+ All Categories
Home > Documents > GESTÃO AMBIENTAL A INSERÇÃO DA EDUCAÇÂO AMBIENTAL...

GESTÃO AMBIENTAL A INSERÇÃO DA EDUCAÇÂO AMBIENTAL...

Date post: 31-Jul-2020
Category:
Upload: others
View: 0 times
Download: 0 times
Share this document with a friend
16
Simp.TCC/ Sem.IC.2017(12);1995-2010 1995 GESTÃO AMBIENTAL A INSERÇÃO DA EDUCAÇÂO AMBIENTAL NAS ESCOLAS DO ENSINO FUNDAMENTAL NO DF: ESTUDO DE CASO EM ESCOLAS DO ENSINO FUNDAMENTAL NO DF THE INSERTION OF EDUCATION ENVIRONMENTAL IN THE SCHOOLS OF FUNDAMENTAL EDUCATION IN THE DF: CASE STUDY IN SCHOOLS OF FUNDAMENTAL EDUCATION IN THE DF CHAIANE STEFANI DIANA SANTANA PEREIRA DA SILVA JOÃO BATISTA DRUMMOND CÂMARA Resumo Este estudo tem por objetivo analisar como o assunto Educação Ambiental vem sendo abordado nas escolas públicas do Ensino Fundamental da SEDF. Para o desenvolvimento do estudo sobre educação ambiental, o público respondente desta pesquisa são professores do Ensino Fundamental de uma escola pública, localizada no DF. A presente pesquisa visou conhecer a situação real do ensino da educação ambiental em algumas escolas a partir da percepção de professores entrevistados, buscando-se conhecer as ações realizadas e as possíveis soluções para o enfrentamento das mesmas. A pesquisa está dividida em duas fases, a primeira fase busca levantar dados do perfil do público respondente: idade, sexo, formação etc. A segunda fase abrange a aplicação de um questionário com 12 questões semiestruturadas que visam responder os objetivos específicos da pesquisa. O estudo nos mostra que apesar das transformações que o mundo vem sofrendo nas questões ambientais, a escola ainda não prioriza de fato o assunto como deveria e segundo às leis relacionadas ao tema existem algumas dificuldades a serem vencidas , podendo citar o código e linguagem divergentes entre escola e educadores, base de alinhamento na metodologia de suas aulas; a falta de preparo e a falta de estrutura também são obstáculos que impedem uma boa dinâmica, fazendo assim com que, tanto os educadores, quanto os alunos não tenham tanto interesse pelo assunto em questão, apesar de considerar muito importante o questionamento durante as aulas. Sabe-se que a Educação Ambiental tem uma importância fundamental para a formação e conscientização na ação atuante dos cidadãos, o que nos obriga a praticar algumas mudanças nos hábitos e na forma de agir e pensar. Palavras-Chave: Educação; Sustentabilidade; Meio ambiente Abstract This study aims to analyze how the subject environmental education has been addressed in the public schools of the SEDF elementary. For the development of the study on environmental education, the responder of this research are public elementary school teachers in a public school, located in the DF. The present research aimed to meet the actual situation of the teaching of environmental education in some schools from the perception of teachers, seeking to know the actions taken and the possible solutions to the confrontation. The research is divided into two phases, the first phase seeks to raise public responder profile data: age, sex, etc. The second phase covers the application of a questionnaire with semi-structured questions 12 aimed at responding the specific objectives of the research. The study shows that despite the transformations that the world has been suffering in environmental issues, the school hasn't prioritizes the issue as it should and according to the laws related to the topic there are some difficulties to be overcome, and can quote the code and language divergent between school and educators, the basis of alignment in their methodology classes; the lack of preparation and lack of structure are also obstacles that prevent a good dynamics, doing so with that, both educators, as students do not have much interest in the matter at hand, although consider very important the questioning during class. It is known that environmental education is of fundamental importance to the training and awareness in active action of the citizens, which requires us to practice some changes in habits and in the form of acting and thinking. Keywords: Education; Sustainability; Environment. INTRODUÇÃO Este estudo que traz como foco o tema meio ambiente tem como objetivo geral avaliar como o assunto Educação Ambiental vem sendo abordado nas escolas públicas do Ensino Fundamental do DF. Para isso, traz como objetivos específicos: pesquisar a forma que o tema EA é abordado nas escolas; observar junto aos professores do Ensino Fundamental com que frequência e como são trabalhados os aspectos referentes ao tema e por fim, verificar de acordo com a percepção dos professores qual a importância das atividades para os alunos. Ao se falar de Educação Ambiental, faz-se necessário ressaltar que ela veio com um objetivo de se criar uma consciência ecológica em cada um de nós seres humanos, com uma preocupação em gerar uma oportunidade de um conhecimento que permitisse mudar o nosso comportamento em relação à natureza. Com isso, o desenvolvimento sustentável precisa ser aliado da educação ambiental nas escolas e necessariamente no seio familiar para assim se fazer responsável em nossas ações. Segundo o Ministério do Meio Ambiente (2017) essa importância foi dada depois da conferência intergovernamental de Tbilisi, na antiga União Soviética, considerado um dos eventos mais importantes sobre Educação Ambiental – EA - do planeta. Sob organização da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura. - UNESCO - em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente – PNUMA - onde todas as definições, objetivos, princípios e demais estratégias para uma EA no mundo. Uma das recomendações na conferência de Tbilisi de 1977 enfatiza a importância do papel
Transcript
Page 1: GESTÃO AMBIENTAL A INSERÇÃO DA EDUCAÇÂO AMBIENTAL …nippromove.hospedagemdesites.ws/anais_simposio/... · abordado nas escolas públicas do Ensino Fundamental do DF. Para isso,

Simp.TCC/ Sem.IC.2017(12);1995-2010 1995

GESTÃO AMBIENTAL A INSERÇÃO DA EDUCAÇÂO AMBIENTAL NAS ESCOLAS DO ENSINO FUNDAMENTAL NO DF: ESTUDO DE CASO EM ESCOLAS DO ENSINO FUNDAMENTAL NO DF THE INSERTION OF EDUCATION

ENVIRONMENTAL IN THE SCHOOLS OF

FUNDAMENTAL EDUCATION IN THE DF: CASE

STUDY IN SCHOOLS OF FUNDAMENTAL

EDUCATION IN THE DF

CHAIANE STEFANI DIANA SANTANA PEREIRA DA SILVA

JOÃO BATISTA DRUMMOND CÂMARA Resumo Este estudo tem por objetivo analisar como o assunto Educação Ambiental vem sendo abordado nas escolas públicas do Ensino Fundamental da SEDF. Para o desenvolvimento do estudo sobre educação ambiental, o público respondente desta pesquisa são professores do Ensino Fundamental de uma escola pública, localizada no DF. A presente pesquisa visou conhecer a situação real do ensino da educação ambiental em algumas escolas a partir da percepção de professores entrevistados, buscando-se conhecer as ações realizadas e as possíveis soluções para o enfrentamento das mesmas. A pesquisa está dividida em duas fases, a primeira fase busca levantar dados do perfil do público respondente: idade, sexo, formação etc. A segunda fase abrange a aplicação de um questionário com 12 questões semiestruturadas que visam responder os objetivos específicos da pesquisa. O estudo nos mostra que apesar das transformações que o mundo vem sofrendo nas questões ambientais, a escola ainda não prioriza de fato o assunto como deveria e segundo às leis relacionadas ao tema existem algumas dificuldades a serem vencidas , podendo citar o código e linguagem divergentes entre escola e educadores, base de alinhamento na metodologia de suas aulas; a falta de preparo e a falta de estrutura também são obstáculos que impedem uma boa dinâmica, fazendo assim com que, tanto os educadores, quanto os alunos não tenham tanto interesse pelo assunto em questão, apesar de considerar muito importante o questionamento durante as aulas. Sabe-se que a Educação Ambiental tem uma importância fundamental para a formação e conscientização na ação atuante dos cidadãos, o que nos obriga a praticar algumas mudanças nos hábitos e na forma de agir e pensar. Palavras-Chave : Educação; Sustentabilidade; Meio ambiente Abstract This study aims to analyze how the subject environmental education has been addressed in the public schools of the SEDF elementary. For the development of the study on environmental education, the responder of this research are public elementary school teachers in a public school, located in the DF. The present research aimed to meet the actual situation of the teaching of environmental education in some schools from the perception of teachers, seeking to know the actions taken and the possible solutions to the confrontation. The research is divided into two phases, the first phase seeks to raise public responder profile data: age, sex, etc. The second phase covers the application of a questionnaire with semi-structured questions 12 aimed at responding the specific objectives of the research. The study shows that despite the transformations that the world has been suffering in environmental issues, the school hasn't prioritizes the issue as it should and according to the laws related to the topic there are some difficulties to be overcome, and can quote the code and language divergent between school and educators, the basis of alignment in their methodology classes; the lack of preparation and lack of structure are also obstacles that prevent a good dynamics, doing so with that, both educators, as students do not have much interest in the matter at hand, although consider very important the questioning during class. It is known that environmental education is of fundamental importance to the training and awareness in active action of the citizens, which requires us to practice some changes in habits and in the form of acting and thinking. Keywords : Education; Sustainability; Environment. INTRODUÇÃO Este estudo que traz como foco o tema meio ambiente tem como objetivo geral avaliar como o assunto Educação Ambiental vem sendo abordado nas escolas públicas do Ensino Fundamental do DF. Para isso, traz como objetivos específicos: pesquisar a forma que o tema EA é abordado nas escolas; observar junto aos professores do Ensino Fundamental com que frequência e como são trabalhados os aspectos referentes ao tema e por fim, verificar de acordo com a percepção dos professores qual a importância das atividades para os alunos. Ao se falar de Educação Ambiental, faz-se necessário ressaltar que ela veio com um objetivo de se criar uma consciência ecológica em cada um de nós seres humanos, com uma preocupação em gerar uma oportunidade de um conhecimento que permitisse mudar o nosso comportamento em

relação à natureza. Com isso, o desenvolvimento sustentável precisa ser aliado da educação ambiental nas escolas e necessariamente no seio familiar para assim se fazer responsável em nossas ações.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente (2017) essa importância foi dada depois da conferência intergovernamental de Tbilisi, na antiga União Soviética, considerado um dos eventos mais importantes sobre Educação Ambiental – EA - do planeta. Sob organização da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura. - UNESCO - em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente – PNUMA - onde todas as definições, objetivos, princípios e demais estratégias para uma EA no mundo.

Uma das recomendações na conferência de Tbilisi de 1977 enfatiza a importância do papel

Page 2: GESTÃO AMBIENTAL A INSERÇÃO DA EDUCAÇÂO AMBIENTAL …nippromove.hospedagemdesites.ws/anais_simposio/... · abordado nas escolas públicas do Ensino Fundamental do DF. Para isso,

Simp.TCC/ Sem.IC.2017(12);1995-2010 1996

das escolas desde os primeiros anos até a formação de profissionais especializados. Com isso, a influência dessa conferência se fez presente no Brasil na Lei 6.938 de 1981, que se dispõe sobre política nacional do meio ambiente.

Em 1987 o Ministério da Educação e Cultura - MEC - aprova o Parecer 226/87 do conselheiro Arnaldo Niskier, que se refere à necessidade de inclusão da Educação Ambiental nos currículos escolares de 1o e 2o Graus. Em seguida veio a Constituição Brasileira, de 1988, em Art. 225, no Capítulo VI - Do Meio Ambiente, Inciso VI, destaca a necessidade de “promover a Educação Ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente’’.

Para cumprimento dos preceitos constitucionais, leis federais, decretos, constituições estaduais, e leis municipais determinam a obrigatoriedade da Educação Ambiental. Ainda sobre este tópico a Organização das Nações Unidas – ONU realizou, no Rio de Janeiro, em 1992, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente. Definições, objetivos, princípios e todas as estratégias para uma EA no mundo. Uma das recomendações na conferencia de Tbilisi de 1977, aparece a importância do papel das escolas desde os primeiros anos até a formação de profissionais especializados. Com isso, a influência dessa conferência se fez presente no Brasil na Lei 6.938 de 1981, que se dispõe sobre política nacional do meio ambiente. Figura1. História da Educação Ambiental no Brasil e no Mundo

Fonte: Ministério da Educação Aspectos Metodológicos

Além da pesquisa bibliográfica, foi desenvolvida uma pesquisa de campo, cujo o instrumento de pesquisa foi o questionário (apêndice) contendo 6 questões de múltipla escolha e 6 questões abertas aplicadas aos professores do Ensino Fundamental de instituições públicas, localizada DF.

A aplicabilidade do questionário foi

equivalente a 50 respondentes, professores do Ensino Fundamental de escolas do DF, Tal instrumento de coleta de dados respalda-se, especialmente, em Gil (1996; 1999) que dentre vários conceitos define questionário como um conjunto de questões elaboradas que visam produzir dados necessários para que os objetivos propostos da pesquisa sejam atingidos.

A pesquisa foi aplicada no período compreendido entre setembro e outubro de 2017 e teve como público alvo professores do Ensino Fundamental de uma instituição pública, localizada no Distrito Federal. A escolha deste tema deu-se devido aos alunos de gestão ambiental, constituir o grupo de profissionais que trabalham diretamente com o tema em sala de aula.

Para este estudo, utilizou-se de documentos e leis, além de alguns Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN).

Parecer 226/87 do Conselho Nacional de Educação: (...) alguma coisa precisa ser feita de imediato para minimizar essa ação devastadora do homem contra a natureza (sic). Seriam medidas tomadas em paralelo, paliativas, já que as corretivas só dariam resultado a médios e longos prazos, pois implicam, acima de tudo, mudanças de atitude e mentalidade. Daí a contribuição nesse sentido que este Conselho poderá prestar, ao acolher este parecer fazendo com que as sugestões nele contidas sejam levadas aos sistemas de ensino e escolas de formação de professores.

Resolução nº 02 - Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Fundamental, de 07/04/98: IV - Em todas as escolas, deverá ser garantida a igualdade de acesso dos alunos a uma Base Nacional Comum (...); a Base Nacional Comum e sua Parte Diversificada deverão integrar-se em torno do paradigma curricular, que visa estabelecer a relação entre a Educação Fundamental com: a) a Vida Cidadã, através da articulação entre vários dos seus aspectos como: o meio ambiente.

Sabe-se que é inerente a profissão do professor estar sempre estudando e se atualizando para que sua prática atenda, de forma coerente e integrada, às necessidades dos sistemas de ensino e às mudanças sociais. Esse processo de construção permanente do conhecimento e do desenvolvimento profissional, a partir da formação inicial que transcende cursos de capacitação ou qualificação, é o que pode se chamar de formação continuada. Inclui nesse âmbito a formação de uma identidade pessoal e profissional que reconhece a docência como um campo de conhecimentos específicos, onde os profissionais contribuem com seus saberes, seus valores e suas experiências.

É um percurso pessoal e profissional que ocorre de maneira intrínseca à experiência de vida, como importante condição de mudança de

Page 3: GESTÃO AMBIENTAL A INSERÇÃO DA EDUCAÇÂO AMBIENTAL …nippromove.hospedagemdesites.ws/anais_simposio/... · abordado nas escolas públicas do Ensino Fundamental do DF. Para isso,

Simp.TCC/ Sem.IC.2017(12);1995-2010 1997

práticas pedagógicas. Se por um lado pensamos em programas de formação com metodologias que procurem adensar conceitos e temas sociais relevantes, por outro partimos do pressuposto de que o conhecimento não é dado como algo pronto, mas como resultado da interação desse sujeito com o seu meio, com as relações sociais e representações culturais. (apud CARVALHO, 2004; SANTOS, 2004; BECKER, 2006).

Segundo Mendonça, (2007), a metodologia sempre problematizava as questões ambientais regionais para, em seguida, propor soluções potenciais incorporando-as às práticas da EA nas escolas e nas políticas das Secretarias de Educação. Por meio de uma planilha matricial que conduzia à aplicação e elaboração, às análises críticas e abrangentes dos sistemas ambientais, assim como suas inter-relações, problemas e potencialidades, os participantes elaboravam, numa dinâmica de construção coletiva, propostas tanto de políticas públicas como de inserção curricular, organizados em grupos de estudos divididos por estados e regiões geográficas.

A metodologia do programa problematizou a organização e as condições de trabalho da docência apontando caminhos para superação de práticas de formação que se baseiam em ações isoladas e fragmentadas. Seu objetivo foi o de traçar orientações para as Secretarias Estaduais e Municipais de Educação na implementação dos PCN e dos Referenciais Curriculares Nacionais para todos os segmentos e modalidades do ensino fundamental. O papel da escola na disseminação da Educação Ambiental

De acordo com o documento da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade Diretoria de Educação Integral, Direitos Humanos e Cidadania Coordenação-Geral de Educação Ambiental Proposta de Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental disponibilizado pelo Ministério da Educação - PCNS propõem que o tema seja trabalhado de forma transversal, e sempre enfatizando os aspectos sociais, políticos, econômicos e ecológicos. Figura 2. Curso na área ambiental tem atividade prática em Florianópolis

Fonte: Portal do Mec (2012).

Sendo assim, os princípios e objetivos da Educação Ambiental se coadunam com os princípios gerais da Educação contidos na Lei 9.394, de 20/12/1996 (LDB - Lei de Diretrizes e Bases) que, em seu artigo 32, assevera que o Ensino Fundamental terá por objetivo a formação básica do cidadão mediante: (...) II – a compreensão do ambiental natural e social do sistema político, da tecnologia das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade.

A proposta da Secretaria da Educação ainda inclui uma abordagem ambiental integrada tanto nas disciplinas, como na sociedade e seus problemas específicos, já que na educação atual não há uma valorização para esse tipo de abordagem interdisciplinar.

A escola além de fornecer conceitos e informações tem que se propor a disponibilizar a trabalhar com formação de valores, atitudes, gestos de solidariedade, alguns pequenos exemplos que pode ser seguido pela escola, tornando o ambiente saudável e coerente, fazendo com que de fato aprendam a contribuir na formação de verdadeiros cidadãos conscientes de suas responsabilidades em suas atitudes em relação ao meio ambiente. Trazendo para sala de aula situações onde os alunos possam praticar sua capacidade na atuação e colocá-las em prática, incentivando questionamentos como mostra a figura 2.

O fornecimento das informações, discussões e uma participação concreta dos alunos nas atividades.

As áreas de ciências naturais, geografia e história são as Disciplinas tradicionais que desenvolvem assuntos relacionados ao tema. Embora todas tenham sua importância e sejam fundamentais na forma de manifestações de pensamento e sensações, elas ajudam os alunos a trabalhar suas relações subjetivas com o ambiente, permitindo-lhes expressá-las, colaborando para que a sociedade seja ambientalmente sustentável e socialmente justa. A Lei 9.795/99 estabelece a Política Nacional de Educação Ambiental preconiza que:

Page 4: GESTÃO AMBIENTAL A INSERÇÃO DA EDUCAÇÂO AMBIENTAL …nippromove.hospedagemdesites.ws/anais_simposio/... · abordado nas escolas públicas do Ensino Fundamental do DF. Para isso,

Simp.TCC/ Sem.IC.2017(12);1995-2010 1998

deve estar presente, de Forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, respeitando em suas diretrizes nacionais aquelas a serem complementadas discricionariamente pelos estabelecimentos de ensino (artigo 26 da LDB) com uma parte diversificada exigida Pelas características regionais e locais, conforme preceitua o princípio citado no 4º, inciso VII da Lei 9.795/99, que valoriza a abordagem articulada das questões ambientais locais, regionais e nacionais, e o artigo 8º, incisos IV e V que incentivam a busca de alternativas curriculares e metodológicas na capacitação da área ambiental e as iniciativas e experiências locais e regionais, incluindo a produção de material educativo (Art. 4º, VII, combinado com o Art. 8º, IV e V).

A escola exerce um papel de extraordinária

importância no desenvolvimento da cidadania. A sua função é, pois, decisiva, proporcionando aos alunos o conhecimento para que se aprenda de forma dinâmica e criativa. A escola, com seu papel extraordinário no papel de desenvolver a cidadania, possibilita assim a formação de pessoas, fazendo com que as atitudes possibilitem no comportamento e forma de pensar. A informação ainda é a melhor arma para o conhecimento.

Segundo Alencar (ano 2012, p. 29) para se captar as necessidades do aluno e, consequentemente, da comunidade em volta e da sociedade como um todo, há uma esperança para socialização do saber com valores sadios e coerentes visando uma sociedade mais harmoniosa.

Com isso, a educação ambiental faz com que as mudanças de hábitos pessoais e o comportamento coletivo possam mudar suas atitudes e valores trazendo grandes benefícios sociais e de cidadania. Pensando na educação como uma forma de transformar as ações do cotidiano e sempre mostrando que a maneira em que nos comportamos diariamente nesse planeta é o principal ponto de partida para se obter bons ou péssimos resultados futuros. Mostrar que a sociedade está se tornando insustentável a cada passo dado, sem água potável, a extinção das florestas e sua biodiversidade causada por uma sociedade consumista.

Com isso, torna-se importante e fundamental que a escola incentive essa interação junto aos professores, fazendo com que esses momentos sejam prazerosos para as partes envolvidas. E principalmente, para que todos independentes de sua formação, sintam-se confortáveis em falar sobre o meio ambiente disseminando a responsabilidade em cada um, nesse espaço que chamamos de “Nosso Mundo”, poucos sabem lidar da maneira mais sensata.

Fazendo-se compreender que aplicando os valores à prática social se conduz as mudanças não só no individuo, mas, em toda comunidade.

Sobre a formação inicial de professores, a Lei 9.795/99 preceitua, em seu artigo 11, que “a dimensão ambiental deve constar dos currículos de formação de professores, em todos os níveis e em todas as disciplinas”. Para tanto, a Lei faculta a inserção de disciplina específica de Educação Ambiental apenas para os “cursos de pós-graduação, extensão e nas áreas voltadas ao aspecto metodológico da Educação Ambiental, quando se fizer necessário” (10, §2º).

A formação dos educadores-multiplicadores deve ter como eixo orientador um processo de construção e reconstrução de reconhecimento e valores.

A imagem do educador será sempre muito importante para a sociedade, que busca credibilidade e soluções em suas atitudes e orientações em assuntos específicos, contribuindo assim para uma sociedade mais informada e participativa

Quando se fala de educação ambiental, essa formação de educadores-multiplicadores vai além da formação acadêmica, pois a responsabilidade do assunto passa a ser do idealizador que forma opiniões, e da unidade onde ele compartilha seus valores.

Este profissional precisa acima de tudo, estar engajado em um processo de transição de aprendizado, “querer fazer”, “querer aprender” e se sentir motivado há compartilhar dessa idéia com todos ao seu redor.

A especialização traz consigo uma obrigação e uma responsabilidade, que nem sempre se encontra com a motivação e incentivo, podendo assim, não ser aproveitada da maneira mais eficaz possível. Não se pode partir de uma obrigação com o estado. Não basta só oferecer o curso, especialização como uma meta a ser cumprida por esses professores, tem que dar condições e incentivar a realização das atividades com recursos básicos.

Figura3. Curso presencial formação EA- Fubá

Page 5: GESTÃO AMBIENTAL A INSERÇÃO DA EDUCAÇÂO AMBIENTAL …nippromove.hospedagemdesites.ws/anais_simposio/... · abordado nas escolas públicas do Ensino Fundamental do DF. Para isso,

Simp.TCC/ Sem.IC.2017(12);1995-2010 1999

Fonte: Fubá (2017) Principais atividades pedagógicas envolvendo a Educação Ambiental

A escola precisa trazer a realidade do aluno na realização de suas atividades para que esse objetivo de atingir o conhecimento seja alcançado, desde provocar sempre a curiosidade, incentivando e valorizando as iniciativas dos alunos na forma de interagir, até o contato com diferentes realidades. Para que os alunos possam compreender a complexidade e a amplitude das questões ambientais, é fundamental oferecer-lhes a maior diversidade possível de experiências. O tema Meio Ambiente deve ser mais amplamente trabalhado, quanto mais se diversificarem e intensificarem a pesquisa de conhecimentos.

Segundo Andrade (2012): a educação ambiental, portanto, propõe que os indivíduos e a coletividade compreendam a natureza complexa do ambiente natural e daquele criado pelo homem, resultante da integração de seus aspectos biológicos, sociais, econômicos, físicos, culturais, políticos, econômicos e adquiram conhecimentos, valores, comportamentos e habilidades necessários para a convivência humana e com o meio natural de forma saudável. Nesse sentido, a ação profissional do educador é de fundamental importância. Evidentemente, a educação sozinha não é suficiente para mudar os rumos do planeta, mas certamente é condição necessária para que isso aconteça. (ANDRADE, 2012, pp. 10, 26 e 27).

Acredita-se que a Educação Ambiental

leva-se à mudança de comportamento pessoal, coletivo e assim adquirir atitudes e valores com grandes benefícios sociais. Isso faz com que haja grandes transformações na maneira de pensar a educação, de agir no modo geral com as pessoas, com mundo e principalmente com o meio ambiente. O conhecimento transforma ações, modifica atitudes.

Figura 4: Escola Estadual Marechal Rondon de São José dos Campos (SP)

Fonte: defensor da natureza (2012)

A figura 4 mostra estudantes da Escola Estadual Marechal Rondon de São José dos Campos (SP) aprendendo sobre a Mata Atlântica

nas trilhas de um fragmento no campus Vila Branca da UNIVAP, em Jacareí (SP).

A questão ambiental hoje tem uma importância muito relevante no contexto geral, exercendo suas participações em diferentes lutas envolvendo ações sociais, deixando evidentes os problemas na preservação de nossos recursos naturais, na qualidade de vida e com a preocupação com conflitos que surgem na sociedade. Com isso, é muito importante que a discussão comece nas salas de aula, para se entender todo o contexto do problema vivenciado nesse momento.

A preocupação com o meio ambiente deve começar cedo, e que possa ser inserida nas praticas escolares, construindo um comportamento com o cuidado com a preservação, mudança nos hábitos e consumo e que principalmente possa ser renovado o estilo de vida. Trabalhando dessa maneira pode-se elaborar melhor a qualidade na educação quando se falar em meio ambiente.

Isso faz da educação um parâmetro para a qualidade de vida, já que ela promove o processo permanente de entendimento e comunicação com a vida. A possibilidade de sermos bem-sucedido nessa tarefa depende muito da nossa capacidade de sermos categóricos para convencer o coletivo sobre a necessidade de mudança, identificar e articular o propósito de cada ação em função de um objetivo comum. Essa é a trama da educação. (Segura, 2007)

A escola precisa inovar suas atividades e pôr em práticas para trazer a realidade para perto. As oficinas de reciclagens, as hortas e seu manuseio, as compostagens, as leituras de temas atuais, jogos de pegadas ecológicas... etc. Algo que seja leve e prazeroso, respeitando a autonomia de cada aluno para decidir como se comportar.

Fazer entender que os problemas ambientais não estão apenas ligados e associados aos desastres ocorridos por fenômenos naturais, e que a ação do homem é muito mais presente, no uso de agrotóxicos lançados no solo, nas indústrias que lançam seus resíduos no meio ambiente, no desmatamento, a construção de hidrelétricas, termoelétricas, pólos petroquímicos, mineração, construção de rodovias, aeroportos etc. Entende-se que, tudo gera risco e deve-se Conhecer a realidade com um olhar mais critico e perceber as diferenças em cada ação do homem.

É preciso entender e compreender que, na sala de aula esses assuntos resgatados para se trabalhar geram discussões e sugestões de melhoria, aguçando sempre o que há de melhor em cada forma de se encarar os problemas. Buscando assim uma sensibilização nos seus atos e ações diárias.

Page 6: GESTÃO AMBIENTAL A INSERÇÃO DA EDUCAÇÂO AMBIENTAL …nippromove.hospedagemdesites.ws/anais_simposio/... · abordado nas escolas públicas do Ensino Fundamental do DF. Para isso,

Simp.TCC/ Sem.IC.2017(12);1995-2010 2000

O importante é que essas ações caibam primeiro no coração, na rotina diária e depois façam parte da rotina de todos os envolvidos como uma grande conscientização de preservar e conservar os recursos. Fazendo isso, os objetivos serão atingidos, com maior clareza e transparência.

É importante que essa escola ofereça condições para que essas aulas sejam ofertadas da melhor forma possível, levando em consideração que sem contextualização e sem uma rotina diária nada acontece, por isso o planejamento é obrigatório e essencial

É de grande importância que a escola também assuma a responsabilidade de trabalhar o tema EA e praticar em suas ações, mostrar que é importante o fazer, o praticar, ou seja, com atitudes.

O incentivo às práticas nas aulas promove um conhecimento mais amplo, além da teoria de preservação e conservação do meio ambiente. A realidade do aluno, onde vive e como vive, pode ser parte importante para uma metodologia a ser trabalhada dentro de sala, e assim, promover o desenvolvimento como um todo.

O cuidado na elaboração e fundamentação das informações para ser debatidas em sala, precisa ter cautela, para que não sejam levantadas e discutidas de forma errôneas, e principalmente repassadas adiante sem que sejam buscadas em fontes seguras e baseadas em estudos.

A prática pedagógica precisa ser comprometida na formação do aluno, para que assim, se tornem pessoas responsáveis e comprometidas na construção de um ambiente ecologicamente equilibrado e justo no futuro, deixando que a capacidade de sentir necessidade por lutar por esse equilíbrio seja mais crítico e autônomo a cada momento, sempre, cada vez mais vezes.

Portanto, ao se construir essa nova referência ambiental, a perspectiva de se reinventar os novos saberes e fazeres será formulada uma nova compreensão, na construção de um compromisso de se criar uma nova relação da sociedade com a natureza.

Os professores precisam estar preparados para abordar o tema em suas aulas, motivados e dando real importância ao tema dentro de sala de aula. A forma como as formações são oferecidas aos professores, tem uma grande importância.

A instituição Fubá (Instituição de Educação Ambiental) da cidade de São Carlos/SP acredita que quanto mais educadores ambientais atuando, mais próximo ficaremos de se viver em um mundo melhor. A Fubá é especializada em desenvolver projetos educativos que ajuda a quem trabalha em Educação Ambiental. A metodologia dessas formações é sempre o diálogo e a prática, e ao mesmo tempo criando

uma visão critica e reflexiva entre os participantes.

Assim, com as aulas práticas e um conhecimento mais amplo, pode-se trabalhar com mais verdade e entusiasmo. Buscando incentivar todos em volta, e compartilhar as experiências com muito mais credibilidade.

A instituição (escola) precisa incentivar os seus professores a buscar formação e conhecimento na área, com teoria, prática e responsabilidade.

O profissional precisa além da responsabilidade e do compromisso de estar atualizado com o tema, de necessariamente estar interessado e conhecer de fato a importância dessa metodologia na formação de seus alunos, considerando ainda cada contribuição dada em sala de aula.

O tema Educação ambiental nas escolas, precisa ter uma dinâmica de realização na sala de aula de ações educativas e consistentes e sempre inovadoras para os alunos. Fazendo assim, com que todos tenham entusiasmo em participar e contribuir com as aulas, abrindo discussão e soluções para uma vida mais sustentável. A figura 5, a seguir, mostra a formação sendo praticada com os educadores. Figura 5. Aula pratica na Fubá.

Fonte: Fubá (2017)

Já no Distrito Federal, uma escola pública introduziu a educação ambiental em suas aulas, de forma prática. Em um concurso que foi promovido para criação de novos projetos de sustentabilidade, ultrapassou os muros das escolas, presenteando a comunidade com suas ações e contribuiu com o meio ambiente, mostrou que é possível sim, introduzir a educação ambiental na sala de aula, dando a real importância necessária.

Tratar o assunto com responsabilidade e compromisso é extremamente fundamental para o bom desenvolvimento do trabalho elaborado pelos educadores. Visando sempre que, a educação é parte necessária para a formação do indivíduo em sala, trazendo uma visão critica da

Page 7: GESTÃO AMBIENTAL A INSERÇÃO DA EDUCAÇÂO AMBIENTAL …nippromove.hospedagemdesites.ws/anais_simposio/... · abordado nas escolas públicas do Ensino Fundamental do DF. Para isso,

Simp.TCC/ Sem.IC.2017(12);1995-2010 2001

forma de como lidar com o meio ambiente. Escola do DF será premiada em concurso sobre saneamento e educação ambiental

Cinco finalistas disputam prêmio de R$ 10 mil. Projetos têm metas de implementação das atividades sustentáveis nas escolas e nas

comunidades. Um concurso promovido pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes-DF) vai entregar, nesta quinta-feira (8), R$ 10 mil para a escola do Distrito Federal com o melhor projeto de saneamento. Ao todo, 24 instituições públicas e privadas participaram da primeira etapa da competição. As cinco finalistas foram: Centro de Ensino Fundamental 01 do Riacho Fundo II, Centro Educacional Agrourbano Ipê, Escola Classe 15 de Ceilândia, Escola Classe Monjolo e Centro de Ensino Fundamental cont. 02 de Brazlândia. Segundo a Abes, foram apresentados projetos diferentes com ampla abordagem do tema – iniciativas de compostagem de lixo, redução do consumo de água, plantio de hortas e ampliação da coleta seletiva, por exemplo. A supervisora pedagógica do projeto, Gedilene Lustosa, afirma que o objetivo é gerar soluções a partir das experiências realizadas na escola. “A idéia é poder passar esse nosso modelo para a comunidade”, diz. No Centro Educacional Agro urbano Ipê, o projeto ambiental foi idealizado pelo professor de ciências e biologia, Leonardo Hatano, em 2014. Alunos das séries iniciais e do ensino médio foram envolvidos no trabalho. A proposta era criar, na escola, uma vitrine para a comunidade. No início, o professor Hatano propôs aos alunos a construção de um tanque para criação de tilápias e um sistema de reutilização da água para irrigação da horta e da agro-floresta criadas na escola. O projeto deu tão certo que, atualmente, inclui também um fogão solar, um sistema de desidratação de frutas, compostagem e um microsistema agro-florestal, além de uma casa ecológica. Aluna do 2º ano, Milena Almeida diz que a ideia da agro-floresta é reproduzir um ambiente de agricultura familiar. Um dos aspectos importantes, segundo ela, é diferenciar as mudas, a época do plantio e as quantidades do que será plantado. “Quando vamos plantar milho, por exemplo, plantamos nessa semana e na outra, para a família sempre ter o que colher. Se plantarmos tudo de uma vez, em algum momento a família vai colher demais, mas logo depois ela não terá mais nada para retirar da terra", diz. Hatano afirma que a ideia também é fazer experiências na busca de um equilíbrio natural do ecossistema, verificando quais medidas podem

ser tomadas no combate às pragas, para que não seja necessário o uso de agrotóxicos. Fora da escola Lustosa e Hatano explicam que a expansão do projeto para fora dos muros da escola já vem apresentado alguns resultados. A chácara no Riacho Fundo do agricultor Julião Fernandes, avô da aluna Brunna Macedo de Assis, do 1º ano, foi o ponto de extensão do projeto ambiental da escola. Alunos e professores fizeram um mutirão e conseguiram instalar alguns dos sistemas implantados na escola na chácara – entre eles, a criação sustentável de tilápias. Além disso, alunos das primeiras séries fiscalizaram casas e entregaram material educativo para a população, com métodos de combate do mosquito Aedes aegypti. Mais conscientes, os alunos passaram a fiscalizar a própria escola e sugeriram mudanças na limpeza do espaço. O uso mais adequado da água gerou economia de 40 mil litros em novembro, segundo a diretora do colégio, Sheila Mello. Para o professor Leonardo Hatano, essas experiências que trabalham com a aplicação prática do estudo teórico podem ajudar os alunos a melhorarem seu desempenho em diversas disciplinas, principalmente nas questões científicas. “O ensino tradicional está falido. Acredito que o que temos aqui é um sistema de transição, ainda temos muito o que mudar, mas atualmente os alunos tem um desenvolvimento de habilidades visuais e se as escolas não correrem atrás de promover essas capacidades ficará cada vez mais difícil”, disse. Mais projetos Também no Riacho Fundo II, o professor Adriano Galvão de Carvalho começou um projeto ambiental no Centro de Ensino Fundamental 01. No início ele foi chamado para uma ação de conscientização e combate ao zika vírus. A partir daí, elaborou um projeto anual e começou uma recuperação da área degradada da escola que era utilizada como depósito de entulhos. A partir de cursos e formação de monitores em educação ambiental, Carvalho criou, com a ajuda dos estudantes, um espaço de agro-floresta com diversas espécies, algumas típicas do Cerrado. Além disso, foram implantados sistemas de compostagem e minhocário para produção de adubo e destinação do lixo orgânico gerado na escola. “A principal ideia era criar um projeto ambiental anual e parar com projetos pontuais que a cada momento tentam abordar temas, sem necessariamente criar uma ligação e uma continuidade entre eles”, afirmou Carvalho. Foram formados mais de cem monitores ambientais no projeto. Entre as várias iniciativas dos alunos, uma

Page 8: GESTÃO AMBIENTAL A INSERÇÃO DA EDUCAÇÂO AMBIENTAL …nippromove.hospedagemdesites.ws/anais_simposio/... · abordado nas escolas públicas do Ensino Fundamental do DF. Para isso,

Simp.TCC/ Sem.IC.2017(12);1995-2010 2002

chamou a atenção dos professores: um abaixo assinado pedindo a destinação adequada das lâmpadas fluorescentes das escolas públicas. Segundo os estudantes, a Secretaria de Educação não recolhe esses materiais, que não podem ser jogados no lixo comum. Só no Centro Educacional 01, mais de 400 lâmpadas estão acumuladas. A aluna do 9º ano Amanda dos Santos Reis chegou a reivindicar uma postura do secretário de Educação, Júlio Gregório, mas diz que não obteve nada de concreto. Com a ajuda dos professores, os estudantes recolheram assinaturas para que o Ministério do Meio Ambiente exija uma solução das autoridades locais. O recolhimento adequado, segundo eles, é exigido pela Política Nacional de Resíduos Sólidos. Se a escola for premiada, Carvalho diz que fará esforços para melhorar a coleta seletiva da instituição e criar um depósito adequado para armazenar os entulhos acumulados durante os últimos meses.

Figura 6. Por Graziele Frederico, G1 DF

Fonte: G1 DF (2016)

Um grande desafio na educação ambiental do presente é desenvolver uma consciência mais ampla através do conhecimento nas salas de aula, ultrapassando os muros da escola e atingindo a comunidade local, como o exemplo da reportagem acima.

Diante de algumas iniciativas como essa, podemos perceber a importância dessa metodologia de ensino no meio escolar, envolvendo a escola, alunos e a comunidade. Todos, assim, terão a oportunidade de obter seus próprios resultados, transformando o mundo aos poucos e com êxito. Figura 7. Projeto de filtragem de água em escola do Riacho Fundo (Foto: Arquivo pessoal)

Fonte: G1 DF (2016) Importância das atividades em Educação Ambiental

É muito importante para cada aluno participar da criação da metodologia das aulas e temáticas a serem usadas nas aulas de educação ambiental, fazendo com que cada contribuição seja valorizada, trazendo uma maior perspectiva na hora do aprendizado.

A importância das atividades em educação ambiental transforma o ambiente em mais humanizado com os valores à diversidade natural e sociocultural, além de adotar posturas de respeito aos diferentes aspectos e formas do patrimônio natural, étnico e cultural, uma postura justa e ambientalmente sustentável não só nas escolas, mas em casa e em comunidade.

A visão distorcida de um ambiente sustentável envolve muitos interesses ao meio ambiente, onde as discussões vão de encontro ao objetivo real. A economia necessita desses recursos, que há muitos anos acreditava-se ser renovável num espaço de curto prazo, porém, logo depois se teve o entendimento que na verdade não era bem assim.

Hoje, com a grande preocupação da falta desses recursos as empresas/indústrias se pegam sendo “obrigadas” a falar e defender o uso sustentável desses recursos, o que não se convence muito, pelo fato de se haver um grande incentivo direto à grande população na questão do consumismo.

As pessoas precisam entender a situação real em que se encontra o planeta. Precisa-se trabalhar e abordar o tema EA da forma mais clara e objetiva possível, pois vários fatores contribuem para a preservação e equilíbrio do meio ambiente.

Com isso a preservação dos nossos recursos renováveis, sustentáveis e a biodiversidade garante a sobrevivência do homem, não podendo mais deixar que o homem em seu entendimento “distorcido” do que é sustentável adote práticas que exauste os nossos recursos ate a sua extinção. Para que assim se

Page 9: GESTÃO AMBIENTAL A INSERÇÃO DA EDUCAÇÂO AMBIENTAL …nippromove.hospedagemdesites.ws/anais_simposio/... · abordado nas escolas públicas do Ensino Fundamental do DF. Para isso,

Simp.TCC/ Sem.IC.2017(12);1995-2010 2003

possa ter mais qualidade de vida, proteção e preservação da vida humana, animal e vegetal, por isso, a importância do trabalho pedagógico.

Não basta só a compreensão e valores, é necessário que esses alunos saibam como atuar, como praticar seus valores já que o meio ambiente é uma construção humana, onde suas alterações determinadamente não são apenas naturais, mas também sociais.

A escola precisa trabalhar a forma de metodologia usada ao abordar esse tema, buscando sempre garantir o prazer na prática das atividades oferecidas.

Segundo Andrade (2012, pág.128), para que a Educação Ambiental se consolide na escola, torna-se indispensável uma proposta pedagógica para desenvolver o currículo, levando em consideração formas variadas de construção e reconstrução de espaço físico e simbólico, do meio ambiente, visto que o processo educativo deve possibilitar ao sujeito construir-se enquanto ser social responsável, capaz de refletir sobre sua atividade, de ver e corrigir os erros, de ser criativo de cooperar e relacionar-se eticamente no meio ambiente em que vive.

A criatividade na formação de oficinas sustentáveis, reciclagens, manuseio de hortas, debates com assuntos atuais, pesquisas e seminários são algumas formas mais usadas que surtem efeitos positivos. Acrescentando ainda os problemas ambientais locais e no mundo e assegurando veracidade da informação como ferramenta para gerar força e compromisso na formação de futuros responsáveis sujeitos capazes de preservar e conservar o meio ambiente onde vive.

Ensinar a educação ambiental é ir além, existe uma urgência, pois ainda há um grande desconhecimento que precisa ser modificado. Não podemos perder a oportunidade de criar mentes sadias e convictas de viver em um ambiente ecologicamente equilibrado, com uma grande qualidade de vida. Dialogando e enfatizando a importância da preservação do meio ambiente e garantindo sempre seus recursos naturais para as gerações futuras.

Ao lidarmos com as questões ambientais, no mundo contemporâneo, uma das grandes dificuldades é justamente, chegarmos a pontos de consenso. Neste sentido, a idéia de estabelecer um intenso, radical e fraterno diálogo entre as pessoas envolvidas é um passo importante para a construção de alternativas de entendimento para, a partir delas, construir soluções aos problemas enfrentados através de metodologias criadas num processo de dialogo, de conversação entre os participantes.

(Barcelos,Valdo 2008, pag.87).

É muito comum depositar a responsabilidade de nosso futuro nas crianças.

Segundo Barcelos (2008), essa afirmativa é errada. Criança é presente, não é futuro de nada e precisa sentir-se respeitada e preparada para quando chegar ao futuro, encontrar tudo organizado e seguro.

Ainda segundo Barcelos (2008) quando essas crianças são amadas e respeitadas aqui no presente, serão adultos capazes de respeitar e amar crianças que no futuro viverem. Ou seja, quando o bom exemplo é dado, ele automaticamente é seguido e usado. Assim, uma boa prática contribui para uma sociedade mais consciente e preocupada com um ambiente de respeito. Fazendo com que esses seres humanos estejam predispostos a cuidar e respeitar a diferentes formas de existência nesse planeta.

Assim, de uma prática educativa geral se contribui para uma prática educativa em educação ambiental.

O tema aborda inúmeras situações nos contextos gerais da vida, trabalhando questões, que além de ambiental, vem os sociais, e econômicas, isso faz com que os três obtenham resultados interligados um ao outro.

É fazer entender que cuidar apenas da natureza não é suficiente, é saber que consumir menos e gerar menos resíduo (lixo) ajuda na preservação e conservação dos nossos recursos naturais e que ajudar ao próximo é criar um planeta mais saudável, sustentável.

Fazer com que a criança/adolescente entenda todo esse contexto como uma metodologia simples de praticar, sem ter a dúvida de que suas ações estão sendo corretas ou erradas, buscando sempre o melhor para sua vida e para o planeta.

Incentivar as ações dos próprios alunos na sala de aula trazer debates com relação aos acontecimentos atuais de problemas ambientais e discutir o tema são caminhos que podem sanar problemas futuros e descobrir a real necessidade de se melhorar o meio ambiente.

A compreensão desses aspectos na vida como um todo faz com que algumas reflexões sejam levantadas espontaneamente. A forma como eu vivo, como me relaciono com os seres vivos, com o meio ambiente, quais as minhas contribuições.

Figura 8. Símbolo da sustentabilidade, reciclar.

Page 10: GESTÃO AMBIENTAL A INSERÇÃO DA EDUCAÇÂO AMBIENTAL …nippromove.hospedagemdesites.ws/anais_simposio/... · abordado nas escolas públicas do Ensino Fundamental do DF. Para isso,

Simp.TCC/ Sem.IC.2017(12);1995-2010 2004

Fonte: Edu Ambiental (2011)

A linha de raciocínio começa a ganhar novos rumos e as atitudes começam timidamente a ganhar espaço no nosso dia a dia. A visão do contexto geral desse mundo ecologicamente correto começa a ser percebido com mais cautela exigindo assim;

Os atos e ações devem-se transformar aos poucos e continuamente.

Essa consciência já traz algumas mudanças na sociedade com novas atitudes para a melhoria na qualidade de vida ambiental.

Segundo Andrade (2012): a educação ambiental vem proporcionar aos indivíduos e a coletividade a compreensão da natureza e sua complexidade do meio ambiente natural e do que são criados pelo homem, resultando seus aspectos biológicos, físicos, sociais, políticos, econômicos e culturais sempre adquirindo conhecimentos, valores, habilidades e comportamentos necessários para a convivência da humanidade e com meio o meio natural de forma saudável. Nesse sentido, cabe ressaltar mais uma vez, que a ação profissional do educador é de fundamental importância (ANDRADE 2012 p. 10).

Contudo, a educação não é suficiente para mudar sozinha, evidentemente. Mas com certeza é condição necessária para que isso possa acontecer. (Andrade,2012) Análise e resultados da pesquisa

A partir do resultado da entrevista realizada, e com base no referencial teórico, apresenta-se em seguida uma discussão dos mesmos visando alcançar os objetivos dessa pesquisa.

Considerando o disposto na resolução nº 02 na qual são definidas as diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Fundamental, de 07/04/98 que diz o seguinte: IV - Em todas as escolas, deverá ser garantida a igualdade de acesso dos alunos a uma Base

Nacional Comum (...); a Base Nacional Comum e sua parte Diversificada deverão integrar-se em torno do paradigma curricular, que visa estabelecer a relação entre a Educação Fundamental com: a) a Vida Cidadã, através da articulação entre vários dos seus aspectos como:(...) 4 o meio ambiente

Isso de fato ainda está muito longe de acontecer na totalidade dos fatos, pois a dificuldade encontrada pelos professores em relação à estrutura oferecida pela regional de ensino ou a própria escola ainda é uma problemática.

Pode-se verificar que na mesma escola existem professores que abordam o tema Educação ambiental e ao mesmo tempo professores que “não” abordam esse tema na sala de aula.

Ainda há uma questão muito presente nesse contexto todo que é a formação acadêmica desse professor, o fato dele não estar dentro da área especifica, como por exemplo: Biologia, Ciências.

Essa afirmativa veio reafirmar uma reflexão feita por Barcelos (2008) que essa responsabilidade sempre recai aos educadores com formação na área de ciências, biologia ou geografia. Tendo em vista que são sempre convocados e estão sempre à frente ás chamadas “datas comemorativas” sobre meio ambiente, para organizar as atividades. No ponto de vista dele, essa afirmativa de responsabilidade co-relacionada á formação é uma “mentira” que parece “verdade.” E, está relacionada á questões históricas no Brasil.

As escolas onde os professores foram entrevistados foi: A: CEF 20 (Ceilândia), B: EC 01 (Estrutural), C: EC 03 (Guará), D: EC 415 (Samambaia norte), E: EC 15 (Gama), F: CED 01 (Brasília), G: Escola parque 308 sul (Brasília), H: EC 13 (Taguatinga).

Traçando um perfil dos professores entrevistados, percebe-se uma variação entre 21 e 54 anos, sendo a maioria (cerca de 95%) do sexo feminino.

No gráfico 1, percebe-se que a forma como é abordado o tema EA em sala de aula, 50% são aulas teórica. Fazendo com que os alunos não demostrem interesse pelas aulas. As diferentes formas de abordagem do assunto, precisa ser mais dinâmico e atrativo para os alunos.

Gráfico 1: Forma como os professores abordam o tema em sala.

Page 11: GESTÃO AMBIENTAL A INSERÇÃO DA EDUCAÇÂO AMBIENTAL …nippromove.hospedagemdesites.ws/anais_simposio/... · abordado nas escolas públicas do Ensino Fundamental do DF. Para isso,

Simp.TCC/ Sem.IC.2017(12);1995-2010 2005

0%

10%

20%

30%

40%

50%

Aula teórica

Debates

Oficinas

Livro didático

Fonte: pesquisa realizada por Chaiane e Diana, entre Setembro e outubro (2017)

Foi feito alguns questionamentos em busca de saber como é trabalhado o tema em questão. Gráfico 2. Abordagem do tema em sala de aula.

0%

20%

40%

60%

80%

100%

A B C D E F G H

Aborda

Não aborda

Ás vezes

Não respondeu

Fonte: pesquisa realizada por Chaiane e Diana, entre Setembro e outubro (2017)

No gráfico 2. Pode-se perceber que o tema Educação ambiental é muito abordado em sala, com algumas grandes dificuldades e de maneira despreparada, como relata os professores entrevistados. Sem recurso algum, sem incentivo e material adequado.

Na escola A ,60% dos entrevistados abordam o tema nas suas aulas, 20% não abordam de jeito nenhum, e 20% abordam às vezes. Na escola B, 80% abordam o tema e 20% não aborda. Na escola C, 60% abordam e 40% só às vezes. Na escola D e E 80% abordam e 20% só ás vezes. Na escola F e G todos os professores abordam. Na escola H, 80% abordam e 20% só ás vezes. Isso mostra que em uma mesma escola existem diferentes ideais, diferentes formas de lidar com o assunto; uns dão mais importância, outros menos.

Confirmando Andrade (2012), os educadores, em geral, não atribuem ao tema devida importância e se sentem despreparados para lidar com questões relacionadas às possibilidades e problemáticas ambientais no currículo escolar.

Os cursos de formação continuada são oferecidos semanalmente e tem poucas horas válidas no certificado o que faz com que os professores não se interessem, por vários

motivos, um deles é a distância percorrida. A lei é absolutamente clara quando diz:

...a Lei 9.795/99 preceitua, em seu artigo 11, que “a dimensão ambiental deve constar dos currículos de formação de professores, em todos os níveis e em todas as disciplinas”.

(Ministério da educação)

Isso ainda não se tornou uma obrigação pelas regionais de ensino. O tema é abordado por constar em currículo escolar. É levado para sala como obrigação, o que faz com que as aulas não despertem muito interesse.

Segundo os professores, o material oferecido pelo Ministério de Educação é descontextualizado e com linguagem difícil, realidade não alcançada pelos alunos, fazendo com que gere algumas resistências em sala. Quando deveria haver uma pesquisa com os próprios professores para elaboração desse material para se discutir dinâmicas sobre o assunto.

Alguns professores declararam não ter o material didático disponível, além da estrutura física na escola também não contribuir, porém, felizmente para alguns profissionais, isso “ainda” não é problema ou obstáculo, mas ainda influencia diretamente no interesse dos alunos, pois o conteúdo não sai da teoria.

Os encorajados, apesar das dificuldades, usam uma metodologia própria com noticiários e reportagens, realidades do dia a dia abordados em sala, despertando pouco interesse e questionamentos dos próprios alunos.

Em algumas escolas com uma estrutura melhor, as hortas são as mais utilizadas para se ministrar a aula de Educação Ambiental, esse contato com a terra desperta interesse e motivação aos alunos. As oficinas têm uma magia na transformação dos materiais utilizados na hora da aula.

Gráfico 3. A importância do tema EA em sala de aula.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

A B C D E F G H

Achaimportante

Não achaimportante

Nãorespondeu

Fonte: pesquisa realizada por Chaiane e Diana, entre Setembro e outubro (2017)

Page 12: GESTÃO AMBIENTAL A INSERÇÃO DA EDUCAÇÂO AMBIENTAL …nippromove.hospedagemdesites.ws/anais_simposio/... · abordado nas escolas públicas do Ensino Fundamental do DF. Para isso,

Simp.TCC/ Sem.IC.2017(12);1995-2010 2006

No gráfico 3, pode-se avaliar as respostas de alguns na importância desse tema em sala. Na escola A, 93% dos entrevistados acham importante e apenas 7% acham que isso não é importante. Nas escolas B,C,D,F,G e H, todos acham muito importante mas, intercalam as aulas aos dias da semana de acordo com o que julgam necessário. Sem levar em consideração de que em alguns casos, o espaço entre uma aula e outra chega a um mês, fazendo com que os alunos percam o interesse, desmotivando-os e não se prendendo às aulas.

O curso de formação continuada dos professores deve ter algo mais dinâmico e menos teórico, algo que valorize o contato direto com o meio ambiente e aulas práticas que valorizem a autonomia de cada um, e que esse educador possa decidir como trabalhar o tema em sala.

A contratação de empresas com especialidade no assunto e com dinâmicas voltadas para o desenvolvimento e elaboração das aulas com palestras, cursos e oficinas para os educadores para que tenham inovações em suas aulas é uma boa sugestão.

Segundo Barcelos (2008), os professores esperam sempre que essa parceria venha de fora, das universidades, das escolas técnicas e até mesmo de demais instituições, o que seria de grande importância e ampliaria as alternativas de trabalho.

Uma questão muito relevante nesse contexto geral são as Disciplinas que se sentem obrigadas a ministrar essas aulas de EA em sala. Esses professores são com formação em Biologia, Ciências, Artes, dentre outras quando a responsabilidade é de todos.

A importância do assunto deve ser tratada com prioridade em sala de aula, abrangendo as informações atuais sobre as problemáticas do meio ambiente. Vários assuntos que estão sendo discutidos nos debates atuais pela nossa sociedade precisam chegar às salas de aula na intenção de conhecimento.

Esse tema traz discussão e pode ser desenvolvido a partir de boas práticas, podendo ultrapassar os muros das escolas envolvendo toda a comunidade, gerando bons resultados e descobrindo novas ações que possam contribuir com o meio ambiente. Essas práticas podem ser construídas em acordo comum de todos os envolvidos: escola, professores e alunos da instituição interessada em abordar o tema EA.

É necessário levar em consideração que a escola tem papel fundamental nessa formação diária e que para isso deverá estar absolutamente preparada e motivada para que suas ações possam despertar interesse de ambas as partes.

O espaço físico para ministrar aulas mais práticas ainda é um problema e as aulas continuam na base teórica, dificultando todo o andamento das aulas.

Gráfico 4: Lugar especifico para aula prática.

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

Horta

Visita a parques

Oficinas dereciclagem

Fonte: pesquisa realizada por Chaiane e Diana, entre Setembro e outubro (2017)

No gráfico 4, pode-se verificar que somente 40% das escolas entrevistadas possuem espaço especificas para as aulas práticas como hortas, 20% possui oficinas de reciclagem, e 40% utiliza a visita a parques.

As questões ambientais nesse mundo contemporâneo enfrentam uma grande dificuldade entre as pessoas na hora de se estabelecer um diálogo fraterno, radical e intenso. Esse consenso é um passo importante para a construção na solução dos problemas enfrentados num contexto geral.

Os desafios e obstáculos que os professores enfrentam junto aos seus alunos ainda estão muito longe de serem solucionados

De acordo com Krasilchick, (1986b: 39 apud, Zeponne,1999) a escola formal apresenta na sua própria estrutura elementos que deformam e até impedem o processo. Os professores mal remunerados e com lacunas de formação, classes superlotadas, falta de instalações adequadas e alunos desmotivados e a estrutura curricular acabam dificultando o desenvolvimento dos programas interdisciplinares

A Educação Ambiental ainda não se tornou prioridade na sala de aula consequentemente isso acarreta alguns obstáculos.

Diante disso, as leis e as suas diretrizes não vêm sendo cumpridas como determinado. Essa situação reafirma (Mesquita,2011) que descreveu resultados similares em sua pesquisa. A Lei 9.795/99 foi complementada pela Lei Distrital nº 3.833, de 27 de março de 2006, em que no 2º o artigo determina:

A Educação Ambiental é componente essencial e permanente da educação do Distrito Federal e deve constar de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo em caráter formal e não formal (MESQUITA ,2011).

Isso reafirma a importância das instituições de ensino na formação dos cidadãos, tornando-os críticos e capazes de opinar na sociedade em que vivem, preservando e conservando o meio ambiente, tornar o cidadão mais crítico e

Page 13: GESTÃO AMBIENTAL A INSERÇÃO DA EDUCAÇÂO AMBIENTAL …nippromove.hospedagemdesites.ws/anais_simposio/... · abordado nas escolas públicas do Ensino Fundamental do DF. Para isso,

Simp.TCC/ Sem.IC.2017(12);1995-2010 2007

consciente em relação às suas ações e preocupações quando o assunto for meio ambiente.

Parar de responsabilizar o professor com formação relacionada ao tema, mesmo tendo mais intimidade com o assunto relacionado e fazendo com que alguns assuntos se tornem mais simples deve ser debatido na introdução das aulas. Precisa-se fazer compreender que todos têm o compromisso de mudar essa vertente.

O tema Educação ambiental nas escolas, precisa ter uma dinâmica de realização na sala de aula de ações educativas consistentes e sempre inovadoras para os alunos, fazendo assim com que o entusiasmo seja constante. Considerações finais

Diante dos resultados apresentados aqui neste estudo de caso pode-se inferir que o tema Educação Ambiental nas salas de aulas do Ensino Fundamental das escolas públicas do Distrito Federal, não é amplamente discutido com a merecida importância e dedicação pelos educadores. A frequência irregular, a temática não aplicada e a falta de compromisso não expõem clareza ao tema dentro das salas de aulas e não despertam um pensamento de conscientização para uma geração futura.

De modo que, isso não proporciona ao indivíduo uma compreensão da importância da preservação e conservação do meio ambiente, o que de fato gera uma reflexão de como o nosso sistema educacional pode contribuir para melhorar esse descaso, investir na estrutura escolar e buscar alternativas para uma formação mais elaborada desses professores, motivando-os e apoiando cada escola na intenção de priorizar o tema como instrumento de uma obrigatoriedade da disciplina.

Segundo alguns professores, os alunos reconhecem a importância da EA, mas não há muito entusiasmo nas aulas que tratam os assuntos do meio ambiente, ainda falam da dificuldade dos cursos voltados para professores em relação ao tema e que buscam sozinhos uma maneira para abordar os assuntos.

O sistema escolar ainda não vem respondendo ás necessidades sociais e aos seus próprios anseios. A verdade é que alguns profissionais estão cansados e desmotivados com a falta de estrutura oferecida. Esta pesquisa torna-se relevante aos educadores, gestores ambientais e cidadãos em geral, uma vez que possibilita estudos aprofundados acerca de atividades que abordam a prática da Educação Ambiental apresentada em sala de aula e algumas dificuldades a respeito do tema.

A pesquisa também favorece a discussão de como melhorar essas questões levantadas para que se possa trabalhar de forma alinhada a

linguagem usada, metodologia aplicada e que a frequência seja padronizada nas escolas. Agradecimentos

Gostaria primeiramente de agradecer a Deus por me proporcionar essa oportunidade e me permitir chegar até aqui com saúde. Consegui, mesmo diante de muitas dificuldades. Quero agradecer ao meu companheiro Alberto Luiz e aos meus filhos Allana Louise, Maria Eduarda e João Antônio por sempre acreditarem em mim e me apoiarem em todos os momentos. Preciso dizer que todo o esforço é para vocês. Agradecer a minha mãe Cleide Pereira da Silva (IN MEMÓRIA), que sempre sonhou em me ver formada, que através de seus ensinamentos me tornei uma pessoa digna e perseverante. Eu sei que onde estiver, estará feliz e realizada como eu. Aos amigos e familiares, que sempre torcem e acreditam na minha capacidade. Ao meu orientador João Câmara pelo incentivo e a todos os professores que seguiram firmes conosco até o fim desse curso, os que direta ou indiretamente fizeram parte de minha vida acadêmica, o meu muito obrigada. Todos vocês foram fundamentais para que tudo isso se tornasse real. (Diana Santana Pereira da silva)

Agradeço primeiramente a Deus, por ter me concedido saúde e força para superar as dificuldades. A minha mãe que sempre foi minha base, aos meus filhos e ao meu marido, pela paciência e companheirismo. Agradeço a todos pela dedicação e parceria. Quero agradecer também a minha amiga Diana, que foi a principal responsável por tudo isso. Obrigada pelo incentivo, apoio, por nunca me deixar desanimar, por estar ao meu lado do início ao fim dessa jornada. E por fim, a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha trajetória, o meu muito obrigada. (Chaiane Stefani Anjos da Silva) Referências Bibliográficas ANDRADE, KMAB. Educação ambiental: A formação continuada do professor ; 2012; Paco editora BARCELOS, Valdo. Educação Ambiental: Sobre princípios, metodologias e atitudes; Valdo Barcelos. – Petrópolis, RJ: editora Vozes, 2008. (Coleção Educação Ambiental) CARDOSO, KMM. Educação Ambiental nas Escolas . Monografia (Licenciatura em Ciências Biológicas) —Consórcio Setentrional de

Page 14: GESTÃO AMBIENTAL A INSERÇÃO DA EDUCAÇÂO AMBIENTAL …nippromove.hospedagemdesites.ws/anais_simposio/... · abordado nas escolas públicas do Ensino Fundamental do DF. Para isso,

Simp.TCC/ Sem.IC.2017(12);1995-2010 2008

Educação a Distância, Universidade de Brasília, Universidade Estadual de Goiás, Brasília. Disponível em: http://bdm.unb.br/handle/10483/1892, 2011; acesso: 19 set 2017. FREDERICO, G. G1 Distrito Federal , Escola do DF será premiada em concurso sobre saneamento e educação ambiental; Disponível: https://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/escola-do-df-sera-premiada-em-concurso-sobre-saneamento-e-educacao-ambiental.ghtml, 2016, acesso em: 22 Out 2017. FUBÀ, Educação Ambiental e Criatividade : Disponível em: <http://www.fubaea.com.br/> - acesso em: 21 Out 2017. JUNIOR, GW: Blog Defensor da Natureza. Educação Ambiental nas escolas públicas de São Paulo; Disponível em: http://ra-bugio.blogspot.com.br/2012/03/educacao-ambiental-nas-escolas-publicas.html, 2012 – acesso em: 09 set 2017. LIMA, Edu: Blog o Edu Ambiental, Sustentabilidade; Disponível em: http://blogdoeduambiental.blogspot.com.br/2011/07/sustentabilidade.html, 2011 - acesso em: 06 Dez 2017 MACHADO, A G B: Portal dos Resíduos Sólidos; História da Educação Ambiental no Brasil e no Mundo – 2013. Disponível em: http://www.portalresiduossolidos.com/historia-da-educacao-ambiental-brasil-e-mundo/ - acesso: 21 Set 2017. MEC, Diretrizes Curriculares Nacionais para a

Educação Ambiental : Disponível em: < Parecer CNE/CP nº 14/2012 aprovado em 15 de junho de 2012> 2012; acesso: 22 de set 2017 MEC, Estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental : Disponível em <Parecer CNE/CP nº 14/2012, aprovado em 6 de junho de 2012> 2012; acesso: 22 set 2017 MEC, Ministério da Educação : Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/component/tags/tag/33096> - acesso em: 22 set 2017 MEC, Ministério da Educação : Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/meioambiente.pdf(pcns)> 2013; acesso: 25 set 2017 MENDONÇA, Patrícia Ramos: Vamos Cuidar do Brasil, Conceitos e Práticas na Educação Ambiental nas Escolas ; Brasília, 2007 - Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad) – Ministério da Educação OLIVEIRA, EM de: Cidadania e Educação Ambiental – Uma Proposta de Educação no Processo de Gestão Ambiental ; Brasília, 2003 – IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos recursos naturais renováveis) SEGURA, DSB: Vamos Cuidar do Brasil, Conceitos e Práticas em Educação Ambiental na Escola/Educação Ambiental nos Projetos Transversais ; Brasília, 2007 – Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad) – Ministério da Educação ZEPPONE, RMO; Educação Ambiental: Teoria e Práticas Escolares, 1999 JM editora.

Curso: Gestão Ambiental Alunos : Chaiane Stefani e Diana Santana Título: Educação Ambiental: Um Estudo nas Escolas Objetivo: Este questionário tem como objetivo saber como o tema é abordado nas escolas.

QUESTIONÁRIO APLICADO AOS PROFESSORES DO ENSINO FUN DAMENTAL

Page 15: GESTÃO AMBIENTAL A INSERÇÃO DA EDUCAÇÂO AMBIENTAL …nippromove.hospedagemdesites.ws/anais_simposio/... · abordado nas escolas públicas do Ensino Fundamental do DF. Para isso,

Simp.TCC/ Sem.IC.2017(12);1995-2010 2009

Idade: _____ Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino Tempo de profissão: ____________________ Titulação: _____________________________ Qual nome da escola ____________________ 1- Ano em que ministra aula? ( ) 1º ao 4º ( ) 5º ao 9º 2- Quais disciplinas você trabalha ? ( ) Língua Portuguesa ( ) Matemática ( ) Geografia ( ) Ciências ( ) Historia ( ) Artes ( )Outras ________________________

7-Quais atividades que os alunos mais gostam de desenvolver na EA? Porque? _____________________________________ _____________________________________ _____________________________________ _____________________________________ 8- Qual a importância do tema EA ambiental para os alunos? Como você percebe a motivação dos alunos para a EA? __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________

3- Você aborda o tema Educação Ambiental nas suas aulas? ( ) Sim ( ) Não ( )Ás Vezes

9 Existe algu m incentivo/formação para se trabalhar esse tema em sala de aula? ( ) Sim ( ) Não Porque? Quais? ______________________________________________

4- Quantas vezes você borda o tema sobre o meio ambiente? ( ) Uma Vez na semana ( ) A cada 15 dias ( ) Uma vez ao mês

10- No seu ponto de vista, você acha esse tema importante? (Educação Ambiental). ( ) Sim ( ) Não Explique______________________________ 11-Você percebe alguma sintonia da escola com a política EA? Como?

5 – Como você aborda o tema EA? ( ) Aulas Teóricas ( ) Debates ( ) Atividades de pesquisa ( ) Livro Didático ( ) Textos de internet ( ) Oficinas ( )Outras _____________________

6- A sua escola promove algum lugar especifico para as aulas práticas EA? ( ) Hortas ( ) Laboratórios ( ) Visitas em parques ( ) Oficinas de reciclagem ( ) Outras ________________________

12- Qual a sua sugestão para que o GDF aperfeiçoe o tratamento do EA?

Page 16: GESTÃO AMBIENTAL A INSERÇÃO DA EDUCAÇÂO AMBIENTAL …nippromove.hospedagemdesites.ws/anais_simposio/... · abordado nas escolas públicas do Ensino Fundamental do DF. Para isso,

Simp.TCC/ Sem.IC.2017(12);1995-2010 2010


Recommended