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Ensaios Clínicos com vacinas:

contexto, princípios, vantagens e limitações

Luiz A. B. Camacho

2015

Ministério da Saúde

Fundação Oswaldo Cruz

Escola Nacional de Saúde Pública

Curso de Vacinas em Saúde Pública

Análise de evidência

científica para

intervenções em saúde

http://archive.ahrq.gov/news/events/conference/2009/viswanathan2/index.html

http://clinicalstudiestoday.blogspot.com.br/2010/09/hierarchy-evidence-clinical-studies.html

Níveis de evidência Canadian Task Force on Preventive Health Care

Table 4. NACI Recommendations for Immunization [NACI concludes

that ..]

A … there is good evidence to recommend immunization.

B … there is fair evidence to recommend immunization.

C

… the existing evidence is conflicting and does not allow

making a recommendation for or against immunization,

however other factors may influence decision-making.

D … there is fair evidence to recommend against immunization.

E … there is good evidence to recommend against immunization.

I

… there is insufficient evidence (in either quantity and/or

quality) to make a recommendation, however other factors may

influence decision-making.

http://www.phac-aspc.gc.ca/publicat/ccdr-rmtc/09vol35/acs-1/index-eng.php#table4

Exemplos:

[Canadian] National Advisory Committee on Immunization (NACI)

http://www.phac-aspc.gc.ca/publicat/ccdr-rmtc/10vol36/acs-12/index-eng.php

NACI concludes that there is good evidence to recommend that all

routine infant immunization schedules for children in Canada include

a conjugate pneumococcal vaccine ( NACI Recommendation A).

[ACIP-CDC]

For all adults ≥65 years of age, we recommend pneumococcal

vaccination (Grade 1B)

… the recommendation was designated as a Category A

recommendation

Terminologia

Ensaios clínicos (clinical trials)

Ensaios de campo (field trials)

Ensaios de comunidade

Estudos com delineamento experimental

• “explanatórios”; “de eficácia”

• “pragmáticos”; “de efetividade”

ENSP/FIOCRUZ

• Aplicação de uma ou mais intervenções pelo

pesquisador

• para modificar o curso natural de um problema (de

saúde);

• acompanham os sujeitos no tempo para

documentar modificações desejáveis e indesejáveis,

previstas e não intencionais e

• comparam desfechos em grupos que se diferenciam pela

exposição à intervenção;

• permitem medir a eficácia / efetividade da intervenção.

Estudos com delineamento experimental

ENSP/FIOCRUZ

Estrutura dos estudos com delineamento

experimental

CCrriittéérriiooss ddee eelleeggiibbiilliiddaaddee DDeessffeecchhooss

População com acondição deinteresseexposta ao risco

Elegíveiss

Intervençãoexperimental

Grupo decontrole

RANDOMIZAÇÃO

Favorável

Desfavorável

Favorável

Desfavorável

Necessidade e oportunidade do experimento

(explicitado em protocolo de pesquisa)

• Bases científicas da imunização com antígeno proposto

devem ser sólidas

• Dúvidas genuínas sobre eficácia/efetividade da “vacina

candidata”

Exemplo: Vacinas contra Haemophilus influenzae protege contra

sorotipo b, o mais frequentemente envolvido nas formas

invasivas da doença; proteção contra estado de portador em

nasofaringe ENSP/FIOCRUZ ENSP/FIOCRUZ

Fases de experimentação de novos fármacos e

imunobiológicos

A. Estudos pré-licenciamento

i. Estudos pré-clínicos

• laboratório: propriedades químicas, físicas e

biológicas e processo de produção; outras observações que

sirvam de base à intervenção proposta.

• modelos animais: indicativos de eficácia potencial

e de limites de segurança para uso em humanos.

ENSP/FIOCRUZ

Correlação entre fases de desenvolvimento em humanos e tipos de estudo

Objetivos =>

Avaliar tolerânciafarmacocinética/farmacodinâmicae interaçãomedicamentosa

Explorar uso nadoença deinteresse;estimar dose; daras bases paraestudosconfirmatórios(desfechos)

Demonstrareficácia;estabelecerperfil desegurança;estabelecerdose-resposta

Refinar entendimentoda relação riscobenefício; identificarreações adversasmenos comuns;refinar recomendaçõesde dose

Fases dodesenvolvimento

Farmacologiahumana

Terapêuticoexploratório

Terapêuticoconfirmatório

Uso terapêutico

I

II

III

IV

estudo típico; estudo menos freqüentes

Fases de experimentação de novos fármacos e imunobiológicos

ii. Estudos clínicos: Fase III

• eficácia comparada entre intervenções;

• indicações para comercialização;

• interações farmacológicas; eventos adversos;

• grande número de participantes (milhares); acompanhamento

mais prolongado que fases I e II;

• necessariamente randomizados;

• preferencialmente duplo-cego.

ENSP/FIOCRUZ

Villar et al. Efficacy of a Tetravalent Dengue Vaccine in Children in Latin

America. N Engl J Med 2015; 372:113-123

“ … phase 3 efficacy trial …. randomly assigned healthy children

between … in a 2:1 ratio to receive … dengue vaccine (CYD-TDV) or

placebo at months …. under blinded conditions.

Black et al. Efficacy, safety and immunogenicity of heptavalent

pneumococcal conjugate vaccine in children. Northern California Kaiser

Permanente Vaccine Study Center Group. Pediatr Infect Dis J 2000; 19:187-95

Grupo controle: meningococcus type C CRM197 conjugate

Vesikari et al. Immunogenicity of the 10-valent pneumococcal non-

typeable Haemophilus influenzae protein D conjugate vaccine (PHiD-

CV) compared to the licensed 7vCRM vaccine. Pediatr Infect Dis J 2009;

28:66-76;

Exemplos de grupos de comparação (controle)

Fases de experimentação de novos fármacos e

imunobiológicos

B. Estudos pós-comercialização (Fase IV)

• eventos adversos raros;

• novas indicações (outros grupos);

• duração da proteção

• podem ser condição para licenciamento;

• desenho observacional ou experimental.

ENSP/FIOCRUZ

Estudo de soroconversão com formulações da vacina Biken CAM-70 contra sarampo. Camacho LAB, Freire MS, Yamamura AMY, Leal MLF, Mann, G. Rev Saúde Pública 2000;34(4):358-366.

Estudo comparativo, randomizado, triplo-cego, em

crianças de 9-18 meses de idade

Objetivo principal: avaliar adequação da concentração de

partículas virais da vacina (ou se a vacina estava

formulada com excesso de vírus).

Desfecho primário de interesse: resposta imune à

vacinação contra sarampo.

Estudos de pós-comercialização com justificativa

programática

Rodrigues LC et al. Effect of BCG revaccination on incidence

of tuberculosis in school-aged children in Brazil: the BCG-

REVAC cluster-randomised trial. Lancet. 2005; 366(9493):1290-5.

Estudo de efetividade (ensaio pragmático) da revacinação

BCG em 767 escolas de Salvador-BA e Manaus-AM,

envolvendo 348.139 crianças de 7-14 anos de idade

Eficácia do BCG foi 9% (-16% - 29%).

Recomendação de revacinação foi retirada pelo Ministério

da Saúde.

Eficácia e efetividade

Ensaio de eficácia: medida de efeitos

biológicos diretos da vacina em condições

ótimas

Ensaio de efetividade: medidas de efeitos

diretos e indiretos das vacinas aplicadas em

condições reais (“sub-ótimas”)

Medida de eficácia de intervenção

Redução percentual na incidência da doença entre

vacinados, atribuível à vacinação

Diferença entre incidências em vacinados e não vacinados

representa fração dos casos evitados pela vacina

0

50

100

150

200

250

300

350

400

Pertussis Pertussis 2

Não vacinados

Vacinados

Taxa por 100.000

Fração

prevenida

Medidas de eficacia/efetividade da intervenção

RAR: redução absoluta de risco

FPExp: fração prevenida nos

expostos à intervenção

(eficácia)

I1: incidência em expostos

I0 : incidência em não expostos

IT : incidência na população

RR : risco relativo

FPPop: fração prevenida na

população (efetividade)

)1(

1

RRp

I

IIFPPop

RRI

IIFPExp

IIRAR

e

0

T0

0

10

10

pe : proporção de expostos na população (p.ex., cobertura vacinal)

Ensaio com vacina pneumocócica conjugada

Casos de doença invasiva por

Streptococcus pneumoniae

Lactentes sob

risco

Vacinados 1 18927

Não vacinados 39 18941

%4,971009.205

3,59,205:

._9,20518941

39

_:

._3,518927

1:

10

10

5

0

5

1

Eficacia

pVacinadosNÃO

Casos

pVacinados

Casos

I

I

Villar et al.

Efficacy of a

Tetravalent

Dengue

Vaccine in

Children in

Latin America.

N Engl J Med

2015;372:113-23.

Outros fatores que influenciam ocorrencia da

doença foram controlados

Exemplo: vacinados em campanha de imunização

contra influenza em idosos podem ter menor

idade média, menos comorbidade e serem

menos predispostos a formas graves e

complicações da doença

Redução aparente na incidencia da influenza

poderia ser explicada pelo perfil dos vacinados

Pressupostos

Estrutura dos estudos com delineamento

experimental

CCrriittéérriiooss ddee eelleeggiibbiilliiddaaddee DDeessffeecchhooss

População com a condição de interesse exposta ao risco

Elegíveiss

Intervenção experimental

Grupo de controle

R A N D O M I Z A Ç Ã O

Favorável

Desfavorável

Favorável

Desfavorável

Nos estudos com delineamento experimental

grupos de vacinados e não vacinados são

definidos por “sorteio”

Randomização: processo formal baseado no

acaso, com probabilidade de alocação nos grupos,

conhecida e controlada pelo pesquisador.

Resultam grupos de comparação semelhantes na

distribuição das variáveis intervenientes

(p.ex., idade, estado nutricional, comorbidade etc.)

H1N1pdm09 Adjuvanted Vaccination in HIV-Infected Adults: A

Randomized Trial of Two Single versus Two Double Doses. Santini-

Oliveira et al., 2012 (Plos One, v. 7, p. e39310, 2012)

HIV-positivo HIV-negativo

Característica 2 doses únicas

2 doses duplas

Número de participantes 129 127 71

Idade em anos - Média (SD) 42.2 (8.5) 42.0 (9.2) 37.3 (10.5)

≤ 40 anos, N (%) 60 (46.5) 52 (40.9) 46 (64.8)

> 40 anos, N (%) 69 (53.5) 75 (59.1) 25 (35.2)

Sexo - Masculino, N (%) 90 (69.8) 79 (62.2) 25 (35.2)

Tabagismo no presente – Sim, N (%) 37 (28.7) 27 (21.3) 9 (12.7)

IMC ≥ 25 Kg/m2, N (%) 58 (45.0) 62 (48.8) 42 (59.2)

Anos desde o diagnostico do HIV - Média (SD) 8.0 (5.7) 8.0 (6.6) -

Doença definidora de AIDS prévia - N (%) 56 (43.4) 51 (40.1) -

Contagem de CD4 (cells/mm3) - Média (SD) 583.5 (327.3) 584.5 (310.8) -

Nadir de CD4 (cells/mm3) - Média (SD) 222.3 (221.2) 226.8 (202.6) -

Carga viral do HIV RNA < 50 cp/ml, N (%) 84 (68.3) 78 (63.4) -

Dados faltantes, N (%) 6 (4.7) 4 (3.1) -

HAART - Uso atual, N (%) 103 (79.8) 101 (79.5) -

Anos em HAART - Média (SD) 6.1 (4.8) 6.4 (5.5) - IQR: interval interquartílico, HIV: virus da imunodeficiência humana, HAART: terapia antirretroviral altamente ativa, IMC: Índice

de massa corpórea,

+ Mulheres;

mais jovens

~ 50% com

nadir de

CD4 < 200

cels/mm3

1. controle de viés de seleção

Preferências do profissional de saúde ou do

participante podem favorecer um dos grupos

Randomização “neutraliza” tendenciosidade

P.ex., médico assistente indicando 2 doses duplas de

vacina contra influenza para os pacientes HIV+ com

maior comprometimento do sistema imune.

Propósito da randomização

2. controle de de variáveis de confusão

Efeito de variáveis prognósticas pode se confundir com

efeito da intervenção

P.ex., diferença na resposta à vacinação contra

influenza entre os grupos de pacientes HIV+ pode

confundir o efeito da dosagem da vacina com o efeito

da idade, sexo e outras variáveis prognósticas

Propósito da randomização (cont.):

Processo formal com métodos explicitados em protocolo

Ensaio de campo com vacina contra Haemophilus influenzae

tipo b (Gambia, 1993-5)

Último dígito do número do cartão de saúde da criança

determinou código do frasco de vacina

Números de 0 a 9 designados randomicamente para vacinas

DTP ou DTP+Hib

• Programas de computador geram números (pseudo)

aleatórios

Randomização

• Grupos de randomização não podem ser revelados

antecipadamente ....

... nem podem ser previsíveis durante o processo de

alocação dos sujeitos nos grupos de comparação.

Exemplos de métodos de alocação inadequados:

alocação alternada, data de nascimento, dia da semana,

número de registro.

Randomização

Multicenter Study on the Immunogenicity and

Safety of Two Recombinant Vaccines Against

Hepatitis B (Martins et al. Mem Inst Oswaldo Cruz 2004; 99(8):

865-871.

For operational reasons, allocation was

systematic: at IEC and IMIP, by day of the

week, with adjustment for equalizing the two

arms of the study; at LFL, by month of birth,

without adjustment.

Análise dos dados deve preservar grupos de

alocação (“análise por intenção de tratamento”)

Exemplo:

H1N1pdm09 Adjuvanted Vaccination in HIV-Infected Adults: A

Randomized Trial of Two Single versus Two Double Doses

Pacientes sorteados para o grupo “duas doses duplas”

foram analisados nesse grupo, mesmo que tivessem

recebido doses simples (independente do motivo).

Randomização

Na alocação da intervenção

Níveis (componente "cego")

1. Simples: participante

2. Duplo: participante e equipe de campo

3. Triplo: participante, equipe de campo

e analista dos dados

Nas medições: observador ignora grupo de alocação

“Cegamento” ou Mascaramento

Mascaramento ou “Cegamento” da

intervenção

Esquema para

(1) impedir que voluntários e/ou equipe do

estudo saibam o grupo de intervenção de

cada indivíduo, no decorrer do estudo; e

Mascaramento ou “Cegamento” da

intervenção

(2) Permitir que equipe e/ou voluntários possam

conhecer o grupo de alocação de cada indivíduo

(i) ao final do estudo

(ii) a qualquer momento em que a segurança dos

indivíduos assim o exigir

Propósito do mascaramento:

proteger contra imprecisões por subjetividade na informação, na

observação e na análise dos dados

preservar comparabilidade dos grupos dada pela randomização no

início do estudo

Wood et al. 2008: “Overall, estimates of intervention effects were

exaggerated by 7% in non-blinded compared with blinded trials”

“…. bias associated with lack of blinding seemed restricted to trials

with subjectively assessed outcomes …, with no evidence of

such bias in trials with objective outcomes ….

Potencial de viés nos ensaios abertos (não

mascarados)

Percepção de desfechos de interesse

associadas à intervenção

Expectativa (fundamentada ou imaginada) do

voluntário quanto aos efeitos da intervenção

Potencial de viés nos ensaios abertos (não

mascarados)

Avaliação dos desfechos (inclusive os

desfechos objetivos) pelos membros da

equipe pode ser influenciada pelo

conhecimento do grupo de alocação

[vale também para estudos observacionais]

Potencial de viés nos ensaios abertos (não

mascarados)

Administração da intervenção:

• Manipulações deliberadas ou processos

inconscientes que alterem alocação randomizada

da intervenção

• Decisões terapêuticas (inclusive suspensão da

intervenção) podem ser tendenciosas se equipe

conhece a intervenção

Potencial de viés nos ensaios abertos (não

mascarados)

Adesão à intervenção

Motivação para iniciar e manter participação no

estudo pode ser afetada pelo conhecimento

do grupo de alocação

Potencial de viés nos ensaios abertos (não

mascarados)

Gerenciamento e análise dos dados

Escolha de métodos e estratégias analíticas

podem ser afetadas pelo conhecimento dos

grupos de intervenção

Bergman et al. A randomized clinical trial of the effect of informed consent on the

analgesic activity of placebo and naproxen in cancer pain. Clin trials & metanalysis

1994;29:41-47.

Fig. 1: Alteração (em mm) na

Na escala visual analógica de

dor após naproxen e placebo

em pacientes com (n=18) e

sem (n=25) conhecimento de

que se tratava de estudo.

Procedimentos para mascaramento:

• preparação de fármacos ou imunobiológicos em

apresentação idêntica (propriedades

organolépticas e embalagem)

• codificação de frascos/embalagens de forma a

impedir identificação do tipo de intervenção

• alocação dos participantes segundo seqüência

aleatória dos códigos

Camacho et al. Immunogenicity of WHO-17D and

Brazilian 17DD yellow fever vaccines: a randomized

trial. Rev Saúde Pública 2004; 38(5):671-8.

“.... Vaccine and placebo vials looked identical and

were labeled with codes, which were concealed from

study participants, field work team, laboratory staff,

and data analysts.”

“Cegamento” ou Mascaramento (exemplo)

Rótulo da vacina contra febre amarela para a pesquisa

Immunogenicity of WHO-17D and Brazilian 17DD yellow fever vaccines: a randomised,

double-blind, placebo-controlled trial.

Immunogenicity of WHO-17D and Brazilian 17DD yellow fever vaccines: a randomized trial.

Formulação das vacinas empregadas no estudo

Composição por dose de vacina (0,5 ml):

Vírus (atenuado) 17DD ou 17D-213/77 1000 DL50

Sacarose ..............................................................0,8 mg

Glutamato de sódio.............................................0,8 mg

Água qualidade injetável q.s.p...........................0,5 ml

Diluente: (concentração por dose)

Cloreto de Sódio................................................ 4,25mg

Água qualidade injetável......................................0,5 ml *1 Na composição do placebo é mantida a mesma formulação das demais vacinas inclusive o suco de embriões de galinha S.P.F., porém não inoculados com o vírus da febre amarela.

Camacho et al. Reactogenicity of yellow fever vaccines in a randomized,

placebo-controlled trial. Rev. Saúde Pública 2005; 39(3):413-420

Ascorbic Acid for the Common Cold. A Prophylactic and

Therapeutic Trial. Karlowski et al. JAMA 231(10):1038, 1975

• 311 voluntários randomizados: 1gm de vit. C ou placebo,

3 x / dia, 9 meses

• Em caso de resfriado: 3 gm/dia adicionais de vit. C ou

placebo

• estudo “duplo-cego”

• desfecho: episódios de resfriados definidos

• Desistências após 9 meses levaram à interrupção do

estudo: 44% no grupo placebo e 34% na vit. C

Black et al. Efficacy, safety and immunogenicity of heptavalent

pneumococcal conjugate vaccine in children. Northern California

Kaiser Permanente Vaccine Study Center Group

“… double blind trial; 37,868 children were randomly

assigned 1:1 to receive either the pneumococcal conjugate

vaccine or meningococcus type C CRM197 conjugate”….

“The two vaccines were identical in appearance.”

Vesikari et al. Immunogenicity of the 10-valent pneumococcal non-

typeable Haemophilus influenzae protein D conjugate vaccine (PHiD-

CV) compared to the licensed 7vCRM vaccine.

“… Serum samples were stored at -20°C until blinded

analyses were conducted at …”

Problemas do “cegamento”:

• questões éticas

• complexidade logística do estudo

• “cegamento” dificulta manejo clínico do paciente

• Efeito placebo da informação sobre o placebo:

“efeito Hawthorne”

• explica parte das diferenças no efeito da

intervenção em condições experimentais e em

condições reais

Table 2:

Example of

risk of bias

table from a

Cochrane

review.

[Higgins et al. The

Cochrane

Collaboration’s tool

for assessing risk

of bias in

randomised trials.

BMJ

2011;343:d5928]

Impedimentos e desvantagens dos experimentos

epidemiológicos:

• éticos: exposições que não podem ser

manipuladas;

• complexidade logística e alto custo;

• validade externa limitada pela seleção dos

participantes;

• longa duração limita aplicabilidade dos

resultados.

Jonas D et al. Selecting Evidence for Comparative Effectiveness Reviews: When to use

observational studies: Slide Presentation from the AHRQ 2009 Annual Conference. 2009.

Agency for Healthcare Research and Quality, Rockville, MD.

http://archive.ahrq.gov/news/events/conference/2009/viswanathan2/index.html

• Danger of Over-reliance on RCTs

• May be unnecessary, inappropriate, inadequate, or

impractical

• May be too short in duration

• May report intermediate outcomes rather than main health

outcomes of interest

• Often not available for vulnerable populations

• Generally report efficacy rather than effectiveness

• AHRQ Evidence-based Practice Centers include wide

variety of study designs (not only RCTs)

Ruiz-Palacios et al. Safety and Efficacy of an Attenuated

Vaccine against Severe Rotavirus Gastroenteritis. N Engl J

Med 2006;354:11-22.

Patel et a. Effectiveness of monovalent rotavirus vaccine in Bolivia: case-control

study. BMJ 2013;346:f3726 doi: 10.1136/bmj.f3726.

Table 4 Effectiveness (% (95% CI)) of full series of rotavirus vaccine* against rotavirus

disease stratified by age, Bolivia.

Oliveira LH et al. Rotavirus vaccine effectiveness in Latin American and Caribbean

countries: A systematic review and meta-analysis. Vaccine 33S (2015) A248–A254

• Obrigado!


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