+ All Categories
Home > Documents > A LEITURA DO DEFICIENTE VISUAL E O SISTEMA BRAILLE. · Monografia apresentada como ... y la...

A LEITURA DO DEFICIENTE VISUAL E O SISTEMA BRAILLE. · Monografia apresentada como ... y la...

Date post: 16-Oct-2018
Category:
Upload: haduong
View: 213 times
Download: 0 times
Share this document with a friend
77
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA-UNEB DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO - CAMPUS I CURSO DE PEDAGOGIA LIZIANE FERNANDES SANDES A LEITURA DO DEFICIENTE VISUAL E O SISTEMA BRAILLE Salvador 2009
Transcript

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA-UNEB

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO - CAMPUS I

CURSO DE PEDAGOGIA

LIZIANE FERNANDES SANDES

A LEITURA DO DEFICIENTE VISUAL E O SISTEMA BRAILLE

Salvador 2009

LIZIANE FERNANDES SANDES

A LEITURA DO DEFICIENTE VISUAL E O SISTEMA BRAILLE

Monografia apresentada como requisito parcial para obtenção da graduação em Pedagogia do Departamento de Educação da Universidade do Estado da Bahia, sob orientação da Prof.ª Drª. Claudia Santana.

Salvador 2009

FICHA CATALOGRÁFICA – Biblioteca Central da UNEB Bibliotecária: Jacira Almeida Mendes – CRB: 5/592

Sandes, Liziane Fernandes A leitura do deficiente visual e o sistema Braille / Luziane Fernandes Sandes . - Salvador, 2009. 70f. Orientadora: Claudia Santana. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - Universidade do Estado da Bahia. Departamento de Educação. Colegiado de Pedagogia. Campus I. 2009. Contém referências e anexos. 1. Leitura. 2. Deficiente visual - Educação. 3. Cegos - Sistema de impressão e escrita. I. Santana, Claudia. II. Universidade do Estado da Bahia, Departamento de Educação. CDD: 410

LIZIANE FERNANDES SANDES

A LEITURA DO DEFICIENTE VISUAL E O SISTEMA BRAILLE

Monografia apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Licenciatura em Pedagogia com Habilitação em Anos Iniciais, Departamento de Educação – Campus I, Universidade do Estado da Bahia. Aprovada em 24 de abril de 2009. Banca Examinadora: _________________________________________________________________________ Claudia Silva de Santana– Orientadora Universidade do Estado da Bahia - Campus I _________________________________________________________________________ Jaciete Barbosa dos Santos Universidade do Estado da Bahia – Campus I

_______________________________________________________________ Jose Marcio Soares Nunes Núcleo de Atendimento a Portadores de Necessidades Especiais NEDE -UNEB

Dedico esse trabalho aos meus pais, aos meus amigos, e a todos os usuários do

Sistema Braille.

AGRADECIMENTOS

A Deus, que em seu infinito amor, me capacitou.

Aos meus pais, pelo amor incondicional.

A Cosme pela torcida e incentivo.

A minha orientadora Claudia, pela paciência e pela orientação.

Ao Professor Marcio, por ser uma pessoa maravilhosa, que ajudou a iniciar esse trabalho.

A todos vocês, muito obrigada!

“Há homens que lutam um dia, e são bons;

Há outros que lutam um ano, e são melhores;

Há aqueles que lutam muitos anos, e são muito bons;

Porém há os que lutam toda a vida

Estes são os imprescindíveis”

Bertold Brecht.

RESUMO

Este estudo cujo tema é leitura do deficiente visual e o sistema Braille, surgiu do questionamento sobre em que medida o sistema Braille proporciona melhor leitura para o deficiente visual. Tem o objetivo de analisar como é realizada a leitura pelo cego e quais as potencialidades e limitações das técnicas utilizadas, destacando-se o sistema Braille. Trata-se de uma pesquisa qualitativa e exploratória. A escolha do tema foi devido à importância da leitura para a inclusão do deficiente visual, e da necessidade de estudar as técnicas de leituras para cegos. Na busca de responder o problema dessa pesquisa, os autores Ochaíta e Espínola (1993), Martins e Ramírez (2003) e Telford e Sawrey (1977), foram consultados a fim de conceituar cegueira. A partir dos autores Loredo (2005), Werthein (2005), Hoisel (1996) entre outros procurou-se perceber e discutir a importância da leitura para cegos, assim como o histórico do Braille por Birch (1990) e a importância da leitura tátil na vida dos deficientes visuais através de Belarmino(2004) entre outros. Em seguida foi realizada uma pesquisa de campo com a finalidade de confrontar e analisar as afirmações teóricas a luz das considerações dos usuários do Braille entrevistados. Na análise das informações obtidas foi discutida a importância do sistema Braille para a leitura da pessoa com deficiência visual.

Palavras-Chave: Deficiente Visual. Leitura. Sistema Braille

RESUMEN Este estudio que tema es lectura del aspecto deficiente y del sistema Braille, apareció de preguntar sobre donde medido el sistema Braille proporciona mejor la lectura para el aspecto deficiente. Tiene el objetivo para analizar como se lleva a través de la lectura para la persona oculta y que las potencialidades y las limitaciones de las técnicas usadas, ser distinguido el sistema Braille. Uno está sobre una investigación cualitativa y del exploratória. La opción del tema tenía la importancia de la lectura para la inclusión del aspecto deficiente, y la necesidad para estudiar las técnicas de las lecturas para la gente oculta, corte sí mismo en este estudio el sistema Braille. En la búsqueda para contestar al problema de esta investigación, los autores Ochaíta y Espínola (1993), Martins y Ramirez (2003) y Telford y Sawrey (1977), los habían consultado para valorar ceguera. De los autores de Loredo (2005), Werthein (2005), Hoisel (1996) entre otros era mirado para percibir y para discutir la importancia de la lectura para la gente oculta, así como la descripción del Braille para Birch (1990) y la importancia de la lectura táctil en la vida de los aspectos deficientes con Belarmino (2004) entre otros. Después que una investigación del campo con el propósito fue llevada a través para compaginar y para analizar las afirmaciones teóricas la luz de los considerações de los usuarios entrevistados con del Braille. En el análisis de la información conseguida la importancia del sistema será Braille discutido para la lectura de la persona con deficiencia visual. Palabra-Llave: Aspecto deficiente. Lectura. Sistema Braille

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1- Faixa etária dos entrevistados..............................................................................30

Gráfico 2- Escolaridade dos entrevistados............................................................................30

Gráfico 3- Tempo de utilização do sistema Braille...............................................................31

Gráfico 4- Tempo de cegueira...............................................................................................31

Gráfico 5- Principais acuidades que resultam na cegueira dos entrevistados.......................32

Gráfico 6- Freqüência de utilização do Braille.....................................................................34

Gráfico 7- Técnica de leitura preferida pelos cegos..............................................................34

Gráfico 8- Circunstancia em que é preferível ler em Braille................................................35

Gráfico 9- Circunstancia em que não é preferível ler em Braille..........................................35

Gráfico10- Melhor método de leitura...................................................................................36

Gráfico 11- Pior meio de leitura............................................................................................36

Gráfico 12- Notas atribuídas as técnicas de leitura...............................................................37

Gráfico 13- Limitações do uso do sistema Braille................................................................37

Gráfico 14- Concordam com o estudo e Garcia e Pereira.....................................................39

Gráfico 15-Freqüência do uso do Braille X escolaridade dos usuários do sistema..............40

Gráfico 16-Características do Braille que possibilita uma melhor leitura............................42

SUMÁRIO

Pág 1.0 INTRODUÇÃO.............................................................................................................11 2.0 O DEFICIENTE VISUAL E A LEITURA................ .................................................14 2.1 A DEFCIENCIA VISUAL.............................................................................................15 2.2 A IMPORTÂNCIA DO ATO DE LER PARA O DEFICIENTE VISUAL................................................................................................................................17 2.3 HISTORICO DO SISTEMA BRAILLE.........................................................................21 2.4 A IMPORTÂNCIA DO BRAILLE PARA A LEITURA E ESCRITA DO DEFICIENTE VISUAL........................................................................................................23 3.0 A LEITURA NA ÓPTICA DO DEFICIENTE VISUAL....... ...................................27 3.1 OS CAMINHOS TRILHADOS POR ESTA PESQUISA..............................................30 3.2 OS SUJEITOS DA PESQUISA.....................................................................................32 3.3 O QUE NOS DIZEM ESSES DADOS...........................................................................35 3.3.1 Motivos e necessidades que levam ao desejo de aprender Braille ..............................35 3.3.2 Freqüência de leitura em Braille..................................................................................36 3.3.3 Preferência dos leitores ...............................................................................................37 3.3.4 Limitações relacionadas ao uso Braille........................................................................38 3.3.5 A interpretação textual pela leitura em Braille.............................................................41 3.3.6 O uso do Braille no dia a dia........................................................................................42 3.3.7 Importância do Braille..................................................................................................43 3.3.8 As principais potencialidades do Braille......................................................................43 3.3.9 Características que favorecem uma melhor leitura para o cego através do sistema Braille.................................................................................................................................. 44 4.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................46 REFERÊNCIAS ANEXOS

1.0 INTRODUÇÃO

A presente pesquisa, cujo tema é a leitura do deficiente visual e o Sistema Braille,

configurou-se a partir de uma questão de pesquisa: em que medida o sistema Braille

proporciona melhor leitura para o deficiente visual?

A pesquisa tem como principal objetivo analisar como o sistema proporciona

melhor leitura para o deficiente visual, assim como discutir as técnicas de leitura para

deficientes visuais, e a importância do sistema Braille como forma de acesso à educação

através da leitura.

O ato de ler é fundamental para o desenvolvimento educacional, social e afetivo do

indivíduo, no caso dos portadores de deficiência visual, ler ganha um sentido especial, o da

inclusão. Pois o indivíduo que não tem acesso a leitura é uma pessoa que realmente não

consegue enxergar, independente da sua condição visual.

A sociedade está habituada à leitura visual o que é normal, já que a maioria das

pessoas as faz pelo sentido da visão, mas existe no Brasil uma população de mais de 150

mil cegos, que não podem utilizar esse sentido, mas, sobretudo não podem ser excluídos do

direito a educação, a cultura e a informação.

O Braille merece um recorte especial quando se fala nos métodos de leitura para

cegos; pois foi o primeiro método, que abriu a porta das escolas regulares ao deficiente

visual. O Braille é uma inovação tecnológica de duzentos anos, e ainda causa

estranhamento entre muitos no Brasil.

Com a invenção e uso de novas técnicas de leitura para cegos muito se tem

perguntado sobre o futuro da leitura tátil, e da possível substituição definitiva dessa pela

leitura auditiva.

Apesar dos mais de 150 mil cegos, pouco se conhece e se divulga sobre cegueira e

sobre acessibilidade. O que torna esse tema de suma importância para o conhecimento dos

educadores, já que a educação é um principio que abrange todos os campos da formação

humana e, portanto se constitui no principal meio para ocorrer à inclusão.

Apesar da discussão em torno da acessibilidade dos deficientes ter tido um

relevante crescimento no campo educacional, ainda esta longe de atender a demanda, pois

existe ainda um cenário de difícil acesso às diversas ferramentas de inclusão, onde a

exclusão é muito presente na realidade das pessoas com deficiência.

Devido à falta de informações e pesquisas envolvendo o tema. Faz-se necessário

compreender e discutir o sistema Braille, percebendo como esse recurso facilita o processo

de ensino e aprendizagem do deficiente visual pelo ato de ler.

As opções metodológicas para o desenvolvimento desta pesquisa foram à pesquisa

bibliográfica e a pesquisa de campo, onde foram usadas como estratégias de pesquisa a

revisão da literatura a respeito do tema a partir de autores que abordam a importância do ato

de ler, e o uso do sistema Braille como método de leitura e escrita.

Para a pesquisa de campo foi utilizada a entrevista semi-estruturada com pessoas

usuárias do sistema Braille, e conhecedoras de outras técnicas de leituras para cegos, a

saber, o 1áudiolivro e os 2ledores.

Foram entrevistados distintamente e estrategicamente doze usuários do sistema

Braille, sendo seis pessoas com cegueira adquirida, três 3cegos congênitos e três pessoas 4videntes que conhecem o Braille, à entrevista semi-estruturada permitiu analisar a

influência do sistema Braille na leitura dos deficientes visuais.

A pesquisa é dividida em dois capítulos, o primeiro capítulo denominado o

deficiente visual e a leitura, trata a deficiência visual conceituando-a e diferenciando

cegueira de baixa visão. Trata-se também do ato de ler como um ato de suma importância

para todo e quaisquer indivíduo e sua relevância em especial para o deficiente visual, o

histórico do sistema Braille e a importância do Braille para a leitura do deficiente visual.

1 Audiolivros são gravações de livros lidos em voz alta. 2 Ledores são pessoas que voluntariamente ou não realizam leitura para cegos, em instituições publicas ou privadas. 3 São pessoas com cegueira adquirida ainda na gestação. 4 Termo científico que designa pessoas que enxergam.

O segundo momento trata-se de uma pesquisa de campo, que tem por objetivo

perceber a opinião dos deficientes visuais a respeito da leitura e dos meios que utilizam

para ler, por tanto esse capítulo narra os caminhos trilhados para se chegar aos resultados

apresenta e caracteriza os sujeitos que viabilizaram este estudo, assim como o

procedimento para a coleta de dados, e por fim é apresentada a discussão extraída dos

resultados obtidos na entrevista, verificando nas experiências descritas pelos informantes a

participação do sistema Braille na leitura do deficiente visual.

A opinião dos deficientes visuais a respeito da relevância do uso do Braille na

prática da leitura, serviu para identificar as potencialidades e limitações desse sistema no

cotidiano das pessoas que utilizam o tato, como principal sentido para a leitura.

CAPÍTULO 1: O DEFICIENTE VISUAL E A LEITURA

Art . 1º “Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados

de razão e consciência e devem agir em relação umas as outras com espírito de

fraternidade”. (ONU, Declaração dos direitos humanos, 1948).

2.0 O DEFICIENTE VISUAL E A LEITURA

Este Capítulo discute o conceito de deficiência visual a diferença entre indivíduo

cego e indivíduo com baixa visão, os níveis de deficiência. A partir dos autores Ochaíta e

Espínola (1993), Martins e Ramírez (2003) e Telford e Sawrey (1977).

Dando seguimento, ainda nesta seção tratar-se-á da importância da leitura para o

indivíduo cego, com base em Larêdo (2005), Werthein (2005), Hoisel (1996) entre outros.

Em seguida apresenta-se o histórico de um dos principais meios de realização da leitura do

cego, que é o sistema Braille, a partir de Birch (1990).

Por fim esse capítulo se encerra abordando, a importância do Braille para a leitura

do indivíduo cego de acordo com Oliveira (2000), Garcia e Pereira (2006), Belarmino

(2004) e Queiroz (2000) entre outros.

2.1 A DEFICIÊNCIA VISUAL

Neste estudo sobre a leitura do indivíduo com deficiência visual é fundamental,

conceituar deficiência visual, explicitando e classificando quem são os sujeitos geradores

desta pesquisa. O termo deficiência vem do latim deficientia, e segundo o Dicionário

Aurélio (2001) significa falta, imperfeição ou insuficiência.

A deficiência visual é um estado permanente de redução do sentido visual, que pode

decorrer de patologias congênitas, hereditárias ou adquiridas, a situação que define de fato

a acuidade visual é a permanência da deficiência mesmo após tratamento clínico e

cirúrgico.

A cegueira possui vários conceitos, a grande maioria comunam que “um olho é cego

quando sua acuidade visual com correção é de 1/10 (0,1), ou cujo campo visual se encontre

reduzido a 20º” (CRESPO, 1980 apud MARTINS; RAMÍREZ 2003, p.40).

A deficiência visual não denomina apenas os indivíduos que não possuem nenhum

resquício visual, ela também classifica as pessoas com problemas visuais que as façam

legalmente cegas.

No Brasil é considerada legalmente cega a pessoa que de acordo com o decreto

3.298, tenha “acuidade visual igual ou menor que 20/200 no melhor olho, após a melhor

correção, ou campo visual inferior a 20º (tabela de Snellen), ou ocorrência simultânea de

ambas as situações” (BRASIL, Decreto 3.298, de 20 de dezembro de 1999).

Ochaíta e Espínola (1993, p.151) definem a cegueira como “uma deficiência

sensorial que se caracteriza pelo fato de que pessoas que dela padecem têm seu sistema

visual de coleta de informações total ou seriamente prejudicado”. De forma que não podem

fazer com perfeição atividades que requerem detalhes de visão.

Existem níveis quanto à severidade da deficiência visual, dependendo do grau e tipo

da perda da visão como; a visão reduzida, a cegueira parcial e a cegueira total. A

diminuição da resposta visual pode ser leve ou moderada, que compõem o grupo de visão

subnormal e baixa visão, ou severa e/ou profunda que compõem o grupo de ausência total

da resposta visual.

Martins e Ramírez (2003) apresentam três níveis, o primeiro a deficiência de maior

profundidade, onde entre as características educacionais estão à dificuldade na realização

de atividades que necessitem da visão de detalhes.

O segundo nível denominado de deficiência visual severa caracteriza-se pela

dificuldade de realizar tarefas visuais com exatidão, requerendo adaptações. O terceiro

nível é a deficiência visual moderada onde a possibilidade de realização de atividades

visuais, com ajudas adequadas.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) apud Bangkok (1992), o

indivíduo com baixa visão ou visão subnormal é aquele que apresenta diminuição das suas

repostas visuais, mesmo após tratamento e/ou correção óptica convencional, e uma

acuidade visual menor que 6/18à percepção de luz, ou um campo visual menor que 10

graus do seu ponto de fixação, mas que consegue utilizar a visão para a realização de

algumas tarefas.

De acordo com Telford e Sawrey (1977, p.470) existem dois tipos de cegueira

quanto às definições funcionais, que é a cegueira educacional e cegueira ocupacional, a

primeira é a cegueira que impossibilita os alunos de utilizarem a visão para serem

educados, “Sua educação deve ser realizada primordialmente, através dos sentidos auditivo,

tátil e cinestético. Os educacionalmente cegos têm de ler e escrever em Braille.

Já cegueira ocupacional é descrita pelos mesmos autores “como a que ocorre em

pessoas parcialmente cegas, que tem sua função visual diminuída, mas conseguem utiliza-la

como meio principal para seu aprendizado”. (TELFORD; SAWREY, 1977, p.470).

O sistema Braille é usado em algumas situações para definir a pessoa cega da

pessoa com visão parcial, através do método que utilizam para ler, “Em termos

educacionais, crianças cegas são as que empregam o Braille, e crianças com visão parcial

são aquelas que usam material impresso” (BATEMAN, 1967 apud KIRK; GALLAGHER

1996, p. 181).

Para o processo educacional ler é fundamental, e para o indivíduo cego

principalmente por que a leitura lhe proporciona através do ouvir ou do contato,

informações que chegaram a sua mente sem passar pelos seus olhos.

A pessoa que enxerga tem o sentido da visão como um forte aliado para a

aprendizagem, já o indivíduo cego o compensa por diversas formas mais uma das principais

maneiras é através da leitura. Devido à importância da leitura para a vida dos indivíduos

que não são videntes, discutir-se-á a seguir a importância da leitura na vida do deficiente

visual.

2.2 A IMPORTÂNCIA DO ATO DE LER PARA O DEFICIENTE V ISUAL

A leitura é muito importante para todos os indivíduos, pois a leitura abre um mundo

de informações e possibilidades, é um poderoso meio de comunicação, e de inclusão e

exclusão. Pois segundo (GADOTTI apud VARGAS 2000, p. 14) “Numa sociedade de

privilegiados, a leitura e a escrita são um privilegio”.

Todavia com o crescimento da produção escrita, ler deixou de ser só um privilegio e

tornou-se uma necessidade; para se comunicar, se locomover, trabalhar, e para adquirir

conhecimento e informação. Já que a grande maioria das informações é disponibilizada na

forma escrita.

Ler é fundamental, e tem seu reconhecimento e utilização mais freqüentes na

atualidade, pelo papel social que a leitura tem assumido. “Não ler traz prejuízos que vão

desde o desenvolvimento pessoal e profissional até a ampliação das desigualdades sócias”

(WERTHEIN, 2005, p.1).

Essa ampliação das desigualdades no caso de quem possui uma deficiência é alargada, pois

muitas vezes a deficiência é atribuída como uma limitação decisiva para a alfabetização do

deficiente visual, o que comprovadamente não é o caso, pois milhões de cegos congênitos

ou não aprenderam a ler e escrever através das técnicas de leituras destinadas a eles.

A leitura tem muitas funções sociais, alem da exclusão e inclusão social Larêdo

(2005, p.1) enumera essas múltiplas funções da seguinte maneira: “a leitura para fruição,

prazer ou deleite, aquisição de conhecimento e informação, leitura para pesquisa, trabalho;

leitura para fins religiosos, auto-ajuda [...]”.

Ler tem ganhado outra função; que é a de ser também um adereço da

intelectualidade e de posição social, “Quem ler livros é considerado culto, intelectual, e

recebe reconhecimento da sociedade na forma de status social” (GOMBERG, 2006, p.5).

Mas, sobretudo a leitura tem finalidades e importâncias individuais, além das

sociais, pois a leitura proporciona um crescimento pessoal abrindo um leque de

oportunidades “permite não só nomear/ criar/ transformar o universo real, mas também

possibilita trocar experiências”. (PETER, 2005, p.11).

Ler é acima de tudo uma atividade extremamente prazerosa, que mexe com a

imaginação e auto-estima do leitor, transportando-o para outras realidades e para novas

experiências. Aumentando a capacidade de diálogo e o conhecimento da sociedade a qual

se pertence.

O livro transmite pensamentos, traduz emoções, estimula a imaginação e o sonho, permite que nossas vivencias cotidianas se transformem em um mundo cheio de encantos e reduções, dando a vida um sentido intelectual e espiritual de inestimável valor. (WERTHEIN, 2005, p.1).

A leitura como se sabe é fundamentalmente feita pelo sentido da visão, mas os

cegos que não tem o funcionamento desse sentido, também a realizam por meio de outros

sentidos, o tato e a audição, são os sentidos utilizados pelo deficiente visual para a leitura.

A leitura é realizada pelos deficientes visuais de três maneiras. Através do tato pelo

sistema Braille, ou através da audição pelo uso de audiolivros5 ou pelos ledores6. A

preferência particular de cada leitor esbarra nas vantagens e desvantagens oferecidas por

cada técnica de leitura.

Seja pelo tato ou pela audição o imprescindível é que de alguma forma os

indivíduos cegos participem da construção e comunicação do conhecimento e da

informação, dessa forma a leitura que é necessária a todos, é indispensável aos deficientes

visuais por diversas razões abordados a seguir.

Ler proporciona ao deficiente visual experiências que não poderiam ser vivenciadas

sem a leitura. “A leitura é um dos meios que o indivíduo tem de se comunicar com o

mundo, de ter contato com novas idéias, pontos de vista e experiências que talvez, na sua

vida prática jamais lhe proporcionasse”. (WERTHEIN, 2005, p.1).

5 Audiolivros são gravações de livros lidos em voz alta. 6 Ledores são pessoas que voluntariamente ou não realizam leitura para cegos, em instituições publicas ou privadas.

O cego através da descrição que um livro traz, conhece ambientes, culturas, objetos,

sentimentos e principalmente seres e objetos abstratos. A leitura e uma forma que o cego

tem de dialogar visualmente com o mundo.

A leitura é indispensável na luta pelos direitos, no caso dos deficientes o direito da

inclusão e ao respeito, por que para se buscar qualquer mudança social, é necessário saber

conquista - lá através do conhecimento e da manifestação do pensamento, afinal “quem lê

incomoda” Larêdo (2005, p.1), o ato de ler instiga no indivíduo a criação de senso critico.

A leitura é uma condição básica para formar sujeitos capacitados de se inserir na sociedade e exercitar sua cidadania, participando critica e ativamente da construção da historia de seu povo, formulando seus próprios critérios para se questionar como sujeito no seu ato de pensar, sentir e atuar, ultrapassando a fronteira da cultura local a partir da abertura a outras proporções culturais.

Já que a leitura é uma base na formação do cidadão cego, pois permitem que esse se

forme na sociedade como um sujeito pensante que conhece e questiona, pois de acordo com

HOISEL, (1996, p. 6). “Toda leitura forma, informa e deforma o material primitivo”. O que

possibilita construir a cidadania num exercício de socialização e mudança social.

A leitura também é importante para a realização de diversas atividades na vida

cotidiana do deficiente visual. “O sujeito que lê, sabe planejar, direcionar, e faz sua

evolução/revolução, sua ação, sua construção, sua historia de homem livre (ah, a liberdade,

bem maior do ser humano), emancipado independente de explorações e opressões”

(LARÊDO, 2005, p.1).

Principalmente para vida profissional dos cegos, nem todas as atividades

profissionais podem ser desenvolvidas por cegos, por serem atividades que precisam do uso

da visão, o que já diminui o mercado de trabalho e as atividades que podem ser feitas sem a

visão, vai requerer do deficiente conhecimento ou meio de adquiri-los, nesse momento a

leitura é uma arma contra o preconceito e a favor da inclusão.

A técnica da leitura utilizada pelo cego é muito importante, pois cada indivíduo

estabelece uma relação diferente com a leitura, de acordo com o método que utiliza.

A significação do que se lê, depende também do meio em que se lê, não existe nenhum texto fora do suporte que o dá a ler, não há compreensão de um escrito, qualquer que seja que não dependa das formas através das quais ele chega ao seu leitor. (CHARTIER, 1990, p 12).

Esse suporte de leitura precisa proporcionar ao leitor a interpretação clara do texto

lido, dando a oportunidade do leitor fazer o movimento de reler, criar, recriar e encontrar

novos significados a cada leitura, pois um mesmo texto pode ser lido varias vezes, como

um novo olhar sobre ele. “O texto se mantém sempre como reserva de surpresas e

inovações para uma outra leitura, um outro tempo, é próprio do texto a aptidão de poder ser

lido/relido e escrito/ rescrito em cada leitura” (HOISEL, 1996, p.6).

Situações que só são possíveis com a leitura tátil, por esses motivos o Braille se

revela como um importante recurso de leitura e meio de inclusão do deficiente visual. O

Braille é a única técnica de leitura que atende a todo publico de deficientes visuais, pois

atende as necessidades dos cegos-surdos, permite, sobretudo a autonomia para a leitura,

pois independe de qualquer outro indivíduo, alem do leitor.

A independência é sem dúvida um ideal que os deficientes visuais almejam, cada

vez mais o cego busca depender o mínimo possível, dos olhos de outras pessoas, por isso o

sistema Braille é com certeza indispensável na conquista dessa independência.

0 Braille que é um dos objetos centrais dessa pesquisa, pois foi à primeira técnica de

leitura para cegos, permitindo que esses pudessem freqüentar a escolar regular, por isso a

seguir veremos um breve histórico de seu surgimento e de suas primeiras contribuições

para a vida dos cegos no mundo.

2.3 HISTÓRICO DO SISTEMA BRAILLE

O sistema Braille foi criado oficialmente no ano de 1825, na França pelo jovem

cego Louis Braille, nascido ao dia 4 de Janeiro de 1809 na cidade de Coupvray, povoado

situado ao leste de Paris, Louis Braille era filho de Louis Simon-René que era “seleiro e

fabricante de arqueiros do povoado” (BIRCH, 1990, p.11).

Louis perdeu a visão muito cedo no ano de 1812, aos três anos de idade, segundo

Beverley Birch (1990) devido a um acidente ocorrido com ferramentas de trabalho de seu

pai, o que levou a um ferimento e consequentemente a uma infecção. A cegueira definitiva

aconteceu dois anos mais tarde, quando Louis estava com cinco anos.

Louis Braille foi um privilegiado para a época pois iniciou seus estudos em uma

escola regular do próprio povoado por que neste periodo raros cegos tinham a

oportunidade de estudar e principalmente estudar em uma escola regular, aos dez anos de

idade ganhou uma bolsa de estudo e ingressou no Institut Royal des Jeunes Aveugles de

Paris (Instituto Real de Jovens Cegos de Paris).

O Instituto era uma escola especifica para cegos, fundada por Valentin Haüy, que

criou um sistema para ensinar leitura aos cegos, o sistema consistia na gravação em alto

relevo das letras do alfabeto. A leitura era feita de forma tátil, esse sistema tinha muitas

limitações, principalmente na escrita, pois uma pessoa cega conseguiria ler palavras

escritas por outras pessoas, mais teria muita dificuldade para a escrita, pois através do

método de Haüy, a confecção de letras requeria muitas habilidades manuais para o corte

das letras, o que exigia habilidades que não seriam imediatas.

Valentin Haüy fundou a escola com o intuito de combater o preconceito e a

desigualdade da época para com os deficientes visuais, oportunizando aos cegos segundo

Birch (1990) o aprendizado da leitura e da escrita e de alguns oficios como tecer cestas,

fazer chinelos, entre outras atividades manuais que pudessem fornecer o proprio sustento

para os cegos, e fazer com que esses não precisassem se tornar pedintes ou fossem expostos

ao ridículo para conseguir sobreviver.

Haüy somente havia percebido quão vasta era a lacuna entre as pessoas que enxergavam e os cegos quando testemunhou um grupo de músicos cegos enfeitados com orelhas de asno e imensos óculos, exibindo-se como palhaços, vaiados diante de uma multidão, na feira de Santo Ovídio, em setembro de 1771. A experiência deixou-o profundamente chocado e ele decidiu fazer qualquer coisa que estivesse ao seu alcance para mudar aquela situação dolorosa (BIRCH, 1990, p.28).

A fundação da escola para cegos não foi um projeto facil de concretizar de acordo

com Bich (1990), Valentin Haüy, encontrou vários desafios, a falta de patrocinio entre

outros motivos fez como que o sonho de Valentin Hauy se tornasse realidade apenas em

1791, quando a escola passou a instituição estatal, no governo de Napoleão.

Haüy faleceu no ano de 1922, um ano após Charles Barbier de La Siera, visitar o

Instituto. Charles Barbier (1767-1841) era um capitão do Exército Francês, e foi o percurso

do sistema Braille, pois criou no início do século XIX, um código de comunicação que

consistia numa série de pontos em alto relevo, que podia ser utilizado durante a noite para

que os combatentes pudessem se comunicar silenciosamente, sem uso de luminárias, o que

evitava ser percebido pelo inimigo, esse código ficou conhecido como escrita noturna.

O processo tinha a forma de uma sonografia, e era constituída por 36 sinais

representativos de outros tantos sons e distribuídos por 6 linhas de 6 sinais cada uma,

formando igual número de colunas. Bastava indicar, por dois algarismos, a linha e a ordem

que o sinal ocupava para facilmente o identificar.

Em sua visita ao Instituto Nacional dos Jovens Cegos Charles Barbier apresentou

seu sistema para ser utilizado no Instituto, inicialmente o sistema foi recebido, porém não

foi utilizado. Segundo Birch (1990) Louis Braille que assistiu a apresentação da escrita

noturna se interessou e iniciou um processo de aperfeiçoamento, para então se chegar ao

Braille.

Todavia, as alterações propostas por Braille não foram aceitas por Barbier, que

considerava o seu sistema suficientemente bom. Louis Braille propunha alterações que

pudessem incluir acentuação e pontuação de palavras, utilização da matemática entre

outros problemas detectados pelo mesmo Louis Braille.

Devido a falta de aceitação das modificações sugeridas, Braille iniciou sozinho a

criação de seu sistema modificando de Escrita Noturna para sistema Braille, reduziu para

apenas seis pontos, que podia compô-los em 63 combinações. No ano de 1827 o primeiro

livro de gramática foi transcrito para Braille, em 1828 ele estendeu o Braille para uma de

suas maiores paixões que era a musica.

Em 06 de janeiro de 1852, Louis Braille faleceu vitima de Tuberculose, dois anos

após a sua morte o método Braille finalmente foi formalmente adotado na França como o

sistema oficial para cegos, e começou a se expandir pelo mundo. Em 1878, ocorreu um

congresso Internacioal de Nações Europeias, com a finalidade de avaliar “os varios

métodos de impressão e escrita para estabelecer um único sistema universal. O Braille foi

aprovado por larga maioria” (BIRCH, 1990, p.56).

Louis Braille pode então realizar o que havia prometido em seu diário anos antes:

"Se os meus olhos não me deixam obter informações sobre homens e eventos, sobre idéias

e doutrinas, terei de encontrar uma outra forma." (BIRCH, 1990, p.)

Birch(1990, p.58) coloca que “Enquanto houver cegos usando o Braille para

participar da herança intelectual do mundo e viver ao lado das pessoas de visão normal, em

condições de igualdade, cultas e independentes como Louis Braille sonhou, seu nome sera

lembrado” .

Diante do que vimos no topico anterior sobre a importancia de leitura na vida do

deficiente visual, de igual modo é relevante o suporte que este utiliza para conseguir ler.

Por isso objetivou-se nesta pesquisa focalizar dentre as tecnicas de leitura disponiveis para

cegos, a mais antiga e conhecida que é o sistema Braille.

A invenção de Braille tem atravessado anos e trouxe muitos beneficios não só para a

comunidade de cegos, mas, tambem para a de visuais, todavia há muito se iniciou uma

discussão sobre a substituição do Braille por outras tecnologias, mas o sistema sobreviveu e

dá sinais de existencia e longa durabilidade. Diante desta discussão, é importante esclarecer

a importancia do Braille na leitura e na vida do portador de deficiência visual, é o que

veremos com maior profundidade a seguir.

2.4 A IMPORTÂNCIA DO BRAILLE PARA A LEITURA E ESCRI TA DO

DEFICIENTE VISUAL.

O ser humano tem muitas necessidades, e uma delas é a de comunicação, e esse ato

de comunicar uma mensagem ao próximo, acontece de diversas formas, e na

contemporaneidade essas possibilidades aumentam a cada dia, ao mesmo tempo em que

processos como a leitura e a escrita, comprovam-se como meios de comunicação

insubstituíveis.

A escrita como uma realização concreta da fala se torna cada vez mais necessária,

para a troca de informações. Diante dessa necessidade o homem busca meios de supri - lá, o

que justifica a existência dos sistemas de escrita e leitura destinados aos cegos.

Da mesma forma como o computador auxiliou no processo de comunicação escrita

do normovisual, sem extinguir o uso do lápis e do papel, a criação de novas tecnologias,

não extingui o uso do Braille da vida dos deficientes visuais, pois tem a função semelhante

ao lápis e ao papel nas mãos de quem escreve.

A leitura é descrita por (MARTINS, 1984, p.31) “como um processo de

compreensão abrangente, cuja dinâmica envolve componentes sensoriais, emocionais,

intelectuais, fisiológicos, neurológicos, bem como culturais, econômicos e políticos”.

O ato de ler “tornou-se, desde há muito, eminentemente individual” (OLIVA, 2000,

p, 1) sabemos que a pessoa com deficiência visual, depende em muitos momentos dos

olhos de outra pessoa, para a realização de muitas atividades, e que buscam depender o

menos possível, buscando a autonomia, para realização de suas atividades.

Por tanto a leitura é uma atividade que requer autonomia, dá mesma forma como

temos prazer em uma leitura silenciosa onde os olhos são utilizados, o tato é utilizado para

a leitura em Braille, que corresponde à leitura silenciosa dos cegos, a diferença é o sentido

utilizado, as pessoas que enxergam usam a visão, e as pessoas que não enxergam usam o

tato.

A leitura coletiva, ou a que necessita do uso de recursos auditivos, é sem dúvida de

valor complementar indiscutível, tanto para as pessoas cegas, quanto para as que enxergam,

mas não substitui a pessoal.

Sendo a leitura eminentemente e intimamente pessoal, como se viu, e dependendo também da capacidade de assimilação e dos apports de cada leitor, torna-se necessário o contacto directo do leitor com a forma gráfica escolhida para transmitir o pensamento do autor. Só através deste contacto pode o leitor seguir o seu próprio ritmo de assimilação, acelerando nas passagens mais apelativas, ralentando, insistindo ou repetindo nos passos de elaboração mais complexa, captando e apreciando directa e genuinamente as intenções expressivas traduzidas pelos recursos gráficos empregados, imprimindo a interpretação pedida pela sua própria sensibilidade. (OLIVA, 2000, p. 2).

O contato com o livro é de suma importância para o leitor.“E por tudo isto que,

quanto a nós, o livro, não obstante a importância já referida do contributo dos outros meios

auxiliares de leitura continua a ser o instrumento de leitura por excelência”. (OLIVA, 2000,

p. 2).

O contato físico com o livro é algo fascinante, Clarice Lispector em uma das

passagens de seu conto Felicidade Clandestina, descreve a sensação física, proporcionada

pelo ter o livro em mãos.

Sei que segurava o livro grosso com as duas mãos, comprimindo-o contra o peito [...] meu peito estava quente, meu coração pensativo [...] fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo [...] abria-o por alguns instantes [...] Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo. (LISPECTOR, 1988, p. 12).

Alem da importância do contato físico, o Braille proporcionou um contato muito

mais importante para os deficientes visuais que foi a entradas destes na escola regular. O

Braille hoje é de fundamental importância nas escolas para a educação dos deficientes

visuais

Tanto que os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN´S) ao tratarem à educação

inclusiva, reconhecem a importância e necessidade do Braille nas escolas para educação

dos cegos, apresentam entre as sugestões de recursos de acesso ao currículo para alunos

com deficiência visual a utilização de maquinas de Braille, conforme pode ser lido na

redação abaixo:

Para alunos com deficiência visual: Sistema alternativo de comunicação adaptado ás possibilidades do aluno: sistema Braille, tipos escritos ampliados, Maquinas Braille, reglete, sorobã, bengala longa, livro falado etc. Material didático e de avaliação em tipo ampliado para os alunos com baixa visão em Braille e relevo para os cegos; Braille para alunos e professores videntes que desejarem conhecer o referido sistema. (PCN´S, 1998, p. 45).

O Braille mudou para sempre a historia de inclusão dos cegos, vejamos as

afirmações da jornalista cega Joana Belarmino:

O sistema Braille permitiu que indivíduos cegos saíssem do seu mundo especifico, para compartilharem de forma mais abrangente, esferas comuns de realidade com os outros indivíduos da cultura [...]. Os indivíduos cegos encontraram no Braille a ferramenta que lhes permitiu construir uma nova individualidade histórica, todo um mundo amplo a se descortinar na ponta dos seus dedos, numa resolução semiótica levada a cabo por apenas seis pontos em relevo. (BELARMINO, 2004, p. 5).

A leitura do Braille pode ser usada em diversos ambientes e situações, em

elevadores, em menus de restaurantes, e mesmo em medicamentos, situações em que o

domínio da linguagem se torna indispensável para os cegos, um deficiente visual pode hoje,

por exemplo, entrar em um elevador e chegar ao andar desejado, pode fazer compras e

operações bancárias em caixas eletrônicos, compreender informações em um mapa entre

outras possibilidades, tudo pela leitura tátil.

Segundo (QUEIROZ, 2000, p.1) “ler e escrever sempre foram preocupações básicas

dos pais para com seus filhos em idade escolar” preocupação muito maior quando se refere

a pais e mães de deficientes visuais.

A escrita, de acordo como mesmo autor, de um modo geral sempre foi possível de

ser realizadas pelos cegos, desde que esses aprendessem datilografar ou compreendessem

as formas das letras e as desenhasse de próprio punho, porém a maior dificuldade

encontrava-se na leitura, “Como uma pessoa cega poderia ler o que escreveu na máquina de

datilografia ou em uma folha de papel?” (QUEIROZ, 2000, p.1.).

O sistema Braille é a principal ferramenta para resolução deste problema, pois

permite a realização da leitura pela pessoa com cegueira. Oliva (2000) defende o uso do

Braille como sendo o meio natural de leitura e escrita dos cegos, afirmando que a leitura

por excelência só o livro em Braille pode proporcionar.

Os cegos congênitos necessitam em especial do Braille para dominar a norma

padrão da língua, principalmente no que tange a questão das normas ortográficas, pois o

conhecimento dessas normas exige um contato com a leitura, pois de outra forma o

deficiente visual não percebe o uso de sinais de pontuação, de acentuações gráficas entre

outros, pois a entoação da voz na leitura não é suficiente para que o deficiente visual

aprenda essas regras da língua materna.

Por isso é de fundamental importância que os cegos possam vê essas regras na

leitura, e a forma que um indivíduo cego, vê o que ele ler, é tocando essa leitura, como ele

o faz, para poder enxergar os demais objetos.

7La lectura em particular,y el acceso a la información en general, suponen la puesta en marcha d um conjunto de estrategias de procesamiento de la información, como el acceso al léxico, el procesamiento sintáctico, el procesamiento semántico, la elaboración de inferencias y la representación mental del texto (GARCÍA; PEREIRA, 2006, p.8 ).

Como saberá diferenciar palavras homônimas e parônimas se apenas as ouvir, e não

aprender a usá-las, não aprender a reconhecer pequenas diferenças gráficas, que fazem

diferença de significação.

Por outro lado, o leitor contacta com a realidade ortográfica das línguas, contacto imprescindível para ajudar à interiorização das imagens gráficas dos vocábulos. [...] Pode ainda o leitor escolher sem constrangimentos nem dependências o local da leitura, uma vez que o livro não necessita de qualquer meio que viabilize a sua utilização. (OLIVA, 2000, p. 2).

A compreensão do texto é outra potencialidade da leitura em Braille, um estudo

feito pelos espanhóis García e Pereira, investigou as modalidades de acesso a informação, e

comparou os rendimentos entre pessoas cegas, concluindo que o rendimento quanto à

interpretação do texto dos cegos que lia através do Braille era superior aos cegos que liam

através de gravadores ou ledores.

7 A leitura em particular, e o acesso a informação em geral, supõem o posto em marcha de um conjunto de estratégias do processamento de informação, como o acesso ao léxico, o processamento sintático, o processamento semântico a elaboração de inferências e a representação mental do texto.

8Estos resultados nos aportan información de interés; por un lado, se confirma que los mejores rendimientos en comprensión de textos se alcanzan cuando la vía de acceso a la información es el braille, y ello independientemente del nivel académico (GARCÍA; PEREIRA, 2006, p.19).

O supracitado estudo aponta ainda a importância do ato de ler por si só, reafirmando

a necessidade de autonomia para o bom desempenho da interpretação textual, afirmando o

Braille como a melhor técnica de leitura para o deficiente visual.

9Los resultados de nuestra investigación vendrían a reafirmar el papel clave que el braille tiene para el acceso a la información da las personas cigas, pero, al tiempo, nos sitúan ate una dificil tesitura: puesto que, en el caso de las personas ciegas, la mejor vía para comprender un texto es leerlo por uno mismo, es decir, leerlo em braille. (GARCÍA; PEREIRA, 2006, p.21).

Infelizmente ainda hoje o portador de deficiência em nossa sociedade sofre com o

preconceito, pois tudo que remete ao diferente causa estranhamento, o Braille por ser um

sistema ainda pouco conhecido pelos seus não usuários, acaba gerando uma desconfiança

sobre a sua capacidade enquanto linguagem.

Joana Belarmino em seu artigo À cegueira, o Braille e o jornalismo: furos de uma

reportagem. Narra experiências de sua vida enquanto cega, e usuária do sistema Braille,

descreve fatos que demonstram à falta de conhecimento da população quanto ao uso do

sistema Braille, e sobre “a incredulidade de algumas pessoas quanto à possibilidade da

leitura tátil”. (BELARMINO, 2004).

Pelos pontos já citados, pode-se perceber a importância especial que tem a leitura na

vida dos deficientes visuais, importância que se estende em diversas necessidades do ser

humano, e que ganha sentido de conquista, na vida de quem dela precisa por motivos ainda

mais especiais, como é o caso do deficiente visual.

E, se a leitura é importante para qualquer cidadão, ela não é menos importante para os deficientes visuais, privados da capacidade de apreensão de informação pela imagem ou drasticamente limitados quanto a essa capacidade. As conseqüências desta incapacidade, terrivelmente limitativas para os que são

8 Estes resultados nos apontam informação de interesse, por um lado, se confirma que os melhores rendimentos em compreensão de textos se alcançam quando a via de acesso a informação é o Braille, e o é independente do nível acadêmico. 9 Os resultados de nossa investigação viriam a reafirmar o papel que chave que o braile tem para o acesso a informação, das pessoas cegas, mas, ao tempo, situam-nos ate uma difícil tesitura: já que, no caso das pessoas cegas a melhor via para compreender um texto, é lê-lo por si mesmo, isto é, o ler em Braille.

afetados por elas, poderão ser bastante atenuadas, se o habito e a facilidade de ler, bem como a abundancia e a variedade de livros, revistas e jornais, facilmente acessíveis, tiverem podido criar o interesse e o gosto pela leitura. (OLIVA, 2000, p. 2).

O sistema Braille se diferencia das outras técnicas de leitura principalmente pelos

motivos e necessidades que levam os cegos ao desejo de aprender o sistema tátil que são os

mais variados. A freqüência de leitura em Braille significa muito sobre as conclusões da

pesquisa, pois revela muito a respeito dos usuários do sistema, principalmente se

confrontada com a escolaridade dos usuários, pois pode-se daí compreender a preferência

dos leitores quanto à técnica de leitura, pois um indivíduo que necessita mais usar uma

determina técnica, tenderá a dominá-la de melhor forma do que outra, e provavelmente

surgira a preferência ou não da técnica de leitura.

Assim também como é possível através dessas variantes, freqüência de leitura e

escolaridade revelar muito a respeito das limitações relacionadas ao uso Braille, pois muitas

dessas limitações podem esbarram justamente no uso ou desuso de uma técnica ou de outra,

inclusive no uso para a realização de atividades diárias..

A interpretação textual pela leitura em Braille revela uma das maiores importância

do sistema, juntamente com a autonomia, e a liberdade, como são citadas no próximo

capítulo e como será discutido nas categorias de analise referente às entrevistas. As

principais potencialidades do Braille são as características que favorecem uma melhor

leitura para o cego através do sistema Braille

Tendo em vista o já debatido pelos autores sobre a importância da leitura e inserido

neste contexto teórico sobre a importância do Braille, é que discute-se no capítulo seguinte

as impressões dos usuários deste sistema, divididos em cegos do tipo congênito, cegos com

deficiência visual adquirida e um grupo de videntes que domina o uso do sistema Braille.

Para analisar em que medida o sistema Braille proporciona melhor leitura para o deficiente

visual.

CAPÍTULO 2: A LEITURA NA ÓPTICA DO DEFICIENTE

VISUAL

*Esref Argaman

“‘Não é preciso ter olhos abertos para ver o sol, nem é preciso ter ouvidos afiados para

ouvir o trovão. Para ser vitorioso você precisa ver o que não está visível”. Sun Tzu

* Pintor cego congênito turco, impressiona pela habilidade na pintura e por ter desenvolvido um método

próprio de pintura utilizando o sistema Braille.

3.0 A LEITURA NA ÓPTICA DO DEFICIENTE VISUAL

Neste Capítulo, busca-se elucidar em que medida o sistema Braille proporciona

melhor leitura para o deficiente visual, através da pesquisa de campo. O capítulo está divido

em duas partes; a primeira é configuração da pesquisa, onde há caracterização pela

descrição, do publico de informantes, dos métodos e procedimentos para a coleta de dados

e da metodologia aplicada.

Num segundo momento aborda-se a importância do Braille para a da leitura do

indivíduo cego, na perspectiva dos usuários do sistema, verificando os principais motivos

que levam o cego a aprender o Braille, a freqüência desse uso na leitura, e as

potencialidades e limitações do Braille. Informações traduzidas na percepção e a analise

dos dados com seus respectivos resultados.

3.1 OS CAMINHOS TRILHADOS POR ESTA PESQUISA

Como procedimento metodológico de pesquisa foi realizada a revisão da literatura

sobre o tema em estudo e posteriormente foi realizada a pesquisa de campo para a validade

cientifica dos resultados. A técnica de coleta de dados foi a entrevista semi-estruturada,

com usuários do sistema Braille deficientes visuais ou não. A abordagem é qualitativa,

porém aspectos quantitativos não foram desprezados.

Antes das entrevistas foram delimitadas as dimensões que se pretendia estudar, o

perfil dos sujeitos a serem entrevistados, e foi realizada a estruturação das questões com

base nas dimensões a serem consideradas.

As etapas da pesquisa de campo foram divididas em duas; apresentação do projeto

de pesquisa aos informantes e a entrevista individual semi-estruturada. A escolha da

entrevista semi-estruturada ocorreu porque essa técnica permite o surgimento de novos

questionamentos.

Entrevista semi-estruturada é aquela que parte de certos questionamentos básicos, apoiados em teorias e hipóteses, que interessam à pesquisa e que, em seguida, oferecem amplo campo de interrogativas, junto de novas hipóteses que vão surgindo à medida que recebem as respostas do informante. Desta maneira o informante, seguindo espontaneamente a linha de seu pensamento e de suas experiências dentro do foco principal colocado pelo investigador, começa a participar na elaboração do conteúdo da pesquisa (TRIVINÕS, 1987, p. 146).

A entrevista semi-estruturada, segundo Trivinõs, (1987) caracteriza-se pela

existência de um roteiro previamente preparado que serve para orientar o percurso da

entrevista, procurando assegurar que todos os participantes respondam as mesmas questões

básicas, porém permite o surgimento de novos questionamentos a partir de respostas, ou

mesmo a troca de ordens das questões, trata-se de uma adaptação à fala do entrevistado.

Para a pesquisa em educação especial a entrevista semi-estruturada, tem importância

especial, pois permite ao entrevistador coletar dados práticos sobre o processo de inclusão,

de quem de fato vivencia e necessita da inclusão escolar, Medeiros (2002, p.19) justifica

está posição colocando que:

A produção do conhecimento cientifico e sua validade metodológica tem sido alvo de preocupações dos pesquisadores em educação especial, devido ao crescimento vertiginoso da área a partir da década de 70.

Nesse contexto, a entrevista é amplamente utilizada como procedimento metodológico e significativo instrumento para coleta de dados, favorecendo as investigações de concepções e práticas sociais e educacionais referentes à Educação Especial, a partir de dados provenientes da compreensão dos seguintes envolvidos no cotidiano dessas práticas.

São muito importantes à forma de coleta de dados, os procedimentos e métodos

utilizados no percurso da pesquisa, para a validade dos resultados e em especial para a

pesquisa em educação especial.

Para o desenvolvimento dessa pesquisa todos os entrevistados conhecem e/ou fazem

uso de outras técnicas de leitura além do Braille, conhecem especificamente do áudio-livro

e/ou ledores. Para a localização dos entrevistados foram utilizados setores diversos e

organizações de atendimento especifico ao deficiente visual.

A coleta de dados foi realizada no período de Novembro de 2008 a fevereiro de

2009, em ambientes diversificados com um publico diversificado de usuários do Braille. O

universo de entrevistados correspondeu a 12 pessoas.

3.2 OS SUJEITOS DA PESQUISA

Os sujeitos da pesquisa dividiram-se em três grupos de usuários e conhecedores do

sistema, o primeiro grupo trata-se de cegos congênitos, o segundo grupo é formado por

pessoas videntes que utilizam ou sabem utilizar o sistema Braille, e o terceiro são pessoas

que nasceram visuais, mas perderam a visão, nas tabelas e gráficos são chamados de

pessoas com deficiência adquirida.

O tempo de cegueira varia entre o período de 4 a 37 anos, é uma valida informação

para perceber se o tempo de cegueira influencia no domínio do Braille, proporcionando ou

não maior habilidade para o aprendizado da leitura tátil.

Os entrevistados em sua totalidade são usuários do sistema Braille, sendo que um

dos entrevistados, além de usuário do sistema é professora de Braille, e atua em uma

instituição, de apoio pedagógico para deficientes visuais.

Entre os entrevistados que possui cegueira adquirida às principais circunstâncias da

perda da visão, são causas como glaucoma, desprendimento de retina, seqüela de rubéola

durante o período gestacional da mãe e acidente que compromete o funcionamento dos

olhos. Principais acuidades

A escolaridade do publico varia entre ensino fundamental e ensino superior

completo e foi necessária para explicitar se o nível escolar interfere na preferência da

técnica de leitura e favorece o desempenho e a habilidade no uso do sistema Braille.

Escolaridade

Entre o publico entrevistado, existe uma parcela que utiliza o Braille

constantemente inclusive profissionalmente, e alguns usuários freqüentes e usuários não

freqüentes. O tempo de inicio de utilização do braile varia entre 4 a 37 anos. Essa

informação foi verificada como forma de medir a intimidade com o sistema Braille e

analisar se esse tempo influencia ou não na aptidão para o uso do mesmo. Tempo de uso do

Braille

Vejamos que no gráfico 1 os informantes possuem faixa etária entre 16 e 64 anos,

sendo os cegos congênitos com faixa entre 18 e 37, os com cegueira adquirida entre 16 e

64, e os visuais entre 29 e 60.

0

10

20

30

40

50

60

70

Idades

DeficienteCongenitos

Visuais

Def. Adquirida

Gráfico 1-Faixa Etária dos Entrevistados-Fonte: Dados da pesquisa

O próximo gráfico ilustra a escolaridade do grupo entrevistado, os cegos congênitos

respondem a uma quantidade de 2 (duas) pessoas com ensino médio completo e 1(hum)

com nível fundamental, os visuais são 1(hum) com nível médio completo, 1(hum) com

nível superior completo e 1(hum) com nível superior incompleto. Entre os entrevistados

que possuem cegueira adquirida 3 (três) estão cursando o ensino médio, 2(duas) possuem o

ensino superior completo, sendo que desses 1(hum) adquiriu formação após a cegueira, e

1(hum) tem o ensino médio completo.

00,5

11,5

22,5

33,5

44,5

Ensino Fundamental Ensino Medio Ensino Superior Def.congenita

Visuais

Def. Adiquirida

Gráfico 2: Escolaridade dos Entrevistados- Fonte: Dados da pesquisa

O tempo de utilização do Braille varia entre 1 e 22 anos conforma descrito no

gráfico 3, que pode ser comparado ao gráfico numero 4 que indica o tempo de cegueira, a

partir da comparação desses dois gráficos pode-se perceber um período entre o inicio do

aprendizado de Braille que varia de 1 a 2 anos para os com deficiência adquirida, que é dito

pelos deficientes como o tempo necessário para aceitação da condição de cego.

0

5

10

15

20

25

anos

Def. CongenitaVisuaisDef. Adquirida

Gráfico 3: Tempo de utilização do sistema Braille Fonte: Dados da pesquisa

05

10152025303540

anos

Def. congenita

Def. adquirida

Gráfico 4-Tempo de Cegueira Fonte: Dados da pesquisa

Entre os informantes que perderam a visão as principais circunstâncias apresentadas

têm como causa glaucoma (1), desprendimento de retina (2), seqüela de rubéola durante o

período gestacional da mãe (1) acidente de trabalho que comprometeu o funcionamento dos

olhos (1), retinopatia diabética (1). Conforme ilustra o gráfico abaixo.

0

0,5

1

1,5

2

2,5RetinopatiadiabeticaDesprendimento deretinaRubeola

Acidente

Glaucoma

Gráfico 5-Principais acuidades que resultaram na cegueira dos entrevistados Fonte: Dados da

pesquisa

As entrevistas possibilitaram um dialogo com a utilização das técnicas de leitura

utilizadas pelos cegos, o que permitiu um aprofundamento no objeto da pesquisa, e na

questão em analise.

3.3 O QUE NOS DIZEM ESTES DADOS

Após a coleta dos dados ouve a transcrição das entrevistas e leitura dessas para os

deficientes visuais, que discutiram os pontos de vista, e concordaram sobre a importância

dos métodos de leitura para cegos. Dai emergiram o que podemos chamar de categorias de

analise são: Motivos e necessidades que levam ao desejo de aprender Braille; Freqüência de

leitura em Braille preferência dos leitores; Limitações relacionadas ao uso Braille; A

interpretação textual pela leitura em Braille; Uso do Braille no dia a dia; Importância do

Braille; As principais potencialidades do Braille; Características que favorecem uma

melhor leitura para o cego através do sistema Braille.

3.2.1 MOTIVOS E NECESSIDADES QUE LEVAM AO DESEJO DE APRENDER

BRAILLE.

O primeiro questionamento aos entrevistados foi o motivo que os levou a querer

aprender Braille, para perceber quais as necessidades principais, que os deficientes visuais

procuravam suprir com a leitura tátil.

Os deficientes visuais informaram que o motivo mais relevante que os levou a

querer aprender Braille, é a possibilidade de continuidade, principalmente para a

escolaridade e para a vida profissional, para um dos informantes o aprendizado do Braille

foi importante para a cura da depressão. A maioria dos entrevistados usou a expressão

“continuar ou continuidade”, quando se referiam à razão de querer aprender o Braille.

Informante 1

Por causa da perda visual, eu tive necessidade de aprender o Braille para continuar minha escolaridade, para minha vida como um todo, tanto a vida escolar com a profissional. ( Grifo meu).

A partir do momento em que eu perdi a visão eu senti a necessidade de aprender Braille para dar continuidade. (Grifo meu).

A possibilidade de escolaridade é importante, porque consequentemente

proporciona o “conhecimento e a profissionalização”, e outras conquistas, alguns citaram

como metas o curso superior e o concurso público.

Informante 1

Sem ele não poderia dar continuidade a minha escolaridade, ele é o único meio que agente tem, por que todo mundo que quer estudar tem que aprender o Braille, por que nem sempre o computador vai estar disponível, o computador é uma

ferramenta essencial mais é auxiliar, o Braille não pode ser deixado de lado por que você vai usar o computador, eles têm que estar em conjunto, lado a lado Braille e computador.

Percebe-se que a principal necessidade para esse grupo entrevistado, era o acesso

através da leitura à informação, ao conhecimento, descrito como a aquisição da

escolaridade, porém a escolaridade revela o desejo de alcançarem outras metas

profissionais e pessoais.

Já os visuais entrevistados apontaram como motivos para o aprendizado do Braille,

a curiosidade, o interesse em conhecer outra linguagem, todos possuem algum familiar que

utiliza o método.

3.2.2 FREQÜÊNCIA DE LEITURA EM BRAILLE

O publico entrevistado dividiu-se em quatro grupos com alta, média, regular e baixa

freqüência, denomina-se de alta freqüência os que lêem 3 ou mais livros em Braille

independente do gênero textual, no intervalo de tempo de um mês ou menos dias, média

freqüência dos que lêem entre 2 ou 3 livros em Braille regular os que lêem até 1 livro por

mês, e de baixa freqüência os que não atingiam a leitura mínima de um livro em Braille,

mas realizavam pequenas leituras como materiais escolares, apostilas, pequenas

comunicações que não excediam cinco laudas.

00,5

11,5

22,5

33,5

Congenitos Visuais Cegueira Adquirida

3 ou mais livros

2 livros

1 livro

Menos de umlivro

Gráfico 6-Freqüência de utilização do Braille Fonte: Dados da pesquisa

O publico que tem maior índice de leitura, é os que mais dela precisam na área

profissional e/ou escolar, e que possuem maior escolaridade, a leitura desse publico dividi-

se em noticiário, informativos e romances.

O publico de regular e baixa freqüência afirmou que realizam poucas leituras devido

às limitações do Braille, porém, também não utilizava outro sistema de leitura, o que levar a

supor que não é o Braille que não permite a leitura desses indivíduos e sim o próprio hábito

ou gosto pela leitura.

3.2.3 PREFERÊNCIA DOS LEITORES

Foi questionada a preferência do método de leitura para cegos, o sistema Braille

comprovou ser o método preferido pela maioria do grupo entrevistado. Justificado pelos

muitos benefícios da leitura em tátil apontado tanto pelos autores, quanto pelos usuários do

sistema.

00,5

11,5

22,5

33,5

Braile Ledores Audiolivros

Def. Congenita

Def. adquirida

Gráfico7-Técnica de leitura preferida pelos cegos Fonte: Dados da pesquisa

Foram feitas quatro perguntas diretas apenas para os deficientes, excluindo-se os

visuais, para entender a preferência da técnica de leitura dos deficientes visuais, a primeira

questionava quais as circunstancias em que os deficientes visuais preferiam ler em Braille,

a usar outras técnicas.

Para esse questionamento aproximadamente 33% dos entrevistados, afirmaram que

havendo outra forma de leitura possível, não preferem ler em Braille em nenhuma

circunstância, ou seja, só o fazem quando de fato é o único meio disponível.

Para aproximadamente 45% dos entrevistados, ler em Braille é preferível em todas

as circunstancias. Os outros 22% entrevistados variaram suas respostas, entre quando

pretendem ler algo confidencial ou para realizarem provas.

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5 Não preferem lê embraile em nenhumacircunstancia

Sempre preferem lêem braile

Em provas

Leituras confidenciais

Gráfico 8-Circunstancia em que é preferível ler em Braille Fonte: Dados da pesquisa

A segunda questão relacionava as circunstancias em que os leitores preferiam não

ler em Braille, para os 33% que não preferiam ler em Braille em nenhuma circunstância,

permaneceram com a resposta que havendo outra forma de leitura, preferem a o Braille. Os

demais afirmaram que preferem não ler em Braille, quando se trata de livros muito

volumosos, e que principalmente quando precisam transportá-los.

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5Em todas assituações

Quando os livrossão muito volumos

Sempre preferemler em Braille

Gráfico 9-Circunstâncias em que é preferível não ler em Braille Fonte: Dados da pesquisa

Foi solicitado que todos os três grupos de entrevistados considerassem as vantagens

e desvantagens dos três métodos de leitura em questão, e respondesse qual era a o melhor

meio de leitura, 83% afirmaram ser o sistema Braille, e aproximadamente 17 % os

audiolivros. Conforme gráfico abaixo.

0

2

4

6

8

10

12Braille

Ledores

Audiolivro

Gráfico 10: Melhor Método de leitura Fonte: Dados da pesquisa

Em seguida a pergunta anterior foi invertida e foi questionado para os três grupos de

entrevistados que considerando as vantagens e desvantagens dos três métodos de leitura

dissessem qual o pior. Desta forma 17% afirmaram ser o sistema Braille, 33% os ledores,

50%os audiolivros como podemos perceber no gráfico 11.

0

1

2

3

4

5

6

7

Braille

Ledores

Audiolivros

Gráfico 11: Pior meio de leitura Fonte: Dados da pesquisa

Foi realizada uma avaliação quantitativa para medir a preferência pela técnica de

leitura, avaliando as três técnicas de leitura, atribuindo notas entre 1 e 3, onde 3 seria a nota

de maior preferência, 2 uma nota intermediaria e 1 a de menor preferência, o que revelou

novamente a preferência pelo audiolivros, foi retirada uma media aritmética dessas notas

conforme resultado expresso abaixo.

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

Braile Ledores Audiolivros

Def. congenita

Def. adquirida

Gráfico 12: Notas atribuídas às técnicas de leitura Fonte: Dados da pesquisa

3.2.4 LIMITAÇÕES RELACIONADAS AO USO BRAILLE

0

1

2

3

4

5

6

7 Acervo Insuficiente

Volume dos livros

Falta de Professoresespecializados

Matematica: Graficose Desenhos

Dificuldade de Leitura

Falta de Divulgação

Velocidade da leitura

Durabilidade e custodos livros

Gráfico 13: Limitações do uso do sistema Braille- Fonte: Dados da pesquisa

Os entrevistados foram questionados sobre as limitações do uso do Braille. As

principais limitações descritas foram; à falta de acervo, o volume dos livros, a falta de

professores especializados, a falta de conhecimentos dos visuais a respeito da importância

do Braille, a difícil memorização das letras e o excesso de concentração necessária. Um dos

informantes afirmou que a leitura causa mal estar pelo excesso de concentração necessária.

A maioria concorda que é mais fácil a utilização da escrita do que da leitura.

Informante 3 Primeiro os livros em Braille ainda são muito volumosos, temos poucos livros, as instituições que ensinam Braille, poucos professores especializados, mas eu acho que tudo vai sendo resolvido, o Braille não vai resolver todos os problemas, ele é um auxiliar para adaptação dos cegos ao mundo.

Informante 1 O acervo, nos não temos um grande acervo em Braille, nem sempre quando queremos uma obra nos encontramos em Braille, às vezes a gente tem que pedir para transcrever.

Outro ponto apontado como limitação do sistema Braille, foi a durabilidade do livro

em Braille, com vida útil inferior ao livro comum. Precisa de uma substituição mais rápida

do que os livros em tinta, pois o tempo apaga os pontos das Celas Brailles10.

3.2.5 A INTERPRETAÇÃO TEXTUAL PELA LEITURA EM BRAILLE

A interpretação de texto foi uma das variáveis consideradas para perceber em que

medida o sistema Braille proporciona melhor leitura para o deficiente visual.

Partindo do estudo de Garcia e Pereira (2006), que afirmam que um texto é mais

bem compreendido pelo cego quando lido em Braille, do que quando lido por ledores ou

por gravadores de vozes.

Foram expostas aos entrevistados as conclusões do estudo dos autores e questionado

se concordam com a afirmação de que o deficiente visual quem realiza leitura em Braille,

compreende melhor o que lê.

A maioria 88% concordou prontamente com a afirmação. Entendem melhor,

quando lêem em Braille, e que apesar de ser mais complexa a leitura, exigi maior

concentração e por isso conseguem fixar a linha de raciocínio.

10 Celas braile é o arranjo de seis pontos em relevo dispostos em duas colunas de três pontos, a combinação desses pontos forma as letras do alfabeto, e os demais sinais e pontuações em braile, exemplo de uma cela braile.

Informante 11

O Braille é melhor por que você se concentra mais, alguém lendo para você é muito mais fácil você se distrair, e você mesmo lendo todos os seus sentidos se voltam para a leitura, e para entender melhor o texto às vezes agente precisa ir mais devagar do que outra pessoa lendo.

Os outros 22% discordam ou concordam em parte com a afirmação, acreditam que

depende muito mais do leitor, e da facilidade e da capacidade de concentração e de

memorização, esses informantes afirmaram que sua interpretação textual através de outras

técnicas é tão boa, ou melhor, do que a realizada com a leitura em Braille. Vejamos os

dados abaixo no gráfico 14.

012345678

Sim

Não

Gráfico 14: Concordam com o estudo de Garcia e Pereira- Fonte: Dados da pesquisa

3.2.6 USO DO BRAILLE NO DIA A DIA

Para o uso cotidiano, fora a leitura de livros, ainda existe uma limitação ao uso do

Braille. A maioria dos deficientes que usam a leitura do Braille apenas em livros, afirmam

que são poucas as circunstancias em que se pode usar o Braille na vida diária, preferem o

uso de outras técnicas no dia a dia.

Informante 3

Como ainda estou aprendendo, eu utilizo ainda pouco no meu dia a dia, mas já faço leitura de textos pequenos, e escrevo textos pequenos, mais escrevi algumas palavras em Braille, e colei na minha casa, para me ajudar na minha orientação. (Grifo meu).

O uso do Braille na vida cotidiana acontece principalmente para a utilização em

menus de restaurantes, elevadores, medicamentos e compra de gêneros alimentícios que

possuem descrição em Braille. Uma professora de Braille, no entanto afirmou diversas

possibilidades de leitura tátil, e afirmou que usa para quase todas as circunstancias.

Informante 1

Você pode estar em qualquer lugar do mundo e você pode anotar endereços, telefones, em restaurantes eu posso ler o cardápio, para fazer meu pedido, em elevadores eu posso apertar o botão do elevador, sem ter que pedir a outra pessoa para fazer isso eu mesmo vou poder ler, hoje nos já encontramos algumas farmácias com medicamentos de alguns laboratórios que já colocam informações sobre o produto em Braille, algumas empresas de alimentação já colocam alguns alimentos com informações em Braille.

Quanto ao uso de Braille no dia a dia, por ser mais um uso mais opcional, percebe-

se que não há ainda uma grande utilização, mas essa utilização aumenta a medida da

necessidade do uso, quanto mais o indivíduo está habituado a ler livros em Braille, mais

esse hábito se estendera para a vida cotidiana, pois os entrevistados que apresentavam

maior índice de freqüência de leitura, foram os mesmos que utilizavam o Braille no dia a

dia.

00,5

11,5

22,5

33,5

Frequencia Alta Frequencia Média FrequenciaRegular

Frequencia Baixa

Nivel Superior

Nível Médio

Nivel Fundamental

Gráfico 15: Freqüência de uso do Braille X Escolaridade dos Usuários do sistema

Fonte: Dados da pesquisa

3.2.7 IMPORTÂNCIA DO BRAILLE

Os entrevistados reconheceram a importância do Braille, afirmando como um

importante salto de inclusão na historia dos deficientes visuais. Revelaram aspectos sociais,

emocionais e educacionais que apontam a importância do Braille.

Criticaram sobretudo, a falta de conhecimento das pessoas em relação ao sistema, e

afirmaram que deveria ser mais divulgado, que muitas pessoas revelam um total

desconhecimento do Braille, citam inclusive deficientes visuais que tem preconceito ou

ignorância ao aprendizado do método.

Informante 2

Eu ainda acho que o Braille deveria ser uma matéria que todos pudessem aprender independente de ser cegos ou não. Onde as pessoas normais pudessem aprender para se comunicar com os cegos, tem um curso anual aqui no centro que é aberto para videntes, mais poucas pessoas se interessam, eu acho que deveria ser uma matéria que todo mundo fosse obrigado a aprender..

Todos os entrevistados concordaram que o Braille é uma técnica fundamental de

inclusão, e para os que possuem cegueira congênita é indispensável para a alfabetização e

para o acesso a informação, descrita na maioria das vezes como o acesso e permanência na

escola.

3.2.8 AS PRINCIPAIS POTENCIALIDADES DO BRAILLE

As principais potencialidades do Braille apontadas foram a portabilidade do sistema,

a autonomia, traduzidas na descrição da sensação de capacidade pela prática individual de

uma ação, a necessidade de leitura e escrita pessoal.

Informante 3

Com o Braille você mesmo é que lêem, é uma questão física, você lê, ninguém lê para você, você quer dizer as pessoas e principalmente a você mesmo que você é capaz, de fazer as coisas. Acho que a vantagem do Braille é essa, é você estar em ação, à vida do cego se ele não souber utilizar o tempo, fica muito ociosa, e tudo o que agente mais faz é ouvir as pessoas, às vezes você sente a vontade de você mesmo fazer as coisas, e outra coisa tem lugares e circunstancias em que você não pode usar o computador não!

A autonomia é uma das mais importantes diferenças do Braille para os outros

sistemas de leitura pela possibilidade de leitura por si só. Assim como a alfabetização para

os cegos congênitos é outro grande beneficio do sistema.

Informante 11 Ele possibilita que a pessoa que nasceu cega aprenda a ler e a escrever, e assim possa estudar na escola.

Os entrevistados apontaram o sistema Braille como uma ferramenta ilimitada de

inclusão, nenhuma limitação foi dita como forma, que pudesse deter a inclusão do

deficiente visual. O Braille foi apontado como uma ferramenta de inclusão que depende da

pessoa que o utiliza.

Informante 3

O Braille é um grande recurso para a inclusão, mas tudo depende mais de quem vai usá-lo e de como vai usá-lo, tudo é uma motivação interna, a pessoa é que diz a direção que vai tomar, [...] O sistema Braille contribui até o ponto que o indivíduo permite.

Informante 1 De posse do sistema Braille o deficiente visual pode se matricular em qualquer escola da rede regular publica ou privada, [...]. O Braille é um canal de suma importância para a inclusão, foi o sistema Braille que permitiu que os cegos pudessem estudar, a partir dos anos 50 aqui no Brasil, depois da implantação do sistema Braille nas escolas especiais os cegos puderam ter sua escolaridade junto com alunos de visão normal, sem problema nenhum.

Um ponto apontado pelos leitores de Braille que demonstram o potencial da leitura

tátil é a individualidade e a confidencialidade do que se ler, essas condições só são

proporcionados quando a leitura é realizada em Braille.

Informante 6.

Para quem enxerga talvez não seja tão notável a importância da individualidade na leitura, existem momentos em que a leitura requer solidão, e a gente tem assuntos particulares também, da mesma forma como existem correspondências confidenciais para os visuais existem para os cegos, e com particularidade a gente só pode ler em Braille.

3.2.9 CARACTERISTICAS QUE FAVORECEM UMA MELHOR LEITURA PARA O CEGO ATRAVÉS DO SISTEM BRAILLE

O ultimo questionamento foi realizado apenas aos deficientes visuais, foi

perguntado qual a principal característica do Braille, que proporciona melhor leitura para o

deficiente visual, a maioria dos entrevistados disseram, que era a autonomia o requisito

fundamental para a leitura. Conforme veremos no gráfico a seguir

0

1

2

3

4

5

6

Autonomia

Independencia

Informação

Individualidade

Gráfico 16: Característica do Braille que possibilita uma melhor leitura Fonte: Dados da

pesquisa

A leitura análise e comparação das respostas dos entrevistados, e dos autores

abordados ao longo da pesquisa, favoreceram algumas considerações importantes que se

encontram a seguir.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Braille é sem dúvida indispensável na vida dos deficientes visuais, é uma das

técnicas de leitura mais completa e dinâmica para realização da leitura do indivíduo cego.

O Braille mesmo com as limitações atende melhor as necessidades dos deficientes visuais

leitores.

O Braille tem muitas limitações, percebe-se, no entanto que a maior barreira na

utilização do Braille é a falta de prática de seus usuários, pois quanto maior a escolaridade e

maior a freqüência de uso do Braille, menor o índice de queixas em relação ao sistema

Braille.

O habito de lê e o prazer pela leitura dos deficientes visual está menos ligado à

técnica que se utiliza, do que se possa imaginar, pois os deficientes visuais que direcionam

para o Braille o motivo de sua pouca freqüência na leitura são os mesmos que não a fazem,

por outra técnica.

O prazer pela leitura dos deficientes visuais, é igual ao dos videntes, um interesse ou

estimulação pessoal, que pode vim a ser desenvolvido ou não, e quando o é, se faz pelas

técnicas que se dispõem.

Cada momento de leitura traz necessidades próprias, o momento de leitura em

muitas vezes é um momento de solidão, em muitas vezes o deficiente vai precisar da softs

de voz, em outros momentos ira preferir os ledores que são também indispensáveis às

bibliotecas e aos cegos.

Pelas tão inúmeras potencialidade o Braille não poderá ser substituído, mais ao

contrário deve ser unido a novas tecnologias, buscando um bem maior que é a

acessibilidade à informação para o deficiente visual e, proporcionando a esses, melhor

qualidade de vida.

A autonomia é o que diferencia com supremacia o Braille, das outras formas de

leitura para cegos, é essa autonomia que abre um leque de possibilidades para quem lê.

Quem pode lê por si só deixou de pertencer ao mundo dos analfabetos, quem lê por si só, e

começa a pensar em favor da coletividade.

O indivíduo cego que consegue dominar a leitura tátil, demonstra uma maior

autoconfiança, pensam em maiores níveis acadêmicos, por que sabe que o poderá galgar de

posse do sistema.

A autonomia da leitura em Braille, permite ao indivíduo cego, sensação de

pertencimento, ou inclusão, o que podemos perceber na fala da à maioria dos entrevistados

que afirmaram que o Braille permite melhor interação com o texto é que é a principal

ferramenta que proporciona inclusão.

Afinal foi pela autonomia proporcionada pelo Braille que abriu as portas das escolas

aos cegos no Brasil na década de 50, quando finalmente o aluno cego pode por si só

desenvolver as atividades escolares.

Essa mesma autonomia permite uma maior oportunidade para leitura, pois quem a

faz é o próprio leitor, de posse do livro, ele independe de lugar, circunstancia, recurso

material ou humano, para concretizar o ato de ler. O Braille é um recurso de suma

importância na conquista dos direitos, e precisa atingir cada dia mais pessoas que dele

precisam, e pode ter seu uso estendido para múltiplas funções da leitura.

O Braille mereceu uma atenção especial, pois, devido a questionamentos e estudos

de como vencer o preconceito e as limitações ao uso do sistema, vale perguntar o que tem

acontecido com os cegos que não utilizam o Braille? Como fazem para lê e qual a

qualidade dessa leitura, o porquê da resistência ao uso do Braille, mesmo reconhecendo

tantos benefícios do sistema Braille. E necessário buscar propor melhoras ao sistema a fim

de que se possa ter um maior número de leitores cegos de qualidade.

Depois de confrontadas as limitações e potencialidade do Braille pode se dizer; que

o Braille proporciona sim uma melhor leitura ao deficiente visual, em vários aspectos,

todavia sozinho não atende a demanda de todas as necessidades dos portadores de

deficiência visual, e que precisa andar conjunto com as outras técnicas de leitura.

Cabe dizer que é indispensável o acesso à informação a todos, é que a leitura é um

processo de construção e reconstrução de pensamento, de idéias e de comunicação, é um

direito de todos, e de todos os deficientes visuais.

Por fim para que a inclusão das pessoas cegas ocorra realmente, é necessário que as

pessoas, principalmente os videntes, sejam conscientizadas sobre a cegueira e o Braille,

garantindo assim o fim da discriminação ao uso do sistema de leitura e escrita Braille, e se

possa pensar as melhores possibilidades de garantir o acesso escolar, e a inclusão

educacional dos indivíduos cegos.

REFERÊNCIAS

BELARMINO, Joana. A cegueira, o Braille e o jornalismo: furos de uma reportagem, Disponível em: <http://www.lerparaver.com/node/136>. Acesso em: 24 de agosto 2008. BELARMINO, Joana. Aspectos Comunicativos da Percepção Tátil: A escrita em Relevo como Mecanismo Semiótico da Cultura, Disponível em: 23 de agosto 2008 BELARMINO, Joana. Braille e semiótica: Um dialogo relevante, 2007. Disponível em: <htpp:// www.bocc.ubi.pt>. Acesso em: 15 de agosto 2008.

BIRCH, Beverley. Louise Braille personagens que mudaram o mundo os grandes humanistas. Rio de Janeiro: Globo, 1990. 64 p.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Adaptações Curriculares / Secretaria de Educação Fundamental. Secretaria de Educação Especial. – Brasília: MEC /SEF/SEESP, 1998.62 p. BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares para a educação especial na educação básica/ Secretaria da Educação Especial –MEC;SEESP, 2001. 79 p.

BRASIL. Ministério da Educação. Portaria Nº 319, DE 26 DE FEVEREIRO DE 1999. Disponível em:< http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/port319.pdf> . Acesso em: 15 de agosto 2008. CERQUEIRA, Joanir Bechara e LEMOS, Edison Ribeiro. O sistema Braille no Brasil, <disponível em http://www.ibc.gov/?itemid=99#more> Acesso em: 15 de agosto 2008. CHARLES, W. Telford; JAMES M. Sawrey, The excptional individual, tradução de RIBEIRO, Vera. O indivíduo excepcional, 5 ed. Rio de Janeiro: livros técnicos e científicos, 1988. 658 p. CONSTITUIÇÂO DA REPUBLICA FEDEREATIVA DO BRASIL DE 1988. Disponível em: <http//www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituição%C3%A7ao.htm>. Acesso em 15 de agosto de 2008. DANTAS, Marilia. Apesar das novas tecnologias cegos preferem ler em Braille, Disponível em: <http://www.jornaldamadeira.pt/not_list2008.php?Seccao=2>. Acesso em: 15 de agosto 2008. DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS, Disponível em: http://www.mj.gov.br/sedh/ct/legis_intern/ddh_bib_inter_universal.htm. Acesso em: 15 de agosto 2008.

DEMO, Pedro. Introdução à metodologia da ciência. São Paulo: Atlas, 1994

DIRETRIZES CURRICULARES, Disponível em: < http://www.confef.org.br/RevistasWeb/n12/04_DIRETRIZES_CURRICULARES.pdf>>. Acesso em: 15 de agosto 2008

FACION, Jose Raimundo, Inclusão escolar e suas implicações. In: MATOS, Lúci Guimarães de (Org). Inclusão escolar e suas implicações. Curitiba: Ibpex, 2005. p.180-209. FERREIRA, Maria Elisa Aputo; GUIMARÃES, Marly. Educação Inclusiva, Rio de Janeiro: Dp&A, 2003 158 p. GARCIA,Gonzáles L.;PEREIRA, Pérez M. Comprensión de textos y modalidades de acceso a la información: comparación de rendimientos entre personas ciegas y videntes, Integración: Revista sobre Ceguera y Deficiência visual, n.48, p. 07-24, 2006. GOMBERG, Felipe. A aura do livro na era de sua reprodutividade técnica. 2006. 120f. Dissertação (Mestrado em Comunicação Social) – Departamento de Comunicação, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. IBGE, Disponível:<httt//www.ibge.gov.Br/home/presidência/noticia/27062003censo. shtm. Acesso em: 15 de agosto 2008.

KIRK, Samuel A; GALLAGHER, James J, Educação da criança excepcional 3. ed. SAOPAULO: MARTINS FONTES, 1996. 503 p. LARÊDO, Salomão, Significado social da leitura, Disponível http://www.anj.org.br/jornaleeducacao/biblioteca/artigos/significado-social-da-leitura: Acesso em: 15 de agosto 2008. LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/l9394.htm. Acesso em: 15 de agosto 2008. LISPECTOR, Clarice, Felicidade Clandestina: Contos, Rio de Janeiro: Rocco, 1998, 159 p. LUBISCO, Nídia M. L.: Viieira, Sonia Chagas. Manual de estilo acadêmico: monografias, dissertações e teses. 2 ed. Salvador: EDUFBA, 2003. MARTÍN, Manuel Bueno; RAMÍREZ. Francisco Ruiz, Visão Subnormal. In: BUENO MARTÌN, Manuel; TORO BUENO, Salvador; ARJONA ARIZA, Camen (Org), Tradução de PEDRO, Maria Lourdes, Deficiência visual: aspectos psicoevolutivos e educativos. São Paulo: Santos, 2003. p. 27-43.

MARTINS, Maria Helena, O que é leitura. São Paulo Brasiliense, 1984, p 22 - 87. MONTEIRO, Mariângela da Silva. A educação especial na perspectiva de vygotsky. In: FREITAS, Maria Teresa de Assunção (org). Vigotsky um século Depois. Juiz de Fora: EDUFJE, 1998. p.73-84

MEDEIROS, Wanderleia Azevedo. Considerações sobre a elaboração de roteiro para entrevista semi-estruturada disponível em: http://www.fclar.unesp.br/poseduesc/cd_disciplina/sem_entrevista.ppt#256,1, acesso em 27/11/2008.

OCHAÍTA Esperanza; ESPÍNOLA Mª Ángeles. Desenvolvimento e intervenção educativa nas crianças cegas ou deficientes visuais. In: COLL, César; PALACIOS; MARCHESI, Álvaro (Org). Desenvolvimento psicológico e educação. 3 ed. Porto Alegre: Artes Medicas, 1995-1996. p.151-170.

OLIVA, Filipe Pereira. .Do Braille à Braillologia necessidade de formação braillológia. Disponível em: <http://www.gesta.org/braille/braille02.htm>. Acesso em: 15 de agosto 2008.

QUEIROZ, Marco Antonio. O Braille, o computador e a ortografia, Disponível em: http://www.bengalalegal.com/ortograf.php. Acesso em: 15 de agosto 2008. SÁ, Elizabet Dias de. A insustentável leveza do Braille, Disponível em: <http://www.bancodeescola.com/leveza.htm>. Acesso em: 31 de julho 2008. SANTOS, Jaciete Barbosa dos. A dialética da exclusão na historia da educação de alunos com deficiência, Revista da Faeeba- Educação e Contemporaneidade, Salvador, 2002. p.27-44.

TRIVIÑOS, Augusto Nivaldo Silva. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987 p.175. VARGAS, Suzana, Leitura: uma aprendizagem de prazer, Rio de Janeiro: José Olympio,

2000, 61.p

ANEXOS:

INFORMANTE (1 a 6) PORTADORES DE CEGUEIRA ADQUIRIDA 1. Profissão/escolaridade: Professora de Braille da CAP, superior completo. 2. Idade, e circunstância em que perdeu a visão: 41, glaucoma. 3. Qual a sua relação com o Braille, professor, usuário, aluno ou familiar de usuário? Professora e usuária. 4. Utiliza o sistema de escrita e leitura Braille há quanto tempo? Desde os 19 anos 5. O que o levou a querer aprender Braille? Por causa da perda visual, eu tive necessidade de aprender o Braille para continuar minha escolaridade, para minha vida como um todo, tanto a vida escolar com a profissional. A partir do momento em que eu perdi a visão eu senti a necessidade de aprender Braille para dar continuidade. 6. Você lê em Braille em torno de quantos livros e em qual período de tempo? (X) Mais de três livros em um mês ou menos dias () Dois ou três livros em um mês ou menos () Um livro em um mês ou menos () Não chegar a ler mais de cinco laudas em um mês. 7. Como foi o seu processo de aprendizado do Braille? Rápido e simples. 8. Qual a sua técnica de leitura preferida considerando os seguintes métodos: Braille, audiolivros, ledores. Braille. 9. Em que Circunstância você prefere lê em Braille? Em todas, sempre que possível eu prefiro lê em Braille. 10. Em que Circunstância você prefere não lê em Braille? Quando o livro é muito volumoso, e eu tenho que transportar-lo. 11. Considerando as vantagens e desvantagens dos métodos de leitura para cegos, Braille, ledores e áudiolivros Qual é o melhor meio de leitura para cegos? O Braille. 12. Considerando as três técnicas de leitura: Braille, ledores e áudiolivros, atribua uma nota de 1 a 3, onde 3 é o método preferido, 2 o intermediário, e 1 o método que você menos se identifica. (3) Braille (2) Audiolivros

(1) Ledores 13. Dois teóricos espanhóis Garcia e Pereira fizeram um estudo, e afirmaram que o deficiente visual que lê em Braille, compreende melhor o texto, você concorda com essa afirmação? Sim, eu acho que a leitura em Braille exige do leitor uma maior atenção, faz com que fiquemos menos distraídos. 14. Em que circunstância, você utiliza o Braille? Em quase todas as circunstancias, na minha vida cotidiana e na minha vida profissional. 15. Qual a importância desse sistema para seu desenvolvimento educacional? Sem ele não poderia dar continuidade a minha escolaridade, ele é o único meio que agente tem, por que todo mundo que quer estudar tem que aprender o Braille, por que nem sempre o computador vai estar disponível, o computador é uma ferramenta essencial mais é auxiliar, o Braille não pode ser deixado de lado por que você vai usar o computador, eles têm que estar em conjunto, lado a lado Braille e computador. 16. Qual a importância desse sistema para sua vida cotidiana? Você pode estar em qualquer lugar do mundo e você pode anotar endereços, telefones, em restaurantes eu posso ler o cardápio, para fazer meu pedido, em elevadores eu posso apertar o botão do elevador, sem ter que pedir a outra pessoa para fazer isso eu mesmo vou poder ler, hoje nos já encontramos em algumas farmácias medicamentos de alguns laboratórios que já colocam informações sobre o produto em Braille, algumas empresas de alimentação já colocam alguns alimentos com indicações em Braille. 17. Quais as limitações do sistema Braille? O acervo, nos não temos um grande acervo em Braille, nem sempre quando queremos uma obra nos encontramos em Braille, às vezes agente tem que pedir para transcrever, agora, por exemplo, agora eu preciso de um dicionário de francês e português eu vou pedir para transcrever para Braille, a dificuldade maior do Braille e a gente não encontrar no acervo aquele material que a gente precisa. 18. Quais as potencialidades do sistema frente a novas tecnologias? O Braille é bom para atingir os objetivos, hoje em dia nos temos muitos livros que já são digitalizados e disponibilizados na internet, então agente com o acesso ao softs de voz, agente lê, no Braille agente não encontra essa disponibilidade sempre, os livros e Braille são poucos, além de serem muito volumosos, eu tenho mais de 10 mil livros armazenados no meu computador, inclusive esse que eu quero em Braille eu tenho lá no meu computador digitalizado só que eu quero em Braille, eu quero vê a palavra escrita, eu mesmo lendo, no sistema Braille eu vou ta ganhando mais, até mesmo em questão da grafia mesmo.

19. Até que ponto, em sua opinião, o sistema Braille, contribui para a inclusão educacional do deficiente visual?

Em todos os pontos, por que de posse do sistema Braille o deficiente visual pode se matricular em qualquer escola da rede regular publica ou privada, a única restrição e que ele vai precisar de um professor para transcrever do Braille para tinta, ou ele mesmo pode digitalizar fazer o material em Braille, ele pode receber o material em Braille, ou ainda se ele não tiver disponibilidade de um professor especializado ele pode usar o sistema de voz. O Braille por si só já é um canal de suma importância para a inclusão, foi o sistema Braille que permitiu que os cegos pudessem estudar, a partir dos anos 50 aqui no Brasil, depois da implantação do sistema Braille nas escolas especiais os cegos puderam ter sua escolaridade junto com alunos de visão normal, sem problema nenhum. 20. Qual a principal Característica do Braille que proporciona melhor leitura para o deficiente visual? Autonomia INFORMANTE 2 1. Profissão/escolaridade: Comerciante aposentado, segundo grau completo. 2. Idade, e circunstância em que perdeu a visão: 37, em um acidente ocorrido em uma borracharia. 3. Qual a sua relação com o Braille, professor, usuário, aluno ou familiar de usuário? Aluno da Cap e usuário não freqüente do sistema Braille. 4. Utiliza o sistema de escrita e leitura Braille há quanto tempo? Desde que perdi a visão, fui para o Instituto de cegos onde permaneci ate completar a idade de 17 anos, foi lá que comecei a aprender o Braille. 5. O que o levou a querer aprender Braille? Para poder dar continuidade de meus estudos. 6. Você lê em Braille em torno de quantos livros e em qual período de tempo? () Mais de três livros em um mês ou menos dias () Dois ou três livros em um mês ou menos () Um livro em um mês ou menos (X) Não chegar a ler mais de cinco laudas em um mês. 7. Como foi o seu processo de aprendizado do Braille? Bem no inicio que comecei a aprender o Braille eu usei um objeto que era um dado na verdade, cada pontinho do dado, cada quina, corresponde a uma letra em Braille, foram vários dados, então eram pontinhos maiores, e eu comecei a me adaptar com o Braille através do uso desses dados, e daí por diante eu comecei a usar reglete que são os mesmos pontinhos, porém em um quadradinho menor, daí então eu comecei a me adaptar muito bem, porém na escrita do Braille.

8. Qual a sua técnica de leitura preferida considerando os seguintes métodos: Braille, audiolivros, ledores. Audiolivros. 9. Em que Circunstância você prefere lê em Braille? Em nenhuma circunstancia, se tiver outro meio eu prefiro não lê em Braille. 10. Em que Circunstância você prefere não lê em Braille? Em todas. 11. Considerando as vantagens e desvantagens dos métodos de leitura para cegos, Braille, ledores e áudiolivros. Qual é o melhor meio de leitura para cegos? Eu acho que são os audiolivros. 12. Considerando as três técnicas de leitura: Braille, ledores e áudiolivros, atribua uma nota de 1 a 3, onde 3 é o método preferido, 2 o intermediário, e 1 o método que você se identifica. (1) Braille (3) Audiolivros (2) Ledores 13. Dois teóricos espanhóis Garcia e Perreira fizeram um estudo, e afirmaram que o deficiente visual que lê em Braille, compreende melhor o texto, você concorda com essa afirmação? Não, eu acho que depende muito mais do leitor, eu tenho dificuldade por que eu me perco muito nas palavras quando estou lendo em Braille, então às vezes esqueço o que li, acho que depende muito. 14. Em que circunstância, utiliza o Braille? Em leituras de cartas, mas para leitura de livros e revistas eu não utilizo, eu utilizo mais o computador onde eu costumo baixar arquivos, e faço leituras, uso também meu gravador de voz Braille para leituras o mínimo possível. 15. Qual a importância desse sistema para seu desenvolvimento educacional? Muito bom, através do Braille você pode estar na escola normal você vai estudar com outras pessoas, você estuda com pessoas normais, não existe uma escola para cego, o Braille pode levar a uma faculdade se for do interesse da pessoa. 16. Qual a importância desse sistema para sua vida cotidiana? Na vida cotidiana utilizo pouco, utilizo em casos como o uso de elevadores, junto com o sistema de vos, também, já utilizei e utilizo, para elevadores. 17. Quais as limitações do sistema Braille? Eu ainda acho que o Braille deveria ser uma matéria que todos pudessem aprender independente de ser cegos ou não. Onde as pessoas normais pudessem aprender para se comunicar com os cegos, tem um curso anual aqui no centro que é aberto para videntes, mais poucas pessoas se interessam, eu acho que deveria ser uma matéria que todo mundo fosse obrigado a aprender.

18. Quais as potencialidades do sistema frente a novas tecnologias? Para quem utiliza, a pessoa adquire mais sensibilidade, na verdade agente quando fica cego já adquire muita sensibilidade, mais com o Braille aumenta, o tato fica mais avançado, e é uma tecnologia que deixa as pessoas muito informadas.

19. Até que ponto, em sua opinião, o sistema Braille, contribui para a inclusão educacional do deficiente visual?

O Maximo, eu tenho colegas hoje que já são advogados, outros que estão fazendo mestrado, muitos outros em faculdades e quem levou isso a eles foi o Braille, eles fizeram provas em Braille, tenho colegas hoje que estão trabalhando no Estado na Prefeitura, através de concurso, tudo isso por que estudaram e responderam à prova em Braille, o Braille leva a grandes possibilidades. 20. Qual a principal Característica do Braille que proporciona melhor leitura para o deficiente visual? Autonomia INFORMANTE 3 1. Profissão/escolaridade: funcionário publico aposentado, e pastor evangélico, ensino superior completo. 2. Idade, e circunstância em que perdeu a visão: 62, Retinopatia diabética. 3. Qual a sua relação com o Braille, professor, usuário, aluno ou familiar de usuário? Aluno da Cap e usuário. 4. Utiliza o sistema de escrita e leitura Braille há quanto tempo? Tem 4 anos que eu perdi a visão, mais demorei um pouco a começar a aprender Braille, então é recente em torno de dois anos. 5. O que o levou a querer aprender Braille? Bem no começo não foi fácil, eu resistir a querer aprender Braille, por que isso para mim era admitir minha condição de cego, e essa idéia eu não queria admitir em hipótese nenhuma. Mais o tempo foi passando e com isso entrei em depressão, eu era uma pessoa muito ativa. E foi ai que eu e minha esposa começamos a procurar uma escola para eu aprender e poder dar continuidade a minha vida, ate que consegui uma vaga na Cap e comecei a aprender o Braille. 6. Você lê em Braille em torno de quantos livros e em qual período de tempo? ( ) Mais de três livros em um mês ou menos dias

( X ) Dois ou três livros em um mês ou menos ( ) Um livro em um mês ou menos ( ) Não chegar a ler mais de cinco laudas em um mês. 7. Como foi o seu processo de aprendizado do Braille? Eu ainda me encontro aprendendo, não é fácil, tem que treinar todos os dias, e com o passar do tempo, você vai aprendendo, qualquer pessoa pode aprender, agora a dificuldade, depende do interesse de cada um, da prática de cada um, quanto mais à pessoa treina mais rápido fica, e quanto mais você precisa do Braille mais valor você dá, e mais rápido quer aprender, então mais você treina. 8. Qual a sua técnica de leitura preferida considerando os seguintes métodos: Braille, audiolivros, ledores. Braille 9. Em que Circunstância você prefere lê em Braille? Em todas as circunstancias 10. Em que Circunstância você prefere não lê em Braille? Sempre prefiro lê em Braille. 11. Considerando as vantagens e desvantagens dos métodos de leitura para cegos, Braille, ledores e áudiolivros Qual é o melhor meio de leitura para cegos? Braille 12. Considerando as três técnicas de leitura: Braille, ledores e áudiolivros, atribuam uma nota de 1 a 3, onde 3 é o método preferido, 2 o intermediário, e 1 o método que você se identifica. (3) Braille (2) Audiolivros (1) Ledores 13. Dois teóricos espanhóis Garcia e Perreira fizeram um estudo, e afirmaram que o deficiente visual que lê em Braille, compreende melhor o texto, você concorda com essa afirmação? Concordo. 14. Em que circunstância, utiliza o Braille? Como ainda estou aprendendo, eu utilizo ainda pouco no meu dia a dia, mais já faço leitura de textos pequenos, e escrevo textos pequenos. 15. Qual a importância desse sistema para seu desenvolvimento educacional? Em nível de escolaridade não teve importância, por que eu já tinha concluído meus estudos, já trabalhava então não precisei dele para escola, nem trabalho, mas posso dizer que em nível de informação sim, eu continuo aprendendo, por que a gente só para de aprender quando morre. 16. Qual a importância desse sistema para sua vida cotidiana?

Não vou lhe dizer que a importância do Braille para mim é a mesma do que para outras pessoas jovens, que estão começando a vida e que de fato não podem abrir mão do Braille de jeito algum, por que precisam para estudar, para trabalhar, para tudo. No meu caso a importância foi para me dá uma grande lição de vida mesmo, foi para dizer que a vida vale a pena em qualquer circunstancia. O Braille me ajudou a sair da depressão. 17. Quais as limitações do sistema Braille? Primeiro os livros em Braille ainda são muito volumosos, temos poucos livros, as instituições que ensinam Braille, poucos professores especializados, mais eu acho que tudo vai sendo resolvido, o Braille não vai resolver todos os problemas, ele é um auxiliar para adaptar os cegos ao mundo. 18. Quais as potencialidades do sistema frente a novas tecnologias? Com o Braille você mesmo é que lê, é uma questão física, você, ninguém lê para você, você quer dizer as pessoas e principalmente a você mesmo que você é capaz, de fazer as coisas. Acho que a vantagem do Braille é você estar em ação, à vida do cego se ele não souber utilizar o tempo, fica muito ociosa, e tudo o que agente mais faz é ouvir as pessoas, às vezes você sente a vontade de você mesmo fazer as coisas, e outra coisa tem lugares e circunstancias em que você só pode usar o Braille! Tem gente que faz faculdade, faz prova só usando Braille, eu quero conseguir lê que nem essas pessoas, para lê a bíblia, que eu vou ter em Braille, é por que não vou passar a vida inteira pedindo a alguém para lê para mim um versículo nos cultos, e quem sabe um dia um jornal não lança uma versão do jornal imprenso em Braille, eu ia ser o primeiro a assinar, imagina eu ia ocupar muito mais meu tempo ocioso

19. Até que ponto, em sua opinião, o sistema Braille, contribui para a inclusão educacional do deficiente visual?

O Braille é um grande recurso para a inclusão, mais tudo depende mais de quem vai usá-lo e de como vai usá-lo, tudo é uma motivação interna, a pessoa é que diz a direção que vai tomar, [...] O sistema Braille contribui até o ponto que o indivíduo permite. 20. Qual a principal Característica do Braille que proporciona melhor leitura para o deficiente visual? Autonomia INFORMANTE 4 1. Profissão/ escolaridade: Estudante, ensino médio incompleto 2. Idade, e circunstância em que perdeu a visão: 26, deslocamento de retina. 3. Qual a sua relação com o Braille, professor, usuário, aluno ou familiar de usuário? Usuário

4. Utiliza o sistema de escrita e leitura Braille há quanto tempo? Bem antes de perder a visão, eu era baixa visão, então antes de perder a visão por volta dos 17 anos, eu já comecei a me estruturar, desde a sétima serie eu comecei a aprender Braille, tem uns 12 anos. 5. O que o levou a querer aprender Braille? Para dar continuidade a meus estudos, e para me adaptar e me enquadrar 6. Você lê em Braille em torno de quantos livros e em qual período de tempo? ( ) Mais de três livros em um mês ou menos dias ( ) Dois ou três livros em um mês ou menos ( ) Um livro em um mês ou menos ( X ) Não chegar a ler mais de cinco laudas em um mês. 7. Como foi o seu processo de aprendizado do Braille? Foi primeiro a curiosidade, devagar através da brincadeira, uma semana aprendia uma letra outra semana aprendia outra, ate que eu vi que eu tava precisando mesmo, ai levei a serio. 8. Qual a sua técnica de leitura preferida considerando os seguintes métodos: Braille, audiolivros, ledores. Audiolivros 9. Em que Circunstância você prefere lê em Braille? Em nenhuma 10. Em que Circunstância você prefere não lê em Braille? Em todas, principalmente quando o livro é muito grande. 11. Considerando as vantagens e desvantagens dos métodos de leitura para cegos, Braille, ledores e áudiolivros Qual é o melhor meio de leitura para cegos? Audiolivros 12. Considerando as três técnicas de leitura: Braille, ledores e áudiolivros, atribua uma nota de 1 a 3, onde 3 é o método preferido, 2 o intermediário, e 1 o método que você se identifica. (2) Braille (3) Audiolivros (1) Ledores 13. Dois teóricos espanhóis Garcia e Perreira fizeram um estudo, e afirmaram que o deficiente visual que lê em Braille, compreende melhor o texto, você concorda com essa afirmação? Não 14. Em que circunstância, utiliza o Braille? Para atividades escolares, para comunicação através da escrita.

15. Qual a importância desse sistema para seu desenvolvimento educacional? Se não fosse o Braille nos práticamente nos ficaríamos fora da escola, seriamos alunos ouvintes, e ouvir e não poder escrever é outra coisa 16. Qual a importância desse sistema para sua vida cotidiana? Para lê e escreve, para a comunicação. 17. Quais as limitações do sistema Braille? Poucas pessoas têm conhecimento sobre o sistema Braille, e esse sistema é único para o deficiente visual, ou ele aprende ou vai ficar a vida inteira tomando rasteira. 18. Quais as potencialidades do sistema frente a novas tecnologias? O Braille é universal, aqui e em qualquer lugar do mundo é o mesmo, o Braille é mais fácil para se comunicar. 19. Até que ponto, em sua opinião, o sistema Braille, contribui para a inclusão educacional do deficiente visual? Desde que o sistema Braille chegue à pessoa, o Braille pode ajudar muito a pessoa a entrar na faculdade a conquistar seus sonhos. 20. Qual a principal Característica do Braille que proporciona melhor leitura para o deficiente visual? Independência

INFORMANTE 5

1. Profissão/escolaridade: estudante, ensino médio incompleto. 2. Idade, e circunstância em que perdeu a visão: 16, decorrência da Rubéola que minha mãe teve durante a gestação. 3. Qual a sua relação com o Braille, professor, usuário, aluno ou familiar de usuário? Usuário. 4. Utiliza o sistema de escrita e leitura Braille há quanto tempo? 8 anos. 5. O que o levou a querer aprender Braille? A circunstância da perca da visão, eu precisei continuar os meus estudos. 6. Você lê em Braille em torno de quantos livros e em qual período de tempo? ( ) Mais de três livros em um mês ou menos dias ( ) Dois ou três livros em um mês ou menos ( ) Um livro em um mês ou menos ( X) Não chegar a ler mais de cinco laudas em um mês.

7. Como foi o seu processo de aprendizado do Braille? Foi rápido e tranqüilo, eu não acho difícil. 8. Qual a sua técnica de leitura preferida considerando os seguintes métodos: Braille, audiolivros, ledores. audiolivros 9. Em que Circunstância você prefere lê em Braille? Nenhuma 10. Em que Circunstância você prefere não lê em Braille? Em todas, prefiro não lê em Braille. 11. Considerando as vantagens e desvantagens dos métodos de leitura para cegos, Braille, ledores e áudiolivros. Qual é o melhor meio de leitura para cegos? O Braille 12. Considerando as três técnicas de leitura: Braille, ledores e áudiolivros, atribua uma nota de 1 a 3, onde 3 é o método preferido, 2 o intermediário, e 1 o método que você se identifica. (2) Braille (3) Audiolivros (1) Ledores 13. Dois teóricos espanhóis Garcia e Perreira fizeram um estudo, e afirmaram que o deficiente visual que lê em Braille, compreende melhor o texto, você concorda com essa afirmação? Sim. 14. Em que circunstância, utiliza o Braille? Na escola. 15. Qual a importância desse sistema para seu desenvolvimento educacional? Ele faz com que eu possa estar na sala de aula, junto com os outros alunos escrevendo. 16. Qual a importância desse sistema para sua vida cotidiana? Identificação de locais. 17. Quais as limitações do sistema Braille? Desenhos e gráficos. 18. Quais as potencialidades do sistema? A escrita.

19. Até que ponto, em sua opinião, o sistema Braille, contribui para a inclusão educacional do deficiente visual?

O sistema Braille permite que escrevamos como os outros alunos, então se acabam as barreiras. 20. Qual a principal Característica do Braille que proporciona melhor leitura para o deficiente visual? Individualidade

INFOMANTE 6

1. Profissão/escolaridade: Estudante, ensino médio incompleto. 2. Idade, e circunstância em que perdeu a visão: 30, deslocamento de retina 3. Qual a sua relação com o Braille, professor, usuário, aluno ou familiar de usuário? Usuário 4. Utiliza o sistema de escrita e leitura Braille há quanto tempo? 9 anos 5. O que o levou a querer aprender Braille? Para me poder me formar um dia. 6. Você lê em Braille em torno de quantos livros e em qual período de tempo? ( ) Mais de três livros em um mês ou menos dias ( ) Dois ou três livros em um mês ou menos ( ) Um livro em um mês ou menos ( x) Não chegar a ler mais de cinco laudas em um mês. 7. Como foi o seu processo de aprendizado do Braille? Foi bom, no começo foi um pouco difícil, mais depois eu acostumei, ai foi rápido em dois meses eu aprendi. 8. Qual a sua técnica de leitura preferida considerando os seguintes métodos: Braille, audiolivros, ledores. Braille. 9. Em que Circunstância você prefere lê em Braille? Provas. 10. Em que Circunstância você prefere não lê em Braille? Quando é o livro muito grande. 11. Considerando as vantagens e desvantagens dos métodos de leitura para cegos, Braille, ledores e áudiolivros. Qual é o melhor meio de leitura para cegos?

O Braille 12. Considerando as três técnicas de leitura: Braille, ledores e áudiolivros, atribua uma nota de 1 a 3, onde 3 é o método preferido, 2 o intermediário, e 1 o método que você se identifica. (3) Braille (2) Audiolivros (1) Ledores 13. Dois teóricos espanhóis Garcia e Perreira fizeram um estudo, e afirmaram que o deficiente visual que lê em Braille, compreende melhor o texto, você concorda com essa afirmação? Sim. 14. Em que circunstância, utiliza o Braille? Para leitura e escrita, e na escola, e às vezes faço provas em Braille. 15. Qual a importância desse sistema para seu desenvolvimento educacional? Para concluir meus estudos, para fazer uma faculdade, já é difícil com Braille, sem ele era impossível. 16. Qual a importância desse sistema para sua vida cotidiana? Uso pouco, mais para usar em elevadores. 17. Quais as limitações do sistema Braille? No uso para matemática, é mais complicado alguns sinais. 18. Quais as potencialidades do sistema Braille? Para quem enxergar talvez não seja tão notável a importância da individualidade na leitura, existem momentos em que a leitura requer solidão, e a gente tem assuntos particulares também, da mesma forma como existem correspondências confidenciais para os visuais existe para o cego, e com particularidade agente só pode ler em Braille. 19. Até que ponto, em sua opinião, o sistema Braille, contribui para a inclusão educacional do deficiente visual? Em todos os pontos, a pessoa consegue ir a até onde ela quer, o Braille ajuda bastante, é importante. 20. Qual a principal Característica do Braille que proporciona melhor leitura para o deficiente visual? Autonomia. INFORMANTE (7 a 9) INDIVÍDUOS VIDENTES QUE DOMINAM O USO DO BRAILLE 1. Profissão/escolaridade: Enfermeira, ensino médio completo.

2. Qual a sua relação com o Braille, professor, usuário, aluno ou familiar de usuário? Sou familiar de usuário e domino o uso do Braille 3. Utiliza o sistema de escrita e leitura Braille há quanto tempo? 1 ano 4. O que o levou a querer aprender Braille? A perca da visão de meu marido 5. Você lê em Braille em torno de quantos livros e em qual período de tempo? ( ) Mais de três livros em um mês ou menos dias ( ) Dois ou três livros em um mês ou menos ( ) Um livro em um mês ou menos ( X) Não chegar a ler mais de cinco laudas em um mês. 6. Como foi o seu processo de aprendizado do Braille? No começo eu achava que seria mais fácil, mais quando eu comecei a aprender vi que era mais complexo. 7. Em que circunstância, utiliza o Braille? Poucas vezes para ler, escrever às vezes e para ajudar meu marido a aprender. 8. Quais as limitações do sistema Braille? Eu acho que é um pouco difícil decorar todas as combinações, e também tem poucos livros. 9. Quais as potencialidades do sistema? Eu acho que ele melhora a auto-estima dos deficientes, e acho interessante também que enxergar aprender. 10. Considerando as vantagens e desvantagens dos métodos de leitura para cegos, Braille, ledores e áudiolivros Qual é o melhor meio de leitura para cegos? O Braille. INFORMANTE 8 1. Profissão/escolaridade: Professora, superior completo. 2. Qual a sua relação com o Braille, professor, usuário, aluno ou familiar de usuário? Familiar de usuário 3. Utiliza o sistema de escrita e leitura Braille há quanto tempo? 5 anos 4. O que o levou a querer aprender Braille? Curiosidade

5. Você lê em Braille em torno de quantos livros e em qual período de tempo? ( ) Mais de três livros em um mês ou menos dias ( ) Dois ou três livros em um mês ou menos (X ) Um livro em um mês ou menos ( ) Não chegar a ler mais de cinco laudas em um mês. 6. Como foi o seu processo de aprendizado do Braille? Fácil e prazeroso. 7. Em que circunstância, utiliza o Braille? Para leitura e escrita 8. Quais as limitações do sistema Braille? O Volume e peso dos livros, durabilidade do material em Braille. 9. Quais as potencialidades do sistema? O aprendizado do deficiente visual 10. Considerando as vantagens e desvantagens dos métodos de leitura para cegos, Braille, ledores e áudiolivros. Qual é o melhor meio de leitura para cegos? Acho que os audiolivros. INFORMANTE 9 1. Profissão/escolaridade: Estudante, ensino superior incompleto. 2. Qual a sua relação com o Braille, professor, usuário, aluno ou familiar de usuário? Familiar de usuário 3. Utiliza o sistema de escrita e leitura Braille há quanto tempo? 1 ano 4. O que o levou a querer aprender Braille? Curiosidade 5. Você lê em Braille em torno de quantos livros e em qual período de tempo? ( ) Mais de três livros em um mês ou menos dias ( ) Dois ou três livros em um mês ou menos ( ) Um livro em um mês ou menos ( X) Não chegar a ler mais de cinco laudas em um mês. 6. Como foi o seu processo de aprendizado do Braille? Simples 7. Em que circunstância, utiliza o Braille? Raramente utilizo.

8. Quais as limitações do sistema Braille? O preconceito, a falta de informação, o pouco acervo. 9. Quais as potencialidades do sistema? Eleva a auto-estima do deficiente visual, e proporciona liberdade para a leitura 10. Considerando as vantagens e desvantagens dos métodos de leitura para cegos, Braille, ledores e áudiolivros Qual é o melhor meio de leitura para cegos? O Braille sem dúvidas. INFORMANTE (10 a 12) CEGOS CONGÊNITOS 1. Profissão/escolaridade: Aposentado, ensino fundamental. 2. Idade: 28. 3. Qual a sua relação com o Braille, professor, usuário, aluno ou familiar de usuário? Usuário. 4. Utiliza o sistema de escrita e leitura Braille há quanto tempo? 20 anos. 5. O que o levou a querer aprender Braille? A cegueira, para poder me alfabetizar e dar continuidade. 6. Você lê em Braille em torno de quantos livros e em qual período de tempo? ( ) Mais de três livros em um mês ou menos dias ( ) Dois ou três livros em um mês ou menos ( ) Um livro em um mês ou menos ( X ) Não chegar a ler mais de cinco laudas em um mês. 7. Como foi o seu processo de aprendizado do Braille? Muito difícil. 8. Qual a sua técnica de leitura preferida considerando os seguintes métodos: Braille, audiolivros, ledores. Ledores. 9. Em que Circunstância você prefere lê em Braille? Quando quero ler sozinho. 10. Em que Circunstância você prefere não lê em Braille? Quando o livro é grande. 11. Considerando as vantagens e desvantagens dos métodos de leitura para cegos, Braille, ledores e áudiolivros. Qual é o melhor meio de leitura para cegos?

O Braille. 12. Considerando as três técnicas de leitura: Braille, ledores e áudiolivros, atribua uma nota de 1 a 3, onde 3 é o método preferido, 2 o intermediário, e 1 o método que você se identifica. (2) Braille (1) Audiolivros (3) Ledores 13. Dois teóricos espanhóis Garcia e Perreira fizeram um estudo, e afirmaram que o deficiente visual que lê em Braille, compreende melhor o texto, você concorda com essa afirmação? O Braille é melhor por que você se concentra mais, alguém lendo para você é muito mais fácil você se distrair, e você mesmo lendo todos os seus sentidos se voltam para a leitura, e para entender melhor o texto às vezes agente precisa ir mais devagar do que outra pessoa lendo. 14. Em que circunstância, utiliza o Braille? Em poucas circunstancias, mais quando vou escrever musicas. 15. Qual a importância desse sistema para seu desenvolvimento educacional? Foi importante para que eu pudesse aprender a ler e escrever, pois eu fui alfabetizado pelo Braille. 16. Qual a importância desse sistema para sua vida cotidiana? Muito pouco, eu leio e escrevo pouco, às vezes eu escrevo umas musicas. 17. Quais as limitações do sistema Braille? A velocidade da leitura. 18. Quais as potencialidades do sistema? A escrita.

19. Até que ponto, em sua opinião, o sistema Braille, contribui para a inclusão educacional do deficiente visual?

Em todos os pontos, permite agente aprender ler e escrever que é algo tão importante. 20. Qual a principal Característica do Braille que proporciona melhor leitura para o deficiente visual? Independência. INFORMANTE 11 1. Profissão/escolaridade: Estudante, ensino médio completo. 2. Idade: 18.

3. Qual a sua relação com o Braille, professor, usuário, aluno ou familiar de usuário? Usuário. 4. Utiliza o sistema de escrita e leitura Braille há quanto tempo? 14 anos. 5. O que o levou a querer aprender Braille? Para poder estudar e conviver socialmente com as outras pessoas. 6. Você lê em Braille em torno de quantos livros e em qual período de tempo? ( X) Mais de três livros em um mês ou menos dias ( ) Dois ou três livros em um mês ou menos ( ) Um livro em um mês ou menos ( ) Não chegar a ler mais de cinco laudas em um mês. 7. Como foi o seu processo de aprendizado do Braille? Eu aprendi na infância foi muito fácil. 8. Qual a sua técnica de leitura preferida considerando os seguintes métodos: Braille, audiolivros, ledores. Braille. 9. Em que Circunstância você prefere lê em Braille? Em todas. 10. Em que Circunstância você prefere não lê em Braille? Em nenhuma, eu sempre prefiro ler em Braille. 11. Considerando as vantagens e desvantagens dos métodos de leitura para cegos, Braille, ledores e áudiolivros. Qual é o melhor meio de leitura para cegos? O Braille. 12. Considerando as três técnicas de leitura: Braille, ledores e áudiolivros, atribua uma nota de 1 a 3, onde 3 é o método preferido, 2 o intermediário, e 1 o método que você se identifica. (3) Braille (2) Audiolivros (1) Ledores 13. Dois teóricos espanhóis Garcia e Perreira fizeram um estudo, e afirmaram que o deficiente visual que lê em Braille, compreende melhor o texto, você concorda com essa afirmação? Com certeza. 14. Em que circunstância, utiliza o Braille? Para leituras, para redigir textos e para fazer provas.

15. Qual a importância desse sistema para seu desenvolvimento educacional? O Braille me proporcionou estudar em uma escola regular, fui alfabetizado em Braille, e a maioria do conhecimento e informação que chega até mim, é adquirida por meio do sistema Braille. 16. Qual a importância desse sistema para sua vida cotidiana? Utilizo em muitas circunstancias na minha vida, se vou até um restaurante eu pergunto se tem o menu em Braille, quando vou fazer compras, sempre procuro possibilidades em que eu possa realizar atividades com o auxilio do Braille. 17. Quais as limitações do sistema Braille? O volume dos livros, o acervo ainda é muito pequeno, e a durabilidade do livro que é pequena, o que torna o custo alto da produção em Braille. 18. Quais as potencialidades do sistema? Ele possibilita que a pessoa que nasceu cega aprenda a ler e a escrever, e assim possa estudar na escola.

19. Até que ponto, em sua opinião, o sistema Braille, contribui para a inclusão educacional do deficiente visual?

Proporciona conhecimento, interação características fundamentais para ocorrer inclusão.

20. Qual a principal Característica do Braille que proporciona melhor leitura para o deficiente visual? Autonomia. INFORMANTE 12 1. Profissão/escolaridade: Autônomo, ensino médio completo. 2. Idade, 37 3. Qual a sua relação com o Braille, professor, usuário, aluno ou familiar de usuário? Usuário. 4. Utiliza o sistema de escrita e leitura Braille há quanto tempo? 22 anos. 5. O que o levou a querer aprender Braille? Para poder estudar. 6. Você lê em Braille em torno de quantos livros e em qual período de tempo? ( ) Mais de três livros em um mês ou menos dias ( ) Dois ou três livros em um mês ou menos (x ) Um livro em um mês ou menos

( ) Não chegar a ler mais de cinco laudas em um mês. 7. Como foi o seu processo de aprendizado do Braille? Eu aprendi depois de grande então não foi muito difícil para mim. 8. Qual a sua técnica de leitura preferida considerando os seguintes métodos: Braille, audiolivros, ledores. Braille. 9. Em que Circunstância você prefere lê em Braille? Em todas. 10. Em que Circunstância você prefere não lê em Braille? Eu gosto de ler em Braille. 11. Considerando as vantagens e desvantagens dos métodos de leitura para cegos, Braille, ledores e áudiolivros. Qual é o melhor meio de leitura para cegos? O Braille. 12. Considerando as três técnicas de leitura: Braille, ledores e áudiolivros, atribua uma nota de 1 a 3, onde 3 é o método preferido, 2 o intermediário, e 1 o método que você se identifica. (3) Braille (2) Audiolivros (1) Ledores 13. Dois teóricos espanhóis Garcia e Perreira fizeram um estudo, e afirmaram que o deficiente visual que lê em Braille, compreende melhor o texto, você concorda com essa afirmação? Sim. 14. Em que circunstância, utiliza o Braille? Para ler. 15. Qual a importância desse sistema para seu desenvolvimento educacional? O Braille me ajudou a aprender a ler e me ajudou a me desenvolver. 16. Qual a importância desse sistema para sua vida cotidiana? Eu gosto de ler, e no meu dia a dia eu uso para fazer leituras. 17. Quais as limitações do sistema Braille? Pouco material. 18. Quais as potencialidades do sistema? A autonomia e a portabilidade.

19. Até que ponto, em sua opinião, o sistema Braille, contribui para a inclusão educacional do deficiente visual? A alfabetização, e possibilidade de continuar os estudos e ate fazer faculdade, doutorado. 20. Qual a principal Característica do Braille que proporciona melhor leitura para o deficiente visual? Informação.


Recommended