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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS – UFAL INSTITUTO DE FÍSICA – IF CURSO DE FÍSICA BACHARELADO...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS – UFAL INSTITUTO DE FÍSICA – IF CURSO DE FÍSICA BACHARELADO DISCIPLINA: QUÍMICA GERAL ANDRESSA GUEDES DE FREITAS JOSÉ HENRIQUE DO NASCIMENTO LEONARDO COSTA SCOTT LUANA MACÊDO DE ALMEIDA RODRIGO VIEIRA CAVALCANTI EVOLUÇÃO HISTÓRICA E CIENTÍFICA DOS MODELOS ATÔMICOS
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS – UFALINSTITUTO DE FÍSICA – IFCURSO DE FÍSICA BACHARELADO

DISCIPLINA: QUÍMICA GERAL

ANDRESSA GUEDES DE FREITASJOSÉ HENRIQUE DO NASCIMENTO

LEONARDO COSTA SCOTTLUANA MACÊDO DE ALMEIDARODRIGO VIEIRA CAVALCANTI

EVOLUÇÃO HISTÓRICA E CIENTÍFICA DOS MODELOSATÔMICOS

Maceió - Alagoas

2012

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS – UFALINSTITUTO DE FÍSICA – IFCURSO DE FÍSICA BACHARELADO

DISCIPLINA: QUÍMICA GERAL

ANDRESSA GUEDES DE FREITASJOSÉ HENRIQUE DO NASCIMENTO

LEONARDO COSTA SCOTTLUANA MACÊDO DE ALMEIDARODRIGO VIEIRA CAVALCANTI

EVOLUÇÃO HISTÓRICA E CIENTÍFICA DOS MODELOSATÔMICOS

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Pesquisa solicitada peloprofessor Pedro Vieira comorequisito avaliativo dadisciplina Química Geral nocurso de Física Bacharelado - 1ºperíodo.

Maceió - Alagoas

2012

SUMÁRIO

OBJETIVO.......................................... 04

INTRODUÇÃO.......................................... 05

1. MODELO ATÔMICO DE DALTON......................... 05

2. MODELO ATÔMICO DE THOMPSON....................... 06

3. MODELO ATÔMICO DE RUTHERFORD..................... 08

3.1 O EXPERIMENTO DE RUTHERFORD............... 09

4. MODELO ATÔMICO DE BOHR........................... 10

5. MODELO DA MECÂNICA QUÂNTICA...................... 12

CONCLUSÃO........................................... 14

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................ 15

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OBJETIVO

Ilustrar o porquê e como ocorreram as evoluções nos modelosatômicos ao longo do tempo e, de que forma essas descobertasinfluenciaram nos rumos da ciência até hoje.

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INTRODUÇÃO

Desde os primórdios o homem já buscava uma definição paraa matéria, assim como explicar a variedade de materiaisexistente no universo. Diversas foram as teorias formuladaspara explicar a matéria e suas propriedades, bem como diversosforam os avanços tecnológicos desenvolvidos pelos maisdiversos povos através dos estudos das propriedades dosmateriais. Falar dessas teorias e desses avanços é por tantofalar também da própria história da humanidade.

Dentre os povos que se empenharam em desvendar o universoe suas propriedades, os gregos foram sem dúvidas um dos quemais merecem destaque. Cabe a eles a teoria dos elementosfundamentais, que compunham todo o universo, bem como oconceito de átomo, a partícula indivisível.

Já na Grécia antiga acreditava-se que dividindo a matériaem pedaços cada vez menores, iria se chegar a um pontoonde partículas, cada vez menores, seriam invisíveis ao olhohumano e, segundo alguns pensadores, indivisíveis. Graças aessa propriedade, essas partículas receberam o nome de átomos,termo grego que significa indivisíveis. Foi quando surgiu entre osfilósofos gregos a teoria do atomismo.

Os filósofos Demócrito de Abdera e Leucipo de Miletodiscorreram sobre a constituição da matéria de forma bastanteprecisa para a época. Segundo estes filósofos, a divisão damatéria teria um limite e que a última parte da matéria seriao átomo. Contudo, outros pensadores da época acreditavam que adivisão da matéria era ilimitada, tendo como maior defensordesta teoria o filósofo Aristóteles. Suas idéias vingaram atéo século XVI quando suas ideias passaram a ser questionadas. Acartada final às suas ideias vieram em 1661, quando ocientista Robert Boyle publicou o livro O químico cético, ondecriticou as idéias de Aristóteles sobre a matéria. Essapublicação abriu caminho para novas ideias e possibilitou acriação de novos modelos para a estrutura da matéria.

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Desde então, vários foram os modelos propostos por várioscientistas. Na busca por explicar a matéria resurgiu também oatomismo, encabeçado por modelos como o de Dalton, de J.J.Thomson, de Ernest Rutherford e de Niels Bohr, cada qual com oobjetivo de aprimorar e eliminar as limitações dos modelosanteriores.

Durante século XX, com o avanço das pesquisas e formulaçãode novas teorias, e principalmente com o advento da FísicaQuântica, várias mudanças foram feitas no modelo atômico,alterando completamente a noção de átomo que se tinha atéentão. Tais mudanças mudaram a forma como o homem se relacionacom a matéria, e revolucionaram a humanidade nos mais diversosaspectos, desde a vida cotidiana até em questões políticasinternacionais.

O átomo, tão pequeno, revolucionou e continua arevolucionar a humanidade. Cabe-se agora perguntar até ondeele levará a humanidade.

OS MODELOS ATÔMICOS

1.O Modelo Atômico de Dalton

Vários pensadores propuseram que a matéria seriaconstituída por átomos, assim como havia pensado Demócrito eLeucipo. Via de regra, todo modelo não deve ser somentelógico, mas também consistente com a experiência, e até aprimeira metade do século XIX não havia um modelo para amatéria que fosse aceito pela comunidade científica da época.

Em 1808, o cientista inglês John Dalton publicou um livroapresentando sua teoria sobre a constituição atômica damatéria e propôs a “Teoria do Modelo Atômico”, em que o átomo seria

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uma minúscula esfera maciça, impenetrável, indestrutível,indivisível e sem carga (ver figura 1).

Figura 1 - O átomo seria uma esfera (partícula) maciça e indivisível.

Para ele, todos os átomos de um mesmo elemento químicoeram iguais, inclusive as suas massas. Atualmente, nota-se umequívoco pelo fato da existência dos isótopos, os quais sãoátomos de um mesmo elemento químico que possuem entre simassas diferentes. Seu modelo atômico ficou conhecido como"modelo da bola de bilhar" (ver figura 2).

Figura 2 - Modelo Atômico de Dalton: "bola de bilhar".

O modelo de Dalton baseava-se nas seguintes hipóteses:

Tudo que existe na natureza é composto por diminutaspartículas denominadas átomos;

O átomo é a menor porção da matéria, e é uma esferamaciça, indivisível e indestrutível;

Átomos de elementos diferentes possuem propriedadesdiferentes entre si;

Átomos de um mesmo elemento possuem propriedades iguais eum peso invariável;

Nas reações químicas, os átomos permanecem inalterados; Existe um número pequeno de elementos químicos diferentes

na natureza; Reunindo átomos iguais ou diferentes nas variadas

proporções, podemos formar todas as matérias do universoconhecidos.

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O seu trabalho foi amplamente debatido pela comunidadecientífica e, apesar de ter sido criticado por físicosimportantes, a partir de segunda metade do século XIX osquímicos começaram a se convencer, pelas inúmeras evidências,de que tal modelo era bastante plausível. Seu modelo atômicofoi chamado de Modelo atômico da bola de bilhar.

Apesar de ser um modelo simples, Dalton deu um grandepasso na elaboração de um modelo atômico, pois foi o queinstigou na busca por algumas respostas e proposição defuturos modelos.

2.O Modelo Atômico de Thompson

Já no século VI a.C., o filósofo grego Tales de Miletohavia percebido que, atritando um bastão de resinachamado âmbar com um tecido ou pele de animal, o âmbaradquiria a propriedade atrair objetos leves como folhas secas,fragmentos de palha, entre outros. Deste fato surgiu otermo eletricidade, derivado de elektron, palavra grega quesignifica âmbar. Notou-se também que a eletrização por atritopode repelir ou atrair matérias em intensidades maiores oumenores, a depender das cargas que eles tomam para si.

Uma explicação razoável para esses fenômenos é que toda amatéria, no estado normal, contém partículas elétricas que seneutralizam mutuamente; quando ocorre atrito, essas partículastendem a migrar de um corpo para outro, dando origem àeletrização dos corpos.

Outra série de explicações que abriu novos caminhos paraos esclarecimento da estrutura atômica foi o estudo dasdescargas elétricas em gases. Em 1854 Heinrich Geisseler notouque quando produzia uma descarga elétrica no interior de umtubo de vidro, com gás sob baixa pressão, a descarga apareciano tubo como uma luz cuja a cor dependeria do gás, da pressãoe da voltagem aplicada.

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Já em 1875, William Crookes colocou gases muito rarefeitosem ampolas de vidro. Submetendo esses gases a voltagenselevadíssimas, apareceram emissões que foram chamadas de raioscatódicos. Quando submetidos a um campo elétrico uniforme eexterno, gerado por duas placas paralelas e carregadas, essesraios sempre se desviam na direção e no sentido da placacarregada positivamente e que tal desvio acontecia comqualquer gás dentro da ampola (ver figura 3).

Figura 3 – Ampola de Crookes

Uma complementação às experiências de Crookes foi feita em1886 por Eugen Goldstein, que modificou a ampola de Crookes edescobriu os chamados raios anódicos ou canais. Esses raios sãoformados pelos "restos" das moléculas do gás, que sobram apósterem seus elétrons arrancados pela descarga elétrica. Tendoperdido elétrons (cargas negativas), as partículas que formamos raios anódicos são positivas, o que pode ser demonstradopelo desvio dessas partículas em face dos campos elétrico emagnético (ver figura 4).

Figura 4 – Experiência de Eugen Goldstein

A partir de 1890, ficou evidente para a maioria doscientistas que os átomos consistem em uma parte carregada

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positivamente e outra negativamente, representada peloselétrons, mas isto não era totalmente claro. Em 1898 JosephJohn Thomson sugeriu que um átomo poderia ser uma esferacarregada positivamente na qual alguns elétrons estriamincrustados, e apontou que isto levaria a uma fácil remoção deelétrons dos átomos.

Para explicar os fenômenos anteriores, J. J. Thomsonpropôs, em 1903, um novo modelo de átomo, formado por uma"pasta" positiva "recheada" por elétrons de carga negativa, oque garantia a neutralidade elétrica do modelo atômico (omodelo do “pudim de passas”). Começava-se então a admitiroficialmente a divisibilidade do átomo e a reconhecera natureza elétrica da matéria (ver figura 5).

Figura 5 – Modelo atômico de Thomson (“pudim de passas”).

O modelo atômico de Thomson explicava satisfatoriamente:

A eletrização por atrito, entendendo-se que o atritosepara cargas elétricas;

A corrente elétrica, vista como fluxo de elétrons; A Formação de íons positivos e negativos, conforme

tivesse excesso ou falta de elétrons; As descargas elétricas em gases, quando os elétrons são

arrancados de seus átomos.

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3.O Modelo Atômico de Rutherford

O “Modelo atômico de Rutherford”, também conhecidocomo “Modelo Planetário do Átomo”, é uma teoria sobre aestrutura do átomo proposta pelo físico neozelandês ErnestRutherford, tendo como base experimentos com radioatividade.Através de seus estudos, Rutherford concluiu que certoselementos são radioativos e emitem radiação de alta energia emforma de raios alfa, ou partículas alfa, raios beta, ou partículas beta, eraios gama. Essa proposta estava intimamente relacionadaà experiência de Rutherford, realizada em 1908.

3.1 Experimento de Rutherford

O experimento consistia no bombardeamento com partículasalfa, uma folha de ouro delgadíssima. Com isso verificou-seque a grande maioria das partículas atravessava a folha sem sedesviar, levando à conclusão, com base nessas observações e emcálculos, que os átomos de ouro - e, por extensão, quaisquerátomos - eram estruturas praticamente vazias, e não esferasmaciças (ver figura 6).

Figura 6 - experiência de Rutherford

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Fatos observados

1.A maioria dos raios passou direto pelas placas de metal;

2.Algumas partículas sofreram desvio ao passar pela placade ouro;

3.Pouquíssimas partículas foram rebatidas.

Conclusão

1º postulado: O núcleo é positivamente carregado;

2º postulado: A região vazia em torno do núcleo é denominadaeletrosfera que seria onde os elétrons estão localizados(ver Figura 7).

3º postulado: Os elétrons descrevem órbitas circularesestacionárias ao redor do núcleo, sem emitirem nemabsorverem energia;

Figura 7 - modelo atômico de Rutherford

Porém o modelo de Rutherford não explicava alguns fatos eesbarrava em algumas limitações da física clássica. Uma dasfalhas do modelo de Rutherford foi o choque com uma dasteorias do eletromagnetismo, de que toda partícula com cargaelétrica submetida a uma aceleração origina a emissão de umaonda eletromagnética.

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O elétron em seu movimento orbital estaria submetido auma aceleração centrípeta e, portanto, emitiria energia naforma de onda eletromagnética.

Essa emissão, pelo Princípio da conservação da energia, fariacom que o elétron perdesse energia cinética e potencial,caindo progressivamente sobre o núcleo, fato que não ocorre naprática. Esta falha foi corrigida pelo Modelo atômico de Bohr.

4.O Modelo Atômico de Bohr

Os problemas com o modelo do átomo de Rutherford foramresolvidos de uma forma surpreendente pelo jovem físicodinamarquês Niels Bohr. Em 1912, Bohr descreveu um modelode átomo como um núcleo pequeno e carregado positivamente,cercado por elétrons em órbita circular.

A partir da descrição do modelo de Rutherford, é fácildeixar-se induzir por uma concepção de um modelo planetáriopara o átomo, com elétrons orbitando ao redor do "núcleo-sol".Porém, o equívoco mais sério desse modelo seria a perda deenergia dos elétrons por radiação síncrotron: uma partículacarregada eletricamente e acelerada emite radiaçõeseletromagnéticas que têm energia; fosse assim, ao orbitar emtorno do núcleo atômico, o elétron deveria gradativamenteemitir radiações e cada vez mais aproximar-se do núcleo, emuma órbita espiralada, até finalmente chocar-se com ele.

Como o "colapso" atômico da forma descrita anteriormenteobviamente não acontece, o físico dinamarquês Niels Bohr,baseando-se também nas ideias de Albert Einstein e Max Planck,reformulou a teoria atômica mediante conclusões resumidas acinco postulados:

1º postulado – A energia emitida ou absorvida por um sistemaatômico não é contínua, como mostrado pela eletrodinâmica, masse processa através de transições do sistema de um estadoestacionário para algum outro diferente.

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Portanto, um átomo só emite radiação (seja ela dequalquer comprimento de onda, na região do visível ou não)caso seja excitado de algum modo, saindo, assim, de um estadoestacionário (permanente e constante).

2º postulado – Radiação de frequência bem definida é emitidapor um sistema atômico quando há transição de elétron entrecamadas. Sendo a energia total liberada pela transição desseelétron definida por E = h x f, onde f é frequência da radiação em hertz, e h éa constante de Planck, dada em Joules.

A partir desse postulado, pode-se afirmar que essaenergia liberada nada mais é que a diferença entre as energiasdas camadas onde a transição ocorre. Assim, quando um elétronrealiza um salto quântico entre as camadas K e L de um átomoX, a diferença energética é dada por: EL-EK = h x f.

3º postulado – O equilíbrio dinâmico dos sistemas nos estadosestacionários, baseados em interações eletrostáticas eeletromagnéticas, obedece às leis da mecânica clássica.

Assim, para transições em diversos estados estacionários(mudança de camadas) essas leis clássicas não se aplicam.Mesmo que ocorram no limite de grandes órbitas e altasenergias (camadas mais externas).

4º postulado – As possíveis órbitas descritas por elétrons emtorno do núcleo atômico são múltiplos inteiros de h/2π.Inclusive nas órbitas provenientes de uma transição.

Esse postulado pode ser compreendido da seguinte forma:imaginando os elétrons com movimento ondulatório, para que oátomo esteja estável energeticamente, essas ondas não podemsofrer interferência tal que se aniquilem mutuamente ou causemqualquer tipo de instabilidade no átomo. Assim, todas devemestar em harmonia, essa, definida pelo múltiplo inteiroda constante de Planck corrigida para um movimento circular.

5º postulado – O estado no qual a energia emitida é máximadeve ser, também, um múltiplo inteiro da constante de Planck

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corrigida para um movimento circular em relação ao momentoangular do elétron.

Assim, de acordo com o 4º postulado, como as órbitas sãosempre múltiplos inteiros de h/2π, as energias máximasemitidas quando o átomo é excitado (mais precisamente, quandoum elétron realiza salto quântico) também são proporcionais ah/2π. p, com p = momento angular do elétron. (Ver figura 8.)

Figura 8 - modelo atômico de Bohr

Apesar de plausível, o modelo de Bohr ainda apresentavaalguns fatos que precisavam ser corrigidos. Novas explicaçõesainda precisavam ser desenvolvidas.

5.O Modelo da Mecânica Quântica

Logo após Bohr ter apresentado os seus estudos sobre oátomo surgiram novos experimentos que constataram que umelétron em uma mesma camada poderia possuir energiasdiferentes. Para explicar esse fato o cientista Sommerfildsugeriu que as órbitas dos elétrons fossem em forma de elipse,pois assim todos teriam energia diferente para uma mesmacamada.

As adaptações do modelo atômico não pararam por aí. Em1932, com os estudos de Chadwick, foi incluída uma novapartícula ao modelo de Rutherford, o nêutron.

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Para que fosse possível a existência do átomo, deduziu-seque o núcleo atômico deveria ter um outro tipo de partícula, ecomo a carga do núcleo deveria permanecer constante, a suacarga deveria ser neutra. Ela seria fundamental para aexistência do átomo, uma vez que, se o núcleo atômico fossecomposto somente por prótons, a repulsão existente entre elestornaria inviável a existência da matéria na forma concebidapor aquele modelo. Por possuírem cargas iguais, os prótonstenderiam a se repelir, e a presença dos nêutrons no átomoimplicaria em uma força entre as partículas, que seriaresponsável por mantê-las coesas e em estabilidade. Essa forçaficou conhecida como força nuclear forte.

Porém esse modelo ainda precisaria passar por adequações.Em 1927 o físico alemão Werner Heisenberg formulou o princípio daincerteza, afirmando que não se pode ter simultaneamente avelocidade e a posição de um elétron. Qualquer que seja a opçãoescolhida, ela implicaria em não obter a outra. Esse princípioacabou sendo demonstrado em vários experimentos, e foi deencontro ao modelo atômico de Rutherford, já que não haviacomo determinar a posição exata de um elétron no átomo,invalidando a ideia de órbitas circulares.

Um novo modelo precisava ser criado. Foi para se adequar aessas limitações que se formulou o Modelo Atômico da MecânicaQuântica, também conhecido como Modelo Padrão. Nele já não seconsideravam mais os elétrons como retidos em órbitas, mas simem orbitais, regiões ao redor do núcleo onde seria possívelencontrar o elétron. Os elétrons agora também poderiam secomportar tanto como ondas tanto como partículas, e suaenergia estaria associada agora aos orbitais atômicos.

Isso tudo fez com que não se pudesse mais ter certezaabsoluta da posição do elétron, e tornou a probabilidade orecurso mais forte para localizá-lo. Afinal, o orbital era oponto onde haviam as maiores chances de se encontrar umelétron no átomo.

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Foi então que o físico teórico Paul Dirac calculou quaiseram as áreas mais prováveis de se encontrar um elétron noátomo, e chegou a quatro números essenciais, os números quânticosprimário, secundário, magnético e spin.

O número quântico principal (n) indicaria em qual nível deenergia o elétron se encontra. Ele poderia variar de um até oinfinito, embora todos os átomos conhecidos atualmente sócheguem até o nível sete.

O número quântico secundário (l) seria responsável pelalocalização do elétron no subnível de energia, assim como oformato do orbital. Ele poderia assumir valores que variariamentre zero e (n-1). Os subníveis seriam indicados pelas letrass, p, d, f, g, h e assim por diante.

O número magnético (ml) teria a função de localizar oelétron e dar a orientação espacial do orbital. O númeroquântico magnético poderia assumir valores entre -l e +l,inclusive o zero.

O número quântico spin (ms) indicaria o sentido de rotaçãodo elétron no orbital. Como o elétron só poderia assumir doisvalores, o seu sentido de rotação seria representado pelosnúmeros -1/2 e +1/2.

Com esse modelo seria impossível que dois elétronspossuíssem os mesmos números quânticos. Eles seriam muitosimilares ao conceito de endereço. E mesmo que dois elétronsestivessem no mesmo orbital, os seus sentidos de rotaçãoseriam inversos.

Nesse modelo, a ocupação dos elétrons nos subníveis segueuma regra básica, conhecida por Regra de Hund: cada orbitalrecebe inicialmente um elétron, e caso cada orbital tenha sidoocupado por uma dessas partículas o restante é redistribuídonos demais orbitais em sentido contrário à distribuiçãoinicial. O último elétron a ser distribuído é o maisenergético do subnível, e também é conhecido como elétron dediferenciação.

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Em 1921, experiências com campos magnéticos permitiram queOtto Stern e Walter Gerlach chegassem à conclusão de que oelétron girava sobre seu próprio eixo. Eles verificaram que oelétron girava a uma velocidade tão alta que se fosse umaesfera ela acabaria por se autodestruir. Como o mesmoocorreria para qualquer outra forma geométrica, não adiantavarepresentá-lo graficamente. Adotou-se então o elétron comoponto matemático, sem forma nem espaço, descrito somente porsuas ações.

As investigações do interior do átomo continuaram, e aindahaviam muitas perguntas a serem resolvidas, sendo uma delas apergunta “do que são feitos os prótons e os nêutrons?”. Aresposta coube ao americano Murray Gell-Mann, que em 1969levou o prêmio Nobel de física por propor o conceito dequarks.

Os quarks seriam as subpartículas elementares que compõemas partículas do núcleo atômico. Haveriam seis os tipos dequarks, sendo apenas dois estáveis, os quarks up e o down,responsáveis por toda a formação da matéria atualmente. Osoutros quatro instáveis, os quarks charm, strange, top e o quarkbottom, só existiriam nos primórdios do universo.

Com o avanço das pesquisas descobriram-se mais duasfamílias de subpartículas, os léptons e os bósons.

Os léptons seriam partículas elementares, não sendocompostas por nenhuma outra partícula, e classificados em seistipos, sendo eles o elétron e seu neutrino, o múom e seu neutrino,e o tau e o seu neutrino. Já os bósons seriam as partículasmensageiras do átomo, e existiriam em 13 tipos diferentes, sendoo mais notório o fóton.

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Figura 9 - representações dos orbitais atômicos

Mesmo com tantos avanços na física quanto ao modeloatômico, ainda faltam muitos fatos à serem explicados.Atualmente, a maior expectativa da física de partículas éconseguir comprovar a existência da última partícula do ModeloPadrão, o bóson de Higgs. Esse feito não só consolidaria omodelo, como também explicaria, finalmente, a existência damatéria.

CONCLUSÃO

O modelo de Dalton, concebendo o átomo como uma bolinhamaciça e indivisível, representou um grande avanço para aQuímica no século XIX. Mas a ciência e suas aplicações emnosso cotidiano não pararam de evoluir, fato que pode serfacilmente constatado no desenvolvimento deste trabalho.

A evolução dos modelos atômicos permitiu explicar diversosfatos antes incompreendidos, tendo como exemplo os raios X,assim como a condução de corrente elétrica em certas soluções.Com tantos avanços, muitas foram as descobertas de grandeutilidade para a humanidade.

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O estudo da evolução tanto histórica, quanto estruturaldos modelos atômicos demonstra a sua importância não só para odesenvolvimento e aprimoramento da teoria dos átomos, mas,também, nas diversas aplicações que podem ser feitas,hodiernamente, e o seus impactos na ciência e na vidacotidiana. Desde Dalton até o atual Modelo Padrão, váriosexperimentos foram realizados, comprovando várias teorias econsolidando assim os conhecimentos anteriores, bem comoimpulsionando a busca por novos conhecimentos.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

LIVROS

FELTRE, Ricardo. Química Geral. Volume 1. São Paulo, 2004.6ª edição. Editora Moderna.

PINTO, Alexandre Custódio – PEC - Projeto Escola e Cidadaniapara Todos: física, volume 3: ensino médio. 1ª Ed. – SãoPaulo: Editora do Brasil, 2007.

PÁGINAS DA WEB

Modelo Atômico de Bohr – Portal São Francisco<http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/modelo-atomico-de-bohr/modelo-atomico-de-bohr-1.php> Acesso em 21 de fevereirode 2012, às 20h 32 min.

Modelos atômicos – Algo Sobre<http://www.algosobre.com.br/quimica/modelos-atomicos.html>Acesso em 22 de fevereiro de 2012, às 19h 55min.

Modelo Atômico de Bohr - Wikipédia<http://pt.wikipedia.org/wiki/Modelo_at%C3%B4mico_de_Bohr>Acesso em 22 de fevereiro de 20 12, às 22h 02 min.

Fundamentos do Modelo Atômico de Bohr - UFRGS<http://www.if.ufrgs.br/tex/fis142/modelobohr/modelobohrconc.html> Acesso em 23 de fevereiro de 2012, às 15h26 min.

Modelos Atômicos - USP<http://www.pmt.usp.br/pmt5783/Aula1.pdf> Acesso em 28 defevereiro de 2012, às 17h 11min.

Modelos Atômicos – Algo Sobre

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<http://www.algosobre.com.br/fisica/modelos-atomicos.html>Acesso em 20 de fevereiro de 2012, às 16h 28min.

Léptons e Quarks: Os Constituintes Básicos de Todo oUniverso – Observatório Nacional<http://www.on.br/site_edu_dist_2011/pdf/modulo1/3-particulas.pdf>. Acesso em 11 de março de 2012, às 17h 30min.

A física dos quarks e a epistemologia - UFRGS<http://www.if.ufrgs.br/~moreira/quarks.pdf> Acesso em 11 demarço de 2012, às 17h 40min.

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