada à frente, umvéu até a testa, que é a de Dorothy Lamour, artista da- Para-

mount em "My Favorite Bruneite". Criação de Josephi.

CHAPÉUS MODERNOS

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Outro chapéu de palha inglesa preta com rosas de côr. Desenhode Casper Davis £ara Diana Lynn, astista da Paramount em" Easy Come, Easy Go".

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Mais um lindo chapéu de Diana Lynn, criação, porém, de Ken-neth Kopkins.

Ê da lavra de Madame Pauline — AT. York — este graciosochapéu adornado com fitas.

Um chapéu atualissimo, de Lilly Daché — N. York

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¦ERÃO ou inverno, outono ou primavera, em qualquer estação, mesmona calmosa em que a maioria da aristrocracía social se vai para Pe-tropolis, Terezopolis, Friburgo, ou às estâncias de águas, mesmoquando toda a conversa, até no mais ligeiro encontro, se inicia como clássico "Que calôr", a carioca não dispensa a pequena refeição das

três da tarde, que é o chá ou o mate, que é um sorvete, também uma salada de frutas.As confeitarias do Centro, da Cinelandia, dos Bairros, ficam apinhadas dos que vão para o "lunch",

leve e bemfazejo, precedendo o jantar, precedéndo, ni maioria dos casos, o aperitivo que, nas rodas degrande "chic", vai das seis às oito.

A' tarde porém, às três, na cidade ou nas residencias particulares, a bebida fria ou quente, combiscoitos, um doce ou uma "sandwich".

E' o intervalo entre as compras e o que resta j fazer, é o motivo para troca de idéias, ou a divul-gação de um malicioso "potin". ,

Costume radicado no Rio, em Buenos Aires, na America do Norte ou na velha Europa que seesforça herculeamente para vencer o cáos em que a deixou a última guerra.

Vamos tomar cha ?Sim, gelado... Não, de preferência um mate

gelado, por certo, bem brasileiro e saboroso, maispróprio, como refresco, aos dias quente/s que o ve-rão nos proporcinona cm uma prodigalidade excepcinal... Matee !

Ali no ambiente bonito daquele salão empleno coração da cidadc, £>osto sobre serviçosamericanos como bordados nos mais finos ma-tizes, sorvido pelas bocas rubras das mulhe-res que se vestem de fustão branco, ^debranco, de algodão em listras, de "shan-tung" de seda nos mais alacres tor^s, ves-tinclo estamparias alegríssimas, vestidosabertos no colo e nas costas, sem mangasou apena sum simulácro delas, vestidosfrescos e juvenis confundindo gentemoça e menos moça nessa hora da lar-de em que o sol, em pleno apogeu co-meça a adquirir cabiantes de rosa, deescarlate e de ouro velho nosocásos sensacionais que empol-gam toda gente desta mara-vilhosa S. Sebastião do Riode Janeiro.

Mate gelado .Simples ou com leite?Simples. Porque nu-

tre e não engorda — re-mata, num sorriso, a lin-da senhora de olhos ver-des e a esbelta linha quea elegância dita à mu-lher da atualidade.

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— 52

Decoração

da Casa

Confortável e bonita sala de estar. O "chintz"do sofá figura nas portas, ladeando uma cor-tina verde, do mesmo tecido de duas almofa-das que estão no sofá. Uma poltrona com te-cidcr veludoso créme e "marron", em listrasa outra branca, côr do " abt-jour" das lampa-das cujos suportes são de estatuetas de bron-ze, mesa com tampo de vidro em madeira bran-ca, tapete verde médio na sala inteira.

Outra modalidade de canto de " living, room": estofo rosa salmonado no sofá"capitonné", na poltrona um cetim créme estriado de escarlate. Cortinas demusselina rosa sol, sanefa vermêlha, e, no chão, um tapete cinza escuro.

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E MELHOR ORGANIZAÇÃO DO BRASIL65-RUA DA CARIOCA-67

RIO

SEGREDOS DE BELEZADE HOLLYWOOD

Por MAX FACTOR(FAMOSO CONSELHEIRO DO ,, MAKE-UP "

DAS ESTRELAS DO CINEMA)

A ALGUMAS vezes bondosa e muitas vezes crueldeidade que governa todo o cinema, a bilheteria, é

quasi a única responsável pela formula altamente sen-sivel para a beleza feminina do mundo, insiste MaxFactor, Jr, o grande az do "maquillage" no setor cine-matogjafico.

Este famoso criador do "glamour" friza que cadanovo elemento no cinema é submetido aos exames noartista do "maquillage" antes de aparecer mesmo dian-te da camera. Neste exame, a altura, o peso, o andar,o porte, a voz, os contornos do rosto e do corpo, a apa-rencia e o colorido da pele — tudo é analisado.

Obviamente, a razão primacial desta exaustivaanalise é que o dono do estudo tem altas esperançasde transformar esta personagem numa atração finan-ceira para as caixas dos cinemas e teatros.

Mas, Max Factor Jr. lembra, todos os construti-vos pontos da aparência pessoal e do "glamour" queresultam desses exames e analises dos estúdios profis-sionais encontram sempre, eventualmente, colocaçãonas praticas de aparência pessoal de todas as mulhe-res do mundo. k£

Esta mesma autoridade declara que a .grande pro-pagação no aparecimento do "glamour" feminino, go-vernado por estritas, mas sabias regras, é quasi apenas*o resultado do estabelecimento, pelos estúdios de cine-ma, do "maquillage" e do trato pessoal como uma Ar-te, mas uma arte com letra grande.

Antes do estabelecimento deste ponto, .o "mak-

up" e o "grooming" eram cousas desconhecidas. Ape-nas quando os chefes de produção descobriram que aspossibilidades financeiras andavam na razão direta dasaparências perfeitas e do "glamour" transferidos paraa tela, viram que se tornava necessário e de grande va-lor (formular i&çftss exatfas e cientificas 'parVi

normas de tais realizações.Segundo Max Factor Jr. a maioria das mulheres

hoje segue o exemplo das artistas do cinema, consci-ente ou inconscientemente, aplicando nelas mesmas asbásicas regras do "make-up" das artistas desde a pon-ta dos pés às extremidades dos cabelos.

O principio fundamental que existe atrás de cadamaterial de .maquillage", exemplica Max. Factor Jr,não é simplesmente um assunto de "rouge" e "baton",

mas ilusões óticas tais como as que, falando de ummodo geral, se aplicam à arquitetura, decorações de in-teriores e desenhos de vestidos.

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KRIST1NE M1LLER, beleza descoberta pelo produ-tor \Wállfá, figurando agora em "Iwalk Alone", daParamount. , i

Um entendimento natural deste principio é o quese pode chamar gosto artístico, no opinar de Factor Jr.

O rosto redondo, a gordura, os pés girossos ou ostornozelos exagerados, e todos _os casos contrários aestes são assunto de correção com o dessenvolvimentode uma ilusão ótica. E os resultados das observaçõesdos homens do "maquilloge" nas estrelas do cinemaensejam valiosissimas informações para as suas irmãsnão profissionais.

(Continua no próximo numero)

... .'....iimai. t APARELHOS PARA JANTAR, CHA E CAFÉ. FAGUEIROS. CRIS-NOVIDADES PARA PRESENTES! tais porcelanas, pratarias. bronzeste OBJETOS de arte

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Quando penso nos teus seios,Minha mão, devagarinho,Vai, em ternos devenêios,Tomando a fôrma de um ninho...

O meu olhar é um peralta,Que não tem geito, menina:Tudo aquilo que lhe escondes,Por vingança, êle imagina...

Menina, quando passares,Cuidado com o teu pézinho:— Não vás machucar minh'alma,Que se estendeu no caminho.

A raiva maior que eu tive,Eu tive porque sonheiQue estava quase a beijar-te...E de repente acordei 1

Quero dizer-te um segredo,Em uma linguagem louca:Não de bôea para ouvido,Mas de bôea para bôea...

Não tenho "õ menor receio,Menina, em pecar' contigo:Ante a delícia do crime,Pouco me importa o castigo !

Quanto a mim, só me arrependo,Se me ponho a recordar,Dos pecados que, podendo,Eu deixei de praticar.

' SOARES DA CUNHA

A SAÚDE ALHEIA

A tosse e o espírro propagam a

gripe, lançando contra os cir-cunstantes mucosidades do narize da garganta, as quais contém

germes da doença.Il

Quando tossir ou espirrar,

proteja o nariz e a bocacom um lenço. — SNES.

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o MALHO — 54 — III — 1943

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CALMARIA

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situação das emissoras,passado o Carnaval, de-pois do barulho atordo-

ante das cuicas e dos tambo-rins, é de perfeita calmaria.Para os efeitos artísticos, ago-ra é que vamos a ter novosprogramas para o ano em vi-gor; agora é que vamos pen-sar nas mudanças dos quadrosartísticos; agora é que vamoster, afinal de contas, a possi-vel tranqüilidade para a vidaremançosa e tranqüila das esta-ções.

Dentro em pouco anunciarãoas mudanças, o que pretendemfazer. Os planos deste ano nãoirão muito além dos do ano pas-sado. Ao que sabemos, as alte-rações são bem pequenas. Tudomais ou menos na mesma coi-sa, sem rumos novos.

Teremos, ainda, infelizmentea mesma política de não desa-gradar os donos da publicida-de. E este tem sido o mal dorádio brasileiro, sem se lem-brar os diretores artísticos, quea púBlicidade deve ser bem ori-entada, de molde a ser a pri-meira a dar idéas aos que apagam, e nunca se sujeitar aemissora aos caprichos e deli-rios dos que entram com a" grana".1 O panorama apezar do noveano vai ser o mesmo,, com pequenas mudanças. Agardamos.

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FRANCISCO GALVÃOIPOSTA RESTANTE

Chega a ser engraçado emcertas rádios, o modo de res-ponder dos seus encarregados,transformando-as em verdadei-ros inquéritos sentimentais.

Será possivel?

"TREM DA~ ALEGRIA"

Anda em férias o "Trem daAlegria", para desencanto deseus fans. Possivelmente, de-pois da volta ao ar tenhamosum concurso daqueles que vie-ram aumentar ainda mais aagravante crise das arrumadei-ras e copeíras. .

Aguardamos.

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DORA LOPES

Continua em grande formaDora Lopes na Nacional, agra-dando em cheio os seus fans.Ela tem sido uma intérpretedas melhores da dupla DjalmaEsteves e Moacir Silva.

Eis aí uma artista, que vemmarchando para o estrelado commuita pressa e

'devido a seumerecimento.

Antes assim.

LADEIRA

O nome de Cesar Ladeiraagitou os cronistas, com a notade sua saída da Mairink. Fa-lou-se em incidentes sérios. Emmuita coisa. Mas, ninguém sou-be afinal dizer que o Cesar andacançado e o público também.Ninguém falou na verdadeirahistória de seu caso, que nãohá dé pasar de uma aposenta-doriasinha remunerada devidoà passagem invisível do tempo.

ANIMADOR

Não foi bôa a substituiçãofeita do animador do progra-ma "Agüente as Consequên-cias". Raul BrunTní indiscuti-velmente um artista seguro, en-controu sérias modificaçõesno programa com a retirada dos"capetas", e não poude fazernada que agradasse.

Por outro lado, tem aconte-cido que as "conseqüências"

perderam aquele sabor agrada-vel de originalidade e de hu-morismo que tanto agradavam.

NOTICIÁRIO

Continua a ser mal feito onoticiário. E custaria, entretan-to, muito pouco o trabalho deselecionar as notas, procurandodar ao público apenas ostele-gramas de última hora que nãotivessem sido ainda publicados.

Apenas um pouco de atençãoe boa vontade.

CELSO GUIMARÃES

Celso Guimarães é um exce-lente locutor, quando nãò ri como auditório, e um bom ator derádio teatro, fracassando mui-to, porém, ao animar o seu pro-grama, aliás dos mais anêmicosdo rádio.

Acontece com fie o que acon-tece com Paulo Gracindo.

SCETVTRO LOTEMCO$y distribua verdadeira» fortuna»

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REVISTA DO RADIO¦¦¦¦*__*__

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AÈÊL—> j—mÊ—í- ¦ ¦

LUPO

Ronaldo Lupo é um cantorromântico, de voz agradável aquem o público quer bem. Estaêle na PRG-3 cantando músi-cas bonitas.

O criador do " TIC-TAC"vai também tomar parte na fil-magem de uma película nacio-nal.

I I I — 1 9 4 8

OS meios radiofônicos, como

os fans do rádio em nossaterra, e"stão de parabéns com orecente aparecimento' da " Re-vista do Rádio", publicação es-pecializada que muito promete.O núnierò inicial, pelo menos,dá ensejo a que se faça esteprognóstico.

Lançada sòb' a direção de umdos homens de_ mais experiên-cia na imprensa radiofônica doRio, que é o cronista e radia-lista Anselmo Domingos, e ten-do como^ gerente Paulo LuizGomes, " Revista do Rádio"tem, só aí, um poderoso ele-mento para vencer. O tirociniode seu diretor , a popularidadede que goza nos meios afeiçoa-dos à radiofonia, o seu elan eo seu " savoir faire" hão defazer da nova publicação umórgão vitorioso.

"Revista do Rádio" contacom excelente colaboração, temsecções interessantíssimas etraz, ao aparecer, um progra-ma bem delineado e constru-tivo. Ocupa-se igualmente de

teatro e de cinema, e é farta aclicherie deste primeiro nú-mero. -

Anselmo Domingos, que sem-pre foi um elemento comba-tivo dentro da sua atividadejornalística, assina uma páginade abertura, da qual transcre-vemos este trecho:" Que fez o rádio brasileiroem 1947? Só uma análise mi-nuciosa deixaria responder con-victamente. Mas alguma coisaa memória reteve com respeitoàs estações do Rio. Num re-lance surge a Nacional, ôficosaanda, fazendo alarde de uma" descoberta" sua, descobertaque se tornou um assunto pro-longadamente explorado: pa-dre Antônio. A Nacional po-rém não foi apenas Tsso, por-que - continuou firme naqueleritmo de desenvoltura que nãose lhe pode negar. E da Tupi,que se diz? Que chegou ao fimdo ano já mais firme no páreoeterno que mantém com a Na-cional. O mal da G-3 foi sem-pre a crise interna. Mas pa-

—- 55 •--

rece ter se livrado finalmentedos entraves para entrar em1948 forte e disposta a ser o querealmente pode valer. Diremosda Mayrink que ela representahoje a tradição de uma épocado rádio. Restringe-se a PRA-9a fazer o que convém às suaspossibilidades. E a Globo? De-bate-se, ainda, em busca de umarota. E a simpática Tamoio?Arrotou valentia e foi a no-caute. Faz força, agora, paraemergir das pilhas de discos,graças ao dinamismo do velho-moço Atila Nunes. E o RádioClub do BrasilJ Vive ao alentode projetos. Também a Guana-bara anuncia mil coisas. As"oficiais", Roque te Pinto,Mauá e PRA-2 padecem domal de ser do governo. Lutamcontra tudo. As outras, Cruzei-rp do Sul, Jornal do Brasil eVera Cruz fazendo o que po-dem, o que está nas suas pró-prias características. Mas fa-laremos delas com maior opor-tunidade.

O MALHO

Direção de C h õ - G h ô * • * *

2.° torneio — Março-Abril

REGULAMENTO

Cada torneio abrange doisnúmeros de O MALHO.

Dicionários adotados — Si-mões da Fonseca (ed. peque-na) ; H. Lima e G. Barroso;Breviário — Sylvio Alves; eProvérbios — Lamenza.

Colaboração — Aceita-mos charadas novíssimas, ca-sais, auxiliares, sincopadas eem verso; enigmas pitorescos;logogrifos em prosa e em ver-so; e palavras cruzadas.

Prazo — As soluções de cadatorneio deverão vir de uma sóvez até 60 dias após a publica-ção da revista.

Correspondência — Deveráser dirigida a "Jogos e Passa-tempos". Redação de O MA-LHO — Caixa Postal, 880 —Rio de Janeiro.

CHARADAS NOVÍSSIMAS1

2-1 — Houve um dcsarranjoem nossos negócios, motivadopor uma intriga daquele bôbo.

Rio — Talvec2

2-2 — Querida, um dia pa-rece um século, de fato, quan-do me encontro separado de ti.

Aracajú-Sergipe —Formiga-Leão.

31-1 — aborrecido, jogou a

pedra de moinho para este lu-gar e foi buscar o cacete.

Rio — E. AuvrayCHARADAS CASAIS

44 — A lampdda de dormitó-

rio, usada pelos antigos mon-ges, fica sempre em um cantodo aposento. j

Rio — Cinco5

— É cousa muito incomo-da, passar o dia inteiro com oestomago vasio.

Mendes — Myself[

— Deixa de tanta praga,"Homem" ICresciuma — Sphynx <

73 — O mundo rola, coitado,

como um cilindro truncado.Rio — Juca Pirolitõ

84 — Não me ofendo, porque

reconheço que sua falta foi in-voluntária. |

Goiânia-Goiaz — Lord9

Ao Fusinho, agradecendo olivro.

2 — Tanto trabalho e tantadifiaffldade em 1947 ! Que 1948Goiânia-Goiaz — R. Tatagibanos seja propício. i

ENIGMA PITORESCO —10

5L^u 4L. i3L.

^3L.

CHARADAS SINCOPADAS11 í

3 — É casamenteiro todo ho-mem honrado. 2

Campo Grande — El Caiu-peador

12 '3 — Fóra da ordem, será

bem difícil a um govêrno diri-gir o país a contento do povo. 2

Rio — E. Auvray..13 • '

|3 — O sucesso recente de

André Gide, conquistando oPrêmio Nobel de Literatura,foi o maior acontecimento lite-rário do ano. 2

Vitória. E. Santo — Eives.G. Ç O. R.

143 — Foi üma pechincha o

preço da pomada. 2Manaus — Amil

153 — Para manter o animo

forte é preciso conservar aenergia. 2

Rio — Seftonlá

3 — Quando vejo uma por-'{ão de gente, o meu coraçãofica em agitação. 2Rio — Portela — G. C. O. R.

CHARADAS EM VERSO18

Ao João Fogaça18

Ao João FogaçaA "mulher" do meu vijinho. 2Tem um gesto muito feio(coisa de toldos os dias). 2.De andar com saracoteio.

Aracajú-Sergipe — For-miga-Leão

CHARADAS EM VERSO2C"Mulher" 6.7.4.13, mode-

re 12.5.1.7.11.4.10 essa pres-sa 9.7.10.6.4.8, nada de bal-búrdia 9.5.3.2.13, o navio sóparte no domingo.

Rio — Raivo UvasAo Eives

... o teu recado 3.1.8.10.2trouxe-me pôr 7.11.9.10.4.1fim 5.6.7.4, uma grande 7.4.5.11.10.4 satisfação.

Rio — Raivo Ilvas

19Companheiro, em minha lista, 2falta a pedra derradeirap'ra que eu seja totalista:a travessa de madeira.Vassouras-E. Rio — Al-Mara

LOGOGRIFOS23

ENIGMA PITORESCO - 32

EM VERSO

Do alto da cátedra, com muito acerto, 4.18.11.7.12Para o certame a voz se fez ouvir, 8.12.10.7.6.11.12E obedecendo em tudo o seu concêrto,Uma charada tento construir. |

E nesta tentativa tudo inverto,Para um trabalho belo produzir. IPorém, logo me encontro num aperto:Luto em vão, nada posso conseguir, 5.1.2.6No entretanto, um consolo ainda me resta,Si deste verso simples, mal composto, 3.11.5.9De tôda a sua essência nada presta,Uma cousa se vê nêle conter,E que lhe_dá algum valor e gosto: 5.12.7.8.9A aparência da tinta de escrever !

Porto Alegre-R. G. S. — Mascarãlo24

(Ao Coringa, dando licença...)INo sitio dum Coronel,

.Velho rico e avarento, 6.5.10.7.8.11.12Picado de cascavel,Tinha morrido um jumento. í *A um seu compadre e amigo .Homem rústico e serviçal,O Coronel João Rodrigo,Contava o caso fatal.

Perder — parece mentira 1Tão gordo animal de raça... 5.1.11.12.2.11.12E o avarento suspira, 9.8.11.1.8Recordando a tal desgraça.

Para não ver a carniça,Nem sentir a podridão, 3.10.5.3.12.7.4Se eu pudesse, por justiça,Tinha-o enterrado em caixão...

í _ *

Não tendo consolo algum,jéca, tristonho, açode:Não se aflija... Cada um

Enterra o pai como pode...Mendes — João Fagunça I

O MALHO — 56 I I I — 1 9 4 8

PALA VA S

Enigma N. 1 — Al-Mara— Vassouras

CRRUZADAS

Enigma -N7 2 — Arnaldo Nunes

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Horizontais: 3 — Favorito.6 — Aglomeração de coisas in-sígnificantes.

Verticais: 1 — Giro. 2 —Junta. 4 — Tagarela. S —Larga.

PUBLICAÇÕES RECE-BIDAS

" Norte-Charadista" — "AEsfinge" — "O Enigma" —" Sul América" — " O Chara-dista".

N. 97 — ERRATALogogrifo n. 37 — o concei-

'o é "Olha".Enigma N. 3 -

SUZZZZZ

SB

Horizontais: 4 — Escalas deserviço. 7 — Relativo a morte.

8 — Fazer guerra. 9 — Pe-quena porção. 10 — Viscosas.

Verticais: Queixas dos páro-quianos contra o seu pároco.2 •— Intrometidos. 3 — Homemde elevada estatura. 5 — Cida-de da Estremadura (Port.).6 — Decepções amorosas.Fusinho — Rio.

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Horizontais: 1 — Cabo ouasa de objéto. 5 — Povoaçãoda Italia. 7 — Hálito. 11 —Arrojar, 13 — Rio do dist. dePorta-legre. 15 — Tafetá gros-so e ondeãdo. 16 — Fricciona.17 — Porção, quantidade. 19

Arapuca. 21 — Rio da Si-beria. 22 — Borras, fezes. 24

Mofa. 25 — Constelaçãoaustral. 26 — Borboleta diur-na. 28 — O mesmo que "om-bro". 29 — Padre inglês. 30

Pisar (uvas). 32 — Espé-cie de abelhas. 33 — Da côrde camurça, 35 — Revestida,pintada. 36 — Ditongo. 37 ¦—Fujão. 38 —¦ Multidão.

Verticais: 1 — Marasmo. 2O mesmo que " E". 3 —1

Planta, o mesmo que nigela.4 — Voz tupi, desig. de sur-presa e saudade. 5 — Filho deJúpiter e de Venus. 6 — Em-baraçado, perplexo. 7 — Mo-

I I I — 1 9 4 8

numento pré-histórico. 8 —Cachimbo indiano. 9 — Sol dosegípcios. 10 ¦ — Anormalidades.12 — Baíaf ancoradouro. 14 —Pôpa de navio. 18 — Honro-so, decoroso. 20 — Valia, al-cance. 21 — Limitada. 23 —Mau, ruim. 25 — Canoa decasca de madeira usada pelosíndios do Amazonas. 27 — Ilhada América Central nas Anti-lhas Holandesas. 29 — Côr deouro desmaiado. 31 — Rasparo sal na peça de salina é jun-tá-lo com o rodo. 32 — Seresfabulosos. 34 — Afinal. 35 —Tempo.

COLABORAÇÕESAgradecemos os excelentes

trabalhos dos seguintes confra-des: João Fogaça, Al-Mar, G.M. Seixas, Fone," Eives, For-miga-Leão, Odlanid, Fusinho,Miss-Tila, Job, Padre Chagas,Radge, Matsuk.

PANORAMA ECONOMICO

O COQUEIRO

TAIS

como se fossem colu-natas de um extranho tem-pio, ambiente antigo onde

se entoariam suaves litanias eCeres-deusa da agricultura-tem-pio ainda por terminar, afir-mando-o a falta do zimbório,erguem altaneiros os coqueiraisnas várias seções litorâneas donordeste brasileiro.

É de crêr que o coqueiro nãosêja nativo désta porção conti-nental, sendo todavia, não ab-surda a hipótese que radica emnossa plaga o coqueiro muitoantes da abordagem dos portu-gueses. Formam-se em tornodéstas magnas questões duasopiniões dignas de acatamento:a primeira hipótese, de nature-geo-oceânica admite a possibi-lidade de virem os"côcos arras-tados em flutuação, segundo ocurso das correntes marítimas;ter-se-ia dado isto aí além pe-los mares em fóra, dando-se,então, uma bizarra semeaduraao longo das práias que inci-dissem com a trajetória dascorrentes marinhas. A segundahipótese, historicamente tam-bém aeeitavel, é a de ter sido ocoqueiro trazido pelos portu-gueses. Em qualquer das duasteses temos o côco firmando o

.mesmo ponto deorigem, a Ma-láia — gfande ásia.

Do exposto iremos a conclu-são de que o coqueiro acompa-nhou a infancia do Brasil. Re-ferem-se ao coqueiro e comoplantação rotineira, os mais re-motos e eruditos autores taiscomo Gabriel Soares, Frei Vi-cente do Salvador e tantos ou-tros. Privando intimamente dosvelhos usos e costumes da gen-te brasileira, o côco traça di-reções a estes mesmos usos ecostumes intervindo um poucomenos do que na gente maláia.Afirmamo-lo porque nas terrasde origem o côco intervêioquasi que cem por cento nausança local fato que não che-

gou a ocorrer entre nós, ondeo ' côco teve que enfrentar acana tão adventícia quanto ocoqueiro e a regionalíssimamandioca.

Passada a fase simplista doaproveitamento do coco entrenós, firma-se um novo estágiode maiores aplicações e de maisapurados preparos, aos quaisfoi chamada a máquina e aí ocôco exigiu para êle um pôstoa meio dos grandes produtosnacionais. Esclareçamos porqueo côco e as suas palmas podemter pretenções a figurar nagrande pauta da produção: pôdeo côco fornecer matéria prima#para a: cordoalha de grande por-te e também escovas, capachosetc. Em face da alimentação ooôco apresenta-se nas mais va-riadas situações que vão desdeo dôce excelente até a bebidadiurética natural e sem congê-neris. Com o côco prepara-seum carvão próprio para os tra-balhos de ourivesaria. Saindodaí vai o côco ao setor oleagi-noso e a éssa altura o seu azei-te emparelha-se com o da oli-veira da mesma maneira que abanha preparada com o côcorealiza concorrência igual coma banha de pôrco tendo sobreéla as vantagens dos produtosvegetais. Para tudo isto nadamais se tórna necessário do queuma industrialização sistemá-tica com a indispensael arregi-mentação de capitais. Na sin-guiar batalha do oôco contraa oliva, o coco leva-lne a gran-de vantagem de iima serie vas-ta de suDprodutos e cia aplica-ções várias inimagináveis paraa linda árvore simDolo da paz.

Depois da leitura desta crô-nica, compreendera o mais ci-tadino dos leitores que o co-queiro não è uma íronde des-

tinada apenas a abrigar as ci-carras que querem anunciar oadvento do verão alertando aosque sofrem dos rins que já po-dem beber água de côco.

CUPAO DE INSCRIÇÃO

Nome

Pseudônima

Residência

Cidade .. Estado

— 57 — III— 1948

O GRANDE

PRÊMIO(CONCLUSÃO)

Em todo o caso, podia ser...E repetiu em voz 'alta,

para não olvidar:Dois, quatro, zero, seis.

Era ainda uma esperança, uma grandeesperança !

E foi com um gesto resoluto que abriua maleta de folha, retirando duzentos evinte e cinco cruzeirosquase toda a suareserva — e entregou-os ao Zeferino, mo-torista do ônibus-horário, que trafegavapara s capital, explicando:

Seu Zeferino, vossa mercê compre na/cidade três tiras de bilhete, de loteria, seencontrar o número 2.406. Quando voltaramanhã entregue-me tudo com cuidado,pois D. Balbina é muito curiosa e costumafazer mau juizo da gente.

E concluindo as suas recomendações:Só serve se for bilhete de Natal.

% * *Outra surpresa chocante veio desordenar

as suas esperanças, já meio abaladas: oZeferino não voltou. Soubera que êle adoe-cera.

Mais um embaraço !Talvez fôsse uma indisposição passagei-

ra e o velho guiador voltasse logo ao tra-balho.

Que fôsse tudo pelo amor de Deus-Me-nino !

Aguardou em vão, dois, três, quatro dias,e nada !

Tanta dificuldade !A 24, finalmente, o Zeferino chegou e

entregou-lhe o retá"ngulo de papel litogra-fado a côres.

Milagre ! Era o número 2.406.Voltou-lhe, então, a confiança. Fizera to-

lice em duvidar da misericórdia divina.Agora, sim !Amanhã estaria rica, muito rica. Uma

casa de saúde para a cmferma, médicosbons e remédios bons. Muita fartura detudo. E sairia da pensão, daquela malditapensão, onde sofria há dois anos.

Á noitinha, ao encerrar a tarefa, Biducaavisou à patroa que, no dio do nascimentode Nosso Senhor "Jesus Cristo, não viriatrabalhar. Não era por preguiça. É porquetinha promessa.

Balbina monoloaou uns impropérios, masconsentiu. Não era interessante desgostara empreg?da, que era a sua mão direita, noserviço. No fim do mês pretextaria qual-quer prejuizo e lhe descontaria dois cruzei-ros, na mensalidade.

Tôda a noite passou Biduca sem dormir,planejando; novamente, os detalhes dos ru-mos que iria imprimir à sua vida. E con-tava setecentos e cincoenta mil cruzeiros.Era muito dinheiro.

Que maravilhosa surpresa faria à do-ente !

E embriagada de esperanças, nem repa-rou aue o sol da manhã já se estava infil-trando pelos buracos das paredes e do teto,derramando no piso de argila mancheiasdas luzentes moedas das réstias.

Ah ! Sim ! O jornal que vem no horáriodas nove contará a notícia. A folha que ocoronel Feitosa' assina dá tudo. Certamentedará a noticia do número premiado, do nú-mero do seu bilhete.

Correu à casa do coronel, pedindo à es-pôsa dêste, sua antiga cliente de roupas, o" Ataláia", apenas por um instante. Devol-veria logo.

Satisfeita no que pedira, a menina vol-tou, correndo, à casinha, apertando a ga-zeta contra o seio arfante.

Sentou-se, sôfrega, ao lado da mesinhadue servira de "tenda" ao sapateiro, des-dobrou o bilhete e folheou o jornal quetremia às suas mãos nervosas. E leu: Lo-teria de Natal.

Pronto !A notícia. A certeza da sua felicidade.Mas...Terrível, cruel e desconcertante decepção!

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O número premiado não foi do seu bilhete.Sentiu dentro de si um desmoronamento

irreparável, esmagando todos os seus an-seios, tôdas as suas esperanças. Tudo per-dido !

Que vácuo horrendo é o que deixa a es-perança, para ciar logar ao desengano 1

Fatalidade. Novamente a pensão !Uma crise de chôro avassalou-a. Os

olhos, afogados em lágrimas, mal viam asdeformadas imagens adjacentes dançandonuma ronda macabra. Um zumbido forteatordoou-a. Pendeu a cabeça sobre o mó-vel. Desmaiou.

No torpor da síncope, ouviu vagamenteo ruido de um corpo que parava à porta.Depois, a razão foi-lhe voltando a poucoe pouco. E começou a ver e ouvir, tudo,porém, truncado, desarticulado, penumbroso.

E foi nesse estado de letargia que escutouvma voz longínqua recitar um conto de fa-das, para o acalanto de uma criança:

— Do meu exílio eu acompanhava tôdaa fua vida de sacrifícios. Trabalhei e en-riqueci nestes dois anos. Vim buscar-tè eà tua mãe enferma. Casar-nos-emos logo,na capital. O meu, isto é, o nosso automó-vel, aqui está à tua porta, para conduzir-nos imediatamente.

Que automóvel? Quem falava naquêletom? Tudo confuso, e aí cousas rodandoainda em tórno de si.

Ergueu "3. cabeça, fitando o quadro ilu-minado da porta da rua. Ali estava um car-ro de côr verde.

Que espanto ! Era o automóvel que elavira no sonho. Olhou a placa: justamenteos algarismos do bilhete perdido — 2406.

Que estranha, que inexplicável coinci-delicia 1

Voltou-se, então mais refeita, para o des-conhecido que lhe falara havia instantes, eencarou-o.

Soltou um grito de susto e de alegria:Era o Pindoba.

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