Universidade de Brasília

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Avaliação do livro “Química Cidadã”

através do PNLD

Estudantes: Ieri Braga & Gustavo Paiva

Matrículas: 11/0061501 e 11/0030508

Professora: Renata Cardoso de Sá Ribeiro Razuck

Introdução Teórica

Este trabalho tem o intuito de analisar o livro

didático: “Química Cidadã” dos professores Gérson Mol e

Wildson Santos, docentes da Universidade de Brasília, com o

enfoque da experimentação, pois há uma necessidade de

inserir a experimentação no Ensino de Química devido ao

fato de o ensino atual estar deveras engessado com bastante

“decoreba” e músicas para maior assimilação.

Sabe-se que a ciência é uma tentativa de abstração dos

fenômenos da natureza, pois os conhecimentos científicos

podem se tornar obsoletas, logo estão longe de ser a

verdade; por isso há uma necessidade de se trazer a

experimentação para o ensino. Pois essa inserção fará que

o/a estudante tenha uma maior percepção de como a ciência é

construída. Sem contar que alguns experimentos que possuem

caráter investigativo estimulam o pensamento e a

compreensão de mundo.

A experimentação não pode ser compreendida apenas como

uma complementação da teoria, pois não há um paralelo entre

teoria-prática, mas sim ao contrário. Pois a teoria se

oriunda da experimentação, podendo ser científica ou

empirista. Logo, o ensino equivoca-se em focar na teoria e

pouco na prática.

Pelo texto “Experimentar sem medo de errar” há uma

concepção mais abrangente de experimentação, pois não

necessariamente o ato de experimentar está no laboratório;

pode-se realizar visitas acompanhadas, apresentação de

vídeos, realização de trabalhos e relatórios. Além disso, a

experimentação deve possuir certo grau de investigação para

que estudantes possam vivenciar de maneira mais próxima da

realidade como a ciência se molda e o quão difícil é

observar fenômenos e abstraí-los.

Segundo o texto “A função das aulas práticas”, as

práticas podem possuir 4 níveis de diretividade que vai de

0 a 3 e quanto mais próximo do 3, mais investigativo é o

experimento.

Para que a experimentação possa ser implementada

dentro da sala de aula, os livros didáticos devem ser

aprovados pelo Ministério da Educação, MEC, dentro do

Programa Nacional do Livro Didático, PNLD, que dentre suas

muitas especificações tem uma parte sobre a experimentação

que o livro tem que seguir para ser aprovado e para que

possa estar nas escolas públicas do Brasil, pois as escolas

particulares ainda podem utilizar o material didático de

sua escolha; por isso esse trabalho tem o intuito de

avaliar o livro supracitado no inicio da introdução para

que possamos avaliar e ter a percepção de como deve ser um

livro didático interessante para abordar em sala de aula.

Metodologia de Pesquisa

Foi utilizada a ficha de avaliação do guia de livros

didáticos PNLD – 2012, sendo a referência os indicadores

1.1; 1.5; 1.8; 1.9; 2.4; 2.6; 2.7; 2.8; 2.9; 2.10; 3.1;

3.5; 3.6; 3.8; 3.10; 3.12; 3.13; 4.2; 5.1; 5.4; 5.6 e 5.7

que auxilia na avaliação dos livros didáticos. Os

conhecimentos de química se caracterizam como um conjunto

de conhecimentos, práticas e habilidades voltadas à

compreensão do mundo material nas suas diferentes

dimensões. Nesse sentido, os princípios de identidade e

processo são centrais para o entendimento de todo o

arcabouço teórico-prático que se caracteriza como ciência

química, que, mediada didaticamente na escola, se

transforma em conhecimento escolar.

Alguns dos critérios utilizados são fundamentais para

se entender a obra didática.

Descrever a estrutura geral da obra, explicitando a

articulação pretendida entre suas partes e/ou unidades

e os objetivos específicos de cada uma delas;

Orientar com formulações claras e precisas, os manejos

pretendidos ou desejáveis do material em sala de aula;

Sugerir atividades complementares, como projetos,

pesquisas, jogos etc;

Fornecer subsídios para a correção das atividades e

exercícios propostos aos alunos;

Discutir o processo de avaliação da aprendizagem e

sugira instrumentos, técnicas e atividades.

Resultados

INDICADOR SIM FREQUENTEMENTE RARAMENTE NÃO

1.1 A obra é organizada de

forma clara, coerente e

funcional em relação à

proposta didático-

pedagógica.

X

LOCALIZAÇÃO DESCRIÇÃO & COMENTÁRIOSVOLUME

1,2,3

PÁGINA A proposta didático-pedagógica apresentada nos capítulos

analisados contempla uma abordagem CTS preconizada no

manual do professor buscando relacionar sempre com

aspectos do cotidiano para que a ciência química

apresente relevância ao aluno.Unidades

: 3,6,7

e 8.

Capítulo 9: 338 a

358

Capítulo 6: 216 a

240

Capítulo 1 10 a

37

Capítulo 4: 132

a 159


1.5 As ilustrações de

caráter científico respeitam

X

proporções entre objetos ou

seres representados.LOCALIZAÇÃO DESCRIÇÃO & COMENTÁRIOSVOLUME

1,2,3

PÁGINA Nenhuma imagem descaracteriza a proporção de objetos e

situações representadas. Quanto a modelagem dos átomos

leva em consideração o raio atômico ao demonstrar

moléculas com átomos diferentes e tamanhos diferentes.Unidades

: 3,6,7

e 8.

Capítulos: 9,6,1 e

4.


1.8 A obra apresenta

referências bibliográficas.

X


1,2,3

PÁGINA Os capítulos foram elaborados com base na vasta

bibliografia apresentada no final do livro. E, além

disso, as figuras utilizadas possuem crédito

bibliográfico.Unidades

: 3,6,7

e 8.

Capítulos: 9,6,1 e

4.


1.9 A obra apresenta

indicação de leituras

complementares.

X

LOCALIZAÇÃO DESCRIÇÃO & COMENTÁRIOS

VOLUME PÁGINA Só há indicação de leituras complementares no livro do

professor. Não há no livro do aluno.Unidades:


2.4. A obra é isenta de

ilustrações e/ou mensagens

que veiculam publicidade

difundindo marcas, produtos

ou serviços comerciais.

X


1

PÁGINA Apresentou uma imagem que veicula um fertilizante

comercial. Porém a marca não é tão nítida.Unidades

: 3,

Capítulo 8: página

219.


2.6. A obra favorece a

autonomia intelectual e o

pensamento crítico

(LDB/DCNEM).

X


1,2 e 3

PÁGINA Nos capítulos analisados temos temas sociais na sessão

“tema em foco” e boxes “pense debata e entenda” que levam

o aluno refletir sobre questões de relevância cotidiana

nas quais deve se desenvolver r um senso autocrítico para

reflexão.Unidades

: Todas

Capítulos: Todos


2.7. A obra favorece a

compreensão dos fundamentos

científicos e tecnológicos

dos processos produtivos,

relacionando a teoria com a

prática no ensino das

Ciências da Natureza

(LDB/DCNEM).

X


1,2 e 3

PÁGINA Por todos os capítulos analisados vemos uma constante

relação da química com situações e processos cotidianos.

Unidades:

Todas

Capítulos: Todos


2.8. A obra favorece

metodologias de ensino e de

avaliação que estimulam a

iniciativa dos estudantes

(LDB – artigo 36o parágrafo

2º).

x


1,2 e 3

PÁGINA A constante contextualização presente e os

questionamentos que induzem a reflexão aliados com os

experimentos investigativos deixam o aluno confortável

para tomar iniciativa, tanto para formular hipóteses

tanto para questionar e etc.

Unidades

: Todas.

Capítulos: Todos


2.9. A obra reconhece que

todo o conhecimento mantém

um diálogo permanente com

outros conhecimentos (DCNEM,

parágrafo 1o, artigo 8o).

X

LOCALIZAÇÃO DESCRIÇÃO & COMENTÁRIOSVOLUME PÁGINA Pois o foco interdisciplinar é presente nos capítulos

analisados( relaciona história, economia, geografia,

matemática, biologia).

Unidades

:

Capítulos: Todos

Todas.


2.10. A obra reconhece a

disciplina

Química como recorte da área

de

Ciências da Natureza que

representa e não esgota

isoladamente a realidade e

dos fatos físicos e sociais,

devendo buscar entre si

interações que permitam aos

alunos a compreensão mais

ampla da realidade (DCNEM,

parágrafo 3º artigo 8º).

x

LOCALIZAÇÃO DESCRIÇÃO & COMENTÁRIOSVOLUME PÁGINA

Unidades

: 3,6,7

e 8.

A interação CTS é foco dos capítulos analisados implicado

que a realidade, os fatos físicos e sociais devem estar

interligados.


3.1. A obra organiza seus

volumes de forma a garantir

uma progressão no processo

de ensino-aprendizagem.

X


1, 2 e 3

PÁGINA A obra é dividida em três volumes que delimitam muito bem

a distribuição do conteúdo a partir da progressão dos

conceitos químicos.Unidades

: Todas

Capítulos: Todos


3.5. A obra estimula o aluno

para que desenvolva

habilidades de comunicação

científica, inclusive na

forma oral, propiciando

leitura e produção de textos

diversificados, bem como,

gráficos, tabelas, mapas,

cartazes, etc.

X


1,2 e 3

PÁGINA A linguagem química não é abordada como uma forma de

memorização é usada de forma intensiva para

familiarização por parte do aluno, e os experimentos que

são investigativos propiciam aos alunos elaborar tabelas,

gráficos, interpretação de dados e etc.

Unidades

:

Todas

Capítulos: Todos


3.6. A obra apresenta

discussões sobre as relações

entre ciência, tecnologia e

sociedade, criando condições

para que os jovens entrem em

contato com a cultura

científica atual.

X


1, 2 e 3

PÁGINA Em todos os capítulos a discussão CTS é enfocada

reiteradamente sempre buscando uma maior aproximação da

química com a sociedade em suas muitas esferas.Unidades

: Todas.

Capítulos: Todos


3.8. A obra apresenta a

Química como ciência que se

preocupa com a dimensão

ambiental dos problemas

contemporâneos, levando em

conta situações e conceitos

que envolvem as

transformações da matéria, os

artefatos tecnológicos e os

processos humanos subjacentes

aos modos de produção do

mundo do trabalho.

X


1, 2 e 3

PÁGINA Observa-se principalmente nas seções “tema em foco” e

“pense, debata e entenda” que nos capítulos analisados há

essa preocupação nas discussões e questões propostas para

reflexão baseadas nas problemáticas atuais.

Unidades

: Todas.

Capítulos:

Todos


3.10. A obra apresenta uma

visão de ciência marcada

pelo seu caráter provisório,

ressaltando as limitações

dos modelos.

x


1, 2 e 3

PÁGINA Levando em conta que há contextualização histórica com o

desenvolvimento dos modelos ao longo do tempo o aluno

pode perceber que o atual cientificamente aceito não é

definitivo podendo ter uma melhor interpretação à frente

rompendo com a teoria e os modelos atuais.

Unidades

:



experimentos adequados à

realidade escolar e alerta

acerca dos cuidados

específicos para os

procedimentos.

X


1, 2 e 3

PÁGINA Os experimentos usam materiais de baixo custo, baixa

periculosidade, baixa toxicidade, poucas quantidades

utilizadas de reagentes e de fácil acesso. Todo roteiro

recomenda em um circulo vermelho consultar as normas de

segurança no laboratório na última página do livro.

Unidades

: Todas


3.13. A obra apresenta uma

visão de experimentação que

valoriza uma perspectiva

investigativa, partindo de

situações-problema que

fomentem a construção de

argumentações e a

compreensão dos fenômenos.

X


1,2 e 3

PÁGINAS

296-297

Os roteiros experimentais possuem uma pergunta logo em

seu título para estimular a curiosidade e instiga a

análise de dados e investigação a respeito dos fenômenos

observados após o experimento, sendo essa uma abordagem

indutiva na qual o intuito é chegar no consenso teórico

atual.

Unidades

:



procedimentos atualizados e

corretos.

X


1, 2 e 3

PÁGINA

152

Os experimentos analisados são comumente corretos e

atualizados, porém na página 152 do capitulo 4 existe uma

incoerência pois o título “ como se faz um polímero em

casa?” subentende-se que partiríamos de monômeros para

formar polímero, mas na verdade o que ocorre é apenas

uma modificação na estrutura de um polímero já existente

na cola branca utilizada(PVA). Além disso, o experimento

diz que qualquer cola serve para realizar a prática,

porém isso não é bem verdade; pois algumas colas não

possuem quantidades necessárias de PVA para se realizar o

experimento com um bom rendimento.Unidades

:

Capítulo


5.1. O Manual do Professor

explicita claramente os

pressupostos teórico-

metodológicos que

fundamentam sua proposta

didático-pedagógica.

X


1, 2 e 3

PÁGINA O primeiro capítulo do manual do professor é dedicado

exclusivamente a essa finalidade. A formação da

cidadania, o PCN e orientações curriculares são bases

presentes no manual do professor e explicita a abordagem

temática, contextualização e interdisciplinariedade

presentes na construção e mediação do conhecimento com

foco nas interações CTS.Unidades

:

Manual do

professor: Dos

três volumes



apresenta uma proposta

pedagógica que valoriza o

papel mediador do professor

de Química.

X


1, 2 e 3

PÁGINA Existe um subtópico do capítulo 1 que aborda justamente

construção e mediação do conhecimento.Unidades

:

Manual do

professor:



apresenta alertas bem claros

sobre a periculosidade dos

procedimentos experimentais

a serem utilizados e oferece

alternativas na escolha dos

materiais.

x


1, 2 e 3

PÁGINA Nessas páginas são abordados os roteiros experimentais,

que são vários em todo livro, e logo após no subtópico

normas de segurança é salientado explicitamente esse

quesito. Porém, se deve considerar que as práticas

sugeridas no livro são deveras simples e não demandam

tamanha atenção para segurança, pois reagentes são de uso

Unidades

:.

Manual do

professor:

comum.



apresenta propostas de

atividades experimentais

complementares.

X


1, 2 e 3

PÁGINA

52

Não se verifica atividades complementares aos

experimentos no manual do professor; porém um dos sítios

eletrônicos recomendado é o da Química Nova na Escola que

possui seções voltadas para a experimentação.Unidades

: 3,6,7

e 8.

Manual do

professor

Livro do Aluno

1) Propõe experimentos adequados à realidade escolar,

previamente testados e com periculosidade controlada,

ressaltando a necessidade de alerta acerca dos cuidados

específicos para cada procedimento;

Sim, em todos os roteiros experimentais dos capítulos

analisados são utilizados reagentes de baixo custo, baixa

toxicidade e fácil obtenção, sendo que ainda é recomendado

substituições na falta de aparatos laboratoriais. Todos os

experimentos testados não necessariamente precisam de

laboratório podendo ser feitos em sala de aula, não

contradizendo as duras e diversas realidades escolares.

Todo roteiro tem um alerta a respeito das normas de

segurança do laboratório recomendado que leiam as normas no

final do livro. Além disso, existem advertências quanto a

produtos inflamáveis e coisas do tipo e citam o tratamento

de resíduos para que não haja contaminação ambiental,

demonstrando uma preocupação com o descarte e a convivência

com o meio ambiente.

2) Apresenta atividades experimentais que apontam para a

Química como ciência que se preocupa com a dimensão

ambiental;

Não se observa nos roteiros essa preocupação

ambiental explicita, acarretando à/ao docente de explorar a

dimensão ambiental de cada experimento, contextualizando

com algum tipo de problemática ambiental. Porém o livro

possui textos informativos que abordam a temática

ambiental.

3) Em sua abordagem experimental deixa transparecer a visão

da Química como uma ciência de natureza humana marcada pelo

seu caráter provisório, ressaltando as limitações de cada

modelo explicativo e apontando as necessidades de alterá-

lo, por meio da exposição das diferentes possibilidades de

aplicação e de pontos de vista;

Em nenhum roteiro experimental analisado é perceptível

essa preocupação. Os roteiros são resumidos e não há espaço

que transpareça o caráter provisório da ciência. Ficando ao

cargo de professor de realizar essa contextualização na

parte da discussão do experimento.

4) Por meio de seus experimentos apresenta o pensamento

químico como constituído por uma linguagem marcada por

representações e símbolos especificamente significativos

para essa ciência e mediados na relação pedagógica

Sim, a representação teórica utilizando símbolos

específicos da linguagem química tem papel importante na

relação pedagógica para assimilação microscópica do

fenômeno em questão em cada experimento com base na teoria

vigente. Isto é perceptível no momento em que se pede no

roteiro para interpretar o que ocorreu a luz da ciência.

Porém a equação representacional apenas aparece na seção

após o experimento que é de onde vem a explicação

microscópica e a representação do que se observou.

5) Traz uma visão de experimentação que se afine com uma

perspectiva investigativa, que leve os jovens a pensar a

ciência como campo de construção de conhecimento permeado

por teoria e observação, pensamento e linguagem.

Sim. Os roteiros costumam ter partes investigativas,

mas que não chegam a um nível de diretividade próximo a 2;

porém se evidencia uma tentativa de tornar a experimentação

mais investigativa. Nos roteiros analisados a investigação

ocorre utilizando uma abordagem indutiva na qual o fenômeno

é enfatizado e não a teoria, levando os alunos a pensar no

que ocorreu formulando hipóteses tentando chegar no

conceito teórico atualmente aceito.

Manual do Professor

6) Apresenta uma proposta pedagógica que compreende o papel

mediador do professor de Química, que assume sua

especificidade e a condução das atividades didáticas numa

perspectiva de rompimento com visões de ciência meramente

empiristas e de caráter indutivo;

Sim, no manual do professor existe um sub tópico

dedicado a essa importante definição na qual explicita o

papel do professor que é totalmente diferente do

transmissor de conhecimento e sim de mediador entre o

conhecimento sendo o aluno o principal componente da tríade

dialógica da educação.

7) Oferece ao professor diferentes possibilidades de

leitura de literatura de ensino de Química, com

problematizações a respeito do processo ensino-

aprendizagem, bem como sugestões de atividades pedagógicas

complementares;

Sim, é disponibilizado vários livros, revistas e sites

para complementar e interar o/a professor/a para um aula

mais dinâmica de modo que possa oferecer aos alunos

relevância em estudar química.

8) Traz, em relação à experimentação, alertas bem claros

sobre a periculosidade dos procedimentos propostos, a

segurança de seus alunos, técnicos e de si próprio;

Sim, existe um capítulo do manual do professor que

fala sobre como utilizar o livro e neste havendo um item

que aborde especificamente segurança em laboratórios e

cuidados com manuseios de substâncias perigosas.

9) Dá alternativas ao professor para a escolha de outros

experimentos e sugere materiais que possam substituir

aqueles indicados.

Há alternativas propostas nos materiais complementares

citados( livros, revistas, sites e etc). Como por exemplo,

o sítio eletrônico pontociência.com.br que possui muitos

modelos de experimentos e vídeos de experimentos que não

devem ser reproduzidos em sala de aula, como os

experimentos com radioatividade por exemplo.

Discussão dos Resultados

Evidencia-se que o livro “Química Cidadã” possui

muitos dos requisitos sugeridos pelo Programa Nacional do

Livro Didático e que tenta ser um livro completo para que

consiga atingir o/a estudante da maneira que o/a sinta-se

mais confortável, seja através da contextualização

histórica inicial de cada conteúdo, seja através da

experimentação, seja através de debates sobre a interface

CTSA. Pois essa coleção de três volumes é bem estruturada

para agradar qualquer tipo de gosto.

Para aquelas pessoas que gostam que o ensino seja

voltado mais para o Vestibular não podem se decepcionar com

o livro, pois os exercícios propostos são retirados de

provas antigas de vestibulares pelo Brasil afora e que

busca uma maior interdisciplinaridade e contextualização

com a realidade em que vivemos, assim como o Programa de

Avaliação Seriada, PAS da Universidade de Brasília, e o

vestibular dessa mesma instituição vem ocorrendo. Donde se

tem uma prova temática que aborda muitas matérias em uma

questão e tenta fazer uma avaliação mais reflexiva do que

avaliativa de fato.

Essa coleção, além dessas qualidades possui uma forte

tentativa de correlação de matérias diferentes, não apenas

aquelas que são próximas, como: a matemática e a física.

Mas com matérias, como: Sociologia e Filosofia. Assim, se

estreitam mais ainda a correlação da ciência como algo

mutável e nem sempre verdadeiro com a sua faceta humana.

Percebe-se que os experimentos são bem didáticos e de

fácil realização, podendo até ser feito por estudantes para

que haja uma maior interação entre o fenômeno e o

observador. Claro que existem experimentos que possuem

algumas falhas, mas nada que dificultaria a vida do/da

docente. Pois cabe ao/à professor/a testar as práticas

antes para saber se podem ser reproduzidas e para que não

haja desperdício de tempo em sala de aula, pois são poucas

as aulas que cabem experimentos devido à extensa grade

curricular do Ensino Médio.

O Manual do/da Professor/a é bastante interessante,

pois não apenas contém dicas de outros recursos para serem

utilizados, como vídeos, sítios eletrônicos, etc. há um

espaço reservado para a construção do pensamento do/da

professor/a, pois há uma necessidade imensa de se mudar os

rumos educacionais, mostrando para docentes que a “educação

bancária” (FREIRE, P. 1974) não forma conceitos sólidos e

que há uma necessidade de se reinventar o ensino através da

dialogicidade, pois o processo educacional é uma via de

mão-dupla. Tanto estudantes quanto docentes aprendem dentro

de sala de aula. Por isso, há uma necessidade de o manual

docente ter uma explicação sobre a mediação do conhecimento

e não a transmissão do conhecimento. (Vygotsky, 1926).

Obviamente, que o livro possui falhas ao não

proporcionar no livro do/da estudante materiais extras para

que possa causar curiosidade, assim como vídeos e filmes.

Estimulando o/a estudante há buscar conhecimentos paralelos

ao conteúdo, aumentando assim o estímulo e a vontade de

conhecer mais a química, como ciência e criar uma maior

autonomia discente em relação à aprendizagem, pois “ninguém

é sujeito da autonomia de ninguém” (FREIRE, 1996).

Considerações finais

Não houve um consenso na dupla sobre a utilização do

livro didático em sala de aula. Um dos estudantes acredita

que o livro não deve ser utilizado em sala por acreditar

que a carga teórica é bastante defasada na questão da parte

química e há uma preocupação maior com a contextualização

do que com a parte purista da química, além de achar

inadmissível o fato de o material didático não oferecer

alternativas para outras fontes de consultas.

Porém a outra parte da dupla acredita que o livro

possa ser utilizado em sala de aula e as falhas apontadas

pela a outra parte da dupla podem ser minimizadas com a boa

vontade do/da professor/a ao ministrar suas aulas com o

enfoque que bem desejar, podendo levar outros recursos e

focar mais na parte teórica.

Há o consenso que o livro é deveras bem sucedido na

tentativa de se tentar fazer com que o experimento seja a

parte central do livro e não a teoria, pois a inserção da

teoria acontece através do experimento, onde há a

realização da prática e as páginas seguintes explicam

microscopicamente o experimento, complementando a abstração

do fenômeno com a teoria, ou seja, como a ciência tenta

explicar tal coisa.

Referências bibliográficas

SCHNETZLER, R. P, et al. As Funções das Aulas

Práticas. curso de mesmo nome oferecido na 8ª Reunião Anual

da Sociedade Brasileira de Química durante a SBPC em Belo

Horizonte no período de 11 a 13 de julho de 1985.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia - Saberes Necessários à

Prática Educativa Editora Paz e Terra. Coleção Saberes. 1996.

FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. Editora Paz e Terra.

1974

VYGOTSKY, L. Educational Psychology. 1926.

SILVA, R. R.; MACHADO, P. F. L.; TUNES, E.

Experimentar Sem Medo de Errar. In: SANTOS, W. L. P.;

MALDANER, O. A. Ensino de Química em Foco. Ijuí. Editora

Unijuí, 2010, p.231-261

ALVES, R. Filosofia da Ciência: introdução ao jogo e

suas regras. Editora Brasiliense. 1981.

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