Universidade de Ribeirão Preto Curso de Enfermagem
MARIA RITA RODON COSTACURTA
PERFIL DE CLIENTES PORTADORES DE CARDIOPATIAS
ATENDIDOS EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DO INTERIOR
PAULISTA
RIBEIRÃO PRETO
2010
Maria Rita Rodon Costacurta
PERFIL DE CLIENTES PORTADORES DE CARDIOPATIAS ATENDIDOS EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DO
INTERIOR PAULISTA
Monografia apresentada à Universidade de Ribeirão Preto UNAERP, como requisito para a obtenção do grau de Bacharel em Enfermagem. Área de Concentração: Saúde. Orientadora: Profª Drª Silvia Sidnéia da Silva
Ribeirão Preto
2010
Ficha catalográfica preparada pelo Centro de Processamento Técnico da Biblioteca Central da UNAERP
- Universidade de Ribeirão Preto -
Costacurta, Maria Rita Rodon, 1984 -
C837p Perfil de clientes portadores de cardiopatias atendidos em um hospital universitário do interior paulista / Maria Rita Rondon
Costacurta. - - Ribeirão Preto, 2010. 51 f. il.
Orientadora: Profa. Dra. Silvia Sidnéia da Silva.
Monografia (graduação) - Universidade de Ribeirão Preto,
UNAERP, Enfermagem. Ribeirão Preto, 2010.
1. Enfermagem. 2. Doenças cardiovasculares - Fatores de risco.
3. Cardiopatias. I. Título.
. CDD: 610.734
MARIA RITA RODON COSTACURTA
PERFIL DE CLIENTES PORTADORES DE CARDIOPATIAS ATENDIDOS EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DO INTERIOR PAULISTA
Monografia apresentada à Universidade de Ribeirão Preto UNAERP, como requisito para a obtenção do grau de Bacharel em Enfermagem.
Área de concentração:
Data da defesa: 26 de novembro de 2010.
Resultado: _________
BANCA EXAMINADORA
Silvia Sidnéia da Silva Profª Drª__________________ Universidade de Ribeirão Preto - orientadora
Sebastiana Aparecida Diniz Profª Drª_________________ Universidade de Ribeirão Preto Edilson Carlos Caritá Prof. Dr._________________ Universidade de Ribeirão Preto
DEDICATÓRIA
A minha mãe, Rita, por sempre estar presente oferecendo forças e palavras amigas para que conquistasse meus ideais. Ao meu irmão, Attilio, que esteve presente em todas as minhas caminhadas. Meu padrasto, Menassi, que ofereceu apoio e ajuda durante toda realização deste trabalho. Minha professora e amiga Silvia que acreditou e confiou em meu potencial para realização deste trabalho.
AGRADECIMENTO
Agradeço ao meu pai José Attilio, que mesmo ausente proporcionou ajuda
a esta conquista tão sonhada e aos meus amigos que me ajudaram a realizar este
trabalho.
"Só se adquire perfeita saúde vivendo na obediência às leis da Natureza. A verdadeira felicidade é impossível sem verdadeira saúde, e a verdadeira saúde é impossível sem rigoroso controle da gula. Todos os demais sentidos estarão automaticamente sujeitos a controle quando a gula estiver sob controle. Aquele que domina os próprios sentidos conquistou o mundo inteiro e tornou-se parte harmoniosa da natureza.”
Gandhi
RESUMO
Trata-se de um estudo de campo, de caráter retrospectivo de abordagem quantitativa, que teve como objetivo levantar o perfil de clientes atendidos no ambulatório de cardiologia em um hospital universitário do interior paulista. A amostra constituiu de 189 sujeitos, com idades entre 13 a 89 anos, de ambos os sexos, usuários do Sistema Único de Saúde. A coleta de dados ocorreu de fevereiro a outubro de 2010, considerando o período de estudo de 01 de janeiro a 31 de dezembro de 2008. Para análise foram considerados dados de identificação, ocupação, valores pressóricos, fatores de risco modificáveis e não modificáveis, diagnóstico principal e co-morbidades encontrados em prontuários dos usuários. Houve o predomínio da hipertensão arterial como diagnóstico principal em 66,67% homens e 100% mulheres. O sexo masculino apresentou valores de PAS entre 140-159 mmHg (hipertensão estágio 1), representando 32,79% da amostra e o sexo feminino apresentou valores entre <120 mmHg (ótima) e 130-139 mmHg (limítrofe). Quanto aos valores de PAD, 60 sujeitos do sexo masculino expressam PAD <80 mmHg (ótima). O sexo feminino exprimiu valores de PAD fora da normalidade, exibindo valores entre 85-89 mmHg (limítrofe), 90-99 mmHg (hipertensão estágio 1), além de um valor de PAD>110 mmHg (hipertensão estágio 2). Considerando a ocupação, 23,28% sujeitos realizam atividades remuneradas possuindo jornada diária não delimitada em prontuários. Como fator de risco modificável, a hipertensão arterial ocorreu em 65,6% homens, na faixa etária de 61 a 70 anos e ocorreu em todas as mulheres, em idades acima de 50 anos. Com relação aos fatores de risco não modificáveis, 85,71% homens apresentam a história familiar, com idades entre 13 a 89 anos; 100% da amostra feminina tem história familiar como fator de risco. A HAS, mais uma vez, apresentou-se com maior prevalência como co-morbidades com 77,24% sujeitos do sexo masculino, especialmente na faixa etária de 61 a 70 anos e, no sexo feminino, em 100% mulheres, nas faixas etárias de 51 a 89 anos. Os achados deste estudo evidenciaram que o estilo de vida de jovens, adultos e idosos precisam ser mudados/transformados cabendo aos profissionais de saúde a elaboração de medidas e estratégias para alterar esta realidade contemporânea. Palavras-chave: doenças cardiovasculares, fatores de risco, doença arterial coronariana.
ABSTRACT
This is about a field study, of retrospective content of quantitative approach, which aimed to raise the profile of outpatients served in the cardiology clinic at a university hospital within the State of São Paulo. The sample consisted of 189 people aged 13 to 89 years, of both sexes, members of the Unified Health System, served on the specialty outpatient clinic of cardiology of Electro Bonini Hospital belonging to the University of Ribeirão Preto. Data collection occurred from January 1st to December 31st, 2008. For analysis were considered identification data, occupation, blood pressure levels, the modifiable and non-modifiable risk factors, primary diagnosis and co morbidities found in records of users. There was a predominance of hypertension as primary diagnosis in 66.67% of men and 100% in women. Males presented PAS values between 140-159 mmHg (hypertension stage 1), representing 32.79% of the sample and females showed values ranging from <120 mmHg (optimal) and 130-139 mmHg (borderline). As to PAD values, 60 men express PAD<80 mmHg (optimal). Women expressed PAD values outside normal displaying values between 85-89 mmHg (borderline), 90-99 mmHg (hypertension stage 1), beyond a value of PAD>110 mmHg (hypertension stage 2). Considering the occupation, 23.28% people perform paid activities with their workday unconfined in medical records. As a modifiable risk factor, hypertension occurred in 65.6% of men, aged 61 to 70 years and occurred in all women, at ages above 50 years. As regards to non-modifiable risk factors, 85.71% of men report their family history, aged 13 to 89 years; 100% of the female sample has a family history as a risk factor. HAS, once again, presented with greater prevalence as co morbidities with 77.24% of male subjects, especially in the age group of 61-70 years and for females, 100% of women, age groups of 51 to 89 years. The findings of this study showed that the lifestyle of young people, adults and the elderly need to be changed / processed and it is up to the health professionals the development of measures and strategies to change this contemporary reality. Keywords: cardiovascular disease, risk factors, coronary artery disease.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Distribuição dos principais diagnósticos apresentados pelos sujeitos,
registrados nos prontuários de clientes/usuários. Ribeirão Preto, 2010.................................................................................... .......... 27
Tabela 2 Distribuição dos sujeitos segundo sexo e valores de pressão arterial
sistólica (PAS) (mmHg), de acordo com os registros encontrados em seus prontuários. Ribeirão Preto, 2010 ........................................ 29
Tabela 3 Distribuição dos sujeitos segundo sexo e valores de pressão arterial
diastólica (PAD) (mmHg), de acordo com os registros encontrados em seus prontuários. Ribeirão Preto, 2010 .................................. 29
Tabela 4 Distribuição de clientes/usuários segundo ocupação, agrupadas
conforme a Classificação Brasileira de Ocupações - 2010. Ribeirão Preto, 2010 ................................................................................... 30
Tabela 5 Distribuição dos fatores de risco modificáveis de acordo com a faixa
etária e o sexo, encontrados nos registros de prontuários de clientes/usuários. Ribeirão Preto, 2010 ........................................ 34
Tabela 6 Distribuição dos fatores de risco não modificáveis de acordo com a
faixa etária e o sexo, encontrados nos registros de prontuários de clientes/usuários. Ribeirão Preto, 2010 ........................................ 37
Tabela 7 Distribuição das co-morbidades de acordo com a faixa etária e o
sexo, encontrados nos registros de prontuários de clientes/usuários. Ribeirão Preto, 2010 ..................................................................... 39
LISTA DE SIGLAS
AVE – Acidente Vascular Encefálico DAC – Doença Arterial Coronariana DCV – Doenças Cardiovasculares DIC – Doença Isquêmica do Coração DM – Diabetes Mellitus ESF – Estratégia de Saúde da Família HAS – Hipertensão Arterial Sistêmica IAM – Infarto Agudo do Miocárdio LDL - Lipoproteína de Baixa Densidade PAD – Pressão Arterial Diastólica PAS – Pressão Arterial Sistólica
SUMÁRIO
Resumo ................................................................................................................. 7 Lista de Tabelas.................................................................................................... 8 Lista de Siglas....................................................................................................... 1 INTRODUÇÃO....................................................................................................
9 10
2 OBJETIVO.......................................................................................................... 3 REFERENCIAL TEÓRICO.................................................................................
12 13
4 REVISÃO DA LITERATURA.............................................................................. 15 4.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS........................................................................... 4.2 FATORES DE RISCO...................................................................................... 4.2.1 Fatores de risco modificáveis....................................................................... 4.2.2 Fatores de risco não modificáveis................................................................ 5 METODOLOGIA................................................................................................. 5.1 NATUREZA DO ESTUDO............................................................................... 5.2 LOCAL DO ESTUDO...................................................................................... 5.3 SUJEITOS DO ESTUDO................................................................................. 5.4 ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS...................................................................... 5.5 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS............................................... 5.6 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS......................................................... 5.7 CRITÉRIOS DE SUSPENSÃO OU ENCERRAMENTO DA PESQUISA....... 6 RESULTADOS E DISCUSSÃO.........................................................................
15 15 17 19 21 21 22 22 23 24 25 27
7 CONCLUSÃO..................................................................................................... 41
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................... 44
10
1 INTRODUÇÃO
As doenças cardiovasculares (DCV) causam extrema preocupação em nível
mundial, traduzindo-se na principal causa de morbi-mortalidade, sendo
responsáveis por 17 milhões de mortes, anualmente, o que equivale a um terço do
total de óbitos no mundo, em 2001 (SMITH et al., 2004).
Em 1930, as DCV representavam 11,8%; em 1980, 30,8%; em 1993, 35% e
em 1994 constituíam 28% de todas as mortes (TIMERMAN; CARDOSO; PAIVA,
2001). Outro estudo revelou índice de 45%, em 1998 (NETTO et al., 1999).
As doenças cardiovasculares (DCV) apresentam alta mortalidade,
principalmente, nos casos de infarto agudo do miocárdio (IAM). As síndromes
coronarianas agudas, cujo espectro clínico abrange a angina instável, o IAM e a
morte súbita são, na sua maioria, consequência da aterosclerose (MANFROI et
al., 1998; PINHEIRO et al., 2005). Dados estimam que no Brasil, em 2002,
ocorreram cerca de 90000 óbitos, devido à doença coronariana, correspondendo a
um terço da mortalidade total no país, do ano de 2005 (ROSINI; MACHADO;
XAVIER, 2006).
Estudos demonstram que as doenças isquêmicas, como o IAM e a angina,
associadas ao acidente vascular encefálico (AVE), representam as causas mais
frequentes de morte nos países industrializados, tendo como substrato
etiopatogênico, a aterosclerose (MANFROI, 1998; BRAUNWALD et al., 2000;
TIMERMAN; CARDOSO; PAIVA, 2003). A aterosclerose é um processo
progressivo que afeta um quarto da população mundial, principalmente, nos
países industrializados e está intimamente ligada ao estilo de vida e seus hábitos
alimentares (CAMPOS, 1988).
Doença reconhecida como problema significativo de saúde, desde o início
do século, a expressão aterosclerose é utilizada para descrever “lesão das
grandes e médias artérias com depósito na íntima de placas amarelas que contêm
colesterol e material lipóide” (INTROCASO, 2001; SILVA, 2003). A aterosclerose
11
foi constatada sob formas severas, em múmias egípcias com mais de 3.500 anos
de existência (RUFFTER, 1911). Estudos de sua gênese têm provado tratar-se de
uma proliferação de células musculares lisas, deposição de colesterol e infiltração
de células mononucleares. A palavra derivou do grego Athera que significa “papa
de aveia” e de Sclerose que quer dizer endurecimento (ARTERIOSCLEROSIS,
1981; CAMPOS, 1988; SILVA, 2003).
A aterosclerose pode promover a isquemia, que é uma condição de
privação de oxigênio acompanhada pela remoção inadequada dos metabólitos
consequente à redução na perfusão, podendo ser manifestada clinicamente como
um desconforto anginoso, desvio no segmento S-T no eletrocardiograma, prejuízo
regional ou global da função ventricular. Durante a isquemia, ocorre um
desequilíbrio entre o suprimento e a demanda do oxigênio miocárdico
(BRAUNWALD, 1999; TIMERMAN; CARDOSO; PAIVA, 2003).
Considera-se importante detectar os sinais e sintomas característicos de
fatores de risco para acometimentos cardiovasculares, tais como elevações acima
dos valores de referência para as concentrações plasmáticas de glicose, colesterol
total, triglicérides, lipoproteínas de baixa densidade e diminuição das lipoproteínas
de alta densidade (TEIXEIRA et al., 2001).
Por meio de uma observação minuciosa sobre doenças que comprometem a
saúde dos brasileiros, torna-se possível identificar as DCV como sendo as
grandes vilãs do território nacional, considerando o elevado índice de
morbimortalidade que apresenta na população.
Nessa direção, este estudo tem a finalidade de caracterizar os clientes
atendidos no ambulatório de Cardiologia no Hospital Electro Bonini, vislumbrando,
posteriormente, orientar a população sobre os fatores de risco, alertando como
evitar as DCV e os tratamentos disponíveis para minimizar os sinais e sintomas da
doença.
12
2 OBJETIVO
Levantar o perfil de clientes atendidos no ambulatório de Cardiologia em um
hospital universitário do interior paulista.
13
3 REFERENCIAL TEÓRICO
O modelo Campo de Saúde tem sua estrutura conceitual descrita por
Laframboise em 1973, mas foi desenvolvido em 1974 por Marc Lalonde, no
Canadá, que publicou um documento “Uma nova perspectiva sobre a saúde dos
canadenses”, onde relatou preocupação em relação à ausência de uma estrutura
conceitual para analisar a área da saúde (SILVA, 2003).
Trata-se de um referencial que analisa os problemas de saúde não só pela
ótica dos aspectos biológicos, estabelecendo-se o conceito de “Campo de Saúde”
que seria constituído por quatro elementos principais, compreendendo a biologia
humana, o meio ambiente, o estilo de vida e a organização dos serviços de saúde
(DANTAS, 1999; SIMÃO, 2001, SIQUEIRA, 2002; SILVA, 2003). Tais elementos
foram estabelecidos analisando-se as causas e fatores básicos de doenças e
mortes no Canadá, além do levantamento da influência destes elementos na
instalação de saúde naquele país (SIQUEIRA, 2002; SILVA, 2003).
Lalonde pode ser reconhecido como um marco político-institucional da
“Promoção de Saúde”, vinculado diretamente ao processo de organização das
políticas públicas. Assim, visa o estudo humano como um todo e não em partes
separadas, voltando a atenção ao todo, preocupando-se em ligar causas
patológicas (que atacam a biologia humana) com questões psicológicas e sociais,
tentando elaborar o melhor serviço de saúde, proporcionando um atendimento
adequado que possa suprir as necessidades do cliente/usuário.
Os quatro elementos, descritos por Lalonde (1974), compreendem:
Biologia Humana: envolve a constituição orgânica do indivíduo,
incluindo sua herança genética e aspectos relacionados com a saúde física
e mental;
Meio Ambiente: são fatores externos relacionados com questões
físicas e mentais onde o indivíduo exerce pouco ou nenhum controle. O
ambiente físico em que o indivíduo vive está diretamente relacionado com a
14
qualidade da água, do ar, ruídos, rápidas mudanças ocorridas no ambiente
social que podem implicar no desenvolvimento de doenças;
Estilo de vida: a maneira como o indivíduo se organiza e projeta sua
vida, entrando em questões associadas aos seus hábitos, sejam
alimentares ou de higiene, identificando a preocupação (ou ausência de
preocupação) do indivíduo com o seu corpo físico ou mental relacionado
com a sua saúde, no geral;
Organização dos Serviços de Saúde: o envolvimento do serviço de
saúde está relacionado ao melhor atendimento para o usuário, sendo que o
primeiro tem como obrigação estar qualificado para o atendimento e sua
disponibilidade total aos cuidados com a saúde.
A proposta da Promoção de Saúde, lançada por Marc Lalonde, no Canadá,
tem como ênfase a aplicação dos serviços e ações comunitárias através de uma
medicina simplificada, mas socializada, combatendo os problemas de saúde da
parcela mais carente da população.
15
4 REVISÃO DA LITERATURA
4.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS
Devido à globalização e à necessidade da urbanização, a sociedade se viu
pressionada a exercer trabalhos árduos e adquiriu estilos de vida capazes de
acompanhar o ritmo de trabalho.
Atendendo a essa dinâmica, os indivíduos começaram a utilizar hábitos
alimentares de fácil preparo e pouca qualidade; além de se exporem,
cotidianamente, ao estresse.
A modificação brusca no hábito alimentar acarretou a ingestão exagerada
de alimentos inadequados conhecidos como fast food, contaminando os corpos
com dosagens de nutrientes desnecessários, comprometendo o funcionamento do
organismo humano.
Frente ao ritmo acelerado de trabalho, surge a necessidade descontrolada
em descontar o estresse em algo, o que faz com que muitas pessoas encontrem
no tabagismo uma maneira de relaxar, esquecendo os males que o fumo causa.
Nesse cenário apresentado, a mudança de hábitos vivenciada pela
sociedade globalizada levou-nos a constatar que as DCV começaram a ganhar
espaço significativo, traduzindo-se em um dos fatos que denotou a necessidade
de definir os fatores de risco para as DCV, sugerindo uma orientação específica
para cada fator de risco.
4.2 FATORES DE RISCO
Ao assumir caráter de epidemia, nos Estados Unidos da América (EUA), a
doença arterial coronariana mereceu investigação, visando detecção de suas
causas, controle e prevenção. O desenvolvimento do conceito de “fatores de risco”
16
e suas relações com a incidência de coronariopatias decorreu de estudos
epidemiológicos prospectivos realizados nestes países (BRAUNWALD, 1999). No
início da década de 60, do século passado, o Estudo de Framingham realizado
nos EUA, começou a estabelecer relação entre estilo de vida e doença arterial
coronariana (DAC) (LESSA, 1999; SILVA, 2003). Estes estudos demonstram uma
associação consistente entre as características observadas num dado momento,
em indivíduos aparentemente saudáveis e a incidência subsequente de
coronariopatia. É importante salientar que a presença de um fator de risco não
implica, necessariamente, em uma relação causal direta, podendo ser um traço
associado com o risco aumentado de desenvolver doenças (LOURES-VALE;
MARTINEZ, 2001).
A definição de “fator de risco”, relacionado às doenças cardiovasculares,
considerando a etiologia da doença e as características genéticas do indivíduo,
como história familiar de coronariopatia prematura, considerada abaixo de 55 anos
no sexo masculino e 65 anos no sexo feminino, tem caráter abrangente,
traduzindo-se em “qualquer hábito ou característica que possa ser usada para
prever a probabilidade de um indivíduo desenvolver a doença” (STAMLER, 1991).
Sabe-se que alguns indivíduos são mais vulneráveis que outros e os
fatores de risco que predispõem às doenças cardiovasculares podem ser
classificados em hábitos do estilo de vida, como a ingestão aumentada de
gorduras saturadas, colesterol e calorias, sedentarismo, tabagismo, padrão de
comportamento do tipo A (indivíduo ambicioso, competitivo e impaciente) e ganho
de peso irrestrito; traços individuais aterogênicos: hipertensão arterial sistêmica
(HAS), dislipidemias, intolerância à glicose e resistência à insulina;
susceptibilidade inata: predisposição genética para dislipidemia, hipertensão
arterial sistêmica (HAS) e diabetes mellitus (DM) e história familiar de
cardiovasculares prematura, além de parâmetros preditores aterogênicos ativos
(leucocitose e fibrinogênio elevado) (KANNEL, 1995).
Os fatores de risco cardiovasculares relacionados à aterosclerose também
podem ser divididos de acordo com suas possibilidades de modificação, quer seja
através de mudanças de comportamento ou tipos de tratamento indicados. Assim,
17
temos os grupos de fatores de risco modificáveis (mutáveis) e os não modificáveis
(imutáveis) (KANNEL, 1995; DANTAS, 1996; BRAUNWALD, 1999; SILVA, 2003).
Em síntese, o fator de risco é uma condição que aparece associada a um
aumento significativo da ocorrência de eventos clínicos da doença, favorecendo
seu desenvolvimento (ARMAGANIJAN; BATLOUNI, 2000).
4.2.1 Fatores de Risco Modificáveis
Os fatores de risco modificáveis incluem tabagismo, HAS, intolerância à
glicose e DM não insulino dependente, sedentarismo, obesidade, uso de
anticoncepcionais hormonais, estresse e dislipidemia (BRAUNWALD, 1999).
O tabagismo é um fator de risco considerado pela Organização Mundial de
Saúde (OMS), como a principal causa de morte evitável em todo o mundo,
segundo Braunwald (1999). No Brasil, estudos revelam que o tabagismo é o único
fator de risco independente, correlacionado com o infarto agudo do miocárdio e
que tem alta prevalência entre os portadores desta patologia.
O tabagismo tem a capacidade de contribuir para o efeito antagonista da
redução dos lipídeos séricos, induzindo a resistência ao efeito de drogas anti-
hipertensivas (III CBHA, 2001).
Os anticoncepcionais orais são apontados como possíveis causadores de
hipertensão arterial (III CBHA, 2001). Mulheres fumantes irredutíveis com mais de
35 anos são indicadas a não consumir anticoncepcionais orais (BRASIL, 2001).
A obesidade é considerada um problema de saúde pública relevante, tanto
em países desenvolvidos como em subdesenvolvimento, ocorrendo,
concomitantemente, a diminuição progressiva do gasto energético em atividades
laborais, no lazer, no cumprimento de afazeres domésticos e em decorrência de
modificações no padrão alimentar (MARCOPITO et al., 2005).
Estudos revelam crescimento acelerado do sobrepeso e da obesidade, em
particular entre a população de menor renda (MONTEIRO; CONDE; POPKIN,
2002).
18
A tendência da evolução dos padrões de consumo alimentar brasileiro nas
últimas três décadas, apresentada nas áreas metropolitanas do país, indica que
nas regiões economicamente mais desenvolvidas e, de forma geral, no meio
urbano e entre as famílias com maior rendimento há um consumo excessivo de
açúcares e gorduras, em especial do tipo saturada, associado ao consumo
insuficiente de frutas e hortaliças (IBGE, 2005).
O estresse também entra na lista dos fatores de risco modificáveis
(MOREIRA et al., 1995). Estudos pautam o estresse com alta morbimortalidade na
doença aterosclerótica coronariana (ENGEL, 1971; KAMARCK, 1991).
Na literatura, existem estudos que indicam que o estresse pode levar à
ativação plaquetária, aumento da viscosidade sanguínea e à redução aguda do
volume circulante plasmático (TOFLER, 1987).
Em momentos de estresse, algumas pessoas usam uma combinação nada
agradável à saúde, que é o famoso “cafezinho” acompanhado de um cigarro.
Segundo Oparil (1997), a cafeína e a nicotina são capazes de elevar agudamente
a pressão arterial, pois promovem vasoconstricção, por liberação de substâncias
como as catecolaminas, no caso do uso da nicotina; além de acelerar o processo
de aterosclerose.
A hipertensão arterial é um fator de risco modificável considerado relevante
para a ocorrência de DCV, em ambos os sexos, independentemente do grupo
étnico e da faixa etária. Porém, as crianças com níveis de pressão arterial mais
elevados tendem a evoluir ao longo da vida, mantendo uma pressão arterial mais
elevada que as demais e apresentando maior probabilidade de se tornar um
adulto hipertenso (SALGADO; CARVALHAES, 2003).
A dislipidemia, segundo Rabelo (2001), é responsável pela alteração dos
níveis de lipídeos ou de lipoproteínas circulantes, é causada pelas alterações na
produção, no catabolismo ou no clearence, em consequência de fatores genéticos
e/ou ambientais, dieta inadequada e/ou sedentarismo. De acordo com o Programa
Nacional de Educação sobre o Colesterol, a hipercolesterolemia, em particular o
aumento da lipoproteína de baixa densidade (LDL), é o principal preditor das DCV,
19
porque as partículas de LDL contêm 70% de colesterol no sangue, sendo o
principal alvo de intervenção médica.
O diabetes mellitus constitui-se em um dos mais significativos problemas de
saúde pública no mundo, principalmente nos países em desenvolvimento. Seus
fatores de risco são a hiperglicemia, as alterações lipoprotéicas e a
hipertrigliceridemia que causam modificações na biologia vascular e aceleram os
eventos moleculares e celulares (GIULLUM, 2000; SARTORELLI, 2003).
Os fatores de risco modificáveis podem se extinguir devido à aceitação das
pessoas em modificar seu estilo de vida (COLOMBO, 1995).
4.2.2 Fatores de risco não modificáveis
Os fatores de risco não modificáveis são aqueles incorrigíveis,
impossibilitando qualquer desejo de correção ou exclusão (ÉVORA; ROSELINO,
2002).
Vale ressaltar que os fatores de risco não modificáveis são entendidos
como característica genética de uma DCV em um indivíduo ou histórico familiar de
DCV prematura (STAMLER, 1991).
A história familiar (hereditariedade) de DAC influencia o risco
aterosclerótico, que pode se iniciar na infância, como tem sido evidenciado em
estudos que confirmam a presença de aterosclerose coronariana nas famílias
(KANNEL; DAWBER, 1972; BRAUNWALD, 1999; ARMAGANIJAN; BATLOUNI,
2000).
Na infância, estrias gordurosas antecessoras das placas ateroscleróticas
começam a aparecer na camada da aorta aos três anos de idade e nas coronárias
durante a adolescência, podendo progredir na terceira e quarta décadas de vida
(STARY, 1990; FALK, 1993).
A herança genética é um fator que está presente na carga genética, sendo
impossível de alterá-la, mas o estilo de vida da pessoa pode ser alterado
20
proporcionando a ela uma vida saudável e reduzindo a possibilidade de ter um
evento cardíaco precocemente (PORTO; PORTO, 2005).
Os fatores de risco não modificáveis também estão relacionados com a
raça, sexo, idade e ocorrência da menopausa (COON et al., 1992; MANCILHA-
CARVALHO, 1992; KANELL, 1995).
O sexo masculino tem sido relacionado a um pior prognóstico
cardiovascular em adultos, porém seu impacto em indivíduos de idades mais
jovens é pouco conhecido (BRANDÃO et al., 2003).
Existem dados na literatura que afirmam que os homens estão mais sujeitos
à hipertensão do que as mulheres. Elas possuem uma pressão arterial baixa
devido aos hormônios ovarianos que estão atuantes durante o climatério, mas
com a chegada da menopausa há uma elevação significativa da pressão arterial,
equiparando-se com a pressão arterial dos homens (IRIGOYEN et al., 2003).
Através do conhecimento amplo sobre os fatores de risco, é possível
elaborar medidas preventivas e efetivas que possam promover a qualidade de
vida da população (GOLDEMEIER; CASTRO, 2005) e, nesse sentido,
investigações sobre a concepção, etiologia e manifestação dos fatores de risco
para a ocorrência de DCV se faz imperativo.
21
5 METODOLOGIA
5.1 NATUREZA DO ESTUDO
Trata-se de estudo descritivo, de cunho quantitativo e caráter retrospectivo.
De acordo com Barros e Lehfeld (2005), o estudo descritivo é aquele em que a
descrição do objeto se faz por meio da observação e levantamento de dados,
podendo se chegar à elaboração de perfis e cenários para a busca de percentuais,
médias, indicadores ou curvas de normalidade.
Segundo Minayo (1993), a abordagem quantitativa é um método preciso
que leva à total veracidade, deixando o estudo livre de qualquer indagação. O
método quantitativo possui a capacidade de descrever minuciosamente os
elementos desejados através de levantamentos numéricos e estatísticos, como
previsto nesse estudo.
A busca ocorreu com as palavras chave doenças cardiovasculares, fatores
de risco e doença arterial coronariana, no período de fevereiro a outubro de 2010.
5.2 LOCAL DO ESTUDO
O presente estudo foi realizado em um hospital universitário de um
município do interior paulista, em prontuários de clientes atendidos no Ambulatório
de Especialidades da Cardiologia. Esta Instituição de saúde pertence à
Universidade de Ribeirão Preto - UNAERP que possui 37 cursos de graduação; 5
cursos tecnológicos; 6 cursos de pós-graduação stricto sensu e 30 cursos de pós-
graduação lato sensu.
O hospital Electro Bonini atende 3200 clientes/mês através de profissionais
das áreas de Enfermagem, Nutrição, Psicologia, Serviço Social, Fisioterapia,
Ciências Farmacêuticas e Medicina; com atendimentos ambulatoriais nas
22
seguintes especialidades: Vascular, Urologia, Reumatologia, Proctologia, Cirurgia
Plástica, Ortopedia, Otorrinolaringologia, Oftalmologia, Neurologia, Hematologia,
Ginecologia, Geriatria, Gastroenterologia, Dermatologia, Anestesiologia e
Cardiologia. Atualmente, realiza cirurgias nas especialidades de
otorrinolaringologia, oftalmologia, cirurgias geral, plástica, vascular, pediátrica,
urológica, ginecologia, obstetrícia, proctologia e pequenas cirurgias de
dermatologia. Estes atendimentos são prestados à população encaminhada pelo
Serviço Único de Saúde e de clínicas especializadas ligadas aos cursos da área
de saúde; obedecendo ao sistema de referência e contra-referência utilizado no
município de Ribeirão Preto/SP.
5.3 SUJEITOS DO ESTUDO
A amostra do estudo constituiu-se de 189 clientes atendidos na referida
Instituição de saúde, no período de 01 de janeiro a 31 de dezembro de 2008,
referenciados para o Ambulatório de Cardiologia, com diagnóstico de cardiopatias.
Desta forma, a amostra foi composta de sujeitos de ambos os sexos, que
possuem 18 anos ou mais, usuários do Sistema Único de Saúde, portadores do
diagnóstico de cardiopatias, referenciados para seguimento no Ambulatório de
Cardiologia do Hospital Electro Bonini, no período supracitado.
5.4 ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS
Em atendimento à Resolução do Conselho Nacional de Saúde 196/96,
respeitando os princípios éticos, foi preservada a confidencialidade no estudo e,
assim, solicitada autorização dos responsáveis pelo serviço em questão (ANEXO
A) para a realização do estudo.
O projeto de pesquisa foi encaminhado ao Comitê de Ética em Pesquisa da
Universidade de Ribeirão Preto para apreciação e parecer. Os dados foram
23
coletados somente após parecer favorável desse órgão, sob autorização do
protocolo do ComitEt n. 62/08 (ANEXO B).
5.5 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS
Para a coleta de dados, inicialmente, buscou-se a agenda médica de
atendimento aos clientes, excetuando as clientes já pesquisadas no estudo de
Castro (2008), no período determinado supracitado, relacionando os clientes em
listagem que proporcionou a procura manual dos prontuários no Serviço de
Arquivo Médico e Estatístico do Hospital Electro Bonini.
Uma vez separados, foi realizada a leitura de cada prontuário, em busca
das informações pertinentes ao objetivo desse estudo, atentando-se aos dados de
identificação como sexo, nome, valores de pressão arterial sistólica e diastólica,
estado civil, ocupação; além das comorbidades e fatores de risco para a doença
cardíaca, registrados no prontuário do cliente/usuário.
O cadastro das informações deu-se em um banco de dados que
contemplava os dados supracitados, conforme demonstrado na Figura 1.
Figura 1: Interface para cadastro dos dados na ferramenta software Microsoft Access 2000.
24
5.6 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS
Os dados foram coletados e armazenados através de um formulário
eletrônico elaborado com software Microsoft Access 2007, transferidos para uma
planilha eletrônica do software Microsoft Excel 2007 e analisados por meio da
ferramenta “relatório de tabela e gráfico dinâmicos”, dispostos nos resultados e
discussões.
A planilha eletrônica possibilitou o cruzamento das variáveis cadastradas,
como demonstrado na Figura 2.
Figura 2: Interface da ferramenta tabela dinâmica do software Microsoft Excel 2000.
25
5.7 CRITÉRIOS DE SUSPENSÃO OU ENCERRAMENTO DA PESQUISA
A pesquisa somente seria suspensa diante da percepção de algum risco ou
dano aos sujeitos da pesquisa ou diante de outro estudo que tenha os mesmos
propósitos e, por fim, apresentasse superioridade metodológica.
O projeto, em sua totalidade, foi financiado pelas pesquisadoras, não
existindo qualquer tipo de patrocínio ou vinculação a qualquer instituição
mantenedora por tratar-se de um trabalho de conclusão do curso de graduação
em Enfermagem da Universidade de Ribeirão Preto.
O estudo é um recorte do projeto de iniciação científica proposta pela
pesquisadora principal, com a discente recebendo bolsa de fomento à pesquisa
PIBIC CNPq.- UNAERP.
26
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A amostra do estudo foi composta por 189 clientes, sendo que 186 sujeitos
do sexo masculino e 03 do sexo feminino, com variação de idades compreendidas
na faixa etária entre 13 e 89 anos. Os sujeitos participantes do estudo foram
referenciados ao Ambulatório de Cardiologia do Hospital Electro Bonini pelo
Sistema Único de Saúde e, selecionados para essa pesquisa, a partir da agenda
para atendimento médico.
Inicialmente, foram identificados os diagnósticos principais que acometeram
ambos os sexos, esta investigação tem como objetivo identificar o perfil dos
clientes atendidos e selecionar os fatores de risco assinalados em prontuário.
Tabela 1 – Distribuição dos principais diagnósticos apresentados pelos sujeitos, registrados nos prontuários de clientes/usuários. Ribeirão Preto, 2010.
Diagnóstico Principal Sexo
Masculino Feminino
Nº % Nº %
Angina pectoris 3 1,79 0 0
Arritmia 10 5,95 0 0
Coronariopatia 14 8,33 0 0
Precordialgia 22 13,10 0 0
Diabetes mellitus 5 2,98 0 0
Hipertensão arterial sistêmica (HAS) 112 66,67 3 1,79
Infarto agudo do miocárdio (IAM) 2 1,19 0 0
TOTAL 168 100 3 1,79
Constata-se, na Tabela 1, o predomínio da HAS como diagnóstico principal
em 112 (66,67%) em homens e 3 (1,79%) em mulheres, seguida de precordialgia,
22 (13,1%); coronariopatia, 14 (8,33%); arritmia, 10 (5,95%); diabetes mellitus, 5
(2,98%); angina pectoris, 3 (1,79%) e infarto agudo do miocárdio 2 (1,19%),
acometendo somente os homens.
27
Em função do levantamento dos principais diagnósticos foi possível
identificar outros diagnósticos que acometeram os indivíduos do sexo masculino,
como a dispnéia com 4 (2,12%) e a cardiomiopatia com 2 (1,06%).
Estes dados confirmam que a HAS é considerada a doença mais prevalente
em homens e mulheres, assinalando ainda que os homens têm apresentado pior
prognóstico (IRIGOYEN et al., 2003).
Segundo as recomendações da VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão
Arterial (2010), os procedimentos de medida de pressão são de fácil realização,
pois basta utilizar a técnica padronizada corretamente e possuir um equipamento
calibrado. O procedimento, realizado de forma adequada, permite detecção
precoce das alterações de valores da pressão arterial e possibilita intervenções de
saúde, em especial de Enfermagem, que podem minimizar danos e assegurar o
controle da evolução da patologia, pois dados da Sociedade Brasileira de
Cardiologia (2006) assinalam que estudos clínicos demonstraram que a detecção,
o tratamento e o controle da HAS são fundamentais para a redução dos eventos
cardiovasculares.
Mesmo considerando que as taxas foram superestimadas, 19,6% sujeitos
revelaram baixos níveis de controle da PA, no Brasil, em 14 estudos populacionais
realizados nos últimos quinze anos, com cerca de 15000 indivíduos portadores de
PA <140/90 mmHg; fato que denota o descaso com o controle dessa doença e a
necessidade de esforços concentrados dos profissionais de saúde, sociedades
científicas e das agências governamentais para se atingir metas aceitáveis de
tratamento e controle da HAS (VI DIRETRIZES BRASILEIRAS DE
HIPERTENSÃO ARTERIAL, 2010), qualificando os profissionais envolvidos em
procedimentos básicos, como a aferição da pressão arterial.
A Tabela 2 refere-se aos valores de pressão arterial sistólica (PAS) dos
sujeitos, encontrados nos registros dos profissionais de saúde, nos prontuários
pesquisados. Salienta-se que, em alguns casos, os valores de PAS foram
extraídos dos relatórios de Enfermagem e/ou de especialidades diferentes da
cardiologia, pois nas anotações médicas não tinham esses dados.
28
Tabela 2 – Distribuição dos sujeitos segundo sexo e valores de pressão arterial sistólica (PAS) (mmHg), de acordo com os registros encontrados em seus prontuários. Ribeirão Preto, 2010. SEXO *PAS (mmHg)
<120 <130 130-139 140-159 160-179 ≥180 TOTAL
MASCULINO 46 36 00 61 25 15 183
FEMININO 01 01 01 00 00 00 03
TOTAL 47 37 01 61 25 15 186
*Valores de PAS (mmHg) adotados pelas VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial (2010).
O sexo masculino apresentou valores elevados de PAS, sendo 61 homens
(32,79%) com a PAS entre 140-159 mmHg (hipertensão estágio 1), 25 (13,44)
com PAS de 160–179 mmHg (hipertensão estágio 2), 15 (8,06%) com PAS ≥180
(hipertensão estágio 3) e apenas 46 (24,73%) com PAS <120 mmHg (ótima),
além de 36 (19,35%) com PAS <130 mmHg (normal); chegando esses dois
últimos percentuais, somados, a 44,08%, representando menos de 50% da
amostra com valores ideais de pressão arterial.
É possível evidenciar que o sexo feminino apresentou os menores valores,
ficando entre <120 (ótima) e 130-139 mmHg (limítrofe), representando, então, 3
(1,61%) da amostragem, com valores considerados satisfatórios, de acordo com
as VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial (2010).
Tabela 3 - Distribuição dos sujeitos segundo sexo e valores de pressão arterial diastólica (PAD) (mmHg), de acordo com os registros encontrados em seus prontuários. Ribeirão Preto, 2010.
SEXO *PAD (mmHg)
<80 <85 85-89 90-99 100-109 ≥110 TOTAL
MASCULINO 60 - - 49 26 15 150
FEMININO - - 01 01 - 01 3
TOTAL 60 - 01 50 26 16 153
*valores de PAD (mmHg) adotados pelas VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial (2010).
Quanto aos valores de PAD, 60 sujeitos do sexo masculino expressam PAD
<80 mmHg (ótima), enquanto 49 manifestam PAD entre 90-99 mmHg
(hipertensão estágio 1), 26 de 100-109 mmHg (hipertensão estágio 2), 15 com
PAD de >110 mmHg (hipertensão estágio 3). Assim, 90 (59,21%) homens
supracitados possuem valores de pressão arterial, estimados acima da
29
normalidade, se comparados àqueles preconizados pelas VI Diretrizes Brasileiras
de Hipertensão Arterial (2010).
No sexo feminino constatam-se que 3 sujeitos (100%) da amostra
exprimiram valores de PAD fora da normalidade, exibindo valores entre 85-89
(limítrofe), 90-99 mmHg (hipertensão estágio 1), além de um valor de PAD >110
mmHg (hipertensão estágio 2).
Estudos da temática apontam que a prevalência global de HAS entre
homens e mulheres é semelhante, embora seja mais elevada nos homens até os
50 anos, invertendo-se a partir da quinta década (CESARINO et al., 2008).
Tabela 4 - Distribuição dos clientes segundo ocupação agrupadas conforme a Classificação Brasileira de Ocupações - 2010. Ribeirão Preto, 2010.
OCUPAÇÕES Nº %
ADMINISTRADOR 1 0,71
AJUDANTE DE OBRAS, PEDREIRO E ENCARREGADO DE OBRAS
6 4,29
AUXILIAR DE SERVIÇOS GERAIS 3 2,14
AUTONOMO 1 0,71
BAMBURISTA 1 0,71
CASEIRO 1 0,71
CHEFE DE ALMOXARIFADO 1 0,71
COMERCIANTE 1 0,71
CORRETOR 1 0,71
DESEMPREGADO 2 1,43
ELETRICISTA 1 0,71
EMPRESARIO 2 1,43
ENCANADOR E TORNEIRO MECÂNICO 2 1,43
ESTUDANTE 8 5,71
GARÇOM 1 0,71
JARDINEIRO 1 0,71
MOTORISTA 1 0,71
OPERADOR DE CALDEIRA 1 0,71
PORTEIRO 2 1,43
REPRESENTANTE COMERCIAL 2 1,43
SECRETARIO ADMINISTRATIVO 1 0,71
SEGURANÇA 1 0,71
SERRALHEIRO 1 0,71
TRABALHADOR RURAL 1 0,71
TOTAL 44 100,0
Quanto à ocupação, 44 (23,28%) realizam atividades remuneradas que
foram reunidas conforme a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO - 2010),
descritas na Tabela 4, possuindo jornada de trabalho diária, não delimitada em
30
prontuário. Não exercem atividades remuneradas, 120 (63,49%) clientes, sendo 96
(50,79%) aposentados, 9 (4,76%) estudantes, 1 (0,52%) do lar, 2 (1,05%)
desempregados e 11(5,8%) não têm relatos de ocupações cadastradas nos
prontuários investigados.
Segundo Oliveira (2000), os homens aposentam-se mais que as mulheres e
que a HAS é a patologia mais frequente seguida do AVE e doença isquêmica
cardíaca, nesse sexo. O autor em pauta afirma que há uma relação entre a DCV
com a ocupação indicando que, por exemplo, o jardineiro, motorista, pedreiro,
ajudantes gerais e segurança exercem tais ocupações que possuem baixo poder
de decisão e alta demanda psicológica, acarretando alta carga/estresse no
trabalho, o que pode levar à doenças cardíacas, por exemplo (OLIVEIRA, 2000).
Na análise da Tabela 5, ao compararmos a faixa etária e os fatores de risco
modificáveis registrados em prontuário, temos a HAS como fator de maior
incidência em 124 (65,60%) em homens, com predomínio de registros de 44
indivíduos na faixa etária de 61 a 70 anos, (23,26%); seguidos de 30 sujeitos
pertencentes à faixa etária de 71 a 80 anos, (15,87%); totalizando 85,86% da
amostra masculina. Os menores valores estão presentes na faixa etária de 51 a 60
anos, 18 (9,52%); 81 a 89 anos, 10 (5,29%); 41 a 50 anos, 10 (5,29%); 31 a 40
anos, 6 (3,17%); 21 a 30 anos, 5 (2,65%) e 13 a 20 anos,1 (0,053%); dados que
confirmam predomínio de idosos possuindo a HAS como fator de risco para a
doença arterial coronariana, de acordo com os achados da literatura (CESARINO
et al., 2008) e neste estudo.
Observa-se que em nossa amostra o sexo feminino apresentou o fator HAS
nas faixas etárias de 51 a 60 anos, 1 (0,053%); 71 a 80 anos, 1 (0,053%) e 81 a 89
anos, 1 (0,053%). Todas as clientes com idades acima de 50 anos.
Estes dados corroboram que a HAS é prevalente em idosos, e vem
aumentado o risco de doenças cardiovasculares em todas as faixas etárias,
conforme salienta Liberman (2007).
Estudos confirmam que a HAS acomete as mulheres a partir dos 40 anos,
tornando-se mais vulneráveis às alterações hormonais da menopausa
(MATTHEWS et al., 1989; DANTAS, 1996; KANNEL, 1991; BRAUNWALD, 1999;
31
BRANDÃO et al., 2003b). Franklin et al. (2005) ressaltam que a HAS em
indivíduos jovens decorre, frequentemente, apenas da elevação na pressão
diastólica.
O tabagismo foi pontuado por 55 (29,10%) dos homens pertencentes às
faixas etárias de 61 a 70 anos, 19 (10,05%); 71 a 80 anos, 14 (7,41%); 51 a 60
anos, 8 (4,23%); 41 a 50 anos, 5 (2,65%); 81 a 89 anos, 4 (2,12%); 31 a 40 anos,
3 (1,59%) e 21 a 30 anos, 2 (1,06%).
Ao observar os dados levantados, ainda na Tabela 5, constata-se que as
mulheres deste estudo não são tabagistas.
O tabagismo tem maior incidência no sexo masculino (DEVON; ZERWIC,
2003; MULLER-NORDHONRN; WILLICH, 2003). Segundo dados do Instituto
Nacional de Câncer (INCA) (2002), os derivados do tabaco causam quase 50
doenças diferentes, incluindo as DAC. O tabagismo é responsável por 200 mil
mortes, por ano no Brasil, sendo 23 mortes por hora e, dessas, 25% são causadas
por doenças coronarianas (SILVA, 2003).
A nicotina aumenta a capacidade orgânica de formar coágulos e diminui
sua função de destruí-lo. O monóxido de carbono resultante da queima do fumo e
papel se liga à hemoglobina e reduz o oxigênio nos glóbulos vermelhos em até
20%; além de lesar a parede interna dos vasos e facilitar o depósito de gorduras
nesta área (PESSUTO; CARVALHO, 1998).
Ainda comentando os fatores de risco modificáveis, de acordo com Évora e
Roselin (2002), o sedentarismo é caracterizado pela falta de atividade física,
considerando um indivíduo sedentário aquele que em seu trabalho não desenvolve
nenhuma atividade física, não pratica qualquer tipo de esporte.
Segundo a VI Diretriz Brasileira de Hipertensão (2010), a atividade física
possui a capacidade de reduzir a incidência de HAS.
O sedentarismo apresentou-se em 48 (25,39%) dos homens com predomínio
na faixa etária de 61 a 70 anos, 15 (7,94%). Os demais percentuais de indivíduos
sedentários estão nas faixas etárias de 71 a 80 anos, 9 (4,76%); 51 a 60 anos, 8
(4,23%); 41 a 50 anos, 7 (3,70%); 31 a 40 anos, 3 (1,59%); 21 a 30 anos, 3
(1,59%); 81 a 89 anos, 2 (1,06%) e 13 a 20 anos, 1 (0,053%).
32
O sexo feminino, nesta amostra, não apresentou o sedentarismo como fator
de risco modificável.
A dislipidemia foi indicada por 44 (23,28%) indivíduos do sexo masculino, 17
ocupando as faixas etárias de 61 a 70 anos (8,99%), 10 de 51 a 60 anos (5,29%),
9 de 71 a 80 anos (4,76%), 6 de 41 a 50 anos (3,17%) e 2 de 21 a 30 anos
(1,06%).
33
Tabela 5 – Distribuição dos fatores de risco (FR) modificáveis de acordo com a faixa etária e o sexo, encontrados nos registros de prontuários dos clientes/usuários. Ribeirão Preto, 2010.
FR modificável Sexo
Faixa Etária
13-20 21-30 31-40 41-50 51-60 61-70 71-80 81-89
F % M % F % M % F % M % F % M % F % M % F % M % F % M % F % M %
Tabagismo 0 0 0 0 0 0 2 1,06 0 0 3 1,59 0 0 5 2,65 0 0 8 4,23 0 0 19 10,0 0 0 14 7,41 0 0 4 2,12
HAS 0 0 1 0,053 0 0 5 2,65 0 0 6 3,17 0 0 10 5,29 1 0,053 18 9,52 0 0 44 23,26 1 0,053 30 15,87 1 0,053 10 5,29
DM 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0,053 1 0,053 5 2,65 0 0 15 7,94 0 0 7 3,70 0 0 3 1,59
Sedentarismo 0 0 1 0,053 0 0 3 1,59 0 0 3 1,59 0 0 7 3,70 0 0 8 4,23 0 0 15 7,94 0 0 9 4,76 0 0 2 1,06
Obesidade 0 0 1 0,053 0 0 0 0 0 0 3 1,59 0 0 4 2,12 1 0,053 5 2,65 0 0 9 8,76 0 0 3 1,59 0 0 0 0
Estresse 0 0 0 0 0 0 2 1,06 0 0 0 0 0 0 6 3,17 1 0,053 10 5,29 0 0 16 8,47 0 0 9 4,76 0 0 0 0
Dislipidemia 0 0 0 0 0 0 2 1,06 0 0 0 0 0 0 6 3,17 1 0,053 10 5,29 0 0 17 8,99 0 0 9 4,76 0 0 0 0
TOTAL 0 0 3 1,59 0 0 14 7,41 0 0 15 7,94 0 0 39 20,63 5 2,65 64 33,9 0 0 121 64,0 1 0,053 81 42,85 1 0,053 19 10,5
34
Apenas uma mulher (0,053%) nesta amostragem apresentou
dislipidemia, na faixa etária de 51 a 60 anos.
A dislipidemia é assinalada por uma elevação nas taxas de lipídeos
(gorduras) na corrente sanguínea, tendo como exemplos desta gordura o
colesterol e os triglicerídeos. A dislipidemia é comumente associada à DAC, e à
hipercolesterolemia manifestada pelos níveis plasmáticos elevados de
lipoproteína de baixa densidade (LDL) ou colesterol ruim (FAMER; GOTTO,
1999).
O estresse é um mecanismo de defesa contra eventos agressores sejam
eles internos ou externos ao indivíduo, e torna-se um elemento patológico
quando a capacidade de adaptação não é suficiente, assim, caracterizando-se
como causador de uma doença (FERREIRA, 2000).
Quando analisam-se os dados referentes ao estresse no sexo masculino,
temos um total de 43 (22,75%) sujeitos, com predomínio de 16 nas faixas
etárias de 61 a 70 anos (8,47%) e 9 de 71 a 80 anos (8,76%), tendendo a
diminuir em indivíduos mais jovens.
No sexo feminino, tem-se uma mulher (0,053%), na faixa etária de 51 a 60
anos. Em ambos os sexos, o registro de ocorrência do estresse presente nos
sujeitos revela-se uma realidade preocupante.
Estudos científicos produzidos e apresentados por Fernandes et al. (2000)
demonstram que 80% dos adultos diabéticos morrem por DCV. O
conhecimento sobre as DCV e suas consequências é um fator importante para
evitar o diabetes ou até controlar a patologia, quando já portador de DM.
No Brasil, cerca de 5 milhões de pessoas são portadoras da doença, que
acomete, principalmente, a faixa etária entre 30 e 69 anos (BRAUNWALD,
1999); apresentando-se em homens e mulheres, com maior potência no sexo
feminino (CARVALHO; SOUSA, 2001).
Ao serem analisados os dados referentes às indicações de DM na
amostra investigada encontram-se 31 (16,40%) indivíduos do sexo masculino,
sendo 15 na faixa etária de 61 a 70 anos (7,94%) e apenas 1 (0,053%)
portadora de DM na faixa etária de 51 a 60 anos.
A obesidade é um problema de saúde pública nos países desenvolvidos,
segundo Bronstein (1996), e foi reconhecida como uma doença, em 1997, pela
Organização Mundial de Saúde.
35
No Brasil, a obesidade é um dos fatores de risco significativo nas doenças
cardiovasculares, pois em brasileiros com mais de 18 anos de idade há
percentual de 28% nos homens e 38% nas mulheres (RECINE; RADAELLI,
2001), portadores dessa condição clínica.
Quando observam-se os dados referentes à obesidade no sexo masculino
encontra-se um total de 25 (13,22%), sendo 9 com superioridade de valores na
faixa etária de 61 a 70 anos, (4,76%).
Nesta amostragem, o sexo feminino com obesidade presente encontra-se
na faixa etária de 51 a 60 anos, 1 (0,053%).
Na análise da Tabela 6, ao compararmos a faixa etária e os fatores de
risco modificáveis inscritos em prontuário, constatamos que a história familiar é
o fator de maior incidência, 162 (85,71%) dos homens, com predomínio de 54
na faixa etária de 61 a 70 anos, (28,57%), mas apresentando-se com
percentuais significativos nas demais faixas etárias compreendidas entre 71 a
80 anos, 35 (18,55%); 51 a 60 anos, 24 (12,70%); 21 a 30 anos, 14 (7,41%); 41
a 50 anos, 13 (6,88%); 81 a 89 anos, 11 (5,82%); 31 a 40 anos, 9 (4,76%) e 13
a 20 anos, 2 (1,06%). Ao totalizarmos esses valores verifica-se que 85,71% da
amostra possui esse fator de risco presente em suas vidas.
Nesta amostragem, 100% das mulheres pontuaram a história familiar
como fator de risco, encontrando-se 1 (0,053%) na faixa etária de 51 a 60 anos,
1 de 71 a 80 anos (0,053%) e 1 de 81 a 89 anos (0,053%).
A história familiar é um fator considerável para o desenvolvimento de
DCV, pois um indivíduo tendo familiares diretos como pai, mãe e irmãos estará
sujeito a apresentar a doença antes dos 55 anos de idade. A presença de
histórico evidencia maior probabilidade de desenvolver DAC (PORTO; PORTO,
2005; CARMELLI; BALLAS; RAMIRES, 1998).
Sabe-se que os genes contribuem para a etiologia e patogênese das
anormalidades da fisiologia e do comportamento humano e estudos de Pyeritz
(1999) e Silva (2004) ressaltam que há cerca de 100 genes citados como
possíveis de influenciar as lesões ateroscleróticas.
36
Tabela 6 - Distribuição dos fatores de risco (FR) não modificáveis de acordo com a faixa etária e o sexo, encontrados nos registros de prontuários dos clientes/usuários. Ribeirão Preto, 2010.
FR não modificáveis Sexo
Faixa Etária
13-20 21-30 31-40 41-50 51-60 61-70 71-80 81-89
F % M % F % M % F % M % F % M % F % M % F % M % F % M % F % M %
Raça 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Sexo 0 0 4 2,12 0 0 9 4,76 0 0 8 4,23 0 0 12 6,35 0 0 18 9,52 0 0 34 17,99 0 0 22 11,64 0 0 8 4,23
Idade 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 5 2,65 0 0 13 6,88 1 0,053 5 2,65
Historia Familiar
0 0 2 1,06 0 0 14 7,41 0 0 9 4,76 0 0 13 6,88 1 0,053 24 12,70 0 0 54 28,57 0 0 35 18,55 1 0,053 11 5,82
Menopausa 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0,053 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0,053 0 0
TOTAL 0 0 6 3,17 0 0 23 12,16 0 0 17 8,99 0 0 25 13,22 2 1,06 42 22,22 0 0 93 49,20 0 0 70 37,0 3 1,59 24 12,6
37
Na Tabela 6, o sexo é apontado como fator de risco por 115 (60,84%)
sujeitos de ambos os sexos, com maior frequência no sexo masculino, nas
faixas etárias de 61 a 70 anos, 34 (17,99%); 71 a 80 anos, 22 (11,64%); 51 a
60 anos, 18 (9,52%); 41 a 50 anos, 12 (6,35%); 21 a 30 anos, 9 (4,76%); 31 a
40 anos, 8 (4,23%); 81 a 89 anos, 8 (4,23%) e 13 a 20 anos, 4 (2,12%).
O fator de risco sexo possui maior incidência de morbi-mortalidade
precoce no sexo masculino (CARAMELLI; BALLAS; RAMIRES, 1998).
Estudos afirmam que o sexo masculino possui pressão arterial elevada
mais que as mulheres até a faixa etária de 60 anos (IROGOYEN et al.,2003).
A idade também é um fator de risco não modificável para as DCV e
interfere por meio de mudanças hemodinâmicas e anatômicas do sistema
cardiovascular levando a uma disfunção arterial progressiva, mesmo em
pessoas normais (CARAMELLI; BALLAS; RAMIRES, 1998).
O fator idade foi indicado pelos homens, 23 (12,16%) do total, com
predomínio na faixa etária de 71 a 80 anos, 13 (6,88%). As demais faixas
etárias são 81 a 70 anos, 5 (2,65%) e 81 a 89 anos, 5 (2,65%) e também
registram percentuais significativos. O sexo feminino teve indicação na faixa
etária de 81 a 89 anos, 1 (0,053%).
A ocorrência de menopausa foi pontuada por 100% das mulheres, sendo
1 em cada faixa etária, considerando os intervalos de 51 a 60 anos, 71 a 80
anos e de 81 a 89 anos.
Estes resultados comprovam aqueles já descritos na literatura, sinalizando
que após a menopausa as mulheres ficam mais vulneráveis a apresentarem
DCV (DANTAS, 1996).
A etnia não foi encontrada nos registros, em ambos os sexos, no
levantamento de prontuários, contudo, vale comentar que nos EUA o negro é
mais atingido pelas DCV, divergindo de dados de investigação realizada em
São Paulo quando não houve associação de etnia com a ocorrência de infarto
agudo do miocárdio (AMESTOY; THOFEHRN, 2007).
Na análise da Tabela 7, ao compararmos as co-morbidades presentes em
faixas etárias distintas dos portadores de doenças cardíacas, a HAS manifesta-
se predominante, em 146 (77,24%) sujeitos do sexo masculino, com ênfase
38
Tabela 7 - Distribuição das co-morbidades de acordo com a faixa etária e o sexo, encontradas nos registros de prontuários dos clientes/usuários.
Ribeirão Preto, 2010.
Co-morbidades Sexo
Faixa Etária
13-20 21-30 31-40 41-50 51-60 61-70 71-80 81-89
F % M % F % M % F % M % F % M % F % M % F % M % F % M % F % M %
HAS 0 0 1 0,053 0 0 7 3,70 0 0 6 3,17 0 0 13 6,87 1 0,053 20 10,5 0 0 51 26,9 1 0,053 36 19,05 1 0,053 12 6,35
DM 0 0 0 0 0 0 1 0,053 0 0 0 0 0 0 2 1,06 0 0 2 1,06 0 0 20 10,5 0 0 8 4,23 0 0 3 1,59
AVC 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 6 3,17 0 0 3 1,59 0 0 0 0
Insuficiência Vascular
0 0 1 0,053 0 0 2 1,06 0 0 3 1,59 0 0 6 3,17 1 0,053 8 4,23 0 0 22 11,64 0 0 14 7.41 0 0 5 2.65
TOTAL 0 0 2 1,06 0 0 10 5,29 0 0 9 4,76 0 0 21 11,11 2 1,06 30 15,8 0 0 99 52,38 1 0,053 61 32,27 1 0,053 20 10,5
39
nas faixas etárias de 61 a 70 anos, 51 (26,9%) e de 71 a 80 anos, 36 (19,05%),
na fase denominada idosa. O sexo feminino apresentou-se com HAS em 100%
das mulheres.
Além da HAS, constata-se a presença de insuficiência vascular em 61
(32,17%) indivíduos do sexo masculino, com predomínio na faixa etária de 61 a
70 anos, 22 (11,64%). Apenas uma mulher (0,053%) na faixa etária de 51 a
60 anos, indicou insuficiência vascular.
A DM aparece na amostra em 36 (19,04%) sujeitos do sexo masculino, na
faixa etária de 61 a 70 anos, 20 (10,5%); seguida de indivíduos na faixa etária
de 71 a 80 anos, 8 (4,23%). O sexo feminino não apresentou o DM como co-
morbidade.
Na amostra, 9 (4,76%) sujeitos apresentam o AVE, com predomínio na
faixa etária de 61 a 70 anos, 6 (3,17%) e 71 a 80 anos, 3 (1,59%).
O AVE, associado às doenças isquêmicas, representam as causas mais
frequentes de mortes nos países industrializados (MANFROI, 1998;
BRAUNWALD et al., 2000) e merecem intensas investigações visando evitar
suas ocorrências.
40
7 CONCLUSÃO
Após análise e discussão dos dados levantados foi possível concluir que:
A amostra constituiu-se de 189 clientes, sendo 186 homens e 3
mulheres, com idades entre 13 a 89 anos, com 69,31% dos
clientes no intervalo de idade entre 51 a 60 anos;
A HAS esteve presente em 66,67% dos homens e 100% das
mulheres;
Os valores de PAS ≥ 140 mmHg e PAD <80 mmHg foram
encontrados em 32,79% e 31,14% no sexo masculino;
O sexo feminino apresentou valores de PAS menores que 120
mmHg (ótima) e entre 130-139 mmHg (limítrofe), representando
1,61% da amostra e, 100% das mulheres apresentaram PAD
entre 85-89 mmHg (limítrofe) e 90-99 mmHg (hipertensão estágio
1);
A HAS representou 65,60% dos fatores de risco modificáveis no
sexo masculino e esteve presente no intervalo de 13 a 89 anos.
As mulheres com HAS (100%) possuíam idades de 51 a 89 anos;
Com relação aos fatores de risco não modificáveis, 85,71% dos
homens apresentaram o fator de risco para história familiar com
idades compreendidas entre 13 e 89 anos. O sujeitos do sexo
feminino (100%) tiveram história familiar como fator de risco no
intervalo de idades de 51 a 89 anos;
Em relação às co-morbidades, a HAS acometeu 77, 24% dos
indivíduos do sexo masculino com idades entre ,13 e 89 anos.
Todas as mulheres com idades entre 51 e 89 anos possuíam
HAS.
63,49% sujeitos não exerciam atividades remuneradas, sendo
50,79% aposentados, 5,8% desempregados, 4,76% estudantes e
1,05% do lar;
23,28% dos participantes do estudo realizavam atividades
remuneradas, possuindo jornada de trabalho diária, não
delimitada em prontuário.
41
29,10% dos homens são tabagistas, com idades de 21 a 89 anos;
25,39% homens eram sedentários e possuem idades
compreendidas entre 13 a 89 anos;
22,75% dos homens apresentaram estresse, com idades entre 21
a 80 anos;
O sexo feminino não indicou o tabagismo, o sedentarismo e o
estresse como fatores de risco para suas doenças cardíacas.
No município de Ribeirão Preto, a população tem acesso ao atendimento
a sua saúde pelo Sistema Único de Saúde e os achados deste estudo
evidenciam que o estilo de vida atual dos cidadãos, de caráter dinâmico e
prático, vem alterando o estilo de vida de jovens, adultos e idosos, de tal forma
que jovens hipertensos serão adultos do futuro, portadores de graves
cardiopatias.
Nesse sentido, há uma necessidade que os profissionais da saúde
elaborem medidas para mudar ou amenizar esta realidade contemporânea,
utilizando-se de dispositivos pessoais, profissionais e governamentais para
atingir essa meta.
Na prática cotidiana, a Estratégia de Saúde da Família (ESF) pode ser
uma grande aliada para intervir na qualidade de vida destes indivíduos. Por
meio da ESF é possível estimular a comunidade, trabalhar a promoção de
saúde e prevenir doenças, no contexto do cidadão, vivenciando sua realidade.
O ingrediente principal para a promoção de saúde é a escuta. Os
profissionais devem estar devidamente qualificados para atender as
necessidades dos indivíduos, preocupando-se sempre em oferecer total escuta
e deixar todos os sentidos a favor da qualidade de vida, pois não há vida sem
saúde.
Dentre os diversos aspectos a serem trabalhados, a equipe de saúde
deve levar em consideração o controle rigoroso dos fatores de risco
cardiovasculares e, para que haja saúde, são necessárias mudanças no estilo
de vida e no comportamento diário das pessoas, que precisam estar abertas às
informações e prontas a discuti-las.
A considerar, vale o registro da dificuldade de localizarmos as
informações pertinentes a esta pesquisa no prontuário dos clientes/usuários,
42
pois dados cruciais para a avaliação clínica cardiológica, como valores
pressóricos, se verificados pelos profissionais de saúde, muitas vezes, não
foram anotados em prontuários. Esse comportamento negligente ficou
evidenciado em evoluções e anotações médicas e de Enfermagem.
Ressalta-se, por fim, que há necessidade de continuidade de estudos
epidemiológicos relativos aos fatores de risco para a ocorrência de DCV,
aliados à fidedignidade dos dados fornecidos pelos clientes/usuários e
registrados em seus prontuários; condições que nortearão o plano de cuidados
e condutas adequadas, sejam no âmbito primário, secundário ou terciário de
atenção à saúde das pessoas.
43
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